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Imperícia, imprudência e negligência (Omissões em Enfermagem) Enfª Profª Denise Braga NEGLIGÊNCIA: É a omissão aos deveres que as circunstâncias exigem. Negligência Para o Direito (Art. 18, C. Penal) é a falta de diligência, implica desleixo, preguiça, ausência de reflexão necessária, caracterizando-se também pela inação, indolência, inércia e passividade. Assim, pode se configurar a negligência: abandono de doente, omissão de tratamento, esquecimento de corpo estranho em cirurgia, etc. Imperícia é a incapacidade, a falta de habilidade específica para a realização de uma atividade técnica ou científica, não levando o agente em consideração o que sabe ou deveria saber. A imperícia se revela pela ignorância, inexperiência ou inabilidade sobre a arte ou profissão que pratica. É uma forma culposa (diferentemente da dolosa, que exige a intenção), que gera responsabilidade civil e/ou criminal pelos danos causados. Imprudência é um comportamento de precipitação, de falta de cuidados. Consiste na violação da regras de condutas ensinadas pela experiência. É o atuar sem precaução, precipitado, imponderado. Há sempre um comportamento positivo. Uma característica fundamental da imprudência é que nela a culpa se desenvolve paralelamente à ação. Deste modo, enquanto o agente pratica a conduta comissiva, vai ocorrendo simultaneamente a imprudência. NEGLIGÊNCIA Falta de atenção ou cuidado - Inobservância de deveres e obrigações. Age o Médico com negligência quando deixa de praticar atos ou não determina atendimento hospitalar ou de enfermagem compatível com o recomendado pela ciência médica em relação ao estado médico do paciente. Exemplos: Acidente de veículos - lesões e fraturas variadas. É óbvio até para o leigo que é medida de absoluta importância o Raio X ou Tomografia Computadorizada para detectar a hipótese de "traumatismo craniano". Se o Médico, neste caso, deixa de tomar esta providência estará deixando de empregar "todos os meios" para a cura ou melhora de seu paciente. Constatando, posteriormente, que o paciente veio a falecer, ou agravar seu estado de saúde, com ou sem sequelas, em razão de ser ter sofrido "Traumatismo Craniano" não tratado por negligência do médico, óbvio, terá direito a indenização correspondente. Alta Médica prematura - O médico que dá alta ao paciente que ainda necessita de tratamento hospitalar também pode ser considerado negligente quando em razão de seu ato vem o paciente sofrer danos à saúde, sofrer sequelas ou falecer. Amputar uma perna quando a outra é que estava doente. É falta de atenção, cuidado, é ilícito penal e ilícito civil, cabe ação de indenização, independente da ação penal em razão da lesão corporal. Negligência: deixar de fazer o que deveria ser feito. Omissão voluntária. NEGLIGÊNCIA Exemplo: o profissional da enfermagem deve realizar a leitura detalhada da prescrição médica, seguindo a primeira meta internacional de segurança do paciente: “identificação correta”, porém não o faz, causando erro na administração dos medicamentos com danos irreversíveis à saúde do paciente. IMPRUDÊNCIA Ato de agir perigosamente, com falta de moderação ou precaução. Exemplos: Praticar cirurgia de risco sem os equipamentos necessários a um atendimento de emergência. Nos hospitais ou clínicas em que não existam equipamentos apropriados não se deve fazer cirurgia com anestesia geral, pois a anestesia em si, já é um elemento de risco. Fazer um parto sem possuir o aspirador do líquido amniótico, por exemplo. (necessário para retirar o líquido que a criança geralmente aspira). Fazer duas anestesias simultâneas. Alguns médicos anestesistas correm o risco e atendem duas ou mais cirurgias ao mesmo tempo. A simples prática deste expediente já configura ilícito penal. O ilícito civil somente será possível havendo qualquer tipo de dano ao paciente. IMPRUDÊNCIA Imprudência: ação realizada de forma precipitada, sem o devido cuidado. Sabe o que deve ser feito, porém não o faz. Exemplo: o profissional da enfermagem conhece a técnica de higiene das mãos, porém não realiza todas as etapas, causando contaminação durante a assistência. IMPERÍCIA Falta de experiência ou conhecimentos práticos necessários ao exercício de sua profissão, inábil. Exemplos: A imperícia se caracteriza quando o médico tem todos os sintomas que indicam claramente uma determinada doença e, por falta de prática, prescreve tratamento para outra doença. É imperito ainda o médico cirurgião que, equivocadamente, corta músculos, veias ou nervos que não podem ser suturados, gerando sequelas para o paciente. São comuns pessoas que se submetem a cirurgias plásticas e têm músculos seccionados e perdem os movimentos da expressão. Há casos em que o paciente submete-se a uma cirurgia de próstata e, devido a uma cisão de um músculo peniano, perde a potência e até o controle da urina. IMPERÍCIA Imperícia: realização de procedimento técnico sem ter aptidão. Executar uma tarefa na qual não possui qualificação técnica. Exemplo 1: um técnico de enfermagem que realiza a passagem de sonda vesical de demora no paciente, sem possuir habilidades técnicas e qualificação pra isso. (função do enfermeiro). Exemplo 2: um enfermeiro que realiza a passagem de cateter venoso central no paciente, sem possuir conhecimento técnico pra isso. (função do médico). • Falsos diagnósticos, principalmente se formulados por especialistas, conseqüentes a exames superficiais e desidiosos do paciente. • Omissão ou retardo na transferência ao especialista, quando possível realizá-la. • Descuidos na transfusão sangüínea. ERROS MÉDICOS POR NEGLIGÊNCIA • Retardo na intervenção cirúrgica, com conseqüências graves para o doente. • Prescrição medicamentosa indevida ou com superdosagem. • Negligência nos cuidados pré e pós-operatórios. • Omissão das instruções necessárias ao paciente. ERROS MÉDICOS POR NEGLIGÊNCIA • Abandono de corpo estranho intracorpóreo (compressas, instrumental, etc). • Contágio por instrumentos mal esterilizados. • Esquecimento de garrote nas cirurgias plásticas ou ortopédicas, com seqüelas funcionais ou perda do membro. • Queimaduras severas conseqüentes à radioterapia mal conduzida. ERROS MÉDICOS POR NEGLIGÊNCIA ERROS MÉDICOS POR IMPRUDÊNCIA • Cirurgião que opera o paciente sem solicitar risco cirúrgico prévio ou sem examiná-lo antes do ato cirúrgico. • Médico que receita produto farmacêutico ou avalia um paciente por telefone.
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