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Questão 11 Questão 11.1 Define-se “comunidade escolar” como os segmentos que participam, de alguma maneira, do processo educativo desenvolvido em uma escola. Na maioria dos casos em que a expressão é mencionada, ela agrupa professores, funcionários, pais e alunos. No entanto, pode ser observada alguma variação no que diz respeito aos segmentos que compõem a comunidade de uma instituição de ensino, entre diferentes documentos de políticas e programas educacionais ou textos legais a eles relativos. Há casos em que associações de bairro, sindicatos, entidades comunitárias, de uma forma geral, são incorporados, desde que atuantes no bairro em que a escola esteja situada. Essa poderia ser considerada uma visão mais ampliada do conceito. Dicionário de Verbetes Gestrado. Disponível em <http://www.gestrado.org>. Acesso em 16 jul. 2014 (com adaptações). Movimentos sociais são ações sociais coletivas de caráter sociopolítico e cultural que viabilizam formas distintas de a população se organizar e expressar suas demandas. GOHN, M. G. Movimentos sociais na contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação, v. 16, n.47, mai- ago. 2011 (com adaptações). Considerando os conceitos expressos acima e a função social da escola, elabore um texto dissertativo a respeito do tema a seguir. A escola cidadã e a construção da cidadania Em seu texto, contemple os seguintes aspectos: a) conceito de escola cidadã; b) relação da escola cidadã com a construção da cidadania; c) diálogo estabelecido entre escola, comunidade e movimentos sociais. 1. Introdução teórica 1.1. Escola cidadã Em 1994, o Instituto Paulo Freire (Brasil) apresentou à comunidade educacional o “Projeto Escola Cidadã”, que registrava, analisava e propunha avanços para as escolas quanto à busca da realização plena da cidadania multicultural e ativa, tanto para os educandos quanto para os educadores. Em sua origem, a escola cidadã foi pensada como uma escola estatal quanto ao seu financiamento, comunitária quanto à sua gestão e pública quanto 1 Questão Discursiva 4 – Enade 2014. http://www.gestrado.org/ ao seu público-alvo. No entanto, há outras relações que perpassam e se sobrepõem à triangulação estatal+comunitária+pública: a escola cidadã é aquela que apresenta, em todos os âmbitos das relações que nela se estabelecem, intra ou extraescolares, uma vivência democrática ampla. Ainda de acordo com Freire (1997), a escola cidadã deve ser coerente com seu discurso libertador, formador. Deve também subsidiar a luta de educandos e de educadores para que possam ser eles mesmos. A produção do saber e da liberdade serve para que se possa viver a experiência tensa da democracia. Associando o conceito de escola cidadã à sua função social de diálogo com os diversos movimentos sociais na contemporaneidade, é preciso ressaltar que, na educação não formal, é fundamental o papel do “outro”, com quem interagimos e nos integramos. Nesse sentido, são os movimentos e grupos sociais que permitem ações práticas para o estabelecimento de uma relação entre movimento social e educação, entre educação e cidadania. Os movimentos representam ações sociais coletivas de caráter sociopolítico e cultural, espaço privilegiado no qual os educandos de uma escola podem colocar o exercício da cidadania em constante prática. 2. Padrão de resposta do INEP O aluno deve redigir um texto com argumentos que contemplem os aspectos a seguir. • Quanto ao conceito de escola cidadã A resposta deve indicar que: • a escola cidadã é aquela que deve promover a participação ativa da comunidade escolar nos diversos espaços educativos como colegiados, aulas, gestão escolar, planejamentos, entre outros, e também nos demais espaços de inserção social, tais como entidades comunitárias, associações de bairros, sindicatos, ONGs etc. • Quanto à relação da escola cidadã com a construção da cidadania A resposta deve mencionar que: • há diversas ações que a escola pode desenvolver no sentido de promover o desenvolvimento da cidadania, tais como participação na elaboração, implantação e acompanhamento do projeto político-pedagógico, conselho de escola, conselho de classe, grêmio estudantil etc. • Quanto ao diálogo que deve haver entre escola, comunidade e movimentos sociais A resposta deve mencionar que: • existem várias formas de a escola cidadã interagir com a comunidade em que está inserida e com movimentos sociais, visando sempre à construção da cidadania. Como exemplos, podem-se mencionar relações com conselhos comunitários, participação em redes de assistência social, colaboração com ONGs de diversas naturezas etc. Disponível em <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/padrao_resposta/2014/padrao_resposta_pedagog ia.pdf>. Acesso in 10 fev. 2017. 3. Indicações bibliográficas • FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática pedagógica. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. • GOHN, M. G. Movimentos sociais na contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação, v. 16, n. 47, mai-ago, 2011. Questão 12 Questão 12.2 Na formação de classes de determinado ano letivo, identificou-se a matrícula de aluno surdo que usa a LIBRAS para a comunicação e o bilinguismo como opção familiar para sua educação. Assim, a equipe da escola (gestores, docentes e 2Questão 22 – Enade 2014. funcionários) envolveu-se para compreender a surdez, as abordagens educacionais para o ensino do aluno surdo e também para criar condições mais favoráveis ao atendimento desse aluno. Além disso, a equipe mobilizou-se para garantir-lhe todos os direitos, tendo em vista que a) a Lei Nº 10.436/2002 reconhece os surdos como sujeitos de direito e, em função da sua comunicação, possuidores de uma cultura diferenciada; reconhece, ainda, a LIBRAS como meio legal de comunicação e expressão, da mesma forma que outros recursos de expressão a ela associados; b) o bilinguismo é visto, hoje, como abordagem privilegiada para a educação do surdo, pois visa a capacitá-lo na utilização de duas línguas: a língua de sinais (principal meio de comunicação) e a língua escrita da comunidade em que vive. Nesse cenário, entre as ações que podem favorecer a aprendizagem desse aluno surdo e garantir seu direito à educação incluem-se as de I. disponibilizar materiais e promover atividades em LIBRAS para os alunos não surdos. II. convencer a família a optar pelo oralismo como forma de o aluno aproximar- se ao máximo da língua falada pela maioria dos alunos da escola. III. envolver a turma em que o aluno surdo está matriculado e demais alunos da escola na aprendizagem de LIBRAS. IV. providenciar a transferência do aluno para uma escola que atenda a comunidade surda, pois uma escola especializada é mais adequada ao seu processo de ensino-aprendizagem. É correto apenas o que se afirma em A. I e III. B. I e IV. C. II e III. D. I, II e IV. E. II, III e IV. 1. Introdução teórica A Lei Nº 10.436/2002 e o uso da LIBRAS A Lei Nº 10.436/2002, de 24 de abril de 2002, estabelece, com relação ao uso da LIBRAS, o que segue. Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidadessurdas do Brasil. Art. 3o As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor. Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente. Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa. Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Quanto à sua definição, a Língua Brasileira de Sinais, conhecida pela sigla LIBRAS, é a forma gestual de comunicação utilizada pela maioria dos deficientes auditivos. No entanto, corresponde a uma forma simples de gestualização da Língua Portuguesa. Em Portugal, por exemplo, é usada uma língua de sinais diferente, a Língua Gestual Portuguesa, LGP. A LIBRAS é semelhante a muitas outras línguas de sinais empregadas nos continentes americano e europeu, compostas basicamente por níveis linguísticos baseados na morfologia, fonologia, sintaxe e semântica. Assim, a comunicação em LIBRAS requer o conhecimento de sua gramática (um sistema linguístico de transmissão de ideias e de fatos para as pessoas surdas do Brasil), com variações regionais, como acontece com as línguas naturais. O alfabeto manual para o uso da LIBRAS está apresentado na figura 1. Figura 1. Alfabeto manual da LIBRAS. Disponível em <http://www.papoativo.com/2013/05/alfabeto-em-libras-para-colorir.html>. Acesso em 21 nov. 2016. 3. Indicações bibliográficas • BRASIL. Decreto-Lei Nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei Nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Brasília, 23 dez. 2005. • FELIPE, T. A. LIBRAS em contexto: curso básico, livro do estudante cursista. Brasília: Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos, MEC; SEESP, 2001. • FERNANDES, E. Linguagem e surdez. Porto Alegre: Artmed, 2003. • KARNOPP, L. Literatura surda. In: Educação temática digital, Campinas, v.7, n.2, jun. 2006. • KARNOPP, L. Língua de sinais e Língua Portuguesa: em busca de um diálogo. Porto Alegre: Mediação, 2002. • LACERDA, C. B. F. Um pouco de história das diferentes abordagens na educação dos surdos. Cadernos Cedes, ano XIX, Campinas, n. 46, setembro de 1998. • PEREIRA. M. C. C. Papel da língua de sinais na aquisição da escrita por alunos surdos. Porto Alegre: Mediação, 2002. http://1.bp.blogspot.com/-sAtBS7zSxPc/UhtmhqupK1I/AAAAAAABetg/D8E3kTwRJBw/s1600/33036-cursos-de-libras.jpg • QUADROS, R. M. Educação de surdos: aquisição de linguagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. Questão 13 Questão 13.3 Vygotsky descreveu a zona de desenvolvimento proximal como a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar por intermédio da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial determinado pela solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. Vygotsky, L. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1989 (com adaptações). Para criar zonas de desenvolvimento proximal e nelas intervir, é fundamental que, nas situações de aprendizagem, o professor A. destaque erros e equívocos cometidos pelos alunos e espere que encontrem o problema. B. indique o erro e a resposta correta, propondo, sempre que necessário, novas situações de aprendizagem. C. anuncie que algo está errado e espere que os alunos encontrem o equívoco, fornecendo a resposta correta caso não consigam obtê-la. D. elogie os resultados obtidos pelos alunos, mesmo que ruins, para não desestimulá-los, corrigindo-os em seguida. E. forneça pistas aos alunos e fique atento ao curso de raciocínio deles, reformulando questões ou problemas sempre que for necessário. 1. Introdução teórica Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) O conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal, conhecido mundialmente pela sigla ZPD, em inglês, é um construto teórico proposto pelo psicólogo bielorrusso Vygotsky, que influenciou os meios educacionais europeus e estadunidenses a partir da década de 1960. A ZPD, definida de forma bastante simplificada, consiste na “distância” entre o nível atual de desenvolvimento de uma criança e o seu nível de 3Questão 18 – Enade 2014. desenvolvimento potencial. Sob a perspectiva vygotskyana, a criança pode ser entendida essencialmente como membro de um grupo sociocultural específico e ela apropria-se das ferramentas de aprendizagem típicas de seu grupo para realizar as tarefas de que precisa. O nível de desenvolvimento de uma criança é determinado por sua capacidade real de resolver problemas por si mesma, sem auxílio. Já o nível potencial de desenvolvimento de uma criança é determinado de acordo com sua capacidade de resolver problemas sob supervisão/orientação de adultos ou de um par mais competente. Diferentemente da linha piagetiana de pensamento, que subordina a aprendizagem ao desenvolvimento cognitivo, Vygotsky defende que a aprendizagem condiciona e precede o desenvolvimento cognitivo, sendo que a aprendizagem pode até progredir mais rapidamente do que o próprio desenvolvimento cognitivo. Ou seja, para Vygotsky, a aprendizagem não se subordina necessariamente ao desenvolvimento cognitivo, podendo até antecedê-lo e favorecê-lo. Na relação de ensino aprendizagem permeada pelo conceito de ZPD, o professor deve colocar-se como um mediador entre a criança e os objetos, entre a criança e as atividades propostas e entre a criança e os seus pares, sempre solicitando tarefas que associem a mediação à linguagem e ao contexto cultural da criança. Assim, para que se criem zonas de desenvolvimento proximal e para que nelas se possa intervir, é fundamental que, nas situações de aprendizagem, o professor ofereça pistas e esteja atento ao raciocínio dos alunos, reformulando questões ou problemas quando necessário. 3. Indicações bibliográficas • REGO, T. C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. São Paulo: Vozes, 1995. • VEER, R. V. D.; VALSINER, J. Vygotsky, uma síntese. São Paulo: Edições Loyola, 1991. • VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998. Questão 14 Questão 14.4 As práticas de avaliação na Educação Básica revelam concepções diversas sobre a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos. Quando se sustenta na reflexão sobre os sujeitos avaliados e nas ações dos avaliadores, a avaliação se transforma em estratégia pedagógica fundamental, uma vez que possibilita comparar avanços, analisar competências e dificuldades e, como consequência, orientar o planejamento de intervenções que impulsionem o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos. De acordo com essas ideias, qual deve ser a função da avaliação da aprendizagem nas instituições de Educação Básica? A. Pressupor uma ação comparativa dos desempenhos dos alunos em relação ao que se espera que todos alcancem. B. Permitir uma prática investigativa que envolva o conhecimento sobre os sujeitos avaliados e revele o comprometimento dos educadores com conquistas e avanços desses sujeitos. C. Desempenhar o papel de prática educativa coletiva, com base em métodos de verificação da aprendizagem dos alunos. D. Favorecer a utilização de instrumentos de avaliação variados como principal estratégia dos professores para medir a aprendizagem dos alunos. E. Constituir-se como prática que, na dinâmica das instituições escolares, tem a função de quantificar o nível de conhecimento adquiridopelos alunos. 1. Introdução teórica Avaliação da aprendizagem na Educação Básica A questão da avaliação escolar é um tema que suscita constantes discussões, dada sua complexidade. A avaliação detém grande poder dentro dos 4Questão 19 – Enade 2014. sistemas educacionais existentes e, por isso, uma reflexão constante e profunda acerca de seus diversos aspectos é imprescindível. Os sistemas educacionais vigentes na maioria das sociedades atuais apresentam dois aspectos que se complementam e, em alguns momentos, chegam a se opor: a autonomia da escola de um lado e, de outro lado, a responsabilidade do Estado. Ao mesmo tempo em que o Estado não deve privar as escolas de autonomia, deve responsabilizar-se pela qualidade dos sistemas educativos, tanto dos públicos quanto dos privados. Em todos os níveis de ensino, não somente na Educação Básica, a avaliação deve ter alguns propósitos centrais e norteadores, como o fornecimento de resultados para a gestão da educação, para o avanço dos projetos pedagógicos das instituições de ensino e também para a melhoria da própria avaliação em si, desencadeando, entre outros fatores, um processo de meta- avaliação. Há várias constatações e tendências com relação à avaliação na educação, tanto na Educação Básica quanto na educação de uma forma geral. O expressivo número de pesquisadores que estudam o tema há mais de dez anos revela que se trata de um campo de pesquisa em processo de consolidação. As práticas avaliativas na Educação Básica revelam concepções sobre a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos. Essas concepções transformam- se em estratégia pedagógica, uma vez que possibilitam a comparação de avanços, a análise de competências e dificuldades e a orientação ao planejamento de intervenções que impulsionem o desenvolvimento dos alunos. Assim, a função da avaliação da aprendizagem nas instituições de Educação Básica deve ser a base para uma prática investigativa que envolva o conhecimento sobre os sujeitos avaliados e demonstre o comprometimento dos educadores com as conquistas e os progressos dos sujeitos avaliados. 3. Indicações bibliográficas • CALDERON, A. I.; POLTRONIERI, H. Avaliação da aprendizagem na Educação Básica: as pesquisas do estado da arte em questão (1980-2007). Diálogo Educ. v.13. n.40, p.873-893, set-dez 2013. • DEPRESBITERIS, L. A Avalição na Educação Básica: ampliando a discussão. Estudos em Avaliação Educacional. n.24, jul.-dez. 2001. Questão 15 Questão 15.5 A Educação Básica, por constituir um momento privilegiado em que a igualdade cruza com a equidade, tomou a si a formalização legal do atendimento a determinados grupos sociais, como as pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais e os afrodescendentes, que devem ser sujeitos de uma desconstrução de estereótipos, preconceitos e discriminações, tanto pelo papel socializador da escola quanto pelo seu papel de ensino-aprendizagem de conhecimentos científicos. CURY, C. R. J. A Educação Básica como direito. Cadernos de Pesquisa, v. 38, n.134, mai-ago. 2008, p. 300 (com adaptações). O texto acima confirma o que preconiza a Lei N° 10.639/2003, a qual altera o art. 26 da Lei N° 9394/1996 (LDB), no que se refere aos conteúdos curriculares para a Educação Básica. Tomando como referência o texto apresentado e o conteúdo da Lei N° 10.639/2003, avalie as afirmações a seguir. I. O ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena deve fazer parte do cotidiano das escolas de maneira articulada com as disciplinas oferecidas. II. Os estabelecimentos de ensino fundamental e médio, públicos e privados, conforme previsto na Lei N° 10.639/2003, devem priorizar o estudo da história e da cultura afro-brasileira e indígena nas áreas de educação artística e geografia. 5Questão 20 – Enade 2014 III. No ensino de história e de cultura afro-brasileira e indígena, devem ser incluídos, entre outros aspectos, conhecimentos relativos à cultura negra brasileira e ao papel do negro na formação da sociedade nacional. IV. No ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena, deve-se destacar a contribuição dos negros nas áreas social, econômica e política da história do Brasil. É correto apenas o que se afirma em A. I. B. II e IV. C. I, II e III. D. I, III e IV. E. II, III e IV. 1. Introdução teórica O caráter da Educação Básica Cury (2008), no texto que serve de base para a questão, considera que a expressão “Educação Básica” no texto da LDB (Lei de Diretrizes e Bases) é um conceito novo, um direito e uma forma de organização da educação escolar. A Educação Básica lida com um conjunto de realidades novas, suscitadas nos espaços públicos. Ainda segundo Cury (2008), a Educação Básica ajuda a organizar a realidade em novas bases, que proporcionam uma ação política consequente. Como conceito novo, segundo o autor, “ela traduz uma nova realidade nascida de um possível histórico que se realizou e de uma postura transgressora de situações pré-existentes, carregadas de caráter não democrático”. Nesse sentido, a Educação Básica é um momento privilegiado, quando igualdade e equidade se cruzam. A Educação Básica acabou, por processos sócio- históricos, tomando para si a responsabilidade pelo atendimento a determinados grupos sociais cujos membros merecem ser sujeitos de uma desconstrução de estereótipos e preconceitos. A Educação Básica, no âmbito de todo o seu currículo, tem, entre outras diversas incumbências, o dever de abordar conteúdos relativos à história dos povos africanos no Brasil e à sua contribuição para a formação da identidade nacional. Quanto à Lei N° 10.639/2003, de 9 de janeiro de 2003, tem-se o que segue. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B: "Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. § 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil. § 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras. § 3o (VETADO)" "Art. 79-A. (VETADO)" "Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’." Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 3. Indicações bibliográficas • BRASIL. LEI N° 10.639/2003. Disponível em <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/2003/ L10.639.htm>. Acesso em 9 dez. 2016. • CURY, C. R. J. A Educação Básica como direito. Cadernos de Pesquisa, v.38, n.134, mai-ago. 2008. • LIBÂNEO, J. C. Perspectivas de uma Pedagogia emancipadora face às transformações do mundo contemporâneo. Pensar a prática. 1(1):1-22, 1998. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm#art26a http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm#art79a
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