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PráticasZootécnicasOvinocultura1 Fazer a leitura do texto No início do século XX, a produção ovina lanífera recebia grande destaque entre as atividades gaúchas, devido à grande demanda exigida pelo mercado internacional em consequência da Primeira Grande Guerra. Porém, este cenário mudou durante as décadas de 80 e 90, em virtude do rápido crescimento das atividades industriais especializadas e ao alto estoque australiano de lã, ocasionando uma progressiva substituição da lã pelas fibras sintéticas de menor valor têxtil e de fácil adaptação às exigências do mercado internacional (Figueró 1975, Nocchi 2001, Viana 2008). Como consequência, muitos produtores mudaram o foco de suas atividades, ocasionando um declínio marcante no rebanho ovino comercial do Rio Grande do Sul (Bofill 1996, Nocchi 2001). Entretanto, o aumento do poder aquisitivo da população e o aumento do consumo de carne pela população urbana, acarretou na ascensão da comercialização da carne ovina, a qual mostrou uma nova alternativa para ovinocultura (Viana & Silveira 2008). Mesmo com esse mercado novamente aquecido, a ovinocultura gaúcha ainda sofre devido à baixa competitividade no mercado internacional, além de apresentar sérias dificuldades para suprir a atual demanda interna sem recorrer a contínuas importações. Esta situação é devido à baixa qualidade da carne produzida, os altos custos da produção e a baixa escala de produção (Calvete & Villwock 2007). Além disso, possui entraves que impedem o devido desenvolvimento, como a presença de pequenos lotes com falta de homogeneidade corporal, de peso e de idade de terminação e a informalidade da comercialização dos produtos (Osório et al. 2002, Pereira Neto 2004, Silveira 2005, Carvalho 2006). No final dos anos 1970, o rebanho no Eio Grande do Sul era de cerca de 12 milhões de cabeças. Os dados mais recentes são desencontrados, mas confirmam a retração. Segundo a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), o rebanho ovino do Estado tem 3,1 milhões de cabeças em 2018. Já o Censo Agropecuário de 2017, do Índice Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta 2,6 milhões de cabeças. “Múltiplos fatores levaram a ovinocultura a esta situação, dentro e fora da porteira, e nós precisamos nos desafiar a produzir melhor”, afirma o superintendente de registro genealógico da Arco, Edemundo Gressler. O dirigente observa que o abigeato, as pragas silvestres e a dificuldade de mão de obra costumam ser invocados pelos produtores como vilões, mas diz que é difícil o ovinocultor reconhecer os erros dentro da propriedade. “Nós temos uma taxa de mortalidade de cordeiros que ronda os 30%, altíssima e resultante de problemas de manejo”.
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