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Material Complementar 4 - Direito Eleitoral

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CURSO PARA A PROVA OBJETIVA
TJ-SP
--------------------------------------------------------------
DIREITO ELEITORAL
MATERIAL COMPLEMENTAR
#SouOuse
#MagistraturaMeEspera
#TôDentro
CURSO PARA A 
PROVA OBJETIVA
TJ-SP
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SUMÁRIO
1 – PRINCÍPIOS ELEITORAIS | p. 3 
2 – SISTEMAS ELEITORAIS | p. 13
3 – FASES DO PROCESSO ELEITORAL | p. 17
3.1. ALISTAMENTO | p. 17
3.2. FASE PREPARATÓRIA | p. 21
3.3. VOTAÇÃO | p. 23
3.4. APURAÇÃO, TOTALIZAÇÃO DOS VOTOS E PROCLAMAÇÃO DOS 
ELEITOS | p. 25
3.5. DIPLOMAÇÃO | p. 27
4 – DIREITOS POLÍTICOS | p. 28
5 – PARTIDOS POLÍTICOS | p. 42
6 – ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA ELEITORAL | p. 69
7 – MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL | p. 80
8 – PROCESSO PENAL ELEITORAL | p. 84
9 – AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE PEDIDO DE REGISTRO DE CANDIDA-
TURA. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL OU REPRE-
SENTAÇÃO JURISDICIONAL ELEITORAL. RECURSO CONTRA A DI-
PLOMAÇÃO. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO | p. 119
CURSO PARA A 
PROVA OBJETIVA
TJ-SP
3
DIREITO ELEITORAL
1) PRINCÍPIOS ELEITORAIS
Pluralismo político
Previsão: 
Art. 1º, CF. A República Federativa do Brasil, formada pela união indis-
solúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em 
Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
V - o pluralismo político.
Como corolário, pois, dos valores democráticos esposados pela Constituição, o prin-
cípio do pluralismo político fundamenta a democratização do poder e o respeito à diversidade, 
não se resumindo, portanto, ao pluripartidarismo. O pluralismo político, ao determinar que o 
poder político deve ser democratizado e difuso, reforça a necessidade de construção de uma 
sociedade livre para se autodeterminar, na qual todos sejam politicamente iguais.
Nesse sentido, o Direito Eleitoral revela-se como instrumento de grande relevância 
para a consagração do pluralismo político e da própria cidadania (revelada pela existência de 
direitos políticos fundamentais de participação, consubstanciados pela Carta Constitucional). 
Afinal, é o Direito Eleitoral o ramo do Direito Público que tem como objetivos a efetivação das 
garantias da normalidade e legitimidade do exercício do poder de sufrágio popular, garantindo, 
assim, a diversidade política e a soberania do povo, próprias da democracia. 
Anualidade ou anterioridade da lei eleitoral (segurança jurídica)
Encontra-se insculpido no art. 16 da CF: 
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data 
de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da 
data de sua vigência.
Como as eleições ocorrem sempre no primeiro domingo do mês de outubro, qual-
quer alteração legislativa de regras que disciplinam o processo eleitoral deve ser feita até o pri-
meiro domingo de outubro do ano anterior ao pleito.
Obs1: A “Lei da Ficha Limpa” – LC 135/2010 – que incluiu novas hipóteses de inele-
gibilidade, foi publicada no DOU em 07/06/2010, sendo que, nos termos de seu art. 5º, deveria 
entrar em vigor na data de sua publicação.
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PROVA OBJETIVA
TJ-SP
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Surgiu, então, acalorada discussão sobre a não aplicabilidade da referida lei já para as 
eleições de 2010, eis que teria alterado o processo eleitoral. É que, tendo sido publicada naquele 
ano, a aplicação imediata afrontaria o princípio da anualidade ou anterioridade da lei eleitoral, 
previsto no art. 16 da CF.
Os defensores de sua aplicabilidade imediata, contudo, argumentavam que a referi-
da lei não teria alterado o processo eleitoral e que este sequer havia iniciado (argumentou-se 
que o início do processo eleitoral ocorreria no momento do registro das candidaturas e a LC foi 
publicada antes de tal estágio, ou seja, em 07/06/2010). 
Foi formulada consulta ao TSE que, em 10 de junho de 2010, após a oitiva da repre-
sentante do MP Eleitoral, por maioria, decidiu que “lei eleitoral que disponha sobre inelegibili-
dade e que tenha a sua entrada em vigor antes do prazo de 5 de julho poderá sim ser efetiva-
mente aplicada para as eleições gerais de 2010”. 
A questão, de índole constitucional, foi, então, submetida à apreciação do Supremo 
Tribunal Federal, que, já em 2011, a consolidou no sentido de que a Lei da Ficha Limpa não 
seria aplicável para as eleições de 2010, pois, se tal ocorresse, haveria violação ao princípio 
da anualidade ou anterioridade da lei eleitoral contida no art. 16, da CF.(RE 633703, rel. Min. 
Gilmar Mendes, Pleno, julgado em 23/03/2011).
Por outro lado, nas ADCs nº 29 e 30, de 16/02/2012, de relatoria do Min. Luiz Fux, por 
maioria de votos, prevaleceu o entendimento em favor da constitucionalidade de aplicação 
da LC nº 135/2010 a atos e fatos ocorridos antes de sua vigência. Vamos entender.
“Lei da Ficha Limpa” e presunção de inocência
O STF (na análise conjunta das Ações Declaratórias de Constitucionalidade – ADCs 29 
e 30, e da Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 4578), por maioria de votos (divergente 
Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Cezar Peluso) entendeu que, prevalece a mora-
lidade para o exercício do mandato em detrimento do princípio da presunção da inocência. 
Frisou, inclusive, que a lei não trata de aplicação de sanção ou penalidade, o que, em tese, afasta 
a incidência do p. in dubio pro reo (atenção: a lei foi questionada quanto à sua aplicabilidade e 
conteúdo). Entendeu-se que a lei poderia ser aplicada nas eleições de 2012, alcançando os fatos 
ocorridos antes de sua vigência.
O inciso III do artigo 15 da Constituição Federal foi o principal argumento utilizado 
pelos ministros que votaram contra a validade da lei. O texto indica que a cassação de direitos 
políticos se dará, entre outros casos, quando há condenação criminal transitada em julgado. 
A Lei, entretanto, diz que quem for condenado por órgão colegiado, mesmo que ainda haja 
possibilidade de recursos, torna-se inelegível. Essa parte da lei, para os ministros divergentes, é 
inconstitucional. Lewandowski reagiu afirmando que, diante de dois valores de natureza cons-
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titucional de mesmo peso, os artigos 14 e 15 da CF, os parlamentares fizeram a opção legislativa 
legítima ao selecionar o que trata do princípio da moralidade (Art. 14). Enfatize-se que é uma lei 
de iniciativa popular.
Vedação à possibilidade de detração
As alíneas “e” e “l” do inciso I do art. 1º da LC 64/90 estabelecem que os condenados 
por determinados crimes ou então por improbidade administrativa decorrente de lesão ao pa-
trimônio público e enriquecimento ilícito, ficarão inelegíveis desde a condenação até o trans-
curso do prazo de 8 anos após o cumprimento da pena.
Observe a seguinte situação:
O político “X” é condenado por órgão colegiado em 01/03/2012. A partir desta data ele 
já se torna inelegível. O trânsito em julgado da condenação só ocorre em 01/03/2014, data em 
que ele inicia o cumprimento da pena. O político “X” termina de cumprir a pena em 01/03/2016.
Pela redação da LC, a inelegibilidade deste político irá durar por mais 08 anos, após 
cumprir toda a pena, ou seja, como terminou de cumprir a pena em 01/03/2016, somente ter-
minará sua inelegibilidade em 01/03/2024. Este político poderia “descontar” destes 08 anos de 
inelegibilidade, o tempo que ficou inelegível antes do trânsito em julgado e antes de cumprir 
a pena? Em nosso exemplo, como o político “X” ficou inelegível desde 01/03/2012, poderia ele 
descontar o período de 01/03/2012 até 01/03/2016 (quatro anos), ficando apenas mais quatro 
anos inelegível após o cumprimento da pena? Em outras palavras, seria possível fazer uma espé-
cie de detração?
Não. Sobre este ponto, entendeu-se, vencido o Relator, que este prazo de inelegibili-
dade e a forma de sua contagem foram uma opção político-normativa do legislador, não sendo 
permitido ao STF atuar como legislador positivo e adotar, impropriamente, a detração.
Portanto, no exemplo dado, o político “X” ficaria inelegível por um total de 12 anos. 
Obs2: O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral, respondendoa consulta, asseverou 
que as disposições previstas na Lei nº 12.875/2013 (alterações concernentes à divisão dos re-
cursos do fundo partidário e modificação da divisão do horário da propaganda eleitoral), que 
alteram o processo eleitoral, não terão aplicação nas eleições de 2014.
A consulta foi assim formulada:
1. As novas regras dispostas pela Lei nº 12.875/2013 a respeito da pro-
paganda eleitoral de candidatos alteram o processo eleitoral?
2. As novas regras estabelecidas pela Lei nº 12.875/2013 são considera-
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das válidas para as eleições de 2014?
Inicialmente, o Plenário afirmou que a Lei nº 12.875/2013 promoveu al-
terações significativas nos arts. 29 e 41-A da Lei nº 9.096/1995, concer-
nentes à divisão dos recursos do Fundo Partidário, além de ter modifi-
cado a divisão do horário da propaganda eleitoral.
Ressaltou que o art. 16 da Constituição da República dispõe: “a lei que 
alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, 
não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigên-
cia”.
No ponto, esclareceu que o princípio da anterioridade eleitoral inscrito 
nesse dispositivo visa impedir a edição de norma que possa causar de-
sigualdade entre os partidos e os candidatos ou que possa modificar os 
procedimentos já iniciados para a realização das eleições.
Destacou ser indubitável que a alteração introduzida pela Lei nº 
12.875/2013 altera o direito de os partidos políticos terem acesso ao rá-
dio e à televisão, previsto no § 3º do art. 17 da Constituição da Repúbli-
ca, o que desestabiliza as oportunidades de as agremiações acessarem 
os meios de comunicação social para difundir a propaganda eleitoral, 
reduzindo o tempo garantido à minoria na legislação original e aumen-
tando o espaço da maioria a partir de regra nova.
Dessa forma, respondeu afirmativamente à primeira pergunta e negati-
vamente ao segundo questionamento.
Consulta conhecida somente em parte.
(Consulta nº 433-44, Brasília/DF, rel. Min. Luciana Lóssio, em 29/05/2014).
Princípio da moralidade eleitoral
Com previsão no art. 14, § 9º, da CF, o princípio da moralidade eleitoral estabelece 
que pessoas que não tenham condições morais para exercer cargos públicos, vislumbrada, in-
clusive, a sua vida pregressa, devem ser consideradas inelegíveis, o que fundamentou, em 2010, 
a publicação da “Lei da Ficha Limpa” (LC 135/10).
Art. 14. (...).
§ 9º. Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e 
os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administra-
tiva, a moralidade para o exercício de mandato, considerada vida pre-
gressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra 
a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, car-
go ou emprego na administração direta ou indireta. 
Segundo a CF, portanto, LC pode fixar novas hipóteses de inelegibilidade para prote-
ger os seguintes institutos:
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PROVA OBJETIVA
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•	probidade administrativa;
•	moralidade para o exercício do mandato;
•	normalidade e legitimidade das eleições contra abusos do poder 
econômico ou político. 
A Súmula nº 13 do TSE entende que referido dispositivo não é autoaplicável: Não é 
autoaplicável o § 9º, art. 14, da Constituição, com a redação da Emenda Constitucional de Revisão 
nº 4/94. 
A LC 64/90, em seu art. 1º, regulamentou os casos de inelegibilidade baseados no 
princípio da moralidade. Referida LC sofreu alteração pela LC 135/2010, conhecida como Lei 
da Ficha Limpa, que aumentou as hipóteses de inelegibilidade, visando proteger a probidade 
administrativa e a moralidade no exercício do mandato. Destarte, passou-se a prever a inelegi-
bilidade dos candidatos que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida 
por órgão judicial colegiado, em razão da prática de crimes contra a economia popular, a fé 
pública, a administração pública e o patrimônio público; contra o patrimônio privado, o sis-
tema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência; e contra o 
meio ambiente e a saúde pública.
E, ainda, que serão declarados inelegíveis os candidatos que tenham cometido cri-
mes eleitorais para os quais a lei comine pena privativa de liberdade; de abuso de autorida-
de, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício 
de função pública; de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; de tráfico de entor-
pecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos; de redução à condição 
análoga à de escravo; contra a vida e a dignidade sexual; e praticados por organização crimi-
nosa, quadrilha ou bando.
Como se vê, a “Lei da Ficha Limpa” fundamenta-se na proteção da probidade admi-
nistrativa e da moralidade, considerando a vida pregressa do candidato.
Condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais
A Lei 9.504/97, em seus arts. 73 a 77, trata da proteção à moralidade quanto às con-
dutas dos agentes públicos que visem a reeleição. Como não precisam se afastar do cargo para 
realizar campanha política, podem se aproveitar da máquina pública para beneficiar sua própria 
candidatura. 
Senão vejamos:
Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as se-
guintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades en-
tre candidatos nos pleitos eleitorais:
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PROVA OBJETIVA
TJ-SP
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I - ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coli-
gação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou 
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos 
Municípios, ressalvada a realização de convenção partidária;
II - usar materiais ou serviços, custeados pelos Governos ou Casas Le-
gislativas, que excedam as prerrogativas consignadas nos regimentos e 
normas dos órgãos que integram;
III - ceder servidor público ou empregado da administração direta ou 
indireta federal, estadual ou municipal do Poder Executivo, ou usar de 
seus serviços, para comitês de campanha eleitoral de candidato, parti-
do político ou coligação, durante o horário de expediente normal, salvo 
se o servidor ou empregado estiver licenciado;
IV- fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido 
político ou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de ca-
ráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público;
V - nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa 
causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar 
ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir 
ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses 
que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de 
pleno direito, ressalvados:
a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou 
dispensa de funções de confiança;
b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, 
dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da 
República;
c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até 
o início daquele prazo;
d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funciona-
mento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa 
autorização do Chefe do Poder Executivo;
e) a transferência ou remoção ex officio de militares, policiais civis e de 
agentes penitenciários;
VI - nos três meses que antecedem o pleito:
a) realizar transferência voluntária de recursos da União aos Estados 
e Municípios, e dos Estados aos Municípios, sob pena de nulidade de 
pleno direito, ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação 
formal preexistente para execução de obra ou serviço em andamento 
e com cronograma prefixado, e os destinados a atender situações de 
emergência e de calamidade pública;
b) com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham con-
corrência no mercado, autorizar publicidade institucional dos atos, pro-
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PROVA OBJETIVATJ-SP
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gramas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, es-
taduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração 
indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim 
reconhecida pela Justiça Eleitoral;
c) fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário 
eleitoral gratuito, salvo quando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se 
de matéria urgente, relevante e característica das funções de governo;
VII - realizar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com pu-
blicidade dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das 
respectivas entidades da administração indireta, que excedam a média 
dos gastos no primeiro semestre dos três últimos anos que antecedem 
o pleito; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
VIII - fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos 
servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder 
aquisitivo ao longo do ano da eleição, a partir do início do prazo estabe-
lecido no art. 7º* desta Lei e até a posse dos eleitos.
§1º. Reputa-se agente público, para os efeitos deste artigo, quem exer-
ce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, no-
meação, designação, contratação ou qualquer outra forma de inves-
tidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou 
entidades da administração pública direta, indireta, ou fundacional.
§ 2º. A vedação do inciso I do caput não se aplica ao uso, em campanha, 
de transporte oficial pelo Presidente da República, obedecido o dispos-
to no art. 76, nem ao uso, em campanha, pelos candidatos a reeleição 
de Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Go-
vernador de Estado e do Distrito Federal, Prefeito e Vice-Prefeito, de 
suas residências oficiais para realização de contatos, encontros e reu-
niões pertinentes à própria campanha, desde que não tenham caráter 
de ato público.
§ 3º. As vedações do inciso VI do caput, alíneas b e c, aplicam-se apenas 
aos agentes públicos das esferas administrativas cujos cargos estejam 
em disputa na eleição.
§ 4º. O descumprimento do disposto neste artigo acarretará a suspen-
são imediata da conduta vedada, quando for o caso, e sujeitará os res-
ponsáveis a multa no valor de cinco a cem mil UFIR.
§ 5º. Nos casos de descumprimento do disposto nos incisos do caput e 
no § 10, sem prejuízo do disposto no § 4o, o candidato beneficiado, 
agente público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diplo-
ma.
§ 6º. As multas de que trata este artigo serão duplicadas a cada reinci-
dência.
§7º.As condutas enumeradas no caput caracterizam, ainda, atos de im-
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probidade administrativa, a que se refere o art. 11, inciso I, da Lei nº 
8.429, de 2 de junho de 1992, e sujeitam-se às disposições daquele di-
ploma legal, em especial às cominações do art. 12, inciso III.
§ 8º. Aplicam-se as sanções do § 4º aos agentes públicos responsáveis 
pelas condutas vedadas e aos partidos, coligações e candidatos que de-
las se beneficiarem.
§ 9º. Na distribuição dos recursos do Fundo Partidário (Lei nº 9.096, de 
19 de setembro de 1995) oriundos da aplicação do disposto no § 4º, de-
verão ser excluídos os partidos beneficiados pelos atos que originaram 
as multas.
§ 10. No ano em que se realizar eleição, fica proibida a distribuição gra-
tuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública, 
exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou 
de programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentá-
ria no exercício anterior, casos em que o Ministério Público poderá pro-
mover o acompanhamento de sua execução financeira e administrati-
va. (Incluído pela Lei nº 11.300, de 2006)
§ 11.  Nos anos eleitorais, os programas sociais de que trata o § 10 não 
poderão ser executados por entidade nominalmente vinculada a candi-
dato ou por esse mantida. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
§ 12.  A representação contra a não observância do disposto neste arti-
go observará o rito do art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18 de maio 
de 1990, e poderá ser ajuizada até a data da diplomação. (Incluído pela 
Lei nº 12.034, de 2009)
§ 13.  O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste ar-
tigo será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento 
no Diário Oficial. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
Art. 74.  Configura abuso de autoridade, para os fins do disposto no art. 
22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, a infringência do 
disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, ficando o respon-
sável, se candidato, sujeito ao cancelamento do registro ou do diplo-
ma. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009)
# Art. 37. (...).
§ 1º. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas 
dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de 
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou ima-
gens que autorizem promoção pessoal de autoridades ou servidores 
públicos. 
Art. 75. Nos três meses que antecederem as eleições, na realização de 
inaugurações é vedada a contratação de shows artísticos pagos com re-
cursos públicos.
Parágrafo único.  Nos casos de descumprimento do disposto neste arti-
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go, sem prejuízo da suspensão imediata da conduta, o candidato bene-
ficiado, agente público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou 
do diploma.(Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009)
Art. 76. O ressarcimento das despesas com o uso de transporte oficial 
pelo Presidente da República e sua comitiva em campanha eleitoral 
será de responsabilidade do partido político ou coligação a que esteja 
vinculado.
§ 1º. O ressarcimento de que trata este artigo terá por base o tipo de 
transporte usado e a respectiva tarifa de mercado cobrada no trecho 
correspondente, ressalvado o uso do avião presidencial, cujo ressarci-
mento corresponderá ao aluguel de uma aeronave de propulsão a jato 
do tipo táxi aéreo.
§ 2º. No prazo de dez dias úteis da realização do pleito, em primeiro 
turno, ou segundo, se houver, o órgão competente de controle interno 
procederá ex officio à cobrança dos valores devidos nos termos dos pa-
rágrafos anteriores.
§ 3º. A falta do ressarcimento, no prazo estipulado, implicará a comu-
nicação do fato ao Ministério Público Eleitoral, pelo órgão de controle 
interno.
§ 4º. Recebida a denúncia do Ministério Público, a Justiça Eleitoral apre-
ciará o feito no prazo de trinta dias, aplicando aos infratores pena de 
multa correspondente ao dobro das despesas, duplicada a cada reitera-
ção de conduta.
Art. 77.  É proibido a qualquer candidato comparecer, nos 3 (três) me-
ses que precedem o pleito, a inaugurações de obras públicas. (Redação 
dada pela Lei nº 12.034, de 2009)
Parágrafo único.  A inobservância do disposto neste artigo sujeita o in-
frator à cassação do registro ou do diploma. (Redação dada pela Lei nº 
12.034, de 2009)
Princípio da atipicidade eleitoral 
O princípio da atipicidade eleitoral, também denominado por alguns doutrinadores, 
como “princípio in dubio pro candidato”, tem como fundamento a proteção do exercício dos di-
reitos políticos no Estado Democrático de Direito, ao estabelecer que eventuais restrições a tais 
direitos ocorram sempre de forma minimalista, afim de que o exercício das plenas capacidades 
políticas dos cidadãos, nas suas dimensões ativa e passiva, seja preservado sempre que possível.
Como corolário do princípio da atipicidade eleitoral, surge o postulado segundo o 
qual onde não houver previsão de restrição a direitos políticos, não cabe ao intérprete fazê-la. 
Eventuais restrições, assim, ao exercício de tais direitos, devem obedecer à estrita legalidade. 
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TSE-Súmula nº 09. A suspensão de direitos políticos decorrentes de con-
denação criminal transitada em julgado cessa com o cumprimento ou a 
extinção da pena, independendo de reabilitação ou de provade repa-
ração dos danos. 
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2) SISTEMAS ELEITORAIS
Sistema de representação eleitoral
“O conjunto de técnicas e procedimentos que se empregam na realiza-
ção de eleições, destinadas a organizar a representação do povo no ter-
ritório nacional, se designa sistema eleitoral. Conjuga técnicas como a 
divisão do território em distritos ou circunscrições eleitorais, o método 
de emissão do voto, e os procedimentos de apresentação de candida-
tos e de designação dos eleitos de acordo com os votos emitidos”. (José 
Afonso da Silva)
Da análise da CF, denota-se a adoção de 02 (dois) sistemas de representação eleitoral: 
o sistema majoritário e o sistema proporcional.
Sistema majoritário
Considera-se eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos apurados, indepen-
dentemente da legenda partidária à qual estiver filiado.
É o sistema adotado para a eleição de Prefeito, Governador, Presidente da República 
(e respectivos vices), bem como para Senador.
Haverá, nas eleições majoritárias, exceto para o Senado e para a Chefia do Executivo 
nas cidades com menos de 200 mil eleitores, dois turnos de votação, salvo se algum dos candi-
datos obtiver a maioria absoluta dos votos no primeiro turno, NÃO se computando os votos 
em branco e os nulos.
O sistema majoritário pode ser:
- Por maioria simples, pelo qual está eleito o candidato mais votado. Adotado para a 
eleição de Senador da República, bem como para Prefeito e Vice-Prefeito de cidades com popu-
lação igual ou inferior a 200 mil eleitores.
- Por maioria absoluta, pelo qual está eleito o candidato que obtiver mais da metade 
dos votos, não se computando os votos em branco e nulos. Adotado para Presidente da Repú-
blica, Governador de Estado, Governador do DF e Prefeito de cidades com mais de duzentos mil 
eleitores, bem como respectivos vices.
Sistema proporcional
Segundo José Afonso da Silva, por este sistema, “pretende-se que a representação, 
em determinado território (circunscrição), se distribua em proporção às correntes ideológicas 
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ou de interesse integrada nos partidos políticos concorrentes”.
É empregado para eleições destinadas ao preenchimento de cargos do Poder Legis-
lativo (à exceção do cargo de Senador), ou seja: Deputado Federal, Deputado Estadual, Deputa-
do Distrital e Vereador.
Para se saber se determinado candidato foi ou não eleito, deve-se fazer um cálculo 
aritmético: descobrir os números referentes ao quociente eleitoral, partidário e à distribuição 
das sobras.
Mas, mesmo nas eleições pelo sistema proporcional, pode ocorrer a eleição por maio-
ria de votos. É o que prevê o seguinte dispositivo do Código Eleitoral:
Art. 111. Se nenhum Partido ou coligação alcançar o quociente eleito-
ral, considerar-se-ão eleitos, até serem preenchidos todos os lugares, os 
candidatos mais votados.
A esta situação dá-se o nome de“Sistema Distritão”. 
Quociente Eleitoral (QE) (nº de votos válidos/nº de lugares a preencher no parlamen-
to) = número mínimo necessário para que um partido político ou coligação eleja um parlamen-
tar.
É calculado a partir da divisão entre o número de votos válidos (todos os votos dados 
aos partidos e aos candidatos, excluídos desse cômputo, os votos em branco e nulos) e o nú-
mero de lugares a preencher no parlamento, desprezando-se a fração igual ou inferior a meio e 
elevando-se para um a fração superior a meio.
O partido ou coligação elegerá tantos candidatos quantas vezes atingir o número de 
votos indicados pelo QE. Se não atingir nenhuma vez o número, não elegerá representantes no 
parlamento.
Quociente Partidário (QP) (nº de votos conquistados pelo partido/quociente elei-
toral) = número de vagas obtidas pelos diversos partidos e coligações em determinado pleito 
eleitoral.
É obtido através da divisão entre o número de votos conquistados pelo partido ou 
coligação e o quociente eleitoral, desprezando-se a fração.
Art. 108. Estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido 
ou coligação que tenham obtido votos em número igual ou superior a 
10% (dez por cento) do quociente eleitoral, tantos quantos o respectivo 
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quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada 
um tenha recebido. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
Parágrafo único. Os lugares não preenchidos em razão da exigência de 
votação nominal mínima a que se refere o caput serão distribuídos de 
acordo com as regras do art. 109. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
VUNESP/ TJRJ/ 2016 - O quociente eleitoral é instrumento do sistema proporcional, 
sendo determinado dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo de lugares a 
preencher em cada circunscrição eleitoral, desprezada a fração se igual ou inferior a meio, 
equivalente a um, se superior.
ATENÇÃO: VOTAÇÃO NOMINAL MÍNIMA: ainda que atingido o quociente 
partidário, somente serão eleitos os candidatos que obtiverem um número mínimo de votos, 
correspondentes a 10% do quociente eleitoral, afim de impedir que candidatos que receberam 
um número ínfimo de votos sejam eleitos apenas em virtude da representatividade do partido 
político.
Distribuição das sobras - técnica aplicada no caso de, após o cálculo do quociente 
partidário, houver vaga a ser preenchida. Está prevista no Código Eleitoral:
Art. 109. Os lugares não preenchidos com a aplicação dos quocientes 
partidários e em razão da exigência de votação nominal mínima a que 
se refere o art. 108 serão distribuídos de acordo com as seguintes regras: 
(Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
I - dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada partido ou 
coligação pelo número de lugares definido para o partido pelo cálculo 
do quociente partidário do art. 107, mais um, cabendo ao partido ou 
coligação que apresentar a maior média um dos lugares a preencher, 
desde que tenha candidato que atenda à exigência de votação nominal 
mínima; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
II - repetir-se-á a operação para cada um dos lugares a preencher; 
(Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
III - quando não houver mais partidos ou coligações com candidatos que 
atendam às duas exigências do inciso I, as cadeiras serão distribuídas 
aos partidos que apresentem as maiores médias. (Redação 
dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
§ 1o O preenchimento dos lugares com que cada partido ou coligação 
for contemplado far-se-á segundo a ordem de votação recebida por 
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seus candidatos. (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
§ 2o Somente poderão concorrer à distribuição dos lugares os partidos 
ou as coligações que tiverem obtido quociente eleitoral. (Redação 
dada pela Lei nº 13.165, de 2015)
§ 2o Poderão concorrer à distribuição dos lugares todos os partidos 
e coligações que participaram do pleito. (Redação dada pela Lei nº 
13.488, de 2017)
Síntese dos sistemas eleitorais:
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3) FASES DO PROCESSO ELEITORAL 
3.1. Alistamento 
 
“Alistamento eleitoral é o ato pelo qual o indivíduo se habilita, perante a Justiça Elei-
toral, como eleitor e sujeito de direitos políticos, conquistando a capacidade eleitoral ativa (di-
reito de votar)” – Armando Antônio Sobreira Neto.
Trata-se de ato declaratório e constitutivo, que atribui capacidade eleitoral ativa ao 
cidadão. 
É obrigatório para os brasileiros natos e naturalizados maiores de 18 anos (CF, art. 
14, § 1º, I). É facultativo para os analfabetos; para os maiores de setenta anos de idade e para os 
maiores de 16 e menores de 18 anos de idade.
Em se tratando de brasileiro naturalizado, o alistamento e o voto devem ocorrer em 
até 01 ano, contado da naturalização. 
O analfabeto pode adquirir capacidade eleitoral ativa através do alistamento, mas 
não possui capacidade eleitoral passiva, pois o analfabetismo é causade inelegibilidade. 
São inalistáveis apenas e tão-somente:
a) os estrangeiros; (Art. 14, § 2º, CF) 
Português equiparado, desde que haja reciprocidade em favor de brasileiros residen-
tes em Portugal, pode votar e ser votado, salvo para os cargos privativos de brasileiro 
nato.
b) os conscritos (homens que se encontram prestando serviço militar obrigatório 
para as Forças Armadas); (Art. 14, § 2º, CF)
c) os que tenham perdido os direitos políticos em razão do cancelamento da natura-
lização por sentença transitada em julgado, pela prática de atividade nociva ao inte-
resse nacional; (Art. 15, I, CF)
d) os que tenham perdido os direitos políticos em razão da aquisição de outra na-
cionalidade por naturalização voluntária, salvo nos casos de reconhecimento da na-
cionalidade originária pela lei estrangeira, ou de imposição da naturalização como 
condição para permanência ou exercício dos direitos civis; (Art. 12, § 4º, II, a e b)
e) os que tenham os seus direitos políticos suspensos, nos casos de:
- incapacidade civil absoluta; (Art. 15, II, CF)
- condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem os seus efeitos; (Art. 
15, III, CF)
- recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa; (Art. 15, IV, 
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CF) ou
- improbidade administrativa (Art. 15, V, CF).
A partir de uma interpretação sistemática do texto constitucional, também são ina-
listáveis os menores de dezesseis anos de idade, que não completarem esta idade até a data do 
pleito (Resolução TSE nº 21.538/03). Destaca-se que, nos termos da citada resolução, é possível 
o alistamento de menor, com 15 anos de idade, desde qe o mesmo complete 16 anos até a data 
do pleito. Todavia, mesmo neste caso, o requerimento de inscrição não será recebido dentro 
dos 150 dias anteriores à data da eleição.
Inscrição eleitoral é ato de preenchimento do Requerimento de Alistamento Eleitoral 
– RAE. 
Nos termos do parágrafo único do Art. 42, do CE, para o efeito da inscrição, é domicí-
lio eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistado mais de 
uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas.
IMPORTANTE:
Ac.-TSE nº 16.397/2000: “O conceito de domicílio eleitoral não se con-
funde com o de domicílio do direito comum, regido pelo Direito Civil. 
Mais flexível e elástico, identifica-se com a residência e o lugar onde o 
interessado tem vínculos políticos e sociais”. No mesmo sentido, Ac.-TSE 
nºs 21.829/2004 e 4.769/2004.
A rigor, a entrega do título eleitoral independe de apreciação judicial, salvo em caso 
de dúvidas sobre a pessoa do eleitor.
Incumbe aos partidos políticos, na pessoa de seus delegados, e ao MP Eleitoral, na 
pessoa do Promotor de Justiça Eleitoral, a fiscalização do procedimento. A eles a lei eleitoral 
outorgou legitimidade para impugnar, no prazo de 10 dias, o ato judicial de deferimento do 
pedido de alistamento eleitoral. O prazo é contado a partir da exposição da lista contendo a 
relação das inscrições incluídas no cadastro eleitoral. Essa listagem é posta à disposição dos 
partidos políticos e do MP pelo Cartório Eleitoral nos dias 1º e 15 de cada mês ou no primeiro 
dia útil seguinte a essas datas.
Em caso de indeferimento do pedido de alistamento, o próprio eleitor tem legitimi-
dade para, no prazo de 5 (cinco) dias, interpor recurso. 
Os recursos interpostos, seja no caso de deferimento, seja no caso de indeferimento, 
serão processados e julgados pelo TRE, no prazo de 05 (cinco) dias. 
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De acordo com o art. 91 da Lei nº 9.504/97 nenhum requerimento de inscrição elei-
toral ou de transferência será admitido no período de 150 (cento e cinquenta) dias anteriores à 
data da eleição.
Consequencias do não alistamento
Se o brasileiro nato não se alistar eleitor até os 19 anos de idade, incorrerá em multa 
a ser arbitrada pelo Juiz Eleitoral e cobrada no ato de inscrição. Não se aplicará a pena de multa 
ao não alistando que requerer sua inscrição eleitoral até o 151º (centésimo quinquagésimo pri-
meiro) dia anterior à eleição subsequente à data em que completar os 19 anos – Resolução nº 
21.538/03, art. 15, parágrafo único.
À mesma penalidade estará sujeito o brasileiro naturalizado que não se alistar eleitor 
até 1 (um) ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira.
Transferência e segunda via
O pedido de transferência do alistamento eleitoral deve cumprir os seguintes requi-
sitos: entrada do requerimento no cartório eleitoral do novo domicílio até 151 dias antes da 
eleição; transcurso de, pelo menos, 1 ano da inscrição ou da última transferência; residência mí-
nima de 3 meses no novo domicílio, declarada sob as penas da lei, pelo próprio eleitor e prova 
de quitação com a Justiça Eleitoral. 
Com efeito, segundo o Art. 91, da Lei 9.504/97, nenhum requerimento de inscrição 
eleitoral ou de transferência será recebido dentro dos cento e cinqüenta dias anteriores à data 
da eleição.
Indeferido o pedido de transferência, caberá recurso, no prazo de 3 (três) dias, para 
o TRE. Esse recurso pode ser interposto pelo eleitor ou por partido político. Também é cabível 
recurso dos pedidos de transferência deferidos, no mesmo prazo, contado da divulgação da lis-
tagem contendo a relação de inscrições atualizadas no cadastro, por qualquer partido ou pelo 
MP (Art. 57, § 2º, CE).
Quando o eleitor estiver em situação irregular (por ex. cancelamento automático, 
perda e suspensão dos direitos políticos etc.), não poderá pedir a transferência, salvo após regu-
larizar sua situação perante a Justiça Eleitoral.
Ainda, o pedido de segunda via do título de eleitor pode ser feito em ano eleitoral até 
dez dias antes da eleição, porém, mesmo sem o título, o eleitor poderá votar regularmente ao 
apresentar outro documento que o identifique perante a mesa receptora de votos. 
Se o pedido de segunda via for baseado na inutilização ou dilaceração, deve ser ins-
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truído com a primeira via do título. No caso de perda ou extravio, o juiz, após receber o requeri-
mento, fará publicar, pelo prazo de 5 dias, a notícia da perda ou do extravio, deferindo o pedido, 
findo este prazo, se não houver impugnação. 
Causas de cancelamento da inscrição eleitoral (Art. 71, caput, do CE)
a) infração aos arts. 5º e 42
O art. 5º do CE não tem mais aplicabilidade.
Já o art. 42 trata das regras do domicílio eleitoral. 
b) suspensão ou perda dos direitos políticos;
c) pluralidade de inscrições;
d) falecimento do eleitor; 
O óbito de cidadãos alistáveis deve ser comunicado à Justiça Eleitoral, pelos oficiais 
de registro civil, até o dia 15 (quinze) de cada mês consecutivo ao do falecimento, sob as penas 
do art. 293 do CE (art. 71, §3º).
e) deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas. – “abstenção reiterada”
A ocorrência de qualquer dessas causas acarretará a exclusão do eleitor, que poderá 
ser promovida ex officio, a requerimento de delegado de partido ou de qualquer eleitor”.
De acordo com o art. 81 do Código Eleitoral, cessada a causa do cancelamento, pode-
rá o interessado requerer novamente a inscrição eleitoral.
Revisão do eleitorado
O TRE, ao receber denúncia fundamentada de fraude no alistamento eleitoral, deverá 
realizar correição, sob a responsabilidade da Corregedoria Regional Eleitoral. O eleitor que não 
comparecer à revisão terá a sua inscrição eleitoral cancelada de ofício. 
Em regra, não haverá revisão em ano eleitoral, salvo nos casos excepcionais, devida-
mente autorizados pelo TSE. 
Segundo dispõe a Lei 9.504/97 – Lei das Eleições:
Art. 92. O Tribunal Superior Eleitoral, ao conduzir o processamento dos 
títulos eleitorais, determinará de ofício a revisão ou correição das Zonas 
Eleitorais sempre que:
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I – o total de transferências de eleitores ocorridas no ano em curso seja 
dez por cento superior ao do ano anterior;
II – o eleitorado for superior ao dobro da população entre dez equinze 
anos, somada à de idade superior a setenta anos do território daquele 
Município;
III – o eleitorado for superior a sessenta e cinco por cento da população 
projetada para aquele ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística (IBGE).
Res.-TSE nº 21.538/2003, arts. 58 a 76: normas sobre revisão do eleitorado. Res.-TSE nº 
21.372/2003: correições ordinárias pelo menos uma vez a cada ano. Res.-TSE nºs 20.472/1999, 
21.490/2003, 22.021/2005 e 22.586/2007, dentre outras: necessidade de preenchimento cumu-
lativo dos três requisitos.
Res.-TSE nºs 20.472/1999 e 21.490/2003: revisão quando o eleitorado for superior a 
80% da população. Res.-TSE nº 21.490/2003: nos municípios em que a relação eleitorado/popu-
lação for superior a 65% e menor ou igual a 80%, o cumprimento do disposto neste artigo se dá 
por meio da correição ordinária anual prevista na Res.-TSE nº 21.372/2003.
Res.-TSE nº 21.538/2003, art. 58, § 2º: Não será realizada revisão de eleitorado em ano 
eleitoral, salvo em situações excepcionais, quando autorizada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Fiscalização do alistamento
3.2. Fase preparatória
As medidas preliminares às votações, (tais como a composição e organização das me-
sas receptoras de votos; a escolha, designação e treinamento dos mesários e escrutinadores), 
são de responsabilidade dos Tribunais Regionais Eleitorais (nos Estados e no DF) e dos Juízes 
Eleitorais (nas zonas eleitorais).
Mesas receptoras
São órgãos administrativos da Justiça Eleitoral, subordinadas diretamente ao Juiz 
eleitoral. Cada mesa receptora é composta por seis membros, a saber: um Presidente, um Pri-
meiro Mesário, um Segundo Mesários, dois Secretários e um suplente. Os membros são nomea-
dos pelo Juiz Eleitoral de cada Zona, 60 (sessenta) dias antes das eleições, preferencialmente 
entre eleitores da própria Seção Eleitoral e, dentre estes, os diplomados em escola superior, os 
professores e os serventuários da Justiça.
Dispõe o art. 63, da Lei das Eleições que qualquer partido pode reclamar ao Juiz Elei-
toral, no prazo de cinco dias, da nomeação da Mesa Receptora, devendo a decisão ser proferida 
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em 48 horas.
Haverá uma Mesa Receptora para cada Seção Eleitoral, salvo no caso de agregação 
(CE, arts. 117 e 119), visando à racionalização dos trabalhos eleitorais, desde que não importe 
qualquer prejuízo à votação (Resolução TSE nº 23218/10, art. 8º, parágrafo único).
NÃO poderão compor a Mesa eleitoral (CE, art. 120), seja como presidente ou mesá-
rio:
- os candidatos e seus parentes ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusi-
ve, e bem assim o cônjuge;
- os membros de Diretórios de partidos desde que exerçam função executiva;
- as autoridades e agentes policiais, bem como funcionários no desempenho de car-
gos de confiança do Executivo;
- os que pertencerem ao serviço eleitoral.
*As pessoas pertencentes ao serviço eleitoral poderão ser nomeadas para atuar 
em Mesas que sejam exclusivamente receptoras de justificativas (Resolução TSE nº 
23218/10, art. 10, § 3º). 
- menores de 18 anos 
- parentes em qualquer grau ou servidores da mesma repartição pública ou empresa 
privada na mesma mesa, turma ou junta eleitoral.
* Não se incluem nessa proibição os servidores de dependências diversas do mesmo 
Ministério, Secretaria de Estado, Secretaria de Município, autarquia ou fundação pú-
blica de qualquer ente federativo; de sociedade de economia mista ou empresa pú-
blica, e os serventuários de cartórios judiciais e extrajudiciais diferentes (Resolução 
TSE nº 23.218/10, art. 10, § 5º).
O juiz eleitoral nomeará os membros das mesas, publicando os respectivos nomes 
no jornal oficial, onde houver, e, não havendo, em cartório, intimando os mesários através dessa 
publicação para constituírem as mesas no dia e lugares designados. É conferido o prazo de 05 
dias, a contar da nomeação, para apresentarem motivos de impedimento. Da decisão do juiz 
eleitoral que acolhe ou não o motivo, cabe recurso para o TRE.
Os partidos políticos, as coligações e o MP também podem apresentar impugnação 
(reclamação), no prazo de 05 dias, contados da audiência de nomeação do mesário, sob pena de 
preclusão. O Juiz deverá decidir, no prazo de 48 horas, cabendo recurso (inominado), no prazo 
de 03 dias, para o TRE. 
Os membros que não declararem a existência de qualquer impedimento ficam sujei-
tos às sanções previstas no art. 310 do CE (pena de detenção de até seis meses ou pagamento 
de multa).
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Prevê o Código Eleitoral (Art. 124) que o membro da Mesa Receptora que não com-
parecer no local, em dia e hora determinados para a realização da eleição, sem justa causa apre-
sentada ao Juiz Eleitoral até 30 (trinta) dias após, incorrerá em multa de 50% (cinqüenta por 
cento) a 1 (um) salário mínimo vigente na Zona Eleitoral.
IMPORTANTE
Ac.-TSE, de 28.4.2009, no HC nº 638: «O não comparecimento de mesá-
rio no dia da votação NÃO configura o crime estabelecido no art. 344 do 
CE, pois prevista punição administrativa no art. 124 do referido diplo-
ma, o qual não contém ressalva quanto à possibilidade de cumulação 
com sanção de natureza penal”. No mesmo sentido, Ac.-TSE nº 21/1998.
3.3. Votação 
- Lugares de votação (CE, art. 135): locais onde funcionam as mesas receptoras. São 
indicados pelos Juízes Eleitorais 60 dias antes das eleições. Há publicação na imprensa oficial, 
nas capitais, e mediante editais afixados no local de costume, nas demais Zonas Eleitorais.
Deve-se dar prioridade aos edifícios públicos, mas nada impede o uso de proprie-
dades particulares se faltarem aqueles em número e condições adequadas. As propriedades 
particulares são obrigatórias e gratuitamente cedidas para esse fim.
Fica vedada a escolha de locais pertencentes a candidato, membro de diretório de 
partido, delegado de partido ou autoridade policial, bem como dos respectivos cônjuges e 
parentes, consanguíneos ou afins, até o 2º grau. Proíbe-se, também, a localização de Seções 
Eleitorais em fazenda, sítio ou qualquer propriedade rural privada, mesmo que exista no local 
prédio público, incorrendo o Juiz nas penas do art. 312, em caso de infringência.
Da designação dos lugares de votação poderá qualquer partido reclamar ao Juiz Elei-
toral, no prazo de três dias, contados da publicação, devendo a decisão ser proferida em qua-
renta e oito horas. Da decisão do Juiz Eleitoral caberá recurso para o Tribunal Regional, no prazo 
de três dias. 
Nos termos do art. 136 do Código Eleitoral, deverão ser instaladas Seções nas vilas 
e povoados, assim como nos estabelecimentos de internação coletiva, inclusive para cegos, e 
nos leprosários onde haja, pelo menos, 50 (cinquenta) eleitores.
 
ATENÇÃO: O voto é obrigatório para: os maiores de 18 (dezoito) anos; facultativo 
para: a) os analfabetos; b) os maiores de 70 (setenta) anos; c) os maiores de 16 (dezesseis) e me-
nores de 18 (dezoito); e vedado para: a) os estrangeiros; b) os conscritos, durante o período do 
serviço militar obrigatório.
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- Mesas receptoras – Lei 9.504/97:
Art. 63. Qualquer partido pode reclamar ao Juiz Eleitoral, no prazo de 
cinco dias, da nomeação da Mesa Receptora, devendo a decisão ser pro-
ferida em 48 horas.
§ 1º Da decisão do Juiz Eleitoral caberá recurso para o Tribunal Regional, 
interposto dentro de três dias, devendo ser resolvido em igual prazo.
§ 2º Não podem ser nomeados Presidentes e mesários os menores de 
dezoito anos.
Art. 64. É vedada a participação de parentes em qualquer grau ou de 
servidores da mesma repartição pública ou empresa privada na mesma 
Mesa, Turma ou Junta Eleitoral.
- Sistema eletrônico de votação
Adota-se, prioritariamente, o sistema eletrônico de votação, mas, no caso de não fun-
cionamento das urnas, terá de ser utilizado o método tradicional das cédulas.
O que é zerésima?
Antes de se permitir que o primeiro eleitor venha a votar, o Presidente da Mesa Re-
ceptora deverá providenciara emissão da zerésima, isto é, um documento emitido pela urna 
eletrônica, comprobatório de que não consta nenhum voto nela inserido até aquele momento. 
- As eleições são realizadas, simultaneamente, em todo o país, no primeiro domingo 
do mês de outubro, em primeiro turno, e no último domingo do mês de outubro, em segundo 
turno, onde houver, por sufrágio universal e voto direto e secreto.
- Vedado o uso de celular ou máquina filmadora ou fotográfica.
- Preferência na votação (Art. 143, § 2º, CE): observada a prioridade assegurada aos 
candidatos, têm preferência para votar o Juiz Eleitoral da Zona, seus auxiliares de serviço, os 
eleitores de idade avançada, os enfermos e as mulheres grávidas.
Ainda, policiais em efetivo exercício no dia da eleição, fiscais e delegados de partidos 
e coligações devidamente munidos das respectivas credenciais e empregados da Empresa Bra-
sileira de Correios e Telégrafos – ECT, em serviço.
- Justificativa de não comparecimento à eleição: o eleitor que estiver fora do seu do-
micílio no dia da eleição poderá comparecer a qualquer seção eleitoral mais próxima de onde 
estiver, ou naquela indicada pela Justiça Eleitoral, e justificar a ausênciado pleito. Não compare-
cendo à seção de justificação, poderá, ainda, justificar a sua ausência, no prazo de 60 (sessenta) 
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dias da eleição, por meio de requerimento dirigido ao Juiz Eleitoral. Se o eleitor estiver no dia 
da eleição no exterior, terá o prazo de 30 (trinta) dias, a contar do seu retorno ao Brasil, para 
justificar a falta.
- A votação é permitida apenas na Seção em que estiver incluído o nome do eleitor – 
a Lei 9.504/97 não permite exceções em se tratando de votação através de urna eletrônica: 
Art. 62. Nas Seções em que for adotada a urna eletrônica, somente pode-
rão votar eleitores cujos nomes estiverem nas respectivas folhas de vota-
ção, não se aplicando a ressalva a que se refere o art. 148, § 1º, da Lei nº 
4.737, de 15 de julho de 1965 – Código Eleitoral.
3.4. Apuração, totalização dos votos e proclamação dos eleitos
» Incumbe a cada urna eletrônica contabilizar os respectivos votos, resguardado o 
sigilo e a inviolabilidade, garantindo aos partidos políticos, coligações e candidatos a ampla 
fiscalização de todo o processo (Lei nº 9.504/97, art. 61).
» Boletins de urna (BU): são emitidos em cada seção eleitoral, devendo ser impressos 
em 05 vias obrigatórias e em até 15 vias adicionais. A não expedição do BU imediatamente após 
a votação, exceto nos casos de defeito da própria urna eletrônica, constitui o crime inserto no § 
2º do art. 68 da Lei 9.504/97.
ATENÇÃO:
O art. 5º da Lei nº 12.034 previu que, a partir das eleições de 2014, além do voto ele-
trônico, a urna deveria também imprimir um voto em papel para ser conferido pelo eleitor e 
depositado em local previamente lacrado.
O STF julgou essa previsão INCONSTITUCIONAL sob o argumento de que haveria 
maiores possibilidades de violação ao sigilo dos votos, além de potencializar falhas e impedir o 
transcurso regular dos trabalhos nas diversas seções eleitorais (STF. Plenário. ADI 4543/DF, rel. 
Min. Cármen Lúcia, julgado em 6/11/2013).
Teoria da “própria conta e risco” e “teoria dos votos engavetados”
Lei 9.504/97:
Art. 16-A.O candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar 
todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horá-
rio eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na 
urna eletrônica enquanto estiver sob essa condição, ficando a validade 
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dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro 
por instância superior.
Parágrafo único. O cômputo, para o respectivo partido ou coligação, 
dos votos atribuídos ao candidato cujo registro esteja sub judice no dia 
da eleição fica condicionado ao deferimento do registro do candidato. 
Como se vê, a participação do candidato sub judice nos atos relacionados à campa-
nha eleitoral, dá-se por sua “conta e risco”. Isso porque, a validade dos votos atribuídos a esse 
candidato ficará condicionada ao deferimento do seu pedido de registro perante a Justiça Elei-
toral. No momento da apuração, a computação dos votos a ele atribuídos deve ser realizada 
em separado (os votos ficarão “engavetados”, daí o nome da teoria) e não são contabilizados 
para qualquer fim até que a Justiça Eleitoral julgue o respectivo pedido de registro. Vindo a ser 
deferido, mesmo que posteriormente à data da eleição, os votos dados devem ser “desengave-
tados” e contabilizados normalmente ao candidato até então sub judice, inclusive, se for o caso, 
realizando-se um novo cálculo dos quocientes eleitoral e partidário. Por outro lado, vindo a ser 
indeferido o pedido de registro, os votos serão definitivamente descartados. 
Art. 16-B. O disposto no art. 16-A quanto ao direito de participar da 
campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito, apli-
ca-se igualmente ao candidato cujo pedido de registro tenha sido pro-
tocolado no prazo legal e ainda não tenha sido apreciado pela justiça 
eleitoral. 
As teorias “da propria conta e risco” e dos “votos engavetados” não se aplicam, contu-
do, por ausência de previsão legal, quando da interposição de AIME ou RCD, mas apenas quan-
do do ajuizamento da AIRC. 
Ainda a esse respeito: Informativo TSE nº 33/2011 – Não contagem de votos de can-
didatos com registro indeferido.
Ementa: RECURSO CONTRA EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA. CÔMPUTO DE 
VOTOS.
Não são computados para partido ou coligação os votos atribuídos a 
candidato com registro indeferido (art. 16-A, parágrafo único, da Lei nº. 
9.504/97). Agravo regimental não provido (Agravo Regimental no Re-
curso contra Expedição de Diploma nº 1623/RR, Rel. Min. Arnaldo Ver-
siani, DJE de 3.11.2011). 
- Nas eleições municipais, a apuração compete às Juntas Eleitorais; nas eleições gerais 
(Governador, Senador e Deputados), aos Tribunais Regionais Eleitorais; e, nas eleições presiden-
ciais, ao Tribunal Superior Eleitoral.
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- Após a apuração e totalização dos votos, cabe à Justiça proclamar o resultado oficial 
das eleições.
3.5. Diplomação
É o ato pelo qual a Justiça Eleitoral atesta quem são, efetivamente, os eleitos e os 
respectivos suplentes com a entrega do diploma devidamente assinado. Com a diplomação os 
eleitos se habilitam a exercer o mandato que postularam, mesmo que haja recurso pendente 
de julgamento.
Trata-se de ato jurisdicional não contencioso (ato de jurisdição voluntária) de cunho 
declaratório.
- Competência:
- TSE: Presidente e Vice-Presidente;
- TRE: Governador e Vice-Governador, Senador, Deputado Federal, Deputado Esta-
dual e Deputado Distrital.
- Junta Eleitoral: Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.
Nos Municípios com várias juntas eleitorais a competência será daquela que for pre-
sidida pelo Juiz Eleitoral mais antigo.
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28
4) DIREITOS POLÍTICOS
Definição
Os direitos políticos representam o poder que possui o nacional de participar ativa e 
passivamente da estrutura governamental estatal. Em outras palavras, é o conjunto de regras 
que disciplina a forma de atuação da soberania popular em um determinado Estado. 
Como a pessoa adquire os direitos inerentes à cidadania?
Os direitos inerentes à cidadania são adquiridos no momento da formalização do alis-
tamento, isto é, na ocasião em que o indivíduo obtém, nos termos da lei, a qualidade de eleitor 
e, “ipso facto”, adquire o direito de votar nas eleições em geral, nos plebiscitos e nos referendos, 
bem como de subscrever projetos de lei de iniciativa popular. A capacidade eleitoral passiva 
(direito de ser votado), contudo, é gradativa, isto é, aos 18 (dezoito anos), desde que preencham 
os demais requisitos de elegibilidade, adquire-se a capacidade para ser Vereador; aos 21 anos 
(vinte e um) anos, para ser Deputado Estadual, Distrital, Deputado Federal, Prefeito ou Vice-Pre-
feito; aos 30 (trinta)anos, para Governador e Vice-Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
e aos 35 (trinta e cinco) anos, para Presidente, Vice-Presidente da República e Senador. 
VUNESP/ TJRJ/ 2014 - A capacidade eleitoral ativa consiste nos direitos políticos do 
cidadão de votar e ser votado.
Na lição de José Afonso da Silva, “direitos políticos ativos consistem no conjunto de 
normas que asseguram o direito subjetivo de participação no processo político e nos órgãos 
governamentais”. 
Os direitos políticos passivos ou capacidade eleitoral passiva, por sua vez, estão rela-
cionados com a elegibilidade da pessoa ou o direito de ser votada. 
Fundamento
Nos termos da CF:
Art. 1º(...).
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
O Brasil é, assim, simultaneamente uma democracia direta e representativa (é, pois, 
uma democracia semidireta ou participativa). 
Com efeito, a democracia semidireta ou participativa, é caracterizada pela combina-
CURSO PARA A 
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ção da representação popular definida nas eleições com a existência de meios de participação 
direta do povo no exercício do poder soberano do Estado. A esses meios chamamos de “institu-
tos da democracia participativa”, destacando-se o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular 
de lei, previstos constitucionalmente e regulamentados pela Lei nº 9.709/98. 
Democracia direta e representativa
Democracia direta (art. 14, CF)
São instrumentos que viabilizam o exercício da democracia direta (soberania popu-
lar):
a) Sufrágio: direito público subjetivo de natureza política de votar e ser votado. Este 
sufrágio pode ser:
•	 restrito – quando existem limitações ao exercício do sufrágio por motivos diver-
sos, tais como fortuna, grau de instrução, sexo ou raça.
•	 Universal – quando eliminadas as restrições ao exercício do voto.
b) Voto: é direto, secreto, periódico e universal (tais características são, inclusive, cláu-
sula pétrea).
Voto é o meio de exercício do sufrágio, ao passo que escrutínio é o modo do exercício 
do voto. 
Hipóteses de voto indireto
1) Art. 81, §1º: eleições indiretas (feitas pelo CN) para Presidente da República quando 
houver vacância nos cargos de Presidente e Vice, no segundo período do mandato.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da Repúbli-
ca, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º. Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presiden-
cial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da últi-
ma vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
§ 2º. Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de 
seus antecessores. 
2) Art. 224, §§ 3º e 4º: realização de novas eleições em virtude da perda do mandato 
de candidato eleito pelo sistema majoritário.
§ 3º A decisão da Justiça Eleitoral que importe o indeferimento do regis-
tro, a cassação do diploma ou a perda do mandato de candidato eleito 
CURSO PARA A 
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30
em pleito majoritário acarreta, após o trânsito em julgado, a realização 
de novas eleições, independentemente do número de votos anulados.               
 § 4o A eleição a que se refere o § 3o correrá a expensas da Justiça Elei-
toral e será:            
I - indireta, se a vacância do cargo ocorrer a menos de seis meses do final 
do mandato;            
II - direta, nos demais casos. 
c) Plebiscito: instrumento de consulta direta e originária à população, sobre determi-
nada matéria. Inexiste qualquer deliberação anterior sobre o assunto. 
•	 Ex.: plebiscito para divisão do Estado do Pará.
 
d) Referendo: instrumento de consulta direta à população, acerca de matéria já deli-
berada pelo Poder Público. 
•	 Ex.: referendo sobre o Estatuto do Desarmamento. 
Ressalte-se que cabe ao Congresso Nacional autorizar plebiscito e convocar referen-
do. (Art. 49, XV).
e) Iniciativa popular de leis: a CF dificulta sobremaneira a utilização deste instrumen-
to, impondo requisitos de difícil execução (art. 61, §2º), quais sejam:
•	 Que o projeto de lei seja subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional;
•	 Distribuído por, pelo menos, 05 Estados;
•	 Com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.
Dois projetos de lei de iniciativa popular foram aprovados em matéria eleitoral: Lei 
da Ficha Limpa e Lei 9840/99 (lei que alterou o art. 41 da lei 9504/97, transformando em crime a 
compra de votos mediante promessas eleitorais). 
Democracia representativa
No tema, destacam-se os seguintes tópicos:
a) Condições de elegibilidade (art. 14, §3º)
Para que o indivíduo possa ser eleito, é preciso, antes, que preencha determinados 
requisitos (condições de elegibilidade) e não incorra em nenhuma das hipóteses de inelegibili-
dade previstas em lei, além de ter que atender às condições de registrabilidade.
Existe uma diferença teórica, sustentada pela jurisprudência do TSE e do STF, entre as 
condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade, residente no fato de que é admitida 
a disciplina infraconstitucional das condições de elegibilidade por lei ordinária, enquanto que 
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as causas de inelegibilidade, no plano infraconstitucional, só podem ser criadas e disciplinadas 
por lei complementar.
Existem duas espécies de condições de elegibilidade: (a) expressas (próprias, 
típicas ou nominadas): contidas no art. 14, § 3º da CF; (b) implícitas (impróprias, atípicas ou 
inominadas): verdadeiros obstáculos ou impedimentos eleitorais relacionados à participação 
no pleito eletivo (ser escolhido em convenção partidária, desincompatibilização, ser alfabetiza-
do, quitação eleitoral, etc). 
São condições de elegibilidade:
I. Nacionalidade brasileira
» excluem-se os estrangeiros;
» o art. 12, §3º, discorre sobre cargos privativos de brasileiros natos, quais sejam: Pre-
sidente e Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do 
Senado Federal, Ministro do STF, membros da carreira diplomática, oficial das Forças Armadas e 
Ministro de Estado da Defesa. 
II. Estar em pleno gozo dos direitos políticos
III. Alistamento eleitoral
É a comprovação da regularidade do candidato junto à Justiça Eleitoral.
Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço 
militar obrigatório, os conscritos (Art. 14, § 2º da CF). 
IV. Domicílio eleitoral na circunscrição 
» candidato a cargo municipal: deve ter domicílio no município; candidato a cargo 
estadual: deve ter domicílio no Estado; e candidato à Presidência da República: deve ter domi-
cílio no país.
» o domicílio deve estar fixado pelo menos seis meses antes das eleições (art. 9º, lei 
9504/97). Já para o simples eleitor, ou seja, aquele que pretende apenas votar em determinada 
eleição, deverá providenciar a inscrição ou transferência eleitoral na respectiva circunscrição até 
151 dias antes do pleito. 
Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicí-
lio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar 
com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo. (Redação dada 
pela Lei nº 13.488, de 2017)
Parágrafo único. Havendo fusão ou incorporação de partidos após o 
prazo estipulado no caput, será considerada, para efeito de filiação par-
tidária, a data de filiação do candidato ao partido de origem.
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- é vedado ao prefeito que já exerceu dois mandatos consecutivos em um Município, 
se candidatar em Município diverso do mesmo ou de outro Estado – “Prefeito itinerante” ou 
“Prefeito profissional”. A esse respeito:
STF impede terceiro mandato consecutivo de prefeito em municípios distintos. (...) o 
Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve, por maioria dos votos, entendimento do 
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no sentido de que se torna inelegível para o cargo de prefeito 
cidadão que já exerceu dois mandatos consecutivos nachefia de executivo municipal, mesmo 
que pleiteie candidatura em município diferente.
A questão foi analisada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE 637485) inter-
posto por Vicente de Paula de Souza Guedes contra acórdão do TSE que confirmou decisão de 
cassar o diploma dos candidatos eleitos para os cargos de prefeito e vice-prefeita do município 
de Valença (RJ), no pleito de 2008. Por decisão majoritária, os ministros deram provimento ao 
recurso, ao entender que TSE poderia ter modificado antiga jurisprudência sobre a matéria, 
mas, para isso, deveria modular os efeitos da decisão, por motivo de segurança jurídica.
O exame do RE promoveu discussão sobre a possibilidade de prefeito reeleito para 
um determinado município transferir seu domicílio eleitoral e concorrer ao mesmo cargo em 
município diverso e, assim, caracterizar o exercício de um terceiro mandato, situação na qual 
poderia ser aplicada inelegibilidade prevista no artigo 14, parágrafo 5º, da Constituição Federal. 
Tal hipótese foi chamada pela jurisprudência do TSE de “prefeito itinerante” ou “prefeito profis-
sional”.
V. Filiação partidária 
Candidaturas avulsas estão proibidas no Brasil, até o presente momento. Destaca-se 
que, até a atualização deste material, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a repercussão 
geral da matéria tratada no Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 1054490, no qual um ci-
dadão recorre de decisão que indeferiu sua candidatura avulsa a prefeito do Rio de Janeiro (RJ) 
nas eleições de 2016.
 
Deve-se destacar, ainda, que a Lei 13.488, que alterou a Lei nº 9504, incluiu a vedação, 
de forma expressa, no art. 11, §14º, do registro de candidatura avulsa, ainda que o requerente 
tenha filiação.
O candidato deve estar filiado a algum partido político pelo menos 06 (seis) meses 
antes da data da eleição (Art. 9ª, da Lei 9504/97, com redação dada pela Lei 13.165/2015), mas 
é facultado aos partidos políticos estabelecer em seus estatutos prazo maior para que seus can-
didatos possam participar da convenção para escolha de candidatos. 
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Ressalte-se que o candidato militar – apesar de concorrer por um determinado parti-
do (afinal são vedadas as candidaturas avulsas) – não precisam estar filiados a este partido. 
ATENÇÃO: antes da Lei nº 12.891/13, configurada dupla filiação, ambas eram consi-
deradas nulas para todos os efeitos. Conduzia, pois, à inelegibilidade. Contudo, o art. 22 da Lei 
nº. 9.096/95 foi alterado, de forma que havendo coexistência de filiações partidárias, prevale-
cerá a mais recente.
Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos 
casos de:
I – morte;
II – perda dos direitos políticos;
III – expulsão;
IV – outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória 
ao atingido no caso de quarenta e oito horas da decisão.
V – filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz 
da respectiva Zona Eleitoral.
Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, preva-
lecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancela-
mento das demais.
Lei nº 12.891/13.
VI. Idade mínima
» 35 anos: Presidente e Senador;
» 30 anos: Governador;
» 21 anos: Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito e Juiz de Paz;
» 18 anos: Vereador. 
Nos termos do § 2º do art. 11 da Lei nº 9.504/97 (com a redação dada pela Lei nº 
13.165/2015), a idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de elegibilida-
de é verificada tendo como referência a data da posse, salvo quando fixada em dezoito anos, 
hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de registro.
As demais condições de elegibilidade são aferidas no momento da formalização dos 
pedidos. 
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b) Hipóteses de inelegibilidade 
Segundo Alexandre de Moraes: “a inelegibilidade consiste na ausência de capacidade 
eleitoral passiva, ou seja, da condição de ser candidato e, consequentemente, ser votado, cons-
tituindo-se, portanto, em condição obstativa ao exercício passivo da cidadania”. 
As hipóteses de inelegibilidade estão inseridas diretamente na CF (art. 14, §§4º a 8º) 
e na LC nº 64/90 (Lei das Inelegibilidades). 
A declaração de inelegibilidade de candidato a Presidente da República se estenderá ao 
respectivo Vice?
Não. De acordo com o art. 18 da LC nº 64/90, a declaração de inelegibilidade do can-
didato à Presidência da República, Governador de Estado e do Distrito Federal e Prefeito Muni-
cipal não atingirá o candidato a Vice-Presidente, Vice-Governador ou Vice-Prefeito, assim como 
a destes não atingirá aqueles.
Inelegibilidades constitucionais
As inelegibilidades constitucionais (chamadas, por alguns de absolutas) são aquelas 
encartadas no texto constitucional (art. 14, §§4º a 7º). Não precluem e podem ser arguidas a 
qualquer tempo. 
Se a inelegibilidade for constitucional, acaso perdido o prazo para o ajuizamento 
da Ação de Impugnação de Registro de Candidaturas – AIRC, o interessado poderá valer-se da 
Ação de Impugnação de Mandato Eletivo – AIME ou Recurso contra a Diplomação – RCD. Se a 
matéria for infraconstitucional, caberá apenas a AIRC, sob pena de preclusão, salvo se o motivo 
for superveniente. 
São inelegíveis:
- (§ 4º) os inalistáveis (art. 14, §2º) e os analfabetos. Inalistáveis são os estrangeiros e 
os conscritos.
- (§ 5º) os chefes do Poder Executivo reeleitos, e aqueles que os tenham substituído 
ou sucedido no curso do mandato: 
Art. 14. (...).
§ 5º. O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distri-
to Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no 
curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período sub-
sequente.
- (§ 6º) os que não se desincompatibilizarem até 06 meses antes das eleições. 
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Art. 14. (...).
§ 6º. Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os 
Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem re-
nunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
Desincompatibilização consiste no afastamento do exercício de um cargo, emprego 
ou função para se tornar elegível.
A medida tem por finalidade impedir que o candidato se utilize indevidamente do 
cargo, emprego ou função que ocupa em proveito pessoal ou de sua família, comprometendo 
o equilíbrio do processo eleitoral. 
Outras autoridades também precisam se afastar dos cargos públicos que ocupam 
nos prazos estabelecidos na LC nº 64/90, os quais são fixados em 03, 04 ou 06 meses. 
Podemos citar:
a) para os cargos de Presidente e Vice:
- os que, membros do Ministério Público, não se tenham afastado das suas funções 
até 6 (seis) meses anteriores ao pleito;
- os que, servidores públicos, estatutários ou não, dos órgãos ou entidades da Ad-
ministração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos 
Territórios, inclusive das fundações mantidas pelo Poder Público, não se afastarem até 3(três) 
meses anteriores ao pleito, garantido o direito à percepção dos seus vencimentos integrais. 
b) para o cargo de Prefeito e Vice-Prefeito:
- no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os inelegíveis para os cargos 
de Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do 
Distrito Federal, observado o prazo de 4 (quatro) meses para a desincompatibilização;
- os membros do Ministério Público e Defensoria Pública em exercício na Comarca, 
nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito, sem prejuízo dos vencimentos integrais. 
- inelegibilidade reflexa, decorrente de laços de consanguinidade ou afinidade com 
os Chefes do Poder Exceutivo:
Art. 14. (...).
§ 7º. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os 
parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, 
do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do 
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dosseis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e 
candidato à reeleição. 
Súmula 6 do TSE: É inelegível, para o cargo de prefeito, o cônjuge e os 
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parentes indicados no § 7º do art. 14 da Constituição, do titular do man-
dato, ainda que este haja renunciado ao cargo há mais de 06 meses. 
ATENÇÃO: exceção à súmula 6: segundo orientação do TSE, se o titular do manda-
to se afastar definitivamente do cargo 6 (seis) meses antes das eleições e não se candidatar à 
reeleição quando tinha o direito de fazê-lo, os respectivos parentes poderão exercer um único 
mandato eletivo. Tal fenômeno é conhecido como heterodesincompatibilização. 
Ex: em 1998, Garotinho foi eleito Governador do RJ. No final do seu 1º mandato (em 
2002), ele renunciou ao cargo para se desincompatibilizar e concorrer à Presidência da Repúbli-
ca. Sua esposa, Rosinha, candidatou-se ao cargo de Governadora na eleição de 2002, tendo sido 
eleita. O TSE considerou que Rosinha poderia concorrer e assumir o cargo porque seu marido 
havia renunciado e ainda estava no 1º mandato. A lógica utilizada pelo TSE foi a seguinte: ora, se 
o próprio Garotinho poderia concorrer novamente ao cargo de Governador, não haveria senti-
do em negar à sua esposa o direito de disputar a eleição, como se estivesse exercendo o 2º man-
dato consecutivo. Logo, em 2006 não poderia ela concorrer novamente ao Governo do Estado. 
ATENÇÃO: De acordo com o STF, as hipóteses de inelegibilidade previstas no art. 14, 
§ 7º, da CF, inclusive quanto ao prazo de seis meses, são aplicáveis às eleições suplementares.
ATENÇÃO: 
Súmula Vinculante nº 18. A dissolução da sociedade ou do vinculo con-
jugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º 
do art. 14 da Constituição Federal.
Como constou do voto do Ministro Ricardo Lewandovski no RE 68.596/MG: 
“como se sabe, o principal escopo visado pelo constituinte com a re-
gra do art. 14, § 7º da CF foi o de impedir o continuísmo de parentes 
do Chefe do Executivo no poder, com a constituição de clãs familiares, 
resquício do patrimonialismo, do patriarcalismo, do clientelismo, do co-
ronelismo e do mandonismo, práticas de extração autoritária e antide-
mocrática, que historicamente imperaram no País, em especial em seus 
rincões mais afastados”.
Diversa, no entanto, é a solução dada pelo STF no caso de morte. Senão vejamos:
AG. REG. NA MED. CAUT. NA AC N. 3.298-PB. RELATOR: MIN. TEORI ZA-
VASCKI. EMENTA: CONSTITUCIONAL E ELEITORAL. AÇÃO CAUTELAR. 
MORTE DE PREFEITO NO CURSO DO MANDATO, MAIS DE UM ANO AN-
TES DO SEU TÉRMINO. INELEGIBILIDADE DO CÔNJUGE. CF, ART. 14, § 7º. 
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INOCORRÊNCIA. 
1. Evidencia risco de dano irreversível “a subtração ao titular, ainda que 
parcial, do conteúdo do exercício de um mandato político.” (ADI 644-
MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Pleno, DJ de 21.2.1992). 
2. Há plausibilidade na alegação de que a morte de Prefeito, no curso do 
mandato (que passou a ser exercido pelo Vice-Prefeito), não acarreta a 
inelegibilidade do cônjuge, prevista no art. 14, § 7º, da Constituição Fe-
deral. Trata-se de situação diferente da que ocorre nos casos de dissolu-
ção da sociedade conjugal no curso do mandato, de que trata a Súmula 
Vinculante 18. 
3. Agravo regimental improvido (*noticiado no Informativo 703, do 
STF).
A inelegibilidade do art. 14, § 7º, da Constituição NÃO ALCANÇA o cônjuge supérs-
tite (sobrevivente, viúvo) quando o falecimento tiver ocorrido no primeiro mandato, com 
regular sucessão do vice-prefeito, e tendo em conta a construção de novo núcleo familiar. 
A Súmula Vinculante 18 do STF não se aplica aos casos de extinção do vínculo conju-
gal pela morte de um dos cônjuges. 
STF. Plenário. RE 758461/PB, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 22/5/2014 (reper-
cussão geral).
- os militares alistáveis são elegíveis, desde que obedecidos alguns requisitos:
-se tiver menos de 10 anos de serviço, deverá se afastar da atividade;
-se tiver mais de 10 anos de serviço, será agregado por uma autoridade superior e, se 
eleito, passa para a inatividade.
Ressalte-se que as hipóteses de inelegibilidade do art. 14 constituem um rol mera-
mente exemplificativo. Outras hipóteses podem ser criadas, desde que por Lei Complementar, 
conforme previsto no § 9º.
Inelegibilidades infraconstitucionais
A LC n. 64/90, com as alterações implementadas pela LC nº 81/94 e LC nº 135/2010 
(Lei da Ficha Limpa) trata de outros casos de inelegibilidade.
Devem ser arguidas no período do registro, sob pena de preclusão, salvo se superve-
nientes. Estão agrupadas em sete níveis, a saber:
Nível 01 – inelegíveis para qualquer cargo;
Nível 02 – inelegíveis para Presidente e Vice-Presidente da República;
Nível 03 – inelegíveis para Governador e Vice-Governador do Estado e do Distrito 
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Federal;
Nível 04 – inelegíveis para Prefeito e Vice-Prefeito;
Nível 05 – inelegíveis para o Senado Federal;
Nível 06 – inelegíveis para a Câmara dos Deputados, Assembléia Legislativa e Câmara 
Legislativa;
Nível 07 – inelegíveis para a Câmara Municipal. 
Quadro de inelegibilidade do “Vice”
Hipótese 01
VICE-CHEFE DO EXECUTIVO CANDIDATO À 
REELEIÇÃO (novamente Vice): é reelegível 
para um único mandato subsequente
Hipótese 03
VICE QUE SUCEDE O TITULAR DA CHEFIA 
DO EXECUTIVO: poderá ser candidato ao 
próprio cargo uma única vez, pois a hipótese 
é considerada como reeleição.
Hipótese 02
VICE-CHEFE DO EXECUTIVO CANDIDATO 
À CHEFE DO EXECUTIVO: poderá ser candi-
dato a chefe do Poder Executivo e, se eleito, 
candidatar-se à reeleição
Hipótese 04
VICE QUE DESEJA CONCORRER A OUTRO 
CARGO ELETIVO: não há desincompatibiliza-
ção, mas se substituir o titular nos seis meses 
antes do pleito, fica inelegível
O que se entende por inelegibilidade inata e inelegibilidade cominada?
A inelegibilidade inata, primária, implícita ou imprópria é aquela oriunda da falta de 
uma ou mais condições de elegibilidade da própria pessoa. Ex: ser analfabeto.
A inelegibilidade cominada (nata), secundária ou própria é aquela decorrente de san-
ção pela prática de uma conduta ilícita. 
Inelegibilidades absolutas
Esta espécie de inelegibilidade tem o condão de impedir a candidatura do pretenso 
candidato a qualquer cargo eletivo. Por esta razão, ou seja, pelo fato de o cidadão (ou estrangei-
ro) ser considerado inelegível para todos os cargos, chama-se inelegibilidade “ampla, geral, total 
ou absoluta”. Como bem assevera José Afonso:
“As inelegibilidades absolutas implicam impedimento eleitoral para 
qualquer cargo eletivo. Quem se encontre em situação de inelegibili-
dade absoluta não pode concorrer a eleição alguma, não pode pleitear 
eleição para qualquer mandato eletivo e não tem prazo para desincom-
patibilização que lhe permita sair do impedimento a tempo de concor-
rer a determinado pleito”. 
CURSO PARA A 
PROVA OBJETIVA
TJ-SP
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Por assim se apresentar, esta espécie de inelegibilidade só pode ser estabelecida pela 
Constituição Federal. Para os absolutamente inelegíveis não há previsão de cessação do impe-
dimento: enquanto presente a situação geradora do impedimento, não estará apto ao exercício 
do mandato eletivo.
Inelegibilidades relativas
Por outro lado, tratando-se de limitação para o exercício de cargo específico, teremos 
inelegibilidade relativa, restrita, parcial ou especial. Nas precisas palavras de José Afonso, “cons-
tituem restrições à elegibilidade para determinados mandatos em razão de situações especiais 
em que, no momento da eleição, se encontre o cidadão.”
A inelegibilidade relativa subdivide-se em funcional, por parentesco ou reflexa e por 
motivo de domicílio. A primeira dá-se na hipótese de a restrição ter por fundamento o desem-
penho de determinada função pelo pretenso candidato. A outra hipótese decorre da relação de 
parentesco, conforme previsão constitucional exposta no art. 14, § 7º.
Baseado nas lições de José Afonso da Silva, podemos afirmar

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