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OAB - D ADMINISTRATIVO

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XXXI EXAME DE ORDEM - ADMINISTRATIVO - PRINCÍPIOS
Princípios do direito administrativo
A estruturação do direito administrativo é produzida pela Constituição, a qual delineia os princípios fundamentais, indica as situações em que será indispensável a existência de regras e fornece as diretivas de desenvolvimento do sistema normativo.
A atividade administrativa traduz o exercício de poderes-deveres, o que significa a vinculação quanto ao fim a ser atingido.
A atividade administrativa do Estado se subordina genericamente aos princípios consagrados na Constituição, tal como a República e a isonomia. 
1 – Princípio da Impessoalidade: todos são iguais perante o Estado, o que não impede discriminações contempladas na norma constitucional ou legal. Onde a norma legal não discriminou, é vedado introduzir inovações diferenciadoras.
A impessoalidade não afasta a exigência de tratamento igualitário para os iguais e não igualitário para os desiguais. 
2 – Princípio da Moralidade: exigência de compatibilidade da atividade administrativa com os valores éticos genericamente considerados. 
A moralidade reside no respeito à identidade, à autonomia e aos interesses dos terceiros. O princípio da moralidade interdita a obtenção de vantagens não respaldadas pela boa-fé. 
Exige que a atividade administrativa seja desenvolvida de modo leal e que assegure a toda a comunidade a obtenção de vantagens justas. 
3 – Publicidade: atos estatais sejam levados ao conhecimento de todos, ressalvadas hipóteses em que se justificar o sigilo. Desempenha duas funções complementares. 
A garantia da publicidade é a divulgação de informações de um modo impessoal e generalizado, para conhecimento público.
4 - Eficiência administrativa: utilização mais produtiva de recursos econômicos, de modo a produzir os melhores resultados.
Proibição do defeito: evitar o desperdício e a falha.
A eficiência transmite sentido relacionado com ao modo pelo qual se processa o desempenho da atividade administrativa; a ideia diz respeito, portanto, à conduta dos agentes.
Eficácia tem relação com os meios e instrumentos empregados pelos agentes no exercício de seus misteres na administração; o sentido aqui é tipicamente instrumental. 
Efetividade é voltada para os resultados obtidos com as ações administrativas; sobreleva nesse aspecto a positividade dos objetivos.
5 – Legalidade: atividade administrativa é um conjunto de ações dirigidas a conformar a autonomia dos particulares e a promover a satisfação dos direitos fundamentais que se desenvolve sob a égide da legalidade. 
Há diversos instrumentos previstos para produzir normas jurídicas.
Distinção entre lei e norma jurídica: lei é o instrumento físico em que se lança o texto legislativo; já a norma, é o comando que versa sobre a conduta, resultante de um processo lógico e valorativo desenvolvido a partir do texto das leis.
6 - Princípio da constitucionalidade: ninguém poderia ser obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude da Constituição. Essa tese funda-se na supremacia da Constituição na ordem jurídica.
Constituição é o conjunto de normas fundamentais, mas é insuficiente para disciplinar a atividade administrativa. É indispensável à lei (infraconstitucional) que funciona como garantia específica e precisa da existência de normas concretas e determinadas.
7 - Supremacia da lei: demonstra que a lei prevalece sobre o ato administrativo. O conflito entre as regras legais e as administrativas se resolve pela prevalência da lei.
8 – Discricionariedade: não significa que a Administração Pública seria titular de uma reserva de poder para escolher entre diversas alternativas. Não existe um poder discricionário inerente à função administrativa. 
A discricionariedade é atribuída pelo direito ao disciplinar o desempenho da função administrativa.
A discricionariedade é uma solução normativa orientada a obter a melhor solução possível, a adotar a disciplina jurídica mais satisfatória e conveniente para resolver o caso concreto. 
Discricionariedade normativa: visa complementar normas de conduta, de modo que a conduta futura das pessoas será qualificada como lícita ou ilícita não só em vista da disciplina prevista em uma lei, mas também pelos preceitos de um ato administrativo. 
A discricionariedade normativa administrativa se traduz na produção de regulamentos.
Discricionariedade decisória: escolher solução para determinado caso concreto, sem que daí derive o surgimento de normas gerais. 
Discricionariedade técnica: decisões administrativas se fundam em critérios técnico-científicos, os quais não são incorporados no corpo normativo produzido legislativamente. 
A discricionariedade é um modo de construção da norma jurídica, caracterizado pela atribuição ao aplicador da competência para produzir a solução por meio de ponderação quanto às circunstâncias.
9 – Princípio da Motivação: traduz na obrigação atribuída ao Poder Público de motivar todos os atos que edita, surgindo inclusive como requisito de validade.
Por motivação deve-se entender não só a referência ao dispositivo legal embasador do ato editado pela Administração, mas também a necessidade de se relacionarem os elementos que concretamente contribuíram para formar a convicção do administrador.
É imprescindível a motivação da atividade administrativa.
10 - Princípio da autotutela: pode ser traduzido pela obrigação conferida à Administração Pública de controlar os atos que edita de modo a retirar do ordenamento jurídico aqueles que se revelarem ilegítimos ou inoportunos.
Administração tem o dever de eliminar os atos nulos e a prerrogativa de revogar aqueles que, não obstante guardem a condição de legitimidade, não mais se justificam por inconvenientes e inoportunos em vista do interesse público.
11 - Princípio da isonomia: igualdade substancial, segundo a qual todos os homens seriam iguais quanto ao gozo e fruição de direitos e também à sujeição a deveres, noção essa que logo se inviabilizou pelas inúmeras diferenças existentes entre os indivíduos.
Isonomia: tratar igualmente aos iguais e desigualmente aos desiguais, na medida das suas desigualdades.
12 - Princípio da razoabilidade: é lícito ao Judiciário reapreciar os atos praticados pela Administração Pública para verificar a existência de uma relação de pertinência, de proporcionalidade, com o interesse público que surge como objetivo único a ser por ela perseguido.
Atitudes tomadas pelo Poder Público devem guardar proporcionalidade com os objetivos específicos a serem alcançados, sob pena de caracterização de desvio de finalidade.
Não estão na CF:
1. SUPREMACIA DO INTERESSE PUBLICO: 
Conflito: interesse publico prepondera sobre o privado
2. INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PUBLICO:
A administração pública não poderá olvidar para realizar interesse particular
Art. 37, caput: 
1. LEGALIDADE: A ADMINISTRAÇÃO SÓ PODE AGIR, CONFORME A LEI.
2. IMPESSOALIDADE: NÃO PODE SER PESSOAL
a) vedação a promoção da figura do agente publico por meio da publicidade institucional (§1º, Art. 37);
b) determina que a administração publica trate os particulares com isonomia. (Ex: licitação, os entes são os maiores compradores)
3. MORALIDADE: EXIGE A ATUAÇAO ÉTICA
Ética, honestidade, boa-fé 
4. PUBLICIDADE: É sinônimo de transparência pública
Toda informação pública possível, deverá ser disponibilizada para a sociedade, controle social, democracia.
Em regra, publicidade.
Excecionalmente, sigilo (art. 5, XXXIII, CF/88) - ATO CLASSIFICADOR – Lei (ultrassecreta, secreta, reservada)
1. Estado: ex: fronteiras do brasil, plano para proteção.
2. Sociedade: ex: endereços de vitimas de maus tratos, violência domestica
5- EFICIENCIA: Realizar o melhor planejamento, desempenho, para o melhor resultado.
Relaciona-se com os agentes públicos. 
CONTRADITORIO E AMPLA DEFESA: Art. 5, LV. 
Sempre que uma decisão administrativa puder resultar em prejuízo a terceiro identificável, devera ser concedido Contraditório e Ampla Defesa.
Ausência do contraditório = Ilegal
TPU – revogação para venda no Ibira.
AdministraçãoPublica
Conceito: 
Organização da Administração I
1) Administração Pública Direta (Entes públicos: Uniao, estados, municípios, distrito federal)
	1.1) Conceito: consiste no ente público e nos seus órgãos no exercício da atividade pública centralizada.
 
	1.2) Órgão: significa um conjunto de competência e atribuições definidas em lei, sem personalidade jurídica. Criado por LEI.
	1.3) Pessoal: Servidores Públicos – cargos públicos que pode ser em:
- comissão (é aquele que autoridade competente pode colocar quem quer e tirar quando quiser, não tem estabilidade nenhuma); e
- efetivo ( quando temos estabilidade- servidor público passou no concurso).
Servidor Público segue o Regime Jurídico Estatuto.
	1.4) Compra ou alienação de um bem público:
Em regra: Deve se utilizar de licitação, salvo a Lei 8.666/90 trabalha com algumas hipóteses de contratações diretas por dispensa ou por inexigibilidade.
2) Administração Pública Indireta (Entidades Publicas)
	Conceito: Consiste num conjunto de pessoas jurídica vinculadas a um Ente Público no exercício de atividade pública descentralizada. Administração indireta não possui relação hierárquica com a administração direta. (Decreto Lei 200/1967)
	2.1) Autarquias
	2.1.1) Conceito: As autarquias são pessoas jurídicas de direito público com autonomia administrativa para o exercício de atividades típicas da administração pública. Realização atividades típicas da administração publica direta.
	2.2.2) Tipos de Autarquias
	a) Autarquia comum: vide conceito acima.
	b) Autarquias sobre regime especial: são as agencias 
	b.1) Agências reguladoras: tem como missão fiscalizar ou intervir na prestação de um serviço público ou na exploração de uma atividade econômica. (Anatel, Anael, Anac, Anp, Antt).
	Conhecimento notório, com mandato (segurança jurídica), salvo processo judicial ou vontade própria. 
	Período de quarentena: não pode sair da agencia e entrar na empresa privada, conhecimento privilegiado. (6 meses de quarentena, recebe salario em casa)
	b.2) Agências executivas: e a qualificação de uma autarquia que era comum, estamos dando autonomia, responsabilidade. Vamos transformar a partir de um contrato de gestão de uma agencia comum para agencia executiva.
Celebração de contrato de gestão, aumentando autonomia.
Clausula de desempenho. 
EX: Inmetro
	c) Autarquia equiparada:
	c.1) Fundações Públicas de Direito Público: e considerada pelo STF também como uma autarquia.
	c.2) Associação Pública também é uma autarquia (art. 41 do Código Civil).
d) Autarquia territoriais (hoje não temos mais).
	
g) Autarquia Profissional: É aquela que vai fiscalizar atividade profissional são os conselhos profissionais CREA, CRECI, CRM.
CRIACAO: Da lei, art. 37, XIX. Não tem que registrar. Direito privado.
Cuidado!
STF – OAB é entidade sui generis.
Direito privado: cartório e JUCESP.
FUNDAÇÃO PUBLICA: 
Conceito: é a personificação de um patrimônio, para prestação de atividade de interesse social. 
TIPOS DE FUNDAÇÃO PUBLICA: 
Fundação Pública de Direito Privado: Lei autorizativa, autorizou a criação, após publicada, necessidade de lei complementar para definir a área de atuação (saúde, educação), publicada a lei complementar, registro civil.
Fundação Pública de Direito Público: Nasce com a lei, STF = espécie de autarquia. 
*Impacto na criação: art. 37, XIX.
EMPRESAS ESTATAIS:
Conceito: as empresas estatais são pessoas jurídicas de direito privado., que poderão prestar serviço publico (Ex: correios) ou explorar atividade econômica (ex: Petrobras).
Empresa publica: empresa tem que ser pessoa jurídica de direito privada. Não pode ter capital privado
Sociedade de economia de mista 
	
	EMPRESA PUBLICA
	SOCIEDADE DE ECONOMIA DE MISTA 
	CRIACAO - PROCEDIMENTO
	LEI AUTORIZATIVA, NASCE DO REGISTRO CIVIL (ART. 37, XIX)
	LEI AUTORIZATIVA, NASCE DO REGISTRO CIVIL (ART. 37, XIX)
	FORMA JURIDICA
	Admite qualquer forma jurídica.
S/A, comandita simples e ações, etc.
	Apenas Sociedade Anônima,
	CAPITAL SOCIAL 
	100% PUBLICO (pode ter sócio município, estado 
	MISTO
Petrobras, Banco do Brasil
	EMPREGADO
	Celetistas, necessidade de concurso publico (sem a estabilidade dos efetivos)
	Celetistas, necessidade de concurso publico (sem a estabilidade dos efetivos)
Poderes da Administração
Poderes da Administração: são prerrogativas para a Administração publica impor a sua vontade
PODER NORMATIVO: confere ao agente publico, emitir atos normativos, como por exemplo os regulamentos.
Forma de demandar o serviço público, proporcional às funções.
a) Hierárquico: estabelece uma relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal. Coordena e controla as atividades administrativas elaboradas pela Administração Pública. Fiscalização do agente aos subordinados e organizar as atividades administrativas. Esse poder acaba na fiscalização, deve acionar outro que possui o poder Disciplinar
b) Disciplinar: confere ao agente publico aplicar penalidades aos demais agentes públicos (agente publico aplica advertência) e aos particulares submetidos a disciplina publica (ex: agente publico X empresa contratada administrativamente / diretor escola (agente) x aluno(particular). 
Agente CET X motorista: PODER DE POLICIA E NÃO DISCIPLINAR. Não há vinculo com a administração.
dá-se pelo fato de punir internamente as infrações funcionais dos servidores.
Importante: É a supremacia especial do Estado.
c) NORMATIVO/Regulamentar: visa a detalhar a lei para sua correta execução, expedido privativamente pelo Chefe do Executivo, por meio de decreto, visando à explicar modo e forma de execução da lei (regulamento de execução) ou prover situações não disciplinadas em lei (regulamento autônomo ou independente).
d) Poder de polícia: Administração Pública dispõe do direito de restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado.
Poder de polícia do Estado: Confere ao agente publico limitar, o exercício e direitos individuais
Poder de polícia do Estado – Meio de Atuação: Preventivos ou Repressivos:
a) Preventivos: fiscalização, emissão de licença, autorização (Templo de Salomão e estádio palmeiras foram construídos com licença de reforma- falha na autorização) – ex: necessidade de CNH.
b) Repressivos: Penalidade, medidas de policia (não é penalidade em si, ex: chuva abala estrutura da casa, não é culpa do proprietário.
- Área Administrativa
- Área Judiciária
ATRIBUTOS: 
** Discricionariedade: A discricionariedade é atribuída pelo direito ao disciplinar o desempenho da função administrativa. A discricionariedade é uma solução normativa orientada a obter a melhor solução possível, a adotar a disciplina jurídica mais satisfatória e conveniente para resolver o caso concreto. Liberdade.
Excepcionalidade: ao vinculado ex: entrega de docs, terá a licença.
Coercibilidade: O ato oriundo do poder de policia, será aplicado independentemente da concordância do particular.
Autoexecutoriedade: O poder é exercido sem a necessidade da concordância do Poder Judiciário.
Delegacao: possibilidade de delegação do poder de policia para outros órgãos internos. Possibilidade de delegação a PARTICULAR – (EX: somente da Instalacao dos radares, auto de infracao, julgamento de radares, não)
ABUSO DE PODER: Pode acontecer pelo desvio de poder ou excesso de poder. Ato ilegal
a) Desvio: desvio de finalidade.
b) Excesso: Atua além da sua competência. (Ex: advertência/ suspensão)

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