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RESUMO ANTIJURIDICIDADE/PRETENSÃO DE REPROVAÇÃO PENAL

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ANTIJURIDICIDADE/PRETENSÃO DE REPROVAÇÃO
São quatro as causas permissivas gerais previstas no Código Penal (art. 23), chamadas
por Vives de permissões fortes:
1. Estado de necessidade
2. Legítima defesa
3. Estrito cumprimento do dever legal
4. Exercício regular de direito.
As permissões fracas estão no art. 22 e são situações de inexigibilidade de conduta diversa, porém o rol não é taxativo:
1. Coação moral irresistível
2. Cumprimento de ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico
Além do rol do artigo 23, é permissão fraca a exigibilidade de conduta diversa, incluindo-se aqui os costumes. Por exemplo, admite-se socialmente as tatuagens em detrimento da integridade física do sujeito. Estas são chamadas de causas supralegais de justificação ou exculpação. Nenhuma outra teoria encontrava lugar dentro da teoria do delito para essas situações. Também se admite, além dos costumes, o consentimento em lesões a bens jurídicos disponíveis.
Nos casos de permissões fortes afasta-se a responsabilidade do autor e a de todos os partícipes. As permissões fracas afastam a responsabilidade penal do autor, mas não dos partícipes.
A segunda diferença é que é as permissões fortes indicam a legitimidade da ação, afastando tanto a responsabilidade penal e quanto a extrapenal.
As permissões fortes são mais que legítimas porquanto Estado. Porém, por não ser onipresente, a situação de emergência faz com que uma pessoa atue como se fosse o próprio Estado. Por isso que há tamanha defesa jurídica sobre aquela ação. Ao agir como o próprio Estado, não se coincide com ele, havendo assim que se respeitar certos requisitos.
As permissões estão espalhadas tanto na parte geral quanto na parte especial do Código Penal. As de parte especial estão relacionadas apenas a um crime ou grupo de crimes . Por exemplo, nas causas de justificação do aborto (art. 128, CP), o próprio tipo prevê casos em que o aborto não é antijurídico.
 Permissões fortes em espécie
1. Estado de necessidade
São requisitos do estado de necessidade, segundo o art. 24, a serem verificados pelo juiz:
1. Perigo atual
2. Bem jurídico próprio ou alheio sob perigo
3. Perigo não pode ser criado por vontade do sujeito (senão seria garante)
4. Inevitabilidade (não pode haver outra forma que evite aquele sacrifício), isto é, o sacrifício era razoável de exigir-se. Assim, aquele sacrifício deve ser útil (suficiente) para se eliminar o perigo.
Porém, há ainda outros dois requisitos (§1º e §2º):
1. Não pode ter o dever de enfrentar o perigo (como o bombeiro).
2. Sacrifício realizado não pode ser de bem jurídico igual ou mais importante (neste caso, não há exclusão, mas ainda se protege ao possibilitar a redução de 1 a 2/3 da pena, como minorante).
Note-se que o dever de enfrentar o perigo não tem relação com o dever de evitar o resultado (garante, conforme o perigo não pode ser criado por vontade do sujeito), mas sim o dever de enfrentar a própria ameaça.
2. Legítima defesa (art. 23, II, e 25, ambos do CP) 
Seu conceito é encontrado no art. 25: “entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”.
Assim, agir em legítima defesa é fazer cessar uma agressão injusta. Caso a ação vá além do intuito de fazer cessar a agressão, o autor responderá por seus excessos.
Apenas humanos podem agredir injustamente, afinal, os animais não tem discernimento acerca do que é justo ou injusto. Da mesma forma, aqueles que não se encontrarem em estado de consciência também não podem agir injustamente. Logo, o agredido encontrar-se-á em estado de necessidade se a agressão não for causada por um ser humano.
A legítima defesa pode ocorrer não apenas para a defesa de direito próprio, mas também em proteção ao direito de um terceiro. Isso significa que deve haver uma vítima específica, isto é, não se pode alegar legítima defesa de bem difuso. É aceitável, contudo, que se defenda bem público.
Os meios necessários e seus respectivos usos moderados também são um requisito. O art. 23, §1º prevê a possibilidade do cometimento de excessos quando da utilização da legítima defesa: “O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo”. Isto é, deve haver proporcionalidade no uso dos meios disponíveis ao agredido naquele momento.
Quando se repele uma agressão injusta, não há injusto penal pois a ação de legítima é justa, ou seja, não é antijurídica. Logo, a legítima defesa recíproca não é aceitável pois o agressor que se torna agredido não está a fazer cessar uma agressão justa.
3. Estrito cumprimento do dever legal
Tanto o estrito cumprimento do dever legal quanto o exercício regular de direito possuem um ponto em comum muito forte: ambos são necessários para que o sistema jurídico seja coeso, pois não seria admissível que, no primeiro caso, o exercício de um dever imposto pela lei e, no segundo, o exercício regular de direito (não proibido por lei) pudesse ser compreendido como crime. Tratar-se-ia de uma efetiva contradição. Importante reforçar que o vocábulo estrito é essencial: eventuais excessos atraem a coerção pelo Direito penal.
4. Exercício regular de direito
Como antes dito, essa previsão assegura ao ordenamento jurídico coesão. Não se poderia ser permitido fazer algo pelo direito, ao mesmo tempo que seria repreensível. 
Também, aqui utiliza-se regular com o mesmo efeito de estrito no item anterior: para destacar que abusos de direito hão de ser punidos. Destarte, o direito deve ser exercido dentro dos limites da lei.
Se um jogador comete faltas, mesmo que sistematicamente e mesmo que a ação seja típica e cometa lesão corporal, sendo regulado como falta desportiva será tratado apenas como falta desportiva. Existe, ainda assim, um limite. Se o jogador exerce sua atitude não por motivo de jogo, mas com o direcionamento único de causar a lesão, certamente está fora do direito.
Se alguém instala uma cerca elétrica, está exercendo regularmente seu direito. Porém se é instalada fora das normas municipais, responderá pelos resultados por criar um risco não permitido.
 Permissões fracas
As permissões fracas têm duas principais diferenças: somente liberam de responsabilização penal o autor do crime; e não afetam as outras esferas de responsabilização (civil ou administrativa).
Causas supralegais
1. Consentimento do ofendido
No caso do consentimento, há uma exigência: a vontade da vítima não deve figurar como elemento do tipo. Logicamente, os tipos que dependem da ausência do consentimento expressamente não podem ser conjugados com essa permissão. Da mesma forma, quando o tipo descreve que o consentimento é delituoso, não se pode alegar esta permissão.
O consentimento encontra alguns limites: o agente deve ser capaz e o consentimento deve estar relacionado a um bem jurídico disponível. Por exemplo, liberdade para se auto infligir lesão (ou permitir que outro o faça – tatuagem, sadomasoquismo, cirurgia plástica), patrimônio, etc. Alguns outros são indisponíveis, e não poderia haver consentimento sobre eles, como a vida (todos os países de matrizes católicas criminalizam o auxílio ao suicídio, porém nos de matrizes germânicas isso é
permitido, como o auxílio legalizado ao suicídio na Holanda).
O consentimento necessariamente deve ser prévio à consumação do delito.
2. Normas de cultura
São causas de justificação fracas desde que efetivamente sejam parte daquela cultura. Não necessariamente deve ser reconhecida pela nação como um todo, os costumes podem ser regionais ou locais.
Causas legais de exculpação
Apesar de a exigibilidade de conduta diversa não estar expressa no código, ela é uma das inúmeras que os códigos penais ao redor do mundo preveem como excludentes de antijuridicidade. A maioria dos códigos utiliza a fórmula da cláusula geral para que seja possível a extensão a outras situações semelhantes ao juízo de valor provido pela norma, aqui encontrando espaço cada uma das causas supralegais.
No caso dos alpinistasque estão presos pela mesma corda, que não suportará os dois por uma eventualidade. Caso o um terceiro que está ao lado corte a corda para salvar o que está em cima, o autor tem uma permissão fraca. Não se equipara com o caso da tábua de Carneales, pois naquela era a vida de um contra o de outro. Nesta, o que corta a corda não estava em perigo, mas a ação (ou omissão) dele não é culpável, por conta de uma causa supralegal de justificação: exigibilidade de conduta diversa.
Ademais, temos:
1. Coação moral irresistível: caso do gerente do banco que, sob a mira de arma de fogo, faz saques da conta de correntistas.
2. Ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico CULPABILIDADE
Necessário esclarecer que, no Direito penal, a palavra culpabilidade é utilizada com três sentidos distintos. Portanto, CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIREM.
1. Culpabilidade como princípio (penal 1)
2. Culpabilidade como circunstância judicial na primeira fase da dosimetria da pena (penal 3)
3. Culpabilidade como pressuposto de configuração de delito (NOSSA MATÉRIA).
Para que se diga que alguém realmente se contradisse à norma, o sujeito deve tê-la compreendido, afinal, é impossível desafiar-se algo que não se conhece. Se faltar um dos requisitos que seguem, temos uma causa de exclusão da culpabilidade, ou, no molde significativo, pretensão de reprovação. A imputabilidade consiste numa capacidade genérica e ampla de compreensão, enquanto a potencial consciência da ilicitude diz respeito a uma situação pontual.
1. IMPUTABILIDADE
A imputabilidade se trata de uma “capacidade” de culpabilidade, de ser culpável. 
Se não é capaz de ser culpável, não há que se passar desse ponto. A ordem é lógica, afinal, se não há capacidade, é manifesta a impossibilidade de potencial consciência de ilicitude. Aquela é condição necessária para esta.
Afere-se a imputabilidade sob diferentes sistemas: biológico, segundo o qual verifica-se a presença de anomalias psíquicas que afetam a consciência; psicológico, em que se aufere a situação psíquica atual do momento da ação.
O primeiro aspecto é questionável, pois certas situações podem afetar a capacidade psíquica, mas não a de compreensão das normas (apesar de haver outras que certamente afetam esta capacidade, como o autismo). Da mesma forma, certas doenças afetam a capacidade para apenas certos atos (como a piromania, que afetaria no caso de um incêndio, mas não caso um piromaníaco cometesse um furto).
O segundo também poderia gerar injustiças.
Nosso sistema utiliza um misto dos dois aspectos: ambos encontram-se presentes 1. O cleptomaníaco, por exemplo, tem uma doença que permite o conhecimento do delito, mas impossibilita sua pulsão de realizar a subtração. Ele é incapaz de cumprir a norma com respeito ao furto, mas não quanto ao estupro.
Há duas exceções nos artigos seguintes: o menor de 18 anos, que é absolutamente inimputável, e “o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”.
São cinco classes de pessoas inimputáveis: o portador de doença mental, o portador de desenvolvimento incompleto, o portador desenvolvimento mental retardado, o menor de 18 anos e o embriagado nos termos do art. 28, §1º.
1 CP, Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Apenas os menores de 18 anos se encaixam no aspecto biológico. Os demais devem ser incapazes de compreensão na norma sob um aspecto psíquico, no momento do delito. Os inimputáveis ficam sujeitos a outro tipo de procedimento, qual seja, aquele previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, que estabelece medidas socioeducativas.
[[[[ EXCEÇÕES DO TEMPO DO CRIME ]]]]
1. Crime permanente: desde o início até a cessão da ação, sendo este o marco da responsabilização.
2. Crime omissivo: momento do dever de ação
3. Crime de fraude documento etc...
O conceito de doença mental é extremamente vago e abrangente. É doença mental o que for catalogado como doença mental. Não há problema quanto a isso pois não basta a presença de doença mental para a imputação, sendo ainda necessária a capacidade de compreensão no tempo do crime.
O desenvolvimento mental incompleto ocorre quando por um acidente ou deficiência da natureza o desenvolvimento biológico prossegue, mas se interrompe o mental apenas. O mesmo pode ocorrer com os silvícolas adaptados. É evidente que estes não possuem compreensão do código de conduta normativo que nós temos.
O desenvolvimento retardado é aquele cujo a curva não corresponde à biológica.
Muitas vezes ela estaciona, reduzindo seu ritmo com o tempo.
Uma oligofrenia leve não afasta a inimputabilidade, apenas uma moderada ou grave. Há que se realizar perícia para determiná-la com precisão. É uma escala oligofrênica, há que se situar dentro da escala a capacidade do sujeito.
Há ainda o caso em que um sujeito pode ser em certos momentos incapaz de compreensão e, em outros, capaz. Trata-se do semi-imputável. Logo, há que se auferir qual a situação no momento da ação. Se o laudo for inconclusivo, aplica-se o art. 26, P. Único: reduz-se a pena do crime cometido de 1 a 2 terços. Essa medida não condiz com o princípio “in dubio pro reo”, afinal, se há dúvida acerca da situação psíquica no momento do crime, há que se optar pela inimputabilidade. Conforme o artigo 98, neste caso é possível a substituição da pena privativa de liberdade por internação de, no mínimo, 1 a 3 anos, sem tempo máximo.
Por fim, o Código trata dos casos de emoção ou paixão e da embriaguez voluntária ou culposa (ou uso de algum outro entorpecente que se deixe em estado de inconsciência ou semi consciência), sendo que nenhum desses excluem a responsabilidade penal.
Emoção é um pico instantâneo de sentimento, enquanto paixão é permanente.
Quanto à embriaguez, há mais de uma modalidade. Quanto ao resultado produzido ao embriagado:
a) Incompleta
b) Completa
c) Comatosa
A relevante ao direito penal é a completa. Mas apenas ser uma embriaguez completa não basta. Essa classe pode ser classificada quanto à causa da embriaguez:
a) Preordenada – embriaguez realizada para ganhar a coragem necessária para o cometimento do crime
b) Voluntária – sujeito decide embriagar-se (mas não cometer o crime)
c) Culposa – bebe sem a intenção de embriagar-se, mas segue bebendo até chegar à condição
d) Fortuita – derivada de caso fortuito (pouco provável) ou força maior, neste caso incluída a embriaguez causada por terceiro forçosamente ou de maneira sorrateira 
A embriaguez completa e fortuita é a única que pode levar à inimputabilidade penal. O problema se encontra nos outros casos de embriaguez completa, o agente tampouco tinha capacidade de compreensão do ilícito. Além disso, numa situação concreta em que se embriaga voluntariamente e, ao voltar para casa do bar com seu carro, causa acidente. O crime é imprudente, mas a causa (da embriaguez) é culposa.
Também há o caso de alguém que se embriaga culposamente, e, ao sair do bar, bate no garçom que o cobra a conta. A embriaguez foi culposa, mas a intenção de cometer o crime foi dolosa.
A resposta para esses casos se encontra na teoria da actio libera in causa, instituto presente já desde o direito romano (versare in re, segundo o qual todos os ilícitos derivados de um ilícito são imputáveis ao agente do primeiro ilícito), alicerçado em Aristóteles (na Grécia, o próprio ato de turvar a mente era punível, sendo que o que comete crime embriagado comete dois ilícitos). Em Roma, tendia-se mais a leniência, sendo que aquele que comete o crime embriagado agia com dolus malus. O direito canônico estabelece a responsabilidade pela opção feita, assim, o ébrio deixa de ser
responsabilizado pelo crime que cometeu, mas é responsabilizado pelaembriaguez, a qual foi voluntária.
Existe uma dicotomia entre o momento da consciência e o momento da ação.
Porém isso só existe se a ação for enxergada de forma ontológica. Se, por outro lado, a ação não for considerada como uma circunstância física, mas como sentido de um contexto, resolve-se o problema. A ação é vista através de suas circunstâncias, sendo a embriaguez parte delas. Com isso, não há mais necessidade de aplicação da actio libera in causa. Entrando na circunstância, mesmo no ordenamento brasileiro, as causas da embriaguez exercerão influência até mesmo no dolo/culpa (parte subjetiva do crime).
Por fim, da mesma forma que com dúvida acerca da capacidade mental quanto às doenças mentais ou desenvolvimento mental, há uma previsão de “semi-imputabilidade” de embriaguez, com consequente abrandamento de pena.
2. Potencial consciência da ilicitude
Uma vez verificada a imputabilidade, passa-se a uma análise circunstancial, muito mais sociológica, como a respeito de suas condições sociais, onde vive, o que faz, qual a sua formação, etc., para descobrir se ele teria condições de compreender o caráter ilícito da ilicitude.
Conhecer a ilicitude não é conhecer a lei, mas, sim, conhecer que o comportamento viola regras. Se esse conhecimento é material ou formal é de grande discussão na doutrina.
Roxin realiza uma mesclagem de ambas as formas: o conhecimento do profano, que o sujeito tenha, na esfera do profano, uma noção de ter violado uma norma.
PRETENSÃO DE PUNIBILIDADE (ART. 107, CP).
As causas extintivas da pretensão da punibilidade incidem a fatos que ocorrem entre a proposição da ação e o seu trânsito em julgado. As demais presentes no artigo 107, CP, não são extinção da punibilidade (algumas são condições de punibilidade, outras de punição). Há outras causas, ainda, esparsas pelo código (ex.: art. 181).
Há duas principais classificações a se fazer:
1. Quanto à aplicabilidade
a. Gerais – servem a todos os crimes
b. Especiais – servem apenas a alguns crimes
2. Quanto à comunicabilidade entre os agentes
a Comunicam-se aos partícipes
b Aplica-se unicamente ao autor
Na queixa-crime, instrumento utilizado para propor uma ação penal privada, é possível que se renuncie ao direito de queixa, porém a renúncia com relação a um autor, se comunica a todos os demais coautores. Isso quer dizer que ao se tentar renunciar a queixa apenas face a uma parte, a renúncia é automaticamente comunicável a todos os outros sujeitos.
A retratação de um dos agentes de crime contra a honra não aproveita (não se comunica) aos demais. 
Não serão perscrutados todos os casos de maneira mais profunda porquanto acredito que não será cobrado na prova. Apenas citarei e se tiverem alguma dúvida me perguntem:
1. Morte do agente
2. Anistia (anistiam-se fatos através de lei), graça (a uma pessoa determinada, pelo presidente) ou indulto (é uma concessão do presidente da república através de um decreto que implica numa extinção de pena).
3. Abolitio criminis: a conduta deixa de ser criminalizada. Só há extinção da pretensão de punibilidade se antes do processo. Se depois, há a extinção da pena.
4. prescrição, decadência (ação penal privada, prazo de 6 meses) ou perempção (ocorre quando se perde um prazo no curso do processo, apenas nos crimes de ação penal privada).
5. renúncia do direito de queixa pela vítima (apenas em ação penal privada) ou perdão do ofendido (alguns crimes, apenas, como por exemplo os crimes contra honra).
6. retratação
7. perdão judicial: o juiz concede o perdão e extingue o processo nos casos previstos em lei. Há
diversos casos específicos, como o crime de homicídio de trânsito (art. 302, CTB) e o homicídio culposo. Aqui, a aplicação da pena não é necessária pois as consequências do delito
atingem o autor de forma grave.
ERRO
Basicamente, a fórmula do erro pode afetar algumas categorias do crime. Na teoria finalista adotada pelo código, são essas categorias a tipicidade, a antijuridicidade e a culpabilidade. De modo geral, os livros trabalham com os erros durante a análise de cada elemento de imputação. Contudo, muito mais didático é o estudo dos tipos de erros conjuntamente.
Erro é um engano, em sentido coloquial, é uma falsa percepção sobre uma coisa. Difere da ignorância por esta significar um não-saber, aquela, um engano. Em termos de direito penal, não existe essa diferença: enganar-se (saber equivocadamente) ou não saber significa têm o mesmo significado.
Quando se quebrou o dolus malus (levando a consciência de agir e a vontade de agir à conduta típica, e deixando transformando a consciência de ilicitude em potencial consciência da ilicitude), supera as categorias de erro de fato e erro de direito, e cria novas categorias:
a. Erro de Tipo
b. Erro de proibição (relacionado à potencial consciência de ilicitude)
No erro de tipo, não se sabe o que fez. Já no erro de proibição se sabe o que fez, porém, o engano ocorre na potencial consciência de ilicitude daquilo que fez. Esse é o formato assumido pelo Código penal pátrio.
O erro de tipo está regulado no artigo 20 do código penal. O erro de tipo exclui o dolo, porém permite a punição culposa (se o erro for inescusável, caso em que outro, naquela situação, teria sido mais prudente). Caso o erro seja escusável, afasta-se a responsabilidade penal por completo.
O erro de proibição está no artigo 21. O desconhecimento da lei não isenta o crime. O erro sobre a ilicitude, se inevitável, se isenta de pena (caso em que não havia potencial consciência de ilicitude, isto é, verdadeiras condições de conhecimento da ilicitude).
Caso seja escusável, pode diminuir a pena de a .
No erro de proibição, pode haver um erro quanto à causa de justificação, de antijuridicidade. Ocorre, quando, por exemplo, o sujeito pensava estar em legítima defesa, porém não estava. Essas são descriminantes putativas. Se este erro é um erro a respeito da ilicitude ou antijuridicidade, a potencial consciência da ilicitude também é um erro. A verdade é que as descriminantes putativas deveriam ser tratadas em conjunto com a potencial consciência de ilicitude. Esse era o posicionamento de Welzel, chamando sua teoria de teoria extrema da culpabilidade.
Isso ocorre porque os erros nas causas de justificação poderiam ocorrer tanto quanto aos fatos quanto à ilicitude. Assim, dividiu em dois tipos de erros dos descriminantes putativos:
a. Erro de tipo permissivo, quanto à situação de fato. Erro que se existisse, de fato, isentaria o autor de crime porque tornaria legítima a conduta (art. 20, §1º). É tratado da mesma forma que o erro de tipo: se escusável, afasta a responsabilidade penal; se não, afasta o dolo.
b. Erro de permissão (quanto a existência ou extensão), que ocorre quando há um erro quanto à existência da causa de justificação. Se escusável, afasta a responsabilidade penal; se inescusável, há responsabilidade integral porém com redução da pena.
Professor Busato desenvolveu um método para resolver esses problemas. Chegou a essa conclusão ao separar todas as situações de erro e estudá-las em conjunto. Propôs uma sequência de três questões para resolver o problema de erro:
1. O erro é escusável?
Busca-se aqui compreender se qualquer pessoa cometeria o mesmo erro na mesma situação. Se for escusável, pouco importa qual a modalidade de erro, pois o resultado é idêntico: afasta a responsabilidade penal. Se não, continua-se a sequência.
2. O erro deriva de violação de dever de cuidado?
Se sim, afasta o dolo e permite responsabilização por culpa.
Se não, responsabilidade integral com redução de pena.
3. Trata-se de causa de justificação?
Se sim, discriminantes putativas, e a resposta anterior define se é permissão ou de tipo permissivo.
Se não, a resposta anterior define se se trata de erro de tipo ou de proibição.
Ao lado desses erros (chamados erros essenciais), que produzem efeito na imputação, existem erros acidentais, que não geram efeitos. São eles:
a. Erro de objeto, mantém o mesmo crime, porém muda o objeto.
b. Erro quanto à pessoa, mantémo mesmo crime, porém a vítima foi identificada por engano (mesmo nome, por exemplo). Responde como se fosse a vítima fosse a desejada (mantendo qualificadores, etc.)
b. Aberratio criminis, como no caso do dolo alternativo
c. Aberratio ictus, art. 73, quando, por acidente ou erro, o agente atinge pessoa da diversa daquela que ela desejava (erro de pontaria, por exemplo). Caso se atinja os dois com a mesma ação, aplica-se a regra de concurso formal (pega-se a pena do mais grave e aumenta-se de 1/6 até ½.
Delito putativo por erro: o agente acreditava estar cometendo um crime (achava estar carregando cocaína, mas era farinha). Neste caso, não há crime por não existir o ilícito.
Erro determinado por terceiro. Se o agente é induzido ao erro por terceiro, o terceiro responderá pelo crime de acordo com a sua responsabilidade subjetiva. A respnsabilidade daquele que se enganou responde conforme sua modalidade de erro. O
TENTATIVA
Tentativa pode não ser uma lesão, mas representa uma ameaça a um bem jurídico, justificando a punição das tentativas delituosas. Devido à distância com uma efetiva lesão ao bem jurídico, é impossível a tentativa de crime ade perigo abstrato. Deveria ser castigada por uma questão subjetiva, sobre a pretensão do autor: se castiga porque ele quis algo desvalioso.
O problema é: o querer de quais são as etapas que o crime passa até a sua execução ou consumação.
quem tem seu crime consumado e o do tentado é o mesmo, mas a pena deveria ser a mesma? A pena não pode ser o mesmo, porque há um desvalor de ação, e outro desvalor de resultado. Se não houve resultado, a pena não deveria ser igual.
 Iter Criminis: (caminho do crime): 
1. Cogitatio: A cogitação não é punível, por não ser ato externo.
2. Atos preparatórios: Primeiros atos externos, ainda não puníveis por não haver proximidade com a consumação.
3. Atos de Execução: A tentativa é punível entre se antes da consumação do crime.
4. Consumação: A partir da consumação, obviamente, não se pune mais tentativa, e sim o crime consumado.
5. Exaurimento: É o resultado do crime que não necessariamente resultado. O exaurimento não é punível. Extorsão mediante sequestro, por exemplo. A família do sequestrado pagar ou não pagar o resgate pedido pouco importa paraa imputação penal, pois o crime se consumou com o pedido de resgate.
É possível que ocorra o exaurimento no crime, mas se existir dentro do tipo (vantagem econômica na extorsão mediante sequestro) não necessita a consumação do crime. Os atos após o exaurimento podem constituir outro crime autônomo, como por exemplo, a receptação ou ocultação de cadáver.
Tentativas em crimes omissivos
Não há tentativa em crime omissivo.
No caso do dolo direto de segundo grau, este não existe sozinho: sempre há o de primeiro grau.
No caso de dolo eventual: quando a eventualidade recai sobre o núcleo do tipo, é impossível a tentativa do dolo eventual. Porém, se houver eventualidade sobre outros elementos do tipo, é possível, sim, a tentativa no dolo eventual.
Tentativa em face aos atos de execução
- Tentativa perfeita ou acabada
Tentativa perfeita ou acabada é aquela em que o sujeito fez todos os atos planejados e necessários para alcançar o resultado, mas o resultado acaba por não ocorrer.
- Tentativa imperfeita ou inacabada
Os atos de execução são interrompidos durante a execução.
- Tentativa idônea vs. Inidônea
A tentativa só gera responsabilidade ao sujeito quando é viável, idônea, isto é, quando se realiza algo que pode realizar ao resultado. A tentativa de realizar algo que jamais fosse possível de gerar o resultado desejado, também chamado de crime impossível, não gera responsabilidade penal.
Do ponto de vista ex ante, todos os planos são viáveis para alcançar o objetivo, na perspectiva do próprio sujeito. Do ponto de vista ex post, todas as tentativas que não alcançaram o resultado seriam inidôneas.
É inidônea se houver impossibilidade absoluta dos meios e do objeto.

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