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Doença de Parkinson Fisioterapia Neurofuncional Doença de Parkinson “O parkinsonismo corresponde a uma série de alterações decorrentes de disfunções nos ganglios basais, relacionados ao controle motor, repercutiu por meio de sinais e sintomas como tremor de repouso, rigidez, bradicinesia, alterações posturais e bloqueio motor (Marsden, 1994; Bang, 1996, 2000).’’ A Doença A dopamina é um importante neurotransmissor no cérebro, produzido por um grupo de células nervosas, chamadas de Neurónios Pré-Sinapticos, que atuam no cérebro pro-movendo, entre outros efeitos, a sensação de prazer e a sensação de motivação. É precursora natural da adrenalina e da noradrenalina e por conseguinte tem como função a atividade estimulante do sistema nervoso central. A falta da dopamina atrapalha o sistema liga-e-desliga do cérebro SUBSTÂNCIA NEGRA Trata-se de uma pequena área cerebral formada por neurônios que produzem dopamina. Como esses neurônios morrem, o nível de dopamina diminui. Assim, o grupo de estruturas chamado de núcleos da base, responsável pelos comandos motores, não é inibido como deveria NÚCLEOS DA BASE O grupo formado por putâmen, caudado, globo pálido e núcleo subtalâmico é normalmente contido pela ação da dopamina. Sem ela, funciona tanto que chega a bloquear a ação do tálamo, o distribuidor de tarefas. Doença de Parkinson TÁLAMO Normalmente ativo quando a distribuição da dopamina está em ordem, o tálamo trava completamente e não consegue estimular de modo adequado o córtex motor, o manda-chuva dos movimentos no cérebro. CÓRTEX MOTOR Dele saem as ordens, via medula, para os músculos. Como as mensagens chegam truncadas, nem o controle do tônus muscular nem o comando dos movimentos funcionam direito. MÚSCULO A comunicação incorreta com o cérebro faz com que os músculos se tornem rígidos. Além disso, eles se distendem rapidamente e geram o tremor. Os movimentos deixam de parecer naturais e ficam lentos Doença de Parkinson Doença de Parkinson Parkinsonismo Parkinsonismo é um termo genérico que designa uma série de doenças com causas diferentes e que tem em comum a presença de sintomas parkinsonianos. A DP é considera a forma mais freqüente do parkinsonismo, onde não se conhece a causa da doença, sendo denominado parkinsonismo primário. A DP é idiopática. Qual a diferença entre doença de Parkinson e parkinsonismo? ......Doença de Parkinson e parkinsonismo não são sinônimos. Parkinsonismo é um termo genérico que designa uma série de doenças com causas diferentes e que têm em comum a presença de sintomas parkinsonianos (ou seja, aqueles sintomas encontrados na doença de Parkinson). A doença de Parkinson é uma das muitas formas de parkinsonismo e também a mais freqüente. Corresponde a cerca de 75% de todas as formas de parkinsonismo. Como não se conhece a causa da doença de Parkinson, ela é também chamada de parkinsonismo primário. ......Depois da doença de Parkinson, as formas mais freqüentes de parkinsonismo são: parkinsonismo secundário, parkinsonismo atípico e parkinsonismo associado a outras doenças. 7 Etiologia da Doença de Parkinson Genética? Estresse Oxidativo? Trauma Craniano Repetitivo? Anormalidade Mitocondrial? IDIOPÁTICA Três Fases Principais Leve: o paciente apresenta sintomas leves e continua independente para suas atividades habituais. Moderada: ele mantém sua independência, mas passa a necessitar de ajuda ou apresenta limitações para atividades específicas. Avançada: o paciente começa a ter severas limitações para realizar atividades do seu dia a dia. Esta última fase acontece geralmente após 10 a 15 anos de evolução da doença. É quando podem aparecer sintomas cognitivos e psiquiátricos relacionados ao Parkinson. Epidemiologia Idade de início: média de 55 anos em ambos os sexos, variando de 20 a 80 anos. Mais comum em homens: proporção de 3:2. Incidência: 160 casos/100.000 habitantes. Fisiopatologia Degeneração dos neurônios da substância negra, ocasionando perda ou interferência na ação do neurotransmissor dopamina nos gânglios da base. Gânglios da Base É um grupo de núcleos na substância cinzenta localizados na região profunda do encéfalo. Principal função: controle do movimento. Fisiopatologia Na Doença de Parkinson: ocorre degeneração das células dopaminérgicas da via nigro-estriatal. Via nigro-estriatal: Entrada do circuito: striatum Saída do circuito: globo pálido e pars reticulata Entre a entrada e a saída, há duas vias de comunicação: Via direta: sem estações intermediárias (facilita o movimento). Via indireta: conexões com o pálido externo e o núcleo subtalâmico (inibe o movimento). Fisiopatologia Com a lesão da via temos como resultado: - ↓ atividade da via direta : ↓ movimento - ↑ atividade da via indireta: ↓ movimento Essas alterações levam à HIPOCINESIA Sinais Clínicos Rigidez – Resistência aumentada ao movimento passivo, afetando toda a musculatura estriada. Rigidez (Roda denteada) x Espasticidade (Canivete) Bradicinesia – Dificuldade de iniciar o movimento, lentidão e pobreza de movimento. Tremor - Surtos involuntários, rítmicos, alternados de movimento de grupos musculares antagonistas, ocorrendo na base de 4 a 7 oscilações por segundo. Manifestações Clínicas Alterações posturais Reflexos posturais diminuídos Deficiências na rotação axial Fadiga Padrão de marcha festinado Diminuição da amplitude de movimento Expressão facial semelhante a uma máscara Sialorréia Sinais e Sintomas Tremor de repouso - Presente em extremidades (“rolar pílulas”) - Desaparece com uma ação - Comum em lábio, queixo e língua - Agrava com o estresse Rigidez - Aumento do tônus muscular - Manifesta-se pela “roda denteada” Postura flexionada Sinais e Sintomas Bradicinesia - Lentidão do movimento - Dificuldade para iniciar movimento - Redução da amplitude dos movimentos - Face sem expressão (“em máscara”) - Fala torna-se baixa - Escrita manual fica pequena e lenta - Alteração da deglutição Sinais e Sintomas Perda de reflexos posturais Quedas Sentar-se em bloco Outros - Diminuição da atenção - Mudança da personalidade: mais dependente, indeciso, passivo - Pode ocorrer acatisia (incapacidade de ficar quieto) e síndrome das pernas inquietas - Alteração do sono - Distúrbios autonômicos: constipação, inadequado esvaziamento da bexiga, PA baixa Diagnóstico Segundo o Banco de Cérebros da Sociedade de Parkinson do Reino Unido: Critérios necessários para o diagnóstico de DP Bradicinesia (e pelo menos 1 dos seguintes) Tremor ao repouso (4-6 Hz) Rigidez muscular Instabilidade postural Diagnóstico Critérios de suporte positivo para o diagnóstico de DP (3 ou mais são necessários) - Início unilateral - Tremor de repouso - Doença progressiva - Persistência da assimetria dos sintomas - Boa resposta ao levodopa - Presença de discinesias induzidas pelo levodopa - Evolução clínica de 10 anos ou mais Ausência de outras causas de pakinsonismo Diagnóstico Outras causas de parkinsonismo - Drogas: antagonistas e depressores de dopamina - Hidrocefalia - Hipóxia - Disfunção da paratireóide - Traumatismos - Tumores - Vascular: múltiplos infartos - Doença de Huntington Tratamento MEDICAMENTOSO Levodopa ou L-dopa precursor metabólico da dopamina, capaz de cruzar a barreira hematoencefálica. Agentes Anticolinérgicos Bloqueiam a excessiva atividade colinérgica nos gânglios da base. Antidepressivos Medicamentos que ajudam a controlar os sintomas não motores. Tratamento CIRÚRGICO Cirurgia estereotáxica lesões destrutivas nos gânglios da base ou tálamo por criocirurgia ou quimiocirurgia. PESQUISA RECENTE Células responsáveis pelo início e término dos movimentos. Rui M. Costa, 2010 Exercícios de relaxamento Estimulação vestibular, oscilação rítmica lenta Exercícios de amplitude de movimento Alongamentos, engessamento inibitório, talas, tração, prancha ortostática Exercícios de mobilidade PNF, Bobath Tratamento FisioterápicoExercícios respiratórios Treino de marcha Alongamento da passada, ampliação da base de sustentação, oscilação dos braços, paradas, partidas Exercício em grupo Jogos de bola, dança, marcha com música Orientação do paciente e da família Períodos prolongados de inatividade, adaptações Tratamento Fisioterápico