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Filosofia_e_Etica_Profissional_20183_COM_SEC

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EAD
FILOSOFIA E ÉTICA 
PROFISSIONAL
Sebastião Donizeti Bazon
 
0 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Prezado (a) aluno (a) 
Ao falarmos de profissão, surgem várias características que um bom profissional deve ter, 
tais como: liderança, conhecimento tecnológico e científico, entre outros. Porém, dentre 
todas as qualidades que um bom profissional teve ter, a ética se faz mais que necessária 
para que o indivíduo possa se relacionar com os seus companheiros de trabalho, clientes 
e todas as pessoas com quem ele se interage diariamente. O valor profissional deve 
acompanhar de um valor ético para que exista uma total ideia de qualidade, o profissional 
se enobrece pela ação correta e também pode cair de forma assustadoramente rápida, 
dependendo da sua ação antiética. 
 
Assim, a ética torna as pessoas mais sociáveis, por causa de sua reflexão em relação ao 
outro. O profissional começa ter a consciência da importância da hierarquização e 
respeita não de uma forma imposta, mas sim com livre escolha autônoma, como 
autônomo, o profissional pode exercer diferentes tipos de tarefas, desde as mais simples, 
até as mais complexas, exercendo largamente a sua liberdade no campo da vontade. O 
grupo em que o profissional está inserido funciona em torno de regras, onde a verdadeira 
conduta atua de forma serena e verdadeira, podemos representar a essência do bem e 
dos valores humanos. Com isso, a ética profissional tenta resolver os problemas do 
cotidiano do mundo profissional, desde as noções de dever até formação de consciência 
social, que não é só importante para a profissão, mas sim para todos os aspectos da vida 
em sociedade. 
 
A apostila de ética profissional é composta por quatro unidades contendo estudos sobre 
conceito de ética e a relação entre ela a o meio profissional. Na unidade 1, os estudos são 
direcionados para a compreensão do conceito de ética e moral, estudaremos as noções e 
as origens dos termos que guiam o homem até os dias de hoje. Na unidade 2, 
estudaremos as primeiras teorias éticas, onde teve o seu nascimento na Grécia Antiga, 
 
1 
 
principalmente em Atenas. Sócrates foi considerado o pai da moral, por deslocar o 
pensamento filosófico dos pré-socráticos que refletiam sobre a origem do cosmo, e 
caminhou a reflexão para a natureza do homem e suas ações. A partir de Sócrates, o 
debate a respeito da moral saiu do campo do relativismo e conseguiu bases objetivas, 
que é a própria razão humana. Na mesma unidade veremos também o filósofo Aristóteles 
que desenvolveu uma ética mais voltada para realidade, onde o meio-termo é chave 
essencial para a boa conduta. 
 
A partir da unidade 3, os estudos se focam na profissão e sua relação com a ética. A 
profissão está além do que um simples meio de sustento do indivíduo, pois somente 
através dela, o sujeito se completa e dá um sentido ao rumo da sua existência. A noção 
de utilidade é formada pelo o exercício do trabalho individual e coletivo, praticando 
virtudes como a solidariedade e companheirismo. Por isso a ética se transforma em algo 
mais prático do que teórico, por meio de reflexões realizadas em ambientes de trabalho, 
diversos pensadores começaram a formular uma ética específica para tratar de problemas 
na área da profissão. Mostrando a importância do pensar ético, essa unidade trabalha o 
desenvolvimento do pensamento ético no profissional até chegar a seu objetivo, que é a 
consciência social, que coloca a prioridade no coletivo, fugindo do pensamento e prática 
egoísta. 
 
E por fim, na unidade 4, apresenta-se um estudo sobre os deveres do profissional que 
passa a ser uma obrigação para que o mesmo exerça um trabalho de qualidade. Os 
deveres que os profissionais passam a adotar começam a tomar conta de seu agir, dando 
valor para as suas atitudes. Para que o dever possa funcionar de forma adequada e 
verdadeira, deve vir não de imposições externas ao sujeito, mas sim de uma livre e 
espontânea vontade interna do mesmo, somente assim o indivíduo deixa as suas ações 
legítimas, tendo total responsabilidade dos seus atos. 
 
Professor Ms Sebastião Donizeti Bazon 
 
2 
 
PROGRAMA 
 
Ementa: A Filosofia e suas correntes. Domínios da Filosofia: Teoria do Conhecimento, Deontologia, 
Ética, Estética, Filosofia Social. 
 
Objetivo: 
 Estudar a conduta humana perante o ser e seus semelhantes. 
 Envolver noções de aprovações ou desaprovações, noções de certo ou errado, sobre 
as ações dos homens. 
 Considerar a prática do bem como uma virtude, 
 Originar a ética como um meio necessário para buscar e promover a felicidade dos 
seres, quer individualmente, quer coletivamente. 
 
Programa da disciplina 
Unidade 1 – Moral e Ética 
Unidade 2 – Teorias Éticas 
Unidade 3 – Profissão e Ética 
Unidade 4 – Os deveres do profissional 
 
Metodologia: Disciplina oferecida na modalidade à distância (EAD). Incentiva-se a 
formação de grupos de estudo autônomos, orientados pelo professor. 
 
 
Bibliografia Básica 
AMES J. L. & PORTELA, L.C.Y. (orgs), Lições de ética & política, Cascavel - PR, Edu norte, 2006. 
CHAUÍ, M. Convite à filosofia. SP, Ática, 2000 
SEVERINO, A J. Filosofia. Campinas: Cortez, 2002. 
 
Bibliografia Complementar 
SAVIANI, D. Educação do senso comum a consciência filosófica. Campinas: Cortez, 2000. 
 
3 
 
ARANHA, M.L. A. Filosofia da Educação. SP: Moderna, 1996. 
CASSIRER, E. Ensaio sobre o Homem, São Paulo, Martins Fontes, 2001. 
GILES, T. R. Ramos Fundamentais da Filosofia: lógica, teoria do conhecimento, ética profissional. 
SP: EPU, 1995. 
ARENDT, H., A condição Humana, Rio de Janeiro: Forense universitária, 2007. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
SUMÁRIO 
 
UNIDADE 1 – MORAL E ÉTICA .............................................................................................................. 5 
UNIDADE 2 – TEORIAS ÉTICAS ........................................................................................................... 12 
UNIDADE 3 – PROFISSÃO E ÉTICA .................................................................................................... 21 
UNIDADE 4 – OS DEVERES DO PROFISSIONAL ............................................................................... 31 
 
 
 
5 
 
UNIDADE 1 – MORAL E ÉTICA 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
Objetivo: Compreender de uma forma geral os conceitos de ética e moral. 
A Ética ou Filosofia Moral, é um campo da filosofia que estuda a conduta humana perante 
o ser e seus semelhantes. Os seus estudos envolvem noções de aprovações ou 
desaprovações, chamado também de noções de certo ou errado, sobre as ações dos 
homens e a consideração de valor como equivalente de uma mediação do que é legítimo 
e prestativo no campo das ações. 
 
Considerando a prática do bem como uma virtude, a ética se origina como um meio 
necessário para buscar e promover a felicidade dos seres, quer individualmente, quer 
coletivamente, mas também avalia os desempenhos humanos em relação às normas 
comportamentais relacionadas. Analisa a vontade e o interesse do ser humano perante as 
suas atuações à própria pessoa, quer em face da comunidade em que se insere. Como 
ciência, a ética emprega normas e regras de conduta para que a essa conduta se reverta 
em favor do homem. Neste aspecto o homem torna-se o centro da observação, em 
consonância com o meio que lhe envolve. 
 
Noções de ética são imprescindíveis para que o ser humano possa viver de uma forma 
saudável em uma sociedade, pois uma vida boa em uma sociedade só acontece a partir 
do momento que o ser humano começa a refletir em suas ações perante o outro. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
Ao falarmos sobre ética, devemos distingui-la do conceito de moral, que muitas vezes são 
usados como sinônimos. Podemos estabelecer algumas diferenças entre eles, embora 
essas definições variem conforme o filósofo. A etimologia da palavra moral vem do latim6 
 
mos, moris, que significa “costume”, “maneira de se comportar regulada pelo uso”; e 
moralis, morale, adjetivo referente ao 
que é “relativo aos costumes”. A 
palavra Ética vem do grego ethos, e 
significa “costume”. 
 
De uma forma mais sistemática, podemos classificar a moral como um conjunto de regras 
que determinam o comportamento dos indivíduos em um grupo social. O sujeito moral é 
aquele que age bem ou mal na medida em que acata ou transgride as regras morais 
admitidas em determinada época ou por um grupo de pessoas. Diz respeito à ação moral 
concreta, quando nos perguntamos: o que devo fazer? Como devo agir nessa situação? 
O que é certo? O que é condenável? E assim por diante. A ética se classifica como uma 
reflexão sobre as noções e princípios que fundamentam a vida moral. Essa reflexão 
orienta-se nas mais diversas direções, dependendo da concepção de ser humano tomado 
como ponto de partida. 
 
Diante dessa formulação, surgem outras perguntas relativas à ideia de ética tais como: há 
uma hierarquia de valores a obedecer? Se houver, o bem supremo é a felicidade? O 
prazer? A utilidade? O dever? A justiça? Igualmente, é possível questionar: os valores são 
essenciais? Tem conteúdo determinado, universal, válido em todos os tempos e lugares? 
Ou, ao contrário, são relativos, haveria possibilidade de superação das posições 
contraditórias do universalismo e do relativismo? Toda essa indagação constitui a 
natureza da investigação ética e muitas dessas perguntam ainda são temas de 
importantes discussões contemporâneas. 
 
A fim de garantir a sobrevivência, o ser humano age sobre a natureza transformando-a 
em cultura. Para que isso possa se tornar realidade, o homem estabelece regras que 
organizam as relações entre os indivíduos, visando sempre à harmonia em uma 
sociedade, essa atitude aplica-se em todos os tipos de sociedades, desde a mais simples e 
 
7 
 
primária até a mais complexa e desenvolvida, 
por isso é impossível um povo existir sem 
qualquer conjunto de normas de conduta. 
Segundo o antropólogo francês Lévi-Strauss, 
uma das normas mais antigas e cultivadas 
pelos povos a milhares de anos, é a proibição 
do incesto, que funciona como uma norma 
para garantir as relações de parentesco e de 
aliança entre os membros da família, 
funcionando como um símbolo de união. 
 
Assim, a regra é exterior ao indivíduo, existindo 
uma moral constituída, pelo qual o 
comportamento é orientado por meio de 
normas. Em função da adequação ou não à norma estabelecida, o ato será considerado 
moral ou imoral. Desse modo, o comportamento moral adquire um caráter histórico, pois 
varia de acordo com o tempo e o lugar, conforme as exigências das condições nas quais 
as pessoas organizam-se ao estabelecerem as formas de relacionamento e as práticas de 
trabalho. Quando essas relações de tempo e lugar se modificam, ocorrem também 
alterações nas normas de relacionamento entre as pessoas, ganhando um caráter de 
histórico e social. 
 
Todavia, mesmo a moral sendo um fruto de um processo histórico, só se torna legítima se 
for adotada pelo indivíduo ou pelo grupo de livre e consciente aceitação da norma. Isso 
significa que o ato só é propriamente moral se passar pelo crivo da aceitação pessoal da 
norma. Mesmo admitindo o caráter histórico e social, a moral não se reduz à herança dos 
valores recebidos pela tradição, porque já partindo da adolescência, o indivíduo 
desenvolve o pensamento abstrato e a reflexão crítica e tende a se questionar sobre os 
valores herdados. 
Para Lévi-Strauss, a ideia de normas e 
regras existe desde as primeiras formas de 
sociedade e tem um papel importante no 
desenvolvimento das sociedades e da forma 
como o homem se relaciona com o outro. 
 
8 
 
Isso gera uma inquietude no indivíduo, pois com a ampliação da consciência e noção de 
liberdade, ele começa a ver certo elemento contraditório entre a norma vigente e a 
escolha pessoal. Se aceitarmos a moral como unicamente social e histórico, teremos que 
reduz o ato moral ao simples cumprimento da norma, dos valores dados e não 
questionados, tornando a educação moral algo que iria inculcar medo e punições nas 
pessoas que descumprisse a norma vigente. Mas por outro lado, se aceitarmos a moral 
como uma constante interrogação do indivíduo perante a regra, pondo em risco a 
destruição de qualquer norma da sociedade, resultaria em um individualismo, onde a 
vontade do sujeito estaria acima de tudo. 
 
O indivíduo moral precisa equilibrar esses dois pontos para que estabeleça um bom 
relacionamento com o próximo, à aceitação da herança histórica dos valores deve passar 
pelo crivo pessoal do sujeito, readquirindo uma nova roupagem, destacando um aspecto 
intersubjetivo que é essencial para a moral. A criação dos valores serve para que os seres 
sociais possam se relacionar melhor, e para alcançar essa finalidade, o indivíduo deve 
estar preparado para que ocorram certas mudanças na tradição. 
 
Além de conter no ato moral os elementos de liberdade, consciência, intersubjetividade, é 
necessário existir a solidariedade. A solidariedade e a reciprocidade fazem com que o ato 
moral estabeleça um compromisso com aqueles que nos relacionamos diariamente, esse 
compromisso não é superficial e exterior, mas revela-se como uma “promessa” pela qual 
nos vinculamos à comunidade. A responsabilidade torna a pessoa consciente e livre para 
assumir a autoria do seu ato, reconhecendo-o como seu e respondendo pelas 
consequências dele. O dever deriva da responsabilidade, fazendo o comportamento 
moral livre e consciente, também obrigatório. 
 
Mas essa obrigatoriedade não está na exterioridade do sujeito; é moral justamente 
porque o próprio sujeito impõe-se o cumprimento da norma. Pode parecer paradoxal, 
mas a obediência à lei livremente escolhida não é coerção: ao contrario é liberdade. 
 
9 
 
Como juiz interno, a consciência moral avalia a situação, consulta as normas 
estabelecidas, interioriza-as como suas ou não, toma decisões e julga seus próprios atos. 
O compromisso humano é a obediência à decisão livremente assumida. Porém, o 
compromisso não exclui a desobediência, o que determina justamente o caráter moral ou 
imoral do nosso ato: por sermos realmente livres, temos a possibilidade de transgredir a 
norma, mesmo aquela que nós mesmos escolhemos respeitar. 
 
O ato moral sendo uma ação voluntária, ou seja, um ato de vontade que decide realizar o 
fim proposto. Disso não podemos confundir desejo e vontade, pois o desejo não resulta 
em escolha, porque surge em nós com toda a sua força e exigência de realização. Já a 
vontade consiste no poder de reflexão que antecede a realização ou não do desejo. 
Seguir o impulso do desejo sempre que ele se manifesta é gerar certo risco de harmonia 
em uma sociedade, por exemplo, a educação da criança supõe aprender a avaliar a 
adequação ou não de realizar o desejo, a fim de priorizar alguns, adiar outros e afastar os 
que lhe parecem inadequados. 
 
ÉTICA APLICADA 
Toda essa reflexão sobre o ato moral resultará em um conceito desenvolvido na década 
de 1970, chamado de ética aplicada. Esse conceito procura provocar um debate 
multidisciplinar com outras áreas do conhecimento, tais como: a biologia, a medicina, a 
ecologia e os negócios. Essa relação se amplia na interlocução com os diversos 
profissionais, além de dar voz às pessoas comuns, leigas no assunto, mas que de fato 
sofrem impacto dessas alterações que vêm ocorrendo no mundo em velocidade 
assustadora. 
 
A ética aplicada é, portanto, um ramo da filosofia contemporânea que nos coloca diante 
do desafio da deliberação sobre problemas práticos do dia-a-dia, que exigem 
conscientização dos riscos que nos ameaçam e a justificação racional das mediadas a 
serem assumidas. O filósofo Karl-Otto Apel (1922), refletindo sobre o desenvolvimento da 
 
10 
 
tecnologia e os seus efeitos danosos aomeio ambiente, elaborou uma reflexão ética em 
três níveis: a microesfera, a mesoesfera e a macroesfera. 
 
A microesfera trata das ações da esfera íntima, como 
família, matrimônio, vizinhança, a mesoesfera refere-se 
ao âmbito da política nacional; a macroesfera aborda o 
destino da humanidade. Estaria, portanto no âmbito da 
macroesfera, ou da macroética, enfrentar problemas 
como o risco destruidor das ações bélicas e o 
progressivo desequilíbrio ambiental, que representam 
um desafio urgente. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 
Diante de pessoas, coisas e situações, o ser humano constantemente faz avaliações, julga 
algo bom ou ruim, classifica uma atitude de uma pessoa como certa ou errada, entre 
outros, a questão dos valores é fundamental para todo indivíduo conhecer o modo como 
nos relacionamos na sociedade e também conhecer a si mesmo, conhecer aquilo que ele 
considera o mais importante, o que está no topo hierárquico segundo o seu intelecto. Os 
animais, as coisas e as pessoas mobilizam a nossa afetividade por atração ou repulsa. 
Algo que possui valor tem uma característica de diferenciação, mesmo sendo parecido 
com outros objetos, aquele a qual o homem estabelece um valor estará acima de 
qualquer um parecido. 
 
Os valores são, num primeiro momento, herdados. O mundo cultural é um sistema de 
significados já estabelecido, de tal modo que aprendemos desde cedo como nos 
comportar a mesa, diante de um estranho, e outros diversos costumes. A ética é um ramo 
que estuda esses valores, fazendo uma análise se eles são ou não legítimos, se segue ou 
Apel realiza um estudo visando à 
aplicação da ética nos assuntos 
práticos do cotidiano das pessoas. 
 
11 
 
não uma hierarquia, os valores são essenciais para o desenvolvimento do homem e a 
ética é a reflexão para que esse desenvolvimento possa ocorrer de uma forma saudável. 
 
PARA SABER MAIS 
http://www.gutenberg.org/files/35398/35398-h/35398-h.htm 
Link para a página sobre Ética da Enciclopédia Britânica (em inglês), a enciclopédia 
disponibiliza informações sobre a origem, principais correntes e estudos da hermenêutica, 
como também outras fontes de consulta para o melhor aprofundamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
UNIDADE 2 – TEORIAS ÉTICAS 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
Objetivo: Compreender as principais teorias éticas da filosofia. 
As discussões éticas nasceram na Grécia no século V a.C., quando os filósofos ampliaram 
as áreas de reflexão, abrangendo as questões morais. Todavia, o sujeito moral da 
antiguidade não podia ser compreendido na sua completa individualidade, como hoje. Os 
gregos eram antes de tudo cidadãos membros de uma comunidade, e a ética ligava-se 
intrinsecamente à política. Era no campo político que os gregos exerciam a liberdade e a 
moralidade. 
 
No entanto, a vida na família prevalecia à desigualdade, porque as mulheres e os escravos 
submetiam-se ao poder do chefe. A ética antiga tinha uma visão hierarquizada que vinha 
desde os tempos homéricos em que aos “melhores” na arte da guerra cabia decidir o 
destino da cidade. Ocorreram mudanças na era clássica, destacando-se a mudança de 
valores da aristocracia guerreira pela cidadania. Por isso a ética ocupa um papel 
fundamental no desenvolvimento do pensamento político, porque só através do exercício 
de cidadania o indivíduo se completava e se realizava na cidade, sendo a ética a melhor 
forma para que o sujeito pudesse refletir sobre seus atos e praticar de uma forma mais 
correta a sua cidadania. 
 
Outro caráter que a ética ganhou no desenvolvimento da filosofia na antiguidade, foi o 
aspecto metafísico que, segundo o qual, a compreensão do mundo baseia-se na noção 
de ser, ou seja, na busca de um sentido que nos conduza à essência do ser, por exemplo: 
o que é o ser da virtude? O que é a verdade? O que é o bem? Daí a importância que, 
desde Sócrates, deu-se à definição do conceito. 
 
 
 
13 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
A discussão sobre os costumes se inicia com o filósofo Sócrates, conhecido também como 
“o pai da moral”. A partir de Sócrates e dos sofistas (século V a.C.), a investigação sobre a 
natureza foi deixada em segundo plano, enquanto as questões relativas à vida social 
ganharam o interesse maior da filosofia. Os sofistas afirmavam que não existem normas e 
verdades universalmente válidas. Com isso, caíram no que os filósofos chamam de 
relativismo ou subjetivismo. Protágoras (480 – 410 a.C.) foi um dos maiores sofistas, e 
acreditava que o bom ou ruim, o que convém ou não convém, depende do julgamento 
pessoal de cada um de nós. 
 
Sócrates (469 – 399 a.C.) não aceitou essa proposição dos sofistas, que, levada ao 
extremo, conduziria a um total desregramento social já que ficaria a cargo de cada 
indivíduo decidir o que é melhor em cada ocasião. O filósofo se concentrou nos homens, 
como fizeram os sofistas, mas soube chegar ao fundo da questão sobre a essência 
humana e seu conhecimento. Ao contrário dos sofistas, Sócrates sustentou que existe um 
saber universalmente válido, que decorre do conhecimento da essência humana, a partir 
da qual se pode conceber a fundamentação de uma moral universal. 
 
Para o filósofo, existe a possibilidade de construir 
uma moral universal baseada no conhecimento 
do ser humano, isto é, no conhecimento daquilo 
que é essencial a todos os homens, aquilo que 
todos os homens compartilham, apesar de suas 
eventuais diferenças. No entanto, qual é essa 
essência que todos os homens compartilham? 
Segundo Sócrates, o nome dessa essência 
chama-se alma racional. O homem é, 
essencialmente, razão. A alma ocupa um lugar de 
Para Protágoras, as noções de bem e mal, 
certo e errado são relativas, pois cada 
homem é diferente do outro. 
 
14 
 
maior prestigio em relação ao corpo e ensinar aos homens a cuidarem da própria alma é 
tarefa máxima do educador. 
 
O homem deve usar o próprio corpo como instrumento, e o 
sujeito como o operador desse instrumento, fazendo que o corpo 
e a alma sejam duas coisas distintas. Sócrates levou esse 
pensamento a tal ponto que, altera o sentido de virtude da 
tradição grega. Para os gregos, a virtude seria uma atividade 
material que resulta em algum mérito ou consequências 
financeiras, como por exemplo, um homem que ganhou muito 
dinheiro e é reconhecido como um ótimo comerciante. O que 
Sócrates discorda desse pensamento grego, é o sentido de que a 
virtude é algo ligado a matéria, o verdadeiro valor é aquele que 
vem da alma e não simplesmente de uma ação humana. 
 
O homem que age conforme a razão age corretamente, em concordância com a sua 
alma racional. Por isso, Sócrates acrescentou que quem age mal o faz por ignorância do 
que é o bem e do que é a essência humana. E é na razão que se devem, portanto, 
fundamentar as normas e costumes morais. Por isso, dizemos que a ética socrática é 
racionalista, ou seja, fundamentada na razão, nos conhecimentos que estão acima do 
desejo individual, essa razão que habita em todos, pode estabelecer regras universais, 
válidas para todas as pessoas. 
 
 
PLATÃO 
Platão (427 – 345 a.C.) nasceu em Atenas e pertenceu a uma família de aristocratas que, 
desde cedo o influenciou para as questões políticas. Em seus diálogos, o filósofo descreve 
as discussões de Sócrates a respeito das virtudes e da natureza do bem. Nos diálogos, 
ressalta a convicção de que a virtude identifica-se com a sabedoria e o vício com a 
Sócrates critica a visão 
relativista dos sofistas, 
porque segundo o 
filósofo, dentro do ser 
humano já existe uma 
direção universal que 
leva para o verdadeiro 
bem. 
 
15 
 
ignorância: portanto, a virtude pode ser aprendida. Platão ilustra esse conceito no seu 
livro A República, onde o filósofo descreve a alegoria da caverna, mostrando que o sábio 
é único capaz de se soltar das amarras que o obrigavam a ver apenas sombras e, aodirigir-se para fora, poder contemplar o sol, que representa a ideia do bem. 
 
Alcançar o bem está relacionado em compreender o 
bem. A partir dessa concepção, na cidade que imagina 
no seu livro, Platão distingue uma sociedade dividida 
em três classes sociais: os governantes, os soldados e 
os produtores. Em cada uma das classes, prevalece um 
aspecto da alma: o racional para os governantes, a 
alma impulsiva e corajosa para os guerreiros e a alma 
que anseia por desejos materiais e apetite sexual para 
os comerciantes. 
 
Somente o filósofo atinge o nível mais alto das três 
classes, por isso cabe a ele exercer a virtude maior da 
justiça e, portanto a função de governar. Outras virtudes menores, mas também 
importantes para a cidade destinam-se aos soldados defensores da polis e aos 
trabalhadores comuns, artesãos e comerciantes. A cidade perfeita é aquela em que 
predominam em cada classe as virtudes citadas e a justiça consiste na harmonia entre as 
três virtudes. 
 
ARISTÓTELES 
Aristóteles (384-322 a.C.) foi discípulo de Platão por mais de vinte anos até a morte dele, 
a partir disso, o filósofo de Estagira começou a publicar o seu pensamento diferente da 
obra de seu mestre, aprofundando também a discussão a respeito das questões éticas. 
Na obra Ética a Nicômaco, Aristóteles procura o que representa o fim último de todas as 
atividades humanas, uma vez que tudo o que fazemos visa a alcançar um bem. 
Platão desenvolveu uma ética onde 
cada classe teria uma virtude 
específica, abrangendo outras áreas 
além da racional. 
 
16 
 
 
As ações humanas tendem para um bem, ou seja, elas tendem a encontrar “fins” de 
alguma coisa. O conjunto das ações humanas e o conjunto dos fins particulares para os 
quais elas tendem subordinam-se a um “fim último”, que é o “bem supremo”, que todos 
os homens concordam em chamar de “felicidade”. Porém, em o que consiste a felicidade? 
Estudando todos os bens desejáveis, como os prazeres, a riqueza, a honra, a fama, 
observa que eles visam sempre à outra coisa e não são fruídos por si mesmos. 
 
Pergunta-se então pelo sumo bem, aquele que em si mesmo é um fim, e não um meio 
para o que quer que seja. E o encontra no conceito de “boa vida” (em grego, 
eudaimonia). Por isso a filosofia moral de Aristóteles é eudaimonia. Aristóteles desvincula 
a felicidade das coisas materiais e coloca a felicidade como sendo ações que mais se 
aproximam da natureza humana. O bem supremo realizado pelo homem consiste em 
aperfeiçoar-se enquanto homem, ou seja, naquela atividade que diferencia o homem de 
todas as outras coisas. Se a natureza humana fundamenta no intelecto, no uso da 
racionalidade, logo a felicidade do ser humano é exercer a atividade da alma, que é a 
contemplação. 
 
Aqui percebemos que Aristóteles se assemelha com o pensamento de Platão, pois 
Aristóteles reserva o exercício mais complexo da racionalidade ao filósofo, mas reconhece 
que também as pessoas comuns aspiram pelo saber e se deleitam com ele, satisfeitas 
quando esclarecem dúvidas ou compreendem melhor algo que antes lhes parecia 
confuso. Aristóteles reafirma claramente que não apenas cada um de nós é alma, mas 
também é a parte mais elevada da alma, proclamando assim, os valores da alma como 
bens supremos, embora, com seu forte senso realista, reconheça a utilidade também dos 
bens materiais em quantidade necessária. 
 
Outro aspecto importante da ética aristotélica é a analise da virtude como uma disposição 
de caráter para querer o bem, que superar os obstáculos que dificultam a ação, fazendo 
 
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o homem siga com os seus valores escolhidos. A palavra virtude vem do latim vir 
“homem”, ”varão”; daí virtus, “poder”, “potência”, pela etimologia de virtude, persiste a 
ideia de força, de capacidade. 
 
A vida moral não se resume a um só ato moral, mas é a repetição do agir moral. Em 
outros termos, o agir virtuoso não é ocasional e fortuito, mas um hábito, fundado no 
desejo e na capacidade de perseverar no bem, assim como a felicidade supõe a vida toda 
e não se reduz a um só momento. Assim, as virtudes tornam-se como que “hábitos”, 
“estados” ou “modo de ser” que nós mesmos construímos segundo o modo indicado. 
Como são muitos os impulsos e tendências que a razão deve moderar, também são 
muitas as “virtudes éticas”, mas todas têm uma característica essencial comum: os 
impulsos, as paixões e os sentimentos tendem ao excesso ou à falta; intervindo, a razão 
deve impor a “justa medida”, que é o “caminho intermediário” entre os dois excessos. 
 
Diferentemente das ciências exatas, a moral enfrenta a 
dificuldade ao lidar com elementos irracionais, como as 
paixões e vontades que seguem muitas vezes um caminho 
diferente da razão. Por esse motivo, Aristóteles desenvolve 
uma teoria que procura equilibrar a virtude para que ela 
possa ser exercida, que pelo o qual toda a virtude é boa 
quando é controlada no seu excesso e na sua falta. Em 
outras palavras, agir virtuosamente é encontrar o justo meio 
entre dois extremos, que são chamados de vícios. 
 
O meio - termo não é uma espécie de mediocridade, mas 
sim uma vitória da razão sobre os instintos. Aqui, há quase 
uma síntese de toda a sabedoria grega que encontrara expressão típica nos poetas 
gnômicos, dos sete sábios, que haviam identificado no “meio intermediário” a regra 
suprema do agir, assim como há também a aquisição da lição pitagórica que identificava 
O homem virtuoso, segundo 
Aristóteles, é aquele que 
consegue agir no meio termo 
entre os extremos, como por 
exemplo, entre a temeridade 
e a covardia, o meio termo é 
a coragem.
 
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a perfeição no “limite”, e ainda, por fim, há um aproveitamento do conceito de “justa 
medida”, que desempenha papel tão importante no pensamento de Platão. 
 
Para o filósofo, o indivíduo bom é generoso, não pensa somente em si, ajudando nas 
dificuldades e problemas dos outros. Neste sentido, a justiça refere-se às relações entre as 
pessoas e entre os indivíduos e o governo, estabelecidas em leis. Portanto, a justiça é uma 
virtude moral e política. Dentre todas as virtudes éticas, a justiça é que distribui pela “justa 
medida” os bens, as vantagens, os ganhos e seus contrários. Somente através da justiça, a 
atividade contemplativa alcança a sua perfeição, o homem alcança a felicidade máxima, 
quase uma tangência com o divino. 
 
A perfeição da alma racional é chamada por Aristóteles de virtude “dianoética”. E como a 
alma racional tem dois aspectos, conforme se volte para as coisas mutáveis da vida do 
homem ou para as realidades imutáveis e necessárias, ou seja, aos princípios e as 
verdades supremas, então duas também são, fundamentalmente, as virtudes dianoéticas: 
a sabedoria e a sapiência. A sabedoria consiste em dirigir bem a vida do homem, como 
deliberar aquilo que é bom ou mau para o homem. Já a sapiência é o conhecimento 
daquelas realidades que estão acima do homem, ou seja, a metafísica. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
 
Neste capítulo estudamos algumas das principais teorias éticas da história da 
humanidade. O início dos estudos éticos tem como país de origem a Grécia e seu 
fundador o filósofo Sócrates, que tirou a análise das questões a respeito da origem do 
universo e como ele se constitui e focou na análise filosófica do homem e seu modo de 
como ele se relaciona com o outro. 
 
Se a essência do homem é a razão, então, podemos encontrar valores considerados 
universais, pois a mesma razão que opera em um homem opera em todos. Sócrates foi o 
 
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primeiro filósofo a levar a discussão sobre os costumes ao um âmbito universal, saindo 
assim do relativismo existente na sua época. Platão, discípulo de Sócrates, dá 
continuidade no pensamento do mestre, mas leva essa discussão ao lado da política, pois 
para o filósofo, o verdadeiro bem está no funcionamento das três classes necessárias no 
Estado, Platão leva a filosofia moral paraum ramo mais político do que uma análise sobre 
os costumes de fato. 
 
E por fim, Aristóteles de Estagira que foi discípulo de Platão por um longo tempo, e que 
depois da morte do mestre, fez uma filosofia contrária a do seu mestre, focando-se nos 
problemas sensíveis e não tanto abstratos. A ética para Aristóteles ocupava uma grande 
na escala do conhecimento, para ele, a ética era o conhecimento na sua forma prática e 
que o seu funcionamento só se dá através do seu exercício contínuo. Todos os homens 
tendem a um bem, esse bem seria o fim de toda a ação humana que resulta na felicidade 
do indivíduo, a ética torna-se então, a ferramenta necessária para alcançar esse fim que o 
homem tende: a felicidade. 
 
O melhor modo para alcançá-la é se afastando dos vícios que se consiste nos extremos, 
assim, a ética aristotélica ensina que o caminho para a felicidade está em achar o meio – 
termo das nossas atitudes, esse pensamento ressalta uma característica muito buscada 
pela tradição grega que é a busca pelo equilíbrio das coisas. 
 
APROFUNDANDO CONCEITOS 
 
Filme: Sócrates (título original: Socrate). 
Direção: Roberto Rossellini. Ano: 1971. 
Elenco: Jean-Dominique de La Rochefoucauld, Marcella Mariani, 
Renzo Rossellini, Roberto Rossellini. 
Gênero: Drama, histórico. 
Nacionalidade: Espanha / Itália / França. 
 
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Sinopse - Superprodução televisiva em que Rossellini narra os últimos dias da vida de 
Sócrates, filósofo que buscava a reestruturação moral da Grécia e se recusou a colaborar 
com o governo. Ele foi preso, julgado e condenado a beber cicuta. 
Questões orientadoras para assistir o filme 
Como o filme relaciona a ética com a história de Sócrates? 
O filme trabalha com temas de princípios e valores. Atente-se para como isso é mostrado 
na cena em que Sócrates é executado? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 3 – PROFISSÃO E ÉTICA 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
Objetivo: Compreender a relação entre a profissão e a conduta ética. 
A ética profissional é um ramo da ética aplicada que se foca nas relações de trabalho e 
como o profissional deve se relacionar com o próximo. Analisando a prática desses 
benefícios recíprocos a quem pratica e a quem recebe o fruto do trabalho, a exigência se 
torna cada vez mais evidente de uma conduta condizente com os princípios éticos. Os 
modos como as pessoas se relacionam na esfera profissional, gera subgrupos que 
mantêm relações diferentes, como: o profissional perante o cliente, perante o colega, 
perante a sociedade, entre outros. 
 
Através da consideração ética, hoje se analisa do ponto de vista da necessidade de uma 
conduta de efeitos amplos, mesmo diante de povos que possuem tradições e costumes 
diferentes. Mesmo o grupo de profissionais que exercem o mesmo ofício, acaba criando 
distintas classes profissionais e condutas relacionadas. A reflexão sobre uma norma que 
lide com diferentes tipos de visões está cada vez mais latente nos debates sobre a ética 
profissional. 
 
Neste capítulo, abordaremos noções e fundamentos da relação entre a profissão e o agir 
ético e social. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
 
A expressão ‘profissão’ vem do latim professione, do substantivo professio, que teve 
diversas definições nesse idioma, mas foi empregado por Cícero como “ação de fazer 
profissão de”. Na atualidade, o conceito de profissão representa um trabalho que se 
pratica a serviços de terceiros, ou, uma prática constante de um ofício. 
 
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A profissão além de sua utilidade para o indivíduo, ela tem também um caráter social e 
moral. É pela profissão que o indivíduo se destaca e se realiza plenamente, provando a 
sua capacidade, sabedoria e inteligência, com o trabalho o homem eleva também seu 
nível moral. Deixa o homem útil a sua comunidade e nela se eleva e se destaca na prática 
da solidariedade e do companheirismo, onde o homem moral se realiza plenamente. 
 
O valor social existe em todas as profissões consideradas liberais, o que varia entre elas 
são a sua forma de atuação e a natureza qualitativa dos serviços prestados a necessidade 
humana. A saúde, a educação, a habitação, são exemplos das áreas de grande 
necessidade da população e precisam de profissionais sérios e coerentes, esses 
profissionais são indispensáveis à vida social, em tarefas de relevante importância. Porém, 
para que todas essas áreas possam agir de uma forma harmônica e estável, a ciência 
contábil ganha uma notoriedade maior, pois o contabilista é o grande responsável no 
sentido de conduzir a riqueza individualizada a prosperidade. 
 
O ápice da consciência profissional encontra-se nessa imensa responsabilidade de servir a 
todo o social. Ao exercer sua profissão, o profissional pratica uma função nitidamente 
social, como um médico, um administrador de empresas, contador de instituições, 
professor e enfermeiros... A dignidade dos professores está no cumprimento de suas 
tarefas que caminha ao lado de uma utilidade ampla, coerente com os interesses de 
todos. 
 
O papel do profissional é produzir tal utilidade, ou seja, pôr seu conhecimento, pôr suas 
virtudes pessoais no exercício profissional, propiciar a eficácia na utilização de recursos e 
garantir o progresso em condições de efetivar-se. 
 
 
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Os benefícios que os profissionais propiciam, cumprindo as responsabilidades de seus 
trabalhos, passam a dar-lhes notoriedade, ampliando o grau de satisfação em relação a 
eles e quase criando uma obrigação de retribuição moral por parte dos beneficiados. 
 
Por causa disso, aparecerão muitos profissionais sofrendo inveja de terceiros e esses 
sentimentos são acompanhados de atitudes imorais e antiéticas como decorrências 
(calúnias, difamações, traições, resistências passivas, chantagens, etc.). Todavia, a postura 
ética oferece remédios para se contrapuser a essas mediocridades do espírito humano. 
Os obstáculos na carreira de um verdadeiro profissional são ocasionados por pessoas 
medíocres, das que não conseguem pelo valor próprio se destacar no mesmo nível dos 
que sobem aos graus mais altos do conhecimento e da evidência social. 
 
Nomes honrados podem ser desmoralizados: o que se fez durante toda uma vida, em 
poucos dias pode desmoronar, diante dos efeitos malévolos da ação dos caluniadores, 
traidores, difamadores, chantagistas e intrigantes, mas existe solução, desde que o faça 
em tempo oportuno e com a energia necessária. É obvio que cada caso merece um 
tratamento, é possível, algumas vezes, transformar os que se voltam contra nós, como 
inimigos gratuitos, em aliados. 
 
Existe, pois, uma ética perante a inveja, mas quando a lesão é profunda, uma estratégia 
especial precisa ser arma contra a cólera dos detratores. Um profissional que alcançou 
nome, à custa dos benefícios que prestou à sociedade, criou uma imagem que valoriza 
sua própria classe e não deve estar à mercê de inescrupulosos e invejosos, pois seu nome 
acaba por transformar-se em patrimônio da comunidade. Um patrimônio moral do 
profissional de fama da classe, por ter elementos representativos, precisa ser respeitado e 
preservado. 
 
Esta é a razão pela qual os códigos de ética buscam preservar valores pessoais e 
institucionais. Tal posicionamento moderno do direito coloca em evidência um grande 
 
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progresso do direito do homem, assim como um sensível progresso de proteção aos 
valores, no campo da defesa da ética. 
 
A relação entre necessidade e utilidade, traz consigo uma exigência de uma conduta 
específica para as pessoas inseridas no mercado de trabalho. Na oportunidade oferecida, 
o profissional tem meios de mostrar todas as suas capacidades e, em decorrência, 
construir seu conceito profissional. O conceito profissional é a evidência, perante terceiro, 
das capacidades e virtudes de um ser no exercício de um trabalho habitual de qualidade 
superior. 
 
Não se constróium conceito pleno, todavia, sem que se pratique uma conduta também 
qualificada. O valor profissional deve acompanhar-se de um valor ético para que exista 
uma integral imagem de qualidade. Quando só existe a competência técnica e científica e 
não existe uma conduta virtuosa, a tendência é de que o conceito, no campo do trabalho, 
possa abalar-se, notadamente em profissões que lidam com maiores riscos. A profissão 
pode enobrecer pela ação correta e competente, pode também ensaiar a 
desmoralização, através da conduta inconveniente, com a quebra de princípios éticos. 
 
Cultura e profissão. 
No campo de estudos da ética profissional, existe uma discussão se a especialização com 
o tempo acaba marginalizando o profissional da sociedade. Muitos pensadores vão 
contra essa ideia, como por exemplo, o sociólogo francês Durkheim que diz que é a 
solução para a qualidade do trabalho e para a sociedade, a vida em classes de trabalho 
pode se assemelhar a vida em família, por isso o nível de cultura é fundamental para um 
ambiente harmonioso. 
 
A cultura em geral ensina a viver com maior intensidade e a compreender a própria 
especialização sob o prisma de maior valor. O conhecimento de filosofia, por exemplo, 
abandonado por certos programas de educação, como algo inútil, diante da dinâmica 
 
25 
 
moderna, foi reconhecido, em congresso internacional de educação que se realizou em 
Belo Horizonte em 1995, como imprescindível à formação cultural de todas as profissões. 
Pode parecer supérfluo, por exemplo, a um administrador profissional, os conhecimentos 
de psicologia, psicanálise, cibernética e heurística, mas, na verdade, se tiver bases nesses 
ramos, conseguirá, com muito melhor qualidade, entender as questões relativas à 
qualidade da decisão, da seleção de pessoal, da motivação para a produção, entre outros. 
O valor do exercício profissional tende a aumentar à medida que o profissional também 
aumentar sua cultura, especialmente em ramos do saber aplicáveis a todos os demais, 
como são os relativos às culturas filosóficas, matemáticas e históricas. 
 
A extensão do saber nunca prejudicou, mas, pelo contrário, muito auxiliou grandes 
pensadores e cientistas, no curso do tempo, como nos comprova a História. A utilidade e 
a qualidade do trabalho tendem a ser tanto maiores quanto maior for a cultura do 
profissional. A conduta tende a ser tanto mais qualificada quanto maior for o grau de 
cultura. 
 
A cultura gera no profissional a consciência social, que é essencial para uma sociedade 
funcionar de forma adequada. Quando o indivíduo adquire a consciência do valor social 
de sua ação, da vontade tornada ao geral, pode realizar importantes feitos que alcancem 
repercussão ampla. Quando o Estado, como organização promovida pela sociedade, 
motiva a ideia do coletivo, quando a administração pública é sincera com seu povo, 
quando a justiça é aplicada sem protecionismos e sem acobertar os erros dos mais 
poderosos, entendo que a consciência social se exerce com maior influência. 
 
O raciocínio de que se o governo rouba o Tesouro, e se o governo é o representante do 
todo, e se nesse caso é o todo que está a furtar e, por isso, torna-se justificável que cada 
um também o faça, leva à destruição dos costumes e enfraquece o vigor das sociedades. 
É imprescindível que as profissões se preocupem com o social, mas se não são induzidas 
a isto, o que tende a ocorrer é a ação irresponsável de todos. 
 
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Quando o profissional, isoladamente, e as classes profissionais, por suas entidades 
representantes, agem em favor de uma cooperação orgânica, social, consegue-se o 
estágio idealmente desejável. É preciso, todavia, que ocorra uma atmosfera moral 
competente, nem sempre observável em nossa época. A política e a ética não 
acompanharam a mudança do mundo, mostrando o elevado grau de decadência moral 
que se chegou, em razão do poder das minorias, que vem mantendo uma fachada de 
democracia, mas sem que o povo tenha ação sobre os verdadeiros destinos de suas 
nações. 
 
Esse clima de descontentamento que hoje vemos, através de greves, da delinquência, do 
abalo das estruturas dos lares, entre outros, parecem sempre ter existido, a julgar-se pelas 
obras dos clássicos que também reclamavam de suas épocas; na era atual, todavia, não 
encontram justificativas tais desajustes, diante dos imensos auxílios decorridos dos 
progressos da ciência e das tecnologias. A realidade mostra-nos que os abundantes 
recursos que foram conquistados no campo do conhecimento não se fizeram 
acompanhar de evoluções no campo da política, do social, e tudo isso é consequência da 
debilidade da educação moral, do mau emprego da mídia eletrônica e do desrespeito às 
instituições. 
 
A luta pelo mercado de trabalho, por exemplo, tem, também, produzido fenômenos 
sociais típicos de desrespeito entre as classes, dentro de outro desrespeito geral que não 
se observa os compromissos da qualidade de trabalho, mas exclusivamente a produção 
do lucro. Ofertas indiscriminadas de “pacotes de propostas”, com rótulos mercadológicos, 
invadem os mercados de serviços e de bens, sem nenhum compromisso com a utilidade. 
Apresentam-se ideias antigas, fracassadas em suas épocas, mas com outra rotulagem, 
preocupadas com apenas a “venda de serviços”, para promoverem receitas profissionais, 
sem responsabilidades em relação aos efeitos sociais das medidas derivadas. 
 
 
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Esse atentado contra o ambiente social, praticado em todos os níveis e em todas as 
classes, não por todos, mas por grupos minoritários dominantes, mostram-nos a distância 
entre o ideal social e o egoísmo acentuado no desempenho de um trabalho de cunho 
apenas lucrativo e de proveito individual. Essa mesma falta de responsabilidade e de visão 
para com o social também se espelha na elaboração e aprovação de leis, há mais de um 
século. 
 
Outra questão delicada, face do social, diz respeito à filosofia que um Estado segue, 
impelido pela decisão totalitária de grupos do poder, deixando-se guiar por “verdades 
relativas”, ou “critérios de conveniência política”. Como conceber o verdadeiramente 
moral perante a nação, perante o Estado, perante a sociedade, perante a humanidade, é 
um tema complexo. O ético perante o Estado deve ser encontrado dentro de uma 
filosofia de virtudes, de prática do bem, de encontro com a felicidade, como preconizou 
Aristóteles. 
 
A contribuição profissional, todavia, é, muitas vezes, compulsoriamente exigida e, quando 
está de acordo com a lei, ganha aparência de ética, mas, na essência, existem dúvidas que 
possa ser aceita como tal. Questiona-se até que ponto o profissional deve atender a uma 
ética científica ou a uma conduta volvida ao cumprimento das leis de seu país. 
É absolutamente justo e criterioso admitir-se a vontade ética virada a realizar uma 
conduta em prol do social, mas o que entender verdadeiramente por social faz-se exigível 
para uma orientação saída. Não se trata de fazer apologia de uma desobediência civil, 
mas de reconhecer que o poder, nas mãos de minorias dominantes, há muito tempo, em 
quase todo o mundo, deixou de praticar uma política verdadeiramente em favor da 
sociedade, e isto se comprova pelas estatísticas que indicam o progresso da miséria no 
mundo, paralelamente a um progresso da má distribuição da renda. 
 
Esses exemplos são bastante evidentes para comprovar a tese de que na conduta 
humana, na aplicação dos preceitos éticos, não devemos negar nossa parcela de 
 
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cooperação ao social, nem confundir o Estado com a sociedade, nem um governo com o 
próprio sentimento individual e nacional. Não podemos negar que o Estado nasceu de 
uma vontade das sociedades de se organizarem, mas não é menor verdade que a 
autoridade e o poder exercidos em nome de tal instituição nem sempre se têm 
comportado dentro dos interesses das próprias sociedades. 
 
O direito pode legitimar um podere este legitimar outras situações de direito, mas nada 
disso legitima a conduta que se processa contra os princípios éticos. Não se confundem, 
pois, as formas legais com as essências éticas, e nisso pode residir uma colisão entre as 
ações do poder e aquelas da real prática das virtudes. A obrigação ética não se confunde, 
com a obrigação legal, imposta pelo poder. O social em si, o Estado como decorrência do 
social, as classes, os grupos e as relações próximas entre os seres criam deveres éticos 
específicos e definidos em relação à conduta relativa a cada um. 
 
Uma sociedade absolutamente eficaz e um Estado igualmente eficaz são abstrações que a 
teoria deve buscar nas configurações teóricas, nos modelos a serem construídos para as 
condutas. A realidade, entretanto, mostra-nos, também, que não existem sociedades 
constituídas total e exclusivamente por virtuosos, nem só por células sociais eficazes. 
Tarefa da ciência ética e das ciências sociais é contribuir para que tais estágios desejáveis 
sejam alcançados, pelos menos, quase totalmente. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
 
A profissão não é simplesmente um meio de sustento do indivíduo na sociedade, ela 
funciona também como meio de promover a moralidade perante o outro. O homem 
torna-se útil na medida em que ele exercer a prática da solidariedade e amizade em uma 
sociedade, o valor de seu trabalho é medido pelo grau de importância que ele exerce na 
sociedade, nesse caso, temos como grandes exemplos, os médicos, os professores, os 
policiais, que são vitais para que a sociedade existir. 
 
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Porém, se fomos fazer uma análise mais aprofundada, vemos que os profissionais da 
administração e os contabilistas têm também um grau elevado na nossa sociedade 
contemporânea. Sem eles, o médico não conseguia exercer suas habilidades de forma 
segura e virtuosa, pois estaria preocupado em solucionar problemas monetários e 
administrativos, o profissional que trabalha nessa área está responsável por toda a 
infraestrutura para que as instituições sociais possam funcionar de forma estável e 
harmônica. 
 
Por causa dessa grande responsabilidade, crescem constantemente a inveja perante esses 
profissionais, por isso a ética se faz cada fez mais necessária nesse campo profissional. 
Muitos dos problemas que um profissional enfrenta são ocasionados por pessoas 
invejosas e que estão a todo o momento conspirando contra esses profissionais de 
sucesso. Por essa razão, códigos de ética buscam preservar valores pessoais e instituições 
para tentarem amenizar esses problemas existentes no mundo profissional. 
 
A cultura torna-se algo necessário para que o profissional possa crescer e praticar um 
trabalho de qualidade, o valor do trabalho aumenta na medida em que a carga cultural 
do profissional aumenta paralelamente. Isso tudo vai culminar na consciência social do 
profissional, onde o indivíduo adquire a noção de responsabilidade social de suas ações, 
prezando sempre pelo bem coletivo. 
 
PARA SABER MAIS 
Filme: Wall Street: Poder e Cobiça. (Wall Street.) 
Direção: Oliver Stone. Ano: 1987. 
Elenco: Michael Douglas, Martin Sheen, Charlie Sheen. 
Gênero: Drama. 
Nacionalidade: EUA. 
 
 
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SINOPSE 
Nova York, 1985. Bud Fox (Charlie Sheen) é um jovem e ambicioso corretor que trabalha 
no mercado de ações. Após várias tentativas ele consegue falar com Gordon Gekko 
(Michael Douglas), um inescrupuloso bilionário. Durante a conversa Bud sente que precisa 
dar alguma dica muito quente para ter a atenção de Gekko e então lhe fala o que seu pai, 
Carl Fox (Martin Sheen), um líder sindical, tinha lhe dito, que a Bluestar, a companhia 
aérea para a qual trabalha, ganhou um importante processo. Esta informação não foi 
ainda divulgada oficialmente, mas quando isto acontecer às ações terá uma significativa 
alta. Gekko o adota como discípulo e logo Bud trabalha secretamente para Gekko, 
abandonando qualquer escrúpulo, ética e meios lícitos, pois só quer enriquecer. Bud 
obtém sucesso, o que faz seu padrão de vida mudar. Além disto, se envolve Darien Taylor 
(Daryl Hannah), uma decoradora em ascensão, mas se os ganhos são bem maiores, os 
riscos também são. 
 
Para se questionar ao assistir o filme 
No filme, o empresário Gekko propõe para Bud a oportunidade da vida dele, se tornar 
um homem de sucesso, mas para isso Bud precisa largar mão de certas atitudes morais. 
De acordo com o filme, a moral é ou não é necessária no campo profissional? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 4 – OS DEVERES DO PROFISSIONAL 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 
Objetivo: Compreender os deveres do profissional. 
O exercício profissional prestado a terceiros, exige todas as qualidades pertinentes à 
satisfação da necessidade, de quem requer a tarefa, passam a ser uma obrigação perante 
o desempenho. Assim, deriva um complexo de deveres que envolvem a vida do 
profissional, sob os ângulos da conduta a ser seguida para a execução de um trabalho. 
 
Os deveres impõem-se e passam a governar a ação do indivíduo perante seu cliente, seu 
grupo, seus colegas, a sociedade, o Estado e especialmente perante sua própria 
conformação mental e espiritual. Existem os valores nas tarefas que se distinguem dos 
valores em face da conduta humana, tais distinções, por si só, já seriam suficientes para a 
consideração científica do estudo da questão. A pessoa compromete com todo um 
conjunto de deveres éticos, compatíveis com a escolha da tarefa a ser desempenhada. 
 
O trabalho apresenta aspectos objetivo, mas também existem certas particularidades 
próprias e características de cada especialização, existindo assim um complexo de valores 
relacionados a cada profissão. Devemos compreender a ética profissional como algo mais 
amplo do que normalmente imaginamos, existindo assim deveres e condutas diferentes 
nas diversas profissões. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
Todas as nossas escolhas devem passar primeiramente pelos critérios da consciência: se a 
tarefa desejável é harmônica com o que nos agrada e se possuímos tendência para 
 
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realizá-la. Nem sempre a escolha coincide com a vocação, mas feita a eleição, inicia-se 
um compromisso entre o indivíduo e o trabalho que se propõe a realizar. 
 
Tal compromisso está principalmente contornado para a produção com qualidade, ou 
seja, para a materialização de todo um esforço, no sentido de que se consiga oferecer o 
melhor trabalho. O dever nasce primeiro do empenho de escolher, depois daquele de 
conhecer, e finalmente do de executar as tarefas, com a prática de uma conduta lastreada 
em valores ou guias de conduta. Não basta escolher a profissão de administrador, 
advogado, analista de sistemas, biólogo, entre outros; é preciso que, ao buscar conhecer 
a tarefa, haja uma ligação sensível com a mesma, de modo que possa ser alegre, do que 
se faz desejável. 
 
A origem do dever é, portanto, a eleição da tarefa. Daí decorre os compromissos do 
pleno conhecimento do mesmo; tudo se complementa com o dever da qualidade da 
execução e com uma conduta valorosa, calcada em uma escolha de práticas úteis e 
causadoras de benefícios. 
 
Aquele que elege um trabalho como meio de vida precisa fazer dela algo prazenteiro, ou 
seja, deve estar estimulado, por si mesmo, a exercer as tarefas, não só por convicção da 
escolha, mas por identificar-se com o selecionado. A eleição de uma tarefa habitual deve 
ser natural, resultado de um encontro de nossas estruturas mentais com a tarefa 
prazerosa, como solução de uma fórmula de identidades. A harmonia na vida muito 
depende de nossa harmonia com o trabalho que executamos. O dever precisa fluir como 
algo que traz bem-estar, e não como uma obrigação imposta que se faz pesada e da 
qual se deseja logo se livrar. 
 
Os deveres de um profissional não são imposições, mas vontades espontâneas. Isto exige, 
portanto, que a seleção da profissão passe pela vocação,pelo amor ao que se faz como 
condição essencial de uma opção. Quando a seleção da tarefa está de acordo com uma 
 
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consciência identificada com a escolha, dificilmente ocorrem infrações éticas, porque estas 
seriam violações da vontade, contrárias ao próprio ser. 
 
Isto não significa, todavia, que ninguém possa tornar-se um apaixonado adepto de outro 
conhecimento, tendo escolhido o que não lhe era movido pelo que entendia estar 
vocacionado. O exercício de uma profissão demanda a aquisição de pleno 
conhecimento, o domínio sobre a tarefa e sobre a forma de executá-la, além de 
atualização constante e aperfeiçoamento cultural. 
 
Aceitar um encargo sem ter capacidade para exercê-lo é uma prática condenável, em 
razão dos danos que pode causar. Quem aceita prestar serviços sem ter a competência 
necessária ou sem estar atento para que se consolide comete infração aos princípios da 
ética, em razão dos possíveis prejuízos decorrentes. A busca na execução da tarefa com 
perfeição é um dever do profissional que depende do conhecimento e da aplicação plena 
do mesmo. 
 
Um trabalho malfeito pode causar sérios desastres. Mesmo quando se sabe como fazer, 
se o trabalho não for executado de acordo com este conhecimento, também se comete 
uma infração ética, ocorrendo, no caso, a negligência. Desconhecer, todavia, como 
realizar a tarefa ou apenas saber fazê-la parcialmente, em face da totalidade do exigível 
para a eficácia, é conduta que fere os preceitos da doutrina da moral. Conhecer o que se 
faz sugere não só ser um especialista em um ramo para o qual se está habilitado 
legalmente, mas também ter todo o domínio da tarefa, de modo que ela possa ser 
produzida com eficácia. 
 
O conhecimento não é apenas a acumulação de teoria, teoremas e experiências, mas 
também o domínio pleno sobre tudo o que é abrangido pela tarefa que se encontra sob 
a responsabilidade direta de um profissional. O dever de conhecer envolve, pois, o de 
estar apta perante a ciência, a tecnologia, a arte e o ter domínio total sobre tudo o que 
 
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envolve o desempenho eficaz da tarefa. O dever também envolve a posse do saber, a 
percepção integral do objeto de trabalho e a aplicação plena do conhecimento de ambos 
na execução. 
 
É dever ético-profissional dominar o conhecimento, como condição originária da 
qualidade ou eficácia da tarefa. Não se pode excluir da profissão seu caráter de utilidade 
e não se pode conceber utilidade sem que a função profissional se exerça com eficácia. 
Se a necessidade do cliente não é suprida pelo conhecimento e este não se aplica 
totalmente na execução da tarefa profissional, não há como se falar em eficácia, a menos 
que motivos de força maior se sobreponham. 
 
As culpabilidades por ineficácia devem observar os limites do cumprimento dos deveres e 
as condições sob as quais estes se cumpriram. Por exemplo, um médico perde seu 
paciente por falta de reação do organismo deste ao tratamento prescrito, a ineficácia não 
é do profissional. Mas nada, por menor que seja, justifica um trabalho ineficaz por 
intenção ou negligência, que possa ser considerado apenas “quase bom” ou “sofrível”, 
quando se tem em mira a qualidade da execução. 
 
A profissão eleva o nível moral do indivíduo, mas também exige dele uma prática 
valorosa, através da virtude. Não bastam somente as competências científica, tecnológica 
e artística; é necessária também aquela relativa às virtudes do ser, que se aplica nos 
relacionamentos com pessoas e grupos. Uma tarefa não pode ser realizada apenas com 
pleno conhecimento material, sendo indispensável o exercício do zelo e da excelência de 
qualidade. O trabalho, não é feito só com exclusiva participação do profissional, mas 
envolve atenção das pessoas ligadas a ele de uma forma direta e indireta, ou ainda 
envolvendo que o faz e quem dele se beneficia. 
 
Começa a partir daqui, um processo de lealdade que requer a aplicação de todas as 
virtudes. É o cliente o mais direto objetivo da utilidade do trabalho e por isso deve, 
 
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eticamente, receber toda atenção, cuidado e dedicação. No entanto, as virtudes que 
qualificam o trabalho, devem ser medidas não pela quantidade, mas sim pela sua 
qualidade com que precisam ser desempenhadas. As virtudes são variáveis de acordo 
com o que faz desejável ou necessário para o exercício de uma tarefa determinada. 
 
Há relatividade na apreciação da virtude quando por esta se entende a capacidade do ser 
dentro de uma conduta moral ou aprovada para a prática de um trabalho de utilidade 
social ou individual. Antes de resolvemos as necessidades de terceiros, são os nossos 
problemas que tentamos solucionar primeiro, mas no exercício da profissão, o raciocínio 
para o social merece mais importância do que o pensamento individual. 
 
A pessoa no trabalho, não é um elemento isolado, quando dele faz o meio de 
sobrevivência porque para haver quem preste o serviço, é dele faz meio de sobrevivência 
porque para haver quem preste o serviço, é preciso que também haja quem o tenha 
requerido. A educação dentro das doutrinas morais requer uma visão do todo: desde o 
individual até o social de nível macro, como o Estado e a nação. Muitos estudos dizem 
que quanto mais acentuado for o pensamento egoísta de uma classe, mais essa classe 
tende a debilitarem-se por falta de líderes, por outras classes mais estruturas, entre outros 
problemas. 
 
Os profissionais que alcançam notoriedade, liderança, são aqueles que estimularem suas 
virtudes visando sempre o coletivo e a qualidade do trabalho. Mas não só depende do 
profissional, a instituição a qual ele trabalha deve facilitar essa tarefa, passando confiança 
e admiração por suas atuações. Os profissionais devem estimular uns aos outros, e muito 
mais ainda devem respeitar e conduzir suas entidades a coordenar e liderar tais 
campanhas. Mesmo sendo difícil tem uma consciência coletiva nos dias de hoje, por 
causa da corrupção e da falsidade, se cada um fizer sua parte, estará fazendo tudo para 
que se alcancem dias melhores. 
 
 
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Devemos nos esforçar para respeitar nossos semelhantes, uma se fosse uma finalidade 
nas nossas vidas. Se a classe política está corrompida, não deve ser visto como umas 
motivações para nós agirmos igual. Sabemos que os profissionais foram e ainda são 
responsáveis por reformas sociais e por revoluções autênticas do processo político. Isso 
coloca a responsabilidade do profissional não somente na esfera social, mas também na 
esfera histórica de uma nação. 
 
A conduta certa eleva todo um povo; daí nossa responsabilidade individual. Os lideres 
autênticos, podem mudar o ambiente social contaminado pela devastação da corrupção 
e do desperdício. Tal dever de mudança é de máxima importância e tem suas bases na 
formação educacional das classes, quando tal formação está comprometida com os 
propósitos de alcançar o bem social. O esforça deve ser no sentido de evitar a crise, nas 
classes profissionais, pois as esperanças são pequenas em relação à salvação do social. 
 
O problema social, jamais atingirá uma solução harmônica sem solucionar os problemas 
individuais, solucionando os problemas educacionais, dando uma nova condição de vida, 
para uma nova sociedade. Quando houver uma suficiente consciência individual que seja 
capaz de distinguir as manipulações dos que detém o poder, o social começará a 
caminhar rumo à perfeição e harmonia. 
 
Virtudes do profissional. 
Existem diversas virtudes para que o profissional desenvolva com eficácia o seu trabalho. 
No entanto, existem certas virtudes básicas que sem as quais se impossibilita a perfeição 
do agir moral. Na maioria dos casos, o sucesso profissional se faz acompanhado de 
condutas fundamentais corretas, essas condutas são comuns a quase todas as profissões, 
porém o seu destaque se mostra nos trabalhos liberais. 
 
Essas virtudes são indispensáveis para a realizaçãode um exercício ético competente. 
Devem formar a consciência ética estrutural, os alicerces do caráter e, em conjunto, 
 
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habilitarem o profissional ao êxito em seu desempenho. Entre as virtudes básicas, 
destacam-se aquelas de maior alcance social, como por exemplo, o zelo, onde o 
profissional executa sua tarefa com maior perfeição possível, para a produção favorável 
de sua própria imagem. 
O zelo ou cuidado com o que se faz, começa, portanto, com uma responsabilidade 
individual, ou seja, fundamentada na relação entre o sujeito e o objeto de trabalho. 
Quando alguém procura um contador, entrega, ao mesmo, juntamente com o trabalho 
requerido, algo imaterial muito precioso – a confiança. Maus serviços são, pois, em 
princípios, traições à confiança depositada. É digno recusar um trabalho sobre o qual não 
se tem convicção sobre a dedicação que poderá ser dada. 
 
Indigno é aceitar uma tarefa, sem a certeza de que é realizável, dentro dos limites 
máximos do possível e sem que haja possibilidade de ser realizada com desvelo. Todavia, 
existem alguns casos que representam sem solução, mas, mesmo assim, não excluem o 
empenho e todas as tentativas para reverter o quadro, dando a conhecer os riscos que 
envolvem a quem espera os resultados de sua atuação, ou seja, ao seu tutor ou 
responsável. 
 
Por exemplo, um médico que recebe um paciente sem solução ou um contador ser 
procurado para recuperação patrimonial de uma empresa já em estado pré-falimentar. 
Mesmo diante de uma situação aparentemente sem solução, o profissional pode aplicar 
de tal forma o zelo que venha a modificar o prenúncio negativo. O importante é que não 
falte todo o esforço e cuidado para que o serviço em favor da pessoa. Mesmo em 
condições adversas. 
 
Um profissional percebe, dentro de si mesmo, o que deveras é preciso fazer para que a 
tarefa se desempenhe da melhor maneira possível e se não o sente é porque ainda não 
está apto para ser um profissional. Quem não conhece como fazer, logicamente não terá 
aptidão para compreender a extensão do objeto ou matéria de trabalho. 
 
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Em alguns casos, mesmo depois de concluído o trabalho, é necessário fazer uma 
assistência posterior. A responsabilidade não cessa em tempo algum em relação a quem 
o procurou e nele depositou sua confiança. O respeito pela tarefa e por quem dela 
necessita, é algo que precisa ser priorizado. Quando o trabalho é disciplinado em suas 
relações, há sempre menor oportunidade de queixas infundadas, especialmente no que 
pulsa a caracterização da tarefa. O zelo exige o entusiasmo pela tarefa e este o uso de 
todas as forças energéticas internas do ser, aplicadas no sentido de materializar, pelo 
trabalho, o amor que se tem por trabalhar. 
 
Outra virtude básica do profissional é a honestidade, onde é confiada a alguém a fiel 
guarda, a lealdade e a sinceridade no respeito para com o que é de terceiros, como 
tributo à confiança que é depositada, quando praticados no campo da virtude, 
caracterizam a honestidade. Sob esse aspecto, situa-se como uma compatível prática do 
bem com a confiança depositada por terceiros em alguém. 
 
A desonestidade, por sua vez, é exatamente a transgressão ao direito de terceiros, 
derivada dos: abuso de confiança, indução maliciosa, arbitrariedade, pressão ou outro 
fator que venha a trair ou subtrair algo que tenha sido confiado. A traição a uma 
confiança depositada é sempre uma deslealdade e tende a ser uma desonestidade, 
independentemente da expressão quantitativa. Tais deslealdades são atos viciosos e 
indignos que caracterizam a desonestidade, porque representam a quebra de uma linha 
de confiança. 
 
Muitos são os atos que ferem aos interesses de terceiros, levando a perda de confiança 
que alguém deposita em uma pessoa. Por isto a amplitude conceptual de honestidade é 
grande e em muitos aspectos se mescla com a de honra. Um dos fatores que mais têm 
caracterizado a desonestidade é a fascinação pelos lucros, privilégios e benefícios fáceis, 
pelo enriquecimento e desfrute ilícito em cargos que cedem autoridade e depositam a 
 
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confiança coletiva em alguém, para através dela ensaiar a prática de atos tirânicos ou 
egoístas. 
 
Esse panorama de franca desonestidade, consolidado como se acha, é dos mais tristes 
exemplos. Tal clima dá suporte para que muitos raciocinem de acordo com tais 
paradigmas, ou seja, tendem a aceitar como natural o enriquecimento e o favorecimento 
ilícitos. Por convivermos com essa má qualidade de homens, isto não deve significar, 
jamais, que estejamos de acordo com eles nem que pratiquemos atos indignos e viciosos 
semelhantes. Nada justifica essa conduta. 
 
A honestidade é um princípio que não admite relatividade, ou seja, o indivíduo é ou não é 
honesto; não existe o relativamente honesto nem o aproximadamente honesto, tão como 
não existe uma honestidade adaptável a cada comportamento perante terceiros. O 
profissional honesto não tem intenção de prejudicar quem quer que seja, assim como não 
está em conjuração que possa gerar lesão a terceiros. 
 
No campo profissional, as intenções são relevantes, como determinantes da natureza do 
fato. Em muitos casos, a diferença entre a intenção e a prática desonesta está apenas na 
coragem e na oportunidade dos indivíduos. Os atos isolados podem ser praticados com a 
intenção correta e os resultados nem sempre serem da mesma natureza. O profissional 
honesto torna-se digno de confiança e cresce em conceito, valorizando e respeitando sua 
categoria. 
 
O profissional honesto não pode faltar nele à lealdade, pois exige uma disposição 
específica da alma. Conceitualmente, lealdade tem sido empregada como sinônimo de 
integridade e este como sinônimo de honestidade. O honesto exige que se seja leal e o 
leal consagra a honestidade, mas em sentido apenas relativo. Embora a lealdade seja 
condição essencial para a prática honesta e até possa ser tomada como sinônimo de 
honestidade, esta representa um conceito de maior amplitude, que envolve outros 
 
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deveres. A lealdade a qual nos referimos ocorre em atos éticos, jamais aquela que 
simplesmente deflui de uma fidelidade e cumplicidade com atos viciosos. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
 
Nesta unidade estudamos os deveres do profissional em relação ao outro e em relação à 
instituição. O dever está ligado à consciência, que determina se somos capazes de realizar 
a tarefa e se possuímos algum tipo de aptidão para o que pretendemos executar. A sua 
essência, não deve ser na imposição, mas sim da vontade espontânea que brota de 
dentro para fora do sujeito, sendo que quando executamos um trabalho que está de 
acordo com a nossa vocação, executamos da melhor maneira possível. Mas, isso não 
significa que pessoas com amor pela tarefa, mesmo sem vocação, possam executá-las, 
pois para que a profissão seja executada na sua forma mais plena, é necessário domínio 
do conhecimento e do jeito de como executá-la, coisas que adquirimos com o tempo e 
estudo. 
 
A profissão eleva o nível moral do sujeito, mas somente com a virtude a prática se torna 
valorosa. As competências científicas e tecnológicas não são as únicas necessárias para o 
exercício do trabalho de qualidade, a virtude do ser, a capacidade de relacionar com o 
grupo de uma forma autêntica são imprescindíveis para que o profissional atinja seus 
objetivos. Existem inúmeras virtudes para o profissional, mas devemos olhar a qualidade 
delas, mesmo se uma pessoa possua diversas virtudes e não as praticar de forma 
adequada, não adiantaria nada, o que precisamos na nossa sociedade é pessoa que 
exerçam as virtudes de forma verdadeira, isto é, se preocupem com a qualidade das suas 
ações e não no número de virtudes que tem. 
 
Há certa relatividade das virtudes que cada trabalho precisa ter, mas ao analisar de uma 
forma mais objetiva, percebemos que existe certo padrão que todos os profissionaisprecisam possuir, como por exemplo, o zelo, que é uma responsabilidade individual que 
 
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consiste na confiança entre o profissional e o cliente ou a instituição, nunca faltando, 
assim, o esforço e o cuidado que o profissional deve ter perante a confiança depositada 
nele. Outra virtude fundamental é a honestidade, que confia a lealdade e a sinceridade na 
pessoa que parece ser virtuosa. O homem honesto é imparcial, não existe relatividade 
nenhuma nos seus atos, pois a confiança não é também relativa. 
 
PARA SABER MAIS 
http://www.cfa.org.br/codigo-de-etica/dos-deveres 
O site do conselho federal de administração disponibiliza para os internautas, os códigos 
de ética dos profissionais no ramo da administração. No site, o internauta encontra 
legislação, normas e eventos, além de publicações para auxiliar o estudante nos seus 
estudos específicos. 
 
Filme 
Filme: Cidadão Kane. (Citizen Kane) 
Direção: Orson Welles. Ano: 1941. 
Elenco: Orson Welles, Agnes Moorehead, Joseph Cotten, Paul Stewart, George Coulouris. 
Gênero: Drama. 
Nacionalidade: EUA. 
 
Sinopse 
A história conta como o repórter Jerry 
Thompson reconstitui a trajetória do 
empresário da imprensa Charles Foster 
Kane, buscando decifrar o significado de sua 
última palavra no leito de morte: 
"rosebud". A morte de Kane comovera a 
nação e descobrir o porquê daquela palavra 
se torna uma obsessão para o jornalista, que 
 
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acredita poder encontrar nela a chave do significado daquela vida atribulada. 
 
O repórter entrevista, então, as pessoas próximas a Kane. Um emaranhado de 
informações vai se costurando, desde a infância pobre, revelando um Kane por vezes 
perturbado, mas sempre ambicioso. Essa multiplicidade de fontes usadas pelo repórter 
cria um conjunto de perspectivas diferentes, funcionando como peças dos quebra-
cabeças que os espectadores vão montando. 
 
Kane herda uma fortuna e deixa de viver com os pais para ser criado por um banqueiro, 
Walter Parks Thatcher. Dentre todos os negócios que passam às suas mãos na 
maioridade, resolve dedicar-se ao jornalismo. 
 
Atraindo as estrelas dos veículos concorrentes com salários maiores e praticando um 
jornalismo agressivo (que frequentemente descamba para o sensacionalismo), Kane, 
ajudado por seu melhor amigo, Jedediah Leland, consegue construir um verdadeiro 
império da mídia. Quando se casa com Emily Norton, sobrinha do Presidente, Kane é um 
dos homens mais poderosos da América. 
 
Tenta carreira na política, concorrendo a governador como candidato independente; 
quando parece ter a vitória nas mãos, o outro candidato, Jim Gettys, traz a público um 
'caso' de Kane com Susan Alexander, cujo escândalo provoca sua derrota. Logo a seguir, 
ele se divorcia de sua primeira esposa, casa-se com Susan e se isola em seu inacabado 
palácio de Xanadu. Com o passar dos anos, ele se torna cada vez mais amargo, até que 
Susan, cansada do isolamento em Xanadu, o deixa. 
 
Depois de dois casamentos fracassados, passa seus últimos dias sozinho no palácio que 
construiu e para o qual levou tudo que o dinheiro podia comprar, desde obras de arte. de 
valor inestimável até os animais mais exóticos do planeta. 
 
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Aos poucos, vai perdendo suas virtudes e aumentando seus defeitos. Pode ser 
retrospectivamente visto como alguém amargo, sombrio, arrogante, manipulador, cruel e 
impiedoso. Sua trajetória, no entanto, encerra muito do sonho americano: idealismo, 
espírito de iniciativa, fama, dinheiro, poder, mulheres, imortalidade. 
Av. Ernani Lacerda de Oliveira, 100
Parque Santa Cândida
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