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Inflamação Aguda

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Pamela Barbieri – T23 
AGRESSÃO E REPARAÇÃO INFLAMAÇÃO AGUDA 
 
A inflamação é uma resposta protetora que envolve células do hospedeiro (leucócitos), vasos 
sanguíneos, proteínas e outros mediadores e destinada a eliminar a causa inicial da lesão 
celular, bem como as células e tecidos necróticos que resultam da lesão original e iniciar o 
processo de reparo. 
A inflamação realiza sua função 
protetora diluindo, destruindo ou 
neutralizando os agentes nocivos 
(p. ex., micróbios e toxinas). Ela 
movimenta os eventos que curam e 
reparam os sítios de lesão. Sem 
inflamação, as infecções 
prosseguiriam sem controle e as 
feridas jamais cicatrizariam. 
Sinais cardinais, são: calor 
(aquecimento), rubor (vermelhidão), 
tumor (inchaço), dor (dolor) e perda 
de função (functio laesa). 
A inflamação é normalmente 
controlada e autolimitada. Se o 
agente nocivo não for rapidamente eliminado, o resultado pode ser a inflamação crônica, que 
pode ter sérias consequências patológicas. 
 
A inflamação aguda é uma resposta rápida que leva leucócitos e proteínas plasmáticas para 
os locais da lesão. Uma vez lá, os leucócitos removem os invasores e iniciam o processo de 
digerir e se livrar dos tecidos necróticos. 
 
Pamela Barbieri – T23 
AGRESSÃO E REPARAÇÃO INFLAMAÇÃO AGUDA 
Estímulos para a Inflamação Aguda: 
•Infecções (por bactérias, vírus, fungos e 
parasitas). 
•Trauma (corte e penetração) e vários 
agentes químicos e físicos (lesão térmica, 
p. ex., queimaduras ou frio profundo; 
irradiação; toxicidade de algumas 
substâncias químicas ambientais). 
 •Necrose tecidual (de qualquer causa) 
incluindo isquemia (como no infarto do 
miocárdio) e lesão química ou física. 
•Corpos estranhos (farpas, poeira, suturas 
e depósitos de 
 cristais). 
•Reações imunológicas (também 
chamadas de reações de hipersensibilidade) 
contra substâncias ambientais ou contra os 
próprios tecidos. Como esses estímulos para 
as respostas inflamatórias não podem ser 
eliminados ou evitados, as reações tendem a 
ser persistentes, frequentemente 
apresentando características de inflamação 
crônica. “Doença inflamatória imunomediada” 
 
A inflamação aguda possui dois 
componentes principais: 
• Alterações vasculares: alterações do 
calibre vascular que resultam em aumento 
do fluxo sanguíneo (vasodilatação) e 
alterações nas paredes vasculares que 
permitem que as proteínas plasmáticas deixem a circulação (aumento da permeabilidade 
vascular - EDEMA). Além disso, as células endoteliais são ativadas, resultando no aumento de 
adesão dos leucócitos e sua migração através das paredes dos vasos. 
As principais reações vasculares da inflamação aguda são o aumento do fluxo sanguíneo 
resultante da vasodilatação e o aumento da permeabilidade vascular, ambos destinados a trazer 
células sanguíneas e proteínas para os sítios de infecção ou lesão. 
 
Alterações no Fluxo e Calibre Vasculares 
•Após vasoconstrição transitória (que dura apenas segundos), ocorre vasodilatação das 
arteríolas, resultando em aumento do fluxo sanguíneo e abertura dos leitos capilares → expansão 
vascular é a causa da vermelhidão (eritema) 
•Como a microcirculação torna-se mais permeável, o líquido rico em proteínas extravasa para 
dentro dos tecidos extravasculares. A perda de líquido faz com que as hemácias fiquem mais 
concentradas, aumentando, assim, a viscosidade do sangue e diminuindo a velocidade da 
 
Pamela Barbieri – T23 
AGRESSÃO E REPARAÇÃO INFLAMAÇÃO AGUDA 
circulação. Essas alterações são refletidas, microscopicamente, pela presença de numerosos 
pequenos vasos dilatados, repletos de hemácias → estase. 
•Quando a estase se desenvolve, os leucócitos (principalmente os neutrófilos) começam a 
se acumular ao longo da superfície endotelial vascular, um processo chamado marginação. 
Aumento da Permeabilidade Vascular 
O aumento da permeabilidade vascular leva à saída de líquido rico em proteínas e células 
sanguíneas para os tecidos extravasculares. Isso provoca aumento da pressão osmótica do 
líquido intersticial, levando a maior efluxo de água do sangue para os tecidos. O acúmulo de 
líquido rico em proteínas resultante → exsudato. Os exsudatos devem ser distinguidos dos 
transudatos, que são acúmulos de líquido intersticial, causados pelo aumento da pressão 
hidrostática, geralmente como consequência da redução do retorno venoso. Os transudatos 
contêm baixas concentrações de proteína e pouca ou nenhuma célula sanguínea. O acúmulo de 
líquido nos espaços extravasculares é chamado de edema; o líquido pode ser transudato ou 
exsudato. Os exsudatos são típicos da inflamação; os transudatos se acumulam em várias 
condições não inflamatórias. 
 
Vários mecanismos podem contribuir para o aumento da permeabilidade vascular nas reações 
inflamatórias agudas: 
• Contração da célula endotelial, formando lacunas intercelulares nas vênulas pós-capilares, é a 
causa mais comum do aumento da permeabilidade vascular. A contração da célula endotelial 
ocorre rapidamente após a ligação da histamina, bradicinina, leucotrienos e muitos outros 
mediadores químicos aos receptores específicos e geralmente é de curta duração (15-30 
minutos). Uma retração mais lenta e prolongada das células endoteliais, resultante de alterações 
do citoesqueleto, pode ser induzida por citocinas, como fator de necrose tumoral (TNF) e 
 
Pamela Barbieri – T23 
AGRESSÃO E REPARAÇÃO INFLAMAÇÃO AGUDA 
interleucina 1 (IL-1). Essa reação pode se desenvolver em 4-6 horas após o estímulo inicial e 
perdurar por 24 horas ou mais. 
• Lesão endotelial resultando em extravasamento vascular, causando necrose e 
desprendimento da célula endotelial. A lesão direta às células endoteliais é vista geralmente após 
lesões graves (p. ex., queimaduras e algumas infecções). Na maioria dos casos, o 
extravasamento começa imediatamente após a lesão e persiste por várias horas (ou dias) até que 
os vasos danificados sejam trombosados ou reparados. Dependendo do local da lesão, todas as 
vênulas, capilares e arteríolas podem ser afetados. A lesão direta às células endoteliais pode 
induzir também o extravasamento prolongado tardio que começa após um retardo de 2-12 horas, 
que dura várias horas ou mesmo dias, e envolve vênulas e capilares. Os exemplos incluem lesão 
térmica leve a moderada, certas toxinas bacterianas e radiação X ou ultravioleta
 (isto é, queimadura solar que aparece ao anoitecer, após um dia no sol). As células 
endoteliais também podem ser lesadas como consequência do acúmulo de leucócitos ao longo 
da parede do vaso. Os leucócitos ativados liberam muitos mediadores tóxicos, discutidos adiante, 
que podem causar lesão ou desprendimento endotelial. 
 • Aumento da transcitose de proteínas através de canais formados pela fusão de 
vesículas intracelulares aumenta a permeabilidade das vênulas, especialmente após a exposição 
a certos mediadores, como o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). 
• Extravasamento de novos vasos sanguíneos. Como descrito adiante, o reparo do tecido 
envolve a formação de novos vasos (angiogênese). Esses brotamentos vasculares permanecem 
permeáveis até que as células endoteliais em proliferação se diferenciem suficientemente para 
formar junções intercelulares. As novas células endoteliais expressam aumento de receptores 
para mediadores vasoativos, e alguns dos fatores que induzem a angiogênese diretamente 
(p. ex., VEGF) induzem diretamente o aumento da permeabilidade vascular. Embora esses 
mecanismos de permeabilidade vascular sejam separáveis, todos podem participar da resposta a 
um estímulo em particular. Por exemplo, em uma queimadura térmica, o extravasamento resulta 
da contração endotelial mediada quimicamente, bem como da lesão endotelial direta e mediada 
por leucócito. 
• Eventos celulares: emigraçãodos leucócitos da microcirculação e seu acúmulo no foco da 
lesão (recrutamento e ativação celular), tornando-os aptos para eliminar o agente agressor. Os 
principais leucócitos na inflamação aguda são os neutrófilos polimorfonucleares (chegam em 6 a 
24h). Monócitos (24 a 48h). Monócitos sobrevivem por mais tempos (2, 3 dias). 
 
Eventos Celulares: Recrutamento e Ativação dos Leucócitos 
Resposta inflamatória irá transportar os leucócitos ao local da lesão e ativá-los. 
Os leucócitos ingerem agentes ofensivos, destroem bactérias e outros micróbios, e eliminam os 
tecidos necróticos e substâncias estranhas. O preço pago pelo potencial defensivo dos leucócitos 
é que podem induzir lesão tecidual e prolongar a inflamação, já que os produtos dos leucócitos 
que destroem micróbios podem também lesar os tecidos normais do hospedeiro. 
Os mecanismos de defesa do hospedeiro incluem vigilância e equilíbrio que assegurem que os 
leucócitos sejam recrutados e ativados apenas quando necessário (isto é, em resposta a 
invasores estranhos e tecidos mortos). De fato, a ativação sistêmica de leucócitos pode ter 
consequências graves, como no choque séptico. 
 
 
Pamela Barbieri – T23 
AGRESSÃO E REPARAÇÃO INFLAMAÇÃO AGUDA 
 
Recrutamento dos Leucócitos 
Os leucócitos fluem rapidamente no sangue e, na inflamação, eles têm de ser parados e levados 
ao agente agressor ou ao local da lesão tecidual, sítios tipicamente extravasculares. A sequência 
de eventos no recrutamento dos leucócitos da luz vascular para o espaço extravascular consiste 
em 
(1) marginação e rolagem ao longo da parede do vaso; 
(2) aderência firme ao endotélio; 
(3) transmigração entre as células endoteliais e 
(4) migração para os tecidos intersticiais, em direção a um estímulo quimiotático 
A rolagem, a aderência e a transmigração são mediadas pela interação das moléculas de 
adesão nas superfícies dos leucócitos e do endotélio. Os mediadores químicos — e certas 
citocinas quimioatraentes — afetam esses processos, modulando a expressão ou a avidez das 
moléculas de adesão e estimulando a movimentação direcional dos leucócitos. Marginação e 
Rolamento. Como o sangue flui dos capilares para as vênulas pós-capilares, as células 
circulantes são deslizadas pelo fluxo laminar contra a parede do vaso. Além disso, os eritrócitos 
menores tendem a se mover mais rápido do que os grandes leucócitos. Como consequência, os 
leucócitos são empurrados para fora da coluna axial, possibilitando uma oportunidade melhor de 
interagir com as células endoteliais de revestimento, especialmente quando ocorre a estase. Esse 
processo de acúmulo de leucócitos na periferia dos vasos é chamado de marginação. 
Se as células endoteliais são ativadas por citocinas e outros mediadores produzidos localmente, 
elas expressam moléculas de adesão às quais os leucócitos aderem firmemente. 
Subsequentemente, os leucócitos destacam-se e rolam na superfície endotelial, aderindo 
transitoriamente, em um processo chamado de rolamento. 
 
Ativação dos Leucócitos 
Uma vez tendo sido recrutados para os locais da infecção ou da necrose tecidual, os leucócitos 
devem ser ativados para exercer suas funções. Os estímulos para a ativação incluem os 
microrganismos, os produtos das células necróticas e vários 
mediadores, descritos adiante. Os leucócitos expressam em suas superfícies diferentes classes 
de receptores que percebem a presença de micróbios, células mortas e substâncias estranhas. O 
engajamento desses receptores induz uma série de respostas nos leucócitos que são parte das 
 
Pamela Barbieri – T23 
AGRESSÃO E REPARAÇÃO INFLAMAÇÃO AGUDA 
suas funções normais de defesa, genericamente chamadas de ativação leucocitária (Fig. 2-7). A 
ativação leucocitária resulta em muitas funções ampliadas: 
 •Fagocitose de partículas. 
•Destruição intracelular de micróbios e células mortas fagocitados, por substâncias produzidas 
nos fagossomos, incluindo espécies reativas do oxigênio e do nitrogênio e enzimas lisossômicas. 
•Liberação de substâncias que destroem micróbios extracelulares e células mortas, em grande 
parte as mesmas substâncias produzidas dentro das vesículas fagocíticas. Um mecanismo 
recentemente descoberto pelo qual os neutrófilos destroem microrganismos extracelulares é a 
formação de “armadilhas” extracelulares. 
 •Produção de mediadores, incluindo as citocinas e os metabólitos do ácido araquidônico, que 
amplificam a reação inflamatória, por recrutamento e ativação de mais leucócitos. 
 
 
 
Quimiotaxia - após o extravasamento, os leucócitos migram em direção ao local da lesão ou 
infecção, ao longo de um gradiente químico. 
→ exógenos: produtos bacterianos. 
→ endógenos: sistema complemento; citocinas. 
Fagocitose 
A fagocitose consiste em três etapas distintas, mas inter-relacionadas: 
(1) reconhecimento e fixação da partícula ao linfócito fagocítico; 
(2) engolfamento, com subsequente formação de um vacúolo fagocítico e 
(3) destruição e degradação do material ingerido. 
 
Pamela Barbieri – T23 
AGRESSÃO E REPARAÇÃO INFLAMAÇÃO AGUDA 
 
Resultados da Inflamação Aguda 
Inflamação aguda possui um dos três resultados: 
Resolução: Regeneração e Reparo - quando a lesão é limitada ou breve, onde há pouca ou 
nenhuma destruição tecidual e quando o tecido é capaz de se regenerar, o resultado normal é a 
restauração a uma normalidade estrutural e funciona. 
Inflamação crônica - pode suceder a inflamação aguda se o agente nocivo não é removido. 
Cicatrização - é o tipo de reparo que ocorre após destruição tecidual substancial (como na 
formação de abscesso) ou quando a inflamação atinge tecidos que não se regeneram e são 
substituídos por tecido conjuntivo. Em órgãos nos quais ocorrem depósitos extensos de tecido 
conjuntivo, na tentativa de curar a lesão ou como consequência de inflamação crônica, o 
resultado é a fibrose, que pode comprometer significativamente a função. 
 
 
 
Pamela Barbieri – T23 
AGRESSÃO E REPARAÇÃO INFLAMAÇÃO AGUDA 
 
 
PADRÕES MORFOLÓGICOS DA INFLAMAÇÃO AGUDA 
 
 
Pamela Barbieri – T23 
AGRESSÃO E REPARAÇÃO INFLAMAÇÃO AGUDA 
 
 
•Inflamação serosa é caracterizada pelo extravasamento de um fluido aquoso, 
relativamente pobre em proteína que, dependendo do local da lesão, se origina do 
soro sanguíneo ou das secreções de células mesoteliais que revestem as 
cavidades peritoneal, pleural e pericárdica. A bolha cutânea resultante de uma 
queimadura ou infecção viral é um bom exemplo do acúmulo de líquido seroso, dentro 
ou imediatamente embaixo da epiderme cutânea. O líquido em uma cavidade serosa é 
chamado de efusão. 
 
 •Inflamação fibrinosa ocorre como consequência de lesões mais graves, resultando 
em maior permeabilidade vascular que permite a moléculas grandes (como o 
fibrinogênio) atravessarem a barreira endotelial. Histologicamente, a fibrina 
extravascular acumulada aparece como uma rede eosinofílica de filamentos ou, às 
vezes, como um coágulo amorfo. Um exsudato fibrinoso é característico de inflamação 
no revestimento de cavidades corporais, como meninges, pericárdio e pleura. Esses 
exsudatos podem ser degradados por fibrinólise, e os restos acumulados podem ser 
removidos pelos macrófagos, restaurando a estrutura normal do tecido (resolução). Se, 
no entanto, a fibrina não for completamente removida, isso resultará no crescimento de 
fibroblastos e vasos sanguíneos (organização) que leva finalmente à cicatrização, 
podendo haver consequências clínicas significativas. Por exemplo, a organização de 
um exsudato fibrinoso pericárdico forma um denso tecido cicatricial fibroso que 
transpõe ou oblitera o espaço pericárdico e restringe a função do miocárdio. 
 
 •Inflamação supurativa (purulenta) e a formação de abscesso são caracterizadas 
pela presença de grandequantidade de exsudato purulento (ou pus) consistindo em 
neutrófilos, células necróticas e líquido de edema. Certos microrganismos (p. ex., 
estafilococos) induzem essa supuração localizada e, por isso, são chamados de 
piogênicos (formadores de pus). Os abscessos são coleções localizadas de pus 
que podem ser causadas por organismos piogênicos contidos dentro de um 
tecido ou por infecções secundárias de focos necróticos. Os abscessos 
possuem uma região central de células necróticas, tendo em volta uma camada 
de neutrófilos preservados circundada por vasos dilatados e fibroblastos em 
proliferação, indicando o início do reparo. Com o tempo, o abscesso pode tornar-se 
completamente encerrado e ser substituído por tecido conjuntivo. Devido à destruição 
do tecido subjacente, geralmente o resultado do abscesso é a formação de cicatriz. 
 
Pamela Barbieri – T23 
AGRESSÃO E REPARAÇÃO INFLAMAÇÃO AGUDA 
 
 
 
 
 
 
 
• Úlcera é um defeito local ou escavação da 
superfície de um órgão ou tecido que é 
produzida por necrose das células e 
desprendimento (esfacelamento) do tecido 
inflamatório necrótico. A ulceração pode 
ocorrer apenas quando existe tecido 
necrótico e inflamação na superfície ou 
próximo a ela. É encontrada mais 
comumente (1) na necrose inflamatória da 
mucosa da boca, estômago, intestinos ou 
trato geniturinário e (2) no tecido necrótico e 
inflamação subcutânea dos membros 
inferiores em pessoas idosas com distúrbios 
circulatórios que predispõem a necrose 
extensa. As ulcerações são mais bem 
exemplificadas pela úlcera péptica do 
estômago ou duodeno, onde coexistem 
inflamações aguda e crônica. Durante o 
estágio agudo, há infiltração 
polimorfonuclear intensa e dilatação vascular 
nas margens do defeito. Com a cronicidade, 
as margens e a base da úlcera desenvolvem 
cicatrização, com acúmulo de linfócitos, 
macrófagos e plasmócitos. 
 
Pamela Barbieri – T23 
AGRESSÃO E REPARAÇÃO INFLAMAÇÃO AGUDA 
Mediadores da inflamação: 
Derivados de células: 
 
•A histamina é produzida por muitos tipos celulares, particularmente pelos mastócitos adjacentes 
aos vasos, e pelos basófilos e plaquetas sanguíneos. A histamina pré-formada é liberada dos 
grânulos dos mastócitos, em resposta a vários estímulos: (1) lesão física como trauma ou calor; 
(2) reações imunes envolvendo a ligação de anticorpos IgE aos receptores Fc dos mastócitos; (3) 
fragmentos do complemento, C3a e C5a, denominados anafilatoxinas; (4) proteínas de liberação 
da histamina derivadas dos leucócitos; (5) neuropeptídios (p. ex., substância P) e (6) certas 
citocinas (p. ex., IL-1 e IL-8). 
A histamina causa dilatação das arteríolas e é o principal mediador da fase imediata de aumento 
da permeabilidade vascular, produzindo a contração do endotélio venular e as lacunas 
interendoteliais. Logo após a sua liberação, a histamina é inativada pela histaminase. 
•A serotonina é um mediador vasoativo pré-formado, encontrado primariamente nos grânulos das 
plaquetas e liberado durante a agregação plaquetária. Ela induz a vasoconstrição durante a 
coagulação. É produzida principalmente em alguns neurônios e células enterocromafins, é um 
neurotransmissor e regula a motilidade intestinal. 
Metabólitos do Ácido Araquidônico (AA): Prostaglandinas, Leucotrienos e Lipoxinas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pamela Barbieri – T23 
AGRESSÃO E REPARAÇÃO INFLAMAÇÃO AGUDA 
Drogas Anti-inflamatórias que Bloqueiam a Produção de Prostaglandinas 
 
A maioria das drogas anti-inflamatórias não hormonais inibem a atividade da cicloxigenase e, 
portanto, todas as sínteses de PG. Há duas formas da enzima cicloxigenase, denominadas COX-
1 e COX-2. A COX-1 é produzida em resposta a um estímulo inflamatório 
e constitutivamente na maioria dos tecidos, onde estimula a produção de prostaglandinas que 
exercem função homeostática (p. ex., equilíbrio hidroeletrolítico nos rins, citoproteção no trato 
gastrintestinal). A COX-2, em contraste, é induzida por estímulos inflamatórios, mas está 
ausente da maioria dos tecidos normais. Portanto, os inibidores da COX-2 foram desenvolvidos 
com a expectativa de que eles inibissem a inflamação prejudicial, mas não bloqueassem os 
efeitos protetores das prostaglandinas produzidas constitutivamente. Entretanto, essas distinções 
entre os papéis das duas cicloxigenases não são absolutas. Além disso, os inibidores da COX-2 
podem aumentar o risco para doença cerebrovascular e cardiovascular, provavelmente porque 
prejudicam a produção da prostaciclina PGI2, um inibidor de agregação plaquetária, mas 
conserva intacta a produção pelas plaquetas mediada pela COX-1 de TXA2, um mediador de 
agregação das plaquetas. Os glicocorticoides, que são agentes anti-inflamatórios potentes, atuam 
em parte inibindo a atividade da fosfolipase A2, inibindo, assim, a liberação de AA dos lipídios de 
membrana. 
Fator de Ativação Plaquetária 
Mediador derivado dos fosfolipídios; efeitos inflamatórios. 
O PAF é gerado a partir dos fosfolipídios das membranas de neutrófilos, monócitos, basófilos, 
células endoteliais e plaquetas (e outras células), pela ação da fosfolipase A2. 
Causa vasoconstrição e broncoconstrição. 
(+ potente que histamina em induzir vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular). 
Estimula a síntese de outros mediadores (eicosanoides e citocinas) de plaquetas e outras células. 
 
Pamela Barbieri – T23 
AGRESSÃO E REPARAÇÃO INFLAMAÇÃO AGUDA 
Aumenta a aderência dos leucócitos, a quimiotaxia, a desgranulação e o surto oxidativo. 
Citocinas; 
Espécies Reativas do Oxigênio: são liberadas dos neutrófilos e macrófagos ativados por 
bactérias, imunocomplexos, citocinas e uma variedade de estímulos inflamatórios. Em níveis 
altos, esses mediadores são responsáveis pela lesão tecidual. 
Enzimas Lisossômicas dos Leucócitos: os grânulos dos lisossomas dos neutrófilos e monócitos 
contêm muitas enzimas que destroem as substâncias fagocitadas e são capazes de causar lesão 
tecidual 
Neuropeptídios: podem iniciar as respostas inflamatórias; eles são pequenas proteínas como a 
substância P, que transmite os sinais dolorosos, regula o tônus do vaso e modula a 
permeabilidade vascular.

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