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G O PATOLOGIAS DO LÍQUIDO AMNIÓTICO (OLIGODRÂMNIO E POLIDRÂMNIO)

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Maria Beatriz Machado 
G.O – AULA TEÓRICA 02 – PATOLOGIAS DO LÍQUIDO AMNIÓTICO (OLIGODRÂMNIO E POLIDRÂMNIO) 
1. SISTEMA AMNIÓTICO 
 O sistema amniótico é formado pelas membranas fetais (âmnio e córion) e líquido amniótico. 
2. VIAS DE FORMAÇÃO DO LA 
 No início o líquido amniótico é formado apenas pela filtração do sangue materno 
 Depois pela placenta 
 E por fim, a partir da 20ª semana, a urina e secreções pulmonares do feto (rim e pulmão) ajudam na formação de líquido 
amniótico. 
 OBS: Quando temos alterações na quantidade de líquido amniótico, precisamos investigar se não há alguma alteração 
no feto fazendo com que haja aumento ou diminuição da produção dele. 
3. VIAS DE REABSORÇÃO (REMOÇÃO) DO LA 
 Deglutição e absorção intestinal fetal 
 Trocas por intermédio das membranas ovulares 
 OBS: A quantidade de líquido amniótico é o balanço entre a produção e remoção deste 
 OBS: O volume de líquido amniótico aumenta gradativamente ao longo da gravidez e atinge seu máximo entre a 32ª e 
35ª semana 
4. FUNÇÕES DO LA 
 Proteção fetal contra traumas externos: Amortece choques e movimentos bruscos 
 Manutenção da temperatura dentro do útero: Mantém a homeostase interna 
 Permite a movimentação fetal: Desenvolvimento do sistema músculo esquelético 
 Permite o movimento pulmonar: Desenvolvimento e maturação do pulmão 
 Proteção do feto contra infecção 
 Impede compressão do cordão umbilical 
 Durante o trabalho de parto também tem suas funções: 
 Proteção do feto contra os efeitos da contração 
 Auxilia na dilatação do colo uterino 
 Impede a compressão do cordão 
5. AVALIAÇÃO DO LA 
 O índice de líquido amniótico (ILA) é medido através do US (técnica dos quatro quadrantes ao US) 
 Medida total da quantidade do LA = Somatória da medida do LA nos quatro quadrantes (medida de cada bolsão e 
somatória final) 
 Quadrantes superiores D e E + Inferiores D e E = Deve ser entre 8 e 18 
 Medidas: 
 ≤ 3 cm – Oligoâmnio grave 
 ≤ 5 cm – Oligoâmnio 
 5,1 - 8 cm – Reduzido (oligo leve) 
 8 – 18 cm – Normal 
 8 - < 25 – Aumentado (poli leve) 
 ≥ 25 cm – Polidrâmnio 
Maria Beatriz Machado 
6. PATOLOGIAS 
 Incidência: 
 Oligoâmnio/oligodrâmnio/oligoidrâmnio: Mais comum 
 Incide em 3% a 5% das gestações no 3º trimestre 
 Cerca de 0,2% no 2º trimestre 
 Polidrâmnio: Estimada em 0,4 a 1,5% das gestações 
 As alterações são relacionadas a quantidade 
 Polidrâmnio ≥ 2000 ml 
 Oligoâmnio ≤ 300 - 400 ml 
7. OLIGOÂMNIO 
7.1. CAUSAS 
 Causas fetais: 
 Anomalias congênitas: 
 Alterações no sistema urinário: 
 Agenesia renal 
 Displasias 
 Obstruções urinárias baixas ou bilaterais 
 Válvula de uretra posterior 
 Rins policísticos 
 Causas placentárias: 
 Síndrome da transfusão feto-fetal: Ocorre na gravidez gemelar quando ela é monocoriônica (uma única placenta) 
mas tem duas bolsas amnióticas (diamniótica), então um feto se torna doador de líquido amniótico (fica com 
oligoâmnio), e o outro receptor (fica com polidrâmnio). 
 
 Causas maternas: 
 HAS 
 Colagenosas (LES e SAAF) 
 DM com vasculopatia 
 Tabagismo 
 Drogas (anti-inflamatórios e IECA) 
 Desidratação 
 OBS IMPORTANTE: DM SEM vasculopatia cursa com polidrâmnio, e DM COM vasculopatia cursa com oligoâmnio. 
Maria Beatriz Machado 
 Outras causas: 
 Amniorrexe prematura (ruptura prematura das membranas ovulares – RPMO) 
 Pós – datismo 
 Causa idiopática 
7.2. COMPLICAÇÕES 
 Hipoplasia pulmonar: Quando temos pouco líquido, o movimento respiratório do feto fica prejudicado, assim o pulmão 
não se envolve corretamente 
 Compressão do cordão 
 RCIU: Porque não permite a movimentação fetal 
 Patologia materna 
 Restrição de movimento fetal com alterações de desenvolvimento 
 Aumento do índice de cesárea devido a alterações na cardiotocografia (tem mais desacelerações). 
 Alterações músculo-esqueléticas devido à pressão contínua sobre o feto. 
 Aderências entre âmnio e as partes fetais, determinando graves deformidades  Formação de bridas amnióticas, ou 
seja, o âmnio se adere a uma parte fetal, e essa parte não se desenvolve corretamente. 
 Maior incidência de líquido meconial 
 Baixos índices de APGAR com aumento da mortalidade perinatal 
 OBS: Oligoâmnio (sem que seja devido a bolsa rota): É um marcador de sofrimento fetal crônico  Sempre que tivermos 
uma gestante que não tenha queixa de perda de líquido, mas tenha pouco líquido amniótico, DEVEMOS INVESTIGAR! 
7.3. QUADRO CLINICO E DIAGNÓSTICO – IMPOTANTE!!! 
 Quadro clínico: 
 Altura uterina vai estar diminuída 
 EX: Paciente está com 36 semanas de gestação mas a altura uterina acaba dando menos invés de dar por volta 
de 36cm. 
 Diagnóstico diferencial: Bebê PIG, erro de data 
 Fácil percepção das partes fetais a palpação 
 Acentuada diminuição dos movimentos fetais 
 Facilidade na ausculta dos batimentos cardiofetais 
 Diagnóstico: O US dá diagnóstico de bolsa rota?  NÃO! Ele ajuda a confirmar a suspeita de perda de líquido desde 
que tenhamos um ultrassom inicial normal (com quantidade de líquido adequada), e a paciente tenha queixa de perda 
de líquido. 
 Caso a paciente não tenha a queixa de perda de líquido e mesmo assim no US tenhamos pouca quantidade, é o 
oligoâmnio. 
7.4. TRATAMENTO 
 1º determinar a causa primária e idade gestacional 
 2º Avaliar: 
 Morfologia fetal (malformações): Verificar se a causa do oligoâmnio é devido a uma malformação fetal 
 Possibilidade ruptura prematura de membrana ovulares (RPMO) 
 Insuficiência placentária: Vitalidade fetal 
Maria Beatriz Machado 
 OBS: Antes de falar das condutas, precisamos entender que interromper a gravidez não significa abortar e nem fazer 
cesárea!  Falei do aborto porque quando os professores falaram a primeira vez sobre interromper a gravidez, eu 
pensei que era isso! 
 Antes de decidir qual a via de parto ideal para aquela gestante, precisamos avaliar: 
 As condições do colo uterino 
 Presença de trabalho de parto 
 Maturidade/vitalidade fetal 
 3º depois da avaliação: 
 Caso tenhamos malformação com inviabilidade fetal: Discutir o caso com a mãe 
 Oligoâmnio severo (< 3): Interrupção da gestação 
 Oligoâmnio com ≥ 37 semanas E/OU com maturidade fetal comprovada = Interrupção da gestação 
 Oligoâmnio com RCIU (marcador de sofrimento fetal crônico) = Interrupção da gestação 
 Vitalidade fetal alterada independente da maturidade = Interrupção da gestação  Induz maturidade com 
corticoide 
 CASO a IG seja < 37 semanas, avaliar o ILA: 
 ILA < 3 = Interrupção da gestação 
 ILA entre 3 e 5 = Avaliar condições materna e fetal (vitalidade e maturidade fetal)  Podemos esperar ocorrer a 
maturidade fetal desde que a vitalidade fetal esteja preservada. 
 Vitalidade comprometida = Interrupção da gestação 
 Vitalidade sem comprometimento e não maturidade = Induzir maturidade e depois realizar a interrupção 
7.4.1. CONDUTA 
 Utilizar corticoide entre 24 – 34 semanas: Hoje em dia é pensado na possibilidade de utilizar até as 36 semanas 
 Hidratação materna e repouso 
 Controle das doenças maternas associadas 
 Corrigir a desidratação materna caso esse seja o caso (hidratação oral pode aumentar o ILA cerca de 30%) 
 Aminioinfusão: É feita a infusão de soro fisiológico na cavidade amniótica através de amniocentese. 
 Amnioinfusão durante o trabalho de parto: É válido ser feita porque ela diminui o risco de compressão do cordão 
umbilical, além de diminuir também o risco de aspiração de mecônio espesso pelo bebê (o líquido amniótico vai 
ajudar a “diluir” o mecônio). 
 Na gestação: Não é muito conveniente e não é muito feito porque como o líquido é constantemente renovado, 
sempre teríamos que realizar essa infusão através da amniocentese, o que aumentaria o risco de infecção. 
 Complementação diagnóstica 
 Eleva o risco de infecção materna 
 Não restabelece por tempoadequado, o volume do LA, devido a rápida reabsorção 
 Em caso de oligoâmnio por RPMO (quando a bolsa rompe antes da hora): 
 Reparo do defeito: Fibrina, plaquetas e crioprecipitado  Utilizados com o intuito de selar o defeito nas membranas 
fetais nos casos de oligoâmnio decorrente de RPMO 
 Eficácia e biossegurança ainda não foram apropriadamente examinadas 
 Procedimento considerado experimental 
Maria Beatriz Machado 
8. POLIDRÂMNIO 
 Volume de LA ≥ 2000 ml 
8.1. CAUSAS 
 Causas fetais: 
 Malformações fetais: 
 Trato gasto intestinal, problemas de deglutição: por agenesia ou obstrução de partes do TGI, atresias  As 
malformações do TGI são as mais frequentes e importantes para causar polidrâmnio. 
 Lesões neurológicas do SNC: anencefalia, espinha bífida 
 Musculoesquelético: displasias 
 Respiratório: hérnia diafragmática 
 Cardiovascular: arritmias 
 Infecções congênitas: Sífilis e hepatite viral 
 Causas maternas: 
 Diabetes mellitus (hiperglicemia fetal → poliúria; ↑ concentração de glicose no LA → influxo de água) 
 Isoimunização 
 Causas placentárias: 
 Transfusão feto-fetal (feto receptor = polidrâmnio) 
 Tumores de placenta (raros, interferem com o transporte transmembrana placentária) 
 A grande parte dos casos é IDIOPÁTICA 
8.2. COMPLICAÇÕES 
 São principalmente maternas: 
 Doença de base: DM 
 Desconforto respiratório: É uma das principais queixas da gestante, porque o diafragma e os pulmões ficam ainda 
mais comprimidos. 
 Alterações da contração uterina: Distócia 
 Atonia uterina e hemorragia pós-parto 
 Complicações fetais: 
 Descompressão brusca (rompimento de bolsa e escoamento rápido do líquido amniótico): 
 Prolapso de cordão e de partes fetais: 
 Quando temos um polidrâmnio, temos dificuldade do bebê se encaixar na bacia para descer. Assim, caso 
a bolsa se rompa e o líquido escoe rapidamente, pela diferença de pressão ele acaba puxando o cordão 
junto, e esse cordão fica anterior ao bebê (prolapso de cordão umbilical). 
 O problema disso é que: Quando o bebê desce, ele acaba pressionando esse cordão umbilical 
anteriorizado, cortando seu próprio suprimento sanguíneo e oxigenação. 
 Como resolver: Realizar o toque vaginal para manter a apresentação do bebê alta e impedir que ele 
pressione o cordão. 
 Amniorrexe prematura (ruptura prematura das membranas ovulares – RPMO) 
 Descolamento prematuro de placenta (DPP) 
 Apresentação fetal anômala 
Maria Beatriz Machado 
8.3. QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO 
 Altura uterina aumentada 
 Diagnóstico diferencial com macrossomia, erro de data e gestação gemelar. 
 Dificuldade na ausculta dos batimentos fetais e percepção das partes fetais 
 Aumento de tônus uterino 
 Paciente com dispneia 
 Toque: Colo pode estar entreaberto com distensão das membranas 
 Sinal de piparote (ascite) 
 US 
8.4. TRATAMENTO 
 Avaliar a causa primária e IG: 
 Avaliar morfologia fetal (malformações) 
 Avaliar presença de doenças maternas 
 Avaliar uso de corticoide (prematuridade) 
 Em casos de polidrâmnio leve: Geralmente não é tomada nenhuma conduta. 
 Amniodrenagem: É válida nos casos associados a dispneia e/ou dor abdominal e no início do trabalho de parto para 
amenizar os riscos 
 Realizamos a punção da cavidade por amniocentese e retiramos de 500 a 1000ml de líquido amniótico. 
 É um processo que pode ser repetido em 7 – 15 dias se necessário. 
 Inibidores de prostaglandinas (???): Essa é a ÚNICA indicação para utilizar anti-inflamatório em gestantes hoje em dia. 
 O anti-inflamatório diminui a função renal e pulmonar e portanto, diminui a produção do líquido amniótico 
 Indometacina: 1,5 a 3,0 mg/kg/dia 
 Hoje, vários serviços abandonaram completamente esta forma de terapia, pois causa no feto: fechamento precoce 
do ducto arterial. 
 Devemos tentar prevenir as complicações no TP através de um acompanhamento cuidadoso da ruptura de bolsa (mal 
posicionamento fetal, da prevenção do prolapso de cordão e ou de prolapso de partes fetais). 
9. OBSERVAÇÕES FINAIS 
 A aminiocentese apresenta RISCOS! 
 Devido a isso, tanto para a infusão de soro no oligoâmnio, como para o esvaziamento do líquido no polidrâmnio, 
sua indicação deve ser JUSTIFICADA 
 Riscos: 
 Ruptura de membranas (Amniorrexe) 
 Precipitação do trabalho de parto 
 Sangramento 
 Infecção 
 Risco de isoimunização em pacientes RH negativas (utilizar imunoglobulina nestas pacientes, caso fizer a 
punção) 
 Acidentes de punção: feto, cordão umbilical, placenta

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