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Doenças hematológicas - Patologia Oral

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DOENÇAS HEMATOLÓGICAS 
04 / 03 / 2020 
 
1. ANEMIA 
Diminuição do volume de hemácias e da concentração de hemoglobina, que pode ocorrer por: def iciência de ferro, de 
vitamina B12, uso de drogas e álcool, doenças crônicas (como a renal), alteração na membrana da hemácia, desordens 
hereditárias (talassemia, anemia falciforme), hemólise. 
Características clínicas: 
- Cansaço, cefaléia e f raqueza. Em casos graves, dispnéia e esforço; 
- Palidez das membranas mucosas e da conjuntiva palpebral; 
- Queilite angular, glossite atróf ica. 
Manifestações bucais: 
Alterações atróf icas começam na ponta da língua e se espalham para distal; superf ície da língua lisa e brilhante, com 
sensação de ardência; susceptibilidade a ulcerações. 
 
1.1 ANEMIA DE CÉLULAS FALCIFORMES 
Distúrbio genético / produção de hemácias em formato de foice. O formato das hemácias bloqueia pequenos vasos, 
impedindo a circulação ao redor. Qualquer órgão pode ser afetado por hipóxia. É predominante em indivíduos 
afrodescendentes (mutação celular para resistência à malária). 
* Traço falcêmico -> Não é doente; assintomático. 
Características clínicas: 
5 a 8% irão sofrer lesões no SNC (derrame cerebral), padrão trabecular reduzido da mandíbula, aspecto de f io de cabelo 
de pé pode ser observado na radiograf ia do crânio, osteomielite da mandíbula, parestesia prolong ada do nervo mandibular 
e necrose pulpar assintomática. 
 
2. LEUCEMIA 
Derivação maligna de células-tronco, que se prolifera no início da medula óssea e extravasa para o sangue periférico. 
Células leucêmicas superpõem-se às células de defesa e hemácias. 
Classificações: 
- Em relação ao curso clínico: Aguda (morte em poucos meses); Crônica (curso mais indolente). 
- Em relação à origem histogenética: Mielóide (podem diferenciar em tipos celulares distintos; ocorre mais em adultos); 
Linfóide (tem comprometimento da linhagem linfóide). 
 
Tipos: 
- Leucemia mielóide aguda: Faixa etária ampla - de crianças a adultos. 
- Leucemia mielóide crônica: Entre 30 e 40 anos. 
- Leucemia linfocítica crônica: Adultos velhos. 
- Leucemia linfoblástica aguda: Ocorre mais em crianças. 
* Tipos agudos têm maior acometimento em crianças porque elas apresentam alto nível de proliferação celular. 
 
Sinais e sintomas: fadiga, dispneia, esplenomegalia, hepatomegalia, linfadenopatia, equimose e sangramento, petéquias 
hemorrágicas em palato duro e mole, hemorragia gengival espontânea. 
 
Lesões orais tendem a ser o primeiros sinais: ulcerações, candidíase, infecções herpéticas, aumento gengival difuso, 
indolor. 
 
Tratamento: Quimioterapia -> depende do tipo de leucemia 
 - Por indução: altas doses de quimioterápico para matar o maior número possível de células. 
 - De manutenção: baixas doses por longo período. 
 Transplante de medula óssea 
 
Após diagnóstico, consultar o dentista para prevenção de infecções e hemorragia. Avaliar tecidos moles, periodonto, 
dentes, radiograf ia da boca toda. 
 
Há intervenções não-cirúrgicas ¹ e cirúrgicas ² 
¹ Tipo I - exames clínicos, raio-x, orientação de higiene oral 
 Tipo II - restauração simples e prof ilaxia supragengival 
 Tipo III - restauração complexas, raspagem subgengival, tratamento endodôntico 
² Tipo IV - extrações simples e gengivoplastia 
 Tipo V - extrações múltiplas, extração de dente incluso e apicectomias 
 Tipo VI - extração de toda uma arcada ou da boca toda, cirurgia com retalhos 
 
Classificação de risco: 
BAIXO RISCO -> Pacientes curados, não tomam medicamentos, esquema normal de tratamento. Fazer prof ilaxia 
antibiótica nos 6 primeiros meses sem quimioterapia. 
RISCO MODERADO -> Submetido ao tratamento de manutenção, mielossupressão associada à quimioterapia, 
principalmente após 14 dias. Tratamento antes ou depois dos 21 dias da quimioterapia. 
Realizar prof ilaxia antibiótica nos seguintes casos: 
¹ Para procedimentos simples ou invasivos dentro dos 21 dias antes ou após quimioterapia; 
² Para procedimentos invasivos a qualquer momento. 
ALTO RISCO -> Leucemia ativa, limitado ao cuidado de emergência, infecção bucal: antibiótico por via endovenosa, 
interação médico-dentista. 
 
PRÉ TRATAMENTO ANTINEOPLÁSICO: 
- Educar o paciente sobre a importância da manutenção de uma ótima saúde bucal, com objetivo de diminuir os 
desconfortos bucais antes, durante e depois do tratamento oncológico; 
- Alertar sobre os possíveis efeitos da terapia na cavidade bucal, como mucosite. 
● GRAUS DE MUCOSITE 
 
 
3. NEUTROPENIA 
Diminuição do número de neutróf ilos em circulação inferior a 1.500/mm³, tornando o portador mais suscetível a infecções. 
Causas: Neoplasias malignas (leucemia), drogas, agentes quimioterápicos, antibióticos, deficiência de vitamina B12, etc. 
 
- Normalmente há alguma forma de infecção BACTERIANA; 
- Há atingimento do ouvido médio, cavidade oral e perirretal; 
- Normalmente há ulcerações a nível gengival. além de perda óssea periodontal prematura com esfoliação de dentes 
decíduos ou perda de dentes permanentes. 
 
4. LINFOMAS 
4.1 Linfoma de Hodgkin 
- Neoplasia maligna linfoproliferativa (etiologia desconhecida). Alguns dados da literatura mostram a relação entre Linfoma 
de Hodgkin e infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV). Tem origem nos linfócitos B e T. 
- Geralmente atinge linfonodos cervicais e supraclaviculares (70 a 75%), sendo mais comum em homens de 15 a 35 anos, 
mas também pode ocorrer após 50 anos. 
Sinais e sintomas: Aumento de volume indolor em região de linfonodos. Inicialmente móvel; quando avança, f ixa-se nos 
tecidos adjacentes. Pode envolver baço, ossos, fígado e pulmões. Sinais bucais são raros. 
 
Tratamento: Radioterapia e quimioterapia. 
* Efeitos da radioterapia: xerostomia, cárie de radiação, osteorradionecrose. 
 
Estágios I e II -> Sobrevida de 80 a 90% 
Estágios III e IV -> Sobrevida de 55 a 75% 
 
4.2 Linfoma não-Hodgkin 
- São mais f requentes; originado apenas por células da série de linf ócitos B; 
- Mais prevalente em indivíduos com problemas imunológicos, AIDS, etc; 
- Comum em nodos linfático ou extranodais. 
 
Pode ocorrer em tecidos moles orais (com aumentos de volume indolor e difusos, afetando vestíbulo oral, palato duro 
posterior ou gengiva) ou centralmente nos maxilares (linfoma ósseo, que pode causar leve dor ou desconfortos muitas 
vezes mal interpretados como odontalgia). 
 
O tratamento depende do estágio e grau do linfoma, estágio geral de saúde do paciente e história médica. 
BAIXO GRAU - Recidiva apenas da quimioterapia / “Incuráveis’ 
GRAU INTERMEDIÁRIO ou ALTO GRAU - Radioterapia e quimioterapia. 
 
4.2.1 Linfoma de Biorkit 
Agressivo, origem: linfócitos B, alto índice de proliferação celular. Mais comum em crianças do sexo masculino, na primeira 
década de vida. Possui af inidade pelo ossos gnáticos (maxila). 
Também pode ter relação com o Epstein-barr / HIV. 
Sinais e sintomas: Tumefação facial, mobilidade dentária, destruição radiolúcida do osso, margens irregulares e mal 
def inidas. 
 
O desaparecimento da cortical da lâmina dura pode ser o 1° sinal. 
Tratamento: Quimioterapia por indução.

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