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Fáscia Muscular Pompagem Liberação Miofascial PROFª . ESP. MARCIELLE ALINE DE MEDEIROS BRITO Fáscia ❑ É um termo do latim que significa “faixa” ou “bandagem”. ❑ Fáscia é um tipo de tecido conjuntivo, formada principalmente por células (metabolismo), fibras (elasticidade) e substância fundamental (viscosidade) e é um dos 4 grandes tecidos do corpo, junto com os musculares, nervosos e epiteliais. ❑ Toda a fáscia distribuída pelo corpo é contínua e é constituída por fibras de colágenos. ❑ A pioneira no trabalho corporal centralizado na fáscia foi Ilda Rolf. ❑ Aproximadamente 70% do nosso corpo são fáscias, tecido que serve para ¨embrulhar¨ e conectar partes do nosso corpo. ❑ Dor que “repuxa”? ❑ As fáscias conectam várias partes do corpo, como por exemplo a base da cabeça com os ossos do quadril. ❑ Você sabia que as fáscias que conectam as vísceras no abdômem, como por exemplo, as ligações do intestino e da coluna, podem gerar dor na coluna? FUNÇÕES DA FÁSCIA ❑ Serve de bainha elástica de contenção para exercer tração durante a contração. O músculo cuja fáscia foi removida é significativamente mais fraco; ❑ Permite fácil deslizamento muscular entre si; ❑ Separa grupos em compartimentos musculares; ❑ Serve de meio de suporte para nervos e vasos sanguíneos e linfáticos; FUNÇÕES DA FÁSCIA ❑Permite a movimentação dos tecidos subjacentes uns sobre os outros, fornecendo estabilidade e contorno à estrutura corporal. O osso danificado e desprovido de periósteo não se consolida dentro de seus limites adequados; ❑ É responsável pelo fluído lubrificante existente entre as estruturas, o que facilita o movimento e a nutrição dos tecidos; ❑ Forma o novo tecido conjuntivo. A fáscia contém células de tecido conjuntivo (fibroblastos) que podem se especializar, de acordo com a necessidade, para espessar o tecido conjuntivo, ajudar a reparar os tendões e ligamentos e formar tecido de cicatrização. TIPOS DE FÁSCIAS Fáscia Superficial: trata-se da camada mais externa, ela comunica-se diretamente com a pele. É essa malha que permite que a pele se movimente em várias direções sobre as estruturas mais profundas. É na fáscia superficial onde se acumulam fluidos e metabólitos, que podem causar alterações de textura notáveis à palpação. Esta contém tecido adiposo, vasos sanguíneos e linfáticos e tecidos nervosos, dos quais se destacam os receptores da pele. Fáscia Profunda: essa é a camada que envolve e separa os músculos e os órgãos viscerais internos e é uma das estruturas responsáveis para a função e contorno corporal. É a camada que compartimenta o corpo. A sua malha é firme e compacta, com alguma rigidez. Fáscia sub-serosa: essa fáscia reveste os órgãos viscerais internos. É constituída por tecido conjuntivo de malha de fibras entrelaçadas e possui numerosos canais circulatórios que lubrificam as superfícies das vísceras internas. Como liberar a fáscia? TÉCNICAS Pompagem Liberação Miofascial Mobilização Articular POMPAGEM ❑ Pompagem é uma manobra de alongamento do músculo como um todo, que é capaz de tensionar lenta, regular e progressivamente um segmento colocando em tensão o tecido elástico contido. ❑ Essa manobra tem ação articular, ação calmante, ação sobre a musculatura e ação sobre a circulação lacunar. ❑ Nas articulações a pompage melhora a nutrição das cartilagens, já na musculatura ela ajuda a diminuir contraturas e retrações e na circulação ela age revertendo estases. POMPAGEM INDICAÇÕES ❑ Retração e encurtamento muscular; ❑ Alívio de dores musculares; ❑Melhorar a função circulatória de tecidos moles. CONTRA - INDICAÇÕES ❑ Neoplasias; ❑ Osteoporose; ❑ Trombose BENEFÍCIOS DA POMPAGEM ❑ Restabelece o comprimento das fibras musculares; ❑ Facilita a nutrição tecidual; ❑ Libera as aderências fasciais e espasmos musculares; ❑ Aumenta o fluxo sanguíneo/linfático/lacunar; ❑ Atua na harmonia e equilíbrio tecidual além de aliviar dores. COMO APLICAR A TÉCNICA DE POMPAGEM? A pompagem é aplicada em 3 tempos: 1. Tensionamento da estrutura 2. Manutenção do tensionamento 3. Tempo de retorno COMO APLICAR A TÉCNICA DE POMPAGEM? ❑ A pompagem apresenta um Ciclo Respiratório, o qual tem por objetivo a inibição muscular através de uma educação respiratória, por meio da inspiração e da expiração; ❑ A inspiração é a fase ativa do ciclo respiratório e a expiração é a fase passiva de relaxamento no ciclo respiratório; ❑ Inspira no repouso e expira durante a aplicação da técnica. COMO APLICAR A TÉCNICA DE POMPAGEM? Tensionamento da estrutura • No 1º tempo as estruturas devem ser tensionadas de forma lenta, regular e progressiva. • A medida que a fáscia se solta, o paciente fica mais confiante e o alongamento se amplifica. COMO APLICAR A TÉCNICA DE POMPAGEM? 2. Manutenção do tensionamento No 2º tempo a estrutura deve manter a tensão. Este tempo apresenta três objetivos: • Objetivo circulatório: terapeuta retém a fáscia por alguns segundos, o suficiente para sentir sua mão sendo tracionada pela fáscia. Deve conservar esta sensação durante o retorno. • Objetivo muscular: é o tempo principal - o alongamento depende do tensionamento do tecido. O paciente deve estar relaxado e não se opor a tensão. • Objetivo articular: manter a descompressão por 15 à 20 segundos para possibilitar a nutrição da cartilagem. COMO APLICAR A TÉCNICA DE POMPAGEM? 3. Tempo de retorno: No 3º tempo ocorre a volta, que deve ser tão lenta e progressiva quanto na fase inicial. Este tempo apresenta dois objetivos: • Objetivo circulatório: é mais lento possível, neste tempo rompe-se as barreiras, estases e bloqueios de movimento. • Objetivo muscular: bastante lento e evitando o reflexo contrátil do músculo PRÁTICA DA TÉCNICA DE POMPAGEM s Pompage no Quadrado Lombar Paciente: DL, virado para o lado do Fisioterapeuta, manter a coluna alinhada. Fisioterapeuta: uma das mãos apoiada sobre a crista ilíaca e a outra sobre as costelas. Realizar tensão para abrir durante a expiração. Pompage na Coluna Lombar e Torácica Paciente: DV. Fisioterapeuta: mãos cruzadas sobre a região da coluna a ser tratada. Realizar tensão para abrir durante a expiração. Liberação Miofascial Liberação Miofascial O que será que acontece com o nosso corpo e nossos tecidos quando realizamos a técnica de Liberação Miofascial? Será que dói? Como é essa dor? Liberação Miofascial A liberação miofascial é uma abordagem manual aplicada em todo corpo para avaliação e tratamento das estruturas humanas. O foco principal dessa técnica é o sistema fascial (fáscias). É formada por tecido conjuntivo (colágeno e elastina) resistente que se distribui por todo corpo. Os movimentos funcionais e eficientes dependem da integridade e distribuição adequada das fáscias por todo o corpo. Técnicas de Liberação Miofascial O objetivo das técnicas de liberação miofascial consiste em remover as restrições faciais e recuperar o equilíbrio do corpo. Essas técnicas podem melhorar o alinhamento vertical do corpo promovendo alongamento das estruturas envolvidas e oferecer um maior espaço para as funções de ossos, nervos, vasos sanguíneos e órgãos como um todo. Mecanorreceptores ❑ Um mecanorreceptor ou mecanoceptor é um receptor sensorial que responde a pressão ou outro estímulo mecânico. ❑ Incluem-se neste grupo os sensores que nos ouvidos são capazes de captar as ondas sonoras, os sensores táteis e os que são responsáveis pelo equilíbrio postural, ou propriocepção. ❑ Sensações mecanorreceptoras: ❑ Tato: estimulação de receptores táteis da pele ou logo abaixo da pele. ❑ Pressão: estimulação de receptores de tecidos mais profundos. ❑ Vibração: impulsos repetitivos rápidos dos mesmos receptores de adaptação rápida. Mecanorreceptores da Fáscia na Manipulação Miofascial Mecanorreceptores Função Responsividade à Manipulação Resposta ao Estímulo Complexo de Golgi Sensíveis a alterações na tensão do músculo,ao contrário dos fusos musculares que são mais sensíveis a alterações do comprimento muscular. Provavelmente apenas responsivo à contração muscular ou a manipulações vigorosas. Diminuição do tônus em fibras motoras estriadas relacionadas. Corpúsculos de Pacini Percepção de pressões. Presentes em grande número na ponta dos dedos. Responsivo apenas a técnicas de alta velocidade ou vibratórias. Atenção proprioceptiva local aumentada. Corpúsculos de Ruffini Percepção de distensões na pele e calor. Responsivo especialmente ao alongamento lateral. Atenção proprioceptiva local aumentada. Inibição da atividade simpática. Mecanorreceptores Função Corpúsculo de Meissner Percepção de pressões de freqüência diferente Discos de Merkel Percepção de movimentações e pressões leves. Presentes em maior quantidade na pele espessa da palma das mãos e da planta dos pés. Como Aplicar a Técnica de Liberação Miofascial? O terapeuta colhe informações, através do toque com suas mãos. Tocar o paciente sobre as áreas de tensão nos tecidos e perceber a qualidade e a quantidade de restrição sobre esses locais. A percepção da tensão e a seguinte liberação do tecido, devem proporcionar um feedback entre o terapeuta e o paciente. O terapeuta utiliza, além das mãos, outras partes de seu corpo e seu peso corporal para promover os alongamentos. Como devem ser as manobras para Liberação Miofascial? As manobras devem ser suaves e persistentes para conseguirem liberar as fáscias. Em média, os alongamentos são mantidos por 10 a 15 segundos e liberados aos poucos. Podem ser repetidos por 3 a 5 vezes até a liberação total. Mas é preciso lembrar que o modo de aplicação e o tempo dependem e irão variar de acordo com o feedback de cada paciente. Variação de Estiramento da Pele Pontos Gatilhos ❑ Os pontos gatilhos se desenvolvem na miofáscia, principalmente no ponto mais central do ventre muscular. ❑ Podem ser palpados logo abaixo da pele e em locais específicos. ❑ Eles são localizados, nodulares e discretos e possuem características de serem dolorosos e com dor referida, podendo muitas vezes essa dor irradiar para um outro local. Tipos de Pontos Gatilhos ❑ Ponto gatilho ativo: ❑ Foco de dor muscular e sempre sensível; ❑ Situado em bandas tensas (queixas de dor); ❑ Impede o alongamento completo do músculo e o enfraquece; ❑ Sob compressão direta, produz dor referida; ❑ Dor espontânea ou ao movimento. Tipos de Pontos Gatilhos ❑ Ponto gatilho latente: ❑ É foco de hiperirritabilidade no músculo ou sua fáscia; ❑ Presente em áreas assintomáticas; ❑ Clinicamente silencioso no que diz respeito à dor espontânea; ❑ Somente é doloroso à palpação (dígito-pressão) ou estressores físicos exógenos, endógenos ou emocionais. Sinais de Pontos Gatilhos Restrição de movimento; Hipotrofia muscular; Espasmo muscular protetor; Nódulos fibrosos palpáveis; O sinal de “saltar ” durante a palpação. Como avaliar o ponto gatilho? Deslizamento profundo no sentido do músculo/fibra muscular; Compressão. Utilizar velocidade lenta e pressão profunda Fibromialgia x Pontos Gatilhos FIBROMIALGIA Local da dor: geral Tipo de dor: dor generalizada, vaga e difusa, que causa ardência Qualidade muscular a palpação: Mole e suave Mediação da dor: SNC PONTOS GATILHOS Local da dor: específico e distinto. Tipo de dor: dor referida em um padrão específico. Qualidade muscular a palpação: Firme e densa, morna. Mediação da dor: SNP Tratamento Métodos Não Invasivos: ✓ Compressão isquêmica e alongamento: compressão por 7 a 10 segundos seguida por alongamento até surgimento da sensação dolorosa 3 a 4 vezes por sessão ou até aliviar. ✓ Massagem e alongamento: massagem transversa ao músculo/pressão por 7 a 10 segundos seguidos por alongamento 3 a 4 por sessão. Técnicas Invasivas: ✓ Agulhamento a seco (Dry Needling) Prática de Liberação Miofascial Manual CICATRIZ ECOM MÚSCULO DIAFRAGMA MÚSCULOS PEITORAIS MÚSCULO TRAPÉZIO MÚSCULOS ROMBÓIDES FÁSCIA TÓRACO- LOMBAR MÚSCULOS PARAVERTEBRAIS MÚSCULO PIRIFORME MÚSCULO TRÍCEPS SURAL E TENDÃO FÁSCIA PLANTAR TRATO ÍLIOTIBIAL “Não existe nada como uma dor corporal difusa, que se estende e irradia para outras regiões, a qual, no entanto, cede para desaparecer completamente, se o terapeuta aplicar seus dedos no ponto preciso de onde ele emana. E ainda assim, a sua distribuição faz com que parecesse tão vaga e sinistra que imponentes para explicá-la e até mesmo localizá-la, nós imaginávamos que não houvesse possibilidade de cura.” (Marcel Proust)
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