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Disciplina: Técnicas de Redação Jornalística Profª: Paula Miranda As etapas na produção jornalística Pauta Apuração Entrevista Edição O que é uma pauta? • É um planejamento, uma proposta de reportagem que é entregue para o repórter para ser executada. • Indica a pessoa que deve ser entrevistada, local, horário e até mesmo o tamanho da reportagem que deve ser produzida. • Também deve indicar os temas principais que devem ser abordados no texto. • É feita através de reuniões de pauta, onde editor, redator-chefe e repórter sugerem pautas para que matérias sejam produzidas. • No caso das pautas para TV, incluem dados de captação de imagens. O que é uma pauta? • Para sugerir pautas, é preciso exercitar várias capacidades básicas do jornalismo: • Descobrir o que é notícia • Hierarquizar a informação. • Prever etapas de apuração. • Antecipar a edição do material (imaginar como será a reportagem, que título ela terá, se há boas imagens para acompanha- la, etc..) Classificação das pautas Elas podem ser frias (assunto que não requer publicação imediata) ou quentes (assunto que contém informações inéditas para publicação imediata). São classificadas em: 1) Eventos programados (julgamento de acusados, etc.) ou sazonais (início do ano letivo); 2) Eventos continuados (greves, festejos); 3) Desdobramentos (suítes, continuações) de fatos geradores de interesse (acompanhamento de investigações policiais, recuperação de vítimas); 4) Fatos constatados por observação direta e que estão esperando ser noticiados (ciclo de moda, mudanças nos costumes). As pautas devem conter: • Evento • Hora e local • Exigências para cobertura (credenciais, trajes, etc.) e contatos das fontes e personagens para confirmação ou detalhamento da tarefa. • Indicação de recursos e equipamentos (mostrar se é com fotografia ou sem, esclarecer as condições para captação de imagens, etc.) • Deve-se dizer o que se espera em termos de aproveitamento editorial (tamanho, duração, previsão de destaque ou urgência). No caso de rádio e TV, é necessário considerar a possibilidade de emissão local, regional ou nacional. Apuração • A partir da pauta, começa a apuração da notícia. • As etapas envolvem ouvir fontes oficiais, fontes não oficiais, pesquisar, checar informações antes de escrever. • É importante questionar, conhecer, buscar diferentes versões de um acontecimento ou história. • Existem praticamente três maneiras de se conseguir informações: o repórter vai ao local onde estão acontecendo os fatos; entrevistas com os envolvidos ou com fontes de informação; utilizar fontes secundárias como documentos, dicionários, relatórios, arquivos, livros, revistas, palestra, etc. Apuração • De acordo com Ana Estela Pinto (2012, p. 89) • Observação • Pesquisa (anotação, indexação e organização dos apontamentos) • Entrevista • Documentação • Envolvimento (interesse do jornalista pelo assunto). Métodos de apuração • Jorge (2008, p. 100-101) resume os métodos de apuração da seguinte forma: • Direto: Chega-se à notícia por suas fontes; entrevista por telefone. • Indireto: é aquele em que o repórter se acerca da notícia, sem, muitas vezes, conseguir se aproximar dela. Dentro dos métodos indiretos, pode se alinhar o off (off the record) – quando o jornalista entrevista a fonte, mas não pode citá-la; as fantasias – uso de disfarces que o repórter usa quando a via direta falha; as assessorias de imprensa – uma relação que costuma ser conflituosa, pois repórter e assessor têm interesses diferentes na apuração; uso de questionário – quando a fonte não quer ou não pode receber o repórter e as perguntas são enviadas por e-mail, por exemplo. De onde tiramos nossas informações, caros colegas? • Antes das entrevistas, devemos selecionar as fontes... • As fontes fornecem dados técnicos e suporte teórico para a redação nos nossos textos. • O jornalista, no início da carreira, deve ter paciência, persistência, trabalho sério e organização para criar e manter a disciplina de cultivo das fontes. Algumas dicas para ampliar a lista de contatos (PINTO, 2009): • Criar a agenda de endereços e telefones e manter os dados organizados e atualizados. • Conhecer fontes novas sobre os assuntos que cobre. Tipos de fontes • Nilson Lage (apud PINTO, 2012) diferencia três tipos de fontes: oficiais, oficiosas e independentes. • Oficiais: são aquelas mantidas pelo estado; instituições que preservam algum tipo de poder de Estado ; sindicatos, associações, fundações • Oficiosas ou não-oficiais: são as reconhecidamente ligadas a uma entidade ou indivíduo, mas que não estão autorizadas a falar em nome dela ou dele, o que significa, alerta Lage, que poderão ser desmentidas. • Independentes: não estão vinculadas a uma relação de poder ou interesse específico de cada caso. Tipos de fontes • Primárias: São fontes que irão fornecer as informações essenciais sobre a matéria em questão. Estão relacionadas diretamente com o ocorrido, e podem descrever sua versão. • Secundárias: São fontes consultadas durante a preparação da pauta. Podem ser dados já existentes para consulta, ou especialistas de determinado assunto, que ajudam a definir o enfoque da matéria. Tipos de fontes • Pinto (2009, p. 181) define os tipos da seguinte forma: • Técnicos e especialistas, que ajudam na pesquisa para a reportagem: explicam o assunto, mostram onde pode haver algo errado, dão dicas de onde achar a informação; • Informantes, que contam o que está acontecendo, passam pautas e dão informação de bastidor; • Personagens da notícia, diretamente envolvidos nos fatos, que precisam ser ouvidos na reportagem. • Analistas, não diretamente envolvidos no fato, mas que ajudam a colocá-lo em contexto, interpretá-lo. Lei das três fontes • Se três pessoas que não se conhecem contam a mesma versão de um fato, então essa versão é tomada como verdadeira. • A prática consiste em cruzar informações relatadas pelas fontes para encontrar a versão verdadeira do ocorrido a ser apresentada na matéria. • Quando três fontes descrevem pontos semelhantes diante do mesmo fato apurado, esta versão é tomada como verdadeira. • É importante garantir que as fontes escolhidas sejam de origens distintas e não se conheçam. • As fontes precisam ter ligação direta ou indireta com o fato a ser apresentado, para garantir o comparativo entre os dados, e confirmar no final da apuração, o conteúdo a ser apresentado como verdade. Referências • ERBOLATO, Mário. Técnicas de Codificação em Jornalismo: redação, captação e edição no jornal diário. 5. ed. São Paulo: Ática, 1991. • JORGE, Thais de Mendonça. Manual do Foca: guia de sobrevivência para jornalistas. São Paulo: Contexto, 2008. Part. II A produção da notícia. Apuração, p.97-111. • JUNIOR, Luiz Costa Pereira Junior. A Apuração da Notícia: métodos de investigação na imprensa. 4.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. • PINTO, Ana Estela de Sousa. Jornalismo Diário. São Paulo: Publifolha, 2009. Cap. 4 e 5. p. 89- 179
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