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Direito Processual Penal REVISÃO AV2

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Direito Processual Penal I – Revisão Av2
1 – Princípios Processuais Penal. 
Princípio do Estado de Inocência: Como conseqüência direta do princípio do devido processo legal, instalou-se na doutrina e nas legislações o denominado princípio da presunção da inocência.
Atualmente se entendeu que existe apenas uma tendência à presunção de inocência, ou mais precisamente, um estado de inocência, um estado jurídico no qual o acusado é inocente até que seja declarado culpado por uma sentença transitada em julgado. Por isso a Constituição Federal declara em seu artigo 5º LVII que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
Por este princípio conclui-se: a) a restrição à liberdade do acusado antes da sentença definitiva só deve ser admitida a título de medida cautelar, de necessidade ou conveniência, segundo estabelece a lei processual; b) o réu não tem o dever de provar sua inocência, cabe ao acusador comprovar a sua culpa; c) para condenar o acusado, o juiz deve ter a convicção de que é ele responsável pelo delito, bastando, para a absolvição, a dúvida a respeito de sua culpa (in dubio pro reo).
Princípio do Contraditório: Garantia constitucional que assegura ampla defesa ao acusado (art. 5º LV). Dispõe que o acusado goza do direito de defesa sem restrições, num processo em que deve estar assegurada a igualdade das partes.
Corolário do princípio da igualdade perante a lei, a isonomia processual obriga que a parte contrária também seja ouvida, em igualdade de condições.
Deste princípio decorre a igualdade processual, ou seja, a igualdade de direitos entre as partes acusadora e acusada, que se encontram num mesmo plano e a liberdade processual, que consiste na faculdade que tem o acusado de nomear o advogado que bem entender. Não se aplica ao inquérito policial.
Princípio da Verdade Real: Com este princípio se procura estabelecer que o direito de punir somente seja exercido contra aquele que praticou a infração penal e nos exatos limites de sua culpa numa investigação que não encontra limites na forma ou na iniciativa das partes. Decorre deste princípio o dever do juiz de dar seguimento à relação processual quando da inércia da parte e mesmo de determinar ex officio, provas necessárias à instrução do processo, a fim de que possa descobrir a verdade dos fatos objetos de ação penal.
Princípio da Oralidade: As declarações perante os juízes e tribunais só possuem eficácia quando formuladas através da palavra oral, ao contrário do procedimento escrito. Compreende, assim, a necessidade da concentração, que consiste em realizar todo o julgamento em uma ou poucas audiências a curtos intervá-los. Outro corolário é a imediatidade que consiste na obrigação de o juiz ficar em contato direto com as partes e as provas, recebendo assim, também de maneira direta, o material e elementos de convicção em que se baseará o julgamento. Por fim, para que se estabeleça o que se denomina genericamente de “procedimento oral” requer-se a identidade física do juiz que é a vinculação do magistrado aos processos cuja instrução iniciou.
Princípio da Publicidade: Está previsto no art. 5º LX da Constituição Federal: “ A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”. No mesmo sentido dispõe que “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos e fundamentados todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença em determinados atos, às próprias partes e as seus advogados, ou somente a estes, em casos nas quais a preservação do direito à intimidade do interesse no sigilo não prejudique o interesse público à informação (art.93 da CF)” e que “todos têm direito à receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestados no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (art.5º XXXIII).
A publicidade apresenta dois aspectos: a geral, quando os atos podem ser assistidos por qualquer pessoa e a especial quando um número reduzido de pessoas pode estar presentes a ele. Pode ela ser imediata, quando de pode tomar conhecimento dos atos processuais só se tornam públicos através de informe ou certidão sobre sua realização ou conteúdo.
Princípio da Obrigatoriedade: Obriga a autoridade policial a instaurar o inquérito policial e ao órgão Ministério Público promover a ação penal quando da ocorrência da prática de crime que se apure mediante ação penal pública (arts. 5º, 6º e 24º do Código de Processo Penal).
Tal princípio opõe-se ao princípio da oportunidade, em que o órgão estatal tem a finalidade de promover ou não a ação penal.
Princípio da Oficialidade: É deste princípio, que os órgãos encarregados de deduzir a pretensão punitiva sejam órgãos oficiais. Em termos constitucionais, a apuração das infrações penais é efetuada pela Polícia (art. 144 da CF e art. 4º ss do CPP) e a ação penal pública é promovida, privativamente, pelo Ministério Público (art.129, I, da CF), seja ele da União, ou dos Estados (art.128, I e II da CF).
Princípio da Indisponibilidade do Processo: Decorre do princípio anterior. Uma vez instaurado este, não pode ser paralisado indefinidamente ou arquivado.
Não cabe na ação penal privada e a ação penal pública depende de representação.
Princípio do Juiz Natural: O autor do ilícito só pode ser processado e julgado perante o órgão que a Constituição Federal atribuir a competência para o julgamento.
Princípio das Partes e do Impulso Oficial: O direito de invocar a tutela jurisdicional penal do Estado cabe ao seu representante, através do MP, propor a ação penal pública (art.24 do CPP) e ao ofendido ou seu representante legal a ação privada (arts.29 e 30 do CPP).
Proposta a ação penal por iniciativa da parte, passa-se a desenvolver o processo, de um ato processual a outro, segundo a ordem do procedimento, até que a instância se finde.
A fim de assegurar essa continuidade, essa passagem de um ato processual a outro, é necessário o que se denomina impulso processual, ou ativação da causa que é regido pelo princípio do impulso oficial.
Princípio da Ordem Consecutiva Legal: Faz com que a sentença que compõe a lide deve ser obedecida após cada ato processual a alternativa prevista em lei.
Princípio da Economia Processual: Preconiza a escolha, entre duas alternativas, da menos onerosa às partes.
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição: Dá maior certeza à aplicação do direito pelo reexame da causa.
Favor Réu: Num conflito entre o jus puniendi do Estado e o jus libertatis do acusado, deve a balança inclinar-se a favor deste último.
Por fim, deve-se aludir também às garantias processuais. Por dispositivo constitucional está prevista a da ampla defesa (art.5º LV, da CF), o do juiz imparcial, estabelecida com as disposições legais referentes à suspeição, às incompatibilidades e aos impedimentos.
Prevê também a Constituição Federal que “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a duração razoável do processo e os meios que garantam a celeridade em sua tramitação” (art. 5º LXXVIII).
2 – Ação Penal Processual. 
Das características: Em relação às características do direito de ação, há uma comunhão entre as características do direito de ação no direito processual civil e no direito processual penal. São características da ação no Direito Processual Penal:
Direito subjetivo: a prestação de fazer justiça é de competência do Estado e o titular do direito subjetivo pode exigir dele a prestação jurisdicional.
Direito abstrato: o titular do direito tem a faculdade de provocar o poder Público, através dos órgãos judiciários, isso é decorrente da autonomia do direito de ação em relação ao direito material. Não importa se aquilo que está sendo alegado é verdadeiro ou não, pois independente disso o Estado deverá manifestar-se contra ou a favor do titular da pretensão punitiva.
Direito autônomo: para que o direito de ação seja exercidonão é imprescindível que tenha sido transgredido um direito material. Isso se explica quando houve o exercício da ação penal, mas inexistiu o direito que a ação tinha por fim tornar efetivo. Logo, ele independe da existência do direito subjetivo material que é o direito de punir.
Direito Público: o direito de ação é um Direito Público visto que serve para provocar o Estado através dos órgãos jurisdicionais, pois esta é uma função eminentemente pública e de relevante interesse social.[2] 
Das espécies: A divisão é subjetiva, em função da qualidade do sujeito que detém a sua titularidade.
De acordo com esse critério, as ações são classificadas em ação penal de iniciativa pública e ação penal de iniciativa privada. A primeira subdivide-se em ação penal pública condicionada que pode ser por representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça e a ação penal pública incondicionada. Já a ação penal privada pode ser principal (ou exclusiva), personalíssima e subsidiária da pública.
As terminologias utilizadas, quais sejam, ação penal pública e ação penal privada não estão de acordo com os conceitos que representam, pois, de acordo com as características apresentadas, o direito de ação é tido como um direito público tão somente e tem, sempre, natureza pública. Porém, essa classificação é baseada segundo o titular do interesse de agir que, nos casos de ações penais públicas, são promovidas pelo Ministério Público e nos casos de ação penal privada, esta será promovida pela vítima ou seu representante legal.
O critério identificador da ação penal pública ou privada é estabelecido pelo Art. 100 do Código Penal ou pela legislação especial e através dele identificamos se a ação é pública incondicionada, condicionada ou privada. Na pública incondicionada, há silêncio da lei. Na pública condicionada, há expressado menção no texto legal, assim como, nas ações privadas.
Da Ação penal pública: A iniciativa dessa ação é de um órgão estatal representando o próprio interesse social. A Constituição Federal, no art. 129, inciso I, estabelece, em outras palavras que, se a infração penal é sujeita à ação penal pública, somente o Ministério Público poderá propô-la, seja ela condicionada ou incondicionada.
A ação pública incondicionada se diferencia da ação pública condicionada pelo fato da última depender da interferência do ofendido, de seu representante legal ou da requisição do Ministro da Justiça que deverão manifestar sua vontade para que a ação seja proposta, ou seja, é preciso que haja, no primeiro caso, uma representação, que nada mais é do que, a manifestação de consentimento permitindo ao Ministério Público agir.
Ação Penal Pública Incondicionada: A ação penal pública incondicionada está prevista no artigo 100, caput, 1ª parte do Código Penal e no artigo 24, caput, 1ª parte do Código de Processo Penal. Ela é regra no sistema penal brasileiro e, por isso, não tem previsão legal expressa. Isso por uma razão de racionalidade ou economicidade, ou seja, o Código Penal após definir um delito, sempre se refere à ação penal, mas, nos casos de ação pública incondicionada, pelos motivos já expostos acima, não há essa definição expressa, apenas nos casos de ações públicas condicionadas e ações de iniciativa privativa do ofendido.
Ação Penal Pública Condicionada: As ações penais públicas condicionadas estão dispostas no artigo 100, §1º do Código Penal e no artigo 24, caput, 2ª parte do Código de Processo Penal e estão reguladas, basicamente, pelos mesmos princípios das ações públicas incondicionadas, já explicitados anteriormente, podendo-se acrescentar, apenas, o princípio da oportunidade, uma vez que, esse tipo de ação depende do ofendido, nos casos de representação e do Ministro da Justiça, nos casos de requisição. Nesse tipo de ação, o exercício do seu direito se subordina a uma condição, qual seja, a manifestação de vontade do ofendido ou de seu representante legal ou de requisição do Ministro da Justiça.
São dois os tipos de ação pública condicionada:
À representação: cuja titularidade da ação continua sendo do Ministério Público. Contudo, este só irá atuar quando a vítima ou seu representante legal autorizarem e uma vez dada a autorização para o Ministério Público, este a assume incondicionalmente. A representação é a manifestação de consentimento do ofendido, é uma condição de procedibilidade estabelecida pela lei e o Ministério Público só poderá promovê-la quando satisfeita essa condição sine qua non para a propositura da ação penal.
 À requisição do Ministro da Justiça: ocorre nas hipóteses de crime cometido por estrangeiro contra brasileiro, fora do Brasil; crimes contra a honra cometidos contra Chefe do governo estrangeiro; crimes contra a honra praticados contra o Presidente da República; crimes contra a honra cometidos por meio de imprensa contra ministro do Supremo Tribunal Federal.
Da Ação Penal Privada: A ação de iniciativa privada se diferencia da ação pública no que tange ao direito de agir, uma vez que, esse direito, na ação privada, é dado ao particular. Porém, a ação continua sendo pública, mas com iniciativa privada. Nesse tipo de ação, o Estado transfere ao ofendido ou ao seu representante legal a legitimidade para propor a ação penal. O ofendido se dirige ao órgão jurisdicional para ver sua pretensão ser satisfeita, não só com o objetivo de punição do autor do fato mas, como uma forma de voltar-se ao interesse social com a preocupação de punição para aqueles que infringem o dispositivo penal. Trata-se de legitimação extraordinária e foi conferida essa legitimidade ao ofendido por razões de política criminal.
A ação privada se divide em três modalidades:
Ação penal privada propriamente dita: é aquela que só pode ser exercida pelo ofendido ou por seu representante legal, e, no caso de morte do ofendido ou declarado a sua ausência, por qualquer uma das pessoas elencadas no artigo 31 do Código de Processo Penal, quais sejam: cônjuge, ascendente, descendente e irmão, os quais poderão prosseguir na ação penal já instaurada.
Ação penal privada subsidiária da pública: iniciada através de queixa quando embora se trate de crime de ação pública, o Promotor não haja oferecido a denúncia no prazo legal. Nesse caso, a ação penal é originariamente de iniciativa pública, mas, o Ministério Público não promove a ação penal no prazo estabelecido pela lei, e, por isso, o ofendido ou o seu representante legal poderão de forma subsidiária ajuizá-la. Previsão feita no artigo 5º, inciso LIX da Constituição Federal de 1988.[7] 
Ação privada personalíssima: O Ilustre Promotor de Justiça, Fernando Capez, afirma que a “Sua titularidade é atribuída única e exclusivamente ao ofendido, sendo o seu exercício vedado até mesmo ao seu representante legal, inexistindo, ainda, sucessão por morte ou ausência”. [8]. Só há um caso de ação penal privada personalíssima: crime de induzimento a erro essencial ou ocultação de impedimento (art. 236 do Código Penal). Poderíamos mencionar o crime de adultério, mas este já foi revogado pela Lei 11.106/2005. 
3 – Inquérito Policial. 
O inquérito policial. Trata-se de um procedimento administrativo persecutório e investigativo, o qual é exercido pela autoridade policial no momento de averiguação de um fato criminoso, e de sua autoria.
NATUREZA JURÍDICA E FINALIDADE
O procedimento jurídico do inquérito policial possui características administrativas, e por essa razão sua natureza é de um processo administrativo persecutório.
Ademais, é possível afirmar que a finalidade do inquérito policial é apurar o fato criminoso e sua autoria, possibilitando que as partes legítimas entrem com a ação penal contra o verdadeiro autor do delito
CARACTERÍSTICAS: O inquérito policial é um instituto com características peculiares e que merecem destaque para que possa ser compreendido. 
INQUISITIVIDADE: Sua inquisitividade reflete no fato de não ser regido pelos princípios do contraditório e da ampla defesa.
Em seguida informam que essa sua característica confere a esse procedimento administrativo uma dinâmicacompletamente diferente da ação penal, a qual está inserida dentro dos dizeres das garantias do contraditório e da ampla defesa. Isto porque, a ação penal está baseada em garantir as partes envolvidas no processo igualdade de direitos e deveres durante toda sua tramitação.
OFICIOSIDADE: Pelo artigo 5º, inciso I do CPP[2] a autoridade policial fica obrigada a agir de ofício quando toma conhecimento de um suposto fato delituoso, ou seja, deve instaurar o inquérito policial mesmo sem ter sido provocada, sempre que se tratar de crime de ação penal pública incondicionada.
Desta forma, a polícia judiciária inicia o procedimento administrativo por intermédio de uma Portaria, onde relatará o fato, as circunstâncias e o nome dos envolvidos no determinado crime (art. 5º, I, CPP).
Vale ressaltar que a oficiosidade atinge somente os crimes de ação penal pública incondicionada, pois os delitos de ação penal pública condicionada e de ação penal privada, a instauração do inquérito policial depende de uma representação ou de um requerimento, conforme prevê o art.5º, parágrafos 4º e 5º do CPP.
INDISPONIBILIDADE: Quando o inquérito policial é instaurado a autoridade policial fica impedida de dispor sobre ele, isto é, de realizar seu arquivamento. O art.17[5] ressalva isso afirmando ainda que é proibido a autoridade policial arquivar qualquer um dos autos do procedimento.
Em nosso sistema o arquivamento do inquérito policial compete a uma ordem do Juiz de Direito ou de um requerimento (pedido) do Ministério Público, segundo preceitua o art.18 e 28 do CPP.
DISPENSABILIDADE: O inquérito policial é o principal meio de investigação criminal, entretanto ele pode ser dispensado pelo autor da ação penal, desde que ele tenha indícios suficientes a respeito do fato criminoso, com suas especificações, inclusive da autoria do delito praticado contra a vítima. Dessa maneira ele pode propor a ação penal mesmo sem o procedimento investigativo promovido pela autoridade policial.
Assim, verificamos que a dispensabilidade do inquérito está relacionada ao fato do titular da ação ter conseguido alcançar a finalidade do próprio instituto (apurar a infração penal e sua autoria) de outra forma, já que para propor uma ação é preciso que exista uma “justa causa” (art.395, III, CPP)[7], um “início de prova” independentemente de onde provenha.
ESCRITO: Todos os atos do inquérito policial devem ser feitos de forma escrita, e assim serem juntados nos autos do procedimento administrativo, conforme dispõe o artigo 9º[8] do Código de Processo Penal.
SIGILOSO: O procedimento administrativo com finalidade persecutória realizado pela autoridade policial, deve assegurar sucesso a investigação, sempre resguardando a imagem e a honra dos sujeitos envolvidos em toda a persecução penal, conforme dispõe o artigo 5º, inciso X da Constituição Federal.
Sendo assim, é conferida a autoridade policial a possibilidade de dar sigilo ao inquérito policial, sob o fundamento de dar maior elucidação ao fato ou para atender melhor o interesse da sociedade, prevê o artigo 20, CPP.
DISCRICIONÁRIO: Outra característica fundamental do inquérito policial é a sua discricionariedade, a qual recai sobre a autoridade policial. Devemos destacar, que como afirmado anteriormente (tópico 3.3) a polícia judiciária não pode arquivar o procedimento que estiver presidindo, porém no momento em que for optar pelas diligências investigatórias durante o inquérito, pode realizar da maneira que achar melhor. Isto é, o delegado determinará as diligências que preferir para a apuração daquele fato criminoso.
No entanto, a autoridade policial deverá realizar as diligências que forem requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público (art.13, II do CPP). Não obstante ela não está obrigada a realizar as diligências que forem pedidas pelo ofendido ou por seu representante, segundo afirma o art.14 do Código de Processo Penal.
INSTAURAÇÃO: O inquérito policial é instaurado pela autoridade policial, entretanto existem certas peculiaridades que devem ser analisadas, como por exemplo, qual o tipo de ação para determinado delito. Isto pode ser verificado por meio de uma leitura de cada tipo penal previsto no Código Penal Brasileiro, assim dependendo do que for dito pelo legislador o procedimento investigatório da polícia judiciária iniciará de uma maneira, às vezes ela será obrigada a agir de ofício (crimes de ação penal pública incondicionada) ou ela necessitará de provocação do ofendido ou de seu representante legal para atuar (ação penal pública condicionada ou ação penal privada).
NOTÍCIA DO CRIME: O inquérito policial, primeiramente começa por intermédio da “notitia criminis”, isto é quando a autoridade policial toma conhecimento a respeito da suposta infração penal ocorrida. Essa notícia do crime pode ser verificada de 4 maneiras, conforme afirma a doutrina, as quais são: direta ou de cognição imediata, indireta ou cognição mediata, coercitiva e a delatio criminis.
Na “notitia criminis” de cognição imediata ou direta à autoridade policial toma conhecimento do suposto fato criminoso através de suas atividades rotineiras. Conquanto, o conhecimento ocorre de maneira espontânea. Já na de cognição mediata ou indireta, a suposta infração penal ocorrida é relatada à autoridade policial por meio de terceiros (representação da vítima ou de seu representante legal, representação do juiz ou do Ministério Público e por requisição do Ministro da Justiça).
Agora, na notícia do crime coercitiva é aquela que acontece com a prisão em flagrante onde o autor do delito é apresentado à autoridade policial (art.302 e incisos do CPP), e na delatio criminis o delegado toma conhecimento do suposto fato delituoso por intermédio de qualquer pessoa do povo. 
4 – Competência. 
A competência é a medida e o limite da jurisdição, dentro dos quais o órgão judicial poderá dizer o direito. É a delimitação do poder jurisdicional (fixa os limites dentro dos quais o juiz pode prestar jurisdição). Aponta quais os casos que podem ser julgados pelo órgão do Poder Judiciário. É, portanto, uma verdadeira medida da extensão do poder de julgar.
A doutrina tradicionalmente distribui a competência considerando três aspectos diferentes: 
a) ratione materiae: estabelecida em razão da natureza do crime praticado; 
b) ratione personae: de acordo com a qualidade das pessoas incriminadas; 
c) ratione loci: de acordo com o local em que foi praticado ou consumou-se o crime, ou o local da residência do seu autor.
Como saber qual o juízo competente? Em primeiro lugar, cumpre determinar qual o juízo competente em razão da matéria, isto é, em razão da natureza da infração penal. Para a fixação dessa competência ratione materiae importa verificar se o julgamento compete à jurisdição comum ou especial (subdividida em eleitoral, militar e política). Ao lado dessas jurisdições especiais (típicas ou não), a Constituição prevê a jurisdição comum estadual ou federal:
A) à justiça federal (art. 109, IV) compete processar e julgar os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções penais de qualquer natureza (que sempre serão da competência da justiça estadual, nos exatos termos da Súmula 38 do STJ: “compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesses da União ou de suas entidades”).
B) à justiça comum estadual compete tudo o que não for de competência das jurisdições especiais e federal (competência residual). Finalmente, no que diz respeito aos crimes dolosos contra a vida, e outros a que o legislador infraconstitucional posteriormente vier a fazer expressa referência, a competência para o julgamento será do tribunal do Júri, da jurisdição comum estadual ou federal, dependendo do caso (art. 5º, XXXVIII, d).
O foro por prerrogativa de função assim se apresenta: 
Presidente da República crime comum - STF 
Presidenteda República crime de responsabilidade - Senado Federal 
Vice-Presidente crime comum - STF
 Vice-Presidente crime de responsabilidade - Senado Federal 
Deputados federais e senadores crime comum - STF 
Deputados federais e senadores crime de responsabilidade - Casa correspondente
 Ministros do STF crime comum - STF 
Ministros do STF crime de responsabilidade - Senado Federal 
Procurador-Geral da República crime comum - STF 
Procurador-Geral da República crime de responsabilidade - Senado Federal
Competência por distribuição Havendo mais de um juiz competente no foro do processo, a competência será determinada pelo critério da distribuição. Nesse caso, existem dois ou mais juízes igualmente competentes, por qualquer dos critérios, para o julgamento da causa. A distribuição de inquérito policial e a decretação de prisão preventiva, a concessão de fiança ou a determinação de qualquer diligência (p. ex.: busca e apreensão), antes mesmo da distribuição do inquérito, tornam o juízo competente para a futura ação penal.
Competência por Conexão é o vínculo, o liame, o nexo que se estabelece entre dois ou mais fatos, que os torna entrelaçados por algum motivo, sugerindo a sua reunião no mesmo processo, a fim de que sejam julgados pelo mesmo juiz, diante do mesmo compêndio probatório e com isso se evitem decisões contraditórias. São efeitos da conexão: a reunião de ações penais em um mesmo processo e a prorrogação de competência.
SUMULAS STJ:
Súmula 6 - Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar delito decorrente de acidente de trânsito envolvendo viatura de polícia militar, salvo se autor e vítima forem policiais militares em situação de atividade.
Súmula 47 - Compete a Justiça Militar processar e julgar crime cometido por militar contra civil, com emprego de arma pertencente a corporação, mesmo não estando em serviço.
Súmula 48 - Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque.
Súmula 53 - Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar civil acusado de prática de crime contra instituições militares estaduais.
Súmula 59 - Não há conflito de competência se já existe sentença com trânsito em julgado, proferida por um dos juízos conflitantes.
Súmula 62 - Compete a Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na carteira de trabalho e previdência social, atribuído a empresa privada.
Súmula 75 - Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar o policial militar por crime de promover ou facilitar a fuga de preso de estabelecimento penal.
Súmula 78 - Compete a Justiça Militar processar e julgar policial de corporação estadual, ainda que o delito tenha sido praticado em outra unidade federativa.
Súmula 90 - Compete a Justiça Estadual Militar processar e julgar o policial militar pela prática do crime militar, e a comum pela prática do crime comum simultâneo aquele.
Súmula 91 - Compete a Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra a fauna.
Súmula 104 - Compete a Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.
Súmula 107 - Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal.
Súmula 122 - Compete a justiça federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, "a", do Código de Processo Penal.
Súmula 140 - Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como autor ou vítima.
Súmula 147 - Compete a Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função.
Súmula 151 - A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens.
Súmula 164 - O prefeito municipal, após a extinção do mandato, continua sujeito a processo por crime previsto no art. 1. do Decreto-lei n. 201, de 27/02/67.
Súmula 165 - Compete à justiça federal processar e julgar crime de falso testemunho cometido no processo trabalhista.
Súmula 172 - Compete a Justiça Comum processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço.
Súmula 200 - O juízo federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou.
Súmula 208 - Compete a Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal.
Súmula 209 - Compete a Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
Súmula 244 - Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos.
5 – Incidência de Sanidade Mental: 
Não há farta produção literária a respeito de como funciona (ou de deve funcionar, com base no CPP) o incidente processual de insanidade mental. No entanto, há uma série de questões relevantes, como a curatela especial, prazos, prescrição, recorribilidade etc. que têm recebido conflitantes interpretações na prática e que, por isso, demandam uma tentativa de sistematização – ainda que rápida.
Com o intuito de contribuir para a ampliação da discussão a respeito, apresentam-se as anotações abaixo, feitas de forma individualizada para cada dispositivo pertinente (CPP, arts. 149 a 154, incluindo-se os parágrafos), logo após a transcrição de cada qual. Inicia-se com o capítulo correspondente do CPP, logo abaixo:
Inadequação da expressão “insanidade mental”:
Destaca-se a inadequação da expressão “insanidade mental”, que dá nome ao Capítulo VIII (“Da insanidade mental do acusado”) do Título VI do CPP. A rigor, não é somente a eventual ausência de sanidade que será objeto de exame: qualquer forma conhecida de distúrbio mental poderá ser estudada e indicada pelo expert – desde que tenha potencial para interferir na capacidade, do autor do fato, de compreendê-lo e desejá-lo (dolo) ou, ainda, de prever a sua ocorrência e de poder tentar evitá-la (culpa). Ainda que a possível doença não pareça afetar a capacidade de intelecção do sujeito (como é de se supor que ocorreria com a pessoa “insana”), o mais prudente é que o exame seja feito para que a dúvida seja resolvida por especialistas e qualquer traço de eventual nulidade seja afastado.
II. Adequação da expressão “integridade mental”:
O próprio art. 149 do CPP utiliza uma expressão mais fiel ao conteúdo da análise médica: “integridade mental”. Por íntegro, nesse contexto, entende-se são, saudável, ou seja, absolutamente compatível com o que se espera de uma pessoa normal, que possa compreender exatamente o que fez, as razões pelas quais o fez e que tinha condições de não fazê-lo. Assim, qualquer dúvida a respeito dessa integridade deverá motivar a decisão que instaure o respectivo incidente processual.
“Art. 149.  Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a exame médico-legal.”
III. A dúvida e a presunção de inimputabilidade:
O exame apenas pode ser realizado por ordem do juiz, nunca de autoridade policial ou administrativa. A dúvida pode ser originada de qualquer circunstância relacionada à conduta supostamente praticada pelo acusado ou à sua própria personalidade – desde que esteja minimamente retratada nos autos e não tenha fonte exclusiva na sua palavra.
É inadmissível que haja somente a análise pessoal do magistrado. Geralmente, indícios de inimputabilidade são apresentados na forma de prova testemunhal ou documental. Parentes ou conhecidos do réu podem informar suspeitar de que ele sofre de algumadoença mental ou relatar outros fatos que tenha praticado no passado que seriam, em tese, compatíveis com reduzida ou prejudicada capacidade de compreender o caráter ilícito do fato ou de se determinar conforme prescreve a lei.
Ainda, declarações médicas de que o acusado foi diagnosticado com doença mental, está sob tratamento clínico e/ou faz uso de medicação indicada para quem possui tal condição são aptos a gerar a dúvida (que a jurisprudência exige seja razoável ou fundada) citada no dispositivo em comento. Na análise da possibilidade de instauração do incidente, o magistrado deve considerar que a presunção pende a favor da inimputabilidade – especialmente porque, caso o réu efetivamente não seja plenamente imputável e for condenado como tal, o processo poderá vir a ser anulado futuramente (economia processual).
6 – Sujeitos Processuais: 
1) Sujeitos processuais principais: Participam da relação em caráter de obrigatoriedade, de modo que, sem eles, não se constitui um processo. 
São sujeitos processuais principais: i) o juiz; ii) o acusado; iii) o MP; iv) o querelante. Deles, forma-se a relação angular-processual, estando o juiz acima e entre as partes (em decorrência de sua imparcialidade) e
2) Sujeitos processuais secundários (acessórios ou colaterais): Integram a relação processual sem caráter de obrigatoriedade. Em suma, sua presença é facultativa. É chamado também de colateral, haja vista que se agregam ao polo ativo ou passivo processual. Faz parte desse grupo o assistente de acusação ou o fiador do réu.
3) Sujeitos processuais terceiros: Intervêm no processo, mas não integram a relação jurídico-processual.
a) Interessados: Possuem interesse na causa, nesse rol se enquadra o ofendido que vem prestar declarações.
b) Não interessados: Não possuem direito a ser tutelado na causa, tal como a testemunha, o perito, escrevente, oficial de justiça e etc.
Obs: O ofendido pode ocupar 3 posições na relação processual, a depender da natureza da ação penal, assim:
Se privada, ele é sujeito processual principal, haja vista ser querelante.
Se pública, ele pode ser tanto sujeito processual secundário, se for habilitado nos autos como assistente da acusação, como terceiro interessado, se não houver habilitação.
Obs2: o MP na ação penal subsidiária da pública é chamado de interveniente adesivo obrigatório, sendo impossível que o processo se desenvolva sem sua presença, sendo, desse modo, um sujeito principal. Já na ação penal privada exclusiva, sua intervenção será como custos legis, sendo também obrigatória na relação processual. Logo, no processo penal, o MP SEMPRE será sujeito processual principal.
Ressalte-se que os advogados não são sujeitos processuais, apenas representam algum sujeito processual.
O promotor não é sujeito processual, e sim o MP.
Sujeitos processuais em espécie
O juiz
Juiz: é sujeito processual, mas não é parte no processo. A ele compete conduzir o processo e solucionar a lide, mediante aplicação do direito material penal objetivo, ou seja, a lei é um norte na convicção do magistrado, de modo que a vontade manifestada é também a vontade estatal.Para o exercício da função jurisdicional, o juiz deve possuir capacidade, que pode ser subjetiva e objetiva:
1) Capacidade subjetiva: a) Em abstrato (funcional): Preenchimento dos requisitos objetivos/legais para a ocupação do cargo. b) Em concreto (especial): É preciso que o juiz tenha imparcialidade, se apresenta pela ausência de impedimento ou suspeição do juiz. Portanto, o estabelecimento de causas de suspeição e impedimento do julgador presta para o resguardo de sua imparcialidade.
2) Capacidade objetiva: estabelecimento de competências que são limites da jurisdição.
 Impedimento (Art. 252/253 do CPP), são critérios objetivos (processuais), e se referem ao vínculo do juiz com determinada pessoa no processo. O impedimento se traduz numa presunção absoluta de parcialidade, de modo que os atos praticados são inexistentes. É alegado a qualquer tempo por intermédio de exceção de impedimento.
ü Suspeição (Art. 254), são critérios subjetivos (afetivos/extraprocessuais) e se referem ao vínculo afetivo do magistrado com determinada pessoa fora da relação processual, e se traduz em nulidade absoluta.
Obs: Não se reconhece a suspeição ou o impedimento se a parte injuriar o juiz ou criar a hipótese de parcialidade (Art. 256).
O juiz é detentor de poder administrativo (de polícia). Este poder decorre da presidência do processo pelo juiz, com base nele pode mobilizar forças públicas, retirar o acusado da sala e restringir a publicidade do processo. Também é detentor de poder jurisdicional.
Exercício de Fixação: 
	De acordo com a regra do art. 10 do CPP, ¿o inquérito deverá terminar no prazo de _____ dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de______ dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.¿ Assinale a alternativa que preenche, adequada e respectiva- mente, as lacunas do texto.
		
	 
	10 ¿ 30
	
	30 ¿ 90
	
	5 ¿ 30
	
	10 ¿ 90
	
	5 ¿ 15
	
	
	Assinale a alternativa correta: I. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior, vigendo em regra o princípio da atividade. II. A lei processual penal não admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, tendo em vista a natureza e consequências da aplicação do direito penal na prática. III. O princípio do devido processo legal consiste no direito de não ser privado da liberdade e de seus bens, sem a garantia que supõe a tramitação de um processo desenvolvido na forma que estabelece a lei. IV. O princípio do juiz natural pressupõe a existência de um órgão julgador técnico e isento, com competência pré-estabelecida, de modo a impedir que ocorra julgamento arbitrário ou de exceção.
		
	
	Somente as proposições II, III e IV estão corretas.
	
	Somente as proposições I, III estão corretas.
	
	Somente as proposições I, II e IV estão corretas.
	
	Todas as proposições estão corretas.
	 
	Somente as proposições I, III e IV estão corretas.
	A lei processual penal não regula o fato criminoso, mas, sim os procedimentos relacionados com o fato criminoso, razão pela qual, os atos processuais realizados sob o amparo da lei anterior consideram-se válidos e os realizados sob guarida da lei nova têm aplicação imediata. Com base nestas informações assinale a seguir a alternativa que julgar correta:
		
	 
	Em razão do princípio da irretroatividade a lei processual penal jamais retroagirá, pouco importando ser mais benéfica ao acusado
	
	Em razão do princípio da retroatividade da lei da lei mais benéfica, a lei processual penal poderá retroagir para beneficiar o acusado, em face da imposição contida na Constituição Federal
	
	À norma processual penal serão aplicados identicamente os princípios aplicáveis ao direito material, ou seja, aplica-se os princípios da norma penal
	
	A lei processual penal poderá ter efeito retroativo, caso o juiz, fundamentadamente, perceba que se trata de norma procedimental mais benéfica
	
	Estão corretas as alternativas ¿a¿, ¿b¿ e ¿d
	
	
	(35º Exame da OAB/RJ) Acerca dos sujeitos processuais, assinale a opção correta.
		
	
	O juiz deve declarar-se suspeito caso seja amigo ou inimigo das partes, esteja interessado no feito ou quando a parte o injuriar de propósito.
	 
	A vítima pode intervir no processo penal por intermédio de advogado, como assistente da acusação, depois de iniciada a ação penal e enquanto não transitada em julgado a decisão final.
	
	O assistente da acusação pode arrolar testemunhas e recorrer da decisão que rejeita a denúncia, pronuncia ou absolve sumariamente o réu, tendo o recurso efeito suspensivo.
	
	A participação de membro do Ministério Público no inquérito policial acarreta o seu impedimento para o oferecimento da denúncia.
	A respeito do inquérito policial, assinale a alternativa incorreta:O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias
	
	As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado
	
	Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais
	
	Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos
	 
	Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, que poderá determinar imediata instauração de inquérito para apuração dos fatos noticiados
	Uma autoridade policial instaurou inquérito policial de ofício para a apuração de crime de ação penal pública. Depois de concluído o inquérito, os autos foram remetidos ao juiz competente e, em seguida, ao Ministério Público. O promotor de justiça requereu a devolução do inquérito à autoridade policial para a realização de novas diligências imprescindíveis ao oferecimento da denúncia, o que foi deferido pelo juiz. De posse novamente dos autos, a autoridade policial entendeu que não havia mais nenhuma diligência a ser feita e determinou o arquivamento dos autos de inquérito. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.
		
	
	O Ministério Público agiu incorretamente, já que deveria ter oferecido a denúncia de imediato, após a conclusão do inquérito pela autoridade policial.
	
	A autoridade policial agiu incorretamente, haja vista que não pode instaurar inquérito policial de ofício para apuração de crime de ação penal pública.
	
	O juiz agiu incorretamente, visto que não poderia ter deferido a devolução do inquérito já concluído à autoridade policial.
	
	A autoridade policial agiu corretamente ao arquivar o inquérito policial, uma vez que não havia mais nenhuma diligência a ser realizada.
	 
	A autoridade policial agiu incorretamente, dado que não poderia ter determinado o arquivamento do inquérito policial.
	São condições da ação penal, que devem ser analisadas pelo juiz quando do recebimento da denúncia ou da queixa:
		
	 
	A possibilidade jurídica do pedido, o interesse de agir e a legitimação para agir.
	
	A descrição do fato criminoso em todas as circunstâncias, a classificação e a qualificação do acusado.
	
	A legitimação para agir, a qualificação do acusado e o prazo.
	
	Que o fato narrado constitua crime, que a parte seja legítima e que esteja presente condição de procedibilidade.
	
	O prazo, a forma e o destinatário.
	(Exame de Ordem - FGV/2012.4) Maria está sendo processada por crime de tráfico de entorpecentes em conexão com o homicídio qualificado. Na fase própria, o juiz decidiu por impronunciar a ré, restando apenas o crime remanescente para o julgamento. Transcorrido o prazo para eventual recurso da decisão que impronunciou a ré, o órgão competente para julgamento do crime remanescente será
		
	
	Tribunal do júri
	
	Tribunal de Justiça
	 
	Vara criminal
	
	Tribunal Regional Federal
	Assinale a alternativa correta em relação à ação penal:
		
	 
	De acordo com o CPP, a queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo Ministério Público. Nesse caso o prazo para o aditamento será de 3 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos.
	
	O ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que foi realizado o fato.
	
	Caberá ação penal privada subsidiária da pública quando o Ministério Público requerer o arquivamento do inquérito policial, tendo em vista que não ajuizou a ação no prazo legal.
	
	Em crimes de ação penal pública condicionada, o direito de representação é personalíssimo, pois deverá ser realizado pessoalmente pelo ofendido, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
	
	Na hipótese de ação penal privada subsidiária da pública, considerar-se-á perempta a ação penal quando o querelante deixar de promover, injustificadamente, o andamento do processo durante 30 dias seguidos.
	Com base no CPP, assinale a opção correta acerca do inquérito policial.
		
	
	Se o órgão do MP, em vez de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial, o juiz determinará a remessa de oficio ao tribunal de justiça para que seja designado outro órgão de MP para oferecê-la.
	
	A autoridade policial, caso entenda não estarem presentes indícios de autoria de determinado crime, poderá mandar arquivar autos de inquérito.
	 
	O MP, caso entenda serem necessárias novas diligências, por considerá-las imprescindíveis ao oferecimento da denúncia, poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial.
	
	Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não poderá proceder a novas pesquisas, ainda que tome conhecimento de outras provas
	Assinale a alternativa correta segundo o Código de Processo Penal:
		
	
	Na queixa em que a ação penal é privativa do ofendido, o Ministério Público não pode aditá-la, por falta de legitimidade ativa ¿ad causam¿.
	
	A queixa conterá os mesmos requisitos da denúncia, sendo possível, no entanto, ao querelante, a apresentação do rol de testemunhas após o seu recebimento, em vista da natureza da ação.
	 
	A ação penal pública é regida pelos princípios da obrigatoriedade e indisponibilidade, ao passo que os princípios da oportunidade e disponibilidade regem a ação penal de iniciativa privada.
	
	O prazo para oferecimento da denúncia estando o réu preso é de quinze dias contados da data do recebimento dos autos do inquérito policial pelo Ministério Público.
	
	O Ministério Público pode desistir da ação penal a qualquer tempo do processo, mas não poderá fazê- lo após a prolatação da sentença.
	(Advogado do Senado/2008) Relativamente ao princípio da presunção de inocência: (0,5 ponto) I. O indiciado em IP ou acusado em processo criminal deve ser tratado como inocente, salvo quando preso em flagrante por crime hediondo, caso em que será vedada a concessão da liberdade provisória. II Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e a nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. III Milita em favor do indivíduo o benefício da dúvida no momento da prolação da sentença criminal: in dúbio pro reo. IV A presunção de inocência é incompatível com as prisões cautelares antes de transitada em julgado a sentença penal condenatória.
		
	
	Se apenas as afirmativas I, III e IV estiverem corretas
	
	Se todas as afirmativas estiverem corretas
	 
	Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas
	
	Se apenas as afirmativas III e IV estiverem corretas
	
	Se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
	Em relação aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa:
		
	 
	c) Conferem ao acusado o direito de conhecer todas as provas contra ele produzidas e de se manifestar sobre elas.
	
	a) Vigoram em qualquer fase da persecução penal, inclusive do Inquerito policial
	
	d) São concernentes ao processo civil, não ao processo penal
	
	b) Se aplicam na ação penal pública e alguns casos nas açõesprivadas.
	
	
	Acerca do sistema processual adotado pelo Brasil, assinale a opção correta
		
	
	O ordenamento jurídico brasileiro adotou o sistema inquisitivo, onde o juiz assume três funções do processo, inclusive a função de investigar.
	
	O Brasil adotou o sistema misto, onde concilia a figura do juiz inquisidor na instrução preliminar, mas com a incidência do contraditório e ampla defesa, típicos do sistema acusatório.
	
	Todas as alternativas estão incorretas.
	
	O Brasil adotou o sistema acusatório, onde prevalece o procedimento escrito e sigiloso. O julgador inicia de ofício a persecução, colhe as provas e profere a decisão.
	 
	O sistema adotado pelo Brasil foi o acusatório, onde há separação entre as funções de acusar, defender e julgar.
	É INCORRETO afirmar que é característica do sistema processual brasileiro:
		
	
	A justa causa, uma das condições para o exercício da ação penal, corresponde à existência de suporte probatório mínimo para que a acusação seja recebida e se dê prosseguimento ao processo.
	 
	Fase preparatória com inquérito conduzido, coordenadamente, pelo MP e pela Polícia, iniciando-se a ação penal, sempre pública, após essa etapa.
	
	Iniciativa privativa do MP para a propositura da ação penal pública e, como exceção, pelo ofendido ou seu representante, no caso de ação penal privada subsidiária da pública.
	
	Distinção das figuras do órgão acusador, julgador, da defesa e do órgão responsável pela colheita da prova no procedimento preliminar.
	
	Necessidade de justa causa para a deflagração da ação penal, decorrente da tutela constitucional da dignidade da pessoa humana, sendo a sua falta atacável por habeas corpus.
	
	
	É correto afirmar quanto aos efeitos da decisão criminal na esfera civil:
		
	 
	A sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime não impede a propositura de ação civil.
	
	A morte do acusado no curso da ação penal impede a propositura ou a continuidade da ação civil.
	
	A decisão que julga extinta a punibilidade impede a propositura de ação de ação civil quanto ao mesmo fato.
	
	A ação penal suspende a tramitação da ação civil até o seu julgamento em primeira instância.
	
	A sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em legitima defesa não faz coisa julgada na esfera civil.
	XVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO Melinda Cunha foi denunciada pela prática do crime de bigamia. Ocorre que existe ação em curso no juízo cível onde se discute a validade do primeiro casamento celebrado pela denunciada. Entendendo o magistrado penal que a existência da infração penal depende da solução da controvérsia no juízo cível e que esta é séria e fundada, estaremos diante de
		
	 
	prejudicial obrigatória, o que levará à suspensão do processo criminal e do prazo prescricional.
	
	prejudicial obrigatória, o que levará à suspensão do processo criminal, mas não do curso do prazo prescricional
	
	prejudicial facultativa, podendo o magistrado suspender o processo por, no máximo, 01 ano.
	
	prejudicial facultativa, podendo o magistrado suspender o processo por, no máximo, 06 meses
	
	
	Defensor Público Sp/2009 - Em ação penal para o julgamento de crime de bigamia, a existência de ação civil relativa à validade do casamento constitui:
		
	
	Questão prejudicial facultativa heterogênea.
	
	Questão prejudicial facultativa mista.
	
	Questão prejudicial obrigatória homogênea.
	 
	Questão prejudicial obrigatória heterogênea.
	
	Litispendência.
	
	
	São requisitos formais da sentença, dentre outros:
		
	
	Inexistência de litispendência e de questões prejudiciais.
	
	Publicação e intimação do órgão do Ministério Público e da defesa.
	
	Elaboração por Juiz não impedido nem suspeito.
	 
	Exposição sucinta da acusação e da defesa, nomes das partes e dispositivo.
	
	Transcrição integral da denúncia ou queixa e das razões recursais.
	
	Avaliando inquérito policial instaurado para apurar eventual crime de roubo cometido por João, o promotor de justiça decide por requerer o arquivamento, sendo homologado pelo juiz. Quatro meses depois, o ofendido oferece queixa-crime. Nesse caso, o juiz deverá:
		
	
	rejeitar a queixa, porque roubo é crime de ação pública condicionada e não enseja queixa substitutiva.
	
	receber a queixa, pois em caso de arquivamento é possível ser reaberto com novas provas.
	 
	rejeitar a queixa, pois só seria cabível no caso de inércia do promotor, não em caso de arquivamento.
	
	receber a queixa, porque a ação penal privada subsidiária da pública foi ajuizada no prazo legal.
	
	receber a queixa, porque ainda não houve decadência.

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