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A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR Evanilda Aparecida Machado Fabiana de Borba Rossa Salete Maria de Borba Professor Tutor: Silvana Lazzarini Bulla Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI Curso Pedagogia PED 1767 – Seminário Interdisciplinar 02/07/2018 RESUMO O presente papear tem como finalidade apresentar a importância da pesquisa na construção do conhecimento e na formação do professor, refere-se ao novo pensamento construtivista que está embasado a formação contínua e seus aspectos positivos e negativos bem como seus impactos na educação. Deste modo visa esclarecer como se originou e de que forma pode ser aplicado no cotidiano escolar. Palavras Chave: Conhecimento. Professor. Formação Contínua. INTRODUÇÃO Deve-se estar atento à construção do conhecimento no dia-a-dia, estimular o pensamento dos alunos, os recursos de aprendizagem e de busca de conhecimento, neste aspecto deve-se aprimorar os meios que se propõem as atividades curriculares para que instigue o interesse pelo aprendizado e novos conhecimentos tanto de alunos quanto de professores. A tecnologia veio para facilitar, agilizar e aproximar o professor e alunos no ambiente escolar promove novos meios para realizar trabalhos e atividades que melhore e aperfeiçoe o aprendizado, se caracteriza por diversificar as alternativas que contemplem as interfaces. A formação em excesso pode ser fator prejudicial para professores que buscam por esta condição a fim de elevar a exigência e não abrir espaço para o diálogo e entendimento das necessidades de cada um. 2 A FORMAÇÃO CONTÍNUA DE PROFESSORES DOS ANOS 90 Constituindo um dos sinais de mundialização das políticas educativas impulsionadas por organismos internacionais, como a OCDE e a UNESCO, a preocupação pela formação contínua de professores tem marcado o discurso e a agenda das políticas educativas dos últimos decênios, pelo menos nos países ditos desenvolvidos. (FERREIRA, 2006, p.43). Apesar da clara consciência da necessidade de incrementar a formação contínua como resposta às transformações do sistema educativo e à mudança de condições do exercício profissional e apesar das múltiplas iniciativas promovidas pelas mais variadas entidades não existia em Portugal, até aos anos 90, um sistema de formação “devidamente estruturado em termos de objetivos, execução e controlo” (Relatório da OCDE, 1984:173). Só em 1992 é publicado o decreto-lei sobre o regime jurídico da formação contínua que cria os instrumentos legais desta estruturação. (FERREIRA, 2006, p.44). Uma rara conjugação de circunstâncias felizes parecia assegurar a priori o êxito do sistema da formação contínua. Com efeito, verificava-se (FERREIRA, 2006, p.45): __ a apetência de muitos professores pela formação, não só dentro de um espírito de aprendizagem ao longo da vida, mas também como procura de desenvolvimento pessoal e profissional e de afirmação de profissionalismo em face de deterioração da imagem social da profissão docente; __ múltiplas necessidades de formação decorrentes a fatores variados: persistência do insucesso e abandono escolar; integração nas classes regulares de crianças com necessidades educativas especiais, dentro do espírito de escola inclusiva que a adesão à declaração de Salamanca (1994) estimulara; a realidade, nova em muitas escolas, do aparecimento de uma população escolar multiétnica e multicultural; reforma curricular de 1989 e inovações posteriores; mudanças na gestão escolar, baseadas numa concepção de escola como centro da comunidade educativa, organizada de forma democrática e participativa e unida à volta do seu projeto educativo; __ uma legislação que em partes se apropriou do discurso das ciências da Educação, constituindo um suporte legal favorável à inovação da formação e à articulação desta com as escolas; __financiamentos relativamente abundantes, provenientes maioritariamente dos fundos comunitários de apoio à formação contínua, no âmbito da União Europeia, libertando os professores de sacrifícios financeiros para custearem sua formação. Se conjugarmos a legislação sobre a formação contínua coma legislação sobre a gestão da escola e com a recente da definição dos perfis profissionais dos docentes, verifica-se a tendência crescente para fazer da escola um polo de desenvolvimento e o local central da formação. Está sob subjacente a ideia de que é nos contextos de trabalho que se manifestam, vivem e se resolvem os problemas do quotidiano, afinam-se os projetos profissionais, reconstrói-se a identidade profissional. A centralidade que a escola e o seu projeto assume na educação do aluno e na sua inserção na comunidade aponta não só para um trabalho colaborativo dos professores, envolvendo os parceiros educativos, como aponta para um novo papel da escola enquanto unidade de gestão do sistema, isto é, enquanto “lugar de síntese, múltiplas tendências transnacionais, nacionais, regionais e locais” (BARROSO, 1994: 140). (FERREIRA, 2006, p.48). Houve necessidade de desenvolvimento dos professores para que a escola e aulas possam se tornar mais atrativas e interessantes com o objetivo de buscar a permanência e escolarização da sociedade, que visa elevar sua condição de educação no contexto competitivo e globalizado que o avanço tecnológico está exigindo. 3 OS EFEITOS POSITIVOS DA FORMAÇÃO CONTÍNUA De uma lista de cinco aspectos positivos do sistema de formação contínua destacados num relatório de 2002 do Conselho Nacional de Educação, apenas três de referem aos seus efeitos no sistema educativo (FERREIRA, 2006, p.49): - assumpção da formação por órgãos do poder central, regional e local, permitindo uma territorialização que facilitou o acesso dos professores, de todas as áreas geográficas à formação; - o apoio dado, através da formação, às transformações do sistema educativo ( inovações curriculares, mudanças na organização e gestão das escolas); - desenvolvimento de uma cultura de formação. O aspecto diferencial e mais relevante deste contexto se dá no incentivo a profissionalização e melhoria da qualidade do ensino devido à ampla capacidade de adquirir e distribuir novos conhecimentos e métodos por professores isso ocasiona na igualdade das oportunidades futuras de alunos independente da escola que frequentou. 4 OS ASPECTOS NEGATIVOS E OS DISFUCIONAMENTOS DO SISTEMA DE FORMAÇÃO Como ponto mais crítico do sistema e causa de disfuncionamentos em cadeias aparece-nos o modo como se associou a formação contínua à progressão de carreira. Se a formação deve ser um dos elementos de avaliação do professor, a ligação estabelecida através de um sistema de créditos ocasionou uma série de disfuncionamentos que passamos a referir (FERREIRA, 2006, p.51): - O desvirtuamento do sentido da formação. Dêmos a palavra a uma antiga diretora de um centro de formação: “ Hoje, para a generalidade do docentes, a formação contínua significa o processo de obtenção de créditos, o qual obriga à frequência de cursos: quais, não importa, sobre o quê, muito menos; que relação com a prática docente é questãoirrelevante; com resultados transferíveis, nem vale a pena pensar em tal..” (FERNANDES, 1996: 74). ( FERREIRA, 2006, p.51) - O desvirtuamento dos Centros de Formação. Concebidos como garantes de uma formação centrada na escola, os centros, face à pressão de procura de formação, “tendem a instituir-se num mercado local de formação”, deixando em segundo plano uma “intervenção em torno de uma lógica de projecto capaz de promover o associativismo entre escolas e docente dos diferentes níves do ensino”(CORREIA e outros, 1997:20). (FERREIRA, 2006, p.51) - O divórcio entre os Centros e as Escolas. A pressão decorrente da necessidade de obtenção de créditos não só não estimulou, como foi um obstáculo à elaboração de planos coerentes de formação relacionados com as necessidades das escolas e com o seu projeto educativo. Produziu-se assim um autêntico divórcio entre os centros e as escolas que as impediu de se tornarem pólos de formação e limitou drasticamente o eventual impacto de formação na mudança da cultura organizacional da escola. (FERREIRA, 2006, p.52) - A massificação e a escolarização da formação. A corrida aos créditos originou respostas massificadas, traduzidas pela oferta de cursos em detrimento de formas mais inovadoras de formação, como as oficinas, os círculos de estudos ou projetos de investigação – ação. Esses cursos assentam numa lógica de formação escolarizante, “bancária”, assente num modelo transmissivo, “centrado nas aquisições” (FERRY, 1983) e “defectológico” ou de superação de défices identificados ou supostos pela entidade formadora ou pelo formador. (FERREIRA, 2006, p.52) - O financiamento e a burocratização dos centros. O sistema de financiamento concorreu não só para o desvirtuamento do papel dos centros como para sua burocratização. Esgotando grande parte da sua energia na elaboração dos complexos processos de creditação das ações, os centros tendem a subverter a lógica das prioridades de formação pela lógica da acessibilidade ao financiamento. Tornam-se, assim, como denunciam BARROSO e CANÀRIO (1999: 149), “instrumentos de execução de programas financeiros que alimentam o ‘mercado’ de formação contínua de professores em que dominam os traços mais negativos da oferta escolarizada.” (FERREIRA, 2006, p.52). Os professores sentem-se pressionados a realizar cursos de formação para que obtenha melhores condições financeiras e de trabalho sem distinguir a necessidade e aplicação da formação para o desenvolvimento dos alunos e da escola. Neste sistema há várias frustrações em relação ao dia-a-dia na sala de aula o que reflete no desempenho por trazer expectativas além do esperado. 5 “AS PROVAÇÕES” DA CULTURA GLOBALIZADA: RUMO AO DESCONHECIDO Instituições como universidades estão, neste contexto, desafiadas a acompanhar e a se adaptar às alterações ambientais provocadas pela aplicação de novas tecnologias, geralmente implementadas pela inciativa privada, e desafiadas a produzir tecnologias que assegurem, a seus egressos, capacidade de um excelente desempenho profissional. ( FERREIRA, 2006, p.22) Assim, a nova realidade exige qualificações cada vez mais elevadas para qualquer área profissional ou qualquer posto de serviço, tornando as necessidades educacionais das populações cada vez maiores e, por esse motivo, a formação continuada uma exigência. Quem não acompanha as mudanças científicas e tecnológicas, prematuramente estará inabilitado para o trabalho e para a vida em sociedade que, contraditoriamente, pela própria evolução, produziu também o “não-trabalho”. ( FERREIRA, 2006, p.22) Estas transformações tão rápidas aceleram todas as determinações do mundo, fazendo surgir à violência como categoria determinante da vida diuturna. Pela rapidez que as TIC ( Tecnologias da Informação e Comunicação) proporcionaram à toda humanidade, o quadro de referência de todos mudou. Todos vivem, sentem, pensam e agem aceleradamente, violentamente, desrespeitando todas as formas humanas de trabalho e de convivência social. ( FERREIRA, 2006, p.22) O acesso à educação é também um meio de abertura que dá ao indivíduo uma chave de autoconstrução e de se reconhecer como capaz de opções. O direito à educação, nesta medida, é uma oportunidade de crescimento do cidadão, um caminho de opções diferenciadas w uma chave de crescente estima de si (CURY, 2002: 260). ( FERREIRA, 2006, p.38) Assim, a escola enquanto locus privilegiado de transmissão, assimilação e produção do conhecimento, deverá possibilitar a “formação continuada” para todos que buscarem nela o “passaporte” para a cidadania, de acordo com as determinações da “cultura globalizada”, sem distinção de raça, cor, credo, idade, crença ou qualquer outra especificidade diferenciada que tiver algum ser humano. ( FERREIRA, 2006, p.52) As universidades e escolas estão passando por um processo de mudanças onde novas habilidades necessitam ser adquiridas dentre elas a utilização de novas tecnologias com novos métodos de ensina para atender as demandas que se fazem contínuas e vem com isso romper barreiras resistentes de um passado que visava o ensino tradicional como eficiente para o desempenho elevado dos alunos na vida profissional e pessoal. 6 FORMAÇÃO CONTÍNUA, MUDANÇA E CULTURA PROFISSIONAL Se quisermos contribuir para a mudança dos professores e escolas, teremos de partir das suas culturas, o que, aliás, será mais coerente com a defesa que se faz, em termos teóricos, de “dar a vez e voz” aos professores e com a importância atribuída aos contextos para a compreensão da acção formativa ou educativa. ( FERREIRA, 2006, p.54) Tornar a escola num espaço dialógico de construção de identidades implica como tem sido repetidamente notado, que a escola se torne numa organização democrática e participativa, aberta ao meio e dotado de um sentido de comunidade e da sua relação com a comunidade. Por isso como diz R. Canário (1994), mudar a instituição implica mudar as suas relações com o mundo envolvente e, só assim, a formação contínua poderá ter efeitos na escola enquanto centro da comunidade educativa. ( FERREIRA, 2006, p.57) No entanto, como a experiência portuguesa de formação contínua e de gestão da escola bem ilustra, não é através dos discursos teóricos e jurídicos que a realidade muda, embora uns sejam importantes como facilitadores de uma consciência crítica e os outros criem condições favoráveis ou desfavoráveis à realização da mudança e delimitem as margens da liberdade em que os actores se podem mover. Para mudar é preciso querer ou sentir a necessidade de mudar ou, ao menos, é necessário que a mudança assuma um significado para aqueles a quem é proposta ou imposta. ( FERREIRA, 2006, p.57) Por isso, julgamos que é ao nível das culturas profissionais dos professores e organizacionais das escolas que é preciso atuar e a formação contínua poderá ser o instrumento dessa mudança. Não é formação massificada e imposta como condição principal de progressão na carreira, que só poderá reforçar as tendências niveladoras das escolas, masa formação voluntária, em grupos de autoformarão, e centrada na vida escolar e nos seus problemas. De certo que outras condições poderão favorecer o sucesso da formação contínua, como a institucionalização de espaços e tempos de reflexão, estudo e pesquisa ( semanais, quinzenais ou, ao menos, mensais) que permitam uma acção formativa em comunidade e o acompanhamento das inovações dela decorrentes ( FERREIRA, 2006, p.58) A formação contínua, porque inscrita no nosso tempo, poderá pôr ao seu serviço ou rentabilizar os valores de diversidade, flexibilidade, incerteza e criatividade de que a pós – modernidade se reclama e que as construções teóricas sobre a formação, aliás, contemplam. ( FERREIRA, 2006, p.58) A massificação da formação traz ao professor desorientação quanto as práticas pedagógicas, o que flexibiliza e potencializa a dificuldade e gera uma tolerância permissiva em função do aluno sem o coloca-lo em suas devidas capacidades . Tornando característica do ensino o foco financeiro e a estabilidade e não o profissional e as peculiaridades da profissão. 7 POR UMA EDUCAÇÃO ALÉM DA ESCOLARIZAÇÃO A atitude pró-investigação já esteve presente na instituição escolar como um todo, evidenciada, por exemplo, no preparo meticuloso das aulas dos professores tanto do ginásio como dos grupos escolares. Havia professores que investigavam porque ensinavam, hoje temos pesquisadores que ensinam e raros professores que pesquisam. Como se chegou à situação atual, na busca da produtividade individual houve separação e hierarquização entre a produção do conhecimento e sua “transmissão”. Essa divisão tem muito a ver com a supervalorização da pesquisa universitária, financiada com verbas de institutos e fundações externos à universidade, mas colados a ela, e com a desvalorização do ato de ensinar, ligada à desqualificação dos salários e da própria formação (IBIDEM, p.33). ( FERREIRA, 2006, p.81) A pesquisa teve importância para o ensino e foi valorizada para a aprendizagem porém nos tempos atuais ela está inclinada para o desenvolvimento privado e governamental tornando-a uma moeda de valor para o mercado e assim desqualificando o sentido do ensino e da aprendizagem como ponto de evolução da sociedade. 8 CONCLUSÃO Os professores são valorizados pela formação contínua porém nos dias atuais está formação pode ser insuficiente para atender as demandas de sala de aula e que necessitam de novos métodos, os quais podem ser desenvolvidos através da pesquisa em diversas área do conhecimento. Neste sentido é importante ressaltar que o investimento na pesquisa deve ser prioritário para uma novo modelo de educação. Para se chegar ao novo resultado deve se pensar nas práticas atuais que estão fora de integração e seus processos aleatórios não permitem excelência no meio educacional, possibilita um déficit para os alunos e professores que fazem parte deste processo, no aspecto social e profissional o qual deixam de se produzir oportunidades. REFERÊNCIAS FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. FERREIRA, C.S.Naura. Formação Continuada e Gestão da Educação. 2ª edição. São Paulo: Cortez, 2006.
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