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Faculdade LS – Escola de Negócios – Curso de Administração Professor Me Wilson Lopes de Lima 1 Tudo o que é criado e gerenciado é passível de melhoria. E isto vale para as empresas e para tudo o que elas vivem. Se algo não vai bem, deve ser melhorado; aquilo que já está bom, pode ficar ainda melhor. Aos administradores e gestores fica a escolha: deixar como está – o que pode trazer consequências negativas com o passar do tempo – ou buscar a melhoria. 2 INTRODUÇÃO Um dos grandes desafios do administrador do século XXI consiste em fazer com que as organizações se mantenham e também obtenham posição de destaque no mercado global e competitivo. Enormes são os esforços empregados diante da grande competitividade existente, e as organizações muitas vezes, por não conseguirem a eficiência e a eficácia necessárias, têm optado por recorrer a serviços de consultoria para auxiliá-las na tomada de decisão e melhoria de desempenho. Antecedendo à análise de dados, que é essencial para uma consultoria, encontra-se a coleta de dados, que é feita no diagnóstico organizacional. O diagnóstico organizacional refere-se à etapa inicial de um projeto de consultoria e consiste em coletar dados, transformá-los em informações úteis sobre a organização de maneira que possam contribuir nas decisões. De acordo com Newman e Warren (1980), o diagnóstico organizacional é um processo de verificação temporal e espacial que visa analisar a empresa ou determinado processo como um todo; especificar desvios de desempenho; analisar condições internas e externas, ou seja, diagnosticar sintomas de procedimentos não adequados ou que poderiam estar mais delineados com as necessidades da organização. Cavalcanti e Mello (1981, p. 14) observaram que: [...] através do diagnóstico organizacional, o empresário tomará conhecimento das dimensões essenciais mínimas de investimento, mercado, recursos humanos e materiais, e de um conjunto de restrições que podemos denominar massa crítica que assegurarão a sobrevivência de sua empresa, revendo o desempenho de áreas de importância fundamental. Tem-se o diagnóstico organizacional como forma de suporte para a verificação de possíveis falhas, suas correções e utilização para a tomada de decisão que conduza à eficiência e eficácia. Algumas organizações utilizam empresas de consultoria para o auxílio na solução de problemas por não dispor de tempo ou por não possuir pessoas habilitadas para fazer um diagnóstico. Esta etapa é uma resenha do artigo: Modelo de Diagnóstico Organizacional Rumo a Consultoria de autoria de Giuliana G.S. Carvalho e Joslaine C. Duarte, publicado originalmente na Revista da FAE. 3 HESKETH (1979, p. 13) afirma que “para compreender-se o significado do diagnóstico organizacional, é necessário o conhecimento do esquema lógico dentro do qual se insere, bem como do modelo teórico que lhe serve de sustentação”. Verificar a organização de forma integral, aspectos internos e externos que impactem no seu desempenho, e, a partir dessas informações, traçar planos estratégicos são objetivos do diagnóstico organizacional. Porém, para levantar dados e transformá-los em informações que sirvam de base para o diagnóstico e para a consultoria, é necessário um modelo que sirva como ferramenta para a coleta de dados. Esse modelo é essencial ao consultor, pois pode proporcionar um direcionamento do que é importante verificar na condução dessa prestação de serviço. Estabelecer um modelo que possa servir como ferramenta aos consultores para efetuar o diagnóstico organizacional e, portanto, ser utilizado em uma consultoria consiste em um desafio. Para a elaboração desse modelo, é necessária a pesquisa exploratória sobre o assunto com um detalhamento dos aspectos relevantes que deve conter essa ferramenta de consultoria, assim como é importante consultar professores e consultores das mais diversas especialidades. A percepção das dificuldades encontradas pelas organizações em fazer o diagnóstico organizacional, a contribuição para o aluno de Administração de empresas, a necessidade de ter um modelo de diagnóstico baseado na contribuição de autores renomados nas áreas abordadas, além da perspectiva da sua utilização na prática, são contribuições que o estudo pode trazer. O QUE É DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL? De acordo com Perillo (2009), o diagnóstico organizacional consiste em uma análise minuciosa da organização cujo propósito é levantar todas as suas características: forças, fraquezas, ameaças e oportunidades. Oliveira (1996) afirma que o diagnóstico corresponde à primeira fase do processo de planejamento estratégico e procura responder à pergunta básica “qual a real situação da empresa quanto aos seus aspectos internos e externos?”, verificando o que a empresa tem de bom, de regular ou de ruim no seu processo administrativo. O diagnóstico é a principal ferramenta utilizada pelos consultores, pois permite às organizações a verificação de suas falhas, necessidades e a melhoria de desempenho, além de reduzir incertezas na tomada de decisão. 4 É um instrumento indispensável de gestão, uma técnica de amostra situacional de primeira ordem, mesmo que a empresa apresente resultados satisfatórios. A noção de “diagnóstico” já faz parte do vocabulário de algumas pessoas, como médicos, psicoterapeutas, pedagogos, assistentes sociais e especialistas em organização. Alguns pesquisadores sociais, como Thiollent (1997), usam também essa palavra quando se trata de pesquisa participante ou de pesquisa-ação em vários contextos de intervenção (organização, educação, extensão rural). Nesse tipo de pesquisa social, o uso da palavra “diagnóstico” chega a ser excessivo, pois tende a substituir a própria noção de “investigação” e aplica-se indiscriminadamente aos procedimentos de observação, de busca de solução ou de tomada de decisão. Os métodos de diagnóstico são procedimentos práticos e adaptados às condições específicas do exercício de uma atividade profissional. O diagnóstico baseia-se na identificação de problemas a partir de “sintomas”, contudo, nunca se chega a uma total comprovação. Sempre permanece um aspecto de “palpite” que remete à intuição ou à experiência própria do especialista. De todos os passos do processo administrativo, Bergamini (1980) afirma que o diagnóstico é o mais difícil, exige não somente experiência, mas também muito “faro”, ou grande dose de sensibilidade situacional. Portanto por ser uma importante ferramenta e conter informações cruciais nas tomadas de decisão, a análise deve ser feita da forma mais cuidadosa possível. Segundo Morgan (2009), conforme se desenvolve um processo de diagnóstico, desenvolvem-se habilidades e competências que conduzem a uma forma de reflexão a respeito do objeto de estudo, e o processo acaba se tornando parte intuitiva, por meio da qual se julga a natureza do caráter da vida organizacional. De acordo com Oliveira (1996), para a execução do diagnóstico, é necessário ter acesso a uma série de informações e saber quais são desejadas, quais são pertinentes e como obtê-las. Essas informações podem ser externas, ou seja, vindas do ambiente geral e operacional em que a organização está inserida e, internas, quando vêm de dentro da própria empresa. Essa competência analítica não é uma característica inata de indivíduos excepcionais, mas fruto da capacidade de produzir um conjunto de conhecimentos sobre a organização e o seu funcionamento, da habilidade de identificar, coletar, integrar, sistematizar e interpretar informações sobre sua operação, seu contexto e do domínio de referenciais teóricos e instrumentais que permitam o levantamento, o tratamento e a integração dessas informações. 5 No contexto organizacional, a noçãode diagnóstico tem uma utilização muito mais recente e assume e assume novas dimensões e especificidades ainda que mantendo, em linhas gerais, o significado de levantamento de informações com o objetivo de compreender uma determinada situação, permitindo algum tipo de intervenção em direção a um objetivo qualquer. O diagnóstico organizacional pode e deve ser compreendido dentro de um contexto inserido na dinâmica da mudança organizacional e assumido como um esforço de compreensão da organização como um todo. De forma mais específica, o diagnóstico organizacional é ... Um método sistemático para coleta e reunião de informações sobre como a organização funciona como um sistema social e uma forma de análise sobre o significado dessas informações [...]. É uma atividade voltada para a solução de problemas que busca por causas e consequências. Ele identifica gaps entre o que é e o que deveria ser (Howard, 1994, p.8). Grande parte das decisões gerenciais é tomada com base em algum tipo de diagnóstico. Todo gestor, independentemente do seu nível hierárquico, percebe-se envolvido em um ciclo diagnóstico-decisão-ação-avaliação. O diagnóstico parte normalmente parte de alguma evidência, que podem sinalizar a necessidade de ajustes ou correções. TIPOS DE DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL Em alguns casos, a empresa pode optar por se debruçar por problemas específicos. Por isso, existem diferentes tipos de diagnóstico organizacional, dependendo do objetivo desejado. • Geral: contempla todos os setores da organização; • Financeiro: limita o diagnóstico aos dados contábeis e financeiros da empresa • Produção: utilizado para verificar a produtividade e qualidade dos produtos ou serviços da empresa, visando melhorar o fluxo de produção e eliminar desperdícios; • Vendas: abrange problemas como queda das vendas, preços, qualidade de produtos, problemas com atendimento, entregas, entre outros; • Informação: analisa o desempenho e funcionalidade dos sistemas de informação utilizados pela empresa, avaliando sua resposta às necessidades da empresa, bem como seu alinhamento aos planejamentos estratégico e operacional. 6 ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL • O diagnóstico organizacional deve ser feito por meio de diversas análises objetivas, baseadas em fatos. • Ele deve seguir um passo a passo cuidadoso, para que se atinjam sempre os melhores resultados. • O diagnóstico empresarial pode ser usado de diversas formas em seu negócio: para detectar problemas, preveni-los, auxiliar na tomada de decisão e na construção do planejamento estratégico. • Deve incluir um plano de ações. Sem isso, não há sentido em fazer um diagnóstico organizacional. • O diagnóstico organizacional envolve tanto a análise interna da empresa, como a influência do ambiente externo sobre ela. • Um diagnóstico organizacional bem feito mostra a verdadeira situação da empresa. É, portanto, uma fonte confiável para a tomada de decisão. • Ele mostra os pontos fortes do negócio, assim como seus pontos fracos, para que se possa aproveitar as forças e se planejar maneiras de corrigir as fraquezas. • Um bom diagnóstico organizacional ajuda a detectar os valores e a cultura da empresa, e como esses elementos interferem na performance do negócio. • Ele vai evidenciar oportunidades que devem ser aproveitadas pela organização. • Ele também vai deixar claros os problemas que precisam ser resolvidos, para que o negócio funcione de forma produtiva e sustentável. • Desenhar sua estratégia empresarial será muito mais fácil depois de fazer o diagnóstico organizacional. Em síntese... O diagnóstico organizacional é um conjunto de técnicas, ações e análises que devem ser realizadas para que os gestores conheçam profundamente seu negócio para, assim, conhecerem pontos fortes e fracos. O objetivo é detectar e prevenir problemas, encontrar soluções certeiras para eles, auxiliar na tomada de decisão e até no planejamento estratégico do negócio. 7 ETAPAS DO DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL 1- COLETA DE INFORMAÇÕES: Como o próprio nome diz, a primeira das etapas do diagnóstico organizacional consiste em coletar todas as informações sobre as atividades desenvolvidas pela empresa. Esse levantamento é essencial para determinar as causas dos problemas que a organização está enfrentando. Várias ferramentas podem ser utilizadas para otimizar a busca pelas informações, como, por exemplo: • a matriz SWOT; • o BSC – Balanced Scorecard. Procure buscar o máximo de informações que conseguir. Esta coleta de dados deve levar em consideração cada um dos departamentos da empresa, para que seja possível chegar a um diagnóstico que seja condizente com a realidade. Assim, o que deve ser feito, é conversar com colaboradores, analisar documentos importantes, bem como os processos organizacionais, entre outras ações, que permitam aos responsáveis pelo diagnóstico organizacional criarem uma base para seguirem adiante, rumo ao próximo passo, que é o que dará início a busca de soluções. Neste trabalho vamos nos aprofundar na análise através do BSC, por ser em nosso entendimento um instrumento de avaliação organizacional muito mais abrangente do que a atriz SWOT. Uma forma de agilizar a coleta das respostas dos questionários é usando formulários de pesquisa interna. Mas entrevistas pessoais mais profundas sempre serão necessárias também. Veja um exemplo de questionário para diagnóstico empresarial que pode ser usado para entender melhor as estratégias da empresa: 2- ANÁLISE DE DADOS: A segunda das etapas do diagnóstico organizacional é a organização e análise das informações coletadas. Os dados obtidos devem ser transformados em planilhas, gráficos, mapas e tabelas para agilizar sua análise e comparação detalhada. O ideal será separar as situações analisadas por categorias, momento em que o BSC se torna fundamental porque sua estrutura já é dividida em categorias. 8 O diagnóstico organizacional deve ser realizado através de uma postura multidisciplinar, dialógica e reflexiva, o que pressupõe a aplicação de diferentes abordagens teóricas para realizar a análise participativa da realidade das organizações. Ou seja, deve privilegiar o rigor da investigação científica sem perder de vista seus objetivos primordiais de compreender conteúdos e práticas organizacionais. 3. DIAGNÓSTICO: Eixo central do DO este é o momento em que se procura entender o que está ocorrendo na empresa, o motivo para o qual estamos realizando o DO. É, também, o momento de definir ações corretivas, novas estratégias ou definir possíveis vantagens competitivas. Além de, naturalmente, rever ou iniciar todo e qualquer tipo de planejamento organizacional. É claro que nem sempre essa abordagem conseguirá mapear os subsistemas internos, representados pelo sistema sócio técnico que definem a empresa com o grau de certeza e de totalidade ideais, entretanto, a forma de raciocínio envolvida nesse tipo de análise e quaisquer que sejam os resultados pode proporcionar ganhos significativos na qualidade das informações que os gestores possuem da empresa No momento do diagnóstico, todas as portas por onde podem entrar informações devem ficar bem abertas, em que pese à utilização de uma sistemática de levantamento de dados mais técnica e quantitativa. Não basta receber informações, é necessário interpretá-las e desvendar, com isso, o seu real significado. Não raro, quando as pessoas dentro das organizações percebem que se está fazendo um diagnóstico e se sentem crivadas de perguntas, colocam-se na defensiva, informando parte do problema e até distorcendo dados. Há que se ter habilidade especial de detetive, sem criar sensação de pânico ou levantar inseguranças desnecessárias (BERGAMINI, 1980, p.25). Para Morgan (1996), conforme se desenvolveum processo de diagnóstico, desenvolvem- se habilidades e competências que conduzem a uma forma de reflexão a respeito do objeto de estudo e o processo acaba tornando-se parte do processo intuitivo, através do qual se julga a natureza do caráter da vida organizacional. O autor afirma que é possível organizar e resolver problemas O autor afirma que é possível organizar e resolver problemas organizacionais compreendendo a ligação existente entre a teoria e prática. O segredo é estabelecer uma forma de diálogo com a situação que se está tentando compreender. 9 4- PLANO DE AÇÃO: As etapas do diagnóstico empresarial são finalizadas com um mapa de implementação de ações estratégias ou ações para resolver os problemas elencados na etapa anterior. Deve ser feito um plano de ação contendo um cronograma detalhando a implementação das mudanças necessárias. As áreas que apresentam os piores desempenhos ou que representam um impacto mais significativo nos resultados do negócio devem ser priorizadas. 5 - AVALIAÇÃO: Ações planejadas, executadas, monitoradas e encerradas. Pronto, hora de verificar os resultados. Essa análise é fundamental para comparar a situação antes e depois da execução do plano de ação. A lista de checagem é um dos recursos mais comuns, mesmo por meio de modelos bem simples, como os manuais. É claro que, com a digitalização, o uso de planilhas e ferramentas de gestão tem facilitado esse controle. O importante é checar se todos os pontos estão sendo realizados de acordo com o que foi programado. Se o objetivo não foi atingido, mas as etapas do planejamento foram realizadas de acordo com o que estava previsto, isso quer dizer que houve alguma falha na identificação dos problemas ou na elaboração das medidas. Se tudo foi cumprido adequadamente e as metas foram atingidas, o plano de ação deve passar a servir como um modelo de procedimentos a ser adotado em ocasiões semelhantes. Afinal de contas, ele foi bem-sucedido. Além disso, tenha-o como referência para o constante aprimoramento dos processos. Os bons resultados alcançados precisam ser mantidos. A ferramenta que vamos utilizar neste programa é o BSc. É uma ferramenta que para ser utilizada naturalmente necessita de INDICADORES. Os mesmos indicadores que foram utilizados quando se definiu os processos ou ações gerenciais que serão diagnosticadas serão a base para a avaliação. 10 Fonte: https://www.siteware.com.br/projetos/como-criar-um-plano-de-acao. Acesso em: 03/02/2020. Descrição de cada passo 1. Saiba aonde quer chegar: O primeiro passo para montar seu plano de ação é considerar o planejamento estratégico da empresa. Você, como líder, guia suas ações pelos objetivos corporativos. Comece listando a forma com que a sua equipe contribui para o alcance dos objetivos da empresa. Portanto, tanto você como sua equipe irão saber como suas atitudes cotidianas contribuem para o atingimento das metas corporativas. Isso ajuda a engajar o time, tendo uma visão do seu papel no todo. 2. Crie metas mensuráveis: Uma vez que você tem uma visão clara do que precisa realizar, o próximo passo é a criação de metas mensuráveis. https://www.siteware.com.br/projetos/como-criar-um-plano-de-acao https://www.siteware.com.br/gestao-estrategica/implementacao-do-planejamento-estrategico/ https://www.siteware.com.br/gestao-estrategica/implementacao-do-planejamento-estrategico/ https://www.heflo.com/pt-br/gerenciar-negocios/objetivos-smart/ https://www.siteware.com.br/gestao-de-equipe/como-engajar-funcionarios/ 11 O objetivo de o plano de ações precisa ser definido claramente, afinal um plano de ação serve para atingir metas. Pense em metas que permitam à sua equipe visualizar o que foi realizado. Assim, terão tempo de corrigir os desvios e possibilitar o alcance dos objetivos. Caso não sejam atingidas, você poderá cobrar e avaliar o desempenho dos profissionais e do grupo. 3. Liste as tarefas a serem executadas: É importante que todas as atividades necessárias para o atingimento do objetivo sejam listadas e atribuídas a um responsável. Assim, juntamente a equipe, liste todas as tarefas e atividades a serem realizadas. Peça para que cada profissional coloque no papel quais são suas principais atividades relacionadas e depois converse sobre elas com cada um deles. Dessa maneira, todos têm claras quais as atividades que devem ser desenvolvidas e quem é o responsável pela sua execução. 4. Divida as grandes tarefas em partes menores e mais gerenciáveis: Algumas tarefas ou metas podem parecer mais difíceis de se atingir do que outras. Por isso, nos casos em que é possível, quebre tarefas maiores em partes menores, mais fáceis de serem executadas e também gerenciadas. Isso permite que os colaboradores que as estão executando consigam gerenciá-las com maior facilidade e tenham maior clareza das atividades que precisam fazer para conseguir executá-las no tempo previsto. Ao gestor, tarefas menores também representam uma maior facilidade no gerenciamento. Permite acompanhar o andamento das ações com maior clareza, já que por serem menores, acontecem mais rapidamente, possibilitando acompanhar o progresso da meta ou tarefa. 5. Decida os prazos para as entregas: Sem prazos específicos, não tem como fazer um projeto de ação e o trabalho vai certamente se expandir para preencher o tempo. Algumas tarefas podem nunca ser concluídas. As atividades que já têm processos bem definidos, podem muito bem ser guiadas por prazos pré-estabelecidos. Aqui também vale a pena consultar cada profissional para determinar os tempos de execução destas tarefas. Com prazos pré-estabelecidos, o colaborador consegue se planejar melhor para a execução das suas atividades, priorizando conforme sua importância e urgência. Isso permite ao gestor melhor acompanhamento da produtividade de sua equipe. Irá também facilitar a comunicação de todos, visto que a equipe já saberá quando determinada atividade estará concluída. 12 6. Crie uma representação visual para o seu plano de ação: Depois de criar os itens de ação e definir os cronogramas, o próximo passo é a criação de algum tipo de representação visual do seu plano. Esta representação auxilia no engajamento da sua equipe, já que todos podem acompanhar o andamento das atividades. Ao mesmo tempo, uma visualização gráfica também permite uma facilidade de identificar quais tarefas ou objetivos do plano de ação não estão sendo executadas, ou atingidas, permitindo que possam ser priorizadas, buscando seu atingimento. 7. Acompanhe as ações com frequência: Uma vez que seu plano é estabelecido e compartilhado com a equipe, e as realizações são agendadas, o próximo passo é simples: torne o acompanhamento frequente um hábito. Cobre dos responsáveis para garantir que todas as pessoas estejam fazendo sua parte. Você pode, por exemplo, criar um cronograma de envios de relatórios ou de apresentações de resultados individuais, ou em equipe. Não tem como montar um plano de ação sem definir como se fará seu acompanhamento. Um plano de ação pode ocasionalmente, devido a eventos ou imprevistos, ser alterado ou deixado de lado. Não permita que isso aconteça. Afinal, para que serve o plano de ação, se não como guia para que a capacidade de cumprir prazos, completar tarefas e atingir os objetivos seja retomada imediatamente depois da interrupção indesejada. Reveja sempre seu plano de ação e engaje seus colaboradores a seguir em frente sem perder os objetivos e as metas de foco. MAPA ESTRATÉGICO https://pt.venngage.com/criar-cronograma/ https://rhbot.com.br/ https://rhbot.com.br/ 13 O modelo de plano de ação que acabamos de apresentar foi baseado na ferramenta SMART, que detalhamos a seguir:Esta ferramenta auxilia na etapa de um plano de ação referente à definição de seus objetivos. Eles devem se basear nas letras iniciai que formam a palavra SMART (inteligente, em inglês), veja como funciona: ESPECÍFICA (SPECIFIC): a meta não pode ser genérica e ampla, sem trazer referências para a equipe. Ela precisa ser bem objetiva, ter foco e detalhar sem sombra de dúvidas onde se quer chegar. MENSURÁVEL: o ideal é que a meta seja representada por um número a ser atingido. Para isso, deve ser uma grandeza que se consiga medir sem dificuldades nem demoras. ATINGÍVEL: metas além da possibilidade da equipe só levam a desmotivação. É fundamental definir metas ambiciosas, mas nunca impossíveis. Relevante: a meta, ao ser alcançada, deve trazer algum benefício importante para que os objetivos estratégicos da organização sejam atingidos. TEMPORAL: é fundamental definir o tempo em que se espera atingir a meta. 14 Uma sugestão de plano de ação Sugestão de metodologia operacional. Fonte: autor. Roteiro sugerido de produção de um diagnóstico organizacional AÇÃO EXECUÇÃO O que será feito? São os objetivos e as metas do plano de ação; Por que será feito Implantar novas ações ou corrigir resultados encontrados no diagnóstico. É preciso deixar claro qual será benefício que realização do projeto trará para a empresa; Quando será feito? Apresenta as datas definidas para cada ação e o cronograma de ativação das ações; Onde será executado? Nesse caso, trata-se de especificar se o plano de ação é para uma ação específica em qualquer das unidades organizacionais, ou, se, é um plano para atender a um DO geral na empresa; Como? Qual metodologia será empregada? Que critérios serão usados? Existe uma ferramenta que todos devem usar, um manual de boas práticas ou norma ISO? Quais são as etapas do projeto? Quem fará o que? Definir quais unidades organizacionais e suas correspondentes ações; A que custo? Identificar os custos das novas ações e seus correspondentes benefício. Relação custo/benefício. 1 - Comece com os 7 passos. São princípios básicos para um resultado eficiente. 2 - Na definição de objetivos use o SMART. 3 – A metodologia operacional pode ser feita de preferência pelos 5 W 2 H 4 – Use o BSC que define os indicadores que devem ser utilizados para identificar as informações para o diagnóstico organizacional. 5 – Por fim faça o Mapa Estratégico. 15 SITUAÇÕES ESPECÍFICAS E QUANDO UTILIZAR O DIAGÓSTICO ORGANIZACIONAL SIMPLES. SEMPRE. Em qualquer etapa da vida da empresa. O DO é uma ferramenta que não é indicada para um determinado momento específico na vida das empresas. Sempre pode e deve ser utilizado. É natural, que a medida em que a empresa se desenvolve, mais importância passa a ter a utilização desta ferramenta. Na figura a seguir, você encontra de forma genérica as diversas fases de crescimento de uma empresa e poderá observar que em cada fase existe uma situação específica. Exemplo: na fase um, que é de início deve, ser realizado um diagnostico em relação a todas as situações em que a empresa poderá estar envolvida, quer seja no ambiente interno quanto no externo. Na fase dois, que é caracterizada pela luta para manter a sobrevivência os objetivos para a utilização do DO devem ser outros. E por aí vai... Seguem mais situações específicas que necessitam do uso das técnicas de DO: • Quando a empresa está buscando os seguintes fundamentos da excelência: ✓ pensamento sistêmico; ✓ aprendizado organizacional; ✓ liderança e constância de propósitos; ✓ orientação por processos e informações; ✓ visão de futuro; ✓ geração de valor; ✓ valorização das pessoas; Momentos específicos para o uso do DO. 16 ✓ conhecimento sobre o cliente e o mercado; ✓ desenvolvimento de parcerias; ✓ responsabilidade social; • Outras situações... ✓ Na tomada de decisões; ✓ Na aplicação de recursos (financeiros, pessoal etc.) na empresa; ✓ Para implementar uma comunicação clara das diretrizes empresariais e estratégicas para as partes interessadas e interligadas à empresa; ✓ Para direcionar a implementação de ações corretivas ou direcionais; ✓ Para possibilitar a análise crítica do desempenho global pela liderança. Problemas predominantes e suas práticas gerenciais recomendadas nas diversas fases de crescimento 17 CUIDADOS E RISCOS NAS ETAPAS DO PROCESSO DE DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL Como toda ação gerencial, existe uma série de cuidados e observações a serem feitas. Com o DO não poderia ser diferente. No item etapas do diagnóstico organizacional fizemos uma síntese de etapas, apresentando apenas quatro etapas, sintetizando desta forma, uma metodologia de trabalho adequada a empresas de pequeno porte. A seguir, vamos detalhar um pouco mais, subdividindo as fases mencionadas anteriormente: Legenda: 1- Coleta de Informações; 2 – Análise de Dados; 3 - Diagnóstico; 4 – Plano de Ação; 5 - Avaliação 1 2 3 4 5 18 O RESULTADO DO DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL QUANDO IMPLANTADO PROVACA UMA MUDANÇA ORGANIZACIONAL PLANEJADA Mudança Organizacional Planejada é a tentativa sistemática de reformular uma organização de modo a ajudá-la a se adaptar às mudanças no ambiente externo e a alcançar novos objetivos. Os principais motivos de se realizar mudanças são: a) Mudanças ambientais (externas) que ameaçam a sobrevivência das organizações; b) Mudanças ambientais que oferecem novas oportunidades de crescimento; b) A estrutura da organização não está acompanhando a velocidade da mudança ambiental. As organizações formais para obterem confiabilidade e racionalidade de suas ações necessitam formar estruturas estáveis, reprodutibilidade e formar padrões internos, o que implica em resistências a mudanças. As principais resistências organizacionais às mudanças são: a) Inércia da própria estrutura; b) Ameaças às relações de poder já estabelecidas; c) Foco limitado de mudança; d) Ameaças à especialização. De acordo com Robbins (1999), as opções de mudanças essencialmente recaem em três categorias de mudanças: estrutura, tecnologia e pessoas. ESTRUTURA TECNOLOGIA PESSOAS Complexidade, formalização, centralização, reprojeto do trabalho Processos de trabalho, métodos e equipamentos Atitudes, expectativas, percepções e comportamentos As três categorias de mudanças. Fonte: Robbins 1999, p.122 19 Na implantação de mudanças organizacionais, além das resistências organizacionais, existem as resistências individuais. As principais fontes de resistências individuais são: ameaça aos hábitos arraigados; ameaça à segurança já estabelecida; o natural medo do desconhecido e os fatores econômicos (STONER, FREEMAN, 1999). A chave para enfrentar com sucesso o processo de mudança é o gerenciamento das pessoas, mantendo alto nível de motivação e evitando desapontamentos, considera Herzog (apud WOOD Jr., 2000). O grande desafio não é a mudança tecnológica, mas mudar as pessoas e a cultura organizacional, renovando os valores para ganhar vantagem competitiva. Mudança organizacional é um evento psicológico complexo, um verdadeiro choque, cujo efeito pode e deve ser minimizado se convenientemente gerenciado. Na opinião do autor, existem cinco tipos de mudança: [...] por opção, quando a organização não está sujeita a nenhuma pressão; operacional, para fazer frente a deficiências específicas; direcional, quando uma alteração estratégica é necessária; fundamental, quando a própria missão é alterada; e total, nos casos mais críticos, como por exemplo, em uma eminência de falência da organização (HERZOG, APUD WOOD JR., 2000,p.22). Conforme o autor citado, os fatores de sucesso necessários à mudança seriam: relativos ao consenso sobre a necessidade de se realizar a mudança; a comunicaçãoclara sobre os objetivos da mudança; o esforço necessário para um treinamento específico; dar o tempo para que o processo de mudança se realize e desenvolver internamente a idéia de que a mudança é necessária para que a organização se adeqüe ao meio. Ainda sobre fatores de sucesso, O’Toole (apud WOOD Jr., 2000), considera que os fatores – chaves em um processo de mudança são os seguintes: a) que as forças e valores pertinentes a cultura organizacional estejam embasando a mudança; b) a participação efetiva de todos os níveis organizacionais; c) a mudança deve ser feita no todo, com um pensamento holístico; d) deve ser planejada para ser concretizada em longo prazo e executada em etapas; e) que seja um processo contínuo com o apoio da alta administração. De forma geral, os processos de mudança respondem à necessidade ou desejo das organizações implementarem mudanças planejadas ou alocarem recursos para resolverem questões estratégicas de natureza ambiental, estrutural, de recursos humanos ou tecnológica. A dificuldade é mais implementar as estratégias de mudanças que desenvolvê-las (WOOD JR., 2000, p.25). 20 A mudança bem – sucedida nas organizações argumenta Kurt Lewin (apud ROBBINS,1999) deve seguir três etapas (Figura 20); descongelamento do status quo, movimento para um estado novo e recongelamento da nova mudança para torná-la permanente. Estado desejado Status quo Tempo Forças restritivas Forças impulsionadoras Descongelamento e Status quo. Fonte: Kurt Lewin apud ROBBINS,1999, p.89 As qualidades necessárias às organizações para enfrentar as pressões das mudanças, na opinião de Montana e Charnov (1998, p.451), são: adaptabilidade, flexibilidade, sensibilidade, decisão e rapidez. Mudar a estrutura de uma organização implica em rearrumar: sistemas internos, linhas de comunicação e fluxos de trabalho. As empresas que têm êxito são as que resistem às pressões, preveem as mudanças e desenvolvem antecipadamente as suas estratégias. As organizações preferem implementar as mudanças de maneira sistêmica e organizada, que se inicia com eventos externos que provocam a ideia de mudanças, desenvolvem e avaliam alternativas, selecionam uma, implementam e em seguida avaliam os resultados. A mudança neste caso pode focalizar as pessoas, a produção, as finanças ou qualquer outro aspecto da empresa. 21 Eventos externos Idéias para a mudança Identificar raio de ação do problema Desenvolver alternativas Avaliar os resultados Implementar a mudança Selecionar uma alternativa Feedback Analisar alternativas Limitações Internas Externas Avaliação Abordagem sistêmica para administrar mudança. Fonte: Montana e Charnov 1998,p.75 As alternativas para se fazer qualquer mudança, na opinião de Montana e Charnov (1998), devem ser analisadas no contexto de suas limitações. Cada alternativa tornar-se-á mais ou menos atrativa, dadas as limitações e as probabilidades de sucesso. Na opinião de Robbin (1999) existem dez pontos, idênticos a um check-list, para se avaliar o clima as possibilidades de mudança: 1) A liderança apoia a mudança e está comprometida com ela? 2) A administração tem uma visão clara de como o futuro será diferente do presente? 3) Existem medidas objetivas ocorrendo para avaliar o esforço da mudança e os sistemas de recompensas são projetados explicitamente para reforçá-los? 4) A estrutura organizacional é flexível? 5) Os canais de comunicação estão abertos tanto para cima quanto para baixo? 6) As decisões são tomadas rapidamente, levando em consideração uma ampla variedade de sugestões? 7) Os funcionários são recompensados por assumirem riscos, serem inovadores e procurarem novas soluções? 8) Existem medidas objetivas para avaliar o esforço da mudança? 9) Existe um forte senso com relação à urgência da mudança, e ele é compartilhado por toda a organização? 10) Os agentes de mudanças possuem liderança suficiente para lidar com as resistências? 22 OS OITO PASSOS DA MUDANÇA ORGANIZACIONAL PLANEJADA: Veja como conduzir, com sucesso, a transformação de uma empresa através da mudança organizacional planejada: 1 - Crie um senso de urgência: É preciso que as pessoas percebam que a transformação não pode ser deixada para amanhã. 2 - Forme o time que vai liderar a mudança: O grupo à frente do processo deve estar coeso e saber claramente quais são as suas tarefas. 3 - Estabeleça claramente a nova visão e a estratégia: Isso é fundamental para que todos saibam os objetivos da mudança e como alcançá-los. 4- Comunique sempre e de forma simples: A única maneira de as pessoas se comprometerem com a mudança é entendendo por que ela é necessária. 5 - Remova as barreiras: Chefes autoritários, hierarquia rígida, remuneração que não premia o melhor desempenho tudo isso dificulta a mudança. 6 - Crie vitórias de curto prazo: Mudanças levam tempo. Para que os funcionários continuem na rota, é preciso adotar metas que eles atinjam no meio do caminho. 7 - Não desacelere: Quando os primeiros resultados positivos começam a aparecer, a tendência é diminuir o ritmo. 8 - Faça a mudança permanecer: Para isso, é fundamental que os novos procedimentos passem a fazer parte da cultura da empresa. Fonte: The Heart of Change, de John Kotter(2005). 23 BIBLIOGRAFIA BERGAMINI, Cecília W. Desenvolvimento de recursos humanos: uma estratégia de desenvolvimento organizacional. São Paulo: Atlas, 1980. HESKETH, José Luiz. Diagnóstico organizacional: modelo e instrumentos de execução. Petrópolis: Vozes, 1979. KAPLAN; NORTON. Balanced Scorecard como estrutura para a ação estratégica. Rio de Janeiro: Campus,1997. MORGAN, G. Imagens da organização. São Paulo: Atlas, 2009. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. A eficiência e a eficácia do ponto de vista interno e externo. São Paulo: Atlas,1999. ROBBINS, Stephen. Administração. São Paulo, Saraiva, 1998. STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. Rio de Janeiro: LTC, 1998. THIOLLENT, Michel. Pesquisa-ação nas organizações. São Paulo: Atlas, 1997.
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