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2 RELATORIo - SECAGEM DE ALIEMENTOS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS
ENGENHARIA DE ALIMENTOS
DISCIPLINA: OPERAÇÕES UNITÁRIAS I
PROFESSOR: DRª MABEL DE BARROS BATISTA
BIANCA BEATRIZ TORRES DE ASSIS
BRUNA GADELHA GOMES
SILVIA CARLA DIAS
SECAGEM EM CAMADA DELGADA
JOÃO PESSOA
2017
 BIANCA BEATRIZ TORRES DE ASSIS
BRUNA GADELHA GOMES
SILVIA CARLA DIAS
SECAGEM EM CAMADA DELGADA
Relatório elaborado no período 2016.2 para obtenção de nota na disciplina de Operações Unitárias I, do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal da Paraíba, lecionada pela Profa Dra MABEL DE BARROS BATISTA.
JOÃO PESSOA
2017
SUMÁRIO
OBJETIVOS	3
OBJETIVO GERAL	3
OBJETIVOS ESPECÍFICOS	3
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA	4
FENOMENOS DE SECAGEM	4
SECAGEM DE ALIMENTOS SÓLIDOS	5
Secagem de Tomate	6
TIPOS DE SECADORES	7
Secador de bandejas	7
PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS	9
EQUIPAMENTOS	9
PROCEDIMENTOS	9
RESULDADOS E DISCUSSÃO	11
CONCLUSÃO	20
REFERÊNCIAS	21
ANEXOS	22
1 OBJETIVOS
1.1 OBJETIVO GERAL
Apresentar um sistema de secagem de sólidos em camada delgada, por meio de um secador simples e versátil, o secador de bandejas, processo pelo qual o produto é inteiramente envolvido pelo ar de secagem em regime turbulento.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Promover um maior embasamento prático da secagem de sólidos em camada delgada, observando a influência da superfície e da área relativa no comportamento das curvas de secagem do produto, em função das condições pré-estabelecidas de ar de secagem. Além disto, estimar os teores de umidade, Mt e Me (base seca) e a razão de umidade, MR, do produto em função do tempo.
8
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 FENÔMENOS DE SECAGEM
O fenômeno de secagem envolve a transferência de calor e massa, de forma que este calor é transferido ao alimento através de uma superfície quente, por condução, ou é aplicado ao material por convecção através do ar. O líquido, presente na superfície do sólido ou próximo da superfície quando a mudança de estado acontecer dentro do produto, é vaporizado pelo calor, e por convecção natural ou forçada, esse vapor é retirado pelo fluxo de ar. Ao retirar-se esta umidade, internamente ao produto é criado um gradiente de concentração, causa do processo migratório de umidade do centro para a superfície do produto (FIOREZE, s.d.).
A retirada da umidade da superfície do produto e a migração de umidade do interior à superfície do produto são dois principais elementos que regem a secagem. No primeiro caso, esta retirada de umidade é função da exposição do produto ao ar e da capacidade que este ar possui de remover a água da superfície. Esta remoção está relacionada a força motriz, definida como a diferença entre a pressão de vapor na saturação e a pressão de vapor de ar que passa através do secador (FIOREZE, s.d.).
A migração de umidade do interior à superfície do produto varia em função do tamanho e estrutura interna da partícula, e da força motriz corresponde a essa migração. A rapidez da secagem pode ser conseguida através do aumento da força motriz, se aumentar a temperatura e/ou reduzir a umidade do fluxo de ar, causa o aumento da diferença de concentrações entre as camadas externas e internas (FIOREZE, s.d.).
Os processos de secagem se enquadram em uma das três classes: Produto em contato com o ar a pressão atmosférica, no qual o vapor de água é removido pelo ar; secagem à vácuo, onde a evaporação da água ocorre a baixas pressões o que não necessariamente requer altas temperaturas, evitando desta forma uma caramelização indesejada para produtos com alto teor de açúcar; e por último, a secagem a frio, onde a água interna do produto é congelada e por diminuição da pressão externa ocorre a sublimação onde, ao final, obtemos um produto com estrutura interna praticamente inalterada (FIOREZE, s.d.).
2.2 SECAGEM DE ALIMENTOS SÓLIDOS
Em vista da dinâmica econômica brasileira caracterizada pelas significativas exportações da agroindústria, muitas pesquisas têm sido desenvolvidas no que se trata da secagem de produtos. Esta tem surgido como uma alternativa a redução de perdas na agricultura e para as hortaliças e legumes apresenta como vantagem principal a redução de peso e volume, além de agregar valores e desenvolver a agricultura (SOUZA, 2002).
Há muitas etapas entre a colheita do produto agrícola e sua transformação em produto para consumo, de forma que as perdas em cada etapa variam em função da variedade, da safra, do manuseio, colheita, clima, doenças e comercialização. Para que os desperdícios sejam evitados e que haja aumento de suprimentos de alimentos, bem como a esse produto seja agregado valor, a conservação pós-colheita aparece como um ponto fundamental (CAMARGO E QUEIROZ, 2003).
A secagem apresenta vantagens para aqueles produtos perecíveis que, inicialmente, apresentam alto teor de umidade. Estas podem ser exemplificadas pela inibição da ação de microrganismos, limitação das perdas de manuseio, transporte, estocagem, manutenção dos constituintes mineiras desse alimento, e uma possibilidade à solução de problemas de descarte, desperdício e poluição (CAMARGO E QUEIROZ, 2003).
Qualquer que seja a fase do processo em que se encontra o produto, o conhecimento de seu teor de umidade é essencial para que as etapas de aquisição da matéria-prima, processamento, armazenamento, transporte e comercialização ocorram adequadamente. Esses produtos são constituídos de matéria seca (parte sólida) e água, podendo esta última estar absorvida pelo produto ou adsorvida à superfície do produto. Pode ainda, se tratando de sua ligação à matéria prima, estar na forma de água livre, que é removida com facilidade, ou presa fisicamente a ela (FIOREZE, s.d.).
A definição do teor de umidade do produto pode ser dada em termos de base seca (bs) ou base úmida (bu). As equações 1 e 2 abaixo, definem os teores de umidade e estes são expressos em decimal:
A utilização de métodos diretos e indiretos pelo qual se remove toda a água livre numa estufa, por destilação ou raios infravermelhos, e passagem da corrente elétrica, respectivamente, é a forma encontrada para se determinar o teor de umidade de um produto (FIOREZE, s.d.).
2.2.1 Secagem de Tomate
Por ser uma fruta comercializada na forma dos mais diversos subprodutos como pasta, polpa, extrato e atualmente, o tomate seco, o tomate é uma das mais importantes culturas para a economia nacional. Seu mercado vem crescendo consideravelmente, de forma que o Brasil se enquadra como um dos maiores produtores mundiais, onde segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2007), teve uma produção de 3,4 mil toneladas (SANJINEZ-ARGANDOÑA et. al, 2011).
As singularidades a respeito dos parâmetros de secagem do tomate (temperatura, teor de umidade final, etc.) e a variedade mais exigida deste fruto encontram, atualmente, poucas referências. Os tomates secos são variáveis quanto às características de textura e cor, e estes fatores estão intimamente ligados à temperatura e tempo de secagem, o que influencia diretamente a escolha do consumidor (SANJINEZ-ARGANDOÑA et. al, 2011).
2.3 TIPOS DE SECADORES
Dependendo da finalidade da secagem em termos da matéria prima, do produto final desejado, do fluxo de ar, entre outros fatores, existem diversos tipos de secadores, sendo eles mais ou menos complexos (FIOREZE, s.d.).
A secagem de líquidos exige secadores com procedimentos específicos, diferentes dos secadores de sólidos. Existem secadores para ambos os casos, que trabalham em batelada e também os que apresentam um sistema contínuo. A diversidade de secadores é muito grande, estes podem trabalhar com sistema pneumático, com correias, de forma estática com injeção de calor solar, por atomização, etc. Os principais secadores que trabalham com o sistema de fluxo forçado de ar é o secador de bandejas e o secador de coluna (bastante utilizado na secagem de camadas espessas e também delgadas) (FIOREZE, s.d.).
2.3.1 Secador de bandejas
O secador de bandejas é um tipo de secador muito simples eversátil. Tem o custo relativamente baixo e é de fácil construção (Figura 1).
Figura 1 – esquema de um secador de bandeja.
Fonte: Apostila de Eng. Alimentos – Romeu Fioreze.
Esses tipos de secadores podem ser projetados para trabalhar com várias bandejas e sua operação pode ocorrer com a carga total ou apenas parcial. Quando é operado com diversas bandejas, as inferiores recebem o fluxo de ar mais quente e com maior capacidade de secagem e por isso secam primeiro que as demais. Nesse caso a bandeja que seca mais rapidamente pode ser retirada, e as demais podem ir descendo de posição (ocupando o lugar da bandeja retirada) vagando as posições superiores para a alimentação de mais produto úmido (FIOREZE, s.d.).
O fluxo de ar vai se umidificando e se resfriando a medida que vai passando pelas bandejas inferiores, porém ainda que a taxas inferiores, esse ar continua com capacidade de secagem até as bandejas superiores (FIOREZE, s.d.).
O secador representado na Figura 2 foi construído no Laboratório de Operações Unitárias da UFPB e dispõe de um ventilador centrífugo de 1HP (1) que impulsiona o ar ambiente para o sistema. Uma válvula (2) controla o fluxo de ar que passará por uma câmara com um conjunto de resistências elétricas (3). As resistências variam quanto à potência, duas são de 1000 W, três de 500 W e uma de 150 W que é controlada por um termostato cujo bulbo está localizado na entrada da câmara de secagem (4) (FIOREZE, s.d.).
A câmara de secagem (5) é constituída por bandejas sobrepostas de 0,4m x 0,4m, onde algumas bandejas são construídas com aro de madeira e peneira de nylon, outras apresentam aro de cantoneira e tela de aço inoxidável. Pela necessidade das aulas práticas em alguns experimentos científicos foram construídas bandejas de dimensões menores (0,2m x 0,2m) que se ajustam perfeitamente sobre a bandeja maior do secador. Isso permite a secagem simultânea de até quatro matérias primas diferentes (ou da mesma matéria prima de 4 formas diferentes), economizando tempo e permitindo a comparação do comportamento de secagem entre elas. A saída de ar se dá pela parte superior do sistema (6) (FIOREZE, s.d.).
Figura 2 – Secador de bandeja do Lab. de Operações unitárias – UFPB.
Fonte: Autor.
3 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
3.1 EQUIPAMENTOS
· Secador de bandejas (Figura 2);
· Bandejas de secagem pequenas (0,2 m x 0,2 m);
· Balança;
· Estufa;
· Termohigromêtro;
· Faca;
· Tomates (com o mesmo grau de maturação).
3.2 PROCEDIMENTOS
Inicialmente o sistema de condicionamento de ar foi ligado e programado para a temperatura de 67 ºC. A antecedência na ligação do sistema se deu para que fosse obtido o regime permanente no mesmo. As bandejas pequenas foram pesadas vazias. E em seguida os tomates cereja foram selecionados e dispostos nas bandejas pequenas de quatro formas diferentes para que houvesse diferença entre as áreas relativas em contato com o fluxo de ar (Figura 3). Na bandeja “A” o tomate foi posto inteiro, na bandeja “B” a matéria prima foi toda perfurada, cortado em 2 pedaços foi a disposição do tomate na bandeja “C”, e por fim na bandeja “D” o tomate foi cortado em 4 pedaços. A pesagem do tempo zero da secagem foi feita logo após a distribuição da matéria nas bandejas.
Figura 3 – Bandejas com a matéria prima disposta de 4 formas diferentes.
Fonte: Autor.
Com o sistema do secador de bandejas em regime permanente, foram anotadas as condições do ar na entrada do sistema e logo após o aquecimento (já que a saída do sistema não dispunha de ponto para medida de Umidade e Temperatura de Bulbo seco).
As bandejas foram postas no secador e secagem foi iniciada. Na primeira hora as bandejas foram pesadas em intervalos de 15 min (resultando em quatro pesagens). Foi percebido que peso das bandejas começou a se apresentar relativamente constante. Os parâmetros de operação do ar de secagem foram medidos em três momentos da secagem: início, no final da manhã, e antes de desligar o sistema de secagem. O peso seco do produto (em estufa a 105 ºC, por 24 horas) foi determinado ao colocar as bandejas na estufa ao final da secagem.
Para tratamento dos dados deve ser apresentado em carta psicrométrica o processo sofrido pelo ar. Devem ser construídos gráficos com os valores estimados de teor de umidade, Mt, base úmida, e a razão de umidade, MR, em função do tempo de secagem (t, min), já que foram medidos os valores de peso seco e dos pesos do produto nos intervalos de secagem considerados.
E a extrapolação gráfica deve ser realizada para estimar o teor de umidade de equilíbrio das bandejas que não alcançaram peso constante.
4 RESULDADOS E DISCUSSÃO
Com a aplicação da metodologia descrita, os resultados foram expostos em tabelas e gráficos dispostos a seguir.
Tabela 1 - Dados referentes às determinações realizadas durante a secagem dos tomates.
	Medidas
	Temperatura de bulbo seco 
	Temperatura de bulbo úmido 
	Umidade Ambiente
	Temperatura Câmara
	
	(°C)
	(°C)
	(%)
	(°C)
	1
	29,8
	28,9
	91
	67 ± 1
	2
	28,8
	28,4
	98
	67 ± 1
	3
	30,1
	29,1
	90
	67 ± 1
	Média
	29,6
	28,8
	93
	-
A Tabela 1 mostra que a temperatura média do ar ambiente atingiu 29,6°C, quando a temperatura do ar de secagem alcançou 67 °C. Desta forma o aquecimento do ar para a realização da secagem elevou em média 37,4 °C, em relação ao ar ambiente. Utilizando os dados da temperatura ambiente a umidade ambiente e da temperatura da câmara, pode-se obter a umidade do ar no interior da câmara, que foi menor que 10%, como pode ser observado na carta psicrométrica (ANEXO 1).
A partir do experimento de secagem, a 67 °C, feito em tomate com o mesmo grau de maturação obtivemos os dados expressos na Tabela 2, onde:
· Amostra A: tomate inteiro;
· Amostra B: tomate inteiro perfurado;
· Amostra C: tomate cortado em 2 pedaços longitudinais;
· Amostra D: tomate cortado em 4 pedaços.
Os valores apresentados dos pesos dos tomates cereja já estão subtraídos do peso de cada bandeja. 
13
Tabela 2 - Peso das amostras em função do tempo.
	TEMPO
(min)
	
	PESO
	
	
	
	Amostra A (g)
	Amostra B (g)
	Amostra C (g)
	Amostra D (g)
	0
	7,42
	6,81
	9,78
	13,69
	15
	7,37
	6,58
	8,91
	11,22
	30
	7,30
	6,38
	8,04
	9,55
	45
	7,17
	6,21
	7,28
	8,05
	60
	7,07
	6,03
	6,70
	6,90
	75
	6,94
	5,89
	6,14
	5,90
	90
	6,88
	5,74
	5,54
	5,00
	105
	6,78
	5,59
	5,08
	4,28
	120
	6,71
	5,48
	4,75
	3,88
	135
	6,57
	5,31
	4,26
	3,28
	Peso Seco =
	0,57
	0,54
	0,81
	1,18
Para os dados das amostras foi feito um gráfico a fim de verificar a taxa de secagem.
Gráfico 1- Peso das amostras em função do tempo de secagem.
Fonte: Autor.
O gráfico demonstra o peso do alimento em relação ao tempo de secagem, pode ser perceptível que a temperatura e a geometria do mesmo influência na secagem, a área de contato da amostra com o fluxo de ar quente é fator determinante da velocidade do processo de secagem, assim os tomates que foram cortados em porções menores possuem uma área de contato maior e a migração da agua do interior para o exterior é mais rápida perdendo água mais facilmente.
Podemos observar pelo Gráfico 1 que as amostras A e B possuem uma menor taxa de secagem em relação as amostras C e D, o fato pode ser explicado pela migração da umidade a superfície do produto que é um dos principais fatores que governam a secagem, esse fator é função tanto da área do produto, disponível para contato, como da capacidade do ar em retirar água da superfície. Logo um dos fatores pelo qual a taxa de secagem em C e D ser maior do que a taxa de A e B é devido a área de exposição, pois o fluxo de ar a temperatura de 67 °C foi o mesmo para todas as amostras.
Apesar das amostras A e B possuírem a mesma área de exposição ao ar a taxa de secagem da amostra B é maior do que a taxa da amostra A (conforme mostra o Gráfico 2). O tomate possui uma película externa que protege o produto contra microrganismo, no processo de secagem essa película impede a difusão de água do interior do alimento para a superfície do produto, logo, o fato do tomate ser perfurado facilita a essamigração fazendo com que a amostra B possua uma maior taxa de secagem.
Gráfico 2 - Taxa de secagem das amostras A e B em função do tempo.
Fonte: Autor.
Já a diferença na taxa de secagem entre as amostras C e D (Gráfico 3) pode ser explicada por outro principal fator que governa a secagem, que é a migração da umidade do interior a superfície do produto. Uma das variáveis desse fator é o tamanhão da partícula, ou seja, quanto maior o tamanho da partícula maior será a distância percorrida pelo calor, da superfície para o centro, e da umidade, do centro para a superfície do produto para ser evaporada. Como a amostra D possui um menor tamanho, menor é a distância percorrida pela umidade, do centro a superfície do produto, para ser evaporada e a saída de água é mais rápida.
Gráfico 3 - Taxa de secagem das amostras C e D em função do tempo.
Fonte: Autor.
Para realização das operações de secagem adequadamente o teor de umidade em um produto é um parâmetro que deve ser conhecido durante todas as etapas de seu processamento, comercialização e distribuição. O tomate assim como a maioria dos produtos é constituído de água e da matéria seca, que é a parte sólida do produto.
O teor de umidade das amostras A, B, C e D de tomate foi obtido em termos de base seca através da Equação 1.
Tabela 3 - Percentual de umidade (expresso em decimal) em função do tempo.
	TEMPO
	
	
	Mbu
	
	
	Amostra A
	Amostra B
	Amostra C
	Amostra D
	0
	12,01754
	11,61111
	11,07407
	10,60169
	15
	11,92982
	11,18519
	10,0000
	8,508475
	30
	11,80702
	10,81481
	8,925926
	7,093220
	45
	11,57895
	10,5000
	7,987654
	5,822034
	60
	11,40351
	10,16667
	7,271605
	4,847458
	75
	11,17544
	9,907407
	6,580247
	4,000000
	90
	11,07018
	9,62963
	5,839506
	3,237288
	105
	10,89474
	9,351852
	5,271605
	2,627119
	120
	10,77193
	9,148148
	4,864198
	2,288136
	135
	10,52632
	8,833333
	4,259259
	1,779661
A partir dos dados obtidos na Tabela 3 se obteve o gráfico do teor de umidade em função do tempo para as amostras de tomate (Gráfico 4).
Gráfico 4 - Teor de umidade em função do tempo para as amostras A, B, C e D.
Fonte: Autor
	
	Como o produto possui umidade inicial acima de 70 a 75% a perda de umidade no início da secagem ocorre a uma taxa decrescente constante até atingir o teor de umidade crítica (Mc). Para produtos biológicos o comportamento de secagem é, geralmente, decrescente, representado pelo comportamento de migração interna da água, a partir do ponto onde a perda de água deixa de ser constante o produto entra em período de secagem decrescente até atingir o teor de umidade de equilíbrio (Me). Para as amostras não foi possível determinar o Mc, pois as amostras não atingiram esse valor como também não sendo possível determinar as suas umidades de equilíbrio.
	Para as mostras A e B não foi possível determinar o Mc, pois as amostras não atingiram esse valor como também não sendo possível determinar as suas umidades de equilíbrio, pois os pontos para tais amostras apresentam comportamento linear, conforme mostra o Gráfico 4, e usando o método de extrapolação a reta apresentada por tais pontos possivelmente ultrapassariam o zero de umidade, o que é um dado errôneo já eu não existe teor de umidade negativo. Já as amostras C e D atingiram o Mc que pode ser observado pelo gráfico. O teor de umidade de equilíbrio (Me) das amostras C e D pode ser determinado por extrapolação gráfica, ou seja, através da obtenção da equação que mais se ajuste a curva formada pelos dados de secagem.
Gráfico 5 - Linha de tendência polinomial para extrapolação gráfica da amostra C
Fonte: Autor.
Gráfico 6 - Linha de tendência exponencial para extrapolação gráfica da amostra D.
	Fonte: Autor.
	Através da equação expressa no Gráfico 7 e 8 podemos determinar o teor de umidade de equilíbrio das amostras C e D, fazendo variações no tempo (x) de 0,5 em 0,5 horas até que o teor de umidade (y) permanecesse constante. Logo o teor de umidade de equilíbrio para a amostra C foi de 0,4 e para a amostra D foi 0,3.
Gráfico 7 - Linha de tendência da curva do teor de umidade em função do tempo da amostra C
	Gráfico 8 - Linha de tendência da curva do teor de umidade em função do tempo da amostra D
	A partir da equação da razão de umidade (Equação 3) podemos determinar a variação do coeficiente de difusão ou razão de umidade em relação ao tempo de secagem, onde M0 é o teor de umidade no tempo 0, Me é a umidade de equilíbrio e M varia com o tempo de M0 até Me.
Gráfico 9 - Razão de umidade em função do tempo das amostras C e D.
Fonte: Autor. 
20
	A partir do Gráfico 9 podemos perceber que a razão de úmida varia de um até zero, isso porque no início da secagem a uma maior diferença de umidade entre o alimento e o ar de secagem, nesse estágio a amostra atinge seu ponto máximo de difusão. Já quando as amostras atingem a umidade de equilíbrio não ocorre mais difusão de umidade do centro para a superfície do produto e da superfície para o ar de secagem, ou seja, já foi retirado do alimento o máximo de umidade possível para as condições de processamento estabelecidas. Também se pode analisar de forma mais precisa a influência da área relativa na secagem, pois comparando a amostra C com a D percebemos que o tomate cortado em 4 pedaços atinge o zero da razão de umidade bem mais rápido do que o tomate cortado em 2 pedaços longitudinais, ou seja, quanto maior a área relativa menor o tempo de secagem e consequentemente menos gasto de energia com o processo.
REFERÊNCIAS
CAMARGO, Gisele Anne Camargo; QUEIROZ, Marlene Rita de; Secagem de tomate para conserva: parâmetros que influenciam a qualidade final. Escrito para apresentação no Workshop tomate na Unicamp: Pesquisas e Perspectivas. Campinas, 28 de maio de 2003.
FIOREZE, R. Apostila de Engenharia de Alimentos I. S/d.
SANJINEZ-ARGANDOÑA, Eliana Janet; BRANCO, Ivanise Guilherme; BITTENCOURT, Tiemi Umebara; MUNHOZ, Cláudia Leite. Influência da geometria e da temperatura na cinética de secagem de tomate (Lycopersicum esculentum). Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 31(2): 308-312, abr.-jun. 2011.
SOUZA, Josilma Silva de; Estudo da desidratação de tomates (lycopersicum esculentum) em pedaços com pré-tratamento osmótico. Dissertação de mestrado, UFRN, Programa de Pós-graduação em Engenharia Química. Área de concentração. Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia Regional, Natal/RN Brasil. Junho/2002.
21
ANEXOS
Peso da amostra x Tempo de secagem
Amostra A	0	0.25	0.5	0.75	1	1.25	1.5	1.75	2	2.25	7.42	7.37	7.3	7.17	7.07	6.94	6.88	6.78	6.71	6.57	Amostra B	0	0.25	0.5	0.75	1	1.25	1.5	1.75	2	2.25	6.81	6.58	6.38	6.21	6.03	5.89	5.74	5.59	5.48	5.31	Amostra C	0	0.25	0.5	0.75	1	1.25	1.5	1.75	2	2.25	9.7799999999999994	8.91	8.0399999999999991	7.28	6.7	6.14	5.54	5.08	4.75	4.26	Amostra D	0	0.25	0.5	0.75	1	1.25	1.5	1.75	2	2.25	13.69	11.22	9.5500000000000007	8.0500000000000007	6.9	5.9	5	4.28	3.88	3.28	Tempo de secagem (hr)
Peso da amostra (g)
Peso da amostra x Tempo de secagem
Amostra A	0	0.25	0.5	0.75	1	1.25	1.5	1.75	2	2.25	7.42	7.37	7.3	7.17	7.07	6.94	6.88	6.78	6.71	6.57	Amostra B	0	0.25	0.5	0.75	1	1.25	1.5	1.75	2	2.25	6.81	6.58	6.38	6.21	6.03	5.89	5.74	5.59	5.48	5.31	Tempo de secagem (hr)
Peso da amostra (g)
Peso da amostra x Tempo de secagem
Amostra C	0	0.25	0.5	0.75	1	1.25	1.5	1.75	2	2.25	9.7799999999999994	8.91	8.0399999999999991	7.28	6.7	6.14	5.54	5.08	4.75	4.26	Amostra D	0	0.25	0.5	0.75	1	1.25	1.5	1.75	2	2.25	13.69	11.22	9.5500000000000007	8.0500000000000007	6.9	5.9	5	4.28	3.88	3.28	Tempo de secagem (hr)
Peso da amostra (g)
Teor de umidade x Tempo de secagem
Amostra A	0	0.25	0.	5	0.75	1	1.25	1.5	1.75	2	2.25	12.017543859649123	11.92982456140351	11.807017543859649	11.578947368421053	11.403508771929825	11.17543859649123	11.070175438596491	10.894736842105264	10.771929824561404	10.526315789473685	Amostra B	0	0.25	0.5	0.75	1	1.25	1.5	1.75	2	2.25	11.611111111111109	11.185185185185185	10.814814814814813	10.5	10.166666666666666	9.9074074074074066	9.6296296296296298	9.3518518518518512	9.1481481481481488	8.8333333333333321Amostra C	0	0.25	0.5	0.75	1	1.25	1.5	1.75	2	2.25	11.074074074074073	9.9999999999999982	8.9259259259259238	7.9876543209876543	7.2716049382716053	6.5802469135802468	5.8395061728395063	5.271604938271604	4	4.8641975308641969	4.2592592592592586	Amostra D	0	0.25	0.5	0.75	1	1.25	1.5	1.75	2	2.25	10.601694915254237	8.5084745762711869	7.0932203389830519	5.8220338983050857	4.8474576271186445	4.0000000000000009	3.2372881355932206	2.6271186440677972	2.2881355932203391	1.7796610169491522	Tempo de secagem (hr)
Teor de umidade (dec)
Teor de umidade x Tempo de secagem
Amostra C	y = 11,048e-0,42x
R² = 0,9992
0	0.25	0.5	0.75	1	1.25	1.5	1.75	2	2.25	11.074070000000001	10	8.9259260000000005	7.987654	7.2716050000000001	6.580247	5.8395060000000001	5.2716050000000001	4.864198	4.2592590000000001	Tempo de secagem (hr)
Teor de umidade (dec)
Teor de umidade x Tempo de secagem
Amostra D	y = 10,493e-0,78x
R² = 0,9991
0	0.25	0.5	0.75	1	1.25	1.5	1.75	2	2.25	10.	60169	8.5084750000000007	7.0932199999999996	5.8220340000000004	4.8474579999999996	4	3.2372879999999999	2.627119	2.2881360000000002	1.7796609999999999	Tempo de secagem (hr)
Teor de umidade (dec)
Teor de umidade x Tempo de secagem
Amostra C	y = 11,048e-0,42x
R² = 0,9992
0	0.25	0.5	0.75	1	1.25	1.5	1.75	2	2.25	11.074070000000001	10	8.9259260000000005	7.987654	7.2716050000000001	6.580247	5.8395060000000001	5.2716050000000001	4.864198	4.2592590000000001	Tempo de secagem (hr)
Teor de umidade (dec)
Teor de umidade x Tempo de secagem
Amostra D	y = 10,493e-0,78x
R² = 0,9991
0	0.25	0.5	0.75	1	1.25	1.5	1.75	2	2.25	10.	60169	8.5084750000000007	7.0932199999999996	5.8220340000000004	4.8474579999999996	4	3.2372879999999999	2.627119	2.2881360000000002	1.7796609999999999	Tempo de secagem (hr)
Teor de umidade (dec)
Razão de umidade x Tempo de secagem
Amostra C	0	0.25	0.5	0.75	1	1.25	1.5	1.75	2	2.25	2.5	3.5	4	4.5	5	5.5	6	6.5	7	7.5	8	1	0.89939999999999998	0.79869999999999997	0.71079999999999999	0.64370000000000005	0.57889999999999997	0.50960000000000005	0.45639999999999997	0.41820000000000002	0.36149999999999999	0.32669999999999999	0.24560000000000001	0.20669999999999999	0.14649999999999999	0.1123	9.8500000000000004E-2	7.6499999999999999E-2	5.4300000000000001E-2	3.56E-2	1.54E-2	0	Amostra D	0	0.25	0.5	0.75	1	1.25	1.5	1.75	2	2.25	2.5	3.5	4	4.5	5	5.5	6	6.5	7	7.5	8	1	0.79679999999999995	0.65939999999999999	0.53600000000000003	0.44140000000000001	0.35920000000000002	0.28510000000000002	0.22589999999999999	0.19289999999999999	0.14360000000000001	9.4299999999999995E-2	5.0299999999999997E-2	1.5599999999999999E-2	0	0	0	0	0	0	0	0	Tempo de secagem (hr)
Razão de umidade (dec)

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