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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE PAULISTA – UNORP PROGRAMA DE GRADUÇÃO – ARQUITETURA E URBANISMO MISLENE MENDONÇA RESUMO DO LIVRO ÉTICA E VERGONHA NA CARA! De Mario Sergio Cortella Clóvis de Barros Filho SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP ÉTICA E VERGONHA NA CARA O livro “Ética e vergonha na cara”, traz o diálogo com Mario Sergio Cortella e Clóvis de Barros Filho, no primeiro capítulo a abordagem é sobre a ética da conveniência, e a questão do relativismo moral -_” se é bom pra mim, tudo bem”. Conta história de uma corrida de cross- country, em Navarra, Espanha. Onde o queniano Abel Mutai a poucos metros da linha de chegada se destrai, logo, o espanhol Ivan Fernández Anaya, nos dá a lição de ética e moral, Abel iria perder a corrida, porém Ivan o empurrou em direção a vitória. Abel ao ser questionado, pelo ato, responde: ” Qual seria o mérito se eu deixasse que ele perdesse, se eu ganhasse desse jeito, o que ia falar para a minha mãe?” A ética tem a ver com vergonha na cara, com decência, se tivesse mais afetos, em não desonrar quem se ama, teríamos uma sociedade melhor e por consequência relações mais harmônicas. Aborda a temática da corrupção, onde o indivíduo, tem a possibilidade de enriquecer mediante um esforço mínimo. Então tomamos decisões morais através da mesma. Na sala de aula, observa se a ética da alegria, um aluno tira nota boa, mas não por mérito, de ter estudado e se empenhado, e sim por cola, aqui não tem ética de alegria, porque se for pego, será envergonhado. Toda vez que alguém é constrangido a agir em função de resultados, ele se prende na ética consequencialista. Se houver um conflito entre resultado e honestidade, significa que alguém usará a estratégia que for preciso para obter sucesso. Empresas perdem seus valores éticos, quando anunciam: “Fazemos qualquer negócio”, significa que tudo é válido. Kant diz, que tudo que não se pode contar como fez, não deve se fazer, e não é sobre questões que precisam de sigilo, mas sim daquelas que envergonham, trazendo o egoísmo, que de acordo com Cortella é a suspensão da ética, e entendemos que ela é um conjunto de valores e princípios que regem nossa conduta. Segundo Clóvis estamos incansavelmente em busca de algo para preencher nossa vida, e ser feliz. Passamos pelo primário, colegial, faculdade, mas a felicidade não vem, daí o estágio, porém precisamos ser efetivado. O emprego fixo vem, e a busca incessante de ser promovido também, a promoção vem, e com ela a pressão de resultados, metas. Clóvis refere-se as metas como cenouras, uma vez que conquistamos a cenoura, temos a impressão que a felicidade chegou. Então entregamos a cenoura para o chefe que estabelece novas metas, ou seja, nova cenoura, e descobrimos a lógica de Platão, a lógica do desejo na falta, do buscar o que não se tem, é uma lógica desde o começo da vida, depois dos trinta recebemos uma placa dizendo: “Você foi um excelente perseguidor de cenouras, mas hoje se tornou inadaptável. Vou contratar alguém mais jovem, mais iludido do que você para poder explorar o trabalho mais adequadamente”. Portanto desde a escola até a vida adulta não somos preparados para a felicidade, somos condicionados a sempre buscar o que não existe. E de acordo com Cortella, ficamos diante da filosofia, do “fazemos qualquer negócio”, seja no ambiente escolar, na família, no trabalho, a fim de obter resultados a qualquer custo. Qual é o resultado que torna justo o caminho? Para Clóvis, temos um problema, em que se uma conduta vale em função de um resultado, se a conduta será boa ou má, mas os resultados são obtidos, por vezes decorrentes de muitos fatores. Cortella acredita que se chegamos ao caminho que queríamos, o caminho foi justo, isto é, se meta era algo que fixamos a nós e conquistamos, isso confere justeza ao caminho percorrido. Enquanto não houver a possibilidade de onde queremos chegar, ou seja, a possibilidades de uma reflexão sobre os fins, estaremos condenados a julgar os meios a partir da tirania. Por vezes, ouvimos dizer;” Precisamos evoluir muito para chegar ao patamar de sociedade ética”, se esperar uma sociedade ideal para que a ética possa existir, é possível ela nunca existir, A ética não é abstrata, não é prática _prática é a moral. A ética é concreta, e desse ponto de vista, a ideia da ética, e tica como instrução, o que somos em uma sociedade e cultura, para do espelhamento de conduta, e crianças e jovens, se formam eticamente a partir do que observam como conduta prática correta do pai e da mãe. Portanto o cuidado em relação a famílias deve ser maior, por como pais, temos o papel fundamental, de influenciar nossos filhos para que tenham uma conduta ética saudável. Para Cortella, devemos, com atividade educativa, procurar fazer com que as famílias aprendam que ensinar seus filhos e não limita-los a ser parte da engrenagem. O homem transcende a sua natureza. Ele inventa, cria, improvisa, inova, empreende, pensa em soluções nunca antes pensada e situações nunca vividas. E a ética surgi pra isso, ela a importância da relação a natureza; a necessidade de caminhos quando o instinto não responde mais, a necessidade de que vontade não é desejo. Somos comparados a um formigueiro, as formigas trabalham 24 horas por dia, duas ou três não fazem nada, mesmo se houvesse uma revolução socialista no formigueiro, não poderia trabalhar, ela não teria instrumento pra isso. Diferentes das formigas, nas relações socias, poderiam ser diferentes, devemos buscar uma solução de convivência adequada. Como seres humanos, podemos ir além da natureza, além do óbvio, a ética é aquela que concerta os modos de repressão na nossa convivência. Temos a possibilidade de escolher nossa conduta. Inclusive, de escolhas errada. E escolher certo ou errado é justamente o campo da ética como princípio. Muitas vezes somo colocados a fazer escolhas, e a chance de arrependimentos é enorme, pois temos infinitas alternativas de escolha. Entendemos que não há vida sem escolha, e não há escolha sem valor. Percebemos que sem uma referência não é possível atribuir valor, e com base nessa referência que avaliamos o que é bom ou ruim. Podemos construir algumas referências do que seja uma ética saudável, num mundo onde tem o respeito às diferenças, de acolhimento a diversidade. A corrupção é uma das formas mais agressivas de comportamento porque está no campo público de no campo privado. É necessário que a sociedade seja organizada, de maneira que facilite comportamentos dos quais não tenhamos que nos envergonhar. O que faz o ladrão, portanto, não é a ocasião. O que faz o ladrão é indivíduo, que poder ser ladrão ou não, aproveitar a ocasião. Em outras palavras, a ocasião faz o ladrão só quando há uma decisão por ser ladrão. Existem diferenças entre o corruptor e corrupto, não se pode corromper alguém se não tem nada a oferecer em troca de algum favorecimento. Nas eleições, o eleito costuma fazer campanhas em diversas partes do país, onde gasta uma grande demanda de dinheiro, o que poderia ser mudado, com os eleitores dele fazendo campanha pelo mesmo em suas cidades mas óbvio que isto não irá acontecer, pois assim o eleito não se sente na posição de devolver tamanha generosidade, ou seja, ser reciproco. Pensando em ética e, dentro dela, na possibilidade de fratura, ou seja, a corrupção de qualquer natureza, há uma distinção entre a vida pública privada e vida pública estatal. Por último, o livro traz uma reflexão, para pensar e refletir, algo que a maioria não faz, “é mais confortável a ideia do geral, do que pensar e ter sua própria opinião”.