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IRC- TRABALHO ESCRITO

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GRUPO CAELIS 
FACULDADE SANTO ANTÔNIO 
BACHARELADO EM FISIOTERAPIA 
 
 
ANA RITA COSTA 
JOSELAINE DO VALE 
MICAELI RAMOS PEREIRA 
NAIARA OLIVEIRA 
RAFAELA GUIMARÃES 
SHIRLEY LAIANE NASCIMENTO 
 
 
 
 
IRC - INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA 
 
 
 
 
 
 
Alagoinhas 
2020 
 
 
 
 
 
ANA RITA COSTA 
JOSELAINE DO VALE 
MICAELI RAMOS PEREIRA 
NAIARA OLIVEIRA 
RAFAELA GUIMARÃES 
SHIRLEY LAIANE NASCIMENTO 
 
 
 
IRC - INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA 
 
 
Relatório apresentado à Instituição de 
ensino Superior Faculdade Santo Antônio aprovado 
como requisito parcial à disciplina de Fisioterapia 
Preventiva, ministrada pela Prof. Me. Marilene 
Gonçalves, para obtenção de Bacharelado em 
Fisioterapia. Tal escrito tem o intuito de concentrar 
informações a respeito da Insuficiência Renal 
Crônica e da abordagem Fisioterapêutica nessa 
área. 
 
 
 
 
 
 
Alagoinhas 
2020 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ____________________________________________________ 03 
OBJETIVO GERAL ________________________________________________ 03 
IRC _____________________________________________________________ 04 
ETIOLOGIA _______________________________________________________ 04 
CAUSAS _________________________________________________________ 05 
SINTOMAS _______________________________________________________ 05 
DIAGNÓSTICO ___________________________________________________ 06 
TRATAMENTO ___________________________________________________ 07 
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO __________________________________ 08 
CONSIDERAÇÕES FINAIS __________________________________________ 13 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ____________________________________ 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Doença crónica ou crônica é uma doença que não é resolvida num tempo curto, 
definido usualmente em três meses. As doenças crónicas são doenças que não põem 
em risco a vida da pessoa num prazo curto, logo não são emergências médicas. 
Os rins filtram resíduos e excesso de líquido do sangue. À medida que eles 
falham, os resíduos se acumulam. 
Insuficiência renal é a condição na qual os rins perdem a capacidade de efetuar 
suas funções básicas. A insuficiência renal pode ser aguda (IRA), quando ocorre 
súbita e rápida perda da função renal, ou crônica (IRC), quando esta perda é lenta, 
progressiva e irreversível. Os sintomas se desenvolvem lentamente e não são 
específicos da doença. 
Por meio do presente escrito, trazemos algumas informações a respeito da IRC, 
conceituando a patologia e suas consequências e mantendo enfoque na atuação 
fisioterapêutica. 
 
OBJETIVOS 
OBJETIVO GERAL 
Conceituar a Insuficiência Renal Crônica e suas consequências ao paciente 
acometido. 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
Apresentar a atuação do Fisioterapeuta no tratamento desta patologia. 
Relatar a gravidade dos problemas gerados por esta patologia. 
Demonstra a importância do tratamento interdisciplinar para o paciente. 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
IRC 
“As doenças crônicas têm recebido maior atenção dos profissionais de saúde 
por apresentarem índice de altas taxas de morbimortalidade, tornando-se assim uma 
grande preocupação para o campo da saúde pública.” (COSTA et Al, 2016) 
Entre as várias doenças crônicas que acometem a população, a Insuficiência 
Renal Crônica (IRC) é considerada uma patologia sem expectativa de cura, de 
evolução rápida e progressiva, desencadeando diversas reações para os pacientes, 
além de comprometer a qualidade de vida. 
“Define-se insuficiência renal quando os rins não são capazes de remover os 
produtos de degradação metabólica do corpo ou de realizar as funções reguladoras” 
(Ribeiro Et. All, 2008). Segundo os mesmos autores, as substâncias normalmente 
eliminadas na urina acumulam-se nos líquidos corporais em decorrência da excreção 
renal comprometida, levando a uma ruptura nas funções endócrinas e metabólicas, 
além de distúrbios hidroeletrolíticos e ácidos-básicos. 
Como afirma Costa et Al (2016), “essa doença está presente em um grande 
número de pessoas e apresenta uma evolução gradativa e irreversível, gerando 
complicações e agravos para os pacientes portadores desta.” 
Em indivíduos normais a filtração glomerular é da ordem de 110 a 120 ml/min 
correspondente à função de filtração de cerca de 2.000.000 de néfrons 
(glomérulos e túbulos renais). Em pacientes IRC a filtração se reduz podendo 
chegar, em casos avançados, até 10-5 ml/min quando o tratamento dialítico 
ou o transplante renal se fazem necessários. (GONÇALVES, 2014) 
A consequência bioquímica dessa redução de função se traduz pela retenção, 
no organismo, de um sem-número de solutos tóxicos geralmente provenientes do 
metabolismo proteico, que podem ser avaliados indiretamente através das dosagens 
da ureia e creatinina plasmáticas, que se elevam progressivamente. 
ETIOLOGIA 
Segundo Costa et Al (2016) o aumento dos casos de doenças renais se deve 
principalmente às patologias agravantes e ao aumento na expectativa de vida da 
população, pois, com o passar dos anos, o organismo tende a perder suas funções 
reguladoras gradativamente. 
4 
 
 
 
 
Sabe-se que, com o avançar da idade, as funções reguladoras do organismo 
diminuem gradativamente, o que evidencia o aparecimento de doenças 
crônicas nesta etapa da vida. É possível analisar que o índice de IRC acomete 
mais homens do que mulheres, o que sugere uma diminuição com relação 
aos cuidados de saúde por parte desse gênero, prejudicando o processo de 
prevenção e diagnóstico precoce de doenças. (COSTA et Al, 2016) 
Os estudos epidemiológicos sugerem a existência atual de aproximadamente 
um milhão de pessoas com a IRC submetidas a tratamento dialítico em todo o mundo. 
As projeções indicam que esse número deverá duplicar em um período de apenas 
cinco anos. Os fatores apontados para este crescimento tem sido a incidência 
igualmente crescente de casos de diabetes mellitus e hipertensão arterial, assim como 
o aumento na expectativa de vida da população. 
“Prevenir a agudização da insuficiência renal em populações de risco é 
importante, pois modifica de modo favorável a evolução natural da DRC.” (GATTAZ, 
2002) 
 
CAUSAS 
Ribeiro et Al (2008) afirma que “a IRC pode ser causada por doenças 
sistêmicas como diabetes mellitus; glomerulonefrite crônica; pielonefrite; hipertensão 
não controlada; obstrução do trato urinário; lesões hereditárias (doença renal 
policística); distúrbios vasculares; infecções; medicamentos; agentes tóxicos; agentes 
ambientais e ocupacionais (chumbo, mercúrio e cromo).” 
“As causas da IRC vão desde as doenças primárias dos rins, as doenças 
sistêmicas que acometem os rins e as doenças do trato urinário.” (RIBEIRO Et. All, 
2008). Os autores afirmam que a nefropatia diabética, hipertensão e glomerulonefrite 
primária são as causas mais comuns da insuficiência renal terminal mundialmente. O 
paciente pode apresentar alterações sistêmicas devido as múltiplas funções renais 
afetadas, doenças de base sistêmicas e as próprias complicações referentes a IR. 
 
SINTOMAS 
A gravidade dos sinais e sintomas da IRC depende do grau de 
comprometimento renal e da idade do paciente. Essas manifestações 
aparecem em todos os sistemas do organismo pela presença da uremia. 
5 
 
 
 
 
São observadas manifestações neurológicas centrais e periféricas; 
alterações gastrintestinais, endócrinas, metabólicas, infecciosas, 
dermatológicas e hematológicas. (GONÇALVES, 2014) 
“Os primeiros sintomas da IRC podem demorar anos para serem notados, o 
mesmo ocorre com a síndrome urêmica, típica da IRC terminal, o que demonstra 
grande capacidade adaptativa dos rins [...]” (RIBEIRO Et. All, 2008) 
Essas alterações, em conjunto, podem levar o paciente à fadiga e à 
dispnéia. A IRC somada ao tratamento hemodialítico é igual à possibilidade 
da presença de várias complicações, como deterioração musculoesquelética, 
fraqueza, descoloração da pele, emagrecimento,edema, fadiga e alterações 
pulmonares (CUNHA et al, 2009 Apud. GONÇALVES, 2014). 
As alterações nos padrões físicos podem estar relacionadas principalmente 
ao fator fadiga e a sinais de deterioração musculoesquelética e fraquezas 
físicas em decorrência da ação da hemodiálise, o que desencadeia outros 
vários sintomas como sentimentos negativos, depressivos ou irritativos. A 
necessidade de realizar continuamente a hemodiálise colabora para a 
dependência de tratamento médico, incluído no DF, e interfere no trabalho e 
nos estudos, acarretando falta de energia e disposição para desempenhar 
atividades diárias. (ARRUDA et Al, 2016) 
 
DIAGNÓSTICO 
Nas fases iniciais da IR, quando as manifestações clínicas e laboratoriais são 
mínimas ou ausentes, o diagnóstico pode ser sugerido pela associação de 
manifestações inespecíficas (fadiga, anorexia, emagrecimento, prurido, 
náusea ou hemólise, hipertensão, poliúria, nictúria, hematúria ou edema). 
(RIBEIRO et. Al 2008) 
O diagnóstico de DRC requer primeiramente a confirmação da natureza crônica 
da doença, descartando-se, portanto, a presença de qualquer componente agudo, 
potencialmente reversível. 
Com a progressão do distúrbio, surgem uma série de sinais e sintomas 
decorrentes de edema, congestão, alterações hidroeletrolíticas, distúrbios do 
equilíbrio ácido-básico e toxicidade de produtos de catabolismo proteico e 
lipoproteico, como ureia e amônia. Os sintomas mais comuns são fadiga, 
náuseas (principalmente pela manhã) e vômitos. É bastante comum o 
paciente notar alterações em memória, padrão de sono e surgimento de 
lentificação. Em idosos, estes sintomas podem não ser valorizados, 
atrasando ainda mais o diagnóstico. A perda de peso pode ser exuberante, 
obrigando o diagnóstico diferencial com outras síndromes de caquexia. 
(SETTE, TITAN e ABENSUR, 2010) 
 
 
6 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
 Costa et Al (2016) frisa que a “hemodiálise é vista como um sinônimo de 
manutenção da vida, já que a mesma exerce uma das funções vitais que é o sistema 
de filtração do sangue, sem a qual não seriam eliminados os resíduos tóxicos e 
impróprios para o organismo.” 
O principal tratamento desta enfermidade é a diálise. A IRC e o tratamento 
dialítico desencadeiam diversas situações para o paciente, comprometendo vários 
aspectos relacionados à saúde. “As condições de tratamento e a evolução crônica da 
doença limitam os portadores de IRC e são, portanto, fatores agressores que 
desencadeiam estresse, isolamento social bem como limitações à possibilidade de 
locomoção e passeios, diminuição das atividades físicas, dependência e sentimento 
de medo e incerteza com relação à saúde e bem estar.“(Costa et Al, 2016) 
 “A IRC pode ser tratada inicialmente por meio de terapêuticas conservadoras, 
como: tratamento dietético, medicamentoso e controle da pressão arterial.” (RIBEIRO 
Et. All, 2008) 
“A condição crônica e o tratamento hemodialítico são fontes de estresse, o que 
leva a ocasionar muitos problemas como isolamento social, perda do emprego, 
dependência da previdência social, parcial impossibilidade de locomoção e passeios, 
diminuição da atividade física, necessidade de adaptação à perda da autonomia, 
alterações da imagem corporal e, ainda, um sentimento ambíguo entre medo viver e 
de morrer.” (COSTA et Al, 2016) 
O tratamento, inicialmente, é conservador, com a administração de 
medicamentos e dieta específica. Conforme a evolução da doença, o 
paciente receberá as outras formas terapêuticas. Dentre os tratamentos, as 
opções de escolha são: diálise peritoneal, hemodiálise e transplante renal. A 
escolha do melhor tratamento envolve a análise das condições clínicas, 
psicológicas e financeiras do paciente (LATA et al, 2008 Apud. GONÇALVES, 
2014). 
O efeito da pressão sanguínea na progressão da insuficiência renal 
foi observado em um grande grupo de pacientes que necessitam de diálise. 
[...] A maior incidência de casos de diabetes e hipertensão sugere o fracasso 
em identificar e apropriadamente tratar a IRC em pacientes em risco. 
(GONÇALVES, 2014) 
Costa et Al (2016) explicam que existem diferenças nas dimensões de funcio-
namento físico, efeitos da doença e também função sexual, sendo mais baixas 
7 
 
 
 
 
as variáveis para as pessoas que moravam sozinhas, o que indica uma pior situação 
das mesmas. Assim, os autores ressaltam a importância do suporte familiar na 
qualidade de vida, bem como seu papel de colaborador com os cuidados na saúde do 
portador de IRC em tratamento de hemodiálise. 
A IRC acarreta, para os pacientes, diversas modificações de caráter físico e 
de condições ambientais em que vivem, desencadeiam alterações 
psicológicas e sociais, estando esses diretamente interligados na avaliação 
da qualidade de vida dos mesmos. (COSTA et Al, 2016) 
A IRC é uma enfermidade incurável e de progressão contínua que possui 
como forma de tratamento a hemodiálise, sendo esta, uma modalidade que 
exige disciplina e que ao mesmo tempo acarreta diversas alterações no 
âmbito físico, psicológico, social e ambiental, os quais influenciam na 
qualidade de vida do paciente. (ARRUDA et Al, 2016) 
Gattaz (2002) recomenda que a prescrição de antibióticos deve ser feita com 
cautela em pacientes portadores de insuficiência renal, idosos e deve-se consultar se 
há necessidade de correção da droga pelo clearance estimado de creatinina. Também 
recomenda solicitar a dosagem de creatinina nos portadores de insuficiência renal, 
cardíaca, hepática e idosos, lembrando que nesses casos a hidratação é realizada 
com cautela. Além destas medidas gerais, ressalta que pacientes com doença renal 
crônica devem ser encaminhados precocemente ao nefrologista. 
Adaptar-se às características da IRC, sabendo-se que a mesma não possui 
cura e seu tratamento é de alta complexidade, significa adaptar-se também 
às inúmeras alterações na qualidade de vida, devido aos vários sintomas 
apresentados no decorrer da doença. Alguns deles causam diferentes níveis 
de limitação física e condições de trabalho, constituindo um problema de 
saúde social e econômico. (COSTA et Al, 2016) 
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO 
Segundo Schio e Cury (2011), “Os aspectos que levam o paciente renal crônico 
a desenvolver déficits funcionais estão relacionados a mecanismos complexos que 
levam o indivíduo a diminuição da capacidade funcional, baixa tolerância ao esforço, 
dificuldades em realizar atividades de vida diária e consequente piora da qualidade de 
vida”. 
Estão descritos na literatura diversos protocolos que abordam o paciente em 
três momentos de sua rotina: imediatamente antes da sessão de hemodiálise, 
durante as primeiras duas horas da sessão de hemodiálise e em dias 
alternados das sessões de hemodiálise. (SCHIO e CURY, 2011) 
8 
 
 
 
 
 As autoras seguem pontuando que os exercícios realizados nos intervalos das 
sessões de hemodiálise podem ser de dois tipos: supervisionados e realizados em 
clínicas especializadas ou orientados para a realização domiciliar, e relata a 
classificação dos protocolos de reabilitação para estes pacientes analisando o objetivo 
do tratamento. 
Há várias descrições de protocolos de condicionamento aeróbio e exercícios 
de resistência muscular com pesos para treinamento específico da musculatura 
periférica. 
Schio e Cury (2011) relatam que diversos protocolos de condicionamento 
aeróbio que utilizam a bicicleta ergométrica ou a esteira rolante têm demonstrado 
melhoras no consumo de oxigênio (VO2) máximo e VO2 pico, freqüência cardíaca 
(FC) de repouso e durante a atividade, níveis de pressão arterial, metabolismo lipídico, 
utilização da glicose e limiar anaeróbio. Além desses resultados existem evidências 
de que o condicionamento pode elevar a clearance de diversos catabólitos como uréia 
e fosfato quando realizados durante as sessões de hemodiálise. Essas alterações 
fisiológicas do treinamento resultam em uma melhor capacidade dos sistemas em 
captar e distribuiro oxigênio aos tecidos, o que colabora de maneira significativa para 
o controle dos fatores de risco para doença cardiovascular, já que esta é a principal 
causa de morbidade entre os pacientes com IRC. 
Segundo Schio e Cury (2011), os protocolos de exercícios de resistência 
muscular com pesos para treinamento de força da musculatura periférica (membros 
superiores e inferiores) também são descritos na literatura para o paciente renal 
crônico, onde são encontradas evidências de melhora na força muscular, na síntese 
protéica contrátil, na capilarização e no fluxo sanguíneo muscular, resultando em 
hipertrofia do músculo. Esses efeitos podem reverter ou minimizar o processo de lesão 
muscular causado pela uremia, melhorando também a remoção de catabólitos do 
músculo. 
Todos os protocolos propiciam ao paciente melhora na capacidade de 
exercício, atividade funcional e de vida diária. Também apresentaram além dos 
benefícios fisiológicos uma melhora na condição do músculo treinado em utiliza ATP 
e realizar as atividades funcionais do indivíduo de maneira mais eficiente. 
9 
 
 
 
 
Já existem estudos consistentes que podem auxiliar o fisioterapeuta no 
atendimento especializado desta população de pacientes que vêm crescendo a cada 
dia no Brasil. 
A avaliação cinesiofuncional tem como propósito indicar metodologias que 
sejam específicas para identificar os problemas apresentados pelos 
pacientes com IRC em tratamento hemodialítico, que sejam confiáveis e 
reprodutíveis para ser aplicada por fisioterapeutas na avaliação e 
acompanhamento do paciente renal crônico em hemodiálise, individualizando 
desta forma a prescrição fisioterapêutica. (SCHIO e CURY, 2011) 
A ficha de avaliação é importante porque permite criar uma coleta de dados 
padronizada para que o serviço de atendimento da Fisioterapia seja especializado e 
possibilite o acompanhamento do paciente durante toda a evolução no setor de 
hemodiálise. É necessária para levantar os principais problemas funcionais do 
indivíduo e desta forma organizar a prescrição fisioterapêutica. Esta ficha deverá 
conter: 
a) anamnese completa com histórico pessoal e familiar; 
b) relatório da evolução de exames laboratoriais (segundo a rotina do serviço) e 
medicamentos utilizados; 
c) exame físico: itens comuns do exame físico com inspeção e palpação, teste de 
amplitude de movimento (ADM) e força muscular, exame neurológico clínico, 
exame circulatório, respiratório e queixas. 
Há exames funcionais específicos do fisioterapeuta, logo o fisioterapeuta 
deverá organizar a avaliação funcional de acordo com as queixas dos pacientes e os 
materiais disponíveis no setor, porém não pode deixar de abordar todos os possíveis 
problemas que o paciente com IRC poderá apresentar. 
Schio e Cury apresentam alguns testes clínicos de fácil realização e que são 
reprodutíveis e confiáveis para o acompanhamento do paciente com IRC em 
tratamento hemodialítico: 
a) Teste da caminhada em 6 minutos: para avaliação da capacidade funcional e 
de deslocamento. Este teste de esforço é de caráter submáximo, no qual o 
paciente é colocado para caminhar o mais rápido que ele puder durante seis 
minutos, numa pista marcada de no mínimo 15 metros. Juntamente com o 
10 
 
 
 
 
teste são realizadas as mensurações dos sinais vitais (freqüência cardíaca, 
pressão arterial e freqüência respiratória) e escala de dispnéia e de intensidade de 
esforço de Borg, no início e ao final do teste; 
b) Força muscular respiratória: avaliada através do Teste de Pressões 
Respiratórias Máximas (pressões inspiratória e expiratória máximas) - PImax e 
PEmax - utilizando um manovauômetro analógico ou digital. Utilizar os valores 
de referência para a população brasileira; 
c) Acompanhamento da espirometria: se houver a possibilidade de 
acompanhamento do teste de função pulmonar do paciente com IRC é de 
interesse que o mesmo realize o teste na admissão no setor para diagnóstico 
diferencial da função pulmonar e posteriormente para acompanhamento da 
evolução. Sugere-se a reavaliação pelo menos uma vez ao ano, ou antes, se 
surgirem queixas ou complicações respiratórias agudas; 
d) Avaliação de sensibilidade protetora: como muitos dos pacientes são diabéticos 
e também pode evoluir com neuropatia urêmica a avaliação da sensibilidade 
protetora deve ser incluída nos testes específicos. Sugere-se o uso dos 
Monofilametnos Semmes-Weinstein já padronizados para este tipo de teste em 
pacientes com diabetes mellitus (SOUZA, 2005 Apud. SCHIO e CURY, 2011). 
e) Teste Tmed up and Go (TUG): possibilita ao fisioterapeuta a avaliação da 
velocidade, agilidade e do equilíbrio dinâmico. O paciente deverá iniciar o teste 
sentado com o apoio dorsal no encosto da cadeira e a partir da ordem do 
avaliador, o paciente deverá levantar-se sem ajuda das mãos, andar por uma 
pista de 3 metros e voltar a sentar-se na cadeira sem auxílio das mãos. O tempo 
gasto na realização das tarefas deverá ser inferior a 20 segundos; 
f) Dinamometria para membros superiores: possibilita ao fisioterapeuta avaliar a 
força musculatura dos membros superiores por meio da força de preensão 
palmar da mão dominante, obtida com o uso de um dinamômetro. Este exame 
é bastante utilizado e de fácil reprodução; 
g) teste de força muscular periférica (1RM): consistiu na medida na qual o 
paciente é incentivado a executar uma repetição máxima do movimento do 
músculo a ser testado. É mais utilizado para membros inferiores, 
principalmente musculatura de quadríceps no teste de extensão do joelho; 
11 
 
 
 
 
h) questionário de qualidade de vida: A qualidade de vida é um importante fator 
que o fisioterapeuta poderá avaliar juntamente com a equipe que atende o 
paciente. Sugerese o questionário SF-36 (Medical Outcomes Study Short 
Form-36 / MOS SF-36), que possibilita uma avaliação da qualidade de vida 
relacionando o estado mental e físico do paciente; 
i) Questionários semiestruturados elaborados para avaliação das queixas e 
percepção da saúde pelo paciente podem ser organizados juntamente com 
auxílio da equipe transdisciplinar para melhor conhecer e acompanhar o 
paciente. 
Em relação à realização de exercícios durante a sessão de hemodiálise, as 
autoras trazem algumas possíveis execuções: 
a) os principais protocolos pesquisados incluem exercícios aeróbios em bicicleta 
ergométrica acoplada à cadeira de hemodiálise; 
b) para os exercícios de fortalecimento muscular, deve-se utilizar o membro 
superior contralateral à fístula, com carga leve a moderada, sendo livre os 
exercícios para ambos os membros inferiores; 
c) toda a terapia deverá iniciar com aquecimento, seguida de treinamento e 
desaquecimento; 
d) exercícios de alongamento devem ser prescritos segundo o exame físico 
realizado individualmente em cada paciente; 
e) o paciente deverá realizar o protocolo sempre nas primeiras duas horas de 
hemodiálise, pois é o momento de maior estabilidade hemodinâmica; 
f) todos os exercícios deverão ser realizados sob supervisão direta do 
fisioterapeuta; 
g) sinais vitais (PA, FC, FR), nível de intensidade de esforço de Borg e queixas 
do paciente deverão ser monitorizados no mínimo antes e após o protocolo de 
atendimento; 
h) poderão ser incluídos exercícios de controle respiratório, exercícios 
metabólicos, exercícios específicos para propriocepção e equilíbrio, massagem 
de relaxamento, pompages, entre outras técnicas conforme a avaliação 
cinesiofuncional do paciente. 
12 
 
 
 
 
Durante o período intradialítico os exercícios proporcionam uma melhor 
adesão ao tratamento, diminuição da monotonia e melhora da eficácia da 
terapia hemodialítica. Outros resultados específicos são a melhora da força 
muscular, VO2max, capacidade pulmonar, pressão arterial de repouso com 
conseqüente incremento na capacidade funcional e das atividades de vida 
diária, disposição e qualidade de vida.(SCHIO e CURY, 2011) 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Costa et Al (2016) salientam que de forma geral, quanto maior o nível de estudo 
mais informações esse paciente terá sobre a sua condição clínica e as formas de 
manter uma vida mais saudável. O autocuidado pode ser considerado uma prática de 
funções reguladoras que os indivíduos desempenham com objetivo de manter um 
estilo de vida saudável, que não envolva riscos às funções vitais, assim, ele colabora 
intensamente com a qualidade de vida, uma vez que o próprio cuidado com a saúde 
evita ou diminui condutas médicas. Logo, acredita-se que o conhecimento é uma 
ferramenta de grande importância e que exerce influência nas habilidades de 
autocuidado de cada indivíduo. As restrições ocasionadas pela hemodiálise podem 
alterar de forma significativa a QV dos portadores de IRC, uma vez que os sinais e 
sintomas físicos da doença acarretam mudanças no estilo de vida, e na capacidade 
para o trabalho despertando quadros depressivos com relação à doença. 
Portanto, a qualidade de vida é um fator de extrema importância porque 
interfere diretamente na efetividade de tratamentos e intervenções na área de saúde. 
Mesmo com os avanços tecnológicos e terapêuticos alcançados até hoje, para 
melhorar a condição clínica e aumentar a sobrevida do portador de IRC, o nível da 
qualidade de vida dos mesmos continua em declínio. 
Assim, o tratamento dever envolver o paciente de forma ampla, abrangendo 
desde a psicoterapia, o direcionamento nutricional, o controle das doenças primárias, 
como diabetes e hipertensão, a correção de distúrbios metabólicos, orientações 
adequadas sobre a doença, o tratamento e autocuidado, envolvendo equipe 
multidisciplinar, até a adoção de uma terapia de substituição renal. 
 
 
13 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
COSTA, Gabrielle Morais Arruda. Qualidade de vida de pacientes com insuficiência renal crônica 
em tratamento. Enfermería Global. Nº 43 Julho, 2016. p. 73 
GATTAZ, Maurício Daniel. Nefropatia induzida por contraste: Como prevenir? Revista da 
Associação Médica Brasileira. vol.48 nº 1 São Paulo Jan./Mar. 2002. Disponível em: 
<<https://doi.org/10.1590/S0104-42302002000100011>>. Acesso em: 18/03/2020 
GONÇALVES, Isabel Mendes. A Insuficiência Renal Crônica (IRC), Unifap, 2010. Disponível em: 
<http://www2.unifap.br/ppcs/files/2014/09/Isabel-Mendes-Gon%C3%A7alves.pdf.> Acesso em: 
18/03/2020. 
RIBEIRO, Rita de Cassia Helu Mendonça. Caracterização e etiologia da insuficiência renal 
crônica em unidade de nefrologia do interior do Estado de São Paulo. Acta Paul Enferm. São 
José do Rio Preto – SP. 2008; 21(Número Especial):207-11 
 SETTE, Luís; TITAN, Sílvia; ABENSUR, Hugo. MedicinaNet. Última Revisão em 06/06/2010. 
Disponível em: 
<<https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/2518/doenca_renal_cronica.htm>> 
Acesso em: 18/03/2020 
SCHIO, Aline; CURY, Juliana Loprete. In. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção transdisciplinar 
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=0104-4230&lng=en&nrm=iso
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https://doi.org/10.1590/S0104-42302002000100011

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