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O Transistor IGBT aplicado em eletronica de potencia
7 De Setembro Colegio Egs
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podendo suportar uma aplicação simultânea de elevadas correntes e tensões de curta duração sem a destruição por falha de segunda avalanche, como acontece com o transistor bipolar de potência. Este dispositivo tem coeficiente de temperatura positivo da tensão dreno- fonte em estado de condução (a queda de tensão sobre o dispositivo é INEP - Instituto de Eletrônica de Potência - EEL - CTC - UFSC Capítulo 1 - Estrutura Física e Princípio de Operação do IGBT 4 _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ incrementada quando a temperatura aumenta), característica que favorece a equalização de correntes quando for efetuado o paralelismo. O MOSFET de potência é um semicondutor que, em estado de condução, comporta-se como um resistor entre dreno e fonte. A tensão de ruptura do dispositivo (máxima tensão que pode suportar entre dreno e fonte) depende da espessura da camada do substrato N-base como é mostrada na Fig. 1.3.1 [11]. Para suportar elevadas tensões de operação entre dreno-fonte, a espessura da camada do substrato N-base é incrementada, porém, em contrapartida incrementa-se a resistência de condução dreno-fonte, limitando a capacidade de corrente pelo aumento das perdas de condução [14]. Este é o principal motivo pelo qual os MOSFETs não são convenientes para tensões acima de 1000V. A capacidade de corrente destes interruptores é menor em relação aos transistores bipolares devido à resistência de condução que, além de ser incrementada com a tensão, é incrementada com a temperatura. Para vencer as limitações de ambos os interruptores de potência descritos anteriormente, realizou-se uma integração de suas vantagens: capacidade de corrente de coletor (característica do transistor bipolar) e controle por tensão aplicado entre gate-emissor (característica do MOSFET de potência), num único dispositivo híbrido que denomina-se transistor IGBT (Insulated Gate Bipolar Transistor). Este dispositivo pertence à família de dispositivos bi-MOS, sendo atualmente o mais avançado em tecnologia disponivel e mais utilizado comercialmente pelas características indicadas a seguir [12]: • Controle por tensão: a entrada em condução e bloqueio do dispositivo é controlada aplicando-se tensão entre gate e emissor. A característica de entrada é idêntica ao MOSFET de potência: sua elevada impedância de entrada denota simplicidade para o circuito de comando, implicando em baixos custos. • Baixas perdas de condução: o canal do IGBT, em estado de condução, é consideravelmente menos resistivo pelo fato de ter-se o substrato P junto ao coletor, responsável pela injeção dos portadores INEP - Instituto de Eletrônica de Potência - EEL - CTC - UFSC Capítulo 1 - Estrutura Física e Princípio de Operação do IGBT 5 _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ minoritários (lacunas) na camada resistiva do canal (N-base). O fluxo de corrente de coletor é dado pelos portadores minoritários. • Elevada capacidade de corrente de coletor: pelo fato de apresentar uma característica de saída idêntica ao transistor bipolar de potência, o dispositivo possui uma elevada capacidade de condução de corrente de coletor (centenas de amperes). • Operação em tensões elevadas: com incremento da espessura das camadas do substrato N-base, foi possível alcançar tensões de operação acima de 1000V [9], sem ocorrer o incremento da resistência do canal, fato este que acontece no MOSFET de potência. • Não apresenta problemas de segunda avalanche: o dispositivo pode suportar simultaneamente elevadas tensões e correntes de curta duração sem apresentar problemas de destruição pelo fenômeno de segunda avalanche. ♦ Operação em Altas freqüências : é possível operar o interruptor até 200kHz em condições de comutação não dissipativa [54]. Em condições de comutação dissipativa o transistor pode operar até freqüências de 25kHz. A escolha da freqüência de operação do transistor, dependerá das condições de comutação (Hard Commutation ou Soft Commutation) devido às perdas de comutação pela presença da corrente de cauda. Na literatura, este dispositivo também é conhecido como Conductivity Modulated Field-Effect Transistor (COMFET)[1]. Por natureza, os IGBTs são mas rápidos que os transistores bipolares de potência (BJT) por não apresentar o problema do tempo de estocagem, porém menos rápidos que os transistores MOSFETs de potência. As principais características dos transistores de alta freqüência são comparadas na Tabela 1.2.1. INEP - Instituto de Eletrônica de Potência - EEL - CTC - UFSC Capítulo 1 - Estrutura Física e Princípio de Operação do IGBT 6 _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ Tabela 1.2.1 - Comparção das Características dos Transististores de Alta Freqüência MOSFET IGBT BIPOLAR TIPO DE COMANDO TENSÃO TENSÃO CORRENTE POTÊNCIA DO CIRCUITO DE COMANDO MÍNIMA MÍNIMA ELEVADA COMPLEXIDADE DO CIRCUITO DE COMANDO SIMPLE SIMPLE GRANDE elevadas correntes de positivas e negativas de base DENSIDADE DE CORRENTE ELEVADA em baixas tensões ______________ BAIXA em altas tensões MUITO ELEVADA pequeno compromisso com os tempos de comutação MEIA severo compromisso com os tempos de comutação PERDAS DE COMUTAÇÃO MUITO BAIXA BAIXA para MEIA depende do compromisso com as perdas das condução MEIA para ALTA dependendo do compromisso com as perdas de condução 1.3 - ESTRUTURA FÍSICA A estrutura física de um transistor IGBT canal N é mostrada na Fig. 1.3.1 e consiste basicamente de quatro camadas e que são: substratos P+, N-base, P-base e N+. A sua construção é baseada no semicondutor de silício (Si). Para mudar suas características elétricas e torná-lo um melhor condutor, é realizado o processo de dopagem, que consiste da adição, ao semicondutor, de elementos químicos em pequena proporção. A estrutura é constituída de camadas de substratos que são chamados P e N. O substrato tipo P é obtido dopando o silício com elementos químicos trivalentes (três elétrons na camada externa de valência), que podem ser: boro, gálio ou índio. Por outro lado, o substrato tipo N é obtido dopando o silício com elementos químicos pentavalentes (cinco elétrons na camada externa de valência), que podem ser: fósforo ou antimônio [10]. A camada P+ é um substrato com forte dopagem de boro (pouco resistiva) e a camada N-base é um substrato com dopagem de fósforo INEP - Instituto de Eletrônica de Potência - EEL - CTC - UFSC Capítulo 1 - Estrutura Física e Princípio de Operação do IGBT 7 _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ (altamente resistiva). A formação da junção entre estas duas camadas permite a injeção de portadores minoritários no canal quando o IGBT está no estado de condução, desta maneira reduzindo-se consideravelmente a potência dissipada no estado de condução [12]. Este processo também é conhecido como modulação de condutividade. A modulação de condutividade no caso de um MOSFET não é favorável, pois o canal é constituído por elementos altamente resistivos (substrato tipo N), e a maior parte das suas perdas ocorre nesta região em estado de condução, tipicamente 70% num dispositivo de 500V [8]. A estrutura física do IGBT difere da estrutura física do MOSFET pela presença do substrato P+ que encontra-se junto ao terminal de coletor como são mostrados nas Figs. 1.3.1 e 1.3.2. DRENO P-BASE P-BASE N-BASE N+N+N+ N+ FONTE GATE METAL SiO 2 J2 J1 Fig. 1.3.1 - Estrutura Física do MOSFET Canal N. INEP