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BASES DA FARMACOLOGIA E COSMETOLOGIA

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BASES DA FARMACOLOGIA 
 E COSMETOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
 
 
 
 
 
2 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
INTRODUÇÃO ....................................................................................................03 
 
1. INTRODUÇÃO A COSMETOLOGIA.............................................................05 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS COSMÉTICOS.....................................06 
 
3. COMPONENTES BÁSICOS DE UMA FORMULAÇÃO COSMÉTICA.........08 
 
4. INTRODUÇÃO A FARMACOLOGIA: FARMACOCINÉTICA E 
FARMACODINÂMICA...................................................................................15 
 
5. FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO.........................19 
 
6. DIURÉTICOS…………………………..………………………………………….24 
 
7. AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA E EFICÁCIA DE COSMÉTICOS..............26 
 
8. REFERÊNCIAS............................................................................................43
3 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
INTRODUÇÃO 
 
Prezados alunos, 
 
 
 
Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação 
daqueles que se candidataram a esta especialização, procurando referências 
atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso. 
 
As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, 
afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos 
educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou 
aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e 
provado pelos pesquisadores. 
 
Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos 
colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada 
está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e melhorar 
nosso trabalho. 
 
Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês 
são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que: 
aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é 
demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação 
dos nossos/ seus alunos. 
 
Nesta primeira apostila introduzimos conceitos pertinentes à Ecologia e 
discorreremos sobre os impactos negativos que acometem o meio ambiente 
principalmente pelas atitudes do ser humano, algumas vezes por necessidade e outras 
por falta de conscientização de que suas ações podem comprometer o futuro da vida 
no planeta. 
 
Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que entendemos 
serem os mais importantes para a disciplina. 
Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de 
redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico. 
 
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Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final 
da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar 
Dúvidas e aprofundar os conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO A COSMETOLOGIA 
 
 
Fonte:marciaarieta.com.br 
 
 
A busca da beleza e da juventude gera exigências cada vez maiores dos pacientes no 
desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e de novos procedimentos estéticos, pois, com 
o avanço da idade, a pele começa a sofrer alterações como aparecimento de rugas, 
diminuição da espessura da epiderme, ressecamento, que modificam seu aspecto, o qual é 
caracterizado pelo envelhecimento cutâneo. A aparência pessoal é hoje requisito de grande 
importância em todos os segmentos, levando a população atual a dar maior valor a sua 
aparência, e buscar nos cosméticos as ferramentas para essa realização. A natureza 
expressa sua perfeição através dos três reinos naturais: mineral, vegetal e animal. Em todos 
há manifestação do ciclo vital que envolve concepção, crescimento, maturidade, 
envelhecimento e colapso. A diferença entre os três reinos é o grau de complexidade de 
suas estruturas. Atualmente o homem entendeu que deve atuar em harmonia com seus 
processos vitais e buscar nestes reinos os recursos naturais para a manutenção e 
aprimoramento da estética de seu corpo. A cosmética e os bioativos têm como proposta 
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atuar nas estruturas extremas do corpo humano (pele e cabelos) de forma idêntica aos 
processos vitais, auxiliando o metabolismo para que se possa prolongar a juventude, 
retardando o envelhecimento. Cosmetologia é a ciência que serve de suporte à fabricação 
dos produtos de beleza e permite verificar as suas propriedades. A utilização tópica de itens 
que tenham identidade com a pele e cabelos baseia-se em: 
 Fornecimento de precursores biológicos; 
 Catálise de reações vitais; 
 Sequestro de radicais livres; 
 Manutenção do teor de água; 
 Formação de filmes protetores; 
 Reestruturação de estruturas danificadas; 
 Lubrificação adequada dos tecidos; 
 Condicionamento e brilho. 
O conhecimento das leis naturais e a correta utilização dos bioativos fazem da cosmética 
moderna uma opção no atendimento das necessidades dos homens. Ao atender tais 
expectativas, os cosméticos estão sendo transformados em verdadeiros agentes de 
tratamento, com propostas e sugestões que podem modificar a estrutura e a atividade da 
pele. Fato este que confronta a legislação vigente, a qual considera cosméticos como 
preparações que justamente não modificam a estrutura e atividade da pele. Foi neste 
momento que o termo Cosmecêutico foi criado. Existem várias substâncias que já há tempos 
vem sendo utilizadas em cosméticos e que estão sendo investigadas, revelando ter alta 
bioatividade podendo, portanto, serem classificadas como substâncias médicas. 
Normalmente produtos cosméticos os quais não necessitam de intervenção do governo 
podem ser produzidos muito mais rapidamente, sendo então, por este motivo é uma 
desvantagem para a indústria cosmética se estes ingredientes forem classificados como 
substância ativa. 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS COSMÉTICOS 
 Cosméticos, Produtos de Higiene e Perfumes são preparações constituídas por 
substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, 
pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas 
da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua 
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aparência e ou corrigir odores corporais e ou protegê-los ou mantê-los em bom estado. Os 
grupos de produtos estão enquadrados em quatro categorias e classificados quanto ao grau 
de risco (Resolução RDC nº 79, 6 de 28 de agosto de 2000) a que oferecem dados a sua 
finalidade de uso, para fins de análise técnica, quanto do seu pedido de registro, a saber: 
A - Categorias: 
 Produto de Higiene 
 Cosmético 
 Perfume 
 Produto de Uso Infantil 
 
B - Grau de Risco: 
 Grau 1 - Produtos com risco mínimo, ou seja, são produtos de higiene pessoal, 
cosméticos e perfumes cuja formulação se caracteriza por possuírem propriedades 
básicas ou elementares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não 
requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, 
devido às características intrínsecas do produto. 
 Grau 2 - Produtos com risco potencial, ou seja, são produtos de higiene pessoal, 
cosméticos e perfumes cuja formulação possui indicações específicas, cujas 
característicasexigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações 
e cuidados, modo e restrições de uso. Os critérios para essa classificação foram definidos 
em função da finalidade de uso do produto, áreas do corpo abrangidas, modo de usar e 
cuidados a serem observados, quando de sua utilização. 
 
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3. COMPONENTES BÁSICOS DE UMA FORMULAÇÃO COSMÉTICA 
 
A grande dificuldade encontrada em classificar e estudar os diversos itens que compõem 
as preparações cosméticas sob variadas formas de apresentação, nos impulsiona a agrupar 
as matérias-primas utilizadas e a partir destes grupos, discutirem as diversas possibilidades 
de composição que estas preparações estão sujeitas. 
As matérias-primas são utilizadas nas formulações de acordo com suas propriedades 
funcionais e físico-químicas. Estas propriedades são derivadas de suas respectivas 
estruturas químicas. As matérias-primas são classificadas: 
 
 
 
 
VEÍCULOS 
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É o componente que geralmente aparece em maior quantidade na fórmula e que tem a 
função de receber os outros componentes, isto é, nele são incorporadas estas outras 
substâncias. 
Devem ter grande capacidade de solubilização ou de dispersão, conforme o caso. A escolha 
do tipo de veículo deve se basear na compatibilidade com os outros componentes e também 
no tipo de pele a que se destina o produto. Podem ser: água, álcool, mistura hidroalcoólica, 
óleo, glicerina, loções base, cremes base. 
 
UMECTANTES 
São substâncias higroscópicas que tem o objetivo de reduzir a dessecação superficial pelo 
contato com o ar (das fórmulas) e sobre a pele forma uma película que permanece sobre 
esta após a aplicação do produto favorecendo a hidratação. Estes reduzem a velocidade da 
perda da água, porém este efeito pode ser reforçado com adequado nível de vedação dado 
pelas tampas das embalagens. 
 
 
 
Podem ser: 
 Polióis (glicois): álcoois contendo mais de um grupo OH, solúveis em água, possuem 
toque untuoso (pegajoso). Ex.: propilenoglicol, glicerina, sorbitol 
 Poliglicois: São solúveis e água, seu estado físico depende do grau de etoxilação 
(PM). Ex.: polietilenoglicol 
 Carboidratos: aldeídos ou cetonas que são ao mesmo tempo polióis. Ex.: Açucares 
(glicose, frutose), amido, celulose. 
 Derivados do ácido carboxílico: ac. Carb. Reagem com bases e formam Sais 
Orgânicos com capacidade de hidratação. Ex.: Lactato de Sódio (ac. Lático + NaOH), 
Glicolato de Sódio. 
 
EMOLIENTE 
São responsáveis pelo espalhamento e lubrificação da pele e cabelo, que juntamente com 
os umectantes serão responsáveis pela hidratação da pele e cabelo. São responsáveis nas 
formulações por consistência e aparência. 
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ESPESSANTES/VISCOSANTES 
Substâncias responsáveis por aumentar a viscosidade das formulações. Os espessantes 
podem ser orgânicos e inorgânicos. Os espessantes orgânicos dividem-se por sua vez em 
2 classes: 
 
Agentes orgânicos 
 De fase oleosa 
São espessantes de fase oleosa, que são insolúveis em água e solúveis em óleo. São 
empregados em cremes, loções e condicionadores. Exemplos: Álcoois graxos; 
Monoestearato de gliceríla; Ésteres de álcoois e ácidos graxos; ceras naturais e minerais, 
óleos e gorduras. 
 De fase aquosa 
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Conferem viscosidade à fase aquosa. São normalmente insolúveis na fase oleosa. 
Exemplos: CMC – carboximetilcelulose; HEC - hidroxietilcelulose – natrosol; Vinílicos: 
Carbômero, PVP, álcool polivinílico; Polissacarídeos: amido, agar-agar, gomas e alginatos; 
 
Agentes Inorgânicos (eletrólitos) 
Cloreto de sódio 
Citrato de sódio 
Fosfato de sódio ou amônio 
 
TENSOATIVOS 
São substâncias que por possuírem em sua estrutura grupos hidrofílicos e lipofílicos tem a 
capacidade de alterar a tensão superficial ou intersticial do sistema, gerando as seguintes 
propriedades: 
 Detergência: se difere dos demais tensoativos pela habilidade que o grupo polar 
possui para sujidades de uma superfície. 
 Espuma: nem todos detergentes eficientes fazem espuma. 
 Emulsificação: formação de emulsões. 
Os tensoativos apresentam a propriedade de reduzir a tensão superficial da água e de outros 
líquidos. Podem ser classificados em aniônicos, catiônicos, não iônicos e anfóteros. 
 
 
HIDRATANTE 
São matérias-primas higroscópicas intracelulares, ou seja, substâncias que intervém no 
processo de reposição do teor de água da pele de maneira ativa. Por isso, diferenciam-se 
dos umectantes, que são um processo passivo. 
 
ALCALINIZANTES, ACIDIFICANTES E NEUTRALIZANTES 
São usados em cosméticos para conferir alcalinidade às soluções, para neutralizar ácidos 
graxos e obter sabões, umectantes, géis de carbomeros e corrigir pH. Podem ser de origem 
inorgânica e orgânica. Exemplos: TEA - trietanolamina e NaOH. Os ácidos mais usados em 
cosméticos são os orgânicos. São usados para obtenção de sabões e umectantes e correção 
de pH. Exemplos: Ácido cítrico e Ácido fosfórico. 
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CONSERVANTES 
As preparações cosméticas estão sujeitas a contaminação microbiológica, seja ela por 
bactérias ou fungos. Estes são transmitidos por diversas fontes, tais como: água, insetos, 
matérias-primas, vidrarias, equipamentos, tanques de armazenagem, embalagens, 
manipuladores e usuários. Na verdade, quando em pequenas quantidades estas são 
aceitáveis, porém ao extrapolar os limites pré-determinados já são considerados como 
contaminação e, portanto, devem ser evitadas. Os conservantes são, portanto, aquelas 
substâncias que adicionadas aos produtos tem como finalidade preservá-los de danos 
causados por microorganismos durante a estocagem, ou mesmo de contaminações 
acidentais produzidas pelos consumidores durante o uso. 
Para cada tipo de agente conservante e dependendo da formulação existe uma 
concentração máxima permitida que deve ser seguida rigorosamente. Os contaminantes se 
dividem entre bactérias e fungos e algumas características destes estão descritas a seguir: 
 Bactérias: 
 Encontram-se bastantes difundidas (ar, água e terra) pH; 
 Ótimo para crescimento de 6 a 8; 
 Temperatura ideal: 35-40 °C; 
 Utilizam como substrato: proteínas, vitaminas, sais, dentre outros; 
 Principais: Pseudômonas, Enterobacter, Klebsiella, Staphylococcus 
 Fungos (bolores e leveduras); 
 Utilizam como substrato: sais minerais, celulose, ácidos orgânicos, amido, açúcares; 
 PH varia com a espécie; 
 
A presença de água e de vários componentes orgânicos nas formulações é que favorecem 
a proliferação dos microorganismos. Quando a contaminação acontece, alguns fatores que 
envolvem produto, produtor e consumidor devem ser considerados: 
 
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Os agentes conservantes são substâncias que incorporadas aos produtos cosméticos e de 
higiene, têm por finalidade, evitar a proliferação microbiana nos mesmos, assegurando sua 
estabilidade e a segurança dos consumidores. Estes devem ter como características: 
 
 Boa solubilidade em água; 
 Boa estabilidade; 
 Ser inodoro e incolor; 
 Ser economicamente viável; 
 Ser atóxico; 
 Ser efetivo a baixas concentrações; 
 Ter amplo espectro de ação; 
 Ser estável e efetivo em extensa faixa de pH. 
 Não afetar as características físicas do produto (cor, odor, sabor); 
 Ter adequado coeficiente de partição; 
 Inativar rapidamenteos contaminantes; 
 Ser compatível. 
O mecanismo de ação dos conservantes pode ser por alteração da permeabilidade da 
membrana citoplasmática, inibição de sistemas enzimáticos essenciais, destruição da 
estrutura proteica da parede celular ou oxidação dos componentes celulares. Os 
conservantes não podem ser empregados como substitutos das Boas Práticas de 
Fabricação. A seleção do agente conservante ideal deve ser baseada nos critérios abaixo: 
 
 Conhecer os componentes da fórmula e avalia a compatibilidade; 
 Conhecer os fatores que influenciam a concentração efetiva do conservante (pH, 
qualidade da água); 
 Aspectos legais; 
 Sua eficácia. 
Os agentes conservantes podem ser utilizados individualmente ou principalmente em 
associações, o que assegura maior espectro de atividade, sinergismo e cada um 
poderão estar em menor quantidade gerando possivelmente menos efeitos tóxicos. 
 
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SEQÜESTRANTES – QUELANTES 
Substâncias que inibem ou bloqueiam o processo de oxidação dos componentes 
orgânicos (óleos vegetais, gorduras vegetais ou animais, óleos essenciais e vitaminas). 
Estes processos de oxidação podem se manifestar principalmente por modificações do 
odor e da cor podendo até provocar irritações no tecido cutâneo. Os componentes mais 
propensos a sofrerem oxidação são as fragrâncias, os corantes, alguns ativos e os óleos 
(emolientes). 
 
FRAGRÂNCIAS 
 Substâncias que geram odores agradáveis aos produtos; 
 Sua escolha deve ser baseada em um consenso entre os corantes, a finalidade e o 
tipo do produto. Deve estar harmonizada com atributos do produto e expectativas do 
consumidor; 
 A constituição de uma fragrância é identificada através das notas (odor): notas de 
cabeça ou saída, notas de corpo, notas de fundo. A fragrância é uma sucessão de 
impressões olfativas e não um conjunto homogêneo de todas elas; 
 Cada tipo de fragrância é uma mistura de diferentes funções químicas e estas 
matérias primas podem ser de origem natural (animal ou vegetal) e sintética. 
 
 
CORANTES 
Substância responsável por conferir cor a um produto. De acordo com sua solubilidade 
podem ser nomeados de corantes ou pigmentos. 
 Corantes: substâncias que desenvolvem seu poder de colorir quando são dissolvidas 
no meio em que são utilizadas. 
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 Pigmentos: substâncias que desenvolvem seu poder de colorir quando são dispersas 
no meio em que são utilizadas. 
Estes produtos são classificados segundo 2 modos, um europeu (Colour Index) e um 
norte americano (D&C, FD&C, External D&C). Para a escolha do colorante deve ser 
consultada a lista da ANVISA que os classifica através do Colour Index, indica quais são 
permitidos em diversas situações e suas limitações. 
 
4. INTRODUÇÃO A FARMACOLOGIA: FARMACOCINÉTICA E 
FARMACODINÂMICA 
 
Fonte: www.portaleducacao.com.br 
 
Em 1953, Dost propôs o termo farmacocinética para descrever o movimento da droga 
através do organismo. Até essa época, mesmo depois empregava-se a palavra 
farmacodinâmica para indicar não só o movimento da droga no organismo, mas também 
seu mecanismo de ação e seus efeitos terapêuticos e tóxicos. Atualmente, os campos da 
farmacocinética e farmacodinâmica estão mais bem definidos didaticamente. 
Farmacocinética: É o caminho que a droga faz no organismo. Note que não é o estudo 
do seu mecanismo de ação mais sim as etapas que a droga sofre desde a administração 
até a excreção, que são: absorção, distribuição, biotransformação e excreção. Uma vez 
que a droga se encontra no organismo, essas etapas ocorrem de forma simultânea sendo 
essa divisão apenas de caráter didático. 
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Farmacodinâmica: É a área da farmacologia que estuda o efeito de uma determinada 
droga (ou fármaco, ou medicamento) em seu tecido-alvo, ou simplesmente estuda como 
uma droga age no tecido-alvo. Entende-se tecido-alvo como o órgão ou sítio onde uma 
determinada droga tem efeito. 
Relações entre farmacocinética e farmacodinâmica. Na interação droga-organismo, 
farmacocinética estuda a ação do organismo sobre a droga, e, na farmacodinâmica, observa-
se a ação da droga sobre o organismo. (Adaptado a partir de Penildon, 2006). O 
estabelecimento de esquemas posológicos padrões e de seus ajustes na presença de 
situações fisiológicas (idade, sexo, peso, gestação), hábitos do paciente (tabagismo, 
ingestão de álcool) e algumas doenças (insuficiência renal e hepática) é orientado por 
informações provenientes de uma importante subdivisão da farmacologia, a 
Farmacocinética. 
 O termo CINÉTICA refere-se a um objeto em movimentação. Farmacocinética é a 
disciplina que usa modelos matemáticos para descrever e prever a quantidade dos 
medicamentos e suas concentrações em vários fluidos do organismo e as mudanças nestas 
quantidades com o tempo. Para fins didáticos e conceituais, o comportamento das 
substâncias ativas, após administração, dentro do corpo humano é usualmente dividido, de 
uma maneira arbitrária, em processos de absorção, distribuição, biotransformação e 
excreção. Devemos ter clara a ocorrência simultânea destes processos no organismo vivo, 
apesar de que, muitas vezes, assumimos a independência de cada um destes processos em 
relação aos outros; as variações nas concentrações dos fármacos em alguns fluidos 
corporais são sempre o resultado da simultaneidade da ocorrência destes processos, o que 
ocasiona taxas que estão continuamente sendo alteradas. A farmacocinética é definida 
como o estudo quantitativo do desenvolvimento temporal dos processos de absorção, 
distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos. Nestes estudos, os teores dos 
fármacos e seus metabólitos (produtos da biotransformação) no organismo são 
determinados, permitindo a obtenção de importantes dados sobre estas substâncias, tais 
como: Condições para seu uso adequado, pela determinação da via de administração, 
posologia (doses e intervalo entre as doses) e variações correlatas em função de patologias 
como insuficiência renal, alterações hepáticas e outras. Previsão de outros efeitos em 
potencial, como os colaterais, por exemplo, no caso de acúmulo do fármaco em determinado 
compartimento (organotropismo); ou ainda os oriundos de interações medicamentosas no 
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javascript:void(0);/*1337287252550*/
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nível dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção. Determinação 
dos principais sítios de biotransformação. Determinação das vias de excreção. 
Assim sendo, podemos afirmar que a compreensão e a aplicação cuidadosa dos princípios 
farmacocinéticos podem frequentemente auxiliar no estabelecimento e manutenção de 
quantidades terapêuticas e não tóxicas dos medicamentos no organismo; isto por permitir 
uma escolha racional da dose, frequência e via de administração. Além disso, como supra 
referido, em muitos casos as características dos pacientes são reconhecidamente 
responsáveis por alterações do movimento do fármaco naquele organismo, ou seja, das 
propriedades farmacocinéticas desta substância em particular. Ajustes apropriados na dose 
ou frequência de administração podem ser realizados, para compensar estas mudanças, 
evitando, assim, os problemas potenciais da ineficácia terapêutica ou toxicidade. Em uma 
ampla visão, a compreensão da farmacocinética pode favorecer as chances de segurança e 
eficácia da terapêutica medicamentosa. 
A farmacocinética estabelece estreita relação com duas outras importantes áreas do 
estudo farmacológico: A biofarmácia e a farmacodinâmica. O efeito ou resposta terapêutica 
é o resultado dos fenômenos que ocorremapós administração de um medicamento e estes 
dependem, por sua vez, das características do fármaco, das características do indivíduo e, 
o mais importante, da interação entre estes dois fatores: fármaco e indivíduo. Didaticamente 
podemos dividir o estudo da resposta terapêutica em três fases: 
 Fase Farmacêutica 
 Fase farmacocinética 
 Fase farmacodinâmica 
Possíveis interferentes da farmacocinética 
Características do Paciente 
 Idade 
 Sexo 
 Peso corporal total 
 Tabagismo 
 Consumo de álcool 
 Obesidade 
 Outros medicamentos em uso 
 Estados Patológicos 
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 Disfunção hepática (cirrose, hepatite) 
 Insuficiência cardíaca 
 Infecção 
 Queimaduras severas 
 Febre 
 Anemias 
 
As três fases da reposta terapêutica: 
1.Fase farmacêutica: Estuda a liberação do fármaco a partir do produto farmacêutico. É 
constituída pelo conjunto de fenômenos compreendidos entre a administração do 
medicamento e a absorção propriamente dita, os quais determinam à intensidade e 
velocidade com que ocorre a entrada da substância ativa no organismo. Estes fenômenos 
compreendem basicamente a liberação e a dissolução do fármaco contido no produto 
farmacêutico. Liberação: Ao ser administrado o fármaco encontra-se em uma forma 
farmacêutica (F.F.) a partir da qual deve ser liberado; dependendo da F.F. empregada 
(comprimido, cápsula, suspensão, xarope, supositório, etc.) e da via de administração 
utilizada, esta etapa pode ser mais ou menos complexa, rápida ou completa. A liberação 
ocorrerá sob influência do meio biológico de aplicação [ex: pH e peristaltismo do trato 
gastrintestinal (TGI) nas vias enterais (oral e retal) ], principalmente para formas 
farmacêuticas sólidas, que necessitam desintegrar-se para então liberar a substância ativa. 
A finalidade desta etapa é obter uma dispersão no estado sólido do fármaco, no meio aquoso 
de administração, o que permitirá o cumprimento da etapa posterior de dissolução. 
 Dissolução: Esta etapa, por sua vez compreende a formação de uma dispersão molecular 
na fase aquosa, ou seja, a dissolução progressiva do fármaco, essencial para sua posterior 
absorção, desde que seja requerida uma ação sistêmica e não local. A dissolução muitas 
vezes é a etapa determinante da velocidade do processo de absorção. A fase farmacêutica, 
importante etapa do estudo da resposta terapêutica é um dos objetos de estudo da 
Biofarmácia, disciplina que vem despontando como um ramo importantíssimo da 
investigação de fármacos; além de estudar esta fase de liberação e dissolução da substância 
ativa, a biofarmácia compreende também a avaliação das interações, entre o fármaco e o 
organismo (local de administração), que determinam sua biodisponibilidade. Este último 
termo define uma característica biofarmacêutica de um medicamento administrado a um 
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organismo vivo intacto e que expressa, simultaneamente, a quantidade e velocidade na qual 
o princípio ativo (fármaco) alcança a circulação sanguínea geral, a partir de seu local de 
administração. Devido à sua extrema importância e, principalmente, tendo em vista a 
regulamentação de medicamentos genéricos em nosso país (Lei n0 9787 de 10/02/99 e 
Resolução n0 391 de 09/08/99), a biodisponibilidade de fármacos será estudada em um 
tópico mais adiante. 
2. Fase Farmacocinética: Como já foi dito esta etapa corresponde ao estudo da evolução 
temporal do movimento do fármaco in vivo, que esquematicamente pode resumir-se nos 
processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção de fármacos. Esta fase 
consiste, portanto, na identificação e quantificação da passagem do fármaco pelo 
organismo. 
3.Fase Farmacodinâmica: Estuda a interação de um fármaco específico com seu receptor, 
ou seja, a ação do fármaco em seu sítio receptor com as alterações moleculares e celulares 
correspondentes (efeito farmacológico), o que culmina no aparecimento do efeito terapêutico 
requerido. 
O controle das concentrações plasmáticas constitui na atualidade uma prática habitual 
na terapia com diferentes classes de fármacos, visando o estabelecimento de regimes de 
dosagem apropriados para determinados pacientes. Isto, porque as concentrações de um 
fármaco no plasma correlacionam-se melhor com a resposta farmacológica que a dose 
administrada, uma vez que esta relação não é afetada pelas variações individuais dos 
processos farmacocinéticos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção que, 
como sabemos, influi na resposta do paciente. 
 
5. FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO (SNA) 
 
A investigação do sistema nervoso autônomo tem desempenhado um papel central 
no desenvolvimento da farmacologia moderna e formou a base para o estabelecimento 
dos princípios farmacodinâmicos fundamentais que governam a ação dos fármacos. 
Fármacos Que Agem No Sistema Nervoso Autônomo E Suas Aplicações Clinicas 
Aginistas colinérgicos (parassimpatomiméticos) 
Betanecol: O betanecol pode ser utilizado em casos de íleo paralítico após cirurgia e para 
tratamento de retenção urinária não obstrutiva. 
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Mecanismos de Ação 
O betanecol estimula diretamente os receptores muscarínicos de acetilcolina. Ele 
apresenta atividade nicotínica negligenciável quando usado em doses terapêuticas e uma 
duração de atividade mais longa que a ACh, pois é mais resistente à hidrolise mediada 
por colinesterases. 
 
Antagonistas Colinérgicos (parassimpatolíticos) 
Atropina: A atropina pode ser usada como uma pré-medicação anestésica para reduzir a 
salivação e as secreções do trato respiratório. Ela pode também ser usada no tratamento 
de bradiarritmias. É utilizada como um antídoto para intoxicação por organofosforados e 
carbamatos, e para tratar superdosagem de agentes colinérgicos e intoxicação por 
cogumelos muscarínicos (Amanita muscaria e outros cogumelos pertencentes aos 
gêneros Amanita, Omphaletus, Belotus e Clitocybe). 
Mecanismos de Ação 
A atropina é um antagonista competitivo nos receptores muscarínicos pós-ganglionares 
de acetilcolina.Doses baixas resultam em inibição da salivação, da secreção brônquicas 
e da sudorese. Doses moderados causam dilatação pupilar e taquicardia e inibem a 
acomodação pupilar. Doses altas diminuem a motilidade dos tratos gastrointestinal e 
urinário. Doses muito altas inibirão a secreção ácida gástrica. 
 
Anticolinérgicos 
Butilescopolamina (hioscina), propantelina, isopropamida. 
Os anticolinérgicos são usados principalmente por suas ações antiespasmódica e 
antissecretória para alguns tipos de diarreia. São usados no manejo da pancreatite, já 
que podem reduzir a secreção pancreática. 
Mecanismo de ação 
Os anticolinérgicos atuam como antagonista nos receptores muscarínicos periféricos e 
centrais (M1 e M2). Os antimuscarínicos derivados do amônio quartenário, como a 
butilescopolamina e a propantelina, não atravessam a barreira hematoencefálica, 
portanto têm ação predominantemente periférica, sendo os efeitos colaterais no SNC 
mínimos. 
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Antagonistas nicotínicos 
Relaxantes musculares não despolarizantes 
Besilato de atracúrio (Tracrium R) brometo de pancurônio (Pavulon R). Brometo de 
vecurônio (norcuron R). 
Os relaxantes musculares não despolarizantes são usados para aumentar o relaxamento 
muscular durante a cirurgia e para facilitar a ventilação mecânica. Eles não devem ser 
usados em animais conscientes. 
Mecanismos de Ação 
Os relaxantes musculares não despolarizantes ligam-se competitivamente a receptores 
colinérgicos nas junções neuromusculares, resultando em paralisia muscular. Como o 
antagonismo é competitivo, o bloqueioneuromuscular pode ser revertido usando-se 
inibidores da colinesterase, os quais atuam no aumento da concentração local de 
acetilcolina. O atracúrio apresenta um quarto a um terço da potência do pancurônio, o 
qual é relatado apresentar um terço da potência ou ser tão potente quanto o vecurônio. 
 
Relaxantes Musculares Despolarizantes 
Exemplos: Cloreto de succinilcolina (Scoline R) 
A succinilcolina é usada primariamente para facilitar a intubação em gatos, nos quais ela 
apresenta rápido início e curta duração de ação. 
Mecanismo de Ação 
A succinilcolina é um relaxante muscular despolarizante de ação ultracurta o qual se liga 
a receptores colinérgicos das placas motoras para produzir despolarização. Como a 
despolarização é sustentada, a atividade elétrica da placa motora é perdida, levando à 
paralisia. Fasciculações musculares temporárias podem ser vistas precedendo o 
bloqueio muscular, as quais persistem enquanto quantidades suficientes dos fármacos 
permanecerem na placa. 
 
Inibidores de Colinesterase 
Exemplos: Neostigmina, cloreto de edrofônio. 
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 A neostigmina está aprovada para o tratamento de miatenia grave e reversão dos efeitos 
dos relaxantes musculares não despolarizantes. O cloreto de edrofônio está aprovado 
para a reversão efeitos dos relaxantes musculares não despolarizantes e como uma 
medicação diagnóstica para o diagnóstico de miastenia grave. 
 
Mecanismos de Ação 
 Os inibidores da colinesterase são antagonistas competitiva reversíveis da enzima 
colinesterase, a qual é responsável pela quebra da acetilcolina nas sinapses colinérgicas e 
pelo término da neurotransmissão colinérgica. 
 Os inibidores da colinesterase, portanto, levam a concentrações aumentadas de 
acetilcolina e transmissão prolongada nas sinapses colinérgicas, uma ação que é 
principalmente empregada no tratamento da desordem da transmissão neuromuscular 
(miastenia mais grave) e no antagonista do bloqueio neuromuscular não despolarizante. 
 
Agonistas Adrenérgicos 
Adrenalina 
 A adrenalina apresenta diversos usos. A adrenalina aplicada topicamente pode ser 
usada para controlar hemorragias de pele e membranas mucosas. Contudo, os efeitos 
da adrenalina injetada sobre os tônus vasculares são complexos. Ela causa tanto a 
constrição (de vasos da pele) quanta dilatação (dos vasos da musculatura esquelética). 
Os vasos cerebrais que não possuem inervações simpática não são diretamente afetadas 
pela adrenalina. 
Mecanismos de Ação 
 As ações vasoconstritoras da adrenalina são úteis em diversas situações além da 
homeostasia de emergência. Ela também auxilia no alívio das reações alérgicas agudas 
(choque anafiláticos). A adrenalina reduz a circulação sanguínea e, desta forma, alivia o 
edema da glote, o qual é geralmente a causa de morte em reações alérgicas a mordidas 
e picadas. Ela também relaxa a musculatura lisa, assim como reduz o fluxo sanguíneo e, 
portanto, a congestão pulmonar. 
 
Fenilpropanolamina 
 A fenilpropanolamina é um dos pulares do tratamento da incontinência urinária na cadela. 
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Mecanismos de Ação 
A estimulação da α-adrenoceptores da musculatura lisa do esfíncter da bexiga e da uretra 
pélvica resulta no aumento dos tônus das células da musculatura lisa e melhora o 
 
Dobutamina 
 A dobutamina é aparentemente um agonista de adrenoceptores β1 – seletivo que 
clinicamente é usado como um inotrópico positivo no tratamento de insuficiência cardíaca 
e como tratamento de emergência no choque cardiogênico, ela também é usada no 
tratamento diagnóstico para a detecção prematura de disfunção miocárdica sistólica. 
Mecanismo de Ação 
 Os efeitos aparentemente β1 – seletivos da dobutamina, mostrando principalmente 
ações inotrópicas positivas no coração, são baseados em ações parcialmente opostas 
dos constituintes da dobutamina racêmica de ocorrência natural A (+) dobutamina é um 
agonista de β-adrenoceptores não seletivos e também um potente antagonista em α1-
adrenoceptores, enquanto (-) dobutamina mostra muito baixa potência nos β-
adrenoceptores, mas apresenta fortes efeitos estimuantes α1. 
 
Efedrina 
 A efedrina é um produto natural que tem sido usado na medicina tradicional chinesa há 
mais de 2.000 anos. Ela apresenta essencialmente as mesmas ações da adrenalina, mas 
com as seguintes diferenças: potência mais baixa, efeitos mais pronunciados no SNC. 
Em medicina veterinária, ela é usada para aumentar os tônus do esfíncter interno da 
bexiga em casos de incontinência urinária. 
Mecanismo de Ação 
Considera-se que o mecanismo de ação da efedrina é similar àquele das anfetaminas, 
ou seja, ela causa liberação de noradrenalina, desta forma estimulando os receptores 
catecolaminérgicos. A efedrina apresenta um efeito mais potente no SNC que a 
adrenalina. 
 
Antagonistas adrenérgicos 
Fenoxibenzamina/fentolamina: A fenoxibenzamina e a fentolamina são usadas em 
medicina humana e veterinária para o tratamento de feocromocitoma, um tumor da 
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medula adrenal que resulta em um intenso aumento das concentrações das 
catecolaminas circulantes. A fenoxibenzamina também é usada para o relaxamento do 
esfíncter interno da bexiga em casos de dissinergia reflexa e para reduzir a pressão 
sanguínea em pacientes afetados pela paralisia do carrapato Ixodes bolocyclus. 
Mecanismos de Ação 
A fenoxibenzamina (um derivado da haloalquilamina) bloqueia não competitivamente α-
adrenoceptores como um resultado da ligação estável aos receptores ou estruturas 
próximas. Ela não apresenta efeitos sobre os β-adrenoceptores. 
 A fentolamina é um bloqueador competitivo dos α-adrenoceptores. Como resultado do 
bloqueio dos α-adrenoceptores, a fenoxibenzamina e a fentolamina podem causar 
hipotensão, particularmente se administradas rapidamente IV ou administradas em 
pacientes cujo sistema cardiovascular esteja sob tônus simpático pronunciado, por 
exemplo, durante a hipovolemia. 
 Ambos os fármacos bloqueiam α2-adrenoceptores, o que pode resultar em aumento 
da disponibilidade das catecolaminas, levando a estimulação de β1-adrenoceptores e, 
portanto, efeitos simpatominéticos paraxais sobre o coração. 
 
6. DIURÉTICOS 
Os diuréticos são medicamentos que aumentam a eliminação do sódio (sal) e água 
através da urina. Desta forma, atuam previamente estimulando a excreção de íons sódio 
(Na+), cloro (Cl-) ou bicarbonato (HCO3-), que são os principais eletrólitos presentes no 
fluído extracelular. São utilizados principalmente para tratar a hipertensão arterial e 
quadros de edema (acúmulo de água resultando em inchaços), bem como outros 
distúrbios como a insuficiência cardíaca congestiva (ICC), insuficiência renal crônica e 
glaucoma. 
Já no século XIX, foram descobertas as propriedades diuréticas de compostos 
presentes em determinados herbáceos. Em 1884, a cafeína foi identificada como o 
componente diurético presente no café. A descoberta dos inibidores da anidrase 
carbônica se deu em 1949, através da observação da ação da sulfonilamida, incentivando 
a procura por outros compostos derivados e resultando na descoberta de diversos 
fármacos, como a acetazolamida e furosemida. A partir de então, diversos diuréticos 
foram introduzidos na terapêutica, sendo a classe de fármacos mais utilizada no 
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tratamento de pacientes hipertensos. Isso pode ser explicado devido às suas vantagens, 
como a alta eficácia e baixo custo, além de poderem ser usados em associação a outros 
anti-hipertensivos, aumentando os efeitos. 
 Fisiologia renal 
Para o entendimento do mecanismo de ação dos diuréticos, se faz necessário uma breveexplicação da fisiologia renal: O néfron é a unidade funcional básica dos rins, que é 
constituído por um glomérulo, túbulos contorcidos proximal e distal, alça de Henle e ducto 
coletor. A urina tem sua formação no glomérulo, onde é ultrafiltrada para que fique livre 
de substâncias celulares não filtráveis, como as hemácias, leucócitos e proteínas 
plasmáticas, formando um fluído praticamente sem proteínas. Este fluído então passa 
pelo lúmen do néfron, onde ocorre uma série de alterações em sua composição – 98 a 
99% da água juntamente com uma porção de eletrólitos (Na+, K+, Cl-, HCO3-), além da 
glicose e ureia sofrem reabsorção no túbulo. O que resta, a urina, é então eliminada, 
correspondendo a aproximadamente 1,5L /dia. Desta forma, os diuréticos podem ter sua 
ação na filtração glomerular, na reabsorção tubular ou na excreção tubular. 
 Mecanismo de ação geral 
Apesar de apresentarem diferenças em relação ao local de ação no néfron e duração de 
ação, os diuréticos têm em comum a propriedade de estimular a eliminação dos íons Na+ 
pela urina. Como o Na+ não é excretado isoladamente, ele carrega a água do sangue, 
havendo aumento do volume urinário e a consequente redução da quantidade de líquido 
nos vasos sanguíneos, reduzindo a pressão exercida nas paredes das artérias. 
 Classificação 
Considerando o efeito que produzem, podem ser classificados em: 
 Diuréticos propriamente ditos: quando aumentam a excreção de água, mas não de 
eletrólitos; 
 Natriuréticos: aumentam a eliminação de sódio; 
 Saluréticos: aumentam a excreção de sódio e cloreto. 
Abaixo são listadas as principais classes de diuréticos, com os respectivos 
representantes farmacológicos. 
 Diuréticos osmóticos 
Isossorbida, sorbitol e manitol. O manitol é o único utilizado como diurético, geralmente 
associado à furosemida no tratamento da oligúria e anúria, que consiste na diminuição e 
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ausência da produção de urina, respectivamente. Por possuírem caráter hidrofílico, não 
são absorvidos pelas células tubulares, criando uma pressão osmótica no interior do 
túbulo e, com isto, impedindo que a água seja reabsorvida, sendo eliminada. 
 Inibidores da anidrase carbônica (AC) 
Acetazolamida e a indapamida. Compostos saluréticos, que apresentam rápida 
tolerância se administrados por períodos superiores a 48 horas. Utilizados no tratamento 
do glaucoma. Inibem reversivelmente a enzima AC no túbulo contorcido proximal, 
promovendo a diminuição de prótons (H+) disponíveis para a troca Na+/H+ e a 
consequente diminuição da reabsorção (aumento da excreção) de Na+ e água. Por 
também haver excreção do íon bicarbonato, ocorrerá a alcalinização da urina e 
acidificação do sangue. No glaucoma, os inibidores da AC reduzem a pressão intraocular, 
devido à alta concentração desta enzima no globo ocular, local onde ocorre a secreção 
do humor aquoso. 
 Diuréticos de alça 
Furosemida, bumetamida, ácido etacrínico. Usados no tratamento do edema. Inibem o 
co-transporte de Na/K/2Cl no ramo ascendente da Alça de Henle. Devido a depleção de 
eletrólitos (Na, Cl, Mg, Ca e K), podem causar arritmia. A furosemida possui acentuado 
poder de excreção de água, comparado às tiazidas. 
 Diuréticos tiazidas 
Clorotiazida, hidroclorotiazida. Compostos saluréticos. Atuam no co-transporte dos íons 
sódio e cloreto (Na+ - Cl-). Promovem eliminação moderada de água. Podem provocar 
hipocalemia (baixa concentração de potássio). Úteis em todos os tipos de 
descompensação cardíaca. 
 Poupadores de potássio 
Espironolactona, amilorida e triantereno. Utilizados no edema associado à ICC e cirrose 
hepática (em combinação com tiazidas). São antagonistas competitivos da aldosterona, 
diminuindo a reabsorção ativa de Na+. Não promovem a excreção de potássio pela urina. 
Para um tratamento efetivo, os diuréticos devem ser prescritos em conjunto a uma dieta 
com baixo teor de sódio, além de hábitos de vida saudáveis como a prática de atividade 
física. 
 
7. AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA E EFICÁCIA DE COSMÉTICOS. 
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Fonte: www.ufjf.br 
O reconhecimento do benefício da higiene pessoal cresceu ao longo do século 19. 
Donas de casa dessa época fabricavam cosméticos em suas próprias residências 
utilizando limonadas, leite, água de rosas, creme de pepino etc. A influência do 
Romantismo e o contato dos europeus com os povos indígenas da América, cuja cultura 
estava profundamente associada ao banho e à higiene, voltaram a glorificar a natureza 
do banho como um ato saudável. Em 1878, foi lançado o primeiro sabonete, pela 
empresa Procter & Gamble. No século 20, a indústria de cosméticos cresceu muito. Em 
1910, Helena Rubinstein abriu em Londres o primeiro salão de beleza do mundo. Em 
1921, pela primeira vez o batom é embalado em um tubo e vendido em cartucho para as 
consumidoras. Entre as inovações da indústria de cosméticos, destacam-se: Os 
desodorantes em tubos, os produtos químicos para ondulação dos cabelos, os xampus 
sem sabão, os laquês em aerossol, as tinturas de cabelo pouco tóxicas e a pasta de 
dentes com flúor. Nos anos 50, políticas de incentivo trouxeram para o Brasil empresas 
multinacionais gigantescas, como a americana Avon e a francesa L’Oréal. Essas 
empresas lançaram novidades como a venda direta e produtos para o público masculino. 
A maquiagem básica, que se compunha de pó-de-arroz e batom, foi se diversificando e 
se sofisticando. Nos anos 90, o tempo entre a aplicação do cosmético e o aparecimento 
do efeito prometido na bula diminui de 30 dias para menos de 24 horas. Surgem os 
cosméticos multifuncionais, como batons com protetor solar e hidratantes 
antienvelhecimento. Neste início do século 21, os alfa-hidroxiácidos, utilizados em 
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cremes para renovar a pele, começam a ser substituídos por enzimas, mais eficazes. 
Outra tendência é a descoberta de novas matérias-primas contendo várias funções. No 
momento atual, as pesquisas avançam na direção da manipulação genética para 
melhorar a estética. 
 Regiões de aplicação 
Pele: A pele humana é formada por três camadas: 
 A epiderme, ou camada externa: composta principalmente pela queratina, uma 
proteína fibrosa secundária constituída por 15 aminoácidos, destacando-se a cisteína. 
As macromoléculas de queratina possuem uma estrutura tridimensional complexa, da 
qual participam hélices, folhas pregueadas e pontes dissulfeto, que lhes conferem 
resistência e elasticidade. A epiderme é recoberta por uma fina camada de gordura 
que impermeabiliza a pele contra a entrada de água e mantém seu pH entre 3.5 e 5.0, 
protegendo-a do ataque de micro-organismos. Mesmo sendo uma camada de células 
mortas, ela impede a penetração dos micro-organismos e a desidratação das células 
vivas que estão logo abaixo, na mesoderme. 
 A mesoderme, ou camada intermediária: composta por colágeno e elastina. O 
colágeno é uma proteína em hélice tridimensional formada por 3 aminoácidos, cuja 
síntese depende da presença da vitamina C. Representa 30% de todas as proteínas 
existentes no corpo humano e tem a função de unir e sustentar os tecidos. A produção 
de colágeno é máxima na adolescência e começa a cair a partir dos 30 anos, sendo 
uma das causas da formação de rugas e da flacidez da pele. A elastina é uma proteína 
helicoidal, na forma de uma mola, que liga a pele aos tecidos musculares e é muito 
elástica, permitindo que a pele retorne ao seu estado original após ser submetida a 
um estiramento forçado. O máximo de produção de elastina ocorre na adolescência 
e durante a gravidez, permitindo que a pele da barriga se expanda, acompanhando a 
expansão uterina decorrente do crescimento do feto. Quando a produção de elastina 
não é suficiente,ocorre a formação de rachaduras no interior da mesoderme, 
denominadas estrias. A elastina também tem a função de sustentar os pequenos 
vasos sanguíneos que irrigam a pele. 
 A endoderme, ou camada interna: composta por várias proteínas fibrosas e por 
polissacarídeos sulfatados, fazendo a ligação entre as camadas externas da pele e 
os tecidos musculares e conjuntivos dos órgãos internos. 
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O pH da pele é levemente ácido, mas é maior onde existe transpiração, como na 
virilha, nas axilas e entre os dedos dos pés, devido à secreção de sais. Por isso, o pH 
dos desodorantes é o maior dentre todos os cosméticos, estando próximo a 7.0. A pele, 
as unhas e os cabelos, formados por queratina, são atacados por álcalis fortes 
(substâncias ou soluções aquosas), ocorrendo a quebra da estrutura dimensional da 
proteína. Por isso, os cosméticos destinados para a pele possuem pH em torno de 5.0. 
Qualquer cosmético criado para fornecer um princípio ativo para a pele ou para o 
organismo precisa vencer a proteção lipídica, que pode ser removida por solventes ou 
por agentes alcalinos. A partir do momento em que a proteção lipídica é rompida, as 
substâncias contidas nos cosméticos podem ser adsorvidas na superfície da pele ou 
serem absorvidas pelos poros até a mesoderme ou a endoderme, podendo entrar na 
circulação sanguínea periférica, chegando a outras regiões do corpo. Essa propriedade 
permite que nanopartículas de vacinas, fármacos ou outros princípios ativos 
encapsuladas por biopolímeros ou por outros compostos inócuos possam ser aplicadas 
na pele e, através dela e da circulação do sangue, possam chegar até os órgãos de 
interesse. A cada banho, a cobertura lipídica (triglicerídeos, lanolina e colesterol) é 
removida pela água, regenerando-se diariamente. O pH alcalino dos sabões e sabonetes 
emulsiona essas gorduras, dispersando-as em água e facilitando a sua remoção. 
 Cabelos 
Os cabelos são formados por três camadas: 
 A camada central ou medula, que pode ser oca ou não, dependendo da estrutura 
genética do indivíduo; 
 
 O córtex, que é o corpo principal do cabelo e é composto por células de queratina de 
fibras longas (interligadas por cadeias de polipeptídeos), formando a configuração de 
uma hélice tridimensional; 
 
 A cutícula, que é formada por pequenas camadas de escamas de queratina que se 
superpõem sobre o córtex, de uma forma muito semelhante à superposição de telhas em 
um telhado. Essas camadas se encaixam e se ajustam numa direção preferencial, que 
vai da raiz até a ponta dos cabelos, acompanhando seu crescimento natural. 
 
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Os cabelos são recobertos por uma fina camada de água, lipídeos e sais minerais, 
principalmente de cloreto de sódio e de potássio, provenientes do suor humano e das 
secreções naturais do couro cabeludo. Essa camada atrai sujeiras que se depositam 
sobre ela. Assim como ocorre com a pele, shampoo saponificam e hidrolisam essa 
camada, fazendo com que ela possa ser removida pela água, limpando os cabelos. 
Cada cabelo é produzido dentro de uma célula denominada folículo, posicionada 
abaixo do couro cabeludo. Cada folículo tem um padrão individual de produção do seu 
próprio cabelo, por isso os cabelos variam tanto na espessura, cor e textura, além de 
terem regimes diferentes de crescimento. A forma do cabelo é definida na passagem do 
fio do cabelo pela abertura do folículo, que é determinada pela estrutura genética e pode 
ser totalmente circular (cabelos lisos) ou ter formas irregulares (cabelos encaracolados). 
Um ser humano saudável possui aproximadamente 100.000 folículos produtivos em seu 
couro cabeludo e repõe em média de 50 a 100 cabelos por dia, sendo que um cabelo 
cresce aproximadamente 1,5 cm por mês. Disfunções genéticas decorrentes de 
variações hormonais ligadas aos hormônios sexuais masculinos causam o que se 
denomina alopecia, vulgarmente conhecida como calvície, caracterizada pela perda total 
da função folicular. 
 Boca e lábios 
A saliva é uma secreção aquosa salina secretada no interior da boca, língua e lábios, 
pelas glândulas parótidas. Uma fina película de saliva recobre os dentes aderindo ao 
esmalte. É nessa película que são retidas as bactérias causadoras da cárie, demais 
micro-organismos e os resíduos dos alimentos consumidos. Essa camada é removida 
pela escovação dentária e a saliva volta a cobrir os dentes, conferindo a proteção. 
Os produtos cosméticos para a boca e os lábios têm pH entre 6 e 7 para serem 
compatíveis com o pH da saliva humana e para que não ataquem as gengivas e os 
dentes. Os cosméticos também precisam ser resistentes à ação de diversas enzimas 
presentes na saliva que estão envolvidas no início da digestão alimentar e na proteção 
da cavidade oral contra infecções bacterianas. 
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Fonte: www.mulheresempreendedoraspi.com.br 
 
 Os lábios são estruturas sensíveis que necessitam de hidratação constante. 
A pele dos lábios é três vezes mais fina do que a pele das demais regiões do corpo 
humano. Ela é composta apenas da epiderme e da mesoderme. Isso faz com que os 
vasos sanguíneos periféricos estejam muito próximos da camada externa e por isso os 
lábios possuem tonalidade avermelhada e sangram intensamente quando sofrem cortes. 
Existem muitos terminais nervosos ligados aos lábios e devido à pequena espessura da 
sua pele, eles são muito sensíveis ao toque e à temperatura. Os lábios não possuem 
folículos, não produzem secreções sebáceas e não são recobertos pelo filme protetor 
lipídico como as demais regiões do corpo, portanto são muito propensos à desidratação 
e a rachaduras. 
 Olhos 
O globo ocular fica acondicionado dentro de uma cavidade óssea e protegido pelas 
pálpebras. Possui em seu exterior seis músculos que são responsáveis pelos movimentos 
oculares e três camadas concêntricas de tecidos e músculos aderidas entre si para a função 
da visão e para a proteção do conjunto, sendo que a camada mais interna é constituída pela 
retina, que está ligada com o nervo ótico. O conjunto ocular ainda compreende as pálpebras, 
as sobrancelhas, as glândulas lacrimais e os cílios. A função dos cílios ou pestanas é impedir 
a entrada de poeira e de excesso da luz. As sobrancelhas impedem o escorrimento de suor 
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da testa e da entrada de outros líquidos nos olhos. A conjuntiva é uma membrana que 
reveste internamente as duas dobras da pele envolvendo o globo ocular, que são as 
pálpebras, responsáveis pela proteção dos olhos e pela difusão do fluido líquido que 
conhecemos como lágrimas - uma emulsão de sais minerais, triglicérides e proteínas em 
água, produzida nas glândulas lacrimais para lavagem e lubrificação do olho. 
 Pés, mãos e unhas. 
Os pés e as mãos estão submetidos a maiores esforços mecânicos e atrito no contato 
direto com diversos tipos de superfícies, além de estarem expostos a micro-organismos e a 
substâncias químicas. Portanto, a pele dessas regiões precisa ser mais grossa e mais 
resistente. Para que o aumento da espessura da pele não cause perda de sensibilidade, a 
superfície da pele das mãos e dos pés é recoberta por pequenas elevações denominas 
papilas, que contém as terminações nervosas e que também aumentam a área de contato 
dessas regiões com a superfície desejada. A formação e o desenho dessas ranhuras nas 
mãos e pés são únicos, sendo o princípio da técnica de impressão digital. As unhas também 
são formadas por queratina. Seu crescimento se inicia na matriz, que é um conjunto de 
células posicionadas na base da unha, embaixo da epiderme. A unha emerge da base como 
uma estrutura circular mais clara,denominada lúnula, facilmente visível nos dedos, e que 
normalmente é ondulada com pequenas ranhuras, que determinam a orientação do 
crescimento. A partir do limite da lúnula, próximo à metade da área ocupada pela unha, a 
queratina começa a se acomodar em camadas planas e começa a se compactar, formando 
a parte mais dura da unha. Em uma pessoa saudável, o crescimento médio é de 3 a 4 mm 
por mês, acentuando-se no verão. A unha é permeável ao oxigênio, à umidade, a produtos 
químicos e a outros processos mecânicos de desgaste, perdendo sua resistência mecânica 
e podendo se quebrar quando submetida a grandes esforços. 
 Outras regiões corporais 
Algumas regiões específicas do corpo, como o pescoço, os seios femininos, a região 
glútea e as virilhas possuem pele mais fina e com uma menor quantidade de melanina e 
folículos, sendo, portanto, muito mais sensíveis à ação do sol e de agentes externos. Devido 
à grande quantidade de vasos sanguíneos, a pele do pescoço é muito irrigada e se regenera 
com menor frequência e velocidade mais baixa do que no resto do corpo. A axila é um 
espaço situado entre a parede torácica e a lateral do braço na forma de um cone invertido, 
que contém folículos, glândulas sudoríparas, gânglios linfáticos, reservas de gordura e ainda 
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abriga a passagem de vasos e artérias. A intensa perspiração que ocorre nesta área do 
corpo, em conjunto com a ação de micro-organismos residentes nos pelos, causa a formação 
de odores. A perspiração é composta na sua maioria pelo suor, cuja composição é muito 
parecida com a da lágrima, e também por feromônios - substâncias químicas secretadas em 
situações específicas, como na defesa de um território, pelo medo ou pela atração sexual, 
desencadeando respostas específicas nos indivíduos de uma mesma espécie. O suor em si 
não possui odor. Esse é causado pela ação das bactérias, mas alguns dos feromônios 
possuem odores muito sutis, que podem ser percebidos por pessoas sensíveis e perfumistas 
ou por perfumistas especialmente treinados para desenvolver a percepção olfativa. 
 
 Matérias-primas 
As formulações de cosméticos são complexas e utilizam muitas matérias-primas 
diferentes, porque cada cosmético deve apresentar várias propriedades simultaneamente 
ajustadas para as aplicações desejadas. 
 Existem muitos critérios para seleção de uma matéria-prima: disponibilidade, logística de 
entrega e de distribuição, vida útil, possibilidade de estocagem, versatilidade da embalagem 
em que é fornecida, possibilidade de substituição por outra matéria-prima, condições do 
processamento industrial, toxicidade, riscos ambientais. Atualmente, o mercado dá 
importância à origem das matérias-primas, ou seja, se provêm de fontes naturais (orgânicas) 
ou sintéticas renováveis ou se são produzidas sob princípios sociais e ambientais de 
sustentabilidade. A escolha das matérias-primas é crucial, porque essas representam 
aproximadamente 65% do custo direto de produção de um cosmético. As matérias-primas 
usadas em cosméticos normalmente são inócuas para a saúde, com raras exceções, logo 
suas quantidades deverão ser estritamente controladas. O uso industrial de substâncias 
químicas está sujeito a normas de órgãos reguladores e, como visto no item 3, no Brasil os 
cosméticos precisam ser registrados na ANVISA. Nos Estados Unidos, o controlador é o 
FDA (Food and Drug Administration), órgão governamental cujas normas são 
frequentemente adotadas em outros países. Essas normas são baseadas em estudos de 
cada substância com respeito a sua toxicidade para o homem, animais e meio ambiente, a 
curto e longo prazo, determinando quais são as substâncias inócuas e definindo limites para 
sua utilização na produção de alimentos, farmacêuticos ou cosméticos. 
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As matérias-primas são classificadas como excipientes ou princípios ativos. Excipiente é 
todo aquele ingrediente inerte adicionado a uma formulação que lhe confere consistência 
(ou corpo, termo muito usado na indústria) para que a formulação possa ser aplicada, 
manipulada e embalada apropriadamente. Os excipientes são essenciais na produção dos 
cosméticos não só porque proporcionam diferentes veículos de aplicação, com distintos 
tamanhos, volumes e características, mas também porque barateiam o custo final do 
produto. Existem mais de 8.000 excipientes aprovados pelo FDA para uso em cosméticos e, 
em média, 50 novos excipientes se juntam a essa lista a cada ano. Os princípios ativos são 
as substâncias que efetivamente atuam e promovem modificações sobre o órgão em que o 
cosmético será aplicado e cujas quantidades necessitam ser controladas em virtude dos 
limites aceitáveis de aplicação, da sua toxicidade, das consequências de doses excessivas, 
de possíveis efeitos colaterais e da possibilidade de sensibilização e reações alérgicas. 
Pigmentos, soluções de corantes orgânicos e aromas (denominadas essências em 
cosmetologia) são grupos especiais de matérias-primas, pois apesar de serem inertes e não 
modificarem muito o local de aplicação, sua quantidade necessita ser muito bem controlada. 
 
 Alergenicidade e toxidez 
 
Reações alérgicas podem ser produzidas por exposição continuada do indivíduo a 
uma determinada substância presente em um cosmético ou alimento. Apesar dos 
mecanismos de evolução do processo alérgico ainda não estarem muito bem 
esclarecidos, acredita-se que ocorra uma combinação de uma substância exógena com 
algumas proteínas presentes no organismo, causando falhas bioquímicas ou 
enzimáticas, cuja intensidade depende da genética do indivíduo. O cérebro humano 
reage interpretando que esta substância é um invasor perigoso e produz histamina, 
visando a neutralizar a ação da “agressora”. Os efeitos da histamina variam de pessoa 
para pessoa, porém em todos os casos ocorre uma redução da imunidade do indivíduo 
e o aumento da sua propensão a doenças. Em casos mais extremos de sensibilização, 
o organismo reage muito rapidamente visando a impedir a entrada do “agressor”, 
causando o fechamento das vias respiratórias e morte por sufocação. 
A reação alérgica mais comum produzida por um cosmético é a dermatite de contato, 
que se traduz pela irritação da pele ou do couro cabeludo, pela formação de eczemas e 
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por rachaduras. Os solventes e os biocidas ou preservantes (como o formaldeído) são os 
componentes que desencadeiam com mais frequência essas reações. A toxidez de uma 
matéria-prima ou de um cosmético é avaliada através de testes de exposição a curto e 
longo prazo de alguns animais (normalmente coelhos e outros roedores), mas há 
objeções ao uso dos animais, devido ao sofrimento causado a estes. Atualmente, a 
grande maioria dos produtores de cosméticos baniu ou vem tentando reduzir ao máximo 
os testes em animais. 
 
Selos internacionais de certificação de cosméticos livres de testes em animais. 
 
Vários órgãos internacionais que regulam a produção de cosméticos, alimentos e 
farmacêuticos disponibilizam para acesso público um vasto banco de dados para a 
grande maioria dos ingredientes de cosméticos. Esse banco de dados contém as 
informações mais importantes sobre cada substância aplicada para diversos organismos 
vivos, incluindo o homem. Estão listados dados como doses máximas de ingestão, de 
exposição cutânea ou de inalação, dose letal, antídotos em caso de overdoses e outras 
informações importantes ligadas à toxicidade das substâncias. Normalmente também 
estão disponíveis nesse banco de dados informações com respeito à ecotoxicidade 
desses compostos e as consequências para o meio ambiente (ar, água doce, oceanos e 
solo), em caso de um derramamento ou vazamento dessas substâncias, além do tempoque as mesmas levarão para ser totalmente biodegradadas pela natureza. 
 Tecnologia de produção 
O sucesso no desenvolvimento de um novo cosmético depende não só de escolher 
corretamente as matérias-primas que o compõem, mas também do seu processamento 
através de operações industriais adequadas, como descreveremos a seguir. 
 Agitação 
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A mistura dos componentes de uma formulação sob agitação controlada é um dos 
processos mais comuns dentro da indústria de cosméticos e é usada quando há necessidade 
de incorporar um ou mais ingredientes a uma fase, normalmente chamada base, para que a 
essa última seja fornecida uma propriedade ou função específica. As misturas podem ser de 
líquidos em líquidos, pós em líquidos, líquidos em pós e pós em pós. Já as bases podem ser 
aquosas, oleosas ou compostas por líquidos orgânicos, como o etanol. Portanto, os produtos 
resultantes dos processos de mistura compreendem soluções, emulsões, dispersões, 
suspensões, pastas ou pós sólidos. 
Os processos de mistura são regidos por princípios físico-químicos e termodinâmicos 
em que ocorre uma transferência de energia mecânica (e, eventualmente, também de 
energia térmica) e diferenças de densidade e de concentração entre a base e os demais 
ingredientes. A eficiência da mistura dependerá do número de ocorrências desses 
fenômenos, da temperatura do meio e do tempo de contato entre a base e os ingredientes. 
Equipamentos normalmente utilizados na indústria para realizar os processos de 
mistura são projetados em função da variação da viscosidade que a mistura pode sofrer 
quando submetida à variação da temperatura ou da intensidade da agitação, o que em 
Físico-Química denominamos reologia. A intensidade da agitação pode ser controlada 
através da variação da rotação, que depende da força e do torque do agitador. Um exemplo 
prático da variação da viscosidade com a força pode ser visto quando escovamos os nossos 
dentes com pasta ou passamos batons sobre nossos lábios. A viscosidade desses produtos 
diminui na medida em que aplicamos força sobre eles, permitindo que a pasta dental saia do 
tubo e o batom se espalhe. A grande maioria dos cosméticos é formulada para escoar sob 
ação mecânica, imobilizando-se quando cessa esta ação. 
A homogeneização dos ingredientes normalmente é feita em recipientes fechados, 
que em Engenharia são denominados reatores ou vasos agitados. A capacidade dos 
reatores pode variar muito, dependendo do custo do produto e da necessidade de produção, 
variando desde pequenos reatores de 5 a 10 litros até vasos de 50 a 100 mil litros. Como as 
restrições para agitar um vaso de grande volume são muito maiores, nestes casos muitas 
vezes são usados processos auxiliares de agitação, em que os ingredientes podem ser 
bombeados a alta velocidade e pressão ou passar por equipamentos especialmente 
construídos para causar turbulência, chamados de misturadores estáticos. 
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Os agitadores dos reatores são construídos sob vários projetos que promovem diferentes 
tipos de fluxo, dependendo da composição e da reologia da formulação do cosmético, muito 
semelhantes às diferentes pás que nossas mães adaptam nas batedeiras culinárias quando 
querem processar diferentes alimentos. Existem formas de âncora, disco serrilhado, 
planetárias, helicoidais, etc. 
Os agitadores, além de realizarem homogeneização da mistura, também podem quebrar 
partículas sólidas, contribuindo para a produção de suspensões e dispersões mais finas. 
 
 Moagem e classificação de partículas 
A moagem é outra operação muito importante no processamento dos cosméticos. As 
matérias-primas sólidas devem ser transformadas em pós muito finos e muitas delas são 
higroscópicas, ou seja, absorvem água, formando aglomerados ou agregados muito difíceis 
de quebrar que reduzem a fluidez e a capacidade de homogeneização dos ingredientes na 
mistura. A textura, brilho, fineza, perfeita cobertura de cor e a sensação de conforto de 
sombras, pós, blushes e batons dependem de uma perfeita moagem da fase sólida. Após a 
moagem, para promover a separação e classificar as partículas dentro do tamanho desejado, 
os sólidos são peneirados. 
Cargas minerais, pigmentos, corantes, resinas sólidas (como o breu) e ceras geralmente 
são moídas antes do seu processamento. Os tamanhos de partículas poderão variar desde 
milímetros até nanômetros, dependendo do tipo e do desempenho do equipamento de 
moagem. Alguns desses equipamentos precisam ser refrigerados, pois o atrito das partículas 
com a superfície do moinho pode liberar uma grande quantidade de calor, geralmente 
prejudicial à formulação. 
Todas essas operações com sólidos liberam pós muito finos, que precisam ser recolhidos 
apropriadamente para que não se espalhem no ar e causem problemas respiratórios aos 
operadores de processo que estão trabalhando constantemente nas áreas industriais. Essa 
função é realizada por sistemas de coleta e exaustão acoplados aos equipamentos que 
processam os pós, normalmente compreendendo um ventilador, um filtro e um vaso coletor, 
que se denomina ciclone. Os pós recolhidos, normalmente são reciclados no processo 
visando a minimizar perdas e a aumentar o rendimento produtivo. 
 
 Controle de micro-organismos 
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Muitos cosméticos precisam ser estéreis, ou seja, livres de micro-organismos que 
possam contaminar o usuário ou causar a degradação precoce do produto. Cremes 
antienvelhecimento, loções antiacne, desodorantes e sabonetes íntimos estão entre os 
vários tipos de cosméticos que se encaixam nessa classe. 
Cosméticos são particularmente suscetíveis ao ataque microbiano, pois contém os 
nutrientes básicos para crescimento das colônias: substâncias orgânicas que são fontes de 
carbono (ou seja, de energia), sais minerais e água. A ação de micro-organismos sobre os 
cosméticos pode desencadear várias reações de transformação ou de degradação, como a 
oxidação do etanol formando ácido acético e a decomposição da ureia em amônia. 
A preservação de cosméticos e cosmecêuticos pode ser feita por diferentes processos 
químicos. Energia térmica – calor – é usada para esterilizar e pasteurizar formulações. 
Esterilizar pela ação do calor significa manter a mistura sob uma determinada temperatura 
por um definido período de tempo, até que todos os organismos vivos presentes no meio 
pereçam. O calor é fornecido à mistura por resistências elétricas acopladas ao reator (ou 
vaso de mistura) ou pela passagem de vapor de água pela formulação. Quando o vapor é 
saturado, a transferência do calor latente faz com que ele se condense na mistura, diluindo 
a mesma com água. Quando o vapor está superaquecido, ele aquece a mistura sem 
condensação de água, saindo do equipamento e retornando para o processo. O 
equipamento que esteriliza à base de vapor recebe o nome especial de autoclave. 
Na pasteurização, a mistura é aquecida até uma determinada temperatura, geralmente 
em torno de 70 oC, e permanece nessa temperatura por um tempo muito específico, variando 
em função do microorganismo patogênico (prejudicial à saúde) que possa estar presente na 
mistura. Em seguida, a mistura é resfriada muito rapidamente até uma temperatura próxima 
do congelamento da mistura, onde ocorre o rompimento da membrana celular dos micro-
organismos residuais que sobreviveram à ação do calor. Somente o calor ou o congelamento 
não é suficiente para destruição dos micro-organismos patogênicos, pois muitos deles 
conseguem se encapsular na forma de esporos e resistir por longo tempo, porém a 
destruição da membrana celular pelo choque térmico impede que esses microorganismos 
residuais tornem-se resistentes e potencialmente mais perigososà saúde. 
Outro método de impedir a contaminação dos cosméticos é pela passagem ou pela 
adição de substâncias químicas às formulações. Um dos grandes desafios dos químicos 
formuladores de cosméticos reside em escolher e aplicar biocidas nas formulações que 
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sejam inócuas à saúde humana e que não deixem resíduos de potencial toxicidade no meio 
ambiente. A esterilização, por exemplo, pode ser feita pela passagem de uma corrente 
gasosa de óxido de etileno pela mistura. Já para impedir a proliferação e o crescimento de 
micro-organismos, podem ser adicionados ingredientes específicos às formulações, os 
preservantes ou biocidas, como visto no item 5. Esses biocidas normalmente são sais 
orgânicos de metais, ácido benzoico, formaldeído e soluções alcoólicas, especialmente de 
etanol. 
 Os cosméticos também podem ser preservados com a adição de substâncias 
químicas que promovam a desidratação do meio, impedindo a proliferação de micro-
organismos. Substâncias desidratantes que podem ser adicionadas aos cosméticos, nesse 
caso, são o sal de cozinha (NaCl), outros sais inorgânicos inócuos ou soluções altamente 
concentradas de carboidratos, principalmente açúcares como glicose e sacarose. Já nas 
bases totalmente oleosas não há necessidade de se adicionar preservantes, pois a 
quantidade de água presente no meio não é suficiente para permitir a sobrevivência dos 
microorganismos. Em cosméticos na forma de pós há necessidade de se adicionar 
preservantes, pois eles normalmente não são esterilizados por razões de custo e podem 
conter alguns micro-organismos na forma de esporos, que têm a capacidade de sobreviver 
inativos por longos períodos de tempo, até que reencontrem condições ideais para seu 
crescimento. 
O controle do pH do cosmético é muito importante para garantir a sua preservação. 
Meios com pH ácido (abaixo de 5, em geral) limitam a proliferação de muitos micro-
organismos e a contaminação dos cosméticos. O controle é efetuado através da adição 
controlada de ácidos fracos ao meio, geralmente ácidos orgânicos como o cítrico e o 
ascórbico. 
Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, limitar a disponibilidade de oxigênio 
não é um fator que restrinja o crescimento dos micro-organismos, pois há muitos micro-
organismos anaeróbios, ou seja, que não necessitam de oxigênio para seu desenvolvimento. 
 Por outro lado, o corpo humano possui naturalmente muitos micro-organismos 
permanentemente residentes na pele, boca, axilas e outras regiões do organismo, cuja 
quantidade depende do sexo, raça, estilo de vida e das condições climáticas e ambientais 
às quais o indivíduo está submetido. Muitos cosméticos são produzidos de forma a controlar 
essa população de micro-organismos e trazer conforto ao usuário. Exemplos são os 
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desodorantes, formulações antiacne, sabonetes bactericidas e outros produtos voltados para 
uso hospitalar. Nesse caso, os cosméticos precisam trazer em sua composição biocidas que 
venham a atuar especificamente em contato com os micro-organismos presentes no corpo 
humano. É muito importante lembrar que o uso contínuo de cosméticos e cosmecêuticos 
biocidas poderá desencadear resistência dos micro-organismos e consequentemente 
sujeitar o indivíduo a infecções mais graves, portanto a sua aplicação somente deve ser feita 
sob recomendação e supervisão médica. 
A minimização de possíveis contaminações dos cosméticos durante seu processo de 
produção pode ser atingida através de Projetos de Engenharia apropriados, da escolha de 
materiais de construção nobres e da instituição no ambiente de produção do que chamamos 
de Boas Práticas de Fabricação (ou GMP, Good Manufacturing Practices). Equipamentos 
devem ser construídos em aço inox sanitário (que pode ser esterilizado e é bastante 
resistente à corrosão), tubulações devem ter trechos curtos (para não haver retenção de 
produto) e emendas e soldas devem ser minimizadas ou eliminadas (pois se constituem em 
pontos de contaminação). Os procedimentos operacionais devem considerar a manipulação 
segura de matérias-primas e de outros insumos de produção e promover a limpeza e 
desinfecção periódicas dos equipamentos e das áreas comuns de produção com soluções 
microbicidas (água oxigenada ou hipoclorito de sódio as mais comuns). 
A entrada do ar no ambiente de produção também pode ser monitorada para evitar a 
proliferação de microorganismos patogênicos. Os equipamentos de produção devem ser 
preferencialmente alimentados com ar limpo, seco e frio a fluxo constante e com uma 
pequena pressão positiva para que a circulação de ar novo promova a saída do ar usado 
para fora do ambiente de produção, carregando possíveis microorganismos e poeiras. 
 Cristalização e resfriamento rápido (choque térmico) 
Cosméticos sólidos à temperatura ambiente e que se espalham por meio do aumento da 
temperatura ou da força de aplicação (como os protetores labiais, batons e perfumes sólidos) 
são normalmente produzidos a quente, em forma líquida, e depois submetidos a uma etapa 
de resfriamento muito rápido, quando cristalizam. Esse procedimento é muito importante 
para manter a homogeneidade, cor e o brilho desses produtos. 
 O resfriamento é realizado no momento da moldagem: o cosmético líquido é depositado 
no molde desejado e submetido a um choque térmico, que pode acontecer pelo mergulho 
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do molde em água gelada, pela passagem de ar ou nitrogênio líquido ou pela colocação do 
molde dentro de uma estufa a vácuo em baixa temperatura. 
 
 
 
 
 Degasagem 
A operação de degasagem, ou remoção de ar, é realizada sempre que o cosmético 
precisa ser formulado na ausência de oxigênio ou para evitar a formação de bolhas ou de 
espuma durante seu processamento. 
 Alguns ingredientes, especialmente soluções colorantes e pigmentos, podem mudar sua 
cor devido a reações de oxidação que ocorrem quando eles ficam expostos por longo tempo 
ao oxigênio do ar. Para impedir isso, muitas vezes o oxigênio é removido fazendo-se passar 
uma corrente de nitrogênio. 
Já na fabricação de sabonetes líquidos, xampús e outras formulações líquidas, o ar 
presente no interior do reator se incorpora à mistura, formando bolhas e espuma, o que é 
inconveniente e reduz o rendimento do processo. Nesse caso, o ar deve ser lentamente 
removido do interior do equipamento através da aplicação de vácuo, que tem de ser muito 
bem controlado para minimizar riscos de acidentes e para que não haja perdas de 
substâncias voláteis importantes para a formulação, como as essências e os solventes. 
 Filtração 
Alguns cosméticos necessitam ser filtrados para remoção de sólidos residuais, géis ou 
outras impurezas que tenham surgido ou se formado ao longo do processo de mistura. Essa 
operação é necessária especialmente no caso em que o cosmético será aplicado por 
aspersão (em spray), para impedir entupimentos da válvula da embalagem. 
Geralmente a filtração de cosméticos é realizada a frio para remover a maior quantidade 
de sólidos possível. Diferentes técnicas de filtração são usadas, dependendo do tamanho 
das partículas sólidas a serem removidas, variando desde a filtração por leitos de areia (para 
remover partículas na escala de milímetros) até a ultrafiltração por membranas seletivas, que 
chega a remover espécies nanométricas como íons e proteínas. 
 Tratamento da água 
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A produção de cosméticos requer muita água, que necessita ser filtrada para remoção 
de impurezas sólidas e, sempre que necessário, tratada para remoção de micro-organismos 
e de alguns íons específicos. As operações de filtração e de remoção de micro-organismos,

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