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Atenção Primária à Saúde e Agentes Comunitários

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Pedro Lucas Cariri Moura – 1º Período 
FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá, 2019/2 
Data: 01/12/2019 
Integração Ensino-Serviço-Comunidade I – IESC I 
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Agentes Comunitários de Saúde 
• Faz o cadastro das famílias da comunidade; 
• Realiza visitar periódicas domiciliares; 
• Orienta, ouve, acolhe e direciona o usuário do serviço público; 
• Identifica através das famílias, problemas que podem se estender às comunidades; 
• Identifica e orienta, direcionando outros setores para correção de problemas com origem 
higiênica e sanitária; 
• Acompanha e orienta as gestantes e posteriormente acompanha o bebê. 
Apoio Matricial 
• É o arranjo organizacional que viabiliza o suporte técnico em áreas específicas para equi-
pes responsáveis pelo desenvolvimento de ações básicas de saúde. Em outras palavras, se 
propõe a dar suporte, discutir, a intervir conjuntamente a capacitar os profissionais da APS 
para o dia-a-dia da unidade. 
• Qualificar as equipes da APS para uma atenção ampliada, bem como para a distin-
ção dos casos que podem ser acolhidos neste nível de atenção, voltado para reais si-
tuações que necessitam de um cuidado especializado. 
 
 
Atenção Primária à Saúde (APS) 
• Atuação de forma regionalizada, conti-
nua e sistematizada; 
• Baseia-se na necessidade de saúde uma 
população; 
• Integra ações preventivas e curativas; 
• Atenção aos indivíduos e comunidades; 
• Porta de entrada ao sistema de saúde; 
• Organiza fluxos dos serviços nas redes 
de saúde; 
• Orienta sobre a prevenção de doenças; 
• Soluciona possíveis casos de agravos; 
• Direciona os níveis de atendimento 
desde o atendimento de baixa comple-
xidade ao de altíssima complexidade. 
Conceito de Atenção Primária 
Atenção primária – é um conjunto de in-
tervenções de saúde no âmbito individual e 
coletivo que envolve: 
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• Promoção, prevenção, diagnóstico, tra-
tamento e reabilitação; 
• Exercício de práticas gerenciais e sani-
tárias, democráticas e participativas; 
• Atua sob a forma de trabalho em 
equipe, dirigidas a populações de terri-
tórios bem delimitados; 
• Tecnologia de elevada complexidade e 
baixa densidade; 
• Resolve os problemas de saúde de 
maior relevância; 
• Orienta-se pelos princípios da universa-
lidade, acessibilidade, continuidade, in-
tegralidade, responsabilização, humani-
zação, equidade, vínculo e participação 
social; 
• Considera o sujeito em sua singulari-
dade, complexidade, integralidade e in-
serção sociocultural; 
• Busca a promoção da saúde, prevenção 
de doenças e redução de danos ou sofri-
mento que comprometam o bem-estar. 
• Possibilita a entrada do indivíduo no 
sistema de saúde; 
• Fornece atenção para todas as condi-
ções, com exceção das raras. 
Funções 
• Resolução – visa resolver a maioria dos 
problemas de saúde da população; 
• Organização – administrar as logísti-
cas de fluxo e contrafluxo dentro do sis-
tema de serviços de saúde; 
• Responsabilização – responsabilizar-
se pelo indivíduo, independentemente 
do nível de complexidade em que se en-
contra. 
Princípios 
• Primeiro contato; 
• Longitudinalidade; 
• Integralidade; 
• Coordenação; 
• Abordagem familiar; 
• Enfoque comunitário. 
Acessibilidade – pode ser analisada atra-
vés da disponibilidade, comodidade e acei-
tabilidade do serviço pelos usuários. 
• Disponibilidade – obtenção da atenção 
necessário ao usuário e sua família, em 
quaisquer situações ou nível de atendi-
mento; 
• Comodidade – é o tempo de espera do 
usuário, a logística do atendimento, a 
disponibilidade de profissionais, a es-
trutura do ambiente de atendimento; 
• Aceitabilidade – relaciona-se com a sa-
tisfação dos usuários com a localização, 
aparência do serviço, a aceitação da 
prestação dos serviços e dos responsá-
veis pelo atendimento; 
• Longitudinalidade – lidar com o cres-
cimento e mudanças dos indivíduos ao 
longo do tempo. 
Esse último ponto pode ser analisado a par-
tir dos seus benefícios, como: 
• Menor utilização dos serviços; 
• Melhor atenção preventiva; 
• Atenção mais oportuna e adequada; 
• Menos doenças preveníveis; 
• Melhor reconhecimento dos problemas 
dos usuários; 
• Menos hospitalizações; 
• Custos totais mais baixos. 
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Integralidade da APS 
• Reconhecimento das necessidades da 
população; 
• Prestar serviços para necessidades co-
muns; 
• Identificar necessidades específicas; 
• Ajuste a realidade do território; 
• Diagnóstico adequado da situação de 
saúde; 
• Prevenção de doenças e agravos; 
• Restauração e manutenção da saúde; 
• Prestar atendimentos gerais; 
• Identificar outros pontos de atenção ne-
cessário; 
• Ter um sistema de apoio (diagnóstico e 
terapêutico; 
• Ter um sistema logístico (transporte sa-
nitário, central de agendamento de con-
sultas, prontuário eletrônico, etc.) 
Coordenação 
• Harmonia numa ação ou esforço co-
mum. 
• Disponibilidade de informação a res-
peito dos problemas de saúde e serviços 
prestados; 
• Prontuários clínicos eletrônicos; 
• Informatização do sistema; 
• Compartilhamento entre profissionais 
da ESF e especialistas. 
Centralização na Família 
• Conhecimento dos membros dos domi-
cílios e do território; 
• Adaptar-se aos novos conceitos, estru-
turas e composições familiares; 
Atualmente, considera-se como família to-
das as pessoas que convivem na mesma re-
sidência e tem um vínculo estabelecido, 
seja ele emocional, seja ele sanguíneo. 
• Acompanhamento de um número defi-
nido de famílias por território; 
• Ações de promoção de saúde, preven-
ção, recuperação, reabilitação de doen-
ças e agravos mais frequentes, manu-
tenção da saúde na comunidade; 
• Abordagem familiar; 
• Personalização das intervenções, com 
base na estrutura familiar; 
• Cadastro das familiar; 
• Análise da fase do ciclo da vida das fa-
mílias; 
• Identificar o surgimento de doenças 
crônica ou agudas de maior impacto; 
• Estabelecimento de um vínculo natural 
entre família e equipe; 
Orientação Comunitária 
• Ajustar programas que atendam às ne-
cessidades específicas de saúde de uma 
população definida; 
• Definir e caracterizar a comunidade; 
• Identificar os problemas de saúde; 
• Adotar programas para abordar esses 
problemas; 
• Monitorar a efetividade desses progra-
mas; 
• Envolvimento da comunidade nas to-
madas de decisão em todos os níveis de 
atenção – viabiliza-se através do con-
trole social, instituição de conselhos lo-
cais e municipais de saúde, além das 
conferências de saúde. 
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Condições crônicas 
• Atenção à demanda espontânea; 
• Gerenciamento eficaz de doenças como 
HIV/Aids, diabetes e a depressão; 
• Responsáveis por 60% de todo o ônus 
decorrente das doenças no mundo; 
• Em 2020 será responsável por 80% da 
carga de doença dos países em desen-
volvimento; 
• Aderência a tratamentos chega a apenas 
20%; 
• Controlar as doenças/agravos de maior 
relevância; 
• Adoção de tecnologias de gestão da clí-
nica, tais como as diretrizes clínicas; 
• Gestão de patologias; 
Atributos da APS 
• Ser porta de entrada para o sistema; 
• Garantir acompanhamento contínuo do 
paciente; 
• Adotar práticas que visualizem o indi-
víduo em sua complexidade; 
• Coordenar as diversas ações com o in-
tuito de atender às necessidades 
frequentes, tal como as necessidades 
complexas; 
• Oferecer serviços preventivos e curati-
vos; 
• Garantir acesso a todos os tipos de ser-
viços para todas as faixas etárias por 
meio de encaminhamento, quando ne-
cessário; 
• Articular os diversos serviços e setores 
de forma integrada, com o intuito de 
atender a demanda e necessidade da po-
pulação; 
• Participação da comunidade nas deci-
sões sobre a sua saúde; 
• Conhecimento das necessidades da po-
pulação adscrita, correlacionando-se os 
contextos sociais e econômicos; 
• Consideração da dinâmica e contexto 
familiar, baseando-se no conhecimento 
dosmembros familiares; 
• Reconhecimento das diferentes necessi-
dades dos grupos populacionais, obser-
vando-se suas características étnicas, 
raciais, culturais; 
• Compreender os processos saúde-enfer-
midade. 
Carta de Ottawa (1986) 
• Contribuir com as políticas de saúde em todos os países, de maneira equânime e universal; 
• Atingir a saúde para todos até o ano de 2000; 
• Ocorreu na Primeira Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde; 
• Ocorreu em Ottawa, Canadá, novembro de 1986; 
• Implementação de políticas públicas saudáveis; 
• Criação e ambientes saudáveis; 
• Capacitação da comunidade; 
• Desenvolvimento de habilidade individuais e coletivas; 
• Reorientação de serviços de saúde; 
• Promoção de saúde; 
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• Paz, habitação, educação, alimentação, renda, ecossistema estável, recursos sustentáveis, 
justiça social e equidade; 
• Fatores políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientais, comportamentais e biológi-
cos. 
Conceito de Saúde 
• Político – direito de todos e dever do estado. 
• Segundo OMS – completo estado de bem-estar físico, mental, social e não apenas a au-
sência de enfermidades. 
• Conceito contemporâneo – é o bem coletivo que é compartilhado individualmente por 
todos os cidadãos, sendo respeitando em todas as dimensões, de modo a respeitar as ex-
pressões de cada pessoa de acordo com sua cultura, condição socioeconômica, crenças e 
etc. 
Conferência Mundial de Saúde de Alma-Ata (1978) 
• Necessidade de todos os governos promover a saúde para todos os povos do mundo; 
• Saúde é um direito humano fundamental; 
• Promoção e proteção da saúde dos povos é fundamental para o desenvolvimento econô-
mico e social; 
• Dever das populações e das nações planejar e executar cuidados de saúde; 
• Prioridade à Atenção Primária; 
• Saúde – completo bem-estar físico, mental e social. 
Constituição de 1988 
• Universalidade, integralidade, regionalização, hierarquização, descentralização, democra-
tização. 
• Saúde é um direito de todos e é dever do estado promove-la. 
Determinantes Sociais na Saúde (DSS) 
• São as condições em que uma pessoa vive e trabalha. Também podem ser considerados os 
fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que 
influenciam a ocorrência de problemas de saúde. 
• Também são representados como os fatores de risco à população como moradia, alimen-
tação, escolaridade, renda e emprego. 
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• 1º nível – fatores comportamentais e estilo de vida, está ligado às escolhas individuais e 
suas consequências. 
• 2º nível – comunidades e suas redes de relações, está ligado aos laços de coesão social, 
relações de solidariedade, confiança entre pessoas e grupos, criação de redes de contato 
que visam melhorar as condições de saúde. 
• 3º nível – condições de vida e trabalho, condições mais ligadas à governabilidade, à lo-
gística municipal, estadual e federal, refere-se à atuação política sobre as condições mate-
riais e psicossociais da população. 
• 4º nível – macrodeterminantes, condições econômicas, culturais e ambientais da socie-
dade, possui grande influência sobre as demais camadas. 
 Estratégia de Saúde da Família (ESF) 
• Predomina o atendimento emergencial ao doente; 
• Proximidade entre unidade e usuário; 
• Maior adesão a tratamentos e intervenções propostas; 
• Implantado pelo ministério da saúde em 1994; 
• A família vira o foco de atenção; 
• Compreensão ampliada do processo saúde/doença; 
• Resolução de problemas dentro da Atenção Básica (AB), sem necessidade da intervenção 
de média e alta complexidade; 
• Promoção, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos frequentes; 
• Estratégia prioritária; 
• Funciona com base no cadastramento e vinculação dos usuários; 
Composição – uma equipe multiprofissional que possui, no mínimo: 
• Médico generalista ou especialista em saúde da família ou médico de família e comuni-
dade; 
• Enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família; 
• Auxiliar ou técnico de enfermagem; 
• Agentes Comunitários de Saúde (ACS); 
Também há a equipe de Saúde Bucal, composta por: 
• Cirurgião-dentista generalista ou especialista em saúde da família; 
• Auxiliar e/ou técnico em Saúde bucal. 
O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da população cadastrada. 
• Máximo de 750 pessoas por agentes; 
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• 12 ACS por equipe de Saúde da Família. 
Observação – cada equipe de Saúde da Família deve ser responsável por, no mínimo, 4000 
pessoas de uma determinada área. 
• Cada equipe se responsabiliza por cerca de 1000 famílias dentro de sua área geográfica; 
• Mapeamento da área, compreendendo segmento populacional determinado; 
• Território específico; 
• Área geográfica de abrangência da Unidade/Equipe de Saúde. 
Atribuições dos Profissionais da ESF 
Médico – deve realizar atividades, programas que visem a demanda espontânea, de forma 
compartilhada. 
• Realiza consultas clínicas; 
• Pequenos procedimentos cirúrgicos; 
• Realiza visitas nos domicílios ou em espaços comunitários; 
• Responsabiliza-se pela internação hospital ou domiciliar e acompanhamento do usuário; 
• Realizar e fazer parte das atividades de educação permanente dos membros da equipe; 
• Participar do gerenciamento de insumos. 
Agente Comunitário de Saúde – tem contato direto com a população sendo responsável por 
analisar a demanda territorial e registro de dados essenciais para o funcionamento da unidade. 
• Cadastrar todas as pessoas do território, mantendo os cadastros atualizados e disponíveis 
para consulta; 
• Realizar visitas domiciliares; 
• Atuar na organização de ações educativas; 
• Integrar população adscrita e unidade; 
• Desenvolver atividades de promoção de saúde, prevenção de doenças e agravos, vigilância 
de saúde; 
• Realizar a média de visitas/mês considerando os critérios de risco e vulnerabilidade; 
• Acompanhamento de condicionalidades como Bolsa família e outros programas similares; 
• Responsabilizado por toda a população cadastrada. 
Hierarquização do SUS: Níveis de Complexidade 
• Nível primário – postos de saúde, consistem em 80 a 85% de resolução de demanda. 
• Nível secundário – engloba atividades assistenciais baseadas nas quatro especialidades 
médicas básicas: Clínica Médica, Ginecologia/Obstetrícia, Pediatria e Clínica Cirúrgica 
(microrregião). 
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• Nível terciário – é o nível no qual estão os casos mais complexos e costumeiramente, que 
envolvem maiores danos à saúde ou mesmo risco de morte, procedimentos de alto custo, 
como um hospital (macrorregião). 
Assistência Hospitalar 
Hospitais locais, de pequeno porte ou de sede de módulo assistencial – estrutura de pe-
queno porte – de 30 a 50 leitos – em regime de internação em clínica médica, pediátrica e 
obstétrica (parto normal) e assistência ambulatorial de referência para o restante da rede bá-
sica local nas situações de pequenas urgências e/ou que necessitam observação por mais de 
24h. 
Hospitais microrregionais – estrutura de médio porte – de 50 a 100 leitos – para atenção em 
regime de internação nas 4 clínicas básicas (médica, cirúrgica, geral e ginecológica – pediá-
trica e GO – parto normal e cirúrgico) com Centro de Recuperação pós-anestésico e estrutura 
para atenção às urgências clínicas e cirúrgicas nas 24h. 
Hospitais regionais – estrutura ampliada com mais de 100 leitos destinados a garantir atenção 
de maior complexidade em regime de internação, tanto em clínicas básicas, como em clínicas 
especializadas. Estrutura para tratamento intensivo e serviço de atenção às urgências clínicas 
e cirúrgicas, com plantão nas 24h, nas 4 clínicas básicas. 
• Cada região deve contar com pelo menos uma unidade hospitalar de referência; 
• 10% dos atendimentos destinados à população proveniente dos municípios dessa região. 
História da Saúde Público no Brasil 
1. De 1500 ao Brasil Império 
• Não existiam políticasde saúde; 
• Muitos indígenas morreram pelas “doenças do homem branco”; 
• Acesso à saúde determinado pela classe social do indivíduo; 
• Escravos e indígenas dependiam de caridade e crenças; 
• Instituições religiosas como Santas Casas de Misericórdia; 
• No ano de 1808, com a chega da família real, foram criados os primeiros cursos de Medi-
cina; 
• Substituição gradual de médicos estrangeiros por brasileiros. 
2. Após a independência do Brasil 
• D. Pedro II cria órgãos para inspeção da saúde pública; 
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• Adoção de medidas voltadas para o saneamento básico; 
• Final do século XIX e início do XX, o Rio de Janeiro contou com diversas ações de 
saneamento básico e campanhas de vacinação contra a varíola; 
• Ministério da Saúde foi criado em 1953, iniciando-se as primeiras conferências sobre 
saúde pública no Brasil; 
• Ideia de criar um sistema único de saúde; 
• Ditadura vetou diversos orçamentos voltados a saúde, intensificação das doenças; 
• Movimento Sanitarista – discutiam as mudanças necessárias para a saúde pública no 
Brasil. 
• 8ª Conferência Nacional da Saúde, 1986. O documento criado tornou-se um esboço para 
a posterior criação do SUS – Sistema Único de Saúde. 
• Constituição de 1988 – a saúde é um direito do cidadão e um dever do governo. 
História do Conceito de Saúde 
 
1. Hipócrates 
• Visão racional da medicina; 
• A doença tem uma causa natural, desvinculada da concepção religiosa; 
• Existência de quatro fluídos (humores) principais do corpo: bile amarela, bile negra, fle-
uma e sangue; 
• A saúde era baseada no equilíbrio dos fluídos; 
• Homem – unidade organizada; 
• Doença – desorganização do homem; 
• Relacionada fatores ambientais às condições de saúde. 
2. Paracelsus 
• Afirmava que as doenças eram provocadas por agentes externos ao organismo. Se os pro-
cessos que ocorrem no corpo humano são químicos, os melhores remédios para expulsar 
a doença seriam também químicos e passou então a administrar aos doentes pequenas 
doses de minerais e metais. 
3. Criação do Microscópio 
• Revelava a existência de microrganismos causadores de doença; 
• Possibilitou a introdução de soros e vacinas; 
• Doenças agora poderiam ser prevenidas e curadas; 
• Nascimento da epidemiologia. 
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4. Criação da OMS 
• Reconhecimento do direito à saúde e da obrigação do Estado na promoção e proteção da 
saúde; 
• Saúde é o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a 
ausência da enfermidade. 
• Considerava a biologia humana, o meio ambiente, o estilo de vida e a organização da 
assistência à saúde. 
• Compreendia elementos como saneamento básico, fornecimento de água potável, alimen-
tos saudáveis; 
• Os serviços que prestam cuidados primários representam a porta de entrada para o sistema 
de saúde; 
• A saúde primária deve estar ligada ao desenvolvimento social e econômico, englobando 
educação em saúde, nutrição adequada, saneamento básico, cuidado materno-infantis, pla-
nejamento familiar, imunizações, prevenção e controle de doenças endêmicas e de outros 
frequentes agravos à saúde, provisão de medicamentos essências. 
• Constituição de 1988, Artigo 196º - “A saúde é direito de todos e dever do Estado, ga-
rantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença 
e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, 
proteção e recuperação”. 
Leis Orgânicas da Saúde 
• 8080/90 – Essa lei aborda as condições para promover, proteger e recuperar a saúde, além 
da organização e o funcionamento dos serviços também relacionados à saúde. 
• 8142/90 – Garante a participação popular na gestão do SUS. 
Núcleo de Apoio à Saúde da Família 
• Tem como objetivo apoiar a consolidação da Atenção Básica no Brasil; 
• Amplia as ofertas de saúde na rede de serviços; 
• Apoia a Estratégia de Saúde da Família; 
• Amplia as ações dentro da Atenção Primária em sua resolutividade, além dos processos 
de territorialização e regionalização; 
• Deve ser constituída por equipes de profissionais de diferentes áreas de conhecimento; 
• Compartilha as práticas em saúde nos territórios sob responsabilidade da eSF no qual o 
NASF está inserido. 
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Oitava Conferência Nacional de Saúde 1986 
• Construiu as bases do SUS, reestruturou o sistema de saúde, abrangeu o conceito de saúde 
sendo este dever do estado e direito do cidadão, além da proposta de implementar o SUS. 
Organização da Rede de Atenção à Saúde 
• A Atenção Primária de Saúde (APS) é o centro; 
• O paciente pode se locomover dentro dos diferentes níveis de atenção; 
• Há o acompanhamento do paciente através do referenciamento e do contrarreferencia-
mento; 
• APS deve ser a porta de entrada; 
• O objetivo das RAS é promover a integração sistêmica, de ações e serviços de saúde 
com previsão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada. 
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) 
• Aprovada em 21 de outubro de 2011 por meio da Portaria nº 2.488; 
• Revisão de diretrizes e normas da organização da Atenção Básica (AB) para a Estra-
tégia de Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde 
(PACS); 
• Define as principais responsabilidades do Estado dentro da AB.; 
• Autonomia para os municípios organizarem, executarem e gerenciarem os serviços e 
ações de AB dentro do seu território; 
• A nova PNAB foi aprovada em 21 de setembro de 2017 por meio da portaria nº 2436; 
• Reorganizou o financiamento da AB e permitiu ao gestor municipal compor as equipes de 
AB de acordo com as características e necessidades locais; 
• Territorialização, responsabilidade sanitária, porta de entrada preferencial, adscrição de 
usuários e desenvolvimento de relação de vínculo e responsabilização, acesso, acolhi-
mento deve estar presente em todas as relações de cuidado; 
• Política de Redução de Danos – políticas, programas que buscam reduzir as consequên-
cias adversas para a saúde, voltadas para os âmbitos sociais e econômicos do uso de drogas 
ilícitas e lícitas, sem necessidade de reduzir o seu consumo. 
Princípios do SUS 
1. Princípios Organizativos 
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• Regionalização – articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unifi-
cado do mesmo; 
• Hierarquização – divisão de níveis de atenção e garantia do acesso a serviços que façam 
parte da complexidade requerida, dentro dos limites de recursos de cada região; 
• Descentralização – redistribuição de poder e responsabilidade quanto as ações e serviços 
de saúde entre os vários níveis, baseando-se no princípio de dar maior resolutividade ao 
problema apresentado; 
• Participação Popular – participação da população nas decisões dentro da saúde, através 
dos Conselhos e das Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e 
avaliar a execução da política de saúde; 
• Resolutividade – a capacidade do serviço requisitado pelo indivíduo resolver as necessi-
dades baseando-se no nível de sua competência e na execução correta da assistência ne-
cessária. 
2. Princípios Doutrinários 
• Universalidade – é a garantia de atenção à saúde, por parte do sistema, a todo e qualquer 
cidadão; 
• Integralidade –considera as pessoas como um todo, atendendo as suas necessidades; 
• Equidade – tratar desigualmente os desiguais, investindo onde a carência é maior. 
Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS) 
• Foi instituído e regulamentado em 1997, é considerado parte da Saúde da Família, assim, 
é compreendido como estratégia transitória para a ESF. No PACS, as ações dos agentes 
comunitários de saúde são acompanhadas e orientadas por um enfermeiro/supervisor lo-
tado em uma unidade básica de saúde. 
Promoção e Prevenção 
• Promoção – desenvolver algo favorável à saúde, ir de encontro da saúde ao invés de evitar 
doenças. Refere-se às medidas que não se dirigem às doenças específicas,mas que visam 
aumentar a saúde e o bem-estar geral. 
• Prevenção – intervenções orientadas a evitar o surgimento de doenças específicas, redu-
zindo a sua incidência e prevalência nas populações. Seu objetivo é controlar a transmis-
são de doenças infecciosas e a redução do risco de doenças degenerativas ou outros agra-
vos específicos. 
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Reforma Sanitária 1970 
• Conjunto de ideias que tinha relação com as mudanças e transformações necessárias na 
área de saúde; 
• Envolvia todo o setor da saúde, buscando a melhoria das condições de vida da população; 
• Teve como marco institucional a 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, 
entre os políticos que se dedicaram a esta luta está o sanitarista Sergio Arouca; 
• Resultaram na universalidade do direito à saúde, oficializado na Constituição de 1988 e a 
criação do Sistema Único de Saúde (SUS). 
Resolutividade da Atenção Primária 
• É a capacidade de solucionar problemas de saúde de indivíduos em situação de vul-
nerabilidade social e biológica, norteada pelos seguintes atributos: acesso, longitudi-
nalidade, integralidade, coordenação. 
• Acesso – uso oportuno de serviços de saúde para alcançar os melhores resultados possíveis 
em saúde; 
• Longitudinalidade – lidar com o crescimento e as mudanças de indivíduos ou grupos no 
decorrer de um período de tempo; 
• Integralidade- reconhecer as necessidades de saúde da população e os recursos para 
abordá-la, a saúde deve estar pronta para o usuário; 
• Coordenação – é um estar em harmonia numa ação ou esforço comum. 
• Avaliada quanto a capacidade de atender a sua demanda e no encaminhamento de casos 
que necessitam de atendimento especializado dentro do sistema de saúde, estendendo-se 
desde a Atenção Primária até os níveis mais complexos de atenção; 
• Para funcionar corretamente, a eSF e o NASF devem estar completamente integrados de 
modo a garantir completa assistência à saúde e atender a demanda da população adscrita. 
Sistema Único de Saúde (SUS) 
• Foi instituído em 1988, a partir da Constituição Federal, passou a oferecer a todo cidadão 
brasileiro acesso integral, universal e gratuito a serviços de saúde, oferecendo procedi-
mentos ambulatoriais simples a atendimento de alta complexidade, como transplante de 
órgãos. 
• Promove campanhas de vacinação e ações preventivas de vigilância sanitária, como fis-
calização de alimento e registro de medicamento. 
1. Acesso à saúde anterior ao SUS 
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• Era de responsabilidade do Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social 
(Inamps); 
• A população atendida era aquela que trabalha em empregos formais e contribuía para a 
previdência; 
• A parcela desfavorecida recorria ao sistema particular e aos poucos serviços municipais, 
estaduais e de instituições assistencialistas como os hospitais universitários e as Santas 
Casas de Misericórdia; 
• Em suma, o sistema público de saúde atendia apenas os contribuintes da previdência so-
cial. 
Territorialização 
• Processo de se habitar e vivenciar um território, a partir da obtenção e análise de informa-
ções sobre as condições de vida e saúde de populações; 
• Criação de território de atuação com o intuito de subsidiar o planejamento; 
• Coleta sistemática de dados que vão informar sobre situações-problemas e necessidade 
em saúde de uma dada população de um território específico; 
• Identifica vulnerabilidades, populações expostas e a seleção de problemas prioritários para 
as intervenções; 
• Delimita território de abrangência; 
• Define a população e apropria-se do perfil da área e da comunidade; 
• Reconhece dentro da área de abrangência as barreiras e a acessibilidade; 
• Conhece a infraestrutura e os recursos sociais; 
• Levanta problemas e necessidades; 
• Identifica o perfil demográfico, epidemiológico, socioeconômico e ambiental; 
• Potencializa os resultados e recursos presentes no território. 
Vigilância em Saúde 
• Epidemiológica – reconhece as principais doenças de notificação compulsória e investiga 
epidemias que ocorrem em territórios específicos. Além disso, age no controle de doenças 
específicas; 
• Ambiental – se dedica às interferências dos ambientes físico, psicológico e social na sa-
úde. Suas ações são, por exemplo, o controle da água de consumo humano, o controle de 
resíduos e o controle de vetores de transmissão de doenças (insetos e roedores); 
• Sanitária – suas ações são o controle de bens, produtos, serviços, que oferecem riscos à 
saúde da população, como alimentos, produtos de limpeza, cosméticos, medicamentos. 
Também fiscalizam serviços de interesse da saúde como escolar, hospitais, clubes, 
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academias, parques e centros comerciais, além de processos produtivos que podem pôr 
em riscos e causas danos ao trabalhador e o meio ambiente. 
• Endemia – qualquer doença localizada em um espaço limitado, denominado “faixa endê-
mica”, ou seja, se manifesta numa determinada. 
• Epidemia – doença infecciosa e transmissível que ocorre numa comunidade ou região e 
pode se espalhar rapidamente entre as pessoas de outras regiões, originando um surto epi-
dêmico. 
	Agentes Comunitários de Saúde
	Apoio Matricial
	Atenção Primária à Saúde (APS)
	Conceito de Atenção Primária
	Funções
	Princípios
	Integralidade da APS
	Coordenação
	Centralização na Família
	Orientação Comunitária
	Condições crônicas
	Atributos da APS
	Carta de Ottawa (1986)
	Conceito de Saúde
	Conferência Mundial de Saúde de Alma-Ata (1978)
	Constituição de 1988
	Determinantes Sociais na Saúde (DSS)
	Estratégia de Saúde da Família (ESF)
	Atribuições dos Profissionais da ESF
	Hierarquização do SUS: Níveis de Complexidade
	Assistência Hospitalar
	História da Saúde Público no Brasil
	História do Conceito de Saúde
	Leis Orgânicas da Saúde
	Núcleo de Apoio à Saúde da Família
	Oitava Conferência Nacional de Saúde 1986
	Organização da Rede de Atenção à Saúde
	Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)
	Princípios do SUS
	Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS)
	Promoção e Prevenção
	Reforma Sanitária 1970
	Resolutividade da Atenção Primária
	Sistema Único de Saúde (SUS)
	Territorialização
	Vigilância em Saúde

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