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Produção de sólidos: Pós e granulados, comprimi ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE Curso de Farmácia Profa. Francianny Retroz 2019/2 Pós, Grânulos, Comprimidos, Drágeas e Cápsulas Pós e Grânulos Definição Pó é uma forma farmacêutica finamente dividida e seca, resultante da divisão mecânica de matérias-primas de origem natural ou sintética. Preparações constituídas por partículas sólidas, livres e secas e mais ou menos finas, devendo apresentar, dentro de cada categoria, uma certa homogeneidade entre as partículas que os constituem. Usos I- Administração direta ou intermediário do processo. Pós são formas farmacêuticas de administração direta de fármacos Preparação de outras formas farmacêuticas Pós sólidas Semissólidas líquidas Grânulos, cápsulas, comprimidos Pomadas, pastas, supositórios e óvulos Soluções e suspensões Usos Interno: via gastrointestinal (deglutidos após reconstituição com água) Antiácidos: Bicarbonato de sódio, sal de fruta (ENO®), estomazil® Laxante: cáscara sagrada (fitoterápico) Suplemento alimentar: aminoácidos e carboidratos (aumento de massa muscular) Pós para inalação: administração pulmonar (dispositivos que permitem a inalação de partículas do fármaco dispersas no ar, partículas <2µm alcançam alvéolos) Externo: administração tópica (aplicados na superfície da pele e mucosas) Antisséptico: Tênis pé Baruel, Polvilho antisséptico Granado Antimicrobiano: sulfas (sulfadiazina de prata- feridas e queimaduras); Vodol ® (pó) Secante: talco Aftas: Albicon® Vantagens dos Pós Forma farmacêutica sólida mais estável que as preparações líquidas; Excelente conservação devido ao baixo teor de água (inibe crescimento de microrganismos) Conveniente para dispensar alta dose de fármaco (diluição em água antes do uso evita uma FF sólida muito grande para deglutir) Pós são formados de pequenas partículas com grande área superficial de exposição do fármaco ao solvente apresentando rápida dissolução nos fluidos do trato gastrointestinal; Absorção mais rápida e regular que os comprimidos (desintegração e desagregação); Menor irritação gástrica devido à rápida dissolução quando comparado aos comprimidos; Desvantagens dos Pós Pós tem grande área superficial de exposição e o fármaco está mais sujeito a problemas: Higroscopia: absorção de água do ar Hidrólise: armazenamento em ambientes úmidos (ácido acetilsalicílico) Sublimação: passagem do fármaco do estado sólido para vapor (iodo) Oxidação: contato direto com o ar Fotólise: exposição à luz (vitaminas A, E e D) Pós não tem capacidade de mascarar sabor e odor desagradável. TAMANHO DAS PARTÍCULAS : O grau de pulverização para substâncias químicas é definido como : Pó Grande ( ou no 20) – Todas as partículas passam pelo tamis 20 e não mais que 60 % através do tamis 40; Pó moderadamente grande ( 40 ) - Todas as partículas passam através do tamis 40 e não mais de 60% através do tamis 60; Pó fino ( 80 ) –Todas as partículas passam pelo tamis 80. Não há limite para grau de pulverização maior; Pó muito fino ( 120 ) – Todas as partículas passam através do tamis 120 e não há limite para grau de pulverização maior.; Redução do tamanho de partículas Cominuição Escolha do método vai depender: Grau de divisão desejado (micro ou nanopartículas) Produção pretendida: pequena escala (farmácia de manipulação) grande escala (industria farmacêutica) Características físico-químicas do fármaco (polimorfismo): estrutura cristalina e mais difícil de triturar do que a estrutura amorfa Redução do tamanho de partículas Indústria farmacêutica (grande escala) I- Moinhos de facas: fratura das partículas entre 2 conjuntos de facas (corte) II- Moinho de martelo: quebra da partícula por movimento giratório de martelos (impacto) Redução do tamanho de partículas VII- Misturas de pós: mistura de pós simples previamente pulverizados (pós compostos) Sequencia lógica de operações: TRITURAÇÃO TAMISAÇÃO PESAGEM MISTURA DOS PÓS Redução do tamanho de partículas VII- Misturas de pós: No processo de mistura, os pós devem ser semelhantes quanto ao tamanho, forma e densidade das partículas para evitar segregação (separação das partículas em camadas diferentes) Problemas de segregação são resolvidos pela granulação Redução do tamanho de partículas VII- Misturas de pós: Equipamentos para operação de misturas. Pequena escala (farmácia): trituração em gral com pistilo Grande escala (indústria): misturadores em V Coesão e fluxo Como avaliar as propriedades de fluxo dos pós? Ângulo de repouso Calculado a partir de uma pilha cônica do pó formada pela passagem das partículas por um funil. Existe uma relação entre o ângulo de repouso e o fluxo: Pós com < 30°: bom fluxo Pós com > 40°: fluxo ruim e necessita de agentes deslizantes (Aerosil®) Pós com ângulo de repouso baixo fluem livremente; Tamanho e forma das partículas determinam a fluidez dos pós; Partículas esféricas, maiores (250 – 2000µ) – PÓ GROSSO ESCOA FACILMENTE Alterações causadas pela redução do tamanho 1- Físicas: Sabor e odor são aumentados devido ao aumento da área superficial Cor: pós tornam-se mais claros devido à reflexão da luz Solubilidade é aumentada devido ao aumento da área superficial Alterações causadas pela redução do tamanho 1- Físicas: Volume aparente: aumentado pelo rearranjo das partículas e incorporação de ar. Determinação do volume aparente: proveta graduada (método simples) Pós leves: baixa densidade e alto volume aparente (ocupam muito espaço) Pós pesados: alta densidade e baixo volume aparente Pós compostos x simples Tipo de pulverização: estrutura esférica, cúbica d= m/v d (ap)= p2 – p1 (gramas) V (mililitros) Unidade: g/ml Volume ocupado pelas partículas e pelo ar intersticial Volume ocupado por uma determinada massa de pó em uma proveta Alterações causadas pela redução do tamanho 1- Físicas: Higroscopia: aumentada devido aumento da área superficial de exposição ao meio ambiente Faz-se: Controle da umidade do ar (30-45%) Granulação do pó e revestimento dos grânulos Adição de adsorvente (MgO2, SiO2 coloidal) Alterações causadas pela redução do tamanho 1- Físicas: Eflorescência: fármacos que ao serem pulverizados liberam água de hidratação tornando-se pastosos ou líquidos Faz-se: Substituição da forma hidratada pela anidra 2- Químicas: Na trituração há produção de calor que pode provocar Hidrólise: AAS Acondicionamento para dispensação Pós a granel: Pó ou mistura de pós em grande quantidade acondicionados em recipientes de boca larga para facilitar a saída do pó, Exemplos: antiácidos (sal de frutas ENO®), suplementos alimentares Pós divididos: Pós acondicionados em pequenas embalagens para 1 dose (saches)Exemplos: pós efervescentes (antiácidos) Pós em polvilhador múltipla dose: Recipientes com tampa que facilita a aplicação do pó na pele Exemplos: antissépticos, antimicrobianos e desodorizantes Grânulos São aglomerados de partículas menores Características: tamanho de 0,2 a 4mm Podem ser usados como FF final ou misturados a excipientes para preparação de comprimidos ou cápsulas. Razões para granulação: Prevenir segregação dos constituintes de uma mistura de pós; Melhorar propriedadesde fluxo de uma mistura; Melhorar características de compactação da mistura. Métodos: Via úmida; Via seca (sem aquecimento/ compressão e quebra) Grânulos VANTAGENS Melhor estabilidade que os pós devido a menor área de exposição ao ar, umidade, luz e calor. Preparações extemporâneas: fármacos instáveis em solução ou suspensão podem ser dispensados na forma de grânulos secos que são dissolvidos com água antes do uso (Fluimucil ®, n-acetil cisteína, eliminação de muco das vias respiratórias) Melhor fluidez e compressibilidade: do que os pós (propriedades uteis na fabricação de comprimidos) – COMPRIMIDOS MAIS RESISTENTES Possibilidade de revestimento: mascara o odor e sabor desagradável, proteção do fármaco e possibilidade de liberação modificada Reduz risco associado à produção de poeira toxica: manipulação de pós tóxicos; Ocupam menos espaço: grânulos são mais densos que pós, são estocados mais facilmente pois ocupam menor volume por unidade de peso. Processo de Granulação Grânulos efervescentes Fármaco+ excipiente + bicarbonato de sódio (base) + ácido cítrico (ácido) Efervescência: Em meio aquoso base e acido reagem liberando gás (CO2), que produz efervescência que mascara sabor desagradável dos fármacos. Os grânulos efervescentes proporcionam rápida dissolução do fármaco que será absorvido no TGI Processo de Granulação Grânulos efervescentes VANTAGENS: Solução carbonatada e a liberação de CO2 mascaram sabores salinos e amargos; Os grânulos apresentam vantagem sobre os pós, pelo controle da velocidade da efervescência - o pó dissolve mais rápido (maior superfície) do que os grânulos que hidratam e dissolvem lentamente. DESVANTAGENS: Baixa estabilidade, devido a alta reatividade (efervescência); Dificuldade na manipulação (dificuldade de manter os ingredientes secos durante o preparo e armazenamento) Comprimidos Definição Forma farmacêutica mais utilizada por via oral; Formas farmacêuticas sólidas obtidas: 1) Pela compressão de pós ou grânulos utilizando matriz e punções; 2) Pela moldagem forçando o material umedecido no molde (triturados para serem usados no preparo de outra formulação) Variação: tamanho, forma, espessura, coloração (identificação), dureza, desintegração e liberação (imediata, retardada, repetida e sustentada) Classificação Liberação imediata Deglutição com água e desintegração no estômago, para liberação das partículas do fármaco que sofrem dissolução nos fluidos do TGI e posterior absorção no intestino Aspirina , AAS, Anador Dispersíveis O comprimido é colocado num copo com água sofrendo desintegração e solução formada é deglutida Problemas de dores estomacais e gastrite, crianças e idosos que tem dificuldade de deglutir cp Biofenac dispersível, cataflan D, Mastigáveis Administrados na cavidade bucal, sendo a desintegração rápida e suave devido ao ato da mastigação. Indicação: crianças e idosos com dificuldade de deglutição Ex.: Polivitamínicos e vermífugos (desintegração e dissolução bucal e ação intestinal ou sistêmica) Antiácidos: (desintegração bucal e ação estomacal) Classificação Bucal ou pastilhas O comprimido sofre desintegração lenta, o fármaco é liberado lentamente para ação na cavidade bucal Indicação: administração local (tópica) Ex.: nistatina para tratamento de candidíase bucal Anestésicos e antibióticos para amidalite Sublingual O comprimido é colocado na mucosa abaixo da língua e sofre desintegração imediata para liberação do fármaco. Mucosa sublingual: muito úmida, fina e ricamente vascularizada Ação cardíaca: após absorção o fármaco vai direto para o coração Ex.: nitroglicerina para tratamento da angina Classificação Intravaginal Administração de fármacos na mucosa vaginal Ex.: Naxogin (nistatina, nimizarol e cloranfenicol) Efervescentes Apresentam um sistema ácido-base (ácido cítrico-bicarbonato) que em contato com a água produz gás (CO2) que facilita a desintegração do comprimido e dissolução do fármaco (início da ação mais rápida) Obtidos por compressão dos sais na forma de grânulos ou substâncias que liberam gases em contato com a água Exemplos: paracetamol, aspirina efervescente, antiácidos (sonrisal) Vantagens Desvantagens Formas farmacêutica sólida mais estável que a líquida; Excelente conservação (baixo teor de umidade inibe crescimento microbiano); Fáceis de serem produzidas em larga escala, o que torna o produto barato; Doses precisas, quando bem produzidos Possibilidade de revestimento para proteção do fármaco, liberação modificada (retardada ou repetida); Facilidade de transporte, administração simples, conveniente, segura. Fármacos pouco solúveis apresentam baixa absorção (Classificação Biofarmacêutica: Classe IV) Desintegração pode causar problemas de irritação gástrica. Produção de comprimidos Obtidos por compressão de pós e grânulos utilizando matriz e punções. FLUIDEZ – escoamento livre do alimentador para a matriz da máquina de compressão/ pode ser melhorada pela adição de lubrificantes e deslizantes COMPRESSIBILIDADE – pós ou grânulos devem formar uma unidade compacta após compressão/ pode ser melhorada pela adição de aglutinante seco ou úmido. GRÂNULOS TEM MELHOR FLUIDEZ E COMPRESSIBILIDADE QUE OS POS E POR ISSO SÃO UTILIZADOS NA FABRICAÇÃO DE COMPRIMIDOS Métodos de preparação Granulação via úmida (grânulos) Granulação via seca (grânulos) Compressão direta (mistura de pós) Métodos de preparação Granulação via úmida (grânulos) Granulação transforma a mistura de pós em grânulos, melhorando a fluidez e a compressibilidade Operações da granulação via úmida 1- Mistura (fármaco, diluente, desintegrante) 2- Molhagem dos pós (Solução do aglutinante) e Granulação (Tamis) 3- Secagem do granulado (Estufa) 4- Tamisação (ajuste de granulometria) 5- Mistura (lubrificante e deslizante) 6- Compressão (máquinas excêntricas e rotativas): matriz e punções MISTURADOR GRANULADOR ESTUFA LEITO FLUIDIZADO Operações da granulação via úmida Excipientes para comprimidos: DILUENTES: Excipientes que fornecem volume à formulação permitindo ajuste do peso do comprimido (concentração variável) Deve ser quimicamente inerte, não higroscópico, biocompatível, possuir boas propriedades biofarmacêuticas (hidrossolúvel), possuir boas propriedades técnicas (compactabilidade e capacidade de dissolução), gosto aceitável e baixo custo. Exemplos: lactose, sacarose, amido, celulose microcristalina, fosfato de cálcio Operações da granulação via úmida Excipientes para comprimidos: DESINTEGRANTES: Excipientes que promovem a desintegração dos comprimidos (uso de 2 a 10%) Absorvem água (intumescem), expandem volume e rompem o comprimido. Exemplos: amido, glicolato de amido sódico, celulose, carboximetilcelulose sódica, polivinilpirrolidona, polivinilpirrolidona de cadeia cruzada (crospovidona – 2 a 5%) Influência na biodisponibilidade: aumento da área superficial - dissolução Podem ser adicionados no(a): Mistura de pós para o preparo do granulado (desintegrante intragranular) Granulado pronto antes da compressão (desintegrante extragranular) Operações da granulação via úmida Excipientes para comprimidos: AGLUTINANTES: Excipientes que melhoram as propriedades de coesão entre as partículas possibilitando a formação de grânulos (concentração de 2 a 10%) e conferem maior resistência (dureza) aos comprimidos Exemplos: soluções de amido (10-20%), amido pré-gelatinizado, glicose (20-25%), sacarose, gelatina, carboximetilcelulose, metilcelulose,polivinilpirrolidona Molhagem: adição de solução do aglutinante no pó e formação de uma massa úmida e coesa. CUIDADO: excesso de líquido forma grânulos duros (ruim) falta de liquido forma grânulos friáveis (desprendem pós) Operações da granulação via úmida Excipientes para comprimidos: LUBRIFICANTES: Reduzem o atrito entre o comprimido e a superfície metálica da matriz e dos punções facilitando a ejeção do comprimido (concentração de 0,1 a 1%) Exemplos: ácido esteárico, estearato de magnésio (0,25 a 2%), parafina líquida Influência na biodisponibilidade: retardam a molhabilidade e a absorção CUIDADO: a superfície dos comprimidos podem ficar cobertas com lubrificantes que são hidrofóbicos, retardando a desintegração. Operações da granulação via úmida Excipientes para comprimidos: DESLIZANTES: Excipientes que melhoram as propriedades de fluxo dos pós ou grânulos do alimentador para a matriz da máquina de compressão Concentração de 0,1 a 1% Exemplo: óxido de sílica coloidal (Aerosil) Operações da granulação via úmida Excipientes para comprimidos: MOLHANTES: Excipiente de fármacos pouco solúveis ou hidrofóbicos para favorecer a molhabilidade. Surfactantes (tensoativos aniônicos e não iônicos) Influência na biodisponibilidade: facilitam o contato com os líquidos gastrointestinais, facilitando a molhagem e favorecendo a dissolução Exemplos: Lauril sulfato de sódio 1 a 2%, docusato de sódio 0,5% (aniônico) Polisorbato 80, 20, 60, lecitina de soja (não-iônico) CUIDADO: Tensoativos aniônicos incompatíveis com fármacos catiônicos Métodos de preparação Granulação via seca (grânulos) A granulação é efetuada pela adição do aglutinante seco como Celulose microcristalina e Crospovidona. 1- Mistura de pós (fármaco, diluente, desintegrante, aglutinante seco, lubrificante e deslizante); 2- Compactação em comprimidos grandes (briquetes); 3- Fragmentação em moinhos, formando grânulos; 4- Tamisação; 5- Mistura (lubrificantes); 6- Compactação a comprimidos. Método utilizado para evitar a exposição de pós hidrolisáveis e termolábeis a umidade e calor (AAS mantém estabilidade) Métodos de preparação Compressão direta A maioria dos fármacos precisa de granulação para produzir comprimidos: poucos fármacos são grânulos com boas propriedades de fluidez e compressibilidade (KCl, metenamina) Compressão direta exige excipientes com propriedades de fluidez e compressibilidade Diluente: Lactose Spray-drying, celulose microcristalina, maltose cristalina e fosfato de cálcio; - Desintegrantes: amido para compressão direta, carboximetilamido; - Deslizante: aerosil . Métodos de preparação Compressão direta Operações da granulação via úmida x seca VIA ÚMIDA VIA SECA Grânulos mais coesos e de maior densidade Grânulos menos coesos, desintegração e dissolução mais rápida Mais caro: equipamento para molhar e secar Menos processos Emprega água (hidrólise) Não emprega água Métodos de preparação Compressão direta VANTAGENS: menor número de processos (mistura e compressão) tornando a produção mais rápida e barata; Estabilidade aumentada (não envolve água); Dissolução mais rápida devido à rápida desintegração em suas partículas primárias. DESVANTAGENS: Capeamento devido a incorporação de ar Problemas do processo de compressão Laminação ou “Binding” Aspecto: ranhuras, rugosidades, deformações Causas: lubrificação insuficiente, umidade excessiva, matrizes e punções sujos; Soluções: Aumento de lubrificante; Aumento do tempo de secagem; Limpeza e ajuste da matriz e dos punções. Problemas do processo de compressão Capeamento ou “Capping” Aspecto: comprimidos quebrados e lascados Causas: força de compressão excessiva, ar adsorvido na compressão direta, falta de aglutinante, secagem exagerada do granulado, matriz e punções sujos, Soluções: Ajuste da força de compressão; Desaeração do material; Aumento do aglutinante; Limpeza do sistema da matriz e dos punções. Possíveis causas do sticking Comprimidos Revestidos O revestimento de comprimidos consiste na aplicação de um material sobre a superfície externa de um comprimido com a intenção de conferir benefícios e propriedades à forma farmacêutica em relação à não revestida. Motivos para revestir um comprimido: Proteção dos componentes (luz, umidade); Mascarar sabor desagradável do fármaco; Facilitar a deglutição em relação ao não revestido; Coloração, polimento brilhante: promover a venda, reforçar identificação de determinada marca comercial; Resistência mecânica adicional ao comprimido. Comprimidos Revestidos Revestimento peliculado: Envolve a deposição, normalmente por meio de um método de aspersão, de uma fina película de polímero ao redor do núcleo comprimido. Líquido de revestimento: polímero em meio líquido + pigmentos e plastificantes. Revestimento com açúcar ou drageamento: Aplicações sucessivas de soluções que contêm sacarose à núcleos comprimidos; Revestimento a seco: Compactação de um material granulado ao redor de um núcleo previamente formado, empregando-se maquinas de comprimir parecidas com as utilizadas na fabricação dos próprios núcleos Fármaco 1 Fármaco 2 Revestimento Peliculado Técnica mais moderna e mais frequentemente empregada no revestimento de comprimidos: Envolve a deposição, normalmente por meio de um método de aspersão, de uma fina película de polímero ao redor do núcleo comprimido. Líquido de revestimento: polímero em meio líquido + pigmentos e plastificantes. A solução é aspergida sobre os comprimidos. Secagem para remoção do solvente deixando depósito fino do material de revestimento ao redor do núcleo comprimido. Vantagens Estabilidade – proteção física e química (luz, umidade, incompatibilidades, O2); Marketing – estética (apelo visual); Biodisponibilidade – controle da liberação do fármaco; Organoléptica – mascara odor/sabor desagradável. Tipos de Revestimento Açúcar (várias camadas); Polimérico (menor número de camadas). Drageamento Aplicações sucessivas de soluções que contêm sacarose à núcleos comprimidos; Utiliza-se este processo para se obter comprimidos revestidos visando minimizar a degradação , mascarar o gosto ou aroma da forma farmacêutica, facilitando sua deglutição e diminuindo a friabilidade. É realizado em bacias de aço inox ou de cobre, providas de turbinas de ar quente, possuindo em média 90 cm de diâmetro. Em geral, são capazes de produzir até 120 000 drágeas e possuem inclinação e velocidade variáveis. Drageadeiras convencionais: convencionais ou perfuradas; Leitos fluidizados. Etapas do Drageamento FASE 1- CAMADA ISOLANTE CAMADA ELÁSTICA CAMADA ALISANTE FASE 2- ADIÇÃO DE XAROPE FASE 3-POLIMENTO. Etapas do Drageamento FASE 1- CAMADA ISOLANTE Evita a degradação por oxidação ou hidrólise dos PAs dos comprimidos SUBSTÂNCIAS ISOLANTES: goma-laca, PVP. e Acetoftalato de celulose. Etapas do Drageamento FASE 1- CAMADA ELÁSTICA: Reduz a friabilidade do comprimido sendo assim denominada por levar gelatina em sua composição. Após sua adição se adiciona um lubrificante. FÓRMULA GERAL: GELATINA........................ 60g GOMA ARÁBICA.............. 60g AÇÚCAR..........................1500g ÁGUA............................1000ml PROCEDIMENTO: PREPARAR O XAROPE , AQUECER A BACIA A 70-80C E ADICIONAR O XAROPE LENTAMENTE COM AGITAÇÃO CONSTANTE NA BACIA. POSTERIORMENTE SE ADICIONA O LUBRIFICANTE,AMIDOOU TALCO. REPETIR A OPERAÇÃO 4 VEZES COM UM INTERVALO DE 15 A 20 min. ENTRE ELAS. Etapas do Drageamento FASE 1-CAMADA ALISANTE: Utilizada para tornar o comprimido mais uniforme. Em geral utilizam-se soluções açucaradas. O PROCEDIMENTO DESTA ETAPA É SEMELHANTE AO EMPREGADO PARA A CAMADA ELÁSTICA. Etapas do Drageamento FASE 2- ADICAO DE XAROPE ADICIONA-SE XAROPE FEITO A FRIO PARA SE OBTER COLORAÇÃO BRANCA NA DRÁGEA , ESTE DEVE ESTAR DILUÍDO 1:1 PARA PRODUZIR A UMIDADE NECESSÁRIA PARA O POLIMENTO. PARA DRÁGEAS COLORIDAS, DEVEMOS UTILIZAR SOLUÇÕES DE 0,5 a 1,0 % DE CORANTES SENDO ESTES, OS MESMOS EMPREGADOS NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS. Etapas do Drageamento FASE 3- POLIMENTO CONSISTE NA ETAPA DE POLIMENTO DAS DRÁGEAS ONDE SE UTILIZAM CERAS NATURAIS OU SINTÉTICAS DILUÍDAS EM SOLVENTES ORGÂNICOS COMO O ÉTER ETÍLICO OU ETANOL. FORMULAÇÕES: CERA BRANCA............................... 3,0g CERA DE CARNAÚBA.................... 6,0g SOLVENTE qsp. .............................400ml OU CERA BRANCA...............................1,0g CERA DE CARNAÚBA...................2,0g PARAFINA........................................1,0g CLOROFÓRMIO...............................150g Drageamento x revestimento peliculado Características Drageamento Revestimento peliculado Comprimidos aparência Arredondados, elevado nível de polimento Contornos do núcleo original são preservados. Normalmente não são tão lustrosos quanto as drágeas Aumento de peso devido aos materiais de revestimento 30-50% 2-3% Processos Etapas Processo multiestágio Normalmente única etapa Duração usual por lote 8 horas ou mais 1,5 – 2horas Revestimentos funcionais Não são possíveis normalmente, exceto revestimento entérico Facilmente adaptável para liberação controlada Cápsulas Cápsulas Forma farmacêutica sólida destinada a encapsulação de fármacos sólidos, semissólidos e líquidos em invólucro gelatinoso; Administrado por via oral; O invólucro é hidrossolúvel e rompe para liberação do fármaco Classificação Tipo: Cápsulas de gelatina dura (pós, grânulos) Cápsula de gelatina mole (soluções, suspensões, semissólidos) Tamanho: Cápsula Microcápsula Nanocápsula (nanotecnologia) Liberação: Imediata Modificada (retardada, repetida, prolongada) Vantagens Formas farmacêuticas sólidas mais estáveis que líquidas; Apresentam doses precisas quando bem elaboradas; Possibilidade de ajuste de dose quanto ao peso e idade; Mascara odor e sabor desagradável de fármacos; Melhor proteção do fármaco quanto à oxidação, fotólise e hidrólise; Facilidade de administração e conveniência para o paciente. DESVANTAGEM: Idosos e crianças tem dificuldade de engolir preparações sólidas Cápsulas de gelatina dura Cápsula formada de invólucro gelatinoso, duro e hidrossolúvel. Forma ovóide, Coradas, opacas ou transparentes Utilizadas na encapsulação de pós e grânulos Invólucro: GELATINA NF: obtida da hidrólise parcial do colágeno de pele e ossos de animais; Água, Açúcar, Opacificante (TiO2) e Corante Vit C = cápsula opaca para evitar oxidação Paracetamol = cápsula opaca pois degrada com a luz, umidade e calor Cápsulas de gelatina dura Gelatina: Solúveis em água a 37°C; HPMC (hidroxipropilmetilcelulose): solúveis em temperaturas baixas (10°C); Amolece quando absorve até 10x seu peso em água; Solúvel em água quente e no líquido gástrico e rapidamente libera seu conteúdo; Teste desintegração. Cápsulas de gelatina dura Fechamento da cápsula: Corpo + tampa (mais utilizada) Corpo + tampa + selante Corpo + tampa com lacre Componentes: Corpo: parte que recebe a formulação Tampa: lacre a cápsula Cápsulas de gelatina dura Especificações de qualidade: Conteúdo de umidade (dessecação a 105ºC): 10 a 16% Dimensões: de acordo com sua forma e tamanho Solubilidade: mínimo 15minutos sem se dissolver na água a 25ºC e devem dissolver em 15 minutos em contato com HCl 0,5% p/v a 36-38ºC Resistência à fratura: não devem quebrar ou rachar facilmente Defeitos do invólucro: críticos maiores ou menores Armazenamento e conservação: Alta umidade: amolecem Baixa umidade: tornam-se quebradiças UR entre 30 – 40% e max 60%UR Temperatura entre 20-25ºC Cápsulas de gelatina dura Indústria farmacêutica: Máquinas de enchimento de cápsulas com pós ou grânulos. GRÂNULOS: têm melhor propriedade de fluxo do que os pós e são mais fáceis de encapsular Produção: 200.000cápsulas por hora Cápsulas de gelatina mole Cápsula constituída de invólucro gelatinoso, flexível e hidrossolúvel; Forma elíptica ou esférica; Parede pode ser colorida ou transparente; Matriz líquida ou semissólida. Cápsulas de gelatina mole Que tipos de formulações podem ser encapsuladas? Limitações: formulações com alto teor de água (soluções) que rompem a parede. Produção Formulação: Gelatina (63 – 47%) Plastificante (29-48%) – glicerina, propilenoglicol Modificador (X-Y%) – TiO2, corantes Água (5-8%) Operações: 1) Preparação das fitas de gelatina mole 2) Injeção da formulação entre as fitas 3) Corte e lacre 4) Ejeção, lavagem e secagem da cápsula SISTEMAS DE LIBERAÇÃO MODIFICADA DE FÁRMACOS Liberação Imediata (dissolução no estômago e absorção no intestino) Liberação Modificada Retardada (desintegração, dissolução e absorção intestinal) Repetida (2 doses) Sustentada e Controlada (liberação lenta e prolongada) Vantagens: Liberação Modificada Sustentada: a concentração sanguínea permanece acima da dose efetiva por um tempo prolongado. A liberação pode ser sustentada pelo processo de difusão ou erosão. Liberação Modificada Liberação sustentada por difusão: comprimidos com sistema reservatório ou matricial Sistema reservatório: Fármaco encontra-se no núcleo do comprimido com revestimento funcional. Revestimento contém polímero insolúvel em água e plastificante (confere hidrofilia ao revestimento Polímero (etilcelulose); Plastificante (sacarose, hidroxipropilcelulose) Água dissolve plastificante formando poros ou canais; A água entra, dissolve o fármaco que é liberado por difusão Liberação Modificada Sistema matricial: Fármaco encontra-se homogeneamente disperso na matriz porosa e insolúvel. Matriz insolúvel: cloreto de polivinila, polietileno ou etilcelulose Água entra pelos poros, dissolve o fármaco que é liberado por difusão Exemplos: Gradumet® Abbot – sufato ferroso (etilcelulose) Brycanil Duriles ® Astra Zeneca – Terbutalina (etilcelulose) Liberação Modificada Liberação sustentada por erosão: Comprimido com matriz hidrocoloidal que absorve água, expande volume, formando uma camada de gel, que libera o fármaco ao sofrer erosão. Polímero da matriz: hidroxietilcelulose, carboximetilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, Carbopol ® Exemplo: Klaricid UD (comprimidos de claritromicina de liberação prolongada) - hidroxipropilmetilcelulose Liberação Modificada Controlada: o fármaco é liberado do comprimido a uma velocidade constante. Liberação Modificada Liberação controlada O comprimido é um sistema de bomba osmótica. O mecanismo de liberação é controlado por osmose. A água entra pela membrana semipermeável dissolvendo o fármaco O compartimento osmótico absorve a água e expande o volume produzindo uma pressão que bombeia a solução do fármaco pelo orifíciode saída Adalat Oros® Liberação controlada de nifedipina (oros osmotic) Liberação Modificada Características do fármaco: Não ter velocidade muito lenta nem muito rápida de absorção e excreção; Ser uniformemente absorvidas no TGI; Ser administrado em doses relativamente pequenas; Ter boa margem de segurança; Usados no tratamento de condições crônicas em vez de agudas. Liberação Modificada Repetida: comprimidos com 2 doses do fármaco liberados em tempos diferentes cujo objetivo é reduzir a frequência de administração. Liberação Modificada Repetida: Mecanismo de liberação: 1° dose do fármaco: liberada a partir de uma camada mais superficial 2° dose do fármaco: liberada a partir de um núcleo revestido com uma membrana que rompe 6 horas após administração (liberação intestinal) Polímero formador de membrana: Acetoftalato de celulose, Eudragit® (polímeros para revestimento gastrorresistente), goma laca (ácido graxo). Proventil retabs ® (albuterol) Polaramine retabs ® Claritin D ® 24horas Liberação Modificada Retardada: comprimidos com revestimento gastrorresistente que atravessam o estômago inalterados mas sofrem desintegração no intestino. Liberação Modificada Retardada: Veiculação de fármacos degradados pelo ácido estomacal ou irritantes da mucosa gástrica (diclofenaco sódico, KCl, sulfato ferroso) Fármacos absorvidos no intestino (evita perda no TGI) Mecanismo de liberação: Polímeros gastrorresistentes: goma laca, acetoftalato de celulose, eudragit Exemplos: Ecotrin (ácido acetilsalicílico)
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