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Cariologia ap1 Amanda Costa Anatomia dental Osso Alveolar corresponde ao tecido ósseo cortical ou compacto que delimita a superfície do alvéolo dental Ligamento Periodontal É uma estrutura fibrosa do tecido conjuntivo, com componentes nervosos e vasculares, que une o cemento da raiz ao osso alveolar O homem é um ser difiodonte - Duas dentições Dentição decídua: - Início aos 6 meses e término aos 2 anos - 20 dentes - Não existe PRÉ-MOLAR Incisivos Centrais Inferiores 6 a 9 meses Incisivos Centrais Superiores 8 a 10 meses Incisivos laterais Inferiores 15 a 21 meses Primeiros Molares 15 a 21 meses Caninos 16 a 20 meses Segundos Molares 20 a 24 meses Dentição mista: - Início aos 6 anos - Erupção do 1º Molar permanente - Término aos 11 Dentição permanente: - Início dos 5 aos 7 anos - Término aos 18 e 21 anos - 32 dentes Primeiros Molares 6 anos Incisivos Centrais 7 anos Incisivos Laterais 8 anos Primeiros Pré-Molares 9 anos Segundos Pré-Molares 10 anos Caninos Entre 11 e 12 anos Segundos Molares Entre 12 e 13 anos Terceiros Molares Entre 15 a 25 anos Divisão das faces em terços SENTIDO HORIZONTAL OU VESTÍBULO LINGUAL: Vestibular, media no e lingual/palatina SENTIDO CERVICAL OU CERVICOINCISAL: Cervical, médio, incisal Divisão das faces proximais Formato/Convergência das faces Vista vestibular - Sentido Vertical Faces proximais convergem para CERVICAL - Sentido Horizontal Face Oclusal/Borda Incisal convergem para DISTAL Vista proximal - As faces livres convergem para INCISAL/OCLUSAL adquirindo um formato triangular nos dentes anteriores e trapezoidal nos dentes posteriores Vista oclusal - As faces Oclusais e palatinas dos dentes anteriores convergem para DISTAL e, geralmente, para LINGUAL Forma básica dos dentes é Trapezoidal Formas das faces proximais A face MESIAL dos dentes é MAIOR que a face DISTAL A face MESIAL pode apresentar uma CONCAVIDADE na região CERVICAL A face DISTAL é CONVEXA COROA CLÍNICA: Parte visível da coroa COROA ANATÔMICA: Parte recoberta por gengiva COLO: Segmento imediato entre a coroa e a raiz, limite entre a coroa anatômica e a raiz LINHA DE COLO: - Dentes posteriores: Se aproxima de um plano - Dentes anteriores: Faces Vestibular e Lingual - Voltada para apical Faces Proximais – Voltada para Incisal RAIZ: - Vertical: Cervical, médio e apical - Horizontal: Mesial, média e distal CONTATO INTERPROXIMAL: Contato entre os dentes do mesmo arco - Esse contato se dá pelas bossas proximais ● Pontos de contato AMEIAS: Contato Interproximal gera dois espaços - AMEIASVESTIBULARES (Menores) - AMEIAS LINGUAIS SULCO INTERDENTAL E ESPAÇO INTERPROXIMAL: Ponto de contato há dois espaços - Sulco Interdental ou interproximal - Espaço Interdental ou interproximal BOSSAS: Região mais proeminente (convexa de cada uma das faces) Maior saliência de esmalte das faces axiais LINHA EQUATORIAL E EQUADOR PROTÉTICO: - LE: União de todas as bossas. Linha de maior contorno da coroa dental - EP: Depende da inclinação do dente no arco Face lingual dos dentes anteriores Cíngulo: Saliência do esmalte no terço cervical da face lingual/palatina dos dentes anteriores Fossa Lingual/Forame cego: FOSSA LINGUAL Escavação ampla e profunda da face lingual de dentes anteriores (IS) FORAME CEGO Depressão profunda entre a fossa lingual e o Cíngulo Cúspide: ● Saliências de esmalte das faces oclusais que se estendem e formam o terço oclusal das faces V e L ● A cúspide recebe o nome do lado para qual ela está voltada, assim como as vertentes e arestas. ● Apresentam o formato geométrico de uma pirâmide de base quadrangular - Arestas, Vertentes, Sulcos secundários. - Vertentes: Faces de uma mesma cúspide - Arestas: Segmentos de retas formados pelo encontro de vertentes de uma mesma cúspide Sulcos: Depressões lineares de várias profundidades - Sulcos principais: Separam as cúspides umas das outras - Sulcos secundários: Saem do sulco principal Fóssulas: Depressões encontradas na terminação do sulco principal ou no cruzamento de dois deles Cúspide de trabalho ou de balanceio: Crista Marginal: Saliência do esmalte observada nas faces proximais das faces oclusais dos dentes posteriores e que une a cúspide Vestibular e Lingual Incisivos centrais Superiores - Flor-de-lis - Sulcos de desenvolvimento - 1 Raiz - 1 canal com formato circular - Face vestibular - Formato trapezoidal - Pequena inclinação de 3º - Bossa vestibular no terço cervical Face vestibular - Face incisal ligeiramente inclinada para distal - Ângulo mesial mais retilíneo - Ângulo Distal um pouco arredondado - Face distal é menor em volume e mais arredondada Face lingual - Cíngulo - Bossa lingual - Fossa lingual Incisivo lateral superior - 1 Raiz - 1 canal com formato circular - Pequena inclinação de 5º Face vestibular - Formato trapezoidal - Bossa vestibular no terço cervical - Ângulo mesioincisal retilíneo - Ângulo distoincisal mais arredondado - Pode ter formato caniniforme - Conóide: dente fino, sem características anatômicas - Agenesia: dente não nasce, inclusive a raiz Face lingual - Cíngulo - Possui forame cego INCISIVO CENTRAL SUP x INCISIVO LATERAL SUP Volume - ICS > ILS Detalhes da face lingual - Mais discretos no ICS Ângulo mesioincisal - Próximo de 90º no ICS - Arredondado no ILS Ângulo distoincisal - ILS apresenta forte e marcante arredondamento - Ponto de contato distal ocorre no terço médio Superfície vestibular Plana no ICS e arredondada no ILS Raiz ICS: Mais calibrosa, ILS: Pequena compressão no sentido MD Incisivo central inferior - 1 raiz - 1 ou 2 canais - Menor e mais simétrico dente humano Face vestibular Bossa vestibular no terço cervical - Incisal retilínea ou um pouco inclinada para mesial - Mesial menor ou igual a Distal Face lingual - Cíngulo quase imperceptível - Fossa lingual rasa Incisivo lateral inferior - 1 raiz - 1 ou 2 canais Face vestibular - Bossa vestibular no terço cervical - Ângulo mesioincisal agudo - Ângulo distoincisal mais arredondado - Borda incisal retilínea ou inclinada para distal Face lingual - Bossa no terço cervical - Cíngulo inclinado para distal INCISIVO CENTRAL SUP x INCISIVO LATERAL INF ILI possui todas as dimensões MAIORES que o ICI O ângulo distoincisal é mais arredondado no ILI A parede mesial da raiz e da coral do ICI forma praticamente uma reta enquanto no ILI essas paredes formas um ângulo Canino superior - 1 raiz: Cônica, longa, reta - 1 canal - Maior raiz da dentição humana - Aspecto de força e robustez Face Vestibular - Forma da coroa é Pentagonal - Bossa vestibular - 2 Sulcos de desenvolvimento - Divide a face em 3 lóbulos Face Vestibular - Ângulo Distoincisal mais arredondado e mais deslocado para cervical - Bordas M e D convergem para o Colo Face Lingual - Mais estreita que a vestibular - Cristas marginais bem desenvolvidas - Cíngulo robusto - Fossa lingual é rasa Canino inferior Face vestibular - Forma da coroa é Pentagonal - Bossa vestibular - 2 Sulcos de desenvolvimento - Divide a face em 3 lóbulos - Ângulo distoincisal mais arredondado - Ângulo mesioincisal menos arredondado Face Lingual - Cíngulo - Fossa lingual CANINO SUP x CANINO INF A medida VesibuloLingual e a altura da coroa > CI Outras dimensões são maiores no CS Detalhes anatômicos menos evidenciados no CI Primeiro pré-molar superior - Uni ou BIRRADICULAR - Bicuspidado: Cúspides com volumes diferentes Face vestibular - Formato Pentagonal - Borda convexa - Borda incisal em forma de V - Ângulo Distoincisal mais arredondado e deslocado para cervical Faces proximais - Trapezoidal Segundo pré-molar superior - Unirradicular - Bicuspidado: Cúspides com volumes semelhantesFace vestibular - Borda incisal em formato de V - Segmento mesial menor e menos inclinado - Segmento distal maior e mais inclinado - Bossa vestibular Face lingual - Bossa lingual Faces proximais - Formato trapezoidal 1º PRÉ-MOLAR SUP x 2º PRÉ-MOLAR SUP Cúspide vestibular > Cúspide lingual Crista marginal mesial < Crista marginal distal Primeiro pré-molar inferior - Uni ou Birradicular Fusionadas Terço apical com inclinação para Distal Pode apresentar curvaturas - Bicuspidado Face vestibular - Bossa no terço cervical - Formato pentagonal - Borda M e D convergentes pra raiz - Borda incisal em formato de V - Segmento mesial menor e menos inclinado - Segmento distal maior e mais inclinado Faces proximais - Cúspide lingual pouco desenvolvida - Ponte de esmalte que interrompe o sulco mesiodistal Faces proximais - Inclinação de 45º do plano oclusal em relação ao plano horizontal - Cúspide vestibular é mais volumosa que a lingual Segundo pré-molar inferior - Podeser ser bi ou tricuspidado (duas cúspides linguais) - Dente que apresenta maior variação de formato da face oclusal (Podendo ser quadrado, triangular ou trapezoidal - vista oclusal) - Unirradicular Face vestibular - Formato pentagonal - Bossa vestibular Face lingual - Formato quadrangular - Bossa lingual Faces proximais - Formato quadrangular 1º PRÉ-MOLAR INF x 2º PRÉ-MOLAR INF 1º PM INF - Face oclusal ovóide - Sulco principal MD interrompe pela ponte de esmalte - Cúspide lingual < Vestibular 2º PM INF - Face oclusal pentagonal - Sulco MD contínuo - 1 ou 2 cúspides linguais PRÉ-MOLAR INFERIOR -Diâmetro VL = DM -Sulco mesial pode ser curvo -Fossas mesiodistais deslocadas para lingual PRÉ-MOLAR SUPERIOR -Diâmetro VL > DM -Sulco mesial reto e contínuo -Fossas mesiodistais alinhadas Primeiro molar superior - Trirradicular 2 Raízes Vestibulares MV e DV 1 Raiz Lingual – formato cônico Pode ocorrer um leve desvio no ápice da raiz Aspecto semelhante ao “Chifre de Touro” - Faces em terços Mésio-Lingual, Mésio-Vestibular, Disto-Vestibular, Disto-Lingual Face vestibular - Formato trapezoidal - Bossa vestibular - Sulco Vestibular -Divide as cúspides MV e DV Face Lingual - Formato trapezoidal - Bossa lingual - Sulco Lingual -Divide as cúspides ML e DL - Tubérculo de Carabelli Faces proximais: Formato retangular Segundo molar superior - Trirradicular - Raízes fusionadas - Tetracuspidado ou tricuspidado Face vestibular - Formato trapezoidal - Bossa vestibular Face lingual - Tetracuspidado - Desproporção no tamanho das cúspides: DL < ML - Sulco linguo-ocluso-distal é mais curto e raso Face lingual - Tricuspidado - Ausência da cúspide DL - Formato pentagonal 1º MOLAR SUP x 2º MOLAR SUP - Volume da coroa - 1º>2º - Número de cúspides: 1º Tetracuspidado, 2º Tetra ou Tri - Tamanho da cúspide DV: 1º>2º - Convergência: 1º Vestibular, 2º Lingual ou palatina - Número de sulcos: 1º 2 sulcos e 1 fossa, 2º 2 ou 3 sulcos, 1 ou 2 fossas Primeiro molar inferior - Maior dente da dentição permanente - Birradicular: 1 mesial, 1 distal - Pentacuspidado - Robusto Face vestibular - Formato trapezoidal - Bossa vestibular - Alargado mesiodistalmente Face lingual - Formato trapezoidal - Bossa lingual - Sulco lingual dividindo as cúspides ML e DL Face oclusal – formato retangular Segundo molar inferior - Birradicular: 1 mesial, 1 distal - Tetracuspidado Face vestibular - Bossa vestibular - Alargada mesiodistalmente - Formato trapezoidal Face lingual - Formato trapezoidal - Bossa lingual - Sulco lingual dividindo as cúspides ML e DL 1º MOLAR INF x 2º MOLAR INF - Número de cúspides: 1º Pentacuspidado, 2º Tetracuspidado - Molares superiores - Distância VL e ML > Molares inferiores Terceiro molar superior e inferior - Oitavo e último dente do hemi arco humano - Dente do siso, ou do "juízo“ - Não é incomum a ausência de um ou de ambos os terceiros molares superiores - Agenesia - Retenção intra óssea ou submucosa - Erupção entre os 17 e 30 anos de idade, sem que isso seja considerado anormal - Morfologia é extremamente variada Introdução a cariologia Era da dor… Busca do alívio da dor - Exodontia - Mutilação de paciente - Uso de próteses Década de 70 Redefinição da doença cárie – Doença infecciosa, transmissível e sacarose dependente Era da promoção a saúde Compreensão do indivíduo como um todo - Entendimento dos fatores envolvidos na progressão - Tratamento preventivo não-invasivo ● O micro ecossistema bacteriano do biofilme dental apresenta uma série de características fisiológicas A produção de ácido por meio da + Consequente baixa do pH = metabolização de nutrientes pelas bactérias do biofilme São os fatores responsáveis pela desmineralização do tecido dentário que pode resultar na formação da lesão de cárie A atividade metabólica das bactérias do biofilme decorrente da disponibilidade de nutrientes causa constante flutuação do pH, e, como consequência, a superfície dentária coberta por biofilme vai experimentar perda mineral e ganho mineral Este processo de DES-REMINERALIZAÇÃO dos tecidos dentários é onipresente. Dessa forma, a lesão de cárie se forma somente quando o resultado cumulativo de processos de DES-REMINERALIZAÇÃO acarreta perda mineral O que é Cárie dentária? O processo de desmineralização fica restrito ao nível subclínico e não causa uma lesão visível clinicamente: ● O indivíduo não pode ser classificado como portador da doença cárie ● Não necessita qualquer tratamento deste processo (a doença está sob controle) Fatores determinantes do processo de doença cárie: ● Fatores que atuam no nível da superfície dentária ● Fatores que atuam no nível do indivíduo/população Biofilme e cárie dentária É o fator biológico indispensável para a formação da lesão de cárie, só correm em áreas nas quais o biofilme encontra-se ESTAGNADO. Embora a presença de biofilme seja considerada um fator causal necessário para o desenvolvimento da lesão de cárie NÃO É UM FATOR CAUSAL SUFICIENTE para que esse tipo de lesão ocorra Localização preferencial: - Margem gengival - Superfícies proximais logo abaixo do ponto de contato - Sistema de fóssulas e fissuras das superfícies oclusais Dificilmente formam-se lesões de cárie em áreas submetidas constantemente à autolimpeza decorrente da mastigação e dos movimentos das bochechas e da língua É um ecossistema microbiano aderido às superfícies dentárias, que é formado por bactérias que mantêm uma estabilidade dinâmica com a superfície do dente (estágio de estabilidade dinâmica) Na presença frequente de carboidratos fermentáveis e consequente produção de ácidos, observa-se uma adaptação microbiana que leva à seleção de microrganismos acidogênicos. Ocorre o rompimento da homeostase microbiana do biofilme, e a proliferação de microrganismos cariogênicos. Número de microrganismos acidogênicos aumenta, promovendo o desenvolvimento da lesão (estágio acidúrico). Lesão de cárie não cavitada, ativa: Primeiro estágio visível da cárie Inicialmente, a superfície do esmalte mostra-se rugosa e opaca, e clinicamente é visível como uma mancha branca Lesão de cárie com cavidade (Lesão cavitada ativa) Se o processo de desmineralização persistir, a lesão de cárie progride, ocasionando a quebra da camada superficial da lesão com formação de uma cavidade. Podendo atingindo a dentina, que se mostra amolecida, com aspecto úmido e geralmente de coloração amarelada (lesão cavitada em dentina) ● O mesmo processo de desequilíbrio entre os eventos de DES-RE que ocorrem na interface entre o biofilme e o esmalte/dentina coronária pode também ocorrer na raiz do dente, na interface entre o biofilme e o cemento/dentina radicular, formando uma lesão de cárie radicularPara que este tipo de lesão se desenvolva, é necessário que a raiz dentária esteja exposta ao ambiente bucal (recessão gengival) Lesões de cárie primária - Lesões que se estabelecem no esmalte/cemento/dentina hígidos Lesões de cárie secundária - Lesões que se desenvolvem adjacentes às margens de restaurações - Mesma etiologia da lesão de cárie primária Cárie residual - É tecido desmineralizado deixado embaixo da restauração Cárie Inativa: Lesões paralisadas localizadas no esmalte - Apresentam superfície lisa e brilhante - Coloração escura ou branca Lesões paralisadas localizadas em dentina e raiz - Apresentam aspecto endurecido - Coloração escura Interações químicas entre os dentes e os fluídos orais As transformações que os dentes sofrem quando expostos na cavidade bucal estão intrinsecamente relacionadas com a composição química dos tecidos mineralizados que compõem a estrutura dental. O majoritário componente inorgânico desses tecidos, e principal, HIDROXIAPATITA, garante a possibilidade de trocas iônicas com os fluidos bucais. Primeiro tecido a interagir com a cavidade bucal após a erupção dos dentes, pois é ele que recobre a coroa dental Sua composição de cerca de 95% de minerais o leva a se comportar como um material biológico que responde prontamente às alterações dos fluidos bucais que aumentam ou diminuem a solubilidade dos minerais apatíticos, como as oscilações de pH. O mineral do esmalte não possa ser considerado uma hidroxiapatita pura - SEMELHANTE. Com inclusões de contaminantes oriundos do período de mineralização, como íons substituintes do cálcio (magnésio, potássio, sódio) e do fosfato ou hidroxila (carbonato, flúor, cloro) Dentina e cemento: Cristais de HA estão entremeados por uma rede de fibras de colágeno tipo I - Modificam significativamente as propriedades desses tecidos e como eles resistem aos desafios para dissolução mineral que acontecem na cavidade bucal A estrutura histológica da dentina contém túbulos dentinários que a atravessam, contendo os prolongamentos citoplasmáticos dos odontoblastos localizados na polpa A exposição da dentina representa a interação de um tecido mais solúvel com os fluidos bucais Cristais de Hidroxiapatita Ca10 (PO4)6 (OH)2 Minerais da estrutura dental: Cálcio, Fosfato e Hidroxila, que se estrutura na forma de cristais hexagonais - A estrutura cristalina da HA é complexa, envolvendo a organização dos íons cálcio em duas posições possíveis - A hidroxila se localiza no centro dos íons componentes - O cristal de hidroxiapatita é formado por milhares de unidade da fórmula química Ca10(PO4)6(OH)2 Similar à Hidroxiapatita - Íons hidroxila são substituídos por íons flúor Menor solubilidade que a HA - Raramente é encontrado na natureza Termo usado para descrever que está havendo a precipitação do mineral fluorapatita, Ca10(PO4)6F2, porém não como um cristal, mas sim como resultado da interação entre os íons cálcio, fosfato e flúor, em um cristal já existente, normalmente de hidroxiapatita biológica Mineral presente na estrutura dental - BIOLÓGICO – Não é puro - Formado em condições teciduais - Recebe alguns constituintes químicos que alteram significativamente suas propriedades: CARBONATO E FLUORETO O carbonato (CO32-) pode ocupar o lugar do fosfato ou da hidroxila na estrutura química da HA - Nesses locais sua presença desestabiliza o mineral, tornando o local contendo o carbonato mais instável e mais solúvel Os cristais de HA biológica do esmalte de dentes decíduos apresentam maior concentração de carbonato em relação aos dos dentes permanentes, ou seja, maior velocidade da progressão da cárie em dentes decíduos. Mineral da dentina radicular possui uma alta concentração de CO32, o que modifica as propriedades desse mineral de resistir à dissolução durante quedas de pH O fluoreto também pode se incorporar naturalmente no mineral dental, devido a sua presença frequente na natureza O contato com concentrações micromolares de fluoreto nos fluidos corporais induz à incorporação deste nos dentes em formação, porém não na forma de cristais puros Solubilidade do esmalte: Hidroxiapatita biológica > Hidroxiapatita pura Íons contaminantes criam imperfeições nos cristais de hidroxiapatita, alterando sua capacidade de se manter íntegro em condições de maior solubilidade Solubilidade da dentina: Ocorre situações de exposição radicular (quando o cemento acaba se desgastado pelo atrito da escovação, p. ex., dentina radicular) A exposição da dentina representa a interação de um tecido mais solúvel com os fluidos bucais Cristais de HA biologicamente menores e com estrutura cristalina menos perfeita do que os cristais do esmalte - Os cristais são formados em meio a uma matriz colágena Além do menor tamanho e da menor cristalinidade em comparação aos cristais de esmalte, o mineral da dentina possui maior conteúdo de carbonato, o que explica sua maior solubilidade em relação ao esmalte. Essa maior solubilidade é de importância clínica Ph crítico: pH abaixo do qual os fluidos bucais (saliva ou fluido do biofilme) se tornam subsaturados em relação à solubilidade dos minerais dentais, ocorrendo como consequência a dissolução do esmalte-dentina. Dentina - Menor queda de pH (faixa de 6,2-6,3) Esmalte - 5,5 ou 4,5 Essa diferença de pH crítico de dissolução do esmalte e dentina resulta, em acréscimo, em um tempo muito maior de desmineralização da dentina, a cada queda de pH, em relação ao esmalte Uma vez que o mineral da dentina tenha se dissolvido, ele deixa exposto a rede de fibras colágenas, que será degradada por colagenases presentes no biofilme bacteriano e enzimas latentes na dentina, que são ativadas em condições de baixo Ph (metaloproteinases). Durante a formação de uma lesão de cárie em dentina, ambos os processos de dissolução mineral e degradação proteica estão acontecendo concomitantemente Os fluídos bucais: Saliva e fluido do biofilme A saliva sempre possui uma composição compatível com a integridade do mineral dos dentes. - Sua concentração de íons minerais, cálcio e fosfato, e seu pH, que espelham os mesmos no plasma sanguíneo, tornam a saliva SUPERSATURADA em relação aos minerais dentais A capacidade de manter um estado de supersaturação em relação à hidroxiapatita e fluorapatita (neste caso, quando há fluoreto presente na boca) sem que ocorra a precipitação espontânea desses minerais na saliva está relacionada à presença de prtns ligadoras de cálcio e fosfato, que mantêm esses íons estabilizados e, portanto, diminuem seu potencial de precipitação A saliva total tem sempre função protetora dos tecidos minerais, e NUNCA é produzida com pH capaz de causar sua dissolução, embora haja diferença de pH na saliva secretada pelas diferentes glândulas salivares Além da saliva, a estrutura dental mantém íntimo contato com outro líquido que interfere muito na sua solubilidade, a porção fluida do biofilme dental (fluido do biofilme) Ele representa a porção líquida que permeia as células e a matriz do biofilme dental e é a solução responsável pelas trocas iônicas com o mineral dental A composição do fluido do biofilme é diferente da composição da saliva Mesmo em condições de jejum ou repouso (horas após o consumo de alimentos), o fluido do biofilme terá concentração de íons minerais mais elevada do que a saliva, já que está em íntimo contato com a superfície dental Exposição do biofilme a açúcares fermentáveis: - os microrganismos produzem ácidos pela sua fermentação, que baixam o pH do fluido do biofilme - minerais dentais se dissolvem e ocorre um aumento da concentração de íons minerais no fluido Assim, toda troca iônica (dissolução ou precipitação de minerais) que ocorre entre o dente e o biofilme está, de fato, ocorrendo entre o dente e o compartimento líquido do biofilme.A principal alteração que ocorre na cavidade bucal e perturba o equilíbrio entre o mineral e os fluidos bucais é a redução do pH Por possuir íons constituintes que podem captar H+ (próton), ou seja, que reagem com H+, a solubilidade da hidroxiapatita é muito influenciada por oscilações de pH Uma simples alteração do pH (mesmo que a concentração de cálcio e fósforo não tenha se alterado) causa um imenso aumento na solubilidade da hidroxiapatita Formação do biofilme cariogênico e desenvolvimento de lesões cariosas
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