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2 SUMÁRIO O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO ......................................................... 03 O IDOSO NO BRASIL E O ESTATUTO DO IDOSO ........................................ 09 CUIDADOS COM A PELE DO IDOSO ............................................................. 17 CUIDADOS COM A APARÊNCIA DOS IDOSOS ............................................ 19 QUALIDADE DO SONO DO IDOSO ................................................................ 20 SAÚDE BUCAL DO IDOSO ............................................................................. 23 HIDRATAÇÃO DO IDOSO ............................................................................... 27 ATIVIDADES FÍSICAS PARA O IDOSO .......................................................... 29 EXERCÍCIOS PARA TREINAR O EQUILÍBRIO ............................................... 35 EXERCÍCIOS PARA TREINAR A FORÇA ....................................................... 38 PREVENÇÃO DE ACIDENTES IDOSOS......................................................... 40 EQUIPAMENTOS DE AUXILIO A LOCOMOÇÃO ........................................... 46 MOVIMENTAÇÃO DO IDOSO ......................................................................... 47 3 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO O processo de envelhecimento é um ato contínuo de mudança ao nível anatômico, cardiovascular, gastronômico, imunológico e metabólico. Saiba como funciona o processo de envelhecimento e aprenda a ter uma vida saudável e equilibrada. Os Efeitos Anatômicos do Envelhecimento Os ossos A constituição dos ossos é enganadora porque, embora do lado de fora possam parecer rígidos e bem conservados, isso não quer dizer que sejam fortes. O seu bom estado só pode ser verificável através da observação dos seus movimentos. Com o passar do tempo, uma pessoa perde mais osso do que aquele que, efetivamente, constrói. Assim, os ossos tornam-se mais finos e suscetíveis de sofrerem fraturas. Este processo é muito frequente e mais acelerado nas pessoas idosas, o que faz com que sofra de problemas de osteoporose, uma doença de perda óssea progressiva. 4 O problema da osteoporose A osteoporose enfraquece os ossos ao ponto de surgirem fraturas com uma maior facilidade. O ato de tossir, puxar a porta de um armário e cair, podem causar fraturas graves nas pessoas que sofrem desta doença. Para estar prevenido contra a osteoporose, é necessário conhecer os aspetos que conduzem ao seu desenvolvimento. São eles: • A genética A genética desempenha um papel importante no desenvolvimento da osteoporose, uma vez que as mulheres caucasianas e asiáticas são mais propensas a desenvolver esta doença, que também pode ser do foro hereditário. • A menopausa A menopausa é também um dos fatores que mais contribui para a perda óssea e ocorre com mais frequência nas mulheres que já a têm há mais de 5 anos. • Os maus hábitos O tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas também contribuem para a perda óssea, assim como um estilo de vida sedentário e a ingestão inapropriada de cálcio e vitamina D. 5 • Alguns medicamentos Certos medicamentos, como a cortisona e a colestiramina, também aceleram a perda óssea. Como tal, é necessário gerir corretamente os medicamentos de um idoso para que ele possa ter uma vida equilibrada e saudável. • Os músculos O envelhecimento provoca uma diminuição da força, tamanho e resistência muscular, devido à diminuição do fluxo sanguíneo para o tecido muscular. Estas alterações fazem com que uma pessoa se sinta mais frágil e enfraquecida, o que conduz ao sedentarismo e à falta de exercício físico. É de realçar que a partir dos 50 e até aos 80 anos de idade, as pessoas perdem cerca de 2 cm de altura. Esta situação acontece devido ao enfraquecimento dos músculos, às alterações posturais e à deterioração dos discos que separam as vértebras na espinha dorsal, causando uma compressão da coluna vertebral. • As articulações Com o passar do tempo, as articulações ficam menos resistentes ao desgaste. Isso acontece devido às mudanças que ocorrem na cartilagem, o tecido que amortece as extremidades dos ossos nas suas articulações. À medida que o corpo envelhece, a cartilagem vai perdendo líquido e isso faz com que ela fique mais vulnerável e suscetível às lesões causadas pelo stress e pelos movimentos repetitivos. A artrite reumatóide é provocada pelo desgaste das articulações, pois é uma doença crônica, caracterizada pela inflamação das articulações e afeta principalmente as pessoas mais idosas. 6 É de salientar que a osteoartrite é a forma mais comum de artrite e esta afeta os joelhos, os quadris, a coluna e as mãos. Tenha em mente que o exercício físico regular ajuda a reduzir a dor articular e rigidez, aumentando a flexibilidade, força muscular e resistência. • A pele A pele é composta por duas camadas principais: a epiderme (camada exterior) e a derme (camada interior). Um dos sinais mais evidentes do envelhecimento está relacionado com o aparecimento das rugas na epiderme. Elas desenvolvem- se devido a uma perda natural de colagénio, uma proteína que mantém as células unidas e que é essencial para uma pele saudável e bonita. A exposição solar nas horas de maior calor é também uma das principais causas para o desenvolvimento de rugas. Na verdade, o sol é muito perigoso e uma exposição solar excessiva pode provocar o cancro da pele. Utilize sempre protetores solares com fator de proteção elevado (≥ 30) e não se esqueça de proteger convenientemente a cabeça e os olhos. Com o passar do tempo, a pele fica mais fina, frágil e menos elástica, o que provoca feridas e lacerações com mais facilidade e demoram mais tempo a curar. À medida que a pele fica mais fina, aumenta a sua vulnerabilidade à infecção. No entanto, muitas pesquisas demonstram que o exercício físico regular, como os exercícios aquáticos, os exercícios de fitness e os exercícios de ioga ajudam a manter os ossos, os músculos, as articulações e a pele mais fortes, mesmo nas pessoas mais idosas. Os Efeitos Cardiovasculares do Envelhecimento O envelhecimento traz consigo muitos efeitos cardiovasculares, como por exemplo: uma maior rigidez da parede torácica, diminuição da fluidez do sangue que provém dos pulmões e redução da força do batimento cardíaco. Por outro lado, o coração é obrigado a bombear 7 mais sangue por batimento, de forma a compensar uma diminuição da frequência cardíaca. As pessoas idosas demoram mais tempo a recuperarem do stress, de um choque ou de uma surpresa, pois o seu corpo regressa de uma forma mais lenta à frequência cardíaca e à pressão arterial normal. O problema do colesterol O colesterol é uma gordura essencial para o bom funcionamento do corpo humano e produz hormônios, vitamina D e substâncias que ajudam a digerir os alimentos. No entanto, o organismo humano precisa apenas de uma pequena quantidade de colesterol para satisfazer as suas necessidades. Se os níveis de colesterol forem muito elevados, existem muitas possibilidades de ocorrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou um ataque cardíaco. As lipoproteínas de baixa densidade (LDL), conhecidas como “mau” colesterol, depositam-se nas paredes das artérias e impedem a correta circulação de sangue. Para que isto não aconteça, é necessário seguir uma dieta saudável e equilibrada e fazer muito exercício físico. Entre 40 a 50% das pessoas com mais de 65 anos de idade têm uma pressão arterial elevada e os cientistas não sabem bem o porquê disso acontecer. Estima-se que a diminuiçãoda elasticidade dos vasos sanguíneos é uma das principais causas, mas o estilo de vida também tem um papel decisivo. Os Efeitos Gastronômicos do Envelhecimento A sua boca não faz parte do sistema gastrointestinal mas, na verdade, é um ótimo ponto de partida para realizar uma alimentação correta. O ato de mastigar permite absorver os nutrientes principais de uma refeição e facilita a tarefa dos ácidos estomacais e das enzimas intestinais durante o processo da 8 digestão. Com o envelhecimento, as pessoas mastigam mais devagar, especialmente se utilizam próteses dentárias ou se os dentes estão mais fracos. Assim, as pessoas podem ficar mais vulneráveis aos efeitos da asfixia. Para que tal não aconteça, é necessário mastigar bem os alimentos e engolir pequenos pedaços de comida de cada vez. Os Efeitos Imunológicos do Envelhecimento O sistema imunológico é como que um enorme exército de intervenção que está pronto a defender o corpo humano ao longo das 24 horas de um dia. Eles têm glóbulos brancos e anticorpos específicos que protegem o corpo de uma forma exclusiva contra a investida de possíveis invasores, como as bactérias, vírus, fungos e parasitas. Porém, o envelhecimento diminui a produção de glóbulos brancos e anticorpos, o que significa que o sistema imunológico poderá não responder de uma forma tão eficaz contra as eventuais ameaças que possam surgir. Por outro lado, é de realçar que o envelhecimento traz consigo mudanças corporais subtis que podem confundir o sistema imunológico. Essa confusão faz com que o corpo produza anticorpos contra si mesmo, pois considera que as suas próprias células são uma ameaça ao seu bem-estar. As doenças autoimunes, como a artrite reumatóide e o lúpus são disso o exemplo máximo. Os Efeitos Metabólicos do Envelhecimento Saber como e porque é que o corpo muda com a idade, vai ajudá-lo a cuidar melhor das suas células, tecidos e órgãos vitais. Este autoconhecimento é também muito benéfico para controlar o seu peso e para impedir o desenvolvimento de doenças como a diabetes, problemas de visão e de 9 audição que surgem com o avançar da idade. Tenha em atenção que depois dos 60 anos de idade, o corpo precisa de uma dieta saudável para manter o seu peso e uma boa saúde. Se estiver acima do peso ideal, é fundamental que perca peso para ter uma vida com mais qualidade. Também é de realçar que o aparecimento da menopausa nas mulheres significa ganhar mais peso e isso deve ser corretamente controlado para impedir o armazenamento de gordura extra na zona do abdômen. O excesso de peso aumenta as hipóteses de desenvolver determinados tipos de cancro e também agrava a artrite nos seus joelhos e quadris. É de realçar que as pessoas idosas com um estilo de vida ativo e que praticam muito exercício físico apresentam um metabolismo mais dinâmico e isso permite-lhes ter uma vida mais relaxada e saudável. O IDOSO NO BRASIL E O ESTATUTO DO IDOSO A esperança de vida, uma forma de medir a longevidade e qualidade de vida no país, tem aumentado significativamente no Brasil. A média de vida do cidadão brasileiro alcançou os 75 anos – no caso das mulheres, 79 anos. Cálculos preveem um futuro em que um a cada três brasileiros será idoso, a partir de 2050. O desafio de lidar com essa previsão está em pensar, a partir de hoje, os problemas e as oportunidades do envelhecimento da população. O perfil do idoso no brasil Envelhecer, hoje, é um direito social. Se fôssemos tirar uma fotografia dos idosos no Brasil, não exatamente veríamos o estereótipo de uma avó fazendo bolo, vendo televisão ou sentada na varanda a olhar a rua. Não que isso seja um problema! Pesquisas mostram, no entanto, que os 10 cidadãos acima dos 60 anos estão cada vez mais ativos e presentes no mercado de trabalho. O aumento da longevidade resultou em uma vida produtiva mais longa, o que permitiu mais experiências no currículo e cargos mais altos. O salário médio dos idosos, por exemplo, é de R$ 1.981,61, cerca de 33% maior do que a média salarial no país. Entre os idosos até 64 anos, 52,3% têm uma ocupação (isto é, um emprego nos três meses anteriores à pesquisa). Por outro lado, uma informação interessante sobre os idosos que trabalham, segundo a “Síntese de Indicadores Sociais (SIS): uma análise das condições de vida da população brasileira 2016”, é a baixa escolaridade. A grande maioria começou a trabalhar antes dos 14 anos (67,7%) e tem como nível médio de escolaridade o ensino fundamental (65,5%). Enquanto as estatísticas registram uma queda na taxa de mortalidade infantil e o consequente aumento na expectativa de vida, o país começa a encarar um futuro com cerca de 19 milhões de brasileiros acima dos 80 anos, a partir de 2060. Vários fatores prevêem essa nova realidade devido à melhoria no saneamento básico, nos serviços de saúde e educação, na alimentação e combate à fome, nos índices de violência e outros quesitos que influenciam a qualidade de vida. Apesar dos números positivos, encontramos no caminho os desafios de uma previdência social em déficit, uma crise que não oferece empregos formais nem para os mais jovens e um Estatuto do Idoso ainda recente, aprovado apenas em 2003. Lei do estatuto do idoso: os direitos do cidadão aos 60 anos A demanda por maior consolidação dos direitos da população idosa chegou ao Congresso em 1997, após mobilização da Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (Cobap) e de um deputado na elaboração do PL 3.561/1997. Outra 11 proposta foi apresentada na Câmara dos Deputados em 1999, mas apenas anos depois uma comissão reuniu deputados de diferentes partidos políticos com o movimento dos idosos para aprovar ou não o que viria a ser o Estatuto do Idoso. Ao final de um seminário com 500 pessoas e muitos debates, escolheu-se o primeiro projeto, sancionado pelo presidente em 2003. Em 1994, entrou em vigor a Política Nacional do Idoso, que já buscava estabelecer maneiras de integração e participação social pelos idosos. A novidade do Estatuto, portanto, está nas punições mais severas para quem cometer crimes contra a terceira idade, como o abandono e o desrespeito à dignidade. Logo, conhecida como “Estatuto do Idoso”, a Lei 10.741/2003 tem como objetivo regular os direitos do cidadão com 60 anos ou mais. No governo de Michel Temer, foi incorporada à lei a preferência de atendimento nos postos de saúde aos maiores de 80 anos, em casos de emergência. Direitos do idoso ❖ Aos maiores de 65 anos que não terem como se sustentar, é garantido 1 salário mínimo por mês, conforme a Lei Orgânica da Assistência Social; ❖ Aos enfermos, é assegurado o atendimento domiciliar pelos conveniados ao SUS; ❖ Aos concurseiros, a idade mais elevada é critério de desempate; ❖ Direito ao respeito: inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral do idoso; ❖ Direito à moradia digna: com sua família ou em instituição pública ou privada; ❖ Direito à gratuidade de medicamentos, próteses e quaisquer recursos relativos a tratamento, habilitação ou reabilitação do idoso, em esferas públicas. ❖ Prioridade de aquisição de imóvel em programas habitacionais com dinheiro público. 12 Deveres da sociedade civil e do estado ❖ Deve-se assegurar, com prioridade, o direito à vida, à saúde, à educação, à cultura, ao trabalho, à cidadania, entre outros previstos a todos; ❖ Assegurar a convivência familiar e comunitária; ❖ Garantir dignidade e evitar tratamento desumano, violento ou constrangedor; ❖ Capacitar profissionais para atendimento às necessidades dos idosos; ❖ Orientar cuidadores e grupos de autoajuda nas instituiçõesde saúde; ❖ Criar oportunidades de acesso à educação, adequando metodologia, material didático e conteúdo que contemple tecnologias, visando a integração digital; ❖ Abordar no ensino o processo de envelhecimento e o respeito aos idosos, a fim de combater preconceito e produzir conhecimentos; ❖ Reservar 10% dos assentos do transporte coletivo e 5% das vagas nos estacionamentos públicos e privados; ❖ Atender à gratuidade dos maiores de 65, em transportes coletivos urbanos e semi-urbanos; ❖ Está proibida a discriminação e um limite de idade, em emprego e concurso; ❖ Está proibida a cobrança de valores diferenciados em razão da idade nos planos de saúde. Além de expressar direitos e deveres, o Estatuto do Idoso expõe as circunstâncias de violência contra o idoso ao definir punições para casos de morte, sofrimento físico ou psicológico. A violência contra o idoso A violência contra o idoso é uma questão de saúde pública, não só de respeito à dignidade e integridade do ser humano. De acordo com um 13 relatório de 2017 da Organização Mundial da Saúde (OMS), um a cada seis idosos sofre alguma violência. No Brasil, os números de denúncia são tão altos que chegam a representar um idoso agredido a cada dez minutos. O Disque 100, um telefone que atende denúncias contra direitos humanos, informa que até agora em 2017 foram 32.632 denúncias de violência contra o idoso, que se dividem em: • 77% das denúncias são por negligência; • 51% por violência psicológica; • 38% por abuso financeiro e econômico ou violência patrimonial; • 26% por violência física e maus tratos. Segundo a experiência de especialistas em direitos humanos, esses números estão abaixo do que realmente acontece nos lares brasileiros. Um dos motivos para isso é a relação entre vítima e agressor, que pode ser um familiar ou mesmo o cuidador contratado. Há também os sentimentos de medo, vergonha e culpa vividos pelos idosos, o que dificulta uma denúncia pública. Para combater e prevenir esses casos, são necessárias ações de conscientização dos direitos e das situações de violência, informando ferramentas para autonomia do idoso. Além disso, as instituições públicas ou privadas que oferecem serviços específicos aos idosos, segundo o Estatuto, devem ser fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério Público, Vigilância Sanitária e outras entidades previstas em lei. As Políticas Públicas do Brasil para os Idosos Ao longo dos anos, vamos envelhecendo e ganhando mais conhecimentos,o mesmo acontece no Brasil, que ainda está aprendendo a implementar ações de garantia dos direitos dos idosos. Antes mesmo de a Constituição de 1988 estabelecer no país a cidadania e a dignidade da pessoa humana como algo básico a todos, destinando alguns artigos à pessoa idosa, 14 existiam leis e decretos que atendiam a uma ou outra demanda dos idosos. Alguns artigos do Código Civil (1916), Código Penal (1940) e Código Eleitoral (1965) cumpriam essa função, sendo que o atendimento ao idoso era fornecido basicamente por lugares privados, filantrópicos ou religiosos. Foi devido às críticas ao Plano Nacional do Idoso (1994) que surgiu a mobilização pelo Estatuto, por exemplo, também inspirado na experiência obtida com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Como pais que nos orientam, duas assembleias da ONU (1982 e 2002) elaboraram planos de ação sobre o envelhecimento global, determinando medidas para as nações darem os primeiros passos. Os conselhos nacional, estaduais e municipais, que respondem à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e, indiretamente, ao Ministério da Previdência Social. Função dos conselhos do idoso Criados a partir do Plano Nacional do Idoso, os conselhos são compostos por colegiados paritários: isto é, metade dos membros vem da sociedade civil e a outra metade vem do governo. Como se fossem grupos mediadores entre o nível federal e as demandas de estados, municípios e distrito federal, os conselhos são responsáveis por espaços deliberativos referentes a: • Promoção e assistência social; • Saúde; • Educação; • Trabalho e previdência social; • Habitação e urbanismo; • Justiça; • Cultura; • Esporte e lazer. 15 No entanto, o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso (CNDI) saiu do papel somente em 2002, muitos anos depois da sua criação na lei do Plano Nacional do Idoso. Hoje em dia, é por meio dele que se formula diretrizes para as políticas nacionais. Justamente devido às críticas de falta de implementação dos programas estatais, o Estatuto nasceu já buscando definir um sistema de garantias de direitos da pessoa idosa, unindo as seguintes esferas: • Conselhos do Idoso; • Sistema Único de Saúde (SUS); • Sistema Único de Assistência Social (Suas); • Vigilância em Saúde; • Poder Judiciário; • Defensoria Pública; • Ministério Público; • Polícia Civil. Exemplos práticos de políticas públicas brasileiras Algumas ações defendidas, na legislação brasileira, são: • Atendimento prioritário em estabelecimentos; • Descontos para eventos culturais e esportivos; • Projetos de extensão e universidades da terceira idade; • Profissionalizações especializadas para os idosos; • Adaptação curricular às especificidades da população idosa; • Estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho; • Acesso a centros de convivência, asilos e centros-dia, locais de terapia; Previdência Social, que já atende mais de 19 milhões de pessoas com ou mais de 60 anos. De acordo com dados do Sistema Único de Assistência Social (Suas), há 1.669 instituições de acolhimento de idosos, cujas regras e ações são cofinanciadas pelo governo federal. No meio do caminho, o país tem enfrentado desafios como o déficit da previdência, a falta de qualificação profissional de quem atende idosos e o atraso curricular nas instituições de ensino. Na área da educação, estabeleceu-se a meta de erradicação do 16 analfabetismo entre adultos, que será acompanhada pelo número de matrículas de maiores de 60 anos na EJA. Além dessas ações em educação, saúde e moradia, a Secretaria de Direitos Humanos atua no combate à violência contra o idoso ao fazer a ponte entre sociedade e órgãos públicos por meio do Disque 100. Este número é atendido pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, que articula ações a partir dos dados das denúncias anônimas recebidas. Na busca por proteger esse cidadão, a secretaria lançou em 2013 o Compromisso Nacional para o Envelhecimento Ativo, cujas ações têm como focos: 1) emancipação e protagonismo do idoso; 2) promoção e defesa de direitos; e 3) informação e formação. Assim, procura consolidar soluções para os desafios que ainda enfrentamos no Brasil. O Futuro dos Idosos no País Em 2050, o IBGE prevê uma população de idosos triplicada. Ao sair na rua, você encontrará um idoso em cada três pessoas. A cada duas pessoas adolescentes (menores de 15 anos), existe um adulto acima de 60 anos. Afinal, nas últimas oito décadas, o Brasil acompanhou a expectativa de vida sair dos 45 para os 75 anos. O envelhecimento trará novos desafios – e oportunidades – para o governo. Os políticos – e todos nós – devem acompanhar as consequências econômicas e sociais de uma população mais envelhecida, principalmente quanto a medidas para educação ao longo da vida, mercado de trabalho, sistema de saúde, previdência social e na mobilidade urbana. 17 CUIDADOS COM A PELE DO IDOSO Estudos e pesquisas apontam um grande crescimento da população idosa no Brasil. Garantir uma velhice saudável depende de alguns fatores, entre eles o cuidado com a pele. A pele é formada por três camadasque são a epiderme (camada externa), derme (camada intermediária) e a hipoderme (camada interna). Todas são importantes para o corpo e cada uma tem características e funções diferentes. Considerada o maior órgão do corpo humano e indispensável à vida, é responsável pela proteção, manutenção do equilíbrio da água e dos sais, regulação da temperatura, síntese e metabolização da vitamina D, sensibilidade e percepção. O envelhecimento é um processo natural e inevitável para todos e nesse processo a pele sofre algumas alterações como a perda progressiva das características estruturais e funcionais, apresentando sinais clássicos do envelhecimento da pele como: afinamento, fragilidade, aparecimento de linhas de expressão, rugas, queratose (lesão vermelha e escamosa) e xerose (desidratação). Estas mudanças levam à pessoa a ter uma pele frágil, podendo ser acometida com mais facilidade por lesões, doenças dermatológicas e infecções oportunistas. Outros fatores que podem alterar as características da pele são: idade, hidratação, exposição aos raios solares, tensoativos (sabão), nutrição, tabagismo e medicamentos. Como a pele do idoso apresenta menor hidratação, sendo mais vulnerável ao aparecimento das lesões, devido à diminuição na defesa. Exemplo do risco da pele seca para o acometimento de lesões é a prevalência aumentada de lesões por fricção, ainda mais com associação de doenças como o diabetes. 18 Um dos fatores mais importante é a manutenção da hidratação da pele. Os cremes e loções hidratantes vêm para ajudar a hidratar e manter a pele sadia, contribuindo também para uma sensação de bem-estar, pois a pele seca pode coçar ou descamar. Para determinar qual o melhor tipo de hidratante e o produto mais indicado para cada caso, recomendo a avaliação de um especialista. Na pele idosa é proibido o uso de qualquer produto que contenha álcool. O álcool diminui a umidade da pele, propiciando rachaduras e outros problemas. Também é proibido o uso de talco, pós ou amido de milho, sendo que o talco absorve a pouca oleosidade natural da pele idosa e o amido de milho por sua vez, forma um “meio de cultura”, facilitando a ocorrência de infecções. Dicas: Banho: devem ser rápidos, temperatura morna ou fria e com sabonete neutro ou infantil; Sabonete: optar por sabonetes neutro ou infantil, sem desengordurantes (exceto se a pele for oleosa), e não exagerar no uso do produto; Esponja de banho: além de contribuírem para a remoção da barreira natural da pele, as esponjas podem machucar peles mais velhas, que são mais finas e delicadas, então a orientação é evitá-las; Hidratante: o melhor momento para passá-lo é logo após o banho, quando os poros ainda estão dilatados e o produto é melhor absorvido. A aplicação de cremes, emolientes e loções ajudam a reter a água na pele que, por sua vez, aumenta a umidade da camada mais superficial da pele e, consequentemente, aumenta a sua proteção, podendo passar duas vezes ao dia em pessoas com a pele mais delicada. 19 A indicação correta do hidratante e a ingestão de líquidos são essenciais para o bom funcionamento e para uma aparência saudável da pele. De modo geral, os hidratantes são classificados de acordo com o mecanismo de ação de seus componentes. Enfim, o equilíbrio hídrico (água) é essencial para o bom funcionamento e para uma aparência saudável da pele. A perda da água por evaporação diminui quando a umidade relativa do ar é baixa, e a aplicação de emolientes na pele substitui a função de barreira decorrente da perda de sebo, sendo então um recurso importante para o restabelecimento da hidratação cutânea . CUIDADOS COM A APARÊNCIA DOS IDOSOS Cada vez mais os idosos dedicam tempo com cuidados de beleza para manter uma imagem mais preservada de si. Estudos da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) revelam que a procura por cirurgia plástica aumenta na terceira idade. Dados mostram que 10% das pessoas que realizaram cirurgia plástica nos Estados Unidos tinham mais de 65 anos. Entre os brasileiros não é diferente, o país ocupa o segundo lugar no ranking de procedimentos estéticos, e muitos idosos pensam na cirurgia como método para rejuvenescer. Manter os cuidados com a aparência, estética e higiene podem ser um recurso terapêutico para aceitar as transformações 20 corporais nessa fase da vida. E a sensação de bem-estar pode ser obtida de diversas maneiras com o cuidado com a pele, cabelo, unhas, entre outros. A vaidade é fundamental para a saúde dos idosos por estar associada ao psicológico e ligada diretamente à autoestima da pessoa. Se o idoso não se preocupa com a aparência, pode ser um alerta para quadros de depressão. A preocupação com a beleza potencializa a autoimagem. Além de todo o cuidado com as roupas e acessórios, elas adoram se maquiar, fazer as unhas, os cabelos e o salão está sempre lotado. A vaidade não é só feminina, os homens também estão preocupados com a aparência, com a barba sempre bem-feita e perfumados. Pele • Use protetor solar todos os dias para evitar manchas e câncer de pele; • Mantenha a pele hidratada; • Atenção na alimentação consumindo frutas, legumes e verduras que oferecem nutrientes e oxidantes; • Manter-se hidratado com consumo de muita água para ajudar no metabolismo. Cabelos • Com a redução do volume do cabelo, o melhor é ter corte curto; • Invista na hidratação do cabelo; • Para cabelos grisalhos ou brancos há xampus que tiram o amarelado. QUALIDADE DO SONO DO IDOSO Aquele sono pesado e duradouro que mantinha você por 12 horas na cama ficou para trás. Conforme a idade avança, o sono muda. Isso não significa que o idoso tenha de aceitar a condição de insone. Segundo a National Sleep Foundation, entidade norte- americana dedicada a pesquisas sobre o sono, o ideal acima dos 65 anos é dormir de 7 a 8 horas. Ou seja, a quantidade de horas de sono não deve ser muito diferente dos adultos em geral (dos 26 aos 64 anos, a recomendação é de 7 a 9 horas). O que muda, portanto, é o padrão do sono. Outras questões também podem levar ao maior número de despertares 21 à noite, como vontade de urinar e problemas respiratórios. Seja qual for o motivo, é fácil notar se o sono está normal mesmo com a mudança de padrão: acordar descansado e bem-disposto. Mesmo diferente, o sono do idoso tem que ser restaurador. Dormindo menos ou acordando mais, o normal é despertar descansado no dia seguinte. Se isso não está acontecendo, é sinal de que há um problema. Nesse caso, o problema pode ser do sono – como apneia, um distúrbio no qual a respiração é interrompida durante a noite – ou alguma doença física, como diabetes ou problemas cardíacos. Um estudo realizado com idosos em um serviço ambulatorial em Pernambuco mostrou que a maioria deles relatava sempre acordar à noite e voltar a dormir (45%), ter o sono mais agitado do que antes (17%) e dificuldade para adormecer durante a noite (13%). Apesar disso, 57% dos idosos disseram que a qualidade do seu sono é boa, enquanto apenas 20% a classificaram como ruim. Dificuldade para dormir uma queixa comum dos idosos é não conseguir pegar no sono. Embora essa reclamação seja frequente, ela não tem a ver com avanço da idade. É preciso avaliar a rotina desse idoso. Normalmente, são pessoas que fazem menos atividades físicas, o que faz com que o corpo canse menos. Assim, o sono não vem. Nesse caso, é muito comum que comecem a tomar medicamento para dormir. Muitos médicos fazem a prescrição sem antes analisar a condição de vida do paciente ou orientar sobre higiene do sono. Ou seja, medicamentos devem ser indicados apenas em último caso.Por higiene do sono entenda-se os hábitos e práticas adotados para melhorar a qualidade do sono e, consequentemente, aumentar a disposição para atividades durante o dia. Confira algumas dicas para uma boa higiene do sono, segundo a National Sleep Foundation: ➢ Limite a soneca diária a, no máximo, 30 minutos. A soneca não deve ser 22 para compensar uma noite mal dormida, mas dormir até 30 minutos à tarde pode melhorar o humor, deixar a pessoa mais alerta e melhorar a performance para atividades. ➢ Evite estimulantes como cafeína e nicotina perto da hora de dormir. A cafeína dispensa explicações e a nicotina, além de estimulante, pode, quando usada em qualquer horário do dia, causar problemas respiratórios, prejudicando o sono. Álcool só com moderação. É verdade que beber dá sono, mas em demasia, e à noite, pode causar despertares quando o corpo começa a processar o álcool. ➢ Exercício físico é essencial. Apenas 10 minutos de exercício aeróbico por dia já ajudam – pode ser até mesmo caminhada ou bicicleta, por exemplo. Claro que cada um tem uma quantidade e intensidade de exercícios ideais para melhorar a qualidade do sono. Mas atenção: exercício físico pesado pouco antes de dormir provoca efeito contrário. ➢ Comida pesada, apimentada ou muito gordurosa pode dar problemas de indigestão e prejudicar o sono, evite. ➢ Exponha-se ao sol com frequência. Isso ajuda a regular o ciclo dia-noite. ➢ Estabeleça um horário fixo para dormir todas as noites e para acordar, mesmo aos finais de semana. Isso ajuda a regular o relógio biológico e fará você dormir e acordar com mais facilidade. ➢ Desenvolva um ritual relaxante ao se aproximar a hora de dormir. Pode ser um banho quente, um momento de leitura, ouvir uma música tranquila ou ir diminuindo as luzes da casa. ➢ O importante é evitar o uso de equipamentos eletrônicos ou outras atividades que possam causar agitação. ➢ Deixe seu quarto confortável. ➢ A temperatura é importante, bem como a ausência de luz. ➢ Não abra mão de travesseiro e colchão adequados e confortáveis. Exercitar-se para dormir bem. 23 SAÚDE BUCAL DO IDOSO Muito se fala sobre a importância de se cuidar da saúde do idoso e isso inclui cuidar também da saúde bucal. Uma boca saudável geralmente reflete um corpo saudável. Uma boca mal cuidada pode trazer inúmeras consequências para a saúde do indivíduo. A ausência de dentes, por exemplo, pode levar a insuficiência mastigatória, disfagia moderada, desordens de articulação e fala, entre outros. Já a gengivite pode evoluir para uma periodontite, que em casos graves pode aumentar as chances de infarto, AVC e doenças pulmonares. Segundo um estudo de 2005, até a década de 1960 a boa saúde bucal se baseava muitas vezes na extração dos dentes do indivíduo. Depois disso, a odontologia evoluiu para tratamentos curativos e, finalmente, para medidas preventivas. Hoje o conceito de saúde bucal não se refere apenas a dentes preservados mas, principalmente a qualidade de vida. A questão psicológica também é afetada pela saúde bucal, já que a ausência de dentes tem um forte impacto na autoestima e, consequentemente, na qualidade de vida do indivíduo. Por causa disso, é imprescindível estar atento à saúde bucal do idoso. Pequenos ajustes podem ter um grande impacto. Para casos mais extremos, recursos como próteses podem não apenas melhorar a nutrição e a fala, mas também na melhora da autoimagem e socialização. As recomendações para a higiene bucal do idoso A higiene bucal do idoso não difere dos outros grupos etários em sua essência, porém, alguns instrumentos mais específicos podem ser recomendados. Quando se trata desse contingente populacional, é importante lembrar que parte deles pode apresentar alguma limitação física, necessitando de uma maior motivação para realizá-la, para que possa haver um resultado mais satisfatório. 24 A higiene bucal deverá começar pela limpeza dos dentes, e deve ser feita sempre após as refeições, utilizando uma técnica correta orientada pelo cirurgião-dentista. Utiliza-se escova dental (na foto a letra a) com cabeça pequena para alcançar todas as áreas da boca, com cerdas macias para não causar retração da gengiva. Para locais onde o espaço entre os dentes (interdentário) é maior, associa-se a escova interdental (na foto a letra b). Para aqueles idosos que apresentam maior dificuldade para fazer a escovação, a escova elétrica (na foto a letra c é bem indicada. Já os dentifrícios são auxiliadores na escovação e possuem substâncias levemente abrasivas e detergentes. Preferencialmente devem conter flúor. As pastas medicamentosas só devem ser utilizadas com indicação do cirurgião-dentista, pois possuem ação terapêutica. O fio dental, por sua vez, é indicado para remover restos de alimentos e também o biofilme dos lugares onde a escova não alcança: os espaços interdentais. Esses espaços variam de um paciente para outro, por isso, existem três tipos básicos de fio: extrafino, para dentes muito próximos; convencional, para espaços normais; e fita dental, para dentes mais distantes. Para idosos que apresentam algum comprometimento cognitivo, o segurador de fio dental (foto, junto com o fio dental) é de grande valia. A limpeza da língua também faz parte da higiene bucal, pois ela pode conter restos de alimentos ou saburra lingual (composta por bactérias, restos de alimentos e células epiteliais descamadas), cujo aspecto é uma camada esbranquiçada ou levemente amarelada no dorso da língua. Pode-se utilizar a escova dental ou limpador lingual (foto). É certo que a escovação e o uso do fio dental têm sido os melhores métodos para prevenir e controlar o biofilme, porém, os antissépticos bucais poderão ser usados como meios auxiliadores na higiene bucal. Alguns têm flúor em sua fórmula ou mesmo estar associado a um anti-inflamatório. Preferencialmente deverão ser utilizados com indicação do cirurgião-dentista. 25 O uso de aparelhos protéticos em idosos Os aparelhos protéticos são indicados sempre que houver necessidade de reposição dentária e a eleição do aparelho dependerá da necessidade de cada paciente. Eles serão contraindicados em casos em que o idoso não consiga utilizá-lo, como em alguns tipos de câncer bucal, no estágio avançado da doença de Alzheimer, ou simplesmente pelo fato do paciente não se adaptar com eles. Os cuidados necessários com as próteses Quando o idoso tiver uma prótese fixa (unitária ou não), os cuidados de higiene são os mesmos necessários dos pacientes que tem dentes naturais, descritos acima. Os aparelhos protéticos – sendo a prótese total conhecida como dentadura e prótese parcial removível conhecida como ponte - também devem ser higienizados, porém fora da boca e em local livre de queda. Poderão ser escovados com escova dental comum ou então com uma específica para prótese (Foto), utilizando dentifrício de baixa abrasividade. É interessante que fiquem imersos em líquidos bactericidas por um determinado tempo, de acordo com a orientação do cirurgião- dentista. No caso específico da dentadura, é conveniente que seja retirada da boca durante a noite para haver descanso das glândulas salivares do palato e, colocada em um copo d’água para não desidratar o acrílico. A avaliação anual das próteses pelo profissional é necessária para acompanhamento da adaptação das mesmas. Um dos principais problemas bucais do idoso é a diminuição da saliva. A diminuição da quantidade de saliva no idoso pode trazer consequências em sua saúde bucal, em maior ou menor grau, dependendo da intensidade dessa redução. A saliva tem propriedades de extrema importância, como remineralização dos dentes, lubrificação e proteção dos tecidos bucais,presença de enzimas, efeito tampão – aumento do pH (potencial Hidrogênico) – neutralizando a saliva, além de contar com anticorpos que controlam a proliferação de fungos e bactérias. Com sua diminuição, todos esses benefícios 26 ficam prejudicados. Por consequência, a digestão e a deglutição dos alimentos estarão dificultadas, bem como a proteção dos dentes, tornando-os mais suscetíveis a cáries e doenças periodontais, como gengivite e periodontite. Os usuários de prótese total também não estão livres das perdas, pois a dentadura necessita da saliva para sua fixação. Uma alternativa para aliviar esses incômodos é o uso de salivas artificiais – elas não devolvem todas as propriedades da saliva, mas proporcionam um conforto importante ao idoso, bem como uma melhora na retenção das próteses. Consequencias com quem não tem o tipo de cuidado adequado com a saúde bucal O cuidado inadequado com a saúde bucal pode trazer problemas locais tais como: cáries, doenças periodontais, mau hálito, perdas dentárias, inflamações, infecções, dores e problemas decorrentes de próteses velhas e desadaptadas, como úlceras e hiperplasias. Até mesmo o câncer bucal pode estar associado a má higiene bucal e dentes em estado precário de conservação, quando acompanhado do tabagismo e/ou etilismo. Também podem ocorrer problemas sistêmicos, como um quadro de endocardite bacteriana, em casos mais graves. Não podemos esquecer que a boca é parte integrante e inseparável do restante do organismo. É pertinente lembrar que a consulta periódica ao cirurgião-dentista é de extrema importância para a promoção e manutenção da saúde bucal, em qualquer faixa etária, mas principalmente na idade avançada, onde tantas transformações acontecem. 27 HIDRATAÇÃO DO IDOSO A água é vital ao organismo humano, entre suas principais funções estão a: • Homeostasia fazendo o equilíbrio hídrico térmico do corpo; • Composição das articulações, pois lubrifica e protege as juntas; • Composição de plasma sanguíneo; • Participação do transporte de nutrientes para as células através do sangue; • Limpeza e desintoxicação do organismo, além das funções vitais dos principais órgãos como: cérebro responsável pela comunicação neural; pulmões na respiração umidificando o ar; intestino facilitando o trânsito intestinal e formação das fezes; estômago no processo digestivo; rins através da capacidade de concentrar e diluir urina, entre outros. A água também é responsável pelo transporte das vitaminas hidrossolúveis: Complexo B e Vitamina C, regulação da pressão arterial através do equilíbrio dos sais minerais principalmente sódio e potássio, além de manter a pele mais lisa e uniforme. Ao nascermos, a hidratação corporal está em torno de 90% e o corpo apresenta vários sensores que medem o nível de hidratação. À medida que desidratamos estes sensores são acionados e sentimos sede, podendo imediatamente repor os níveis de água. Os níveis de hidratação diminuem para 70% na adolescência, permanecendo entre 70 e 60% na vida adulta e os osmorreceptores (sensores de hidratação) funcionam bem, em um mecanismo de equilíbrio interno. Porém ao chegarmos à terceira idade a hidratação corporal está diminuída em torno de 50%, e os sensores de 28 hidratação já não funcionam tão bem como antes, além da capacidade renal de concentrar e diluir a urina, estar diminuída devido a idade avançada. A ingestão hídrica ideal para o idoso é de 2,0 a 2,5 litros ao dia, quantidade esta difícil de ser alcançada, visto que com o envelhecimento a sensação de sede é diminuída pela falha nos sensores de hidratação, a esse processo chamamos hipodipsia, muitas vezes acompanhada de esquecimentos e falhas na memória, naturais da idade e de algumas patologias; além de muitas vezes o idoso apresentar dificuldades de locomoção, não indo em busca de água. Neste caso a estratégia é ofertar água ao idoso, antes mesmo que este sinta sede; evitar copos grandes e cheios, fazer a oferta de água em copos pequenos e com pouca quantidade, porém várias vezes ao dia. Além de água, outras bebidas e alimentos favorecem a hidratação do idoso, entre estes estão: água de coco, sucos, leite, chás de ervas claras, gelatina e frutas aquosas como melancia, melão, laranja, acerola, pokan, tangerina, lima, limão, abacaxi, maçã e pera com casca, entre outras. Estas bebidas e frutas não substituem a água, devem sim ser ofertadas, além dos 2,0 a 2,5 litros de água ao dia. O fato de idosos estarem sempre agasalhados para prevenir gripes e resfriados, fechando janelas mesmo em períodos de intenso calor, favorece o aumento de temperatura corporal, fazendo que o organismo libere água para resfriar a quentura, acontecendo assim grande perda de água, que se não for constantemente reposta, implicará em desidratação. Há de se redobrar os cuidados em estações climáticas muito quentes e regiões com baixa umidade do ar, visto que propiciam desidratação rápida, fazendo com que o idoso apresente um ou mais dos seguintes sintomas: Confusão mental, fraqueza muscular, constipação, diarreia, olhos profundos, tontura, cãibras, dores de cabeça, febre, irritação sem motivo, desorientação, esquecimento, batimentos cardíacos acelerados (taquicardia), 29 dor no peito (angina), quedas por tonturas, pressão baixa (hipotensão), pressão alta (hipertensão), perda de peso rápida, pele seca e com menor elasticidade, infecção urinária, urina muito quente, escura, turva e em pouca quantidade. Um adulto com perca da água corporal em 20% vai a óbito, já o idoso pode vir a falecer com a perca de 10% da água corporal, por seu organismo ser mais debilitado e seus níveis de hidratação serem diminuídos comparados com o adulto; por esse e outros motivos classificamos a população idosa, como população de alto risco, ou seja, maiores chances de adoecer. Além das consequências já citadas na desidratação do idoso, destaca- se a úlcera de pressão, conhecida também por escara, um tipo de ferida de difícil cicatrização. As úlceras de pressão causam muito sofrimento e desconforto ao idoso e são decorrentes de altas temperaturas em peles finas e desidratadas; seu tratamento demanda cuidados especiais e custo financeiro elevado. Portanto, confirma-se a necessidade de ingerir água em boa quantidade durante toda vida, especialmente na terceira idade, para garantir boa qualidade de vida ao envelhecer. Idosos devem ser consultados periodicamente por médicos geriatras e nutricionistas, pois somente um profissional capacitado poderá orientar adequadamente o idoso, seus familiares e cuidadores. ATIVIDADES FÍSICAS PARA O IDOSO Na atualidade vivemos uma realidade que há muito tempo atrás não se dava conta, o crescimento da população idosa em nosso país. Em meados dos anos 80 a população acima dos 60 anos era de 6,1%, mas com o avanço da expectativa de vida do brasileiro, é previsto que no ano de 2025 a população idosa chegará a 12,2%. O processo de envelhecimento, caracterizado por várias transformações progressivas e irreversíveis em função do tempo. Assim como profissionais de Educação Física, atuantes na área da saúde, não devemos medir esforços na busca de um envelhecimento bem-sucedido, que pode ser caracterizado por um equilíbrio entre o envelhecimento biológico e psicológico. O envelhecimento para muitos é visto como o fim da vida, onde a pessoa idosa não tem mais condições de realizar com firmeza as tarefas que 30 sempre executou, mas há também aqueles que tem uma vontade imensa de viver como o caso do jovem idoso francês, de 105 anos, Robert Marchand, que bateu o recorde ao percorrer 22,547 quilômetros em uma hora. A falta de oportunidade de praticar atividade física na terceiraidade fazem com que os idosos desanimem ainda que tenham muita vontade de viver, e para essas pessoas a atividade física é um modo de mostrar que ainda sã capazes de fazer coisas extraordinárias. Por isso, deve-se trabalhar no objetivo de obter um melhor estilo e qualidade de vida aos idosos, e em posse do conhecimento acerca das atividades físicas, inserir uma rotina de exercícios para essa população. Ao longo da vida, passamos por um processo fisiológico irreversível, ou seja, após se iniciar o declínio dos sistemas fisiológicos no corpo não há como obter uma reversão dos mesmos, mas com a atividade física pode-se amenizar a velocidade com que se processam as modificações nos sistemas. E com todas essas alterações, as pessoas de mais idade sofrem bastante, ocorrendo ainda restrições quanto a sua capacidade de locomoção, o que pode implicar em quedas e dificuldades na realização de atividades da vida diária, levando a total incapacidade funcional. Benefícios da Atividade Física na Terceira Idade e Envelhecimento Biológico Dessa forma, é de suma importância praticar atividade física, para que haja uma manutenção efetiva dos sistemas garantindo assim o bem-estar e a qualidade de vida do idoso, vindo contribuir para um envelhecimento bem- sucedido e amenizando os efeitos mais severos dessa fase da vida. Dentre os benefícios da atividade física na terceira idade temos a melhoria do bem-estar geral, a melhora da condição da saúde física e mais 31 importante, a preservação da independência, lembrando que a atividade física é uma das intervenções mais eficientes quanto à melhora da qualidade de vida dos idosos, pois auxilia no controle das mudanças ocorridas pelo processo de envelhecimento, promovendo a independência e autonomia nas atividades do cotidiano. Assim é importante conscientizar que a atividade física na terceira idade é muito importante para a rotina dos idosos, pois colabora com sua saúde, agindo sobre o envelhecimento, e evitando muitas vezes a sua limitação funcional. Torna-se importante realizar a atividade física, que sem dúvida age diretamente na esfera biológica do envelhecimento, trazendo benefícios aos sistemas que se comprometem na terceira idade, dentre esses se pode citar o controle da pressão arterial, a melhora da capacidade cardiovascular, respiratória, amplitude da mobilidade, menor risco de doenças, e a prevenção de alguns tipos de câncer. A atividade física é uma das intervenções mais eficientes quanto à melhora da qualidade de vida dos idosos, pois auxilia no controle das mudanças ocorridas pelo processo de envelhecimento promovendo a independência e autonomia nas atividades do cotidiano, o que para o idoso é de suma importância, trazendo para sua vida benefícios além da saúde, voltadas para o seu aspecto social e psicológico. O principal benefício que a atividade física promove no envelhecimento biológico é a manutenção da capacidade funcional, promovendo maior manutenção dos sistemas fisiológicos por um tempo maior, e evitando seu rápido declínio. Dessa forma, aplicar a atividade física aos idosos é sem dúvida de grande valia, pois ao conceder às pessoas idosas a oportunidade de independência mantendo suas capacidades de realizar atividades cotidianas sem o auxílio de outras pessoas por um tempo maior, mantendo-os em 32 evidência na sociedade, tornando-os mais proveitosos aos olhos de todos, é também um presente a nós profissionais. Assim, construir uma rotina de prática de atividade física na terceira idade faz com que promova benefícios na de sua qualidade de vida, trazendo vigor, energia e demonstrando que o exercício físico é um remédio, literalmente, haja vista que diminui o risco de doenças ou condições crônico- degenerativas associadas aos baixos níveis de atividade física. Dessa maneira observa-se quão importante se faz a atividade física na terceira idade, pois se tem os meios de tornar mais lento o processo de envelhecimento, trazendo consigo boas e novas perspectivas aos idosos, criando um clima descontraído em suas vidas e proporcionando-lhes uma maior disposição para o dia-a-dia. Fator Psicológico Ainda na busca de um entendimento acerca do envelhecimento, devemos buscar mais explicações para este processo, assim além do fator biológico que compõe o envelhecimento tem-se o fator psicológico. Pode-se muitas vezes pensar em como a Educação Física se preocupa com os aspectos psicológicos do envelhecimento? Isso se responde facilmente, pois em nossa área temos uma gama de meios para se alcançar a melhoria do bem-estar do ser humano, e quanto ao envelhecimento psicológico podemos utilizar as atividades recreativas. Antes, o envelhecimento era considerado e visto apenas como processo biológico, pois era analisado somente o declínio do corpo, no início do século XX passou a ser visto também sob um aspecto psicológico, com isso ficou claro que com as transformações ocorridas pelo processo do envelhecimento as pessoas apresentavam mudanças de comportamento, papéis, valores e crenças. Ao analisar abordagens do envelhecimento psicológico, tem-se que o fator primordial para o trabalho com o idoso prega que o ambiente tem um papel importante, assim, deve-se promover um ambiente agradável para que o idoso não sinta descrença, hostilidade e insegurança, gerando impotência ou mesmo revolta, agressividade, desespero e destruição, o que afeta mais ainda o envelhecimento psicológico. Com base nisso, a inserção de atividades recreativas compreende todas as atividades espontâneas, prazerosas e criadoras que o indivíduo busca para 33 melhor ocupar seu tempo livre, pois muitos idosos tem a maior parte do seu tempo ocioso, então a recreação é grande aliada na composição de atitudes mais felizes junto aos idosos, e melhor, auxiliam no combate ao envelhecimento psicológico. É importante incentivar o uso da recreação para os idosos, porque a recreação permite um combate ao aborrecimento, estabelece novos contatos, incentiva o gosto pela ação e compensa a falta de atividade profissional, sendo uma forma de evitar um pouco da irritação que muitas vezes toma os idosos ociosos. A recreação colabora por ser uma alternativa de adaptação às mudanças e perdas da velhice, e com danças, jogos e brincadeiras, esta alternativa pode fazer com que os idosos criem novos hábitos, tornem-se mais motivados às atividades diárias e modifiquem seu modo de pensar acerca da sociedade como um todo. Assim, auxiliar o idoso nesta fase é muito importante, e inserir regularmente na vida dos idosos programas de exercícios ajuda a retardar a deterioração física que ocorre com o passar dos anos e a inatividade, e quanto às atividades de recreação, estas têm demonstrado ser de muita ajuda para as pessoas de idade avançada ao experimentar sentido de união com outros, melhor autoestima, comunicação e ajuda ao bem-estar físico em geral. Portanto, a recreação é chave para ressocializar e para motivar o idoso, para que este possa viver em um potencial máximo quanto as suas capacidades, tornando-o independente psicologicamente, preservando sua memória e lembrando sempre de seu belo papel na sociedade. Qualidade de vida Com base no que já foi dito, a ênfase se dá na questão da importância que tem a prática de atividades tanto físicas como recreativas na Terceira Idade, em busca de um envelhecimento menos carregado de doenças, dores, quedas e tristeza, com isso chegamos a questão da qualidade de vida para os idosos, o que sem dúvida alguma é de responsabilidade de todos profissionais da Educação Física, não só de outras áreas como muitos pensam, mas nosso papel muitas vezes torna-se tão importante quanto outros profissionais da área da saúde. Atualmente,tem-se comentado muito a respeito do termo “qualidade de vida”, mas suas definições podem ser interpretadas de diversas formas, mas o que vemos em comum é que qualidade de vida é estar bem tanto no aspecto 34 psicológico quanto no físico, somando assim uma interação que faz com que nosso cotidiano seja melhor, porém para os idosos muitos fatores atrapalham para que este esteja bem com ambos os aspectos, ou seja, pode ter uma boa memória, porém seu corpo é debilitado e vice-versa. Na terceira idade, a qualidade de vida se evidencia na capacidade de viver sem doenças, de superar as dificuldades dos estados ou condições de morbidade, com isso realizando nosso trabalho, podemos aliviar a dor, o mal- estar e as doenças, intervindo então sobre os problemas que podem gerar dependências e desconfortos. Para que a qualidade de vida na terceira idade seja plena e para que o idoso seja feliz, deve-se levar em conta fatores como ter boa capacidade funcional, uma ocupação, afeição e comunicação, assim quando promovemos um grupo de atividades para a terceira idade, esses fatores são saciados, gerando contentamento ao idoso e colaborando para sua vida. Assim, percebe-se que a prática de atividades físicas é de fundamental importância para qualidade de vida do idoso, e é de extrema importância que o idoso incorpore, em seu modo de vida hábitos saudáveis através de informações e conteúdo que sejam capazes de modificar e acrescentar atitudes favoráveis para a manutenção e prevenção de sua saúde tanto física como mental, emocional, social e espiritual. Portanto, nós educadores físicos devemos nos empenhar de forma eficaz e efetiva para mobilização de recursos, construção e viabilização de projetos, que atinjam a meta de uma população idosa cada vez mais ativa e consequentemente com maior qualidade de vida, representando ainda o maior presente para uma pessoa na terceira idade, a Independência. A Independência O termo independência é muito forte, refere-se a não ter dependência de algo ou alguém, sendo isso claro para todos nós. Mas quando usamos esse termo para se referir a terceira idade torna-se mais significativo, pois, entrando nessa fase da vida as pessoas tendem a se deparar com problemas que antes não existia em sua saúde, sentem-se menos dispostas a realizar atividades cotidianas e isso leva a um grande problema que é a dependência de terceiros para realizar as tarefas que os idosos antes executavam normalmente; leva também a um problema maior que é a limitação funcional, tendo como principal responsável as quedas que comumente ocorre nessa fase da vida, levando o idoso a uma 35 quadro de debilitação, afastando mais ainda o idoso de sua independência. Assim, a Atividade Física na terceira idade vem sendo um grande meio para estabelecer padrões positivos na qualidade de vida, e melhor, promover a independência nessa fase que muitas vezes se torna tão árdua. Com a atividade física o idoso poderá amenizar diversos problemas que são trazidos com a idade, poderá ter uma velhice mais tranquila realizando apenas práticas físicas adequadas à sua condição levando a diversos benefícios dentre eles o fortalecimento da sua musculatura, que irá combater o maior problema que são as quedas, pois com uma musculatura fortalecida o idoso irá obter um melhor padrão de movimento e terá maior sustentação e força, levando assim a maior independência. Deve-se lembrar de que a atividade física não trará benefícios somente a locomoção, mas também a melhora do organismo em geral, o que leva a uma completa interação entre os aspectos positivos que levam a promoção da independência, tanto aspectos ligados a parte física, como os da parte psicológica, pois quando em estado de dependência o idoso sente-se um peso para as pessoas, tomando um padrão de comportamento rude em relação às pessoas que o cercam. Por isso, a prática física se torna tão importante nessa fase da vida, traz benefícios inúmeros para o idoso e o recoloca independente para realizar suas atividades cotidianas, o deixa mais feliz e sociável, e combate um dos grandes maus da idade que são as quedas. EXERCÍCIOS PARA TREINAR O EQUILÍBRIO As quedas, muitas vezes causadas pela falta de equilíbrio na terceira idade, são um dos principais problemas dos idosos. Segundo dados do Ministério da Saúde, um a cada três idosos acima dos 65 anos sofre com quedas, sendo que grande parte delas acontece dentro de casa. Com o passar dos anos, nosso organismo sofre um declínio em quase 36 todas as funções, entre elas as motoras. Apesar desse quadro, alguns exercícios físicos podem ajudar a manter o equilíbrio na terceira idade, assim como ajudar a manter a força, a resistência e a flexibilidade muscular. O equilíbrio está relacionado com a capacidade de se manter estável em diversas condições: parado, andando, de joelhos ou mesmo agachado. Alguns dos sistemas sensoriais do nosso organismo trabalham em conjunto para manter o equilíbrio do corpo: visão, receptores das articulações e aparelho auditivo enviam informações para que o sistema neuromuscular mantenha o corpo em equilíbrio. Por isso, para manter equilíbrio na terceira idade, é preciso investir em exercícios físicos que fortaleçam o corpo e mantenham a harmonia desse delicado funcionamento. Além de prevenir quedas, uma rotina de exercícios traz vários benefícios para pessoas na terceira idade como: ❖ Diminuir o risco de complicações, como doenças coronarianas, hipertensão, derrames e diabetes; ❖ Fortalecer músculos e ossos; ❖ Melhorar as funções cognitivas; ❖ Melhorar a resistência cardiovascular. Como manter o equilíbrio na terceira idade Existem exercícios físicos específicos que podem ajudar bastante a manter o equilíbrio na terceira idade. Antes de começar a praticá-los, no entanto, é importante procurar orientação de um médico ou especialista. Ele saberá orientar sobre o melhor exercício para o paciente, além de avaliar sua condição física. Mudar a base de suporte – nesse exercício, o idoso caminha lentamente colocando um pé de cada vez na frente do outro. Isso faz com que a força em cada perna se alterne. É possível fazer isso durante atividades cotidianas, como nas caminhadas matinais. As crianças normalmente adoram acompanhar e se envolver com esse exercício ao lado de 37 parentes da terceira idade. Mudar a superfície – ficar em pé em um travesseiro ou no colchão pode ser uma maneira de testar o equilíbrio, assim como ficar em pé em aparelhos da academia específicos para isso e com a ajuda de alguém. Andar em terrenos diferentes, como na areia da praia, é outra boa dica para desenvolver a coordenação motora. Olhos fechados – fechar os olhos e manter os pés juntos pode ser uma boa maneira de exercitar o equilíbrio na terceira idade, sempre acompanhado de alguém, por segurança. Escadas – subir e descer escadas também melhora a força muscular, assim como colocar e retirar objetos de uma prateleira e carregar sacolas, desde que elas não estejam muito pesadas. Estes exercícios são ótimos aliados para manter o equilíbrio na terceira idade. Tai chi chuan – considerada uma das mais importantes séries de exercícios de relaxamento e meditação chinesas, a prática do tai chi chuan incorpora movimentos lentos e relaxantes, que promovem uma maior percepção da respiração. 38 EXERCÍCIOS PARA TREINAR A FORÇA 1. Natação A natação é um exercício excelente, não só porque desenvolve a musculatura, como também traz grandes benefícios para o sistema respiratório. Uma rotina de uma hora, três vezes por semana é uma boa forma de começar a se exercitar. 2. Contrações musculares Algunsexercícios diários são importantes para dores ou lesões localizadas, para que o músculo se desenvolva e fique resistente, evitando novas lesões. Para lesões na mão ou no pulso por exemplo, aperte uma bolinha com o máximo de força por 5 segundos, e depois solte, abrindo a mão o máximo possível por mais 5 segundos. Repita por 10 vezes seguidas. 3. Alongamento Exercícios de alongamento são muito importantes para evitar a atrofia dos músculos e devem ser feitos diariamente. Em pé, abra um pouco as pernas e toque o mais próximo do pé esquerdo com a mão direita. Faça a mesma coisa com o pé esquerdo, tocando-o com a mão direita. Essa é uma forma de alongar os músculos das pernas e da região do quadril. 39 4. Caminhadas Caminhar é uma excelente forma de começar bem o dia, exercitar os músculos e melhorar a circulação sanguínea. Uma hora de caminhada por dia é ideal para melhorar a disposição. 5. Musculação Quem acha que academia é lugar de gente jovem está muito enganado. O ganho de massa muscular para idosos não é proibido, e com o acompanhamento certo, uma rotina de musculação é bem-vinda. Basta ter cuidado, pois a quantidade de peso não é relevante, e sim a qualidade do exercício. 40 PREVENÇÃO DE ACIDENTES IDOSOS Hábitos saudáveis de vida na infância e na juventude são fundamentais para garantir uma boa saúde depois dos 60 anos. Praticar exercícios físicos, dormir bem, adotar uma dieta balanceada e manter o peso ideal são os principais fatores que contribuem para uma melhor qualidade de vida na maturidade. Uma alimentação rica em cálcio, por exemplo, irá garantir ossos fortes e menor risco de desenvolver a osteoporose, que segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, atinge 1 a cada 3 mulheres e 1 a cada 5 homens, sendo a principal responsável pelas fraturas em pessoas com mais de 65 anos. Tomar sol também é fundamental para a produção da vitamina D, que junto com o cálcio fortalece os ossos. Mas, infelizmente, não são todas as pessoas que têm essa consciência. A maioria chega à terceira idade com diversos problemas de saúde. O processo natural do envelhecimento afeta a visão, a audição, o apetite, o sono, o equilíbrio, enfraquece a musculatura e os ossos. Isso aumenta muito o risco de quedas e acidentes domésticos, considerados hoje um verdadeiro problema de saúde pública, principalmente com o aumento da expectativa de vida da população brasileira, que hoje é de 73 anos, em média, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porque os idosos caem O envelhecimento causa uma série de modificações no corpo, principalmente no sistema musculoesquelético. A coluna vertebral começa a se curvar, o que afeta o equilíbrio, também prejudicado quando há perda da audição ou da visão. A musculatura das pernas perde a firmeza e a flexibilidade, dificultando a mobilidade. 41 De acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, 1 a cada 4 idosos sofre quedas dentro de casa, pelo menos uma vez por ano. Em 34% dos casos, há algum tipo de fratura. E o pior é que a recuperação depois dos 60 anos é mais lenta, requer mais cuidados e, em muitos casos, piora a saúde do idoso. Um exemplo são os quadros de pneumonia, que ocorrem quando o idoso precisa permanecer na cama, imobilizado, deitado de costas, durante muito tempo para se recuperar de uma fratura no fêmur. Conheça as 5 principais causas de acidentes de pessoas da terceira idade são: 1 - Queda da pressão arterial ao levantar da cama – 22% 2 - Esbarrões ou escorregões em objetos que não são visualizados – 19% 3 - Enfraquecimento de ossos e músculos – 18% 4 - Uso de calçados inapropriados - 14% 5 - Obstrução dos caminhos dentro de casa como móveis, escadas, tapetes – 11% Uma vez que os acidentes com idosos acontecem, na maioria dos casos, dentro de casa, confira as ações que podem ser tomadas para tornar o lar um local seguro para pessoas com mais de 65 anos. Casa Segura para Idosos Dormitório Cama: O colchão deve ser adequado para o peso e para a altura do idoso, podendo ser de molas ou de espuma. O importante é que tenha uma altura entre 55 e 65 centímetros, que facilite sentar-se e levantar-se com segurança. 42 Armário: O local deve ser bem iluminado para ajudar na localização dos objetos. Além disso, as portas devem ser fáceis de abrir e o móvel deve ser acessível, ou seja, não deve ter que obrigar o idoso a subir em escadas ou cadeiras para alcançar roupas e outros utensílios. Mesa de cabeceira: É um móvel importante, que deve ter um abajur e um telefone com os números de emergência. Se o idoso precisa ingerir água durante a noite, o ideal é colocar uma garrafa e um copo de plástico, para evitar acidentes. Outro item importante no quarto é uma cadeira ou uma poltrona, para calçar os sapatos, fazer uma leitura, etc. Não coloque nenhum tipo de tapete, exceto aqueles que são antiderrapantes. Também não deixe fios soltos ou qualquer outro objeto que possa obstruir o caminho ou causar acidentes. Banheiro O banheiro é um dos cômodos mais perigosos quando o assunto é queda de idosos dentro de casa. O ideal é colocar um piso antiderrapante, tanto no boxe quanto na área externa. Outro ponto fundamental é a instalação de corrimões ou barras de apoio no chuveiro e no vaso sanitário, para facilitar os movimentos de sentar, levantar e sair do banho. Se optar pela colocação de tapetes, sempre devem ser os do tipo antiderrapante. Em alguns casos, é recomendável colocar uma cadeira de plástico com pés de borracha antiderrapante dentro do chuveiro para que o idoso tome banho sentado. O vaso sanitário deve estar bem preso ao chão, com um assento confortável. Lembre-se: o box de vidro pode representar um perigo em uma queda durante o banho. O ideal é colocar um de plástico ou de outro material que evite cortes ou outros traumas em caso de acidente. Cozinha Considerada também um dos lugares mais perigosos, deve ser especialmente projetada para garantir a segurança do idoso. A regra do tapete é a mesma, se colocar, opte pelos antiderrapantes. 43 A bancada da pia e o fogão devem ter uma altura aproximada de 80 a 90 centímetros, para proporcionar mais conforto ao idoso. Já em relação ao gás de cozinha, é importante colocar um adesivo na parede ou um aviso para desligar o gás na válvula sempre que não estiver utilizando. Os armários devem ser baixos para evitar o uso de cadeiras ou escadas pelos idosos, o que representa um verdadeiro perigo e provoca muitos acidentes. Sala A regra básica dos tapetes: retire-os ou coloque aqueles antiderrapantes. Outra dica é: quanto menos móveis e objetos, melhor. Os sofás devem ser confortáveis, com uma altura de 55 a 65 centímetros. Estantes devem estar muito bem presas às paredes, para não correr o risco de caírem sobre os idosos. O controle remoto evita o ato de levantar e sentar e com isso diminui a chance de queda. Fios nunca devem ficar soltos. Na sala de jantar, a mesa deve ter o tamanho de acordo com a altura do idoso e pontas arredondadas. Evite mesas que tenham a tampa solta ou de vidro. Prefira as cadeiras sem braço, que facilitam a acessibilidade. Escadas Se a casa possuir escadas, é importante instalar corrimão dos dois lados da parede, prover uma boa iluminação, além de colocar fita adesiva colorida e antiderrapante nos degraus ou, principalmente, no primeiro e no último degraus. Corredor É vital deixar os corredores sempre bem iluminados, livre de objetos, tapetes, fios, etc. 44Segurança dos Idosos na rua Não é só dentro de casa que os idosos correm perigos. As ruas tornam-se mais inseguras quando a idade chega. Tanto para as pessoas com mais de 60 anos que dirigem, quanto para aquelas que andam de transporte público, a atenção deve ser redobrada. Além disso, os idosos estão mais sujeitos a assaltos, roubos e golpes. Veja como se proteger: • Os pedestres devem sempre andar na calçada, distantes da guia, para evitar que uma tontura ou um tropeço os façam cair em meio aos carros; • Para os idosos com dificuldades para andar, o ideal é usar um andador ou uma bengala para dar mais firmeza ao passo; • Para atravessar a rua, espere sempre o sinal de pedestre ficar verde ou nos locais sem semáforo peça ajuda para outra pessoa; • Evite carregar muito peso, peça ajuda de familiares ou de cuidadores; • Use sapatos adequados e cuidado com buracos, troncos de árvores ou locais acidentados, que podem causar uma queda; • Se estiver dirigindo, evite distrações e faça os exames de vista e audição regularmente; • Ao sair de um veículo, escolha o lado da calçada para desembarcar. Segurança Geral • Em casa, certifique-se de deixar portões e portas trancados. Se a janela é muito perto da porta, nunca deixe a chave na fechadura, isso facilita que uma pessoa consiga alcançá-la e entre na casa; • Nunca abra a porta para pessoas que você não conheça ou para prestadores de serviço que você não tenha chamado. Se for o caso, chame a polícia; 45 • Evite guardar grandes quantias de dinheiro em casa. Prefira deixar no banco ou encontre um lugar seguro. Entretanto, mantenha segredo disso para não chamar a atenção de pessoas mal-intencionadas; • Tente manter contato regular com vizinhos em quem confia se você precisar de ajuda; • Fique atento na hora de sair ou entrar em casa, note se há pessoas estranhas por perto; • Ao sair de casa, não use joias ou objetos de valor, isso chama a atenção dos criminosos, que veem os idosos como um alvo mais fácil; • No caso do homem, nunca coloque a carteira no bolso de trás da calça; • Reduza o número de documentos quando for sair, ou seja, não leve talões de cheque, cartões de crédito, título de eleitor, etc. Carregue apenas o necessário; • Procure estar acompanhado de um familiar ou de um cuidador quando for ao banco retirar a aposentadoria ou fazer alguma compra de valor; • Nunca aceite ajuda de estranhos na rua para carregar seus pertences ou para ajuda-lo a fazer operações bancárias; • Fique atento aos golpes frequentes aplicados nos idosos como falso sequestro de filhos ou parentes, bilhete de loteria premiado, golpes envolvendo a aposentadoria, como empréstimos ou prêmios; • Por fim, grave no celular os números de emergência como a polícia, 190, o SAMU, 192 e os bombeiros, 193, além dos telefones dos parentes mais próximos. Se possível, anote em um papel também para reforçar a memória. 46 EQUIPAMENTOS DE AUXILIO A LOCOMOÇÃO Andador Para casos mais graves, em que o usuário necessite de um apoio maior que muleta ou bengala, o andador se mostra como a alternativa mais adequada. Esse dispositivo permite que todo o peso seja retirado dos membros inferiores, ou ao menos uma parcela dele. O ideal é que a parte superior do andador esteja posicionada na altura do quadril do usuário e que este não tenha pressa ao caminhar, já que a locomoção vai melhorar conforme a força e a resistência voltarem. Vale ressaltar que não é nada recomendável subir e descer escadas com o andador, uma vez que é maior que os outros auxiliares e pode causar quedas graves. Muleta Para que as muletas sejam seguras aos novos usuários, é preciso seguir algumas dicas importantes, especialmente no que diz respeito ao ajuste de altura e no momento de se locomover. Para adaptar a altura da muleta, o correto é posicioná-la cerca de 4cm a 6cm abaixo da axila, mantendo a manopla ao mesmo nível do quadril e deixando que o cotovelo fique levemente flexionado. No momento de caminhar com o equipamento, o cuidado deve existir para evitar escorregões e quedas, especialmente ao subir e descer escadas. https://alugamed.com.br/blog/wp-content/uploads/2017/01/shutterstock_147837347.jpg 47 Bengala O uso de bengala é muito mais indicado para os casos de fraqueza nas pernas, dores, lesões ou problemas no equilíbrio. Para o ajuste da altura correta, com você o usuário em pé, a parte superior da bengala deve estar alinhada ao nível do quadril, e o cotovelo deve permanecer levemente dobrado. Ao caminhar, o mais indicado é o dispositivo e a perna machucada apoiarem o chão simultaneamente. No momento de subir escadas, o ideal é subir primeiro com a perna saudável e a bengala, para, em seguida, subir a perna lesada. Ao descer, é importante posicionar o auxiliar de marcha e a perna ferida no degrau de baixo e, então, descer a perna boa, para que o peso do corpo seja suportado sem problemas. MOVIMENTAÇÃO DO IDOSO Considerando-se que determinados aspectos ergonômicos do posto de trabalho podem prejudicar atividades ocupacionais, tais como os procedimentos relacionados com movimentação e transporte 5,8,16,19 abordam-se, nessa parte, os principais cuidados que necessitam ser observados: • Verificar se o espaço físico é adequado para não restringir os movimentos; • Examinar o local e remover os obstáculo; • Observar a disposição do mobiliário; • Obter condições seguras com relação ao piso; • Colocar o suporte de soro ao lado da cama, quando necessário; • Elevar ou abaixar a altura da cama, para ficar no mesmo nível da maca; • Travar as rodas da cama, maca e cadeira de rodas ou solicitar auxílio adicional; • Adaptar a altura da cama ao trabalhador e ao tipo de procedimento que será realizado; Devem-se, também, utilizar equipamentos auxiliares e adaptar as condições do https://alugamed.com.br/blog/wp-content/uploads/2017/01/shutterstock_190600340.jpg 48 ambiente a cada paciente em particular. Neste caso, pode ser necessário: • Colocar barras de apoio em banheiros • Elevar a altura do vaso sanitário ( compensadores de altura para vasos convencionais ) • Utilizar cadeira de rodas própria para banho ou higiene Existem algumas orientações, especificamente relacionadas com os princípios básicos de mecânica corporal, que devem ser utilizadas pelo pessoal de enfermagem durante a manipulação de pacientes 6,10,11,12,16: • Deixar os pés afastados e totalmente apoiados no chão; • Trabalhar com segurança e com calma; • Manter as costas eretas; • Usar o peso corporal como um contrapeso ao do paciente; • Flexionar os joelhos em vez de curvar a coluna; • Abaixar a cabeceira da cama ao mover um paciente para cima; • Utilizar movimentos sincrônicos; • Trabalhar o mais próximo possível do corpo do cliente, que deverá ser erguido ou movido; • Usar uniforme que permita liberdade de movimentos e sapatos apropriados; • Realizar a manipulação de pacientes com a ajuda de, pelo menos, duas pessoas; Movimentação de clientes no leito Lembrar que o paciente deve ser estimulado a movimentar-se de uma forma independente, sempre que não existir contra- indicações nesse sentido. Outro ponto que não pode ser esquecido é procurar ter à disposição camas e colchões apropriados, dependendo das condições e necessidades do cliente. O ideal são camas com altura regulável, que possam ser ajustadas, dependendo do procedimento que será realizado7,16. Durante a movimentação, deve-se, sempre que possível, utilizar elementos auxiliares, tais como: barra tipo trapézio no leito, plástico antiderrapante para os pés, plástico facilitador de 49 movimentos,
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