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ASPECTOS FILOSÓFICOS, SOCIOLÓGICOS, E PEDAGÓGICOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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13
 (
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO PEDAGOGIA
)	
 (
ANGELICA PAULINA LASCH
FERNANDA MAYARA DE OLIVEIRA
GILMARA PITT
LAUREM SANTOS DE ALMEIDA CARLETI
SILVIA FICAGNA
)
 (
ASPECTOS FILOSÓFICOS, SOCIOLÓGICOS, E PEDAGÓGICOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
)
 (
São Carlos
2019
)
 (
ANGELICA PAULINA LASCH
FERNANDA MAYARA DE OLIVEIRA
GILMARA PITT
LAUREM DOS SANTOS ALMEIDA CARLETI
SILVIA FICAGNA
)
 (
aspectos filosóficos, sociológicos e pedagógicos na educação infantil
)
 (
Trabalho de Pedagogia apresentado como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Sociologia da Educação
Orientador: Prof. Silvana Roque Silveira Rocha 
)
 (
São Carlos
2019
)
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	3
2	DESENVOLVIMENTO	4
2.1	Campos de experiência	5
2.1.1	Eu, o outro e o nós	6
2.1.2	Corpo, gestos e movimentos	8
2.1.3	Traços, sons, cores e formas	8
2.1.4	Escuta, fala, pensamento e imaginação	9
2.1.5	Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações	10
2.2	ATIVIDADES	10
2.2.1	Na teia com amigos	11
2.2.2	Pescaria da turma	12
2.2.3	Dominó gigante	13
2.2.4	Balões ao ar	14
2.2.5	Abayomi	15
3	CONCLUSÃO	16
REFERÊNCIAS	17
INTRODUÇÃO
		A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto de conhecimentos, competências e habilidades que devem ser aprendidas e desenvolvidas ao longo da Educação Básica. Diante disso, encontram-se na BNCC orientações a respeito de como deverá ser desenvolvida a ação educativa na Educação Infantil, visto ser a primeira etapa deste nível de educação que precisa articular no seu dia a dia as ações de cuidar e educar. A BNCC prevê também que na Educação Infantil as crianças vivenciem suas experiências por meio dos eixos interações e brincadeiras e que a organização curricular se dê por meio dos campos de experiência. Logo, ao ser um documento normativo, necessita ser estudado e compreendido pelos Centros de Educação Infantil, pois até o ano de 2020 todas as escolas devem adequar seus currículos aos fundamentos apresentados na BNCC.
		O presente artigo pretende tratar os aspectos filosóficos, sociológicos e pedagógicos na Educação Infantil, e tem por objetivos identificar as especificidades do trabalho a ser desenvolvido na Educação Infantil, possibilitando a articulação com o que está proposto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2017), documento norteador dos saberes a serem contemplados nas práticas pedagógicas efetivadas no contexto da Educação Básica. 
		 Neste artigo, ao tratar os campos de experiência, alem de descrever as características que cada campo apresenta, abordaremos de maneira específica o campo de tema “O eu, o outro e nós”, apontando propostas, dicas de abordagens pedagógicas, entre outras questões que possam fazer a diferença na Educação Infantil. 
		Além disso, ressalta-se que neste contexto serão tecidas reflexões sobre a organização do trabalho pedagógico na Educação Infantil, tendo em vista oportunizar-lhes um olhar mais ampliado para ações que favoreçam a articulação dos conhecimentos advindos da convivência extra-escolar com aqueles sistematizados na escola, nomeados por científicos. Para isso, faz-se necessário planejar atividades que oportunizem o desenvolvimento dos saberes e conhecimentos propostos nos campos de experiência, conforme apresentados na BNCC. 
DESENVOLVIMENTO
		A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que pretende nortear o que é ensinado nas escolas do Brasil inteiro, englobando todas as fases da educação básica, desde a Educação Infantil até o final do Ensino Médio. Trata-se de uma espécie de referência dos objetivos de aprendizagem de cada uma das etapas de sua formação. 
		Isso significa que a Base estabelece os objetivos de aprendizagem que se quer alcançar, por meio da definição de competências e habilidades essenciais, enquanto o currículo irá determinar como esses objetivos serão alcançados, traçando as estratégias pedagógicas mais adequadas.	
		Sendo assim, a BNCC não consiste em um currículo, mas em um documento norteador e uma referência única para que as escolas elaborem os seus currículos. De acordo com o ex-ministro da Educação Mendonça Filho: “Os currículos devem estar absolutamente sintonizados com a nova BNCC, cumprindo as diretrizes gerais que consagram as etapas de aprendizagem que devem ser seguidas por todas as escolas”, destacou o ministro. “As redes terão o cuidado de obedecer a critérios de adequação nessa fase de transição.”
		A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). 
		Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais definidas na BNCC devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento. Nessa etapa da Educação Básica, a BNCC define direitos de aprendizagem e os campos de experiências substituem as áreas do conhecimento do Ensino Fundamental. Esses seis direitos – Conviver, Brincar, Explorar, Participar, Expressar e Conhecer-se – devem ser encarados como motor propulsor do trabalho pedagógico. São eles que vão dar o norte para a construção dos processos educativos.
Campos de experiência 
		A grande novidade da BNCC para a Educação Infantil é a ampliação do “cuidar, educar e brincar” para cinco campos de experiência: 1- Eu, o outro e nós; 2- Corpo, gestos e movimentos; 3- Traços, sons, cores e formas; 4- Escuta, fala, pensamento e imaginação; 5- Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. Dentro dos Campos há objetivos de aprendizagem que são comportamentos, habilidades, conhecimentos e vivências que a criança precisa desenvolver. Em cada campo, os objetivos são separados por faixa etária: bebês (até 1 ano e 6 meses), crianças bem pequenas (até 3 anos e 11 meses) e pequenas (até 5 anos e 11 meses)divididos em três grupos etários (bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas). 
		Essa divisão proporciona objetivos de aprendizagem específicos, enfatizam noções, habilidades atitudes e valores que as crianças de 0 á 5 anos devem desenvolver ao longo da primeira etapa da educação básica. Ou seja, o conhecimento vem com a experiência que cada criança vai viver no ambiente escolar.
		Todo esse arranjo gira ao redor de dois eixos estruturais do currículo na educação infantil. O brincar e as interações. Na pratica a idéia é que os campos se organizem de modo a dar apoio pra que o educador planeje atividades que articule o que propõem o currículo com os interesses das crianças do seu grupo. No dia a dia, a criança precisa ter tempo para se expressar e o professor precisa ter um olhar sensível e estar aberto para acompanhar as reações e os movimentos decorrentes das interações que possam acontecer. 
		Nesse sentido, algumas atividades práticas serão fundamentais para transmitir conceitos tão complexos a alunos em tão tenra idade. De forma lúdica, os aspectos relacionados ao campo “o eu, o outro e nós” – autoconhecimento, coletividade, profundidade dos laços afetivos – podem ser incutidos de maneira natural. Para cada faixa etária, uma abordagem diferente é necessária e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento também mudam. A seguir explicaremos com mais detalhes as peculiaridades de cada grupo e dicas para aplicar nas salas de aula.
Eu, o outro e o nós
		O primeiro dos Campos de Experiência proposto pela BNCC trata sobre a construção da identidade, da subjetividade, das relações interpessoais, do respeito próprio e coletivo, da sensação de pertencimento a um grupo.
		O Eu significa afirmar que cada sujeito é único, histórico, movido por sentimentos, interesses, vontades, desejos, e característicaspróprias de ser e estar no mundo. Mas, para que o Eu se constitua é necessário o Outro, que inicialmente, são seus vizinhos, as crianças e os adultos da instituição, que assim como ela, também possuem desejos e características próprias. A partir dessas relações, a criança aprende a se identificar e a se diferenciar do Outro, no que se refere ao seu aspecto físico, aos hábitos, costumes, formas de ser, de estar e de se relacionar. Nessas relações se constituiu o Nós, que se concretiza na tomada de consciência de que há a existência de um grupo humano, de um coletivo heterogêneo, amplo e diverso que se constitui da junção do Eu e do Outro. 
		Nesse campo, as crianças são chamadas a participar ativamente do processo educativo, incluindo as decisões nos projetos coletivos. Reconhecer seu pertencimento a um grupo social e compreender que há diferentes modos de dizer, de fazer, de querer, de ser, além da importância de respeitar as diferenças. O Campo reflete o olhar da BNCC para a educação voltada ao autoconhecimento e aceitação dos demais. Reflete o entendimento de que a vida é construída a partir de relacionamentos e de interações. Também envolve aprender a conviver e a trabalhar junto com outros.
		Este campo tem a função de facilitar a compreensão do mundo ao redor em crianças naturalmente curiosas e dispostas a explorar o entorno social. Na medida em que são fornecidas informações sobre modos de vida diferentes ao que a criança está habituada, diminui-se a tendência ao estereótipo e preconceito, tornando a convivência mais empática e acolhedora. Tão logo a criança entenda essa dinâmica de vivência em sociedade, baseada no respeito e no auto-cuidado, sua auto-estima melhora e características que serão importantes na vida adulta começam a se desenvolver.
		Portanto, o papel primordial dos professores e diretores das instituições de ensino deve ser guiá-los nos primeiros passos desse caminho, estimulando e orientando a boa convivência entre os colegas e os adultos que fazem parte do meio social do aluno.
		A última categoria da educação infantil que trata de crianças de 04 anos a 05 anos e 11 meses é incluída na BNCC de acordo com os seguintes objetivos de aprendizagem: 
a) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir (EI03EO01); 
b) Atuar de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas conquistas e limitações (EI03EO02);
c) Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação (EI03EO03); 
d) Comunicar suas idéias e sentimentos com desenvoltura a pessoas e grupos diversos (EI03EO04); 
e) Adotar hábitos de auto-cuidado, valorizando atitudes relacionadas a higiene, alimentação, conforto e cuidados com a aparência (EI03EO05); 
f) Compreender a necessidade das regras no convívio social, nas brincadeiras e nos jogos com outras crianças (EI03EO06); 
g) Manifestar oposição a qualquer forma de discriminação (EI03EO07); 
h) Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas interações com crianças e adultos (EI03EO08);
		A prática esportiva é bastante útil neste campo, na medida em que trabalha a coletividade, cooperação, compreensão e seguimento de regras. Atividades em grupo como jogos também são recomendadas. Os jogos promovem aprendizagens de diferentes naturezas, como as relativas à linguagem matemática, porque promovem desafios a cada jogada. Por meio deles, as crianças vivenciam seguidas situações problema e ativam seus conhecimentos, assim como aprendem com base nas estratégias usadas pelos parceiros de jogo. Os pequenos também aprendem a seguir regras, a conviver e a se conhecer – conhecimentos fundamentais para as interações sociais. 
		É por meio destas ações que as crianças vão entender as causas e os efeitos de suas atitudes, o que eles podem fazer com elas para formarem ações mais complexas e, em decorrência disso, ela irá compreender que precisará se responsabilizar por suas atitudes.		
Corpo, gestos e movimentos
		O Segundo Campo de Experiência da BNCC propõem a exploração dos espaços, das sensações e brincadeiras como forma de descobrir possibilidades e limites corporais. Foca em atividades e situações nas quais o uso do espaço com o corpo e variadas formas de movimentos são exploradas. A partir delas, o aluno pode construir referências de como ocupar o mundo.
		Situações que priorizam o “faz de conta” também integram esse campo. Por meio delas, as crianças podem representar o mundo da fantasia, bem como a vida cotidiana, ao interagirem com narrativas de teatro e literatura.
		Nesse ambiente, também é enfatizada a importância do contato, desde a infância, com diferentes linguagens artísticas e culturais — como a música e a dança —, pois elas são capazes de expandir as formas de expressão corporal.
Traços, sons, cores e formas
		Prioriza o contato recorrente das crianças com variadas manifestações culturais, artísticas e científicas, agregando, também, o contato com as linguagens visuais e musicais. Nesse campo, os pequenos são incentivados a terem experiências de expressão corporal por meio da intensidade dos sons e ritmos melódicos, além de atividades com escuta ativa e criação de melodias.
		Neste campo, o foco são o convívio e a interação das crianças com diferentes materiais, instrumentos e manifestações expressivas. Elas são convidadas a conhecer e interagir com sons, cantos, cores, traços, luzes, cenários, imagens, gestos, movimentos, materiais e recursos tecnológicos. O contato de bebês e crianças com esses recursos expressivos geram impactos muito importantes para o desenvolvimento infantil. As crianças são levadas a desenvolverem o senso estético por meio de situações que gerem momentos de apreciação, desenvolvimento da sensibilidade, criatividade e expressão. Neste sentido, são trabalhadas a ampliação do repertório musical do aluno, o reconhecimento de suas preferências artísticas, o estudo de diferentes instrumentos e objetos sonoros, a habilidade de identificar a qualidade do som, a capacidade de improvisação e o contato com as festas populares.
Escuta, fala, pensamento e imaginação
		A comunicação oral e escrita ganha foco no quarto Campo de Experiência como ferramenta para desenvolver o potencial criativo e os conhecimentos técnicos. É aquele que valoriza a comunicação como potencializadora do desenvolvimento infantil. É a dimensão que envolve a capacidade de se comunicar e expressar. É o início do gosto pela leitura e escrita, da habilidade de contar e ouvir histórias. Liga-se ao conhecimento do mundo, à imaginação e à percepção.
		Enfatiza as atividades práticas com foco na linguagem oral, ampliando as formas de comunicação da criança em situações sociais. Fazem parte desse campo as experiências com cantigas, jogos cantados, brincadeiras de roda, conversas, entre outras.
		É importante destacar as experiências com leitura de histórias, pois elas favorecem, também, o desenvolvimento do comportamento leitor, da imaginação e da representação, além de incentivarem as crianças a se interessarem pela linguagem escrita.
		Englobam-se nas experiências gráficas, ainda, atividades que incentivam o uso cotidiano da escrita em contextos significativos, a imitação do ato de escrever em encenações e situações de faz de conta e a criação de atividades nas quais as crianças possam se desafiar a ler e escrever de maneira espontânea, com apoio dos docentes. A partir disso, é possível ajudá-las a organizar seus pensamentos sobre o sistema de escrita.
Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações
		Quinto e último Campo de Experiência propõem a exploração e interação com o mundo exterior, objetos e pessoas como forma de enriquecer o repertório de conhecimento das crianças. É este campo que sugere que os pequenos devem ter os primeiros contatos com os fenômenos socioculturais presentes no cotidiano das crianças. Isso significa que bebês e crianças comecem a ter conhecimento sobre relações humanas, família, parentesco,costumes, diversidade. 
		Tem por objetivo favorecer a construção das noções de espaço em situações estáticas (perto X longe) e dinâmicas (para frente X para trás), colaborando para que a criança aprenda a reconhecer seu esquema corporal e sua percepção espacial a partir do seu corpo e dos objetos a seu alcance.
		Experiências no âmbito das relações de tempo também são abordadas nesse campo. Noções de tempo físico, por exemplo, a diferença entre o dia e a noite, as estações do ano e os ritmos biológicos (e cronológico) hoje, ontem, amanhã, semana que vem, no próximo ano, bem como os fundamentos de ordem temporal tal como depois da escola, antes de dormir e ainda histórica, na época da Páscoa, quando fizemos aquela viagem.
		Finalmente, o campo agrega, ainda, a viabilização de situações que abarcam as transformações dos diferentes modos de viver em outras épocas e outras culturas, para que as crianças possam compreender a idéia de causalidade a partir dos variados tipos de materiais, situações e objetos.
ATIVIDADES
		Brincar é importantíssimo na Educação Infantil. Para Vygotsky, a brincadeira constrói o pensamento da criança, assim como desenvolve a ZDP (Zona de Desenvolvimento Proximal), pois ela estará atuando de maneira ativa no processo. Piaget, por sua vez, apresenta que o aluno assimila e se adapta ao mundo quando brinca de reproduzir algo existente e distante dela. 
		Contudo, nas práticas pedagógicas da Educação Infantil, os eixos norteadores das interações e das brincadeiras, precisam estar bem claros, assim como as principais experiências proporcionadas às crianças. E pensar em práticas pedagógicas da Educação Infantil, é considerar a dimensão do tempo didático, isto é, a organização do tempo com experiências ricas e significativas, que promovam a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças. Apresentaremos a seguir algumas sugestões de práticas pedagógicas que podem ajudar a organizar o tempo didático, todas abrangem em potencial o campo de experiência O eu, o outro e o nós, na faixa de 04 a 05 anos e 11 meses. 
Na teia com amigos
Objetivo de aprendizagem e desenvolvimento: Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que às pessoas tem diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir (EI03EO01).
		Preparação: O professor precisa providenciar um rolo de barbante, giz de cera, canetas hidrográficas e cola branca. 
		Desenvolvimento: Organizar as crianças sentadas formando uma grande roda. O professor faz parte da roda e inicia contando para a turma e seu nome e alguma curiosidade sobre si que queira compartilhar, segura a ponta do barbante e empurra o rolo em direção a uma criança. Essa criança faz o mesmo, conta seu nome e algo sobre si. Em seguida segura o barbante e empurra o rolo para outra criança. E assim a atividade continua ate que todas as crianças tenham se apresentado e contado alguma particularidade. Ao final da proposta, uma teia feita com o barbante deve ser formada. 
		Ressaltando a importância de cada componente e que suas ações repercutem na turma toda, o profissional da educação orienta que todos segurem firmemente o barbante solicita que uma criança movimente freneticamente a parte que ela segura – o movimento será sentido por todos. Em seguida, pede-se que algumas crianças soltem o barbante – essa situação desmanchará a teia. Refazê-la pode ser uma tarefa difícil e talvez a turma reconheça que o melhor seja reiniciar a atividade. Logo após, cada criança recebe do professor um papel para representar em desenho o que fizeram, utilizando giz de cera, lápis de cor, canetas hidrográficas ou cola e pedaços de barbante. Ao final os registros podem ser expostos no mural da sala. 
		Socialização das descobertas e auto-avaliação: o docente incentiva comentários sobre a atividade, questionando sobre a dificuldade de manter a teia formada e solicita estratégias para facilitar a execução da proposta. 
		Avaliação: o docente (não só durante a atividade, mas também no cotidiano), pode verificar se as crianças se dirigem aos colegas pelos respectivos nomes, e incentivar comentários sobre as particularidades de cada um, por exemplo: brincadeiras preferidas, quem mais gosta daquela brincadeira, quando brincou pela ultima vez.
Pescaria da turma
Objetivo de aprendizagem e desenvolvimento: Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que às pessoas tem diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir (EI03EO01).
		Preparação: 	Será preciso, uma caixa de areia (pode ser a caixa de areia do parquinho), peixes de papelão com o nome e a foto de cada aluno. Afixe uma argola em cada peixe, que é por onde serão pescados, e varas de pesca com anzóis feitos de arame de cozinha. 
		Desenvolvimento: O professor deve organizar a turma em uma grande roda na área externa da instituição e apresentar os anzóis e a caixa de areia já com os peixinhos dentro. A brincadeira começa quando o docente sorteia alguns alunos, de acordo com o numero de varas, para que iniciem a pescaria. O primeiro a brincar pesca um peixe, analisa a foto, identifica e diz o nome do colega retratado. O colega cuja foto foi revelada é a próxima a participar da brincadeira. E assim continua ate que todos tenham pescado ao menos uma vez.	
		Socialização das descobertas e auto-avaliação: As crianças podem explicar como fizeram para pescar os peixes, de preferência com demonstrações. Pode-se propor que experimentem as estratégias compartilhadas pelos colegas para aprimorar suas habilidades. 
		Avaliação: Em uma roda de conversa, o professor sorteia um peixe. Assim que a fotografia for revelada, a turma diz o nome de quem foi revelado e todos que pescaram aquele peixe ficam em pé. Assim é possível averiguar se as crianças já dominam o nome de todos os colegas. 
Dominó gigante
		Objetivo de aprendizagem e desenvolvimento: Compreender a necessidade das regras no convívio social, nas brincadeiras e nos jogos com outras crianças (EI03EO06). 
		Preparação: são necessários pedaços de papelão ou qualquer outro material que possam ser elaborados as peças de dominó em tamanho gigante, papeis coloridos, tesouras, cola branca e um jogo de domino convencional. 
		Desenvolvimento: Para esta atividade deve se começar apresentando a turma o jogo de domino convencional, perguntando se já conhecem as regras desse jogo, se alguém já jogou... Pode ser organizada uma rodada do jogo de modo a averiguar se conhecem as regras e as respeitam. Em seguida, os alunos criarão um jogo de domino temático: com imagens de frutas, verduras e legumes, alimentos considerados saudáveis. Para compor as peças é preciso definir com as crianças quais serão os seis alimentos saudáveis contemplados no jogo. Feita a seleção, os alunos representarão os itens com colagens de papel colorido sobre as bases de papelão. Depois das peças prontas, o docente, forma dois grupos, e inicia uma partida com as regras do jogo. 
		Socialização das descobertas e auto-avaliação: Durante a atividade as crianças que já sabem as regras a ensiná-las aos colegas. É possível que a turma queira fazer uma eleição para eleger os alimentos que vão ilustrar as peças; é uma boa oportunidade para as crianças apresentarem suas preferências ao grupo. 
		Avaliação: Deve se observar como as crianças agem diante da imposição das regras. Nas situações de jogo, elas exercem o papel de reguladoras da conduta das outras, portanto, elas devem auxiliar o professor para orientar aquelas que não correspondem as regras de maneira autônoma. 
Balões ao ar
Objetivo de aprendizagem e desenvolvimento: Compreender a necessidade das regras no convívio social, nas brincadeiras e nos jogos com outras crianças (EI03EO06).
Preparação: Providenciar balões de aniversário, um aparelho de som, cantigas ou canções apropriadas com a faixa etária e que sejam conhecidas pelas crianças, também um tecido leve e grande (um lençol, por exemplo).
Desenvolvimento: Dá-se um balão para cada aluno encher, e amarrar. Esta proposta deve ser feita em um local amplo e que não sofra ação do vento, para evitar que os balõessejam levados para longe. Enquanto ouvem a músicas as crianças devem bater levemente no balão para mantê-lo no ar. O professor varia as canções e orienta que sigam o ritmo da música, proporcionando diferentes desafios. Após alguns minutos de brincadeira, o professor convida três crianças para se sentar, deixando ao encargo dos outros colegas a tarefa manter todos os balões no ar. Pouco a pouco mais crianças são convidadas a sentar, tornando a atividade ainda mais desafiadora. Quando os balões começarem a cair no chão, a brincadeira recomeça com a participação de todos novamente. 
Socialização das descobertas e auto-avaliação: Perguntar a turma até que momento a tarefa foi executada sem grandes dificuldades e quando ela se tornou impossível de ser cumprida. Questioná-los se há alguma maneira de elas se organizarem para manter todos os balões no ar mesmo com poucos participantes. Essas perguntas promovem reflexões e incentivam as crianças a se comunicarem para atingir um objetivo coletivo. Em seguida o professor disponibiliza o tecido, perguntando se é possível usá-lo para evitar que os balões caiam. 
Avaliação: Analisando as estratégias de cada criança para manter os balões no ar, o professor pode propor atividades semelhantes, mas com grupos menores – trios, por exemplo, assim as crianças terão outras oportunidades para desenvolver soluções e buscar alternativas conforme a regra da brincadeira.
Abayomi
Objetivo de aprendizagem e desenvolvimento: Manifestar oposição a qualquer forma de discriminação (EI03EO07).
Preparação: o docente deve providenciar fotografias de boneca 	Abayomi - típica da diáspora africana-, retalhos de tecidos (pretos e com estampas), fitas de tecidos e miçangas.
Desenvolvimento: apresenta-se as fotografias da Abayomi as crianças compartilhando também a historia da origem dessa boneca e algumas curiosidades sobre ela. Depois da contextualização, chega a hora dos alunos produzirem suas próprias Abayomi. Cada aluno separa uma tira de tecido preto, na parte posterior faz-se um recorte e em seguida um nó para separar as pernas do corpo, amarra-se uma tira representando os braços e vários outros nós para representar as mãos e cabeça. Depois de prontas as crianças podem brincar com suas bonecas sempre que desejarem. 
Socialização das descobertas e auto-avaliação: Durante a contextualização o professor abre espaço para as crianças expressarem suas percepções sobre esse brinquedo da cultura africana e como foi a experiência de confeccionar a boneca de pano. Podem também estabelecer comparações e relações com outras bonecas e bonecos – composição, tamanho, como se brinca com ele, etc. 
Avaliação: O profissional da educação deve observar se as crianças demonstram interesse por esse objeto da cultura africana e também respeito e valorização por elementos de outras culturas.
CONCLUSÃO
Como foi possível perceber, é muito importante que a escola vá além dos conteúdos básicos e efetive uma proposta voltada para uma formação humana com cidadania e ética. Para isso, é necessário adaptar e inserir temas conectados às necessidades da sociedade atual no contexto educacional. Além disso, os campos não devem ser distribuídos previamente na semana, dia ou ano. Eles são um campo semântico para o professor e a crianças se movimentar em suas jornadas de aprendizagem. Em outras palavras, é importante que as práticas do professor estejam diretamente comprometidas com as necessidades e os interesses da criança, para que a vivência se transforme em uma experiência e tenha, de fato, um propósito educativo. Quando ás crianças pequenas tem oportunidades de vivenciar diversas situações de interação, elas aprendem a ser sensíveis aos sentimentos, desejos e necessidades dos outros, assim elas são capazes de demonstrar empatia, perceber que ás pessoas tem diferentes maneiras de agir e conforme ganham consciência de si passam a se reconhecer como sujeito ativo capaz de criar e se cuidar com independência de um adulto.
REFERÊNCIAS
CORDI, Angela. Pé de Brincadeira: 1. Ed. Curitiba, 2018.
BARBOSA, Gi. Campos de experiência na Educação Infantil Base Nacional Comum Curricular. Idéia Criativa, 2017. Disponível em:<https://www.ideiacriativa.org/2017/11/campos-de-experiencia-educacao-infantil.html> Acesso em: 18 de set. de 2019.
BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a Base, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#introducao> Acesso em: 19 de set. de 2019.
CONZATI, Shana. Campos de experiência e objetivos de aprendizagem na BNCC. Educa Criança, 2018. Disponível em: <https://educacrianca.com.br/campos-de-experiencias-e-objetivos-de-aprendizagem-da-bncc/> Acesso em: 18 de set. de 2019.
FRANÇA, Luísa. BNCC: Tudo o que você precisa saber sobre a Base Nacional Comum Curricular. Par Plataforma Educacional, 2019. Disponível em: < https://www.somospar.com.br/bncc-base-nacional-comum-curricular/< Acesso em: 18 de set, de 2019.
MEDEIROS, Elita. Educação Infantil: os seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento garantidos na Base Nacional Curricular Comum. Plataforma Cultural, 2017. Disponível em: <http://plataformacultural.com.br/educacao-infantil-seis-direitos/>. Acesso em: 31 de ago. de 2019.
O eu, o outro, e o nós: como trabalhar este campo de experiência na Educação Infantil. Educação Infantil, 2019. Disponível em: <https://educacaoinfantil.aix.com.br/o-eu-o-outro-e-o-nos/> Acesso em 31 de ago. de 2019.
PENTEADO, Fernanda. BNCC na Educação Infantil: Saiba quais são os novos enfoques. SAE Digital, 2018. Disponível em: <https://sae.digital/bncc-na-educacao-infantil/#targetText=A%20partir%20do%20ano%20letivo,devem%20ser%20implementadas%20at%C3%A9%202020.> Acesso em 31 de ago. de 2019.
PRADO, Rogério. BNCC — Campos de experiências: O que sua criança vai aprender?. Eu sem fronteiras. Disponível em: <https://www.eusemfronteiras.com.br/bncc-campos-de-experiencias-o-que-a-sua-crianca-vai-aprender/> Acesso em; 31 de ago. de 2019.
SANTANA, Lucas. Campos de experiência na pratica: como trabalhar “o eu, o outro e o nós” na Educação Infantil. Nova Escola, 2019. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/17134/campos-de-experiencia-na-pratica-como-trabalhar-o-eu-o-outro-e-o-nos-na-educacao-infantil> Acesso em: 31 de ago, de 2019.
TREVISAM, Rita. O que são os campos de experiência na Educação Infantil?. Nova Escola. Disponível em: <https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/58/o-que-sao-os-campos-de-experiencia-da-educacao-infantil> Acesso em: 18 de set. de 2019.

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