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10_Apólogo, fábula e alegoria o símbolo e a moral

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Linguagem, Códigos e suas Tecnologias 
Língua Portuguesa
2ª Série do Ensino Médio
Profº: Maikom Ecard
Linguagem, Códigos e suas Tecnologias 
Língua Portuguesa
2ª Série do Ensino Médio
Tema/Conteúdo: APÓLOGO, FÁBULA E ALEGORIA: “O símbolo e a moral”.
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
A RAPOSA E AS UVAS
 O LEÃO E O RATINHO
Imagem: Digitalização de uma ilustração de uma coleção de fábulas / Paul Bransom / Disponibilizado por Cygnis insignis / Domínio Público dos Estados Unidos. 
Imagem: A Raposa e as Uvas, ilustração de “The Esop for Children” / Milo Winter / Public Domain.
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
A FÁBULA
 A fábula é um gênero ficcional bastante popular e existe há mais ou menos 2.800 anos.
Tradicionalmente, as fábulas eram narrativas orais e não se sabe ao certo quem as criou.
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
Embora muito antigas, continuam a ser contadas e lidas, porque ensinam, alertam sobre algo que pode acontecer na vida real, criticam comportamentos humanos, ironizam os homens.
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
A estrutura da fábula tem servido a muitas versões e reescrituras, muitas delas com intenção humorística.
Na maioria das vezes, os fabulistas usam animais como personagens de suas histórias, tornando-os uma espécie de símbolo: a formiga, representando o trabalho; o cordeiro, a inocência; o burro, a estupidez; a raposa, a astúcia; etc.
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
É BOM SABER QUE...
 a) O narrador de uma fábula é um observador.
b) O tempo verbal predominante é o pretérito perfeito do indicativo.
 c) A linguagem utilizada é a variedade padrão.
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
 d) O público a que se destina(1) é o infanto-juvenil.
 (1) PRIORITARIAMENTE
 e) O suporte desse gênero textual, para atingir o público a que se destina, é veiculado à publicação em livros, jornais, revistas, em sites na Internet e ainda pode ser contada oralmente.
 Imagem: Sophie Gengembre Anderson (1823–1903) / Take the Fair Face of Woman / Private collection / Public Domain.
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
OS GRANDES FABULISTAS
A fábula nasceu no Oriente e foi reinventada no Ocidente pelo escravo Esopo, que criava histórias baseadas em animais para mostrar como agir com sabedoria. Suas fábulas, mais tarde, foram reescritas em versos, com um acentuado tom satírico, pelo escravo Fedro.
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
Contudo, o grande responsável pela divulgação e reconhecimento da fábula no Ocidente moderno foi o francês Jean de La Fontaine, um poeta que conhecia muito bem a arte e as manifestações da cultura popular.
Motivado pela natureza simbólica das fábulas, La Fontaine criava suas histórias com um único objetivo: tornar os animais o principal agente da educação dos homens.
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
JEAN DE LA FONTAINE
Imagem: Jean de La Fontaine / Autor Desconhecido / Disponibilizado por Kelson / Domínio Público dos Estados Unidos. 
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Para isso, os animais são colocados numa situação humana exemplar, tornando-se uma espécie de símbolo. Por exemplo : a formiga, representa o trabalho ; o lobo, o poder despótico; e assim por diante [...]
LÍNGUA PORTUGUESA, 2º Ano do Ensino Médio
APÓLOGO,FÁBULA E ALEGORIA: O SÍMBOLO E A MORAL
Imagem: Página de título do livro: Trezentas Fábulas de Esopo, 1867 / George Fyler Townsend / United States Public Domain. 
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
PARA AQUELES QUE SÃO LOUCOS POR FÁBULAS
Para aqueles que são aficionados por fábulas e querem conhecer outras, antigas e modernas, sugerimos a leitura dos seguintes livros: Fábulas de La Fontaine; Fábulas, de Monteiro Lobato; Esopo – Fábulas Completas; Fábulas fabulosas e Novas fábulas fabulosas, de Millôr Fernandes.
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
ESTRUTURAS DAS FÁBULAS
 Através das fábulas, podemos fazer duas leituras independentes:
 a) A narrativa propriamente dita cuja estrutura narrativa sempre se repete:
 situação inicial;
 obstáculo;
 tentativa de solução;
 resultado final.
 Imagem: Wilber, mascote do projeto GIMP / Tuomas Kuosmanen / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported. 
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
b) Moral: linguagem temática, dissertativa. Ela pode ser usada e analisada independentemente da fábula.
 A fábula nos leva a dois mundos:
 1- o imaginário, o narrativo, fantástico;
 2- o real, dissertativo, temático.
 
Na verdade, a fábula é um “estudo sério sobre o comportamento humano”, a ética e a cidadania.
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
Exemplo:
O LEÃO E O RATINHO (Monteiro Lobato)
Ao sair do buraco viu-se o ratinho entre as patas do leão. Estacou, de pelos em pé, paralisado pelo terror. O leão, porém, não lhe fez mal nenhum.
- Segue em paz, ratinho; não tenhas medo do teu rei.
Dias depois, o leão caiu numa rede. Urrou desesperadamente, debateu-se, mas quanto mais se agitava mais preso no laço ficava.
	Atraído pelos urros, apareceu o ratinho.
Língua Portuguesa - 2º ano
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Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
- Amor com amor se paga – disse ele lá consigo e pôs-se a roer as cordas. Num instante, conseguiu romper uma das malhas. E como a rede era das tais que rompida a primeira malha as outras se afrouxam, pode o leão deslindar-se e fugir.
	Mais vale paciência pequenina do que arrancos de leão.
Monteiro Lobato. Fábulas, 1994.
Língua Portuguesa - 2º ano
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Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
Imagem: Ilustração de "O Corvo e o Cisne", de 1919 / Milo Winter / United States Public Domain. 
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Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
Imagem: A formiga e o gafanhoto de “Fables of Æsop and others”, traduzidos para a natureza humana, 1857 / Charles Henry Bennett (1828–1867) / Public Domain. 
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Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
ALEGORIA
Uma alegoria é uma representação tal que transmite um outro significado em adição ao significado literal do texto. Em outras palavras, é uma coisa que é dita para dar a noção de outra, normalmente por meio d’alguma ilação moral.
É bastante fácil confundir a alegoria com a metáfora, pois elas têm muitos pontos em comum.Para melhor entender o que seja uma alegoria, podemos citar alguns exemplos.
Língua Portuguesa - 2º ano
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Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
O mais conhecido exemplo de alegoria é provável que seja O Mito da Caverna, de Platão. O autor referia-se aos mitos e superstições de seus contemporâneos, comportamento que ficou representado pela alegoria da caverna em que as pessoas ficariam presas e imóveis, sem jamais poder contemplar diretamente o que acontecia fora dali.
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
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Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
 O mito da caverna
Imagem: Entrada de Cueva Clara (Caverna Clara) Parque de las Cavernas del Río Camuy ,Porto Rico / Per Aspera / Creative Commons CC0 1.0 Universal Public Domain Dedication. 
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
SALMO 80
Imagem: Autoria provável de Edward Evans / ilustração do Salmo 23, do livro The Sunday at Home: A Family Magazine for Sabbath Reading, 1880 [collected volume], London, Religious Tract Society, Paternoster Row, 164 Picadilly / Disponibilizado por Adam Cuerden / United States Public Domain.
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
SALMO 121
Imagem: Fotografia por Tobias Bender / Texto adicionado por Barge Mason / Disponibilizado por Masonbarge / GNU Free Documentation License
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Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
Os ditados populares são alegorias contextualizadas:
“Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.”
“Mais vale um pássaro na mão que dois voando.”
“Casa de ferreiro, espeto de pau.”
Etimologicamente, o grego allegoría significa “dizer o outro”, “dizer alguma coisa diferente do sentido literal” (allos, “outro”, e agoreuein, “falar em público”). 
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
APÓLOGO
Gênero alegórico que consiste numa narrativa que ilustra uma lição de sabedoria, utilizando personagens de índole diversa, reais ou fantásticas, animadas ou inanimadas. 	Servem de exemplos clássicos os apólogos de Fedro e Esopo. Confunde-se facilmente com a fábula, embora esta se concentre mais em relações que envolvem coisas e animais, e com a parábola, que se ocupa mais de histórias entre homens e figuras alegóricas com sentido religioso. Hegel considera-a uma forma de parábola.
http://www.edtl.com.pt/index.php?option=com_mtree&task=viewlink&link_id=787&Itemid=2
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Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
“Pode-se considerar o apólogo como uma parábola que não utiliza apenas, e a título de analogia, um caso particular, a fim de tornar perceptível uma significação geral, de tal modo que ela fica realmente contida no caso particular que, no entanto, só é narrado a título de exemplo especial.” (Estética, II, 2c, Guimarães Editores, Lisboa, 1993, p.223).
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Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
No século XVII, na Espanha, fizeram escola os apólogos de Los Sueños, de Quevedo, e Coloquio de los perros, de Cervantes. Ficaram célebres entre nós, os Apólogos Dialogais (1712), de D. Francisco Manuel de Melo. Como todos os apólogos, têm por fim interferir de alguma forma com o comportamento social e moral dos homens, modificando-o pelo exemplo, se possível.
http://www.edtl.com.pt/index.php?option=com_mtree&task=viewlink&link_id=787&Itemid=2
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Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
O apólogo é uma narrativa que busca ilustrar lições de sabedoria ou ética, através do uso de personalidades de índole diversa, imaginárias ou reais, que podem ser tanto inanimadas como animadas. 
Bem parecido com a fábula em sua estrutura, o apólogo é um tipo de narrativa que personifica os seres inanimados, transformando-os em personagens da história.
Diversos autores consideram que se pode observar o apólogo como uma parábola que não utiliza apenas, e a título de analogia, um caso particular a fim de tornar perceptível uma significação geral.
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
Imagens da Esquerda para direita: (a) Carl Heinrich Bloch (1834–1890) / O Sermão da Montanha / United States Public Domain (b) James Tissot /  The “Sermon of the Beatitudes” (1886-96), da série ”The Life of Christ” , Brooklyn Museum / Public Domain.
Língua Portuguesa - 2º ano
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Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
Exemplo:
Um Apólogo (Machado de Assis)
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Por que lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
Imagem: Uma agulha com linha / Saurabh R. Patil / Creative Commons - Atribuição - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não Adaptada
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Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
Imagem: A agulha enfiada / Jorge Barrios / GNU Free Documentation License.
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Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
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Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
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Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importacomigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
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Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
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Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: 
— Anda, aprende, tola. Cansaste em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. 
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.
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Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
 ATIVIDADES 
Escreva um apólogo que tenha por personagens dois seres inanimados, como, por exemplo: um lápis, uma borracha, um giz e um apagador, um chinelo velho, um sapato novo uma carta e um e-mail. Por meio de um diálogo entre os personagens, mostre ações deles que, no final ilustrem uma lição de sabedoria ou ética. A linguagem empregada deve estar de acordo com a variedade padrão da língua. Faça um rascunho e só passe seu texto a limpo depois de realizar uma revisão cuidadosa. Refaça o texto , se necessário. E BOA PRODUÇÃO TEXTUAL !!!
Fonte:Português e Linguagem, de Willian Cereja e Thereza Cochar. Vol. 1.
Língua Portuguesa - 2º ano
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Língua Portuguesa -2º ano
Apólogo, fábula e alegoria: o símbolo e a moral
BIBLIOGRAFIA
	aulasdelinguaportuguesaeliteratura.blogspot.com/.../apologo-fabula-e...
	br.answers.yahoo.com
	Cereja, William Roberto & Magalhães, Thereza Cochar. Português Linguagem. Volume 1. São Paulo. 7ª Edição, 2010, Editora Saraiva.
	palaciodaspalavras.blogspot.com
	textoscristaos.blogspot.com/2008/05/aplogos-fbulas-e-alegorias.html
	textolivre.com.br
	www.infoescola.com
	www.infoescola.com
	www.educacao.pe.gov.br
	www.polibusca.com.br
	www.portalcravo.com.br
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Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
Tabela de Imagens
Língua Portuguesa - 2º ano
Apólogo, Fábula e Alegoria: O símbolo e a moral...
	n° do slide	direito da imagem como está ao lado da foto	link do site onde se consegiu a informação	Data do Acesso
	 	 	 	 
	2a	A Raposa e as Uvas / Milo Winter / Public Domain. 	http://commons.wikimedia.org/wiki/File:The_Fox_and_the_Grapes_-_Project_Gutenberg_etext_19994.jpg	18/09/2012
	2b	Digitalização de uma ilustração de uma coleção de fábulas / Paul Bransom / Disponibilizado por Cygnis insignis / Domínio Público dos Estados Unidos.	http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Frontispiece,_An_Argosy_of_Fables.jpg?uselang=pt	18/09/2012
	7	Sophie Gengembre Anderson (1823–1903) / Take the Fair Face of Woman / Private collection / Public Domain. 	http://en.wikipedia.org/wiki/File:SophieAndersonTakethefairfaceofWoman.jpg	18/09/2012
	10	Jean de La Fontaine / Autor Desconhecido / Disponibilizado por Kelson / Domínio Público dos Estados Unidos. 	http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jean_de_La_Fontaine.jpg?uselang=pt	18/09/2012
	11	Página de título do livro: Trezentas Fábulas de Esopo, 1867 / George Fyler Townsend / United States Public Domain. 	http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Aesop-fables-rare-Book-titlepage.jpg	18/09/2012
	13	Wilber, mascote do projeto GIMP / Tuomas Kuosmanen / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported. 	http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Wilber-gimp.png?uselang=pt/	18/09/2012

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