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Direito Eleitoral - Princípios Constitucionais

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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE SÃO PAULO (TRE-SP) 
DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS 
ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA 
AULA 3 
PROF: RICARDO GOMES 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE SÃO PAULO (TRE-SP) 
Prezados Alunos! 
Chegamos ao nosso 3° encontro! 
Continuem no bom ritmo de estudos e boa aula a todos! 
Agora vamos lá! 
Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 1 
AVISOS: 
• Lançamos o Curso de REGIMENTO INTERNO DO TSE - TODOS OS 
CARGOS (TEORIA E EXERCÍCIOS). 
• Ademais, disponibilizamos Cursos para o TRE/SP, TRE/RJ e TRE/CE. 
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CESPE, com quase todas as questões de Direito Eleitoral do CESPE!! 
• Lançaremos em breve Cursos do Regimento, Lei de Organização e 
Provimentos do TJDFT! Aguardem! 
Não percam esta oportunidade de praticarem e aperfeiçoarem ainda mais 
seus conhecimentos! 
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DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS 
ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA 
AULA 3 
PROF: RICARDO GOMES 
QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 
Código Eleitoral (Lei n. 4.737, de 15 de julho de 
1965): Introdução: O dever eleitoral (voto) 
Princípios constitucionais (nacionalidade, 
elegibilidade e partidos políticos) - arts. 14 a 17 da 
CF-88. 
Estudo da Introdução do Código Eleitoral (Lei n.° 
4.737/1965): Capacidade Eleitoral Ativa -
Alistabilidade; Capacidade Eleitoral Passiva -
Elegibilidade; Inelegibilidades. 
Princípios constitucionais (nacionalidade, elegibilidade e 
partidos políticos) - arts. 14 a 17 da CF-88. 
Considerações Preliminares. 
Prezados(as) Alunos(as), esclareço que estudar os Princípios 
Constitucionais do Direito Eleitoral contidos nos arts. 14 a 17 da Constituição 
Federal nada mais é do que examinar os próprios dispositivos constitucionais 
citados com viés doutrinário e de forma mais aprofundada. 
A definição de princípios com base nas regras contidas na CF-88, 
especialmente as previstas no art. 14 a 17, é apenas uma forma de destacar 
as regras basilares do Direito Eleitoral. Alguns doutrinadores elencam como 
princípios, outros apenas como "assuntos". 
Por isso, iremos estudar os aspectos constitucionais do Direito 
Eleitoral previstos nos referidos artigos da Constituição, com os devidos 
destaques didáticos. 
Vale destacar que todos os dispositivos da CF-88 citados são 
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extremamente relevantes, mesmo aqueles não descritos como princípios, pois, 
como os critérios de classificação da doutrina são os mais diversos, alguns 
podem ser classificados como princípios e outros não. No entanto, 
praticamente todos são aptos a serem eventualmente classificados como 
princípios. 
CAPACIDADE ELEITORAL. Conceitos Fundamentais. 
DIREITOS POLÍTICOS - Conceitos Básicos. 
O Capítulo IV do Título I da CF-88 é intitulado de "DIREITOS 
POLÍTICOS". Mas, o que são os Direitos Políticos? 
Na lição de Pedro Lenza, os Direitos Políticos "nada mais são do 
que os instrumentos através dos quais a CF garante o exercício da soberania 
popular, atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem na condução da 
coisa pública, seja direta ou indiretamente". 
O cidadão só participa dos direcionamentos do Estado se o forem 
garantidas certas prerrogativas. Por isso que os Direitos Políticos podem ser 
resumidos como as prerrogativas que permitem ao cidadão tomar parte nos 
comandos da coisa pública. Isso porque os Direitos Políticos são o conjunto de 
regras que disciplinam as formas de atuação da soberania popular ( " t o d o o 
poder emana do povo"). 
O Sufrágio é o direito de votar e de ser votado. Consiste no mais 
notável elemento dos Direitos Políticos. Com isso, a capacidade votar e de 
ser votado, por decorrência lógica, são igualmente elementos essenciais dos 
Direitos Políticos dos cidadãos. 
Assim, podem-se classificar os Direitos Políticos em: 
1. Capacidade Eleitoral Ativa (Alistabilidade) - direito de 
votar, capacidade de ser eleitor; 
2. Capacidade Eleitoral Passiva (Elegibilidade) - direito de 
ser votado. 
Mas, Professor, o que mesmo é o Voto? 
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Vamos então diferenciar rapidamente alguns conceitos 
indispensáveis à compreensão deste assunto. 
o Nacionalidade - é um vínculo jurídico e político que liga um 
indivíduo a um Estado. Ex: provavelmente você é brasileiro 
porque preencheu as específicas regras sobre nacionalidade 
previstas no art. 12 da CF-88; 
o Cidadania - pressupõe a existência de vínculo com o Estado 
(Nacionalidade) e o efetivo alistamento eleitoral. Somente o 
Nacional alistado como eleitor é considerado cidadão. Em 
tese, é possível o nacional não ser cidadão ao não se alistar-
se como eleitor; 
o Soberania Popular - é um postulado normativo que implica 
na absoluta atribuição do poder político ao povo. Ela é 
exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, 
com valor igual para todos, mediante plebiscito, referendo e 
iniciativa popular, consoante art. 14, caput, da CF-88; 
o Sufrágio - é o direito de votar e de ser votado (capacidade 
votar e de ser votado); Obs: o sufrágio no Brasil é 
universal. O Sufrágio Universal quer dizer que o direito de 
votar no Brasil é concedido a todos os nacionais, 
independentemente de condições que diferenciem uns de 
outros nacionais. Assim, não existe em nosso País o sufrágio 
censitário e capacitário, que implicam em exigências mínimas 
de renda ou de qualificação dos nacionais; 
o Voto - o voto decorre do direito de sufrágio, sendo o ato pelo 
qual o eleitor manifesta sua vontade. O sufrágio é o próprio 
direito de votar, enquanto que o voto é o ato prático do 
direto de votar, do direito de sufrágio. 
Características do Voto, segundo CF-88: 
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O sufrágio (direito de votar e ser votado) é também exercido 
pelo próprio voto 
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1. Direto - os eleitores elegem representantes por si 
próprios, sem intermediários; 
2. Igualdade - todos os eleitores (cidadãos) têm o 
mesmo valor, para cada cidadão, um voto 
correspondente - cláusula do "one man, one vote" 
(um homem, um voto); 
3. Periodicidade - os mandatos políticos são 
temporários (cláusula pétrea constitucional), logo o 
voto também será periódico; 
4. Sigilosidade - o voto do eleitor não pode ser revelado 
para terceiros; 
5. Liberdade - o eleitor não pode ser constrangido a 
escolher determinado candidato (obrigatoriedade 
apenas de comparecer ás urnas); 
6. Personalidade - o voto não pode ser exercido por 
interposta pessoa, apenas pessoalmente; 
7. Obrigatório - o exercício do voto, como regra, é 
obrigatório (obrigatoriedade apenas de comparecer ás 
urnas), salvo as exceções constitucionais pela 
facultatividade para os analfabetos, maiores de 70 anos 
e os menores de 18 e maiores de 16 anos (art. 14, 
§1°, da CF-88). 
1. Princípio da Soberania Popular. 
A Soberania Popular é um postulado normativo tido como 
Princípio norteador do Direito Constitucional e Eleitoral que implica na 
absoluta atribuição do poder político ao povo. 
Segundo José Jairo Gomes, o Poder Soberano consiste em um dos 
elementos que compõem o Estado. Mediante a soberania é que o Governo 
implementa as políticas públicas. A soberania é uma qualidade do poder, 
significa poder mais alto, o superpoder. O poder é soberano quando não está 
sujeito há nenhumoutro. 
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Com efeito, a soberania não significa propriamente arbítrio. Isto 
porque o Estado Democrático de Direito é aquele que se submete às normas 
por ele próprio criadas. É aquele que respeita os direitos e garantias 
fundamentais, individuais, políticos, sociais e coletivos. 
A soberania popular é exercida pelo sufrágio universal e o voto 
direto e secreto, com valor igual para todos, mediante plebiscito, referendo e 
iniciativa popular, consoante art. 14, caput, da CF-88. A soberania popular 
revela-se no poder incontrastável de decidir. É ela que confere legitimidade ao 
exercício do poder estatal. Tal legitimidade só é alcançada pelo consenso 
expresso nas eleições. 
CF-88 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio 
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para 
todos, e, nos termos da lei, mediante: 
I - plebiscito; 
II - referendo; 
III - iniciativa popular. 
O Código Eleitoral em seu texto inicial de 1965 previu a cláusula 
democrática de que o Poder Político teria como titularidade o "povo". É 
também o direito de voto conferido ao povo. Mais modernamente, a 
Constituição Federal de 1988 destaca o povo como única fonte de todo o 
poder político, destacando, desse modo, a soberania popular nos seguintes 
termos: 
CF - 88 
Art. 1° 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce 
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos 
termos desta Constituição. 
Código Eleitoral (Lei n° 4.737/1965) 
Art. 2° Todo poder emana do povo e será exercido em seu 
nome, por mandatários escolhidos, direta e secretamente, 
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dentre candidatos indicados por partidos políticos nacionais, 
ressalvada a eleição indireta nos casos previstos na 
Constituição e leis específicas. 
Como vimos, uma das formas de se levar a efeito a soberania 
popular é o exercício do direito de voto. No entanto, a CF-88, em seu art. 14 
acima, preleciona que a soberania popular será também exercida pelo 
plebiscito, referendo e iniciativa popular. Vejamos então o que é cada um. 
I - PLEBISCITO - é uma consulta Prévia feita aos cidadãos a 
respeito de matéria política que será ainda discutida pelo Congresso Nacional. 
Ocorre antes da manifestação do Congresso. 
II - REFERENDO - é uma consulta posterior sobre determinado 
ato governamental já, para Ratificá-lo, Referendá-lo. Só se ratifica ou 
referenda algo a posteriori, para frente. 
Plebiscito - Prévia Consulta (PP), antes que seja apreciada pelo 
Congresso. 
Referendo - Ratificadora (RR), Referendadora Consulta 
(realizada posteriormente ao ato governamental já editado). 
III - INICIATIVA POPULAR - é uma das formas de por em ação 
a soberania popular prevista na CF-88, em seu art. 61, §2°, por meio da qual 
os cidadãos poderão, por conta própria, proporem à Câmara dos Deputados 
que votem um projeto de lei de seus interesses. Um exemplo emblemático de 
Projeto de Lei de Iniciativa Popular é o Projeto "Ficha Limpa", aprovado pelo 
Senado Federal e sancionado recentemente pelo Presidente da República (Lei 
Complementar n° 135/2010). 
CF-88 
Art. 61. 
§ 2° - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à 
Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no 
mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo 
menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por 
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PLEBISCITO X REFERENDO 
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cento dos eleitores de cada um deles. 
IV - VOTO - o voto decorre do direito de sufrágio, sendo o ato 
pelo qual o eleitor manifesta sua vontade. 
A Lei n° 9709/98 regulamenta o art. 14, caput, da CF-88, trazendo 
os conceitos e os contornos legais de plebiscito, referendo e iniciativa popular: 
Art. 2o Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo 
para que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de 
natureza constitucional, legislativa ou administrativa. 
§ 1o O plebiscito é convocado com anterioridade a ato 
legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar 
ou denegar o que lhe tenha sido submetido. 
§ 2o O referendo é convocado com posterioridade a ato 
legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva 
ratificação ou rejeição. 
Art. 3o Nas questões de relevância nacional, de competência do 
Poder Legislativo ou do Poder Executivo, e no caso do § 3o do art. 
18 da Constituição Federal, o plebiscito e o referendo são 
convocados mediante decreto legislativo, por proposta de um 
terço, no mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas 
do Congresso Nacional, de conformidade com esta Lei. 
Art. 13. A iniciativa popular consiste na apresentação de projeto 
de lei à Câmara dos Deputados, subscrito por, no mínimo, um por 
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Requisitos Constitucionais para a INICIATIVA POPULAR: 
1. 1% mínimo do eleitorado nacional; 
2. 5 Estados - número mínimo; 
3. 0,3% (três décimos por cento) dos eleitores de cada 
um desses Estados. 
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cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco 
Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores 
de cada um deles. 
2. Princípio do Sufrágio Universal. 
A Soberania Popular estudada acima é exercida pelo sufrágio 
universal. 
Mas, Professor, qual é mesmo a diferença entre o Sufrágio e o 
voto? 
Vamos por partes. 
Como vimos, o Sufrágio consiste no direito de votar e de ser 
votado (capacidade votar e de ser votado). Em outras palavras, pode 
também ser conceituado como o direito do povo de ser admitido a participar 
da vida política da sociedade, escolhendo os governantes ou sendo escolhido 
para governar e, dessa forma, conduzir os comandos do Estado. 
Por sua vez, o Voto decorre do direito de sufrágio, sendo o ato 
pelo qual o eleitor manifesta sua vontade. O sufrágio é o próprio direito de 
votar, enquanto que o voto é o ato prático do direto de votar, do direito de 
sufrágio. Assim, em resumo, o sufrágio (direito de votar e ser votado) é 
também exercido pelo próprio voto! 
Sufrágio - Direito; Voto - exercício do direito 
No Brasil, o sufrágio é universal! 
O Sufrágio Universal quer dizer que o direito de votar no Brasil é 
concedido a todos os nacionais (brasileiros natos ou naturalizados), 
independentemente de condições que diferenciem uns de outros nacionais, 
preenchidas as condições constitucionais e legais. Por isso, tornou-se um 
princípio constitucional e um direito fundamental. Assim, não existe em nosso 
País o sufrágio censitário e capacitário, que implicam em exigências mínimas 
de renda ou de qualificação dos cidadãos nacionais. 
Desse modo, o Princípio do Sufrágio Universal pode ser 
conceituado como o direito do maior número possível de nacionais (natos ou 
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naturalizados) de votar e ser votado nas eleições. 
Observo que a atribuição do sufrágio universal não implica 
necessariamente na concessão genérica e indistinta da cidadania a todos as 
pessoas. Implicaapenas na impossibilidade de distinção ou restrição dos 
direitos políticos por motivos étnicos, de riqueza, de nascimento, etc. Fica claro 
que as restrições aos direitos políticos (incapacidade civil absoluta, 
analfabetos, estrangeiros) previstas constitucionalmente e em lei 
complementar são plenamente compatíveis com o sufrágio universal. 
CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA (ALISTABILIDADE) 
3. Princípio da Obrigatoriedade do Alistamento e do Voto. 
A Capacidade Eleitoral Ativa ou Alistabilidade, como visto, é a 
capacidade de ser eleitor, que constitui o direito de votar. 
Por outro lado, a capacidade eleitoral passiva é possibilidade de 
concorrer a um mandato eletivo, de eleger-se (é o direito de ser votado). 
Com efeito, para que se adquira o direito de votar, é preciso que o 
indivíduo realize seu ALISTAMENTO ELEITORAL, nos termos do art. 14, §1°, 
da CF-88, que regulou com detalhes a obrigatoriedade do alistamento da 
seguinte maneira: 
CF-88 
Art. 14 
§ 1° - O alistamento eleitoral e o voto são: 
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
II - facultativos para: 
a) os analfabetos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. 
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O art. 14, §1°, da CF-88 dispõe, portanto, sobre a 
obrigatoriedade do alistamento e do voto. Abaixo um quadro esquemático 
para memorização: 
ALISTAMENTO ELEITORAL e VOTO 
OBRIGATÓRIOS 
Apenas para os maiores de 18 anos 
e menores de 70 anos 
18 anos < X < 70 anos 
FACULTATIVOS 
o analfabetos 
o maiores de 16 anos e menores 
FACULTATIVOS 
de 18 anos 
o maiores de 70 anos 
Resumo: 16 anos < X < 18 anos; 
X > 70 anos 
Observação: A Resolução TSE n° 21.538/2003, em seu art. 14 
prevê, em outras palavras, que é preciso comprovar a idade 16 ANOS 
completos na data do pleito, e não necessariamente na data do alistamento 
eleitoral, desde que a inscrição seja no mesmo ano eleitoral. Assim, desde já 
assiná-lo que é possível alistar-se com 15 anos de idade, desde que se prove 
possuir os 16 anos completos quando da eleição. 
Resolução TSE n° 21.538/03 
Art. 14. É facultado o alistamento, no ano em que se realizarem 
eleições, do menor que completar 16 anos até a data do pleito, 
inclusive. 
Por outro lado, como não poderemos nos esquecer do nosso velho 
Código Eleitoral, é importante considerarmos que é previsto nele maiores 
disposições sobre a obrigatoriedade do alistamento e do voto. Como regra, não 
são cobrados em concursos tanto quanto o conhecimento do texto 
constitucional, mas iremos enfrentá-los para uma eventual cobrança da banca. 
O Código Eleitoral prevê no seu art. 6°, caput, que o 
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"alistamento e voto são obrigatórios para os brasileiros de um e outro sexo". 
No entanto, vige atualmente o previsto no art. 14, § 1°, I e II da CF-88: 
• alistamento e voto obrigatórios para os maiores de 
dezoito anos (18 anos). 
• alistamento e voto facultativos para os analfabetos, 
para os maiores de setenta anos (70 anos) e para os 
maiores de dezesseis e menores de dezoito anos (16 
anos < x < 18 anos). 
Com efeito, prevê o mesmo art. 6° uma certa facultatividade para 
o alistamento e para o voto, nos seguintes termos: 
Art. 6° O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros 
de um e outro sexo, salvo: 
I - quanto ao alistamento: 
a) os inválidos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os que se encontrem fora do país. 
II - quanto ao voto: 
a) os enfermos; 
b) os que se encontrem fora do seu domicílio; 
c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os 
impossibilite de votar. 
Com isso, segundo o Código Eleitoral, o alistamento seria 
facultativo para: 
• INVÁLIDOS;1 
• MAIORES DE 70 ANOS (> 70 anos) - já previsto no novo 
texto constitucional; 
• OS QUE SE ENCONTREM FORA DO PAÍS (brasileiros natos 
1 Faço apenas uma pequena observação de que, segundo a Res.-TSE no 21.920/2004, em seu art. 1°, o alistamento 
eleitoral e voto obrigatórios para pessoas portadoras de deficiência. 
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ou naturalizados que estejam fora do Brasil); 
Por sua vez, o voto seria facultativo para: 
- ENFERMOS; 
- OS QUE SE ENCONTREM FORA DO SEU DOMICÍLIO; 
- FUNCIONÁRIOS CIVIS E OS MILITARES, EM SERVIÇO 
QUE OS IMPOSSIBILITE DE VOTAR 
Por fim, há que se dedicar especial atenção à previsão 
constitucional da obrigatoriedade e facultatividade do alistamento e do voto, 
não se esquecendo desta previsão contida no Código Eleitoral. 
IMPEDITIVOS PARA O ALISTAMENTO! 
Você sabia que os "conscritos" não podem ser eleitores?? E, 
igualmente, os estrangeiros? 
Como é Professor? O que é mesmo "conscrito"? 
Vamos lá! 
O art. 14, §2°, determina que não podem alistar-se como eleitores 
os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os 
conscritos. 
CF-88 
Art. 14 
§ 2° - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, 
durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. 
Estrangeiro é fácil! Por exclusão, é aquele que não é brasileiro, 
nato e naturalizado. Se o estrangeiro quiser votar, é preciso que, primeiro, 
faça a devida naturalização, segundo as regras constitucionais. 
A especial condição dos Portugueses no Brasil. 
A CF-88, no seu art. 12, §1°, assegura aos portugueses com residência no país 
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ATENÇÃO! 
Observação 1: 
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os direitos inerentes ao brasileiro se houver reciprocidade em favor dos 
brasileiros em Portugal. Isso assegura, de fato, aos portugueses, uma espécie 
de quase naturalização. Desse modo, poderão alistar-se da mesma maneira 
que um brasileiro naturalizado o poderá. Veremos logo à frente que os 
Portugueses sofrem limitações apenas quanto à elegibilidade. 
CF-88 
Art. 12 
§ 1° Aos portugueses com residência permanente no País, se 
houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os 
direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta 
Constituição. 
De outro lado, os Conscritos, segundo Alexandre de Moraes, são 
aqueles médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam serviço 
militar obrigatório na forma da Lei n° 5.292, e aqueles que prestam serviço 
militar na condição de prorrogação de engajamento. 
Segundo a Res.-TSE no 15.850/89: a palavra "conscritos" alcança 
também aqueles matriculados nos órgãos de formação de reserva e os 
mencionados médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários que prestam 
serviço militar inicial obrigatório. 
Este conceito é apenas para entendermos o que são os conscritos. 
De todo modo, o que importa é lembrarmos que, segundo a CF-88: 
Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 1 
NÃO PODEM ALISTAR-SE COMO ELEITORES os Estrangeiros e os 
Conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório. 
Vale frisar novamente que, conforme o art. 14, §2° da CF-88, é 
vedado o alistamento apenas aos conscritos, durante o serviço militar! 
A despeito do quanto aduzido sobre a revogação tácita do Código 
Eleitoral pela previsão contida no art. 14 da CF-88, em respeito ao histórico de 
algumas bancas, a exemplo da FCC, de cobrar a literalidade do texto de lei 
sem sequeradentrar no mérito da validade e eficácia da norma, faremos uma 
breve incursão sobre o que diz a Lei Eleitoral. 
Vejamos o que diz o art. 5, caput, do Código Eleitoral: 
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Código Eleitoral 
Art. 5° Não podem alistar-se eleitores: 
I os analfabetos; (Revogado pelo art. 14, § 1°, II, "a", da 
Constituição/88) 
II - os que não saibam exprimir-se na língua nacional; 
III - os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos. 
Um exemplo dos que "não sabem exprimir-se na língua nacional" é 
o caso dos Índios. Caso ainda sem solução pelo TSE, não se sabe ao certo se 
foi ou não recepcionado pela CF-88.2 
O que importa é saber que, segundo o Código Eleitoral, os que não 
souberem a língua nacional, não souberem exprimir-se na língua nacional, não 
podem alistar-se como eleitores. 
Da mesma forma, os privados dos direitos políticos, seja 
temporário ou definitivamente, também não podem alistar-se, consoante o 
Código Eleitoral. Esta norma é para aqueles que estejam com seus direitos 
políticos perdidos ou suspensos, na forma atual previsão do art. 15 da CF-
88. Mais à frente enfrentaremos o tema. 
Então, se na questão vier disposto apenas o seguinte "não podem 
alistar-se os estrangeiros e os conscritos", estará certa. Se também vier que 
"não podem alistar-se os privados dos seus direitos políticos" ou "os que não 
saibam exprimir-se na língua nacional", também estará certa, mesmo não 
fazendo expressa menção ao Código Eleitoral. 
DIPLOMA NORMATIVO 
NÃO PODEM ALISTAR-SE 
ELEITORES: 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
• Estrangeiros 
• Conscritos (art. 14, §2°) 
2 O TSE em recente decisão, de 01/06/2010, no bojo de consulta formulada pelo Juiz Eleitoral de Tabatinga/AM, 
decidiu que a recepção ou não do dispositivo deveria ser decidida pelo Supremo Tribunal Federal. O voto do Ministro 
Henrique Neves, no entanto, foi pela não recepção. 
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CÓDIGO ELEITORAL (Lei n° 47 
- os que não sabem exprimir-
se na língua nacional; 
- os privados dos seus direitos 
políticos, temporária ou 
definitivamente. (art. 5°, caput, do 
Código Eleitoral) 
O alistamento dos militares tem previsão constitucional, não sendo 
mais eficaz o parágrafo único do art. 5 do Código Eleitoral. Apesar disso, 
discorro abaixo: 
Código Eleitoral 
Art. 5 
Parágrafo único - Os militares são alistáveis, desde que oficiais, 
aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou suboficiais, 
sargentos ou alunos das escolas militares de ensino superior para 
formação de oficiais. 
Mais uma vez, assevero novamente que, conforme o art. 14, §2° 
da CF-88, é vedado o alistamento apenas aos conscritos, durante o 
serviço militar! 
Com isso, os militares não estão apartados do alistamento 
eleitoral. É um equívoco pensar que os militares são inalistáveis. Pelo 
contrário, como regra, os militares são alistáveis. Inclusive, adianto as 
condições para eleição de militares alistáveis (previstas no art. 14, §8°, da CF-
88): 
- se contar com menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da 
atividade; 
- se contar com mais de 10 anos de serviço, será agregado pela 
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da 
diplomação, para a inatividade. 
CF-88 
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Art. 14 
§ 8° - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes 
condições: 
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da 
atividade; 
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela 
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato 
da diplomação, para a inatividade. 
Resumo abaixo os requisitos constitucionais para possuir a 
Capacidade Eleitoral Ativa (Alistabilidade): 
1. Alistamento Eleitoral - é preciso que o indivíduo se aliste 
perante a Justiça Eleitoral (lógico, como poderá votar se 
sequer se cadastrou como eleitor?); 
2. Nacionalidade Brasileira - precisa ser brasileiro, nato ou 
naturalizado, de qualquer sexo, porque os estrangeiros estão 
impedidos de se alistar; 
3. Idade mínima de 16 anos; 
4. Não ser conscrito - tanto os estrangeiros, quanto os 
conscritos não podem se alistar. 
CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA -
ELEGIBILIDADE. 
Continuando nosso estudo sobre as normas constitucionais do art. 
14 ao 17 da CF-88, agora, veremos o outro lado, a capacidade de ser votado 
(elegibilidade). 
A capacidade eleitoral passiva é possibilidade de concorrer a um 
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mandato eletivo, de eleger-se (é o direito de ser votado). 
Para adquirir o direito de participar de uma eleição para um 
determinado cargo político, é preciso o preenchimento das chamadas 
CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE e que sejam ausentes as CAUSAS DE 
INEGIBILIDADES. 
Por seu turno, aquele cidadão que não preenche as condições de 
elegibilidade é considerado também inelegível pela Justiça Eleitoral. 
O art. 3 do Código Eleitoral, de fato, previa normas sobre 
elegibilidade. Contudo, a CF-88 regulou inteiramente a matéria em seus arts. 
14, §§ 3°-11°. 
Código Eleitoral 
Art. 3° Qualquer cidadão pode pretender investidura em cargo 
eletivo, respeitadas as condições constitucionais e legais de 
elegibilidade e incompatibilidade. 
0 §3° do art. 14 da CF-88 delineou todas as Condições de 
Elegibilidades: 
CF-88 
Art. 14 
3° - São condições de elegibilidade, na forma da lei: 
1 - a nacionalidade brasileira; 
II - o pleno exercício dos direitos políticos; 
III - o alistamento eleitoral; 
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; 
V - a filiação partidária; 
VI - a idade mínima de: 
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da 
República e Senador*; 
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado 
e do Distrito Federal; 
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c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado 
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; 
d) dezoito anos para Vereador. 
Vamos por partes! Igual a nJack, o Estripador". Rsrsrs 
Para concorrer a algum mandato eletivo (para ser votado), o 
4. Princípio da Nacionalidade - Elegibilidade Privativa a 
Brasileiros (natos e naturalizados). 
Como já vimos, para ser eleitor, tendo capacidade eleitoral ativa e 
também passiva, é preciso que o cidadão ostente a nacionalidade brasileira, 
seja nato ou naturalizado, não podendo ser estrangeiro. Em caso de perda da 
nacionalidade brasileira por opção tácita ou expressa, desaparece com a ela 
também a própria elegibilidade do cidadão. 
A CF-88, no art. 12, §3°, exige a nacionalidade originária (ser 
brasileiro nato) para assunção, por eleição, aos cargos de Presidente e 
Vice-Presidente da República: 
CF-88 
Art. 12 
§ 3° - São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; (...) 
A especial condição dos Portugueses no Brasil. 
CF-88, no seu art. 12, §1°, assegura aos portugueses com 
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Observação 2: 
A 
CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE: cidadãoprecisa preencher as seguintes 
a) Nacionalidade brasileira - se para ser eleitor é necessária 
que tenha nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado), 
tanto o mais para ser candidato a algum posto político. Desse 
modo, mais uma vez os estrangeiros ficam alijados do 
processo democrático no nosso País, não pode ser eleitores e 
muito menos concorrerem a qualquer pleito; 
Observação 1: 
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residência no país os direitos inerentes ao brasileiro se houver reciprocidade 
em favor dos brasileiros em Portugal. Isso assegura, de fato, aos portugueses, 
uma espécie de quase naturalização. Desse modo, poderão alistar-se da 
mesma maneira que um brasileiro naturalizado o poderá. 
CF-88 
Art. 12 
§ 1° Aos portugueses com residência permanente no País, se 
houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os 
direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta 
Constituição. 
O português residente no Brasil, além de eleitor, em tese, poderia 
ser Governador de Estado, Senador ou Deputado (mas não Presidente de 
quaisquer das Casas do Congresso, já que, como dito anteriormente, estas 
funções são reservadas aos brasileiros natos) e, preenchidos os requisitos 
constitucionais e legais, poderá também ser Vereador. 
Contudo, segundo José Afonso da Silva, o acesso a cargos públicos 
eletivos no Brasil está vedado aos portugueses por não existir lá a mesma 
reciprocidade quanto à acessibilidade de cargos públicos. In verbis: 
"A Constituição brasileira admite a possibilidade de o português 
residente aqui ser (se houvesse reciprocidade): Ministro de Estado, 
Senado, Deputado federal e estadual, Governador de Estado, 
Secretário de Estado, Prefeito e Vereador. O acesso a esses cargos 
e funções, contudo, está vedado aos portugueses aqui 
residentes, porque a Constituição de Portugal não admite 
que se outorgue a brasileiro o direito e acesso a cargos e 
funções correspondentes". 
Logo, especificamente quanto ao alistamento eleitoral, os 
Portugueses com residência no Brasil e não naturalizados formalmente como 
brasileiros, poderão alistar-se como eleitores normalmente, não sendo 
considerados estrangeiros. 
RESUMO 
- Os Portugueses podem alistar-se como eleitores -
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b) Pleno exercício dos direitos políticos - os direitos 
políticos devem estar vigentes. Caso ocorra alguma das 
hipóteses de perda ou suspensão dos direitos políticos 
previstas no art. 15 da CF-88, não terá o cidadão 
elegibilidade, capacidade para ser eleito. 
5. Princípio da Proibição da Cassação dos Direitos Políticos -
Princípio da Cidadania. 
Não é possível a cassação dos direitos políticos, apenas a perda ou 
suspensão, consoante dispõe o art. 15 da CF-88: 
CF-88 
Art. 15. É VEDADA A CASSAÇÃO de direitos políticos, cuja 
PERDA ou SUSPENSÃO só se dará nos casos de: 
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada 
em julgado; 
II - incapacidade civil absoluta; 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto 
durarem seus efeitos; 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou 
prestação alternativa, nos termos do art. 5°, VIII; 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4°. 
Doutrinariamente há uma discussão acerca de quais seriam as 
hipóteses de Perda e quais seriam as de Suspensão. Na seara do Direito 
Eleitoral prevaleça a divisão a seguir. 
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não têm limitação quanto à alistabilidade; 
- Os Portugueses, pela ausência de reciprocidade, não 
podem concorrer a determinados cargos eletivos 
no Brasil - sofrem limitação na sua elegibilidade; 
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1. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA - os considerados 
incapazes civilmente também serão incapazes politicamente. 
Ocorrendo a incapacitação absoluta, a cidadania ficará 
suspensa enquanto esta permanecer. O Código Civil 
Brasileiro (Lei n° 10.406/2002), em seu art. 3° elenca os 
absolutamente incapazes. Cito apenas para entendimento e 
consulta: 
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os 
atos da vida civil: 
I - os menores de dezesseis anos; 
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o 
necessário discernimento para a prática desses atos; 
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir 
sua vontade. 
Para suspender os direitos políticos, é preciso que a 
incapacidade civil seja ABSOLUTA! Não confundir com 
incapacidade civil RELATIVA, também prevista na Lei Civil. As 
questões podem trocar os termos para "pegar" o candidato. 
2. CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO 
ENQUANDO DURAREM SEUS EFEITOS - enquanto pender 
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PERDA Hipótese de dos Direitos Políticos: 
- CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO POR SENTENÇA 
TRANSITA EM JULGADO - com o cancelamento da 
naturalização por meio do Poder Judiciário, o indivíduo voltará 
ao status de estrangeiro, o que, implica, em automático, na 
perda dos seus direitos políticos. O indivíduo deixa de ser 
nacional, logo também perderá sua alistabilidade e elegibilidade; 
SUSPENSÃO dos Direitos Políticos: Hipóteses de 
Atenção! 
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sobre o cidadão os efeitos de sentença penal condenatória 
não mais passível de recurso (isto é, enquanto cumprir a 
pena imposta em sentença criminal), os seus direitos 
políticos ficam suspensos. 
É importante atentar que a sentença penal tem que já estar 
transitada em julgada, da qual não caiba mais reforma (não 
mais passível de recursos que possam modificá-la). 
Somente com o transito em julgado é que a decisão judicial se 
torna definitiva e, por conseqüência, podem os direitos políticos 
serem suspensos. 
Entendimento sumulado pelo TSE é de que a suspensão dos 
direitos políticos cessará automaticamente, tão logo a pena seja 
cumprida, ou seja, quando extinta a punibilidade: 
TSE Súmula n° 9 - DJ 28, 29 e 30/10/92 
Suspensão de Direitos Políticos - Condenação Criminal -
Extinção da Pena - Reparação de Dano 
A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação 
criminal transitada em julgado cessa com o cumprimento ou a 
extinção da pena, independendo de reabilitação ou de prova de 
reparação dos danos. 
3. RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO A TODOS IMPOSTA 
OU PRESTAÇÃO ALTERNATIVA - o art. 5°, VIII, da CF-88 
prevê que ninguém será privado de direitos por motivo de 
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo 
se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos 
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa fixada 
em lei. 
CF-88 
Art. 5 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença 
religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as 
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invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e 
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 
Nesse caso, para sofrer, como sanção, a declaração de 
suspensão dos direitos políticos, será preciso que o cidadão 
inicialmente descumpra obrigação a todos imposta e, 
depois, recuse a prestação alternativafixada em lei. 
4. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - o art. 37, §4°, da CF-
88 preleciona que um dos efeitos da condenação por ato de 
improbidade administrativa é a suspensão dos direitos 
políticos do agente. 
Frise-se que a competência para julgamento de ato de 
improbidade é exclusiva do Poder Judiciário. O art. 12 da Lei n° 
8.429/93 dispõe que uma das sanções aplicáveis pelo 
Magistrado poderá ser a suspensão dos direitos políticos de 3 a 
10 anos, a depender da espécie de ato de improbidade 
praticado. 
DICA: 
O cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado é 
a única hipótese de Perda dos direitos políticos, pois somente com uma nova 
naturalização ("renaturalização") é que será possível readquirir os direitos 
políticos. 
As outras hipóteses são de mera suspensão dos direitos políticos, enquanto 
subsistirem as situações previstas na Constituição, em tese, de caráter 
transitório (incapacidade civil, cumprimento de pena criminal, cumprimento de 
obrigação a todos imposta, improbidade administrativa). 
Resumindo: 
PERDA dos Direitos Políticos: Hipótese de 
CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO POR SENTENÇA 
TRANSITA EM JULGADO. 
SUSPENSÃO dos Direitos Políticos: Hipóteses de 
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1. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA; 
2. CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO 
ENQUANDO DURAREM SEUS EFEITOS; 
3. RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO A TODOS IMPOSTA 
OU PRESTAÇÃO ALTERNATIVA; 
4. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. 
Com a suspensão dos direitos políticos, o cidadão tem por 
paralisado o seu direito de alistar-se e de eleger-se. Contudo, poderá, a 
qualquer tempo, reaver sua posição política com a interrupção dos motivos que 
geraram a suspensão. Ex: cumprimento total da pena imposta no juízo 
criminal; cumprimento da obrigação a todos imposta ou prestação alternativa. 
Por outro lado, segundo doutrina eleitoral majoritária, com a perda 
dos direitos políticos, o cidadão ficará definitivamente privado da alistabilidade 
e da inelegibilidade e, desse modo, não terá como readquiri-los, salvo com 
renaturalização. Para alguns constitucionalistas, a reaquisição dos direitos 
políticos perdidos pelo cancelamento da naturalização por sentença transitada 
em julgado poderá também ser efetivada através de ação rescisória. 
c) Alistamento Eleitoral - deve-se adquirir a cidadania, com o 
alistamento eleitoral, para concorrer à eleição. Basta a 
comprovação da inscrição eleitoral no juízo eleitoral do 
domicílio do alistando. Evidentemente, é condição básica ao 
candidato que seja pelo menos eleitor, não é verdade? Este 
constitui um requisito que é também definido pela doutrina 
como princípio do direito eleitoral: 
6. Princípio da Necessidade de Condição de Eleitor. 
d) Domicílio Eleitoral na circunscrição - é um Princípio do 
Direito Eleitoral a vinculação do domicílio eleitoral á 
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circunscrição do mandato eletivo postulado pelo candidato; 
7. Princípio do Domicílio Eleitoral. 
e) Filiação Partidária - seguindo o ditame constitucional, a Lei 
n° 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos), em seu art. 18 
determina que os cidadãos estejam filiados em pelo menos 1 
ano antes das Eleições; 
8. Princípio da Filiação Partidária. 
f) Idade mínima: 
A CF-88 estabeleceu idades mínimas, a depender do cargo eletivo 
pretendido, como condições de elegibilidade. 
9. Princípio Etário. 
Quadro esquemático abaixo para facilitar a fixação: 
Idade Mínima para Elegibilidade: 
o Presidente e Vice-Presidente da 
República 
o SENADOR!!! (Senador é sempre 
velho!!) 
35 ANOS 
Governador e Vice-Governador de 
Estado e do DF 
30 ANOS 
o Deputado Federal, Estadual ou 
Distrital 
o Prefeito e Vice-Prefeito!!! 
o Juiz de Paz (para realizar 
casamento precisa ter pelo menos 
21 anos!!!) 
21 ANOS 
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Observação: A luz do art. 11, §2°, da Lei n° 9.504/97, estas idades mínimas 
são verificadas na data da posse do candidato e não no ato do pedido de 
registro da candidatura: 
Lei n° 9.504/97 
Art. 11 
§ 2° A idade mínima constitucionalmente estabelecida como 
condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a 
data da posse. 
Observação: condições de elegibilidade específicas dos Militares. Cabe aqui 
delinear novamente as condições previstas no art. 14, §8°, da CF-88, para os 
Militares: 
- se contar com menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da 
atividade; 
- se contar com mais de 10 anos de serviço, será agregado pela 
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da 
diplomação, para a inatividade. 
CF-88 
Art. 14 
§ 8° - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes 
condições: 
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se 
da atividade; 
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela 
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no 
ato da diplomação, para a inatividade. 
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Vereador 18 ANOS 
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INELEGIBILIDADES. 
Como já descrito anteriormente, para que o cidadão possua o 
direito de ser votado (capacidade eleitoral passiva - elegibilidade), é 
preciso que preencha todas as condições de elegibilidades acima 
comentadas e, também, não incorra nas chamadas CAUSAS DE 
INELEGIBILIDADES. 
Mas, Professor, o que são essas inelegibilidades? 
É simples. As inelegibilidades são circunstâncias previstas na CF-
88 e em Lei Complementar que impedem o cidadão de exercitar sua 
capacidade de eleger-se. São circunstâncias que restringem a elegibilidade do 
cidadão, limitam a sua possibilidade de candidatar-se em uma eleição. 
Antes de particularizarmos o tema das inelegibilidades, cabe aqui 
fazer uma pequena diferenciação terminológica, que evitará possíveis dúvidas 
aos alunos: 
1. INELEGIBILIDADE - obsta a elegibilidade do cidadão 
eleitor (a capacidade eleitoral passiva); 
2. INALISTABILIDADE - impede o exercício do direito de ser 
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eleitor (a capacidade eleitoral ativa). 
3. INCOMPATIBILIDADE - o cidadão já eleito é impedido do 
exercício do mandato. A incompatibilidade configura-se após 
a eleição, obrigando o candidato à escolha entre o mandato e 
o cargo. 
As fundamentais causas de inelegibilidades estão previstas no art. 
14, §§ 4°-8°, da CF-88. 
A principal sede normativa das inelegibilidades é a CF-88. Contudo, 
o próprio texto constitucional prevê a possibilidade de instituição de outras 
circunstâncias que obstariam a elegibilidade do cidadão. Esta previsão está 
insculpida no art. 14, §9°, da CF-88: 
CF-88 
Art. 14 
§ 9° Lei complementar estabelecerá outros casos de 
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger 
a probidade administrativa, a moralidade para exercício de 
mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade 
e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico 
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na 
administraçãodireta ou indireta. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional de Revisão n° 4, de 1994) 
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LEI COMPLEMENTAR poderá A CF-88 previu que apenas 
estabelecer novos casos e regrar as inelegibilidades. Não confundir com Lei 
Ordinária! 
As inelegibilidades são previstas unicamente na CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL e em LEI COMPLEMENTAR! 
Em atenção ao comando da CF-88, foi editada a Lei 
Complementar n° 64/90, que disciplina mais casos de inelegibilidade e 
prazos de cessação. 
O estudo deste diploma legal será estudado neste curso em aula 
posterior. Por isso, passaremos ao estudo das inelegibilidades previstas no 
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texto da constituição. 
10. Princípio da Legitimidade das Eleições, Moralidade e 
Probidade. 
alistabilidade. Se não pode sequer ser eleitor, não poderá também, 
por óbvio, ser candidato. 
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LEI COMPLEMENTAR poderá A CF-88 previu que apenas 
estabelecer novos casos e regrar as inelegibilidades. Não confundir com Lei 
Ordinária! 
As inelegibilidades são previstas unicamente na CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
e em LEI COMPLEMENTAR! 
A lei que regulamentou referido dispositivo foi a Lei Complementar 
n° 64/90 (Lei das Inelegibilidades). 
A Constituição visa assegurar a probidade/moralidade no processo 
eleitoral com vistas a conferir o máximo de legitimidade às eleições mediante 
uma regulamentação precisa dos casos de inelegibilidades, combatendo o 
abuso do poder econômico e político nas eleições. 
As causas de inelegibilidades podem ser absolutas ou 
relativas: 
o INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS - constituem impedimento para 
assunção de qualquer cargo eletivo. O cidadão impedido 
absolutamente não poderá concorrer em nenhuma eleição, não 
poderá pleitear nenhum mandato eletivo. São os seguintes, conforme 
o (art. 14, §4°, da CF-88): 
CF-88 
Art. 14 
§ 4° - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. 
INALISTÁVEIS - A elegibilidade tem como pressuposto inicial a 
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Segundo a CF-88, são Inalistáveis os Estrangeiros e os Conscritos, 
durante o serviço militar obrigatório. 
No entanto, caso a banca cobre a literalidade do Código Eleitoral, 
devemos ficar atentos que, segundo o art. 5 do referido diploma, são 
também inalistáveis os que não saibam exprimir-se na língua 
nacional e os que estejam privados, temporária ou 
definitivamente dos direitos políticos. 
Art. 5° Não podem alistar-se eleitores: 
I os analfabetos; (Revogado pelo art. 14, § 1°, II, "a", da 
Constituição/88) 
II - os que não saibam exprimir-se na língua nacional; 
III - os que estejam privados, temporária ou definitivamente 
dos direitos políticos. 
Desse modo, caso na questão seja afirmado que são inalistáveis os 
estrangeiros e os conscritos, estará correta, pois remonta ao texto 
constitucional. Caso afirme: "segundo o Código Eleitoral, são 
inalistáveis os estrangeiros e os conscritos", a questão estará errada. 
Até porque o Código Eleitoral nem trata destes inalistáveis, apenas a 
CF-88. 
Por outro lado, se a questão listar estas 2 hipóteses previstas no 
Código Eleitoral (não saibam exprimir-se na língua nacional e os que 
estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos 
políticos), com certeza estará cobrando o conhecimento do art. 5° da 
Lei Eleitoral. 
Resumo: 
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São INALISTÁVEIS: 
1) os Estrangeiros e os Conscritos! (segundo a CF-88); 
2) os que não saibam exprimir-se na língua nacional e os que estejam 
privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos 
(segundo o Código Eleitoral). 
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ANALFABETOS - apesar de ter direito a ser eleitor (por ser 
facultativo o seu alistamento e voto), o analfabeto não pode ser 
eleito. Por disposição constitucional expressa no art. 14, §4°, da 
CF-88, o analfabeto não tem capacidade eleitoral passiva. 
Observação 1: A jurisprudência do TSE tem apontado que a 
inelegibilidade do analfabeto, quando não apresentado pelo candidato 
documento de escolaridade mínima, deve ser aferida por submissão à 
prova elementar de alfabetização perante o Juiz Eleitoral. Poderá, 
desse modo, ser realizado teste simples, na presença do Juiz, para 
aferição se o candidato é ou não analfabeto. 
Observação 2: o semi-analfabeto, aquele que demonstra mínimos 
atributos de alfabetização, é considerado pela Jurisprudência como 
elegível. 
INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS: 
Não poderão concorrer para qualquer cargo, estão absolutamente impedidos 
de elegerem-se, os INALISTÁVEIS e os ANALFABETOS! 
Gente, não confundir alguns conceitos! 
Considerações: 
1. O Inalistável é * de Inelegível: o inalistável não poderá sequer se 
alistar como eleitor; o inelegível apenas não poderá eleger-se para 
determinados cargos (inelegibilidade relativa) ou para todos os cargos 
(inelegibilidade absoluta); 
Todo inalistável é inelegível! mas nem todo inelegível é inalistável; os 
analfabetos são inelegíveis e nem por isso são inalistáveis (ao contrário, tem 
como facultativa sua alistabilidade); se fossem inalistáveis, os analfabetos 
seriam considerados "não-cidadãos", pois não teriam participação democrática 
em nosso país. 
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- são inelegibilidades não INELEGIBILIDADES RELATIVAS o 
vinculadas diretamente com a pessoa do candidato (se é inalistável ou 
analfabeto), mas referentes apenas a determinados cargos ou 
mandatos. 
Em linguagem simples, o cidadão inelegível relativamente ficará apenas 
impedido de concorrer a algum ou alguns cargos eletivos específicos, o 
que não o impedirá de eventualmente concorrer outros que não esteja 
inelegível. 
A doutrina costuma dividir as inelegibilidades relativas em: 
1. por Motivos Funcionais 
2. por Motivos de Parentesco 
3. dos Militares 
4. Legais 
1. Inelegibilidades por Motivos Funcionais. 
Por sua vez, divide-se em: 
a) para o MESMO CARGO - é simples! O Presidente da República, os 
Governadores de Estado e do DF, os Prefeitos e quem os houver sucedido 
ou substituído (Chefes do Poder Executivo) no curso dos mandatos não 
poderão ser reeleitos para um TERCEIRO MANDATO! 
Em suma: os Chefes do Poder Executivo (Presidente da República, 
os Governadores de Estado e do DF, os Prefeitos e quem os houver sucedido 
ou substituído) somente poderão ser reeleitos uma única vez consecutiva!! 
Esta norma está prevista no art. 14, §5°, da CF-88: 
CF-88 
Art. 14 
§ 5° O Presidente da República, os Governadores de Estado e 
do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, 
ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos 
para um único período subseqüente. (Redação da EC 16/97) 
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Este dispositivo foi inserido pela Emenda Constitucional n° 
16/1997, que trouxe o instituto da REELEIÇÃO no Brasil. Antes não existia 
reeleição no Brasil, está lembrado disso. No Governo de Fernando Henrique 
Cardoso é que foi instituída tal possibilidade. 
Friso que a CF-88 veio a permitir apenas uma única reeleição 
consecutiva. 
Professor, após2 mandatos, eles poderão se candidatar 
novamente? ou estarão sempre impedidos de se candidatarem para o mesmo 
cargo? 
O impedimento é para uma 2a reeleição consecutiva no mesmo 
cargo! Isto é, o impedimento é para reeleições logo após o termino da primeira 
reeleição! 
Com isso, poderão os Chefes do Poder Executivo, passado pelo 
menos 1 pleito (4 anos), voltarem a se candidatar em uma nova eleição para o 
mesmo cargo que ocuparam por pelo menos 2 mandatos. Isso pode ocorre 
com o LULA! Nosso atual Presidente, se quiser, poderá se candidatar nas 
eleições de 2014 para o mesmo cargo que agora ocupa. 
Destaco que o impedimento de REELEIÇÃO é somente para os 
Chefes do Poder Executivo, não abrangendo os ocupantes dos cargos do 
Poder Legislativo (Deputados Federais e Estaduais, Senadores, Vereadores)! 
Atenção que o impedimento a sucessivas reeleições é aplicável a 
quem tenha "sucedido ou substituído no curso dos mandatos"! Assim, se o 
Vice sucedeu ou substituiu o titular, terá ele a mesma limitação a uma única 
reeleição consecutiva. 
A sucessão dar-se-á ocorrendo a vacância do cargo e a 
substituição em hipóteses de impedimento de caráter temporário. 
A doutrina é discordante a respeito da simples substituição do 
titular, pelo caráter temporário, ser um impeditivo para reeleições sucessivas 
do Vice. O TSE entende que a simples substituição, apesar da CF-88 assim 
prevê, não gera a assunção do cargo do titular, fato que não impossibilita a 
reeleição do Vice por 2 mandatos sucessivos. 
Sobre o Vice, o TSE foi consultado, diante de divergências de 
decisões dos Tribunais Regionais. O TSE decidiu mediante a Resolução-TSE 
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n° 20.889/01, de 14.12.2001, que, caso o Vice tivesse sucedido o titular no 
cargo e quisesse concorrer ao mesmo cargo do atual Presidente, Governador 
ou Prefeito, poderia apenas candidatar-se por um único período 
subseqüente em virtude da transmissibilidade do cargo com a sucessão. 
O Supremo Tribunal Federal (STF) tem referendado este 
entendimento do TSE. In literris: 
"(...) Vice-prefeito que ocupou o cargo de prefeito por força de 
decisão judicial que determinou o afastamento do titular. Registro 
de candidatura a uma terceira assunção na chefia do Poder 
Executivo municipal. (...) Nos termos do § 5° do art. 14 da CF, 
os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no 
curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único 
período subseqüente." (RE 464.277-AgR, Rel. Min. Carlos Britto, 
julgamento em 9-10-2007, Primeira Turma, DJE de 4-4-2008.) 
"Vice-governador eleito duas vezes para o cargo de Vice-
governador. No segundo mandato de vice, sucedeu o titular. Certo 
que, no seu primeiro mandato de vice, teria substituído o 
Governador. Possibilidade de reeleger-se ao cargo de 
Governador, porque o exercício da titularidade do cargo dá-
se mediante eleição ou por sucessão. Somente quando 
SUCEDEU o titular é que passou a exercer o seu primeiro 
mandato como titular do cargo. Inteligência do disposto no § 5° 
do art. 14 da CF." (RE 366.488, Rel. Min. Carlos Velloso, 
julgamento em 4-10-2005, Segunda Turma, DJ de 28-10-2005). 
b) para OUTROS CARGOS - serão considerados inelegíveis 
para outros cargos eletivos o Presidente da República, os Governadores dos 
Estados e do DF e os Prefeitos que não renunciarem aos respectivos mandatos 
até 6 (seis) meses antes do pleito. 
Esta limitação está disposta no art. 14, §6°, da CF-88: 
CF-88 
Art. 14 
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§ 6° - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da 
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal 
e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até 
seis meses antes do pleito. 
Esta renúncia prevista na CF-88 é o chamado instituto da 
DESINCOMPATIBILIZAÇÃO. 
O que Professor? Este não é um Palavrão? 
Palavrão acredito que não, é apenas uma palavra grande! Rsrs. 
A desincompatibilização é ato pelo qual o candidato é obrigado a 
se afastar do cargo eletivo ocupado com vistas à disputa eleitoral. 
A CF-88 reza que a desincompatibilização dos Chefes do Poder 
Executivo que queiram concorrer a outros cargos deve dar-se até 6 meses 
antes do pleito. Caso não se afaste, serão considerado inelegível para 
concorrer a outros cargos. O afastamento antes dos 6 meses, portanto, elimina 
a inelegibilidade e, também, a incompatibilidade para o exercício do mandato. 
Assim, os Chefes do Poder Executivo que queiram se candidatar a 
outros cargos (ex: um Prefeito Municipal que queira concorrer à eleição do 
cargo de Deputado Federal) deverão se afastar definitivamente do cargo, 
através da renúncia, em até 6 meses da eleição. 
Porém, importa considerar que a desincompatibilização só é 
aplicável quando o Chefe do Poder Executivo for concorrer a outros cargos 
diversos do que atualmente ocupa. Para concorrer à reeleição ao mesmo cargo 
que ocupa, não há que se falar em renúncia. 
Interessante questão é que o TSE já exarou entendimento no 
sentido de que o Parlamentar ou Vereador que, no exercício da Presidência 
da Câmara dos Deputados, Assembléia Legislativa ou Câmara de Vereadores, 
substituir o Chefe do Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito) nos 
últimos 6 meses antes das eleições, torna-se inelegível para a reeleição no 
mesmo cargo do Poder Legislativo. 
Exemplo: um Vereador que, no exercício da Presidência da Câmara 
de Vereadores, substitui o Prefeito Municipal nos últimos 6 meses antes das 
eleições, torna-se inelegível para concorrer às eleições para o cargo de 
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Vereador! O TSE afirma que é irrelevante a circunstância de ser a candidatura 
à reeleição ao mandato parlamentar. In verbis: 
"Inelegibilidade (CF, art. 14, § 6°). Substituição de Chefe de 
Poder Executivo por Presidente de Poder Legislativo nos seis meses 
anteriores ao pleito eleitoral". 
"Presidente da Câmara Municipal. Substituição de prefeito. 
Candidatura a vereador. Inelegibilidade. O presidente da Câmara 
Municipal que substitui ou sucede prefeito nos seis meses 
anteriores à eleição torna-se inelegível para o cargo de 
vereador. (...)" (Ac. n° 16.813, de 27.11.2001, rel. Min. Garcia 
Vieira.) 
Assim sendo, por esse posicionamento do TSE, está impossibilitado 
o Presidente da Câmara de assumir o cargo de Prefeito Municipal no período 
dos seis meses que antecedem as eleições, sob pena da inelegibilidade 
constitucional. 
2. Inelegibilidade por Motivos de Parentesco. 
Regra prevista no art. 14, § 7°, da CF-88, que impõe a 
inelegibilidade, no território da circunscrição do titular, do cônjuge e dos 
parentes consangüíneos e afins, até 2° grau ou por adoção dos Chefes do 
Poder Executivo (Presidente da República, Governadores dos Estados e do DF e 
Prefeitos), ou de quem os haja substituído dentro dos 6 (seis) meses 
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato á 
reeleição. 
Esta é a inelegibilidade chamada de reflexa pela doutrina, pois é 
uma inelegibilidade decorrente da titularidade de um mandato eletivo que 
reflete diretamente nos parentes do titular. 
Texto constitucional: 
Art. 14 
§ 7° - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o 
cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o 
segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de 
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Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito 
ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores 
ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à 
reeleição. 
Esta regra proibitiva tem fundamento para existir: evitar a 
perpetuação de famílias no Poder! Nessa linha, decisão do STF: 
"Inelegibilidade. Art. 14, § 7°, da Constituição do Brasil. O art. 14, 
§ 7°, da Constituição do Brasil, deve ser interpretado de maneira a 
dar eficácia e efetividade aos postulados republicanos e 
democráticos da Constituição, evitando-se a perpetuidade ou 
alongada presença de familiares no poder." (RE 543.117-AgR, Rel. 
Min. Eros Grau, julgamento em 24-6-2008, Segunda Turma, DJE 
de 22-8-2008.) 
Cabem aqui algumas considerações: 
1. a inelegibilidade é no território da circunscrição do 
titular. Assim, na esfera Municipal, o cônjuge, e parentes até 
o 2° grau do Prefeito não poderão candidatar-se aos cargos 
de Prefeito e Vereador; por sua vez, na esfera Estadual, o 
cônjuge e referidos parentes do Governador não poderão 
candidatar-se a qualquer cargo eletivo em todo o Estado 
(Governador, Deputado Federal, Senador, Deputado 
Estadual, Prefeito e Vereador de qualquer Município 
pertencente ao Estado); por fim, quanto ao Presidente da 
República, estão impedidos de pleitearem qualquer cargo 
eletivo no país inteiro! 
2. parentes envolvidos: cônjuge (por casamento), parentes 
consangüíneos ou afins até o 2° grau ou por adoção. É 
costume em provas trocarem 2° grau por 3° ou 4° grau, ou 
afirmarem que são elegíveis os parentes por adoção, para 
levarem o candidato a erro. Tomem cuidado! 
Atenção! 
É pacífico o entendimento do TSE que a União Estável enseja 
também a inelegibilidade do art. 14, §7° da CF-88. Na Consulta 
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n° 845/2003, o TSE exarou a seguinte decisão: 
"Consulta. Elegibilidade. Parentesco. Respondida nos seguintes 
termos: 
1. Os casos de inelegibilidade estão previstos na Constituição 
Federal e na LC n° 64/90. 
2. É inelegível o irmão ou irmã daquele ou daquela que mantém 
união estável com o prefeito ou prefeita." 
RO - RECURSO ORDINÁRIO n° 1101 -
REGISTRO DE CANDIDATURA. CANDIDATO A DEPUTADO 
ESTADUAL. CONFIGURAÇÃO DE PARENTESCO POR AFINIDADE. 
UNIÃO ESTÁVEL. INELEGIBILIDADE. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. 
1. A Jurisprudência do TSE é pacífica no sentido de que "a união 
estável atrai a incidência da inelegibilidade prevista no art. 14, § 
7°, da Constituição Federal" (REspe n° 23.487), com a ressalva de 
que o mero namoro não se enquadra nessa hipótese (REspe n° 
24.672). 
3. os parentes dos substitutos do titular nos últimos 6 meses 
anteriores ao pleito também são alcançados pela 
inelegibilidade! 
4. os parentes que já possuem mandato eletivo poderão 
normalmente concorrem à reeleição ao mesmo cargo. Ex: 
filho do Presidente da República que já é Deputado Federal, 
poderá se candidatar a sua reeleição sem incidir a 
inelegibilidade; no entanto, caso queira candidatar-se a 
Governador de Estado, será considerado inelegível. Isto 
porque a CF-88 faculta apenas concorrer à reeleição, não 
autoriza a pleitear outro cargo. 
Observação 1: Renúncia de mandato e inelegibilidade por Motivos de 
Parentesco. 
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Item interessante de análise no Direito Eleitoral, possivelmente cobrado em 
provas de nível mais elevado, decorrente da grande casuística desse tema 
(inelegibilidades), é a questão da renúncia de mandato para que parentes 
possam concorrer a determinados cargos eletivos. 
O TSE tinha adotado antigo entendimento na Súmula 6 de que seriam 
inelegíveis os parentes do Chefe do Poder Executivo independentemente de 
renúncia antes dos 6 meses do pleito. 3 
Este entendimento, contudo, foi superado em novas decisões exaradas pela 
Corte, que não mais aplicam tal orientação (Acórdão n° 19.442, de 
21/08/2001, Resolução n° 20.931, de 20/11/2001 e Acórdão n° 3043. de 
27/11/2001). 
Agora, segundo o TSE, o Cônjuge e os parentes do chefe do Executivo são 
elegíveis para o mesmo cargo do titular, quando este for reelegível e tiver 
se afastado definitivamente até seis meses antes do pleito. 
Desse modo, com o afastamento do Chefe do Executivo 6 meses antes da 
eleição, seus parentes poderão concorrer a todos os cargos eletivos, 
inclusive ao cargo por ele ocupado (Prefeito, Governador, Presidente), desde 
que este pudesse reeleger-se. Assim, poderá ele, através da renúncia, afastar 
por completo a inelegibilidade reflexa sobre seus parentes. 
Outra circunstância é se o Chefe do Executivo estiver em seu 2° mandato! Se 
não puder mais reeleger-se no mesmo cargo, a renúncia ao mesmo em até 6 
meses do pleito não surtirá qualquer efeito sobre a inelegibilidade de seus 
parentes para o mesmo cargo de Chefe do Executivo. Isto porque, se a lei 
permitisse os parentes candidatarem-se ao mesmo cargo de Chefe do 
Executivo com a renúncia do titular 6 meses antes do pleito, estando ele no 
seu 2° mandato, estaria ela possibilitando um 3°, um 4°..., mandato 
consecutivo na família. 
Por outra banda, os parentes não estarão inelegíveis para concorrerem a 
outros cargos, diversos do titular (ex: Vereador, Deputado Estadual e 
Federal, Senador, etc), se o titular renunciar antes de 6 meses das eleições, 
mesmo sendo o 2° mandato do Chefe do Executivo! 
S ú m u l a s u p e r a d a : TSE Súmula n° 6 - DJ 28, 29 e 30/10/92. Cargo de Prefeito - Inelegibilidade - Cônjuge, Parentes 
e Titular que Haja Renunciado. É inelegível para o cargo de Prefeito, o cônjuge e os parentes indicados no § 7° do Art. 
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Assim, o filho do Prefeito poderá concorrer ao cargo de Vereador se o Prefeito, 
estando no 1° ou mesmo no 2° mandato, renunciar ao cargo em até 6 meses 
do pleito. 
Nestas circunstâncias, para o filho do Prefeito concorrer ao cargo de Prefeito 
Municipal, o atual Prefeito deveria estar em seu 1° mandato e deveria 
renunciar até 6 meses antes das eleições. Neste caso o filho seria elegível. No 
entanto, se o Prefeito estivesse em seu 2° mandato, nem com a renúncia 
prévia do Prefeito o seu filho poderia candidatar-se, pois se fosse possível, 
haveria pelo menos 3 mandatos na família. 
Observação 2: Dissolução de casamento e inelegibilidades. 
O TSE vinha entendendo que a dissolução do casamento (separação ou 
divórcio) do titular do cargo executivo na vigência do 1° mandato importava 
em dissolução também para fins eleitorais. Com isso, com a separação judicial 
ou divórcio no 1° mandato seriam eliminadas as inelegibilidades reflexas aos 
parentes do titular do cargo. 
Por sua vez, somente se a dissolução ocorresse no 2° mandato, as 
inelegibilidades remanesceriam em vista do "comprometimento da lisura 
eleitoral" 4 
No entanto, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante n° 18, 
que impõe a inelegibilidade do ex-cônjuge, que tenha por dissolvido o vínculo 
conjugal em qualquer mandato (seja no 1° mandato ou no 2° mandato). 
Sumula Vinculante 18: 
A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso 
do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7° do 
artigo 14 da ConstituiçãoFederal. 
As bancas certamente adotarão o entendimento do STF, a despeito de 
sedimentada jurisprudência do TSE dividindo em 2 situações diversas: 
separação ou divórcio no 1° e no 2° mandato. 
14 da Constituição, do titular do mandato, ainda que este haja renunciado ao cargo há mais de seis meses do pleito. 
4 TSE - Resolução n° 21.475 - Consulta n° 923 - Rel. Min. Barros Monteiro, decisão: 26-8-03. 
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Resumo: 
1. a inelegibilidade reflexa é aquela que decorre da vinculação de 
parentesco com um Chefe do Executivo, tornando inelegíveis o cônjuge e 
parentes consangüíneos e afins até 2°, bem como adotivos; 
2. com a renúncia do Chefe do Executivo em até 6 meses antes do pleito, 
estando ele em seu 1° mandato, resta afastada esta inelegibilidade 
reflexa dos parentes, tanto para concorrerem ao mesmo cargo do titular 
(Chefe do Executivo), quanto para qualquer outro cargo; 
3. caso o Chefe do Poder Executivo esteja em seu 2° mandato, a prévia 
renúncia afastará a inelegibilidade de seus parentes para concorrerem a 
outros cargos, mas não afastará para concorrerem ao mesmo cargo de 
Chefe do Executivo (evitar a perpetuação da família no Poder). 
4. STF (Súmula Vinculante n° 18): dissolução do casamento em 
qualquer mandato implica em inelegibilidade do ex-cônjuge; 
5. TSE: com a dissolução do casamento no 1° mandato, as 
inelegibilidades reflexas são também eliminadas; no 2° mandato as 
inelegibilidades remanescem. 
3. Inelegibilidade dos Militares. 
O Militar será inelegível se não atender às seguintes condições de 
elegibilidade específicas: 
• se contar com menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da 
atividade; 
• se contar com mais de 10 anos de serviço, será agregado pela 
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da 
diplomação, para a inatividade. 
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§ 8° - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes 
condições: 
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se 
da atividade: 
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela 
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no 
ato da diplomação, para a inatividade. 
4. Inelegibilidades Legais. 
A CF-88, em seu art. 14, §9°, que LEI COMPLEMENTAR 
estabeleceria outros casos de inelegibilidades não dispostos no texto da 
Constituição. In verbis: 
CF-88 
Art. 14 
§ 9° Lei complementar estabelecerá outros casos de 
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger 
a probidade administrativa, a moralidade para exercício de 
mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade 
e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico 
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na 
administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional de Revisão n° 4, de 1994) 
Como já dito, nenhuma outra espécie normativa (Lei Ordinária, 
Medidas Provisórias, Resoluções, Portarias, etc) poderá estabelecer normas 
sobre inelegibilidades, sendo inconstitucional qualquer normação sobre 
inelegibilidade que não seja por Lei Complementar. 
Ademais, as Leis Complementares somente poderão disciplinar 
novas inelegibilidades relativas, pois as inelegibilidades absolutas 
(inalistáveis e analfabetos) são previstas expressamente na Constituição 
Federal. 
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11. Princípio da Anualidade - Anterioridade da Lei Eleitoral. 
A Constituição é clara ao declarar que toda lei que vier a alterar o 
processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, mas não terá 
eficácia nas eleições que ocorram até 1 ANO da data inicial de sua vigência. 
Isto é, em linguagem simples, caso o Congresso Nacional aprove 
uma possível Reforma Eleitoral que altere o processo eleitoral (ex: Projeto de 
Lei que altere o Código Eleitoral), esta nova lei somente terá aplicação às 
eleições que ocorrerem com 1 ANO após a sua vigência. Frise-se que a sua 
vigência é imediata, apenas não tem eficácia nas eleições 1 ano após. 
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na 
data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 1 
(um) ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional n° 4, de 1993) 
Inclusive a grande discussão do "Projeto Ficha Limpa" foi 
exatamente sobre este ponto: aplica-se ou não às eleições 2010? Isto porque 
a Lei Complementar n° 135/2010, que alterou a Lei Complementar n° 64/90, 
entrou em vigor menos de 1 ANO das eleições 2010. 
A dúvida surgiu com base na interpretação do art. 16 da CF-88, 
especialmente do termo "processo eleitoral". 
Em suma, o TSE exarou entendimento no sentido de que o 
processo eleitoral não abarca todo o direito eleitoral, mas apenas o conjunto 
de atos necessários ao funcionamento das eleições por meio do sufrágio 
eleitoral. Com isso, o TSE decidiu no sentido de que a Lei da Ficha Limpa não 
altera o processo eleitoral pelo fato de ter entrado em vigor antes do seu início 
e, portanto, não se enquadraria no que prevê o artigo 16 da 
Constituição. 
Desse modo, o TSE decidiu pela aplicação do Projeto Ficha Limpa 
às eleições 2010, pela não incidência do art. 16 da CF-88, sob o fundamento 
de que a LC n° 135/2010 não tratava de "processo eleitoral". O STF, em 
recente decisão, decidiu finalmente não aplicar a Lei n° 135/2010 às eleições 
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2010, contrariamente ao decidido pelo TSE. 
Portanto, todos os candidatos eleitos nas eleições 2010 com "ficha 
suja" não poderão mais ter seus mandatos cassados pela Justiça Eleitoral! 
Somente será aplicável às próximas eleições. 
Partidos Políticos. 
12. Princípio da Liberdade na criação e transformação dos 
Partidos Políticos. 
Tanto a CF-88 quanto a Lei dos Partidos Políticos prelecionam que 
a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos é LIVRE em todo o 
país, observando-se as condições estabelecidas na CF e na Lei. 
Destaco que esta liberdade de criação, fusão, incorporação e 
extinção de partidos políticos, deve respeitar alguns limites, qual sejam: 
resguardar: 
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Obs: este é um tema provável da Prova Discursiva do cargo de 
1. a soberania nacional, 
2. o regime democrático, 
3. o pluripartidarismo, 
4. os direitos fundamentais da pessoa humana 
Além disso, devem observar os seguintes preceitos: 
1. caráter nacional; 
2. proibição de recebimento de recursos financeiros de 
entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação 
a estes; 
3. prestação de contas à Justiça Eleitoral; 
4. funcionamento parlamentar de acordo com a lei. 
Vocês! Analista Judiciário - Área Judiciária. 
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CF-88 
Art. 17. É LIVRE a criação, fusão, incorporação e extinção de 
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o 
regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos 
fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes 
preceitos: 
I - caráter

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