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Direito-Penal QUESTÕES RESPONDIDAS

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Prova Dissertativa
CFO/PMSC
Di
re
ito
 P
en
al
SUGESTÃO DE ASSUNTOS PARA REVISÃO TEÓRICA:
- Relação de Causalidade (art. 13)
- Omissão Penalmente Relevante (art. 13, §2º)
- Crime consumado e crime tentado (art. 14)
- Desistência Vol e Arrependimento Eficaz (art. 15)
- Arrependimento Posterior (art. 16)
- Crime impossível (art. 17)
- Crime doloso e crime culposo (art. 18)
- Erro sobre os elementos do tipo (art. 20)
- Erro sobre a ilicitude do fato
- Coação irresistível e obediência hierárq. (art. 22)
- Excludente de ilicitude (art. 23 a 25)
- Imputabilidade penal (art. 26 ao 28)
- Concurso de pessoas (art. 29 ao art. 31)
- Escusas dos crimes contra o patrimônio (art. 181 ao art. 183)
QUESTÃO 01 (PROVA PASSADA - IOBV): No dia 15 de Julho de 2017, Carlos Alberto, servidor 
público estadual, morador do município de Florianópolis/Santa Catarina, foi visitar seus 
genitores, empresários abastados do mesmo município, levando consigo sua noiva Joana. 
Durante o trajeto, Carlos Alberto comentou com Joana que passava por severos problemas 
financeiros e por tal razão, iria subtrair as joias e demais objetos valiosos que sabia existir no 
cofre da residência de seus pais. Na manhã do dia 16 de julho, enquanto Joana ainda dormia, 
Carlos Alberto efetuou o furto dos objetos, avaliados em 50.000,00 (cinquenta mil reais) e, 
posteriormente, despediu-se de seus pais e, juntamente com Joana, seguiu rumo a sua 
residência. Naquele mesmo dia, ao abrirem o cofre, seus genitores perceberam a falta dos 
objetos valiosos e acionaram a autoridade policial. Expedido mandado de busca e apreensão, 
foram encontrados, na posse de Carlos Alberto, apenas alguns dos objetos furtados e uma 
caderneta, com as anotações dos demais objetos, valores, datas e pessoas para quem foram 
vendidos. Considerando a situação hipotética, tipifique as condutas perpetradas por Carlos 
Alberto e Joana, bem como sobre a punibilidade.
RESPOSTA Q.01: Carlos Alberto praticou o crime de furto qualificado pelo 
abuso de confiança, previsto no art. 155, §4º, previsto no do Código Penal, 
tendo em vista que subtraiu, para si, coisa alheia móvel, com a finalidade de se 
apoderar dela. O autor do furto, entretanto, fica isento de pena por ter 
praticado o delito em prejuízo de seus ascendentes, por força do exposto no 
art. 181, §2º, do Código Penal. Quanto à Joana, não se pode a ela atribuir a 
prática de qualquer delito, tão somente por ter ciência da intenção de Carlos 
Alberto, tendo em vista que, em nenhum momento, praticou qualquer ato de 
execução do crime. Por não ter o dever jurídico de impedir o crime, a omissão 
em delatar o crime perpetrado por Carlos Alberto não a faz co-partícipe do 
crime de furto.
QUESTÃO 02: Lúcia, de 17 anos e 11 meses de idade, inicia uma forte 
discussão contra sua amiga Maria, de 18 anos, após descobrir que 
esta havia usado uma roupa sua sem permissão. Durante a 
discussão e inconformada com o fato, Lúcia pegou uma barra de 
ferro e agrediu Maria com golpes na cabeça, com intenção de matar. 
Após fuga de Lúcia, Maria é socorrida e recebe atendimento médico 
no hospital, permanecendo internada por mais 2 meses, vindo a 
sobreviver, embora tenha ficado com uma deformidade permanente 
no rosto. Nesse sentido, considerando a situação hipotética, 
identifique o enquadramento legal da conduta perpetrada por Lúcia, 
bem como sobre a punibilidade.
RESPOSTA Q.02: Considerando que ao tempo do crime, 
ou seja, no momento da ação, Lúcia possuída idade 
inferior a 18 anos, ela é considerada inimputável, 
conforme dispõe os artigos 4º e 27 do Código Penal 
Brasileiro. Portanto, a conduta de Lúcia se amolda em ato 
infracional correspondente ao crime de homicídio 
qualificado por motivo fútil na forma tentada, já que os 
golpes com a barra de ferro foram praticados com a 
intenção de matar, sujeitando-se as regras do Estatuto da 
Criança e do Adolescente.
QUESTÃO 03: João retirou Clara, criança de 11 anos de idade, do 
interior da residência em que esta morava, sem autorização de 
qualquer pessoa, vindo a restringir sua liberdade e mantê-la dentro 
de um quarto trancado e sem janelas. Logo em seguida, João entrou 
em contato com o pai de Clara, famoso empresário da cidade, 
exigindo R$200.000,00 para liberar Clara e devolvê-la à sua 
residência. Antes da efetivação do pagamento, a Polícia localiza o 
cativeiro, prende em flagrante João, e libera Clara sem qualquer 
dano a sua integridade física. Nesse sentido, considerando 
exclusivamente as informações contidas no enunciad, identifique a 
tipicidade da conduta praticada por João e discorre sobre a 
possibilidade ou não de João ser processado em liberdade.
RESPOSTA Q.03: João cometeu o crime de extorsão mediante 
sequestro, qualificado por ser a sequestrada menor de 18 anos, nos 
termos do artigo 159, §º1º do Código Penal, na forma consumada, 
por se tratar de um crime formal, já que a obtenção da vantagem 
indevida é desnecessária, sendo considerado mero exaurimento do 
crime, se ocorresse. Por ter sido preso em flagrante, não havendo 
motivos para a decretação da prisão preventiva, João poderá ser 
posto em liberdade provisória, desde que sem o pagamento de 
fiança, por se tratar de um crime hediondo e, consequentemente, 
inafiançável, nos termos do artigo 5º, inciso XLIII da Constituição 
Federal e da Lei 8.072 de 1990.
QUESTÃO 04: Utilizando-se de uma chave falsa, José invadiu um 
museu e amarrou o vigilante Marcos na cadeira em que este 
cochilava, a fim de efetivar a subtração de obras de arte que 
guarneciam o local. Durante a amarração, Marcos acorda, tenta 
impedir José, mas não consegue se desvencilhar das cordas e 
assiste, impotente, ao cometimento do crime. Praticada a subtração, 
José deixou o local, sem desamarrar Marcos. Durante a fuga, José 
vai até a casa de seu amigo Pedro, e após ter seu pedido aceito, 
deixa com Pedro as obras subtraídas, com o objetivo de tornar 
seguro o proveito do crime, comprometendo-se a vir buscar as obras 
dois dias depois, quando a polícia já não tivesse mais dando tanta 
atenção ao ocorrido. Nesse sentido, considerando a situação 
hipotética, identifique a tipicidade da conduta perpetrada por José e 
Pedro.
RESPOSTA Q.04: José cometeu o crime de roubo 
mediante emprego de violência imprópria, nos termos 
do artigo 157 do CP, tendo em vista que subtraiu a 
coisa depois de haver utilizado de um meio que 
reduziu a capacidade de resistência da vítima. Pedro 
cometeu o crime de favorecimento real, nos termos do 
artigo 349 do CP, ao prestar a José auxílio destinado a 
tornar seguro o proveito do crime, não havendo 
hipótese de coautoria ou receptação.
QUESTÃO 05: Adamastor, tomado por ciúmes e agindo com animus 
necandi, desferiu três disparos de arma de fogo calibre .38 contra Bento, 
que atualmente namora sua ex-companheira Catarina. O primeiro tiro 
atingiu a região lateral esquerda do pescoço da vítima, enquanto os 
demais se alojaram na região inferior de sua perna esquerda, próximo ao 
joelho. Logo após os disparos, contudo, o próprio autor, assustado com o 
desfecho de sua ação, contatou o SAMU e o Hospital de Pronto Socorro, a 
fim de que a vítima fosse socorrida e recebesse atendimento médico de 
urgência, o que efetivamente veio a ocorrer em face do pronto 
atendimento de uma ambulância. Em que pese não ter corrido risco de 
vida, Bento recebeu alta médica após permanecer internado durante 45 
dias. Nesse sentido, considerando a situação hipotética, identifique a 
tipicidade da conduta perpetrada por Adamastor.
RESPOSTA Q.05: Trata-se de caso de 
arrependimento eficaz, respondendo o agente 
pelos atos já praticados (art. 15, CP). 
Responderá o agente por crime de lesão 
corporal de natureza grave, eis que 
incapacitou a vítima por mais de trinta dias em 
suas ocupações habituais, segundo o art. 129, 
§ 1º, I, do CP.
QUESTÃO 06: Marcos, com o propósito de lesionar 
Maria, efetua golpes de faca, provocando-lhe lesões 
corporais de natureza leve. Socorrida e medicada, 
Paula é orientadaquanto aos cuidados a tomar, mas 
não obedece à prescrição médica e em virtude dessa 
falta de cuidado, o ferimento infecciona, gangrena, e 
ela morre. Nesse sentido, considerando a situação 
hipotética, identifique a tipicidade da conduta 
perpetrada por Marcos.
RESPOSTA Q.06: A conduta de Marcos se amolda no 
crime de lesão corporal de natureza leve, nos termos 
do artigo 129 caput do CP, não podendo ser imputado 
pelo resultado morte, por decorrer da superveniência 
de causa relativamente independente que por si só 
produziu o resultado, nos termos do artigo 13, §1º do 
CP.
QUESTÃO 07: Em uma festividade natalina que ocorria 
em determinado restaurante, o garçom, ao estourar 
um champanhe, afastou-se do dever de cuidado 
objetivo a todos imposto e lesionou levemente o olho 
de uma cliente, embora não tivesse a intenção de 
machucá-la. Levada ao hospital para tratar a lesão, a 
moça sofreu um acidente automobilístico no trajeto, 
vindo a falecer em consequência exclusiva dos 
ferimentos provocados pelo infortúnio de trânsito.
RESPOSTA Q.07: O garçom poderá responder apenas pelo 
delito de lesão corporal culposa. A morte da cliente, 
ocasionada exclusivamente pelos "ferimentos provocados 
pelo infortúnio de trânsito" é um fato superveniente que 
produziu, por si só, o resultado naturalístico, excluindo-se 
a imputação por homicídio do garçom. Entretanto, como a 
própria norma diz, os fatos anteriores "imputam-se a 
quem os praticou", ou seja, o graçom pode responder por 
lesão corporal pela imprudência que teve ao abrir a 
garrafa sem observar o "dever de cuidado objetivo a todos 
imposto".
QUESTÃO 08: Márcia, com intenção homicida, 
apunhale as costas de Sueli, a qual, conduzida 
imediatamente ao hospital, faleça em consequência 
de infecção hospitalar, durante o tratamento dos 
ferimentos provocados com o punhal. Nesse sentido, 
considerando a situação hipotética, identifique a 
tipicidade da conduta perpetrada por Márcia.
RESPOSTA Q.08: Márcia responderá pelo crime de 
homicídio consumado. A infecção hospitalar, embora 
seja causa superveniente relativamente independente, 
está no desdobramento natural da ação, portanto, o 
resultado morte deve ser imputado a Márcia. A 
imputação pelo homicídio só estaria excluída se a 
causa superveniente relativamente independente 
produzisse, por si só, o resultado morte, nos termos do 
artigo 13, §1º do CP.
QUESTÃO 09: João e Pedro, maiores e capazes, livres e 
conscientemente, aceitaram convite de Ana, também maior e capaz, 
para juntos subtraírem loja do comércio local. Em data e hora 
combinadas, no período noturno e após o fechamento, João e Pedro 
arrombaram a porta dos fundos de uma loja de decoração, na qual 
entraram e ficaram vigiando enquanto Ana subtraía objetos valiosos, 
que seriam divididos igualmente entre os três. Alertada pela 
vizinhança, a polícia chegou ao local, prendeu os três e os 
encaminhou para a delegacia de polícia local. Nesse sentido, 
considerando a situação hipotética, identifique a tipicidade da 
conduta perpetrada pelos agentes.
RESPOSTA Q.09: João, Pedro e Ana agiram em 
concurso de pessoas e são coautores do crime de furto 
qualificado pelo concurso de pessoas e rompimento 
de obstáculo (art. 155, §4º, inciso I e IV do Código 
Penal), na forma tentada, incidindo nas penas a este 
cominadas, na medida da sua culpabilidade.
QUESTÃO 10: Pedro entra subitamente em uma 
joalheria e subtrai relógios que estavam expostos 
sobre o balcão. Já na fuga, o segurança do 
estabelecimento tenta impedi-lo, mas Pedro o agride, 
fazendo uso de uma faca, conseguindo escapar. Nesse 
sentido, considerando a situação hipotética, 
identifique a tipicidade da conduta perpetrada por 
Pedro, mormente quanto emprego da faca no 
cometimento do crime.
RESPOSTA Q.10: Pedro responderá pelo crime de 
roubo impróprio, previsto no artigo 157, §1º do Código 
Penal, tendo em vista que, logo depois de subtraída a 
coisa, emprega violência contra pessoa, a fim de 
assegurar a impunidade do crime ou a detenção da 
coisa. No que se refere ao emprego da faca, não haverá 
incidência de causa de aumento de pena, tendo em 
vista que, por força de recente alteração legislativa, 
somente arma de fogo majora a pena do crime de 
roubo. 
QUESTÃO 11: Gustavo, policial militar, em serviço e no 
atendimento de uma ocorrência de roubo a uma farmácia, 
chega no local do crime e presencia um homem, com as 
características descritas como sendo a do criminoso, saindo 
correndo com um malote de dinheiro da loja e uma faca na 
mão. Na fuga, o homem agride e disferindo golpes de faca em 
uma vítima que passava naquele local. Nesse momento, com o 
fim de cessar a agressão e salvar a vida da vítima, Fulano saca 
sua arma e realiza um disparo contra o agressor, que vem a 
óbito. Nesse sentido, considerando a situação hipotética, 
identifique as consequências jurídicas da ação do policial 
militar.
RESPOSTA Q.11: Gustavo não cometeu crime, pois 
agiu acobertado pela legítima defesa de terceiro, nos 
termos do artigo 25 do Código Penal, ao usar 
moderadamente dos meios necessários para repelir 
injusta e atual agressão a direito de outrem.
QUESTÃO 12: Januário, maior e capaz, burlou, 
juntamente com José e Ricardo, ambos menores de 
dezoito anos, todos com unidade de desígnios, a 
vigilância de uma loja de departamentos e dela 
subtraíram, em horário comercial, três aparelhos de 
DVD novos. Os três foram presos em flagrante, na 
residência de José, duas horas depois de terem 
cometido o delito. Nesse sentido, considerando a 
situação hipotética, identifique o enquadramento 
legal das condutas praticadas por Januário, José e 
Ricardo.
RESPOSTA Q.12: Januário cometeu o crime de furto 
qualificado pelo concurso de pessoas, previsto no 
artigo 155, §4º, inciso IV do Código Penal, e dois crimes 
de corrupção de menores, previsto no artigo 244-B do 
Estatuto da Criança e do Adolescente. José e Ricardo, 
por serem menores de idade, são inimputáveis, nos 
termos do artigo 27 do Código Penal, sendo assim, não 
cometem crime, mas praticam ato infracional, 
sujeitando-se a legislação específica.
QUESTÃO 13: Pedro solicita a Paulo o empréstimo de uma 
arma de fogo, dando-lhe ciência de sua intenção de 
utilizá-la para matar Ricardo, seu desafeto. Paulo 
empresta-lhe a arma, mas não estimula a prática da ação. 
Na sequência, Pedro vai até a casa de Ricardo, e o mata 
asfixiado, no momento em que este se encontrava 
dormindo. Nesse sentido, considerando a situação 
hipotética, identifique o enquadramento legal das 
condutas praticadas por Pedro e Paulo contra a vida de 
Ricardo.
RESPOSTA Q.13: Pedro cometeu o crime de homicídio 
qualificado pelo emprego da asfixia. Paulo não 
responde pelo crime de homicídio, pois o empréstimo 
da arma de fogo foi inócuo, não havendo nexo de 
causalidade entre a conduta de quem empresou a 
arma de fogo e o resultado morte, tendo em vista que 
a arma emprestada não foi utilizada como meio do 
crime e também porque não houve estímulo moral. A 
contribuição nesse caso, no que se refere ao crime de 
homicídio, foi um irrelevante penal.
QUESTÃO 14: Carlos, funcionário público e Igor, 
desempregado, subtraem para si próprios, 
computadores da repartição em que Carlos trabalha, 
valendo-se da facilidade proporcionada pela 
qualidade deste. Sabendo-se que Igor tinha ciência de 
que Carlos é funcionário público, identifique a 
tipicidade das condutas praticadas por Carlos e Igor.
RESPOSTA Q.14: Carlos e Igor cometeram o crime de 
peculato doloso em concurso de pessoas. Embora o 
crime de peculato seja um crime praticado por 
funcionário público contra a Administração Pública, 
Igor responderá por este crime, tendo em vista que o 
artigo 29 do Código Penal adotou, em regra, a teoria 
unitária. Sendo assim, quem, de qualquer modo, 
concorre para o crime incide nas penas a este 
cominadas, na medida de sua culpabilidade.
QUESTÃO 15: Manoel pediu ao pai, recém-chegado aos 50 anos, que adiantasse a sua herança, 
no que nãofoi atendido, pois este sabia que Manoel se tornara dependente de drogas, logo 
dilapidaria seu patrimônio como vício. Insatisfeito e aproveitando-se de uma viagem de seu pai, 
Manoel convidou Antônio e Joaquim, parceiros na utilização de “maconha”, a sacarem do poder 
de seu pai as joias que herdaria, pois com a venda destas lucraria mais de R$ 1.000.000,00. 
Madalena, amiga de Joaquim, a seu pedido e sabendo dos propósitos dele, ensinou-o a abrir o 
cofre onde as joias se encontravam. Manoel, para não ser descoberto, no dia da empreitada foi 
para o clube, possibilitando ser visto por várias pessoas, o que lhe daria um álibi. Antônio e 
Joaquim dirigiram-se para a residência do pai de Manoel, local em que o primeiro abriu a porta 
da casa com uma gazua, o que possibilitou a Joaquim entrar e retirar as joias do cofre. Com 
medo de ser descoberto, posteriormente, Manoel solicitou ao seu amigo Paulo que guardasse 
temporariamente as joias. Após duas semanas do ocultamento das joias por Paulo, Manoel 
pegou as joias foram vendidas para Cláudia, que trabalhava como joalheira em sua residência, 
por preço vil, tendo esta percebido desde logo a origem ilícita da mercadoria. Ao tomar 
conhecimento do desaparecimento das joias, o pai de Manoel dirigiu-se à Delegacia de Polícia e 
ofereceu notitia criminis. Nesse sentido, identifique o enquadramento jurídico penal de todos os 
envolvidos.
RESPOSTA Q.15: Manoel será isento de pena, por 
cometer crime contra o patrimônio de ascendente. 
Antônio e Joaquim, na qualidade de autores, e 
Madalena, figurando como partícipe, devem ser 
responsabilizados por crime de furto qualificado. 
Paulo poderá ser responsabilizado pelo crime de 
favorecimento real. Cláudia responderá pelo crime de 
receptação qualificada.
 
QUESTÃO 16: Júlio e Lúcio combinaram entre si a prática de 
crime de furto, ficando ajustado que aquele aguardaria no 
carro para assegurar a fuga e este entraria na residência - que, 
segundo pensavam, estaria vazia - para subtrair as jóias de um 
cofre. Ao entrar na residência, Lúcio verificou que um morador 
estava presente. Lúcio, que tinha ido armado sem avisar Júlio, 
matou o morador para assegurar a prática do crime. Depois de 
fugirem, Júlio e Lúcio dividiram as jóias subtraídas. Nesse 
sentido, identifique a tipicidade da conduta dos envolvidos.
RESPOSTA Q.16: Estamos diante do instituto da 
cooperação dolosamente distinta. Nesse sentido, Júlio 
responderá pelo crime de furto, pois, nos termos do artigo 
29, §2º do Código Penal, se algum dos concorrentes quis 
participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena 
deste, não podendo, contudo, haver aumento de pena, em 
razão da imprevisibilidade do resultado mais grave. Lúcio, 
todavia, responderá pelo crime de roubo qualificado pelo 
resultado morte (latrocínio), nos termos do artigo 157, §3º 
do Código Penal. 
QUESTÃO 17: Antônio chama seu "capanga" Marcelo e 
determina que mate seu desafeto Mário. Marcelo se 
arma com uma barra de ferro, esconde-se atrás de 
uma árvore, mas, no momento em que Mário passa, 
não tem coragem de golpeá-lo e desiste. Diante disso, 
identifique o enquadramento jurídico penal da 
conduta dos envolvidos.
RESPOSTA Q.17: Antônio e Marcelo não respondem 
por crime algum, pois Marcelo não chegou a dar início 
a execução do homicídio. Nesse sentido, estabelece o 
artigo 31 do Código Penal, que o ajuste, a 
determinação ou instigação e o auxílio, salvo 
disposição expressa em contrário, não são puníveis, se 
o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
QUESTÃO 18: Valdir e Júlio combinaram praticar um crime de furto, assim 
ficando definida a divisão de tarefas entre ambos: Valdir entraria na 
residência de seu ex-patrão Cláudio, pois este estava viajando de férias e, 
portanto, a casa estaria vazia; Júlio aguardaria dentro do carro, dando 
cobertura à empreitada delitiva. No dia e local combinados, Valdir entrou 
desarmado na casa e Júlio ficou no carro. Entretanto, sem que eles 
tivessem conhecimento, dentro da residência estava um agente de 
segurança contratado por Cláudio. Ao se deparar com o segurança, Valdir 
constatou que ele estava cochilando em uma cadeira, com uma arma de 
fogo em seu colo. Valdir então pegou a arma de fogo, anunciou o assalto e, 
em face da resistência do segurança, findou por atirar em sua direção, 
lesionando-o gravemente. Depois disso, subtraiu todos os bens que 
guarneciam a residência. Nesse sentido, identifique o enquadramento 
jurídico penal da conduta dos envolvidos.
RESPOSTA Q.18: Estamos diante do instituto da 
cooperação dolosamente distinta. Nesse sentido, Júlio 
responderá pelo crime de furto, uma vez que quis 
participar de crime menos grave, nos termos do artigo 
29, §2º do CP. Valdir, todavia, responderá pelo crime 
roubo qualificado pela morte (latrocínio) na forma 
tentada, tendo em vista que a vítima não morreu por 
circunstâncias alheias a sua vontade.
QUESTÃO 19: JOÃO e JOSÉ estão na praia e resolveram 
entrar no mar. Em determinado momento eles começam a 
se afogar. Havia naquele local um salva-vidas que, ao 
avistar apenas JOÃO, notou que ele era seu desafeto e se 
recusou a salvá-lo; próximo a eles havia também um 
surfista, este avistou apenas JOSÉ pedindo socorro, mas, 
por ser seu inimigo, não atendeu aos pedidos dele, 
resolvendo sair do local. As duas pessoas acabam se 
afogando e morrendo. Nesse sentido, identifique o 
enquadramento jurídico penal da conduta dos envolvidos.
RESPOSTA Q.19: O salva vidas responderá pelo crime de homicídio 
doloso por omissão, tendo em vista que, nos termos do artigo 13, §2º 
do Código Penal, a omissão é penalmente relevante quando o 
omitente devia e podia agir para evitar o resultado, ressaltando que 
o dever de agir incumbe a quem tenha por lei obrigação de cuidado, 
proteção ou vigilância. Já o surfista, por não figurar na condição de 
garantidor, responderá pelo crime de omissão de socorro, ao deixar 
de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, a 
pessoa em grave e iminente perigo, com pena triplicada em razão do 
resultado morte, nos termos do artigo 135, parágrafo único do 
Código Penal.
QUESTÃO 20: Antônio, renomado cientista, ao 
desenvolver uma atividade habitual, em razão da 
pressa para entregar determinado produto, foi omisso 
ao não tomar todas as precauções no preparo de uma 
fase do procedimento laboratorial, o que acabou 
ocasionando deformidade permanente a uma pessoa 
que passava pelo local. Nesse sentido, identifique o 
enquadramento jurídico penal da conduta do 
envolvido.
RESPOSTA Q.20: A omissão de Antônio é penalmente 
relevante, nos termos do artigo 13, §2º, alínea “c”, 
porque foi esse comportamento que criou o risco de 
ocorrência do resultado danoso à integridade física. 
Sendo assim, deverá responder pelo crime de lesão 
corporal culposa, já que a omissão decorreu do fato de 
não ter tomado todas as precauções.
QUESTÃO 21: Artur, após subtrair aparelho celular no interior de um mercado, foi 
detido por populares que o amarraram em um poste de iluminação. Acabou sendo 
esganado por Valdemar, vítima da subtração, que estava sob o domínio de 
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, e se valia de um 
pedaço de corda encontrada na rua. Alice tentou intervir, porém sem sucesso. Ato 
contínuo, Alice, verificando a grave situação, correu até um posto da Polícia Militar 
e relatou o fato ao Soldado Pereira, que se recusou a ir até o local no qual estava o 
periclitante, alegando que a situação deveria ser resolvida unicamente pelos 
envolvidos. Francisco, segurança particular de um estabelecimento bancário 
vizinho, gravou a agressão e postou as imagens em rede social com a seguinte 
legenda: "Aí mano, em primeira mão: outro pra vala". Artur morreu em 
decorrência de trauma craniano. Nesse sentido, identifique o enquadramento 
jurídico penal da conduta de Arthur, Valdemar, Soldado Pereira e Francisco.
RESPOSTA Q.21: Artur comete em tese o crime de furto, todavia não 
serápunido porque a morte do agente é uma causa de extinção da 
punibilidade, nos termos do artigo 107, inciso I do Código Penal. 
Valdemar, responderá pelo crime de homicídio qualificado, pela 
asfixia, e privilegiado, por estar sob o domínio de violenta emoção, 
logo em seguida a injusta provocação da vítima. Soldado Pereira 
responderá pelo crime de homicídio doloso em virtude do seu 
comportamento omisso, tendo em vista que, nos termos do artigo 
13, §2º, tinha o dever legal de impedir o resultado. Francisco não 
responderá pelo crime de homicídio, já que não tem o dever legal de 
impedir o resultado. 
QUESTÃO 22: José, pretendendo praticar crime de peculato, 
ingressa em repartição pública com a chave que possuía em razão 
do cargo, na parte da noite, com o objetivo de subtrair um 
computador da repartição. Quando estava no interior do local, 
todavia, pensa sobre as consequências da sua conduta e que sua 
família dependia financeiramente dele, razão pela qual deixa o local 
sem nada subtrair. O segurança do local, todavia, informado por 
notícia anônima sobre a intenção de José, o aborda na saída da 
repartição e realiza sua prisão em flagrante. Diante dos fatos, 
identifique o enquadramento jurídico penal da conduta de José.
RESPOSTA Q.22: A conduta de José é atípica, por 
força do instituto da desistência voluntária, nos 
termos do artigo 15 do Código Penal, já que 
voluntariamente desistiu de prosseguir na execução 
do crime, só respondendo pelos atos até então 
praticados se constituírem crime, o que não vem ao 
caso. 
 
QUESTÃO.23: Em dificuldades financeiras, Ana ingressa, sem 
autorização da proprietária do imóvel, na residência vizinha àquela 
em que trabalhava com o objetivo de subtrair uma quantia de 
dinheiro em espécie. Após ingressar no imóvel e mexer na gaveta do 
quarto, vê pela janela aquela que é sua chefe e pensa na decepção 
que lhe causaria, razão pela qual decide deixar o local sem nada 
subtrair. Ocorre que as câmeras de segurança flagraram o 
comportamento de Ana, sendo as imagens encaminhadas para a 
Delegacia de Polícia. Diante dos fatos, identifique o enquadramento 
jurídico penal da conduta de Ana.
RESPOSTA Q.23: Por força do instituto da desistência 
voluntária, prevista no artigo 15 do Código Penal, Ana 
responderá apenas pelo crime de violação de 
domicílio, previsto no artigo 150 do Código Penal. 
Observa-se, assim, que Ana voluntariamente desistiu 
de prosseguir na execução do crime de furto, só 
respondendo pelos atos já praticados, qual seja, 
violação de domicílio, já que ingressou 
clandestinamente em casa alheia.
QUESTÃO 24: Três indivíduos que são amigos reúnem-se para fazer 
uso de narcóticos. Porém, em dado momento, os entorpecentes 
acabam e eles não têm mais dinheiro para reabastecer o vício. Um 
deles, chamado Ronaldo, propõe que se dirijam a um ponto de 
ônibus para roubar algum transeunte que lá esteja aguardando a 
chegada do veículo de lotação. Contudo, ao se aproximarem do 
referido ponto de ônibus, uma viatura policial passa por eles, 
inibindo-lhes a vontade de praticar o delito. Se o crime de roubo 
planejado pelo trio não chegou pelo menos a ser tentado, qual é a 
consequência penal para Ronaldo, aquele que havia sugerido a 
prática desse delito contra o patrimônio?
RESPOSTA Q.24: Ronaldo não responderá por crime algum, tendo 
em vista que não houve início da execução do crime de roubo 
planejado. Observa-se que só haverá tentativa quando, iniciada a 
execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do 
agente, nos termos descritos no artigo 14, inciso II do CP. Por fim, 
não há crime de associação criminosa, pois no caso em apreço, há 
uma reunião eventual de pessoas com o fim de praticar um único 
crime. Afinal, para caracterização do crime de associação criminosa, 
é indispensável que a associação seja estável e perrimamente, com a 
finalidade de praticar um número indeterminado de crimes.
QUESTÃO 25: Frederico decide escalar os muros de uma residência 
e a invade, tencionando subtrair computadores e celulares que 
encontrar em seu interior. Quando começa a acomodar os aparelhos 
em sua sacola, escuta os proprietários da residência abrirem o 
portão da garagem, anunciando seu retorno à moradia. Nesse 
momento, Frederico decide abandonar a empreitada e bate em 
retirada sem subtrair qualquer bem. Após pular novamente o muro 
para fugir pela calçada, é surpreendido por policiais em uma viatura, 
sendo prendido em flagrante. Diante dos fatos, identifique o 
enquadramento jurídico penal da conduta de Frederico.
RESPOSTA Q.25: Essa questão é da Banca INSTITUTO AOCP, no 
concurso para o TRT (1a Região), realizado no ano de 2018 e teve 
como gabarito: Deverá ser aplicada a regra da "desistência 
voluntária" prevista no art. 15 do Código Penal e consequente 
desclassificação da imputação de crime de "furto" para crime de 
"invasão de domicílio", pois o agente desistiu de prosseguir na 
execução do delito e responderá tão somente pelos atos praticados. 
Muitos alunos encaminharam recurso, sob o argumento de que 
Frederico deveria responder pelo crime de furto tentado, já que não 
subtraiu por circunstâncias alheias a sua vontade. Os recursos não 
foram admitidos e o gabarito foi mantido. Em sala, conversaremos 
melhor sobre essa questão. SIGA EM FRENTE!
QUESTÃO 26: Caio tem um desafeto a quem sempre faz ameaças de 
morte. O último encontro foi num bar. Caio observou que havia um 
revólver com seis munições sobre uma mesa e aproveitou para 
concretizar o desejo de matar seu oponente. Anunciou que iria 
matar seu desafeto PEDRO, efetuando um disparo na sua perna. 
Neste momento PEDRO suplica por sua vida. Caio, sensível ao apelo 
da vítima, desiste de continuar disparando, afirma que não iria mais 
matar o rival e deixa a arma em cima da mesa. Do disparo, Pedro 
apenas ficou incapacitado para as ocupações habituais por 30 dias. 
Diante dos fatos, identifique o enquadramento jurídico penal da 
conduta de Caio.
RESPOSTA Q.26: A questão traz hipótese de 
desistência voluntária, que ocorre quando o agente 
voluntariamente desiste de prosseguir na execução do 
crime já iniciado e essa interrupção acaba sendo 
decisiva para evitar o resultado inicialmente desejado. 
Nesse sentido, Caio poderá ser responsabilizado pelo 
crime de lesão corporal leve, nos termos do artigo 129 
c/c o artigo 15 do Código Penal.
QUESTÃO 27: Adalberto decidiu matar seu cunhado em face das 
constantes desavenças, especialmente financeiras, pois eram sócios 
em uma empresa e estavam passando por dificuldades. Preparou 
seu revólver e se dirigiu até a sala que dividiam na empresa. Parou 
de fronte ao inimigo e apontou a arma em sua direção, dano início a 
execução, mas antes de acionar o gatilho foi impedido pela 
secretária que, ao ver a sombra pela porta, decidiu intervir e impedir 
o disparo. Em face do ocorrido, identifique o enquadramento 
jurídico penal da conduta de Adalberto.
RESPOSTA Q.27: Adalberto responderá pelo 
crime de homicídio doloso na forma tentada, 
pois, ao iniciar a execução do crime, este não 
se consumou por circunstâncias alheias a sua 
vontade.
QUESTÃO 28: João, funcionário público de determinado 
cartório de Tribunal de Justiça, após apropriar-se de 
objeto que tinha a posse em razão do cargo que ocupava, 
é convencido por sua esposa a devolvê-lo no dia seguinte, 
o que vem a fazer, comunicando o fato ao seu superior, 
que adota as medidas penais pertinentes. Em face do 
ocorrido, identifique o enquadramento jurídico penal da 
conduta de Adalberto.
RESPOSTA Q.28: João deverá responder pelo 
crime de peculato doloso na forma 
consumada, com a redução de pena pelo 
arrependimento posterior, nos termos do 
artigo 312 c/c o artigo 16, ambos do Código 
Penal. 
QUESTÃO 29: Determinado Agente Técnico Judiciário da 
Vara do Trabalho de Teresópolis/RJ, ao notar que um 
cidadão está adentrando no Fórum Trabalhista utilizando 
em seu pescoço corrente de ouro com pingente de 
crucifixo cristão, ordena que o sujeitoretire o adereço e 
guarde-o em seu bolso, pois estaria ele ofendendo a 
laicidade do Estado ali instituída no átrio do prédio 
judiciário. O cidadão obedeceu a ordem do agente público. 
Diante do exposto, identifique o enquadramento jurídico 
penal da conduta do agente público.
RESPOSTA Q.29: O agente cometeu o crime 
de abuso de autoridade, previsto na lei 
4.898/65, por ter atentado contra a liberdade 
de consciência e de crença.
QUESTÃO 30: Abelardo, servidor público lotado na Vara do 
Trabalho de Porto Real/RJ, aproveita para apropriar para 
si, enquanto os demais servidores estavam em horário de 
almoço, um dos microcomputadores do tipo "laptop" que 
haviam sido ali depositados em Juízo após penhora de 
bens de parte reclamada em processo trabalhista, embora 
tivesse ele (Abelardo) a função de zelar e conservar tais 
objetos. Diante do exposto, identifique o enquadramento 
jurídico penal da conduta do servidor público.
RESPOSTA Q.30: Trata-se do crime de 
peculato-apropriação, previsto no artigo 312 
do Código Penal. O agente, aproveitando-se 
da qualidade de funcionário público, se 
apropria de bem que teve acesso em razão da 
função desempenhada na administração 
pública.
QUESTÃO 31: Insatisfeito com o comportamento de seu 
empregador Juca, Carlos escreve uma carta para a família daquele, 
afirmando que Juca seria um estelionatário e torturador. Lacra a 
carta e a entrega no correio, adotando todas as medidas para que 
chegasse aos destinatários. No dia seguinte, porém, Carlos se 
arrepende de seu comportamento e passa a adotar conduta para 
evitar que a carta fosse lida por qualquer pessoa e o crime 
consumado. Carlos vai até a casa de Juca, tenta retirar a carta da 
caixa do correio, mas vê o exato momento em que Juca e sua esposa 
pegam o envelope e leem todo o escrito. Ofendido, Juca procura a 
delegacia de polícia 6 meses depois de descobrir a identidade do 
autor da infração penal. Diante dos fatos, identifique o 
enquadramento jurídico penal da conduta de Carlos.
RESPOSTA Q.31: A conduta de Carlos se amolda, 
em tese, ao crime de injúria, na forma consumada, 
ao ofender a dignidade e decoro de Juca por meio 
da imputação de qualidades negativas, nos 
termos do artigo 140 do Código Penal. Todavia, 
por se tratar de um crime de ação penal privada, 
estará extinta a punibilidade em razão da 
decadência ao direito de queixa, nos termos do 
artigo 107, inciso IV do Código Penal. 
QUESTÃO 32: Pedro, José e Alfredo integram uma organização criminosa 
que opera com tráfico de drogas e comete vários crimes na periferia de 
uma grande cidade brasileira. José ocupa uma posição mais alta na 
organização, sendo responsável por punir quem não correspondesse às 
expectativas do grupo. Certo dia, tendo Alfredo falhado na cobrança de 
uma dívida do tráfico, José, com a ajuda de Pedro, deu-lhe uma surra. Com 
o objetivo de se vingar de ambos, Alfredo armou um plano para acabar 
com a vida de José e atribuir a responsabilidade a Pedro. Assim, durante 
um tiroteio entre integrantes da organização criminosa e policiais, Alfredo, 
apontando na direção de José, que estava atrás de um arbusto, orientou 
Pedro a atirar nele, sob a alegação de que se tratava de um policial. O tiro 
atingiu José e Alfredo fugiu. Tendo percebido o erro, Pedro levou José ao 
hospital, o que evitou sua morte.
 
RESPOSTA Q.32: Pedro incorreu em erro de tipo acidental sobre a pessoa - aberratio 
personae, nos termos do artigo 20, §3º do CP. Nesse caso, se Pedro viesse a matar o 
criminoso pensando ser um Policial, responderia pela morte da pessoa pretendida, 
tipificando no caso em questão homicídio qualificado, já que recairia fictamente sobre 
um agente policial - Policídio, também chamado como Homicídio Funcional. Contudo, já 
que Pedro, vendo que a pessoa atingida se tratava na verdade de um comparsa, 
arrependeu-se da conduta e evitou o resultado, será por isso beneficiado pelo 
arrependimento eficaz. Deste modo responderá apenas pelos atos até ali praticados - 
lesão corporal sobre o agente policial, por ficção. Alfredo por outro lado agiu com má fé, 
levando a erro o autor executor. Ou seja, não houve concurso de pessoas, mas autoria 
mediata mediante induzimento a erro de tipo. Somente por esta razão ele não será 
beneficiado com o arrependimento eficaz praticado por José. Ressalto a importância 
disso, pois caso houvesse concurso de pessoas - mediante participação, como alguns 
podem pensar -, Alfredo seria sim beneficiado pelo instituto, pois este se estende aos 
demais agentes, ainda que fossem contrários ao arrependimento. Em suma, Alfredo 
responderá por tentativa de Homicídio de seu desafeto.
QUESTÃO 33: No exercício de suas atribuições, um funcionário 
público prestava atendimento a um cidadão quando necessitou 
buscar, no interior da repartição, um documento para concluir um 
procedimento. Por descuido do funcionário, um laptop da 
instituição, que estava sendo utilizado por ele, ficou desvigiado, às 
vistas do cidadão que recebia o atendimento. Quando o funcionário 
retornou, não encontrou o cidadão e observou que o laptop havia 
sumido. Posteriormente, as investigações policiais concluíram que 
aquele cidadão havia furtado o laptop, que não foi recuperado. 
Diante dos fatos, identifique o enquadramento jurídico penal da 
conduta do funcionário público.
 
RESPOSTA Q.33: Nesse caso, o funcionário 
público praticou peculato culposo, podendo a 
punibilidade ser extinta caso ele repare o 
dano ao órgão até o trânsito em julgado da 
sentença penal condenatória, nos termos do 
artigo 312 do Código Penal.
QUESTÃO 34: João, desafeto declarado de Pedro, em razão de desavenças 
familiares, prometeu matá-lo tão logo tivesse oportunidade. No dia 
11.09.2011, por volta das 22h00min, no Bar da Lulu, localizado no bairro 
Cajueiro, nesta capital, ocorreu um encontro entre ambos, sendo que 
João, homem de palavra, sacou um revolver calibre 38 que conduzia 
consigo na cintura, carregado com 06 projeteis, para de imediato, efetuar 
02 disparos contra Pedro, tendo-o atingido em sua perna esquerda, 
fazendo-o com que caísse ao chão ainda vivo. Completamente à mercê do 
seu contendor, Pedro clama pela preservação de sua vida, tendo sido 
atendido por João, ainda que dispondo de mais quatro projeteis no 
tambor de sua arma e podendo prosseguir com a sua empreitada 
criminosa, preferiu retirar-se do local. Diante dos fatos, identifique o 
enquadramento jurídico penal da conduta do autor.
 
RESPOSTA Q.34: Trata-se de uma hipótese de 
desistência voluntária, prevista no artigo 15 
do Código Penal, devendo João sujeitar-se às 
penalidades cominadas somente aos atos já 
praticados.
QUESTÃO 35: Gervásio, funcionário público, pensou 
em subtrair um computador da repartição pública em 
que trabalhava, para vender e obter recursos. No dia 
em que havia se programado para praticar o ato, 
desistiu, sem dar início à execução do delito. Diante 
dos fatos, identifique o enquadramento jurídico penal 
da conduta do autor.
 
RESPOSTA Q.35: Gervásio não será punido de 
nenhuma forma, porque o delito não chegou 
a ter sua execução iniciada. Como se observa, 
à luz da teoria das fases do crime, agente não 
ultrapassou a etapa da cogitação, não 
podendo, assim, ser punido por esse 
comportamento.
QUESTÃO 36: Joana é funcionária pública municipal e responsável por 
administrar os recursos financeiros da repartição em que trabalha. Com a ajuda de 
Pedro, seu marido, que não é funcionário público e tem ciência de toda a 
empreitada, falsifica notas fiscais simulando a realização de despesas que não 
foram realmente efetivadas e, a cada 15 dias, insere cerca de 3 notas fiscais “frias” 
na prestação de contas, desviando em proveito próprio cerca de R$ 5 mil a cada 
quinzena. A ação é reiterada e prolonga-se por cerca de 12 meses. Então, surge na 
repartição a notícia de que uma rigorosa comissão de auditoria financeira visitará 
todos os órgãos públicos, a fim de identificar possíveis desvios. Joana e seu 
marido, temendoque suas condutas fossem descobertas, devolvem integralmente 
o dinheiro ao caixa público, inclusive considerando a correção monetária, e 
retificam toda a contabilidade. A auditoria, entretanto, consegue comprovar a 
ocorrência dos ilícitos. No que concerne à hipótese narrada, identifique o 
enquadramento jurídico penal de Joana e Pedro.
 
RESPOSTA Q.36: Joana e Pedro devem responder pelo crime de 
peculato doloso. Como o fato se prolongou sucessivamente por 
cerca de 12 meses, está caracterizado o instituto do crime 
continuado, previsto no artigo 70 do Código Penal. Por fim, como 
crime não oferece resistência ou grave ameaça à pessoa, e a 
restituição da coisa ocorreu antes do recebimento da denúncia, 
fica caracterizado o instituto do arrependimento posterior, 
previsto no artigo 16 do Código Penal.
QUESTÃO 37: Após descarregar toda a arma contra a 
vítima, assim agindo com o escopo de matá-la, João 
resolve socorrê-la e a leva para o hospital em seu 
próprio veículo. Realizado o atendimento médico 
adequado, a vítima é salva, inobstante as lesões graves 
decorrentes daqueles disparos. No que concerne à 
hipótese narrada, identifique o enquadramento 
jurídico penal do autor:
 
RESPOSTA Q.37: Estamos diante do instituto do 
arrependimento eficaz, ao esgotar os atos 
executórios e impedir, de forma voluntária e eficaz, a 
ocorrência do resultado morte. Nesse sentido, João 
responde pelo atos já praticados, nos termos do 
artigo 15 do CP, qual seja, pelo crime de lesão 
corporal de natureza grave.
QUESTÃO 38: Maria da Silva, esposa do Promotor de Justiça 
Substituto José da Silva, mantém um caso extraconjugal com o 
serventuário do Tribunal de Justiça Manoel de Souza. Passado 
algum tempo, Maria decide separar-se de José da Silva, contando a 
ele o motivo da separação. Inconformado com a decisão de sua 
esposa, José da Silva decide matá-la, razão pela qual dispara três 
vezes contra sua cabeça. Todavia, logo depois dos disparos, José da 
Silva coloca Maria da Silva em seu carro e conduz o veículo até o 
hospital municipal. Graças ao pouco tempo decorrido entre os 
disparos e a chegada ao hospital, os médicos puderam salvar a vida 
de Maria da Silva. Maria sofreu perigo de vida, atestado por médicos 
e pelos peritos do Instituto Médico Legal, mas recuperou-se 
perfeitamente vinte e nove dias após os fatos.
 
RESPOSTA Q.38: O autor do fato criminoso, após 
realizar a conduta suficiente para a consumação 
do crime, impediu que o resultado fosse 
alcançado. Aplica-se, dessa maneira, o instituto 
do arrependimento eficaz, que responsabiliza o 
agente apenas pelos atos já praticados. Por isso, 
José responde pela lesão corporal grave, pelo fato 
do enunciado infirmar ter havido perigo de vida, 
atestado pelos médicos e pelos peritos do IML.
QUESTÃO 39: Em um clube social, Paula, maior e capaz, 
provocou e humilhou injustamente Carlos, também maior e 
capaz, na frente de amigos. Envergonhado e com muita raiva, 
Carlos foi à sua residência e, sem o consentimento de seu pai, 
pegou um revólver pertencente à corporação policial de que 
seu pai faz parte. Voltando ao clube depois de quarenta 
minutos, armado com o revólver, sob a influência de emoção 
extrema e na frente dos amigos, Carlos fez disparos da arma 
contra a cabeça de Paula, que faleceu no local antes mesmo de 
ser socorrida. No que concerne à hipótese narrada, identifique 
o enquadramento jurídico penal de Paula.
 
RESPOSTA Q.39: Paula deverá ser 
responsabilizada pelo crime de homicídio 
doloso na forma consumada, com a pena 
atenuada em razão da influência de violenta 
emoção, provocada por ato injusto da vítima, 
nos termos do artigo 65, inciso III, alínea C do 
Código Penal.
QUESTÃO 40: Jorge, temendo por sua integridade física, 
levava escondido no porta-luvas de seu carro duas armas 
de fogo diferentes de uso permitido. Ocorre que Jorge foi 
abordado por policiais militares, durante uma blitz, sendo 
as armas de fogo encontradas e apreendidas, além de ser 
verificado que ele não possuía autorização para portar 
aquele material bélico. Diante dos fatos, identifique o 
enquadramento jurídico penal da conduta do autor.
 
RESPOSTA Q.40: Jorge responderá por crime único 
de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, 
pois, segundo a jurisprudência dominante do STF, 
deve ser reconhecido a incidência de crime único no 
caso de apreensão de armas e munições 
apreendidas nas mesmas circunstâncias fáticas, em 
razão de única ofensa ao bem jurídico protegido, 
aplicando-se somente a reprimenda do delito mais 
grave, sob pena de “bis in idem".
QUESTÃO 41: Astrogildo colocou cacos de vidro, 
visíveis, em cima do muro de sua casa, para evitar a 
ação de ladrões. Certo dia, uma criança neles se 
lesionou ao pular o muro da casa de Astrogildo para 
pegar uma bola que ali havia caído. Diante dos fatos, 
identifique o enquadramento jurídico penal da 
conduta de Astrogildo.
 
RESPOSTA Q.41: Astrogildo não responderá 
por crime algum, pois agiu acobertado pelo 
exercício regular de direito. A questão deixa 
clara a disposição VÍSIVEL dos ofendículos 
(cacos de vidros), que são meios de defesa 
predispostos para a proteção do patrimônio 
da propriedade, afastando a antijuridicidade.
QUESTÃO 42: Na madrugada de um sábado, Jorge, cabo da Polícia Militar, 
retornava para casa, em um bairro bastante violento da capital. Policial 
experiente, que já havia sido ameaçado por algumas lideranças do tráfico na 
região, ciente das constantes disputas entre grupos rivais que ocorriam na 
comunidade, Jorge era cuidadoso e sempre caminhava pelo bairro em trajes civis. 
A cerca de 5 metros da esquina de sua casa, Jorge assustou-se com dois homens 
que dobraram a esquina correndo, os quais, ao vê-lo, apontaram-lhe as armas que 
portavam. Diante da situação sinistra em que se via, Jorge não titubeou e agiu 
conforme seus treinamentos: sacou seu revólver com extrema rapidez e 
habilidade e, com disparos certeiros, atingiu letalmente os dois homens que lhe 
apontavam as armas. Jorge, então, acionou a Polícia Militar e o serviço de socorro 
médico de emergência, que compareceram ao local, tendo os agentes militares 
constatado que os homens atingidos eram dois policiais civis que participavam de 
uma operação contra o tráfico no bairro e se preparavam para prender alguns 
suspeitos em flagrante.
 
RESPOSTA Q.42: Apesar de sua conduta típica e ilícita, a 
Jorge não deve ser aplicada qualquer pena, sendo-lhe 
inexigível conduta diversa diante das circunstâncias que 
compunham o contexto em que se viu envolvido, que o 
levaram a supor situação de fato que, se existisse, 
tornaria sua ação legítima. Trata-se de hipótese de erro 
de tipo permissivo (percepção fática equivocada pelo 
agente que se existisse tornaria a ação legítima), previsto 
no artigo 20, §1º do CP, diante da legítima defesa putativa 
por erro invencível, logo será isento de pena.
QUESTÃO 43: Mévio, superior hierárquico de Tício, 
Oficial de Justiça, solicitou que ele alterasse o teor de 
determinada certidão em mandado de busca e 
apreensão. Apesar de ter conhecimento de que a 
conduta não era correta, Tício atendeu a solicitação de 
Mévio, já que este era seu superior hierárquico e os 
dois eram também amigos de infância.
 
RESPOSTA Q.43: Como o agente subordinado tinha 
consciência do caráter ilegal da ordem emanada do 
superior, este responderá pelo crime, sendo, 
portanto, fato típico, ilícito e culpável. A 
culpabilidade só estaria afastada se a ordem fosse 
não manifestamente ilegal. 
QUESTÃO 44: No dia 25 de dezembro de 2017, Carlos, funcionário público, 
recebe uma visita inesperada de João, seu superior hierárquico, em sua 
residência. João informa a Carlos que estava sendo investigado pela prática de 
um delito e exige que este altere informação em determinado documento 
público, mediante falsificação, de modo a garantir que não sejam obtidas 
provas do crime que vinha sendo investigado, assegurando que, caso a ordem 
não fosse cumprida, sequestrariao filho de Carlos e que a restrição da 
liberdade perduraria até o atendimento da exigência. Diante desse 
comportamento de João, Carlos falsifica o documento público, mas vem a ser 
descoberto e denunciado pela prática do crime previsto no Art. 297 do Código 
Penal (falsificação de documento público). Nesse sentido, identifique o 
enquadramento jurídico penal da conduta de Carlos e João.
 
RESPOSTA Q.44: Carlos não deverá ser 
responsabilizado pelo crime, por agir sob coação 
moral irresistível, que é causa de exclusão da 
culpabilidade, nos termos do artigo 22 do Código 
Penal. Nesse sentido, apenas João será punido, por 
ser o autor da coação, na condição de autoria 
mediata, ao se valer de uma pessoa sem 
culpabilidade (inexigibilidade de conduta diversa) 
para realizar uma infração penal.
QUESTÃO 45: Cerqueira, velho inimigo de Jovêncio, supondo que 
este iria matá-lo, por conta de inúmeras ameaças de morte, ao vê-lo 
levar a mão no bolso do paletó, onde costumava manter uma 
pistola, desferiu contra ele um único disparo de arma de fogo. 
Jovêncio, no entanto, carregava neste bolso um presente para 
Cerqueira, com quem pretendia celebrar as pazes. Ao ser alvejado 
com o disparo, sacou de sua arma, que estava em um coldre na 
perna, revidando com um único disparo. Ambos ficaram lesionados. 
Desprezando as consequências penais relativas a arma de fogo, 
identifique o enquadramento legal da conduta de Cerqueira e 
Jovêncio.
 
RESPOSTA Q.45: Cerqueira e Jovêncio não 
praticaram crime. No caso concreto, Cerqueira age 
acobertado por hipótese de legítima defesa putativa 
diante do inimigo que o ameaçava, e Juvêncio age 
acobertado por hipótese de legítima defesa real, 
pelindo a injusta agressão de Cerqueira, pois não 
provocou aquela situação de perigo atual. 
QUESTÃO 46: Diego e Júlio, que exercem a mesma função, estão trabalhando 
dentro de um armazém localizado no Porto de Salvador, quando se inicia um 
incêndio no local em razão de problemas na fiação elétrica. Existe apenas uma 
pequena porta que permite a saída dos trabalhadores do armazém, mas em 
razão da rapidez com que o fogo se espalha, apenas dá tempo para que um 
dos trabalhadores saia sem se queimar. Quando Diego, que estava mais 
próximo da porta, vai sair, Júlio, desesperado por ver que se queimaria se 
esperasse a saída do companheiro, dá um soco na cabeça do colega de 
trabalho e passa à sua frente, deixando o armazém. Diego sofre uma queda, 
tem parte do corpo queimada, mas também consegue sair vivo do local. Em 
razão do ocorrido, Diego ficou com debilidade permanente de membro. 
Considerando apenas os fatos narrados na situação hipotética, identifique o 
enquadramento jurídico penal da conduta de Júlio.
 
RESPOSTA Q.46: Júlio não cometeu crime algum, 
agindo amparado pelo estado de necessidade, causa 
de exclusão da ilicitude.
QUESTÃO 47: Ângelo Asdrúbal, reconhecido mundialmente 
como notável lutador de boxe, já tendo sido campeão 
brasileiro e vice-campeão mundial na categoria de pesos 
médios ligeiros, em uma luta com Custódio na busca pela 
indicação para disputa do cinturão de campeão, obedecendo 
rigorosamente às regras do esporte lhe desfere diversos socos, 
os quais vêm a causar lesões gravíssimas em seu adversário 
(Custódio), ocasionando a morte. Analisando o caso proposto, 
identifique o enquadramento jurídico penal da conduta de 
Ângelo.
 
RESPOSTA Q.47: Ângelo não responde por crime, por agir 
acobertado pelo exercício regular de direito, que é causa de 
exclusão da ilicitude. O fato típico decorrente da realização de 
um esporte, desde que respeitadas as regras regulamentares 
emanadas de associações legalmente constituídas e 
autorizadas a emitir provisões internas, configura exercício 
regular de direito, afastando a ilicitude, porque o esporte é 
uma atividade que o Estado não somente permite, mas 
incentiva a sua prática. Todavia, se o fato típico cometido 
pelo agente resultar da violação das regras esportivas, 
notadamente por ultrapassar seus limites, o excesso 
implicará na responsabilidade pelo crime, doloso ou culposo.
QUESTÃO 48: Beltrano e Ciclano saem juntos para comemorar 
o sucesso obtido em concurso público. Beltrano não pode 
ingerir em hipótese alguma bebida alcoólica. Entretanto, 
Ciclano coloca as escondidas álcool no refrigerante de 
Beltrano. Ao tomar o refrigerante, Beltrano perde a capacidade 
de se comportar conforme o direito e de entender inteiramente 
o caráter ilícito de seus atos. Totalmente fora de si, Beltrano 
quebra uma garrafa na cabeça de Ciclano que falece. Diante do 
caso concreto, identifique o enquadramento jurídico penal da 
conduta de Beltrano.
 
RESPOSTA Q.48: Beltrano esta isento de pena 
porque no momento que ceifou a vida de Ciclano 
encontra-se em situação de inimputabilidade, nos 
termos do artigo 28, §1º do Código Penal. 
QUESTÃO 49: João passeava com seu filho de 3 anos 
em um bosque ermo quando um cão feroz, sem coleira 
e desacompanhado, tentou atacar a criança. 
Encontrando um tronco de madeira no chão, pegou o 
objeto e deu uma paulada no animal, que fugiu 
machucado. Diante do caso concreto, identifique o 
enquadramento jurídico penal da conduta de João. 
 
RESPOSTA Q.49: João agiu para salvar seu filho de 
perigo atual não provocado por sua vontade. Além disso, 
no caso, não era razoável o sacrifício do direito (vida, 
integridade física, etc.). Assim, João está acobertado pela 
excludente de ilicitude do estado de necessidade, 
prevista no art. 24 do CP. Todavia, agiria acobertado pela 
legitima defesa se o ataque do cão fosse proveniente de 
ordens ou estímulos do seu dono, pois, nesse caso, 
estaria diante de uma situação de agressão. 
QUESTÃO 50: Acrásio encontrava-se detido em uma delegacia da 
polícia civil por ter ameaçado a vida de um terceiro. Lá, apresentou 
comportamento violento e incontido: debatia-se contra as grades, 
agredia outros detentos e dirigia impropérios contra os policiais. 
Após os outros detentos serem retirados da cela, Acrásio foi 
algemado, momento em que passou a provocar e a ofender 
Sinfrônio, policial que o guardava, que, em seguida, adentrou a cela 
e lhe desferiu vários golpes de cassetete, causando em Acrásio 
graves lesões (constatadas por laudo pericial), agressão que 
somente cessou após a intervenção de outro policial. Nesse sentido, 
identifique o enquadramento jurídico penal da conduta do policial 
Sinfrônio.
 
RESPOSTA Q.50: A conduta de Sinfrônio se amolda 
no crime de tortura previsto no artigo 1º, §º1º da Lei 
9.455/97, tendo em vista que a vítima, enquanto 
estava detida, foi submetida a intenso sofrimento 
físico por ato que não estava previsto em lei, nem 
resultava de medida legal. Essa modalidade de 
tortura, ao contrário das demais, não exige especial 
fim de agir por parte do agente para configurar-se, 
bastando o dolo de praticar a conduta descrita no 
tipo objetivo.
QUESTÃO 51: Gertrudes, para ir brincar o carnaval, 
deixou dormindo em seu apartamento seus filhos 
Lúcio, de cinco anos de idade, e Lígia, de sete anos de 
idade. As crianças acordaram e, por se sentirem sós, 
começaram a chorar. Os vizinhos, ouvindo os choros e 
chamamentos das crianças pela janela do 
apartamento, que ficava no terceiro andar do prédio, 
arrombaram a porta, recolheram as crianças e 
entregaram-nas ao Conselho Tutelar. 
 
RESPOSTA Q.51: Gertrudes deverá responder 
pelo crime de abandono de incapaz e os 
vizinhos não praticaram crime, pois estavam 
agindo em estado de necessidade de 
terceiros.
QUESTÃO 52: Geraldino permitiu seu encarceramento 
pelo patologista André, para se submeter a uma 
experiência científica. Ao terminar o período da 
experiência, Geraldino procurou a delegacia de polícia 
da circunscrição de sua residência, alegando que fora 
vítima de crime, em face do seu encarceramento.Do 
relato apresentado, conclui-se:
 
RESPOSTA Q.52: Não há crime, pois o consentimento do ofendido se mostra 
como causa supralegal de exclusão da ilicitude. O consentimento doofendido 
significa, em linhas gerais, o ato da vÍtima (ou do ofendido) em anuir ou 
concordar com a lesão ou perigo de lesão a bem jurídico do qual é titular. O 
consentimento do ofendido exclui a ilicitude da conduta, desde que presentes 
alguns requisitos, que são: a) o dissentimento (leia-se: o não consentimento) não 
pode integrar o tipo. Exemplificando: no estupro o dissentimento, ou o não 
consentimento, da vítima para a prática sexual integra o tipo, logo, nesse caso, o 
seu consentimento exclui a tipicidade e não a ilicitude da conduta; b) o ofendido 
precisa ser capaz de consentir; c) o consentimento precisa ser livre e consciente; 
d) o bem renunciado deve ser disponível e próprio; e) o dissentimento precisa 
ser expresso e anterior ou concomitante à prática do fato.
QUESTÃO 53: João e Paulo são amigos e colegas de faculdade. João avista 
Paulo na via pública e, movido por animus jocandi, encosta o dedo 
indicador nas costas de Paulo, falseia a voz e anuncia um “assalto”. João 
determina a Paulo que não olhe para trás, e prosseguem assim, andando 
juntos, o dedo indicador de João sob a sua camisa e ao mesmo tempo 
encostado nas costas de Paulo, simulando o cano de uma arma de fogo. 
Pedro, amigo de Paulo, mas que não conhece João, visualiza a cena e 
interpreta que Paulo está prestes a ser morto por João. Nesse momento, 
Paulo ameaça reagir, e João, em voz alta, diz que irá atirar. Todas as 
pessoas que tiveram a atenção atraída para a cena intuíram que Paulo 
seria morto e com Pedro não foi diferente. Pedro, então, saca arma de fogo 
e efetua um disparo contra João. O tiro foi mal executado e acaba por 
atingir e matar Paulo.
 
RESPOSTA Q.53: A partir de tal caso hipotético, é de se 
considerar que Pedro agiu em legítima defesa putativa de 
terceiro e cometeu erro na execução, motivo pelo qual 
não se vislumbra crime algum. A legítima defesa putativa, 
ou imaginária, é aquela em que o agente, por erro, 
acredita existir uma agressão injusta, atual ou iminente, a 
direito seu ou de outrem. Se repelindo uma agressão 
injusta, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem, o 
agente atinge pessoa inocente, por erro no emprego dos 
meios de execução, subsiste em seu favor a legítima 
defesa.
QUESTÃO 54: João e Maria, com 18 e 13 anos de idade, 
respectivamente, iniciaram relacionamento amoroso 
que culminou em relações sexuais consensuais. 
Inconformado com o fato, o pai de Maria procura a 
autoridade policial e solicita a instauração de inquérito 
policial contra João por entender que sua filha está 
sendo vítima de abuso sexual. 
 
RESPOSTA Q.54: No âmbito do direito penal, João 
praticou o crime de estupro de vulnerável. Pois, nos 
termos da recente alteração legislativa, estará 
caracterizado crime de estupro de vulnerável 
independentemente do consentimento da vítima ou 
do fato de ela ter mantido relações sexuais anteriores 
ao crime, conforme preconiza o artigo 217, §5º do CP.
QUESTÃO 55: Maura e Sílvio, que foram casados por dez anos, se separaram há 
um ano e compartilham a guarda de filho menor. Sílvio buscava o filho na escola e 
o levava para a casa que era do casal, agora habitada somente pela mãe e pela 
criança, que fica aos cuidados da babá. A convivência entre ambos era pacífica até 
que ele soube de novo relacionamento de Maura. Sentindo-se ainda apaixonado 
por Maura, ele elaborou um plano para tentar reconquistá-la. Em uma ocasião, ao 
levar o filho para casa como fazia cotidianamente, Sílvio, sem que ninguém 
percebesse, pegou a chave da casa e fez dela uma cópia. Em determinado dia, ele 
comprou um anel e flores, preparou um jantar e, à noite, entrou na casa para 
surpreender a ex-esposa — nem Maura nem a criança estavam presentes. Maura 
havia deixado a criança com a avó e saíra com o namorado. Ao chegar à casa, 
bastante embriagada, Maura dormiu sem perceber que Sílvio estava na residência. 
Sílvio tentou acordá-la, mas, não tendo conseguido, despiu-a, tocou-lhe as partes 
íntimas e tentou praticar conjunção carnal com ela. Como Maura permanecia 
desacordada, Sílvio foi embora sem consumar o último ato.
 
RESPOSTA Q.55: Sílvio cometeu crime de estupro de 
vulnerável na forma consumada, pois Maura, na 
situação em que se encontrava, não poderia oferecer 
resistência. Encontra-se consolidado, no STJ, o 
entendimento de que o delito de estupro, na atual 
redação dada pela Lei 12.015/2009, inclui atos 
libidinosos praticados de diversas formas, incluindo 
os toques, os contatos voluptuosos e os beijos 
lascivos, consumando-se o crime com o contato físico 
entre o agressor e a vítima.
QUESTÃO 56: Glória, de 25 anos, foi contratada por determinada 
instituição privada de ensino para ser professora da turma do 2º ano 
do ensino fundamental. 
O diretor da escola, superior de Glória, fica encantado pela beleza da 
nova contratada e, em determinada data, no interior da sala da 
direção, constrange-a a praticar ato sexual, sob o argumento de que 
todas as professoras devem o seu trabalho na escola a ele, que as 
contratou. Glória, não querendo perder seu emprego, cede ao 
constrangimento. Considerando a situação narrada, é corretor 
afirmar que a conduta do diretor da escola.
 
RESPOSTA Q.56: Considerando a situação 
narrada, é corretor afirmar que a conduta do 
diretor da escola configura crime de assédio 
sexual. Trata-se de crime próprio, que só pode 
ser praticado por aquele que ostente alguma 
das condições previstas no tipo penal.
QUESTÃO 57: Rita, depois de convencer suas colegas Luna e Vera, 
todas vendedoras em uma joalheria, a desviar peças de alto valor 
que ficavam sob a posse delas três, planejou detalhadamente o 
crime e entrou em contato com Ciro, colecionador de joias, para que 
ele adquirisse a mercadoria. Luna desistiu de participar do fato e não 
foi trabalhar no dia da execução do crime. Rita e Vera conseguiram 
se apossar das peças conforme o planejado; entretanto, como não 
foi possível repassá-las a Ciro no mesmo dia, Vera levou-as para a 
casa de sua mãe, Mariza, comunicou a ela o crime que praticara e 
persuadiu-a a guardar os produtos ali mesmo, na residência 
materna, até a semana seguinte. Nesse sentido, identifique o 
enquadramento jurídico penal das pessoas citadas na questão.
 
RESPOSTA Q.57: Rita e Vera responderão pelo crime de furto qualificado 
pelo concurso de pessoas. Observe que a questão não fornece elementos 
suficientes para afirmar que o furto foi cometido com abuso de 
confiança. O simples fato de Rita e Vera trabalharem na loja, sem usar de 
sua condição como funcionárias já com a prévia confiança construída 
com o empregador, objetivando diminuir a esfera de vigilância da vítima, 
não caracteriza o abuso de confiança. Conforme o entendimento 
dominante, a mera relação empregatícia é insuficiente para sua 
caracterização, sendo necessária a existência prévia de credibilidade, 
abalada em razão da quebra de lealdade. Luna não responderá por crime 
algum, pois desiste de participar do fato antes da sua execução. Ciro não 
responderá por crime algum, pois não chegou a iniciar a execução da 
receptação. Mariza responderá pelo crime de favorecimento real.
QUESTÃO 58: Fulano, conhecido nos meios policiais pela prática de 
crimes contra o patrimônio, decidiu abandonar temporariamente 
suas atividades delituosas após conhecer Beltrana, por quem se 
apaixonara. A moça, no entanto, conhecendo a má fama de Fulano, 
o rejeitou. Magoado, Fulano decidiu se vingar e, durante uma festa 
na casa de amigos em comum, colocou sonífero na bebida de 
Beltrana. Tão logo ela caiu no sono, Fulano a levou para um dos 
quartos e, aproveitando-se de que ninguém o observava, subtraiu 
todas as roupas de Beltrana, deixando-a nua, além de pilhar dinheiro 
e documentos que ela levava em sua bolsa. Em seguida, ele evadiu 
da festa, levando consigo todos os bens subtraídos.
 
RESPOSTA Q.58: Fulano responderá pelo 
crime de roubo próprio, previsto no caput do 
artigo 157 do Código Penal. A utilização de 
sonífero na bebida caracterizaespécie de 
violência imprópria, por se tratar de outro 
meio que reduz a vítima a impossibilidade de 
resistência.
QUESTÃO 59: Antônio e Bruno, imputáveis, resolvem cometer um roubo 
em um estabelecimento comercial na companhia do menor Maurício, 
mediante emprego de um revólver eficaz e completamente municiado. Na 
ocasião programada, Antônio conduz os demais comparsas e estaciona em 
local estratégico próximo ao estabelecimento comercial para facilitar a 
fuga e dificultar que testemunhas anotem a placa do veículo. Bruno e 
Maurício descem do veículo, entram no estabelecimento comercial perto 
do horário do encerramento e anunciam o assalto. A vítima Victor reage e 
entra em luta corporal com os agentes. Para pôr fim à briga, Maurício 
efetua três disparos de arma de fogo e foge, em seguida, na companhia de 
Bruno sem nada subtrair do estabelecimento comercial. Victor morre em 
função dos disparos de arma de fogo que lhe atingiram. Bruno e Maurício 
entram rapidamente no veículo conduzido por Antônio, que empreende 
rápida fuga do local.
 
RESPOSTA Q.59: Antônio e Bruno responderão pelo crime de 
latrocínio consumado, nos termos da Súmula 610 do STF, em 
concurso formal com corrupção de menor, sem incidência da causa 
de diminuição de pena da participação de menor importância. O 
simples fato de um maior de idade ter se utilizado da participação 
de um menor de 18 anos na prática de infração penal já é suficiente 
para que haja a consumação do crime de corrupção de menores. 
Assim, para a configuração do delito não se exige prova de que o 
menor tenha sido efetivamente corrompido. Isso porque o delito 
de corrupção de menores é considerado formal. Maurício, por ser 
inimputável, pratica ato infracional, sujeitando-se as regras do ECA.
QUESTÃO 60: Caio, com dezoito anos de 
idade, reside com seu pai, de cinquenta e oito 
anos de idade, e com seu tio, de sessenta e um 
anos de idade. Sem dinheiro para sair com os 
amigos, Caio subtraiu dinheiro de seu pai e, 
ainda, o aparelho celular do tio.
RESPOSTA Q. 60: Nessa situação, Caio será isento de 
pena quanto a subtração do dinheiro do seu pai, por 
reconhecimento da escusa absolutória prevista no 
artigo 181 do Código Penal. Já com relação à 
subtração do aparelho celular do tio, responderá pelo 
crime de furto, não se aplicando a escusa relativa, 
embora haja coabitação, tendo em vista que a vítima 
é pessoa idosa, nos termos do artigo 183 do Código 
Penal.
Prova Dissertativa
CFO/PMSC
Di
re
ito
 P
en
al

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