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Direito Penal I

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17 de Fevereiro de 2020 
Aula 1 
Conceito 
Direito Penal é um conjunto de normas e 
princípios que regulam as relações sociais, 
através de seu poder coercitivo, na imposição 
de penas e medidas de segurança. Direito Penal 
é um conjunto de normas e princípios. que 
estabelece um fato como crime e uma pena 
como consequência. 
É o ramo do direito penal público que define as 
infrações penais, estabelecendo as penas e as 
medidas de segurança aplicáveis aos 
infratores. É o ramo do direito público que define 
as infrações penais, estabelecendo as penas e as 
medidas de segurança. É um setor de 
ordenamento jurídico que mediante um conjunto 
de normas estabelece as condutas criminosas que 
vinculam as consequências jurídicas à fim de que 
evite a prática de eventos socialmente danosos. 
 
Características 
 Tem finalidade preventiva. 
 É valorativo, pois valoriza suas próprias 
normas. 
 Tem caráter finalista, pois visa a proteção 
dos bens jurídicos fundamentais. 
 É sancionador, pois protege a norma 
jurídica. 
 
Direito Penal Objetivo e Subjetivo 
Distingue-se o direito penal objetivo, que é o 
conjunto de normas penais em vigor no país, do 
direito penal subjetivo, que é o direito de punir 
 
 
que surge para o estado para a prática de uma 
infração penal. 
 
Direito Penal Objetivo: É o conjunto das normas 
penais. 
Direito Penal Subjetivo: É o direito de punir do 
Estado. 
 
Objetivos oficiais do Direito Penal 
Os objetivos oficiais do Direito Penal são prevenir 
criando normas penais para se evitar eventos 
danosos e proteção dos bens jurídicos 
imprescindíveis à vida comunitária. 
 
Objetivo Preventivo: Realizado por intimidação 
psicológica, ameaça de privação da liberdade 
e violência legitimada (paradoxo Penal). 
 
Objetivo de Proteção dos Bens Jurídicos: 
Trata-se de valores individuais ou 
transindividuais de caráter abstrato, que são 
importantes para a convivência social. 
 
Bens Jurídicos: Pessoa, vida, liberdade, honra, 
patrimônio, costume, meio ambiente, sistema 
financeiro, etc. O Direito Penal pertence ao Direito 
Público, porque prepondera os interesses 
coletivos. 
 
Objeto de estudo do Direito Penal 
 Norma Penal Normas Penais são regras de 
criação, aplicação ou extinção de condutas 
criminosas a regras proibitivas ou mandamentos. 
 
 
 
Acordo de Persecução 
 ↪ O acordo de persecução pode ser assinado 
com réus primários, apenas quando o crime previr 
pena inferior a quatro anos e desde que não 
envolva violência ou grave ameaça. 
O Acordo 
↪ Quem assinar o acordo fica sujeito a devolver 
o produto do crime às vítimas, prestar serviços 
comunitários, pagar multa ou “cumprir, por prazo 
determinado, outra condição indicada pelo 
Ministério Público, desde que proporcional com a 
infração penal cometida”. 
Observação 
↪ O acordo sempre será homologado pela justiça 
e não pode beneficiar reincidentes, tão pouco 
quem já tiver assinado termos parecidos nos 
últimos cinco anos. O acordo também depende de 
o réu confessar o crime e não se aplica aos casos 
de competências dos juizados especiais criminais. 
 
O novo acordo de não persecução penal, ficou 
previsto no art. 28-A de Código do Processo 
Penal. (Mudanças no art. 28 e art. 30 do CPP) 
 
● Art. 287 – Fazer, publicamente, apologia 
de fato criminoso ou de autor de crime: Pena – 
Detenção, de três a seis meses ou multa 
 
FatoTípico: 
Elementos: 
1) Conduta: Comportamento humano 
voluntário, psiquiamento dirigido à um fim. 
(Teoria finalista.) 
 
Dolo e Culpa: Higram da culpabilidade para o 
fato atípico. 
 ↳ Elementos objetivos + subjetivos e 
normativos do tipo. 
 
 
Exclui a conduta: 
↪ Caso fortuito (que não se pode prever) 
ou força maior (não era possível evitar ou 
impedir). 
↪ Coação Física Irrestível (CFI). 
↪ Atos Reflexos. 
↪ Estado de Inconsistências. 
 
2) Resultado: 
Naturalístico/Material → Da conduta resulta 
efetiva alteração no mesmo exterior. Sem 
essa alteração não há consumação. 
→ Normativo da conduta resulta lesão ou perigo 
de lesão ao bem jurídico. 
 
Quanto ao Resultado: 
● Material: Tipo penal descreve uma 
conduta + resultado naturalístico indispensável. 
 
● Formal: Crime é consumado no 
momento da conduta e o resultado naturalístico 
é dispensável. 
 
● Mera Conduta: Tipo penal descreve à 
conduta sem descrever um resultado naturalístico. 
 
3) Nexo de Causalidade: 
 ↳ Vínculo entre conduta e resultado. Causa é a 
condição sem a qual o crime não teria ocorrido. 
(Teoria dos Antecedentes Causais ou da 
Conditiosine Qua Non) 
 
Causa: 
1) Dependente: Decorre logicamente da conduta. 
É previsível e esperada. Não rompe o nexo da 
causalidade. 
II) Inderendente: Imprevisível. 
 ↳ Absolutamente → produz sozinha o resultado, 
logo, rompem o nexo causal. 
 ↳ Relativamente → Se origina na conduta e 
inesperadamente produz o resultado e não 
rompe o nexo causal e preexistente ou 
concomitante. 
 
4) Tipicidade: 
 ↪ Aspecto Formal: Enquadramento da conduta 
à norma. perigo de lesão ao bem jurídico. 
↪ Aspecto Material: Relevância da lesão. 
 
Fato Atípico: 
Tratando-se de um fato fora do comum, ou seja, 
um fato atípico não é crime, pois não há 
previsão na lei, a lei não comina pena ou 
intervenção do Estado pelo fato determinado. 
 
Analogia 
↪ Forma de auto integração da norma 
↪ É a aplicação da uma hipótese não prevista 
em lei, de lei reguladora de cabo semelhante. 
 
Pode Ser: 
In Mala Partem: 
É a que aplica ao caso ohiso lei prejudicial ao 
réu, reguladora de caso semelhante 
 ↓ 
Aplicação impossível no Direito Penal Moderno. 
 
In Bonam Partem: 
É a que aplica ao caso ohiso, lei benéfica ao réu, 
reguladora de caso semelhante. 
 ↓ 
Aplicação possível no Direito Penal e Processual 
Penal. 
Requisitos: 
↪ O fato considerado não pode ter sido regulado 
pelo legislador. 
↪ O legislador deve ter regulado situação que 
oferece relação de identidade com o caso não 
regulado. 
↪ Deve haver o ponto comum às duas situações, 
constituindo sentido determinante na implantação 
do princípio referente à situação considerado pelo 
aplicador. 
 
 
Princípio da Lesividade: 
1) Conceito: É um limitador ainda maior do que o 
princípio da intervenção mínima, dirigido ao 
legislador, na orientação da seleção das condutas 
que deverão e poderão ser incriminadas pela lei 
penal. 
 
II) Funções: 
 ↪ Proibir a incriminação de uma atitude interna. 
 ↪ Proibir a incriminação de uma conduta que 
não exceda o âmbito do próprio autor; 
 ↪ Proibir a incriminação de simples estados ou 
condições existenciais; 
 ↪ Proibir a incriminação de condutas desviadas 
que afetem qualquer bem jurídico. 
 
NãoCrimes: 
 Atitude puramente interna: Desejos, 
convicções, projetos criminosos. 
 Conduta que não exceda o âmbito do 
autor: 
 → Preparação, crime impossível ou autolesão. 
 Simples estados ou condições existenciais: 
 → Punição pelo que fez, não pelo que é. 
Condutas desviadas que não afetem bens 
jurídicos; 
 → Contrárias à moral vigente (direito à 
diferença). 
 → Práticas sexuais, simples mentira. 
 
Fontes do Direito Penal 
Formal – Constituição da República 
Federativa do Brasil, tratados e convenções 
de caráter internacional; Código Penal, Leis 
Especiais e extravagantes. 
 
Princípios: 
I) Humanidade ou Dignidade Humana: 
 ↪ O princípio da humanidade consiste no 
benefício Constitucional concedido para que 
a pena não ultrapasse a pessoa do réu (com 
ressalvas aos efeitos extrapenais da pena), 
nem que esta atente desnecessariamente 
contra sua integridade física e mental. Desta 
forma, torna-se inconstitucional: Pena de 
morte (salvo em caso de guerra declarada); 
Pena de trabalhos forçados; Pena de 
banimento; Pena de caráter perpétuo; penas 
cruéis; penas que não assegurem o respeito 
à integridade física e moral do preso. Ainda, 
há que se atentar aos efeitos decorrentes do 
princípio da humanidade: Direito das presasde amamentar seus filhos; adequação do 
ambiente a ser cumprido a pena; Separação 
dos presos por sexo, natureza do delito e 
idade; vedação a tortura. 
 
II) Dignidade Humana: Decorre do Princípio da 
Dignidade da Pessoa Humana e proíbe que a pena 
seja usada como meio de violência, como 
tratamento cruel, desumano e degradante. É um 
direito de resistência. 
 
III) Legalidade: 
↳ Não há crime sem lei anterior, que o 
defina., nem pena sem prévia cominação legal. 
↳ Lei penal deve ser clara, taxativa, escrita 
e certa. 
 O Estado só pode punir através do seu conceito 
de crime e através das suas penas em espécie, 
que servem como consequências. Não há crime 
sem lei penal que define. 
• A conduta do agente deve estar prevista 
como crime. 
Art. 1º: Não há crime sem lei anterior que o 
defina. Não há pena sem prévia cominação 
legal. 
Nullum crimen sine lege: “Para haver crime 
tem que ter lei prevendo-o como tal.” 
 
IV) Culpabilidade: 
↳ Autor da conduta deve ter agido com 
dolo ou culpa. 
• Impõe a responsabilidade penal subjetiva 
(se o agente agiu com dolo ou culpa). 
• Teoria do Crime: Para se ter uma 
infração penal, deve haver: Conduta 
típica, ilícita e culpável, se não tiver um 
 
02 de Marco de 2020 
Aula 2 
desses elementos a ação não é crime. 
Nullo actio sine culpa: Não há ação sem 
culpa, ou seja, para que haja pena, deve 
haver culpa. 
• Não está expresso na Constituição. 
 
V) Intervenção Mínima: 
Ação do Estado deve ser mínima sobre a vida 
do cidadão, a fim de garantir os direitos 
fundamentais individuais. 
• Não está expresso na Constituição. 
• A ação do Direito penal é subsidiaria, é a 
“ultima ratio”. 
 
↪ Insignificância/Bagatela: 
O princípio da insignificância é um preceito que 
reúne quatro condições essenciais para ser 
aplicado: a mínima ofensividade da conduta, a 
inexistência de periculosidade social do ato, o 
reduzido grau de reprovabilidade do 
comportamento e a inexpressividade da lesão 
provocada. 
Em resumo, o conceito do princípio da 
insignificância é o de que a conduta praticada 
pelo agente atinge de forma tão ínfima o valor 
tutelado pela norma que não se justifica a 
repressão. Juridicamente, isso significa que não 
houve crime algum. 
 
Em maio de 2009, isso foi ressaltado em 
julgamento realizado pela Segunda Turma do 
Supremo. Os ministros aplicaram o princípio da 
insignificância a uma tentativa de furto de cinco 
barras de chocolate em um supermercado. 
Nesse caso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) 
limitou-se a extinguir a punibilidade do acusado. 
Mas a Turma, seguindo voto do relator do 
processo, ministro Celso de Mello, reformou a 
decisão para absolver o réu e extinguir a ação 
penal porque, segundo ele, a conduta sequer 
poderia ser considerada crime. 
 
É que a extinção da punibilidade por si só não 
exclui os efeitos processuais. Ou seja, a tentativa 
de furto ficaria registrada e poderia pesar contra 
o acusado no futuro, na qualidade de maus 
antecedentes. Ao ser absolvido, o acusado é 
considerado primário caso se torne réu em 
outra ação. (Art. 155 incs. 2º) 
 
Obs: O princípio da insignificância, ou da bagatela, 
não está previsto em lei, e a jurisprudência 
tardou em reconhecer sua legitimidade como 
critério de interpretação. 
 
↪ Lesividade/Ofensividade: 
O princípio da lesividade constitui um princípio 
fundamental para legitimar o direito penal no 
Estado Democrático de Direito. Tal princípio, em 
suma, determina que o direito penal deverá punir 
o crime se a conduta lesionar ou expor a lesão 
um bem jurídico penalmente tutelado, haja vista, 
não ser função do direito penal moderno 
condenar e punir um comportamento visto pela 
sociedade como imoral ou impuro. A conduta 
lesiva, deve ainda afetar interesses de outrem, 
portanto, não haverá sanção quando os atos 
praticados pelo agente e seus efeitos 
permanecerem na esfera de interesse do próprio 
agente, como no caso da autolesão que não é 
punível, pois a lesão à integridade física não afeta 
interesse alheio apesar da conduta de lesão 
corporal constituir fato típico. 
 
Para que haja crime deve haver lesão ao bem 
jurídico de outra pessoa. 
• Nulla necessitas sine injuria: Não há 
necessidade (crime) sem ofensa. 
• Implícito no Art. 13 do CP (Obs. Art. 59) 
 
↪ Proporcionalidade: 
O funciona como limite não apenas à atividade 
judicial de interpretação/aplicação das normas 
penais, mas também à própria atividade legislativa 
de criação/conformação dos tipos legais 
incriminadores, o que possibilita o exercício da 
fiscalização, por parte da Jurisdição Constitucional, 
da constitucionalidade das leis em material penal. O 
princípio da proporcionalidade apresenta três 
dimensões: 
 
 1) Adequação da pena: a pena criminal é um meio 
adequado (entre outros) para realizar o fim de 
proteger um bem jurídico? 
2) Necessidade da pena: a pena criminal (meio 
adequado entre outros) é, também, meio 
necessário (outros meios podem ser adequados, 
mas não seriam necessários) para realizar o fim 
de proteger um bem jurídico? 
 
3) Proporcionalidade em sentido estrito: a pena 
criminal cominada e/ou aplicada (considerada meio 
adequado e necessário), é proporcional à 
 
Funções do Direito Penal: 
Proteção de bens jurídicos: é a principal função 
do direito penal, contudo nem todos os bens são 
protegidos penalmente em razão do princípio da 
fragmentariedade e da subsidiariedade. É a 
missão precípua que confere legitimidade ao 
direito penal (STJ). 
É instrumento de controle social: deve contribuir 
para a preservação da paz pública, inibindo que 
alguns agentes sejam estimulados a não violar a 
norma em favor da coletividade. 
Garantia: o direito penal é um escudo do cidadão 
contra o Estado, uma garantia de que não haverá 
excessos, ou seja, o infrator somente pode ser 
punido por fato previsto na lei como infração 
penal. 
Ético-social (função criadora ou configuradora 
dos costumes): é o desempenho de uma função 
educativa, criando um efeito moralizador, para se 
atingir um mínimo ético que deve reinar em toda 
a coletividade. 
Simbólica: não produz efeitos externos, mas 
apenas na “cabeça do cidadão” a sensação (falsa 
impressão) de que o problema da criminalidade 
foi resolvido e que a partir da nova lei tudo vai 
“ficar sob controle”. Na mente dos governantes 
produz a sensação de que algo foi feito para a 
proteção da paz social. Está ligado ao direito penal 
do terror, através da inflação legislativa (direito 
penal de emergência) criando-se tipos penais 
desnecessários. Pode ocorrer também com o 
aumento desproporcional das penas em casos 
pontuais, o que se chama de hipertrofia do direito 
penal. 
Motivadora: porque incentiva os cidadãos a não 
violarem a norma, sob pena de receberem uma 
sanção penal. 
Redução da violência estatal: A imposição de uma 
sanção penal, ainda que legítima, é uma violência 
do Estado contra o cidadão e contra a sociedade. 
Dessa forma, deve-se atender à intervenção 
natureza e extensão da lesão abstrata e/o 
concreta do bem jurídico. 
 
 
09 de Marco de 2020 
Aula 3 
 
 
mínima, buscando somente incriminar condutas 
extremamente necessárias. 
Teleológica 
A da proteção dos principais bens jurídicos, não 
precisando utilizá-lo para qualquer conflito, o 
aspecto inerente ao poder cogente determina 
que o direito penal deve ser a última “ratio” e 
deve ter intervenção mínima. Claus Roxim é o 
primeiro defensor desta teoria. 
 
Sistêmica 
É a da proteção do próprio direito penal visando 
dar a ele maior efetividade. Visa a proteção do 
próprio sistema, principalmente observando sua 
aplicação contra aqueles que não aceitam o 
“pacto social”. 
 
O maior expoente desta teoria é Gunther 
Jackobs defensor de um Direito Penal do 
inimigo. Com este posicionamento o homem é 
objeto de direito e não sujeito de direito. 
 
Escolas do Direito Penal: 
Escola Clássica: Século XVII e XVIII. 
Expoente – Cesarae Beccaria – Período Iluminista.Postulamente de um Direito Penal humanitário. 
 
Escola Positivista: Século XIX. – (Defesa Social) 
Expoente – Cesare Lombroso. 
O criminoso nato por razões biológicas, o homem 
delinquente sofre de patologias, ou seja, é um 
doente. 
Enrico Ferri: O Homem é delinquente sofre 
influência do meio onde vive, trazendo uma ideia 
de Sociologia Criminal. 
 
Escola Ética Jurídica: 
O crime é um ente jurídico. Traz com isso a 
garantia que o Direito Penal é do FATO e não do 
autor. Como consequência dessa escola, surgiram: 
 
↪ Causalismo: (Beling) 
O direito penal – Deve ser interpretado para 
responsabilizar o agente, desvalorizando “o 
resultado por ele provocado”. 
↪ Finalismo: (Welzel) 
O direito penal deve ser interpretado para 
responsabilizar o agente desvalorizando “sua 
ação”. 
↪ Funcionalismo: (Jackobs Roxim) 
O direito tem uma função específica, não se 
resumindo a conduta humana em conflito com a 
norma. Seja por nem sempre corresponde a 
violação de um bem jurídico, seja porque há 
desvios de referências que as leis comuns não são 
suficientes para repreender ou prevenir a prática 
de crimes. 
 
30 de Marco de 2020 
 Aula 4 
 
É o conteúdo da lei. É a que está descrita na lei, 
é o que nós chamamos de ordem jurídica/ordem 
penal escrita. Ela apresenta elementos descritivos 
e desses elementos tiramos proveito dessa ideia 
de que se a norma é o direito escrito, a norma 
penal então se torna tipo penal. O tipo penal 
identifica a norma penal. 
 
Questão 1) 
Qual o tipo penal que identifica o crime de 
homicídio? 
 
↪ Resposta: É o tipo penal, previsto no art. 121 do 
CP. Está lá escrito: Matar alguém. Temos a norma 
penal, identificada pelo tipo penal e está previsto 
na lei, que é o código penal. 
 
Temos a norma penal, identificada pelo tipo penal 
e está prevista em lei, que é o código penal. O 
tipo penal que prevê o crime. Nessa questão 
acima descrita, temos dois elementos. Matar 
alguém. O matar é o elemento objetivo, o verbo, 
o núcleo do tipo. Alguém, é o elemento normativo. 
Porque só vai haver homicídio se o sujeito seja 
ele homem ou mulher, por vontade livre e 
consciente de destruir uma vida alheia, assim o 
quiser. Esse alguém necessita de ser uma pessoa. 
A partir de que momento a pessoa é vítima de 
homicídio? Segundo a lei quando essa pessoa 
estiver nascendo ou acabado de nascer em diante. 
 
Essa é a interpretação da norma penal, o princípio 
da legalidade. Ainda tratando sobre o matar 
alguém. Há dois elementos dentro deste tipo 
penal. Matar (elemento objetivo), alguém 
(elemento normativo), o elemento subjetivo é o 
dolo. É aquele que envolve o sensor pessoal, 
aquilo que a pessoa tem por finalidade. 
 
Características 
Imperatividade: É imposta a todos 
independentemente de sua vontade. 
Generalidade: A norma penal se dirige a todos em 
igual situação. 
Abstratividade: Decorre de um denominador 
comum para o maior número possível de casos. 
É impessoal, sendo elaborada para punir 
acontecimentos futuros e não para punir pessoa 
determinada. 
Exclusividade: Somente a norma penal define 
crimes e comina penas (Princípio da Legalidade). 
 
Classificação das Normas Penais 
As normas penais não estão no Código apenas 
com a função de punir àqueles que praticam as 
condutas que estão descritas nos chamados tipos 
penais incriminadores. Existem outros tipos de 
normas que não tem essa função, mas que tem 
igual importância se comparadas às outras. As 
normas penais podem ser classificadas em 4 tipos: 
 
 Normas penais incriminadoras; 
 Normas penais não incriminadoras; 
 Normas penais em branco; 
 Normas penais incompletas. 
 
 
Normas Penais Incriminadoras: 
Descrevem crimes, impondo ou proibindo 
determinadas condutas e suas consequências, ou 
seja, as devidas penas. Essas condutas podem ser 
um fazer ou não fazer, pois estará infringindo 
norma penal incriminadora aquele que fizer 
quando a lei diz não faça, ou o que não fizer 
quando a lei diz faça. As normas penais 
incriminadoras possuem o preceito primário e o 
preceito secundário. 
 
Preceito Primário 
↪ O preceito primário é encarregado de 
descrever de forma perfeita e precisa a conduta 
proibida ou imposta; o preceito secundário é o 
responsável por individualizar a pena, designando 
a sanção, em abstrato, para aquela conduta. Para 
ilustrar usaremos o artigo 157, caput, do Código 
Penal, que vem expresso dessa forma: 
 
Roubo Art. 157: Subtrair coisa móvel alheia, para si 
ou para outrem, mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por 
qualquer meio, reduzindo à impossibilidade de 
resistência. 
Pena: Reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e 
multa. 
 
Nesse exemplo podemos compreender o 
preceito primário: é onde se explana toda a 
conduta que o ordenamento abomina, de forma 
clara e precisa, do tipo penal incriminador “Roubo”; 
logo após, o seu preceito secundário vem 
esclarecendo a pena, estabelecendo um limite 
mínimo e um limite máximo, para aquela conduta. 
Então, aquele que praticar aquela conduta 
semelhante à descrita no artigo 157, caput, do 
Código Penal, tem, como consequência, a sanção 
instituída da forma prevista no mesmo. 
 
Preceito Secundário 
“Sanctio iuris” tem por objetivo a individualização 
da pena em abstrato, determina a consequência 
ou punição que terá aquele que incorrer no tipo 
penal descrito na norma penal incriminadora 
primária. Diz-se em abstrato, pois a norma prevê 
que a pena será de X a Y e por meio da 
dosimetria analisado o caso concreto dentre do 
tempo estabelecidos pela norma, dentre outros 
elementos, o juiz decidirá qual será a pena 
concreta do agente. Exemplo: Pena – reclusão, 
de seis a vinte anos. 
Normas Penais não 
Incriminadoras 
Estas não descrevem crimes nem suas penas. 
Sendo que sua finalidade são as descritas a seguir: 
Tornam lícitas determinadas condutas, afastam a 
culpabilidade do agente. Também servem para 
esclarecer determinados conceitos e fornecer 
princípios para aplicação da lei. Podendo ser: 
 
Não incriminadora - Permissiva Justificantes: 
(Excludentes de ilicitudes) 
↪ Quando servirão para afastar a ilicitude da 
conduta do agente como nos casos de: legítima 
defesa, estado de necessidade, exercício regular 
do direito e estrito cumprimento do dever legal 
(artigos. 23, 24 e 25. CP). Neste caso a conduta 
não é considerada como ilícita, ou seja, não é 
condenada pela lei nem mesmo pela moral. 
As normas penais desse tipo têm a finalidade de 
direcionar o Direito Penal a vertentes 
completamente opostas às incriminadoras. São 
essas as suas funções: 
a) Tornar lícitas determinadas condutas; 
b) Afastar a culpabilidade do agente, dando 
consequência a isenção de pena; 
c) Esclarecer conceitos; 
d) Fornecer princípios gerais para a 
aplicação da norma penal. 
Baseando-se nessa informação, chega-se à 
conclusão de que as normas penais não 
incriminadoras se subdividem em: 
Não incriminadora - Permissiva Exculpantes: 
Quando elimina a culpabilidade do agente 
isentando-o de pena, o maior exemplo neste caso 
é a condição de inimputável (art. 26, CP). 
Não incriminadoras – Permissivas Justificantes 
Quando tem como finalidade afastar a ilicitude 
(antijuridicidade) da conduta, como, por exemplo, 
as dispostas no CP, arts. 23, 24 e 25. 
Não incriminadora – Explicativas: 
Como a própria denominação sugere são normas 
que servem para explicar determinados conceitos. 
O art. 237, do Código penal. Por exemplo, explica 
o que vem a ser funcionário público para os 
efeitos penais. 
Não incriminadora – Complementar (Ou Final): 
Fornecem princípios gerias para a aplicação da lei 
penal guiando, orientando e também auxiliando o 
juiz. Temos como exemplo o art. 59, CP. 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos 
antecedentes, à conduta social, à personalidade do 
agente, aos motivos, às circunstâncias e 
consequências do crime, bem como ao 
comportamento da vítima, estabelecerá, 
conforme seja necessário e suficiente para 
reprovação e prevenção do crime.Norma Penal em Branco 
São normas cujo conteúdo não está completo, 
ou seja, seu conceito, seus verbos carecem de 
complementação embora já determine a pena a 
ser aplicada. Em outras palavras, são normas em 
há necessidade de complementação para que se 
possa compreender o âmbito de aplicação de seu 
preceito primário. Por exemplo: O art. 28, da Lei 
nº 11.343, de 2006 diz que: 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em 
depósito, transportar ou trouxer consigo, para 
consumo pessoal, drogas sem autorização ou 
em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar será submetido às seguintes 
penas: 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a 
programa ou curso educativo. 
Mas o que vem a ser drogas, ou o que será 
considerado como droga? 
Veja que a norma não explicou bem isso, apenas 
determinou os verbos necessários para 
imputação deixando vaga ou em branco essa 
definição do que vem a ser droga. Por isso carece 
de complementação, logo trata-se de uma norma 
penal em branco. 
A normas penais em branco podem ser 
classificadas em: 
Norma Penal em Branco - Homogêneas: 
Homogêneas ou em sentido amplo, é a norma 
elaborada pela mesma fonte legislativa da norma 
que carece de complementação, por exemplo, lei 
complementando lei. O exemplo mais claro para 
essa espécie de norma é o artigo 237 do Código 
Penal. 
Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a 
existência de impedimento que lhe cause a 
nulidade absoluta. 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Ainda existe outra subdivisão dentro das normas 
penais em branco homogêneas: 
 Homovitelinas; 
 Heterovitelinas; 
Normas Penais em Branco Homogêneas 
Homovitelinas: 
São aquelas cujas a norma complementar vem do 
mesmo ramo de Direito, ou seja, é a norma penal 
que é completada por outra norma penal. 
(Exemplo. Art 338 do CP.) 
Normas Penais em Branco Heterovitelinas: 
Quando o complemento está contido 
em lei diversa (separada) da lei que que tipificou o 
crime. 
Norma Penal em Branco - Heterogêneas: 
Heterogênea ou em sentido restrito, é a norma 
de origem diversa da norma que precisa de 
complementação. Exemplo art. 28 da Lei de 
Drogas que é complementado pela Portaria 344 
da ANVISA. Um ato normativo infralegal, inferior a 
lei, realiza a complementação. Embora ainda não 
tenhamos trabalhado de forma detalhada os 
princípios penais, é oportuno adiantar que a 
complementação das normas penais em branco 
de forma heterogênea (norma infralegal) não fere 
ao princípio da reserva legal, pois o tipo penal já 
existe, ou seja, a lei já o prevê, tendo apenas que 
ser complementado ou esclarecido. 
Porém, entretanto, todavia, se a complementação 
necessária for quanto ao preceito secundário da 
norma (pena), ou seja, o dispositivo legal não 
determinou a pena ser aplicada em abstrato, esta 
complementação só poderá ocorrer de forma 
homogênea, pois apenas lei pode cominar penas. 
Norma Penal - Incompletas ou Imperfeitas 
As normas penais incompletas, também chamadas 
imperfeitas, ou normas penais em branco inversa, 
ou ao avesso, ou ainda secundariamente 
remetidas, tem por característica o fato de terem 
o seu preceito primário completo, sem 
necessidade alguma de qualquer tipo de 
complemento, contudo o seu preceito secundário 
não está expresso, de forma que para que haja a 
sanção pelo fato criminoso cometido, é 
necessário que o legislador nos encaminhe para 
outro texto da Lei. Assim, a leitura do tipo 
incriminador é clara, entretanto, para que haja a 
sanção é necessário que nos remetamos a outra 
norma para que assim tenhamos a propriedade 
de estabelecer a pena em abstrato para aquela 
conduta. 
Por exemplo a Lei n° 2.889/56: Art. 1º - Quem, 
com a intenção de destruir, no todo ou em parte, 
grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal: 
a) matar membros do grupo; 
b) causar lesão grave à integridade física ou 
mental de membros do grupo; 
c) submeter intencionalmente o grupo a 
condições de existência capazes de 
ocasionar-lhe a destruição física total ou 
parcial; 
d) adotar medidas destinadas a impedir os 
nascimentos no seio do grupo; 
e) efetuar a transferência forçada de 
crianças do grupo para outro grupo; 
Será punido: Com as penas do art. 121, § 2º, do 
Código Penal, no caso da letra a; Com as penas 
do art. 129, § 2º, no caso da letra b; Com as penas 
do art. 270, no caso da letra c; Com as penas do 
art. 125, no caso da letra d; Com as penas do art. 
148, no caso da letra e; Observa-se que o preceito 
primário está completo, expressando, em suas 
alíneas, cada tipo penal. Já o seu preceito 
secundário nos direciona a textos penais 
diferentes em cada caso, razão pela qual esta se 
torna incompleta ou imperfeita. 
:PrincípiodaReservaLegal 
Não há crime, nem pena, sem lei anterior que o 
defina e a estabeleça. É vedado ao legislador 
utilizar-se de decretos, medidas provisórias ou 
outras formas legislativas para incriminar condutas. 
Art. 5º Código Penal: “Não há crime sem lei 
anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação (ameaça, imposição) legal.” Com a 
supressão do princípio da Reserva Legal, as 
pessoas iriam ser julgadas por atos que 
cometeram antes mesmo que existisse lei para 
tais. Ou poderia ocorrer de o legislador buscar 
outros tipos de lei, se não penal para incriminar o 
acusado. 
VacatioLegis: É o período de conhecimento e 
publicação da norma, durante esse período não 
se pode aplicar a norma penal. 
Princípio daTaxatividade 
O texto da lei penal não pode ser contraditório, 
de duplo sentido e omisso. O princípio da 
taxatividade tem função garantista, pois impõe 
que o texto da lei penal seja claro, certo, escrito 
em português conforme as regras gramaticais 
vigentes e compreensíveis aos destinatários (evita 
distorções da lei penal). 
Retroatividade Benéfica 
Art. 2º Código Penal: “ninguém pode ser punido 
por fato que lei posterior deixa de considerar 
crime, cessando em virtude dela (da lei posterior) 
a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória.” A lei só retroagirá, salvo para 
beneficiar o réu. 
Abolitio Criminis: 
Extinção do Crime: A retroatividade benéfica 
pode livrar uma pessoa que está cumprindo pena, 
ou está sendo processada. 
A retroatividade benéfica através da nova lei pode 
beneficiar algumas pessoas das seguintes formas: 
Abolitio Criminis: Extinção do crime. Pode livrar 
uma pessoa que está cumprindo pena, ou está 
sendo processada. 
Redução da Pena: Quando a nova lei cria uma 
causa de redução da pena preexistente. 
Extinção da punibilidade: A extinção da 
punibilidade é a perda do direito do Estado de 
punir o agente autor de fato típico e ilícito, ou 
seja, é a perda do direito de impor sanção penal. 
Tempo do Crime: Art. 4º Código Penal: 
Considera-se praticado o crime no momento da 
ação ou omissão, ainda que outro seja o 
momento do resultado. 
Teoria da Atividade: Considera-se cometido o 
delito no momento da ação ou omissão, 
aplicando-se ao fato, portanto, alei vigorante da 
ação ou omissão. Lugar do Crime Art. 6º Código 
Penal: Considera-se praticado o crime no lugar em 
que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em 
parte, bem como onde se produziu ou deveria 
produzir-se o fato. 
Teoria da Ubiquidade: Em qualquer lugar que 
ocorreu o crime em território nacional fictício ou 
físico, é possível aplicar a Lei Penal Brasileira. 
TerritórioFictício 
Território fictício é o território nacional por 
extensão. Considera o interior de aeronaves, 
interior de navios, em certos casos, território 
brasileiro. A importância jurídica do território 
fictício é que a lei penal brasileira pode ser aplicada 
nesses territórios, mesmo quando estes se 
encontram externamente ao país. 
Intervenção Mínima: Deve-se usar o direito penal 
o mínimo possível, sendo que este deve ser o 
último recurso do Estado.

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