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Luciana Santos ATM 2023/22 Pediatria ASMA – Abordagem ambulatorial · Doença crônica mais frequente na infância. Prevalência varia de 10 a 30% na maioria dos países do mundo. Escassez de trabalhos publicados em < 5 anos. · Não existe definição clínica objetiva e clara do que é asma. Características mais comuns: dispneia, sibilância, tosse, falta de ar, sensação de aperto no tórax. Tais sintomas podem ocorrer nas crises (leves, moderadas ou graves) ou de maneira intermitente ou persistente (intercrises). · Espirometria, medida da hiperresponsividade brônquica (HRB) e exames que medem inflamação = auxílio no diagnóstico. Resultados normais em criança assintomática não exclui diagnóstico. · ESPIROMETRIA: Antes e após uso de broncodilatador (BD) deve ser realizada em suspeita. Elevação > 12% no volume expiratório forcado no primeiro segundo (VEFI) após broncodilatador indica reversibilidade da obstrução e diagnóstico de asma. · HRB: feita para diagnóstico diferencial · AVALIAÇÃO DA ALERGIA: testes cutâneos de leitura imediata ou de hipersensibilidade imediata (TCHI), dosagem de IgE total e específica > determinam se mais de um alérgeno está envolvido. DIAGNÓSTICO DA ASMA · História clínica de crises de insuficiência respiratória aguda que melhoram com broncodilatadores. · Avaliação imunológica com níveis elevados de IgE e positividade em testes cutâneos de leitura imediata com aeroalérgenos · Avaliação funcional com espirometria pré e pós-broncodilatador e medida da hiper-responsividade brônquica, por exemplo, a metacolina. Fazem diagnóstico: 1+2+3, 1+2 e 1+3. RISCO MAIOR DE ASMA NA ADOLESCÊNCIA História de atopia pessoal/familiar; sexo masculino; obesidade; poluição dentro e fora do domicílio; exposição a fumaça de cigarro; aparecimento de sibilancia > 2 anos de idade; infecção grave por vírus sincicial respiratório quando lactente; frequência elevada de crises na primeira infância; função pulmonar alterada; hiperresponsividade das vias aéreas. ASMA EM LACTENTES 80% dos escolares e adolescentes asmáticos: início dos sintomas nos primeiros anos de vida. Quanto menor a criança, maior a possibilidade de um diagnóstico alternativo, por ex refluxo gastroesofágico, fibrose cística, síndrome de aspiração, bronquiolite viral, imunodeficiência, doença cardíaca congênita e displasia broncopulmonar. NÃO existem marcadores bioquímicos ou testes clínicos de precisão para diagnóstico. <5 anos: não conseguem realizar espirometria. Dosagem de IgE alterada depende da idade da criança e é de difícil interpretação nos mais jovens. Índice preditivo de asma (IPA) – desenvolvido em < 3 anos, para predizer o risco de asma a partir de 6 anos de idade. IPA modificado inclui crianças a partir de 2 anos. (não é completamente validado) MANEJO DA ASMA NO AMBULATÓRIO (intercrise) Uso de corticoides inalados (CI). Diretrizes atuais > recomendam uso de CI diariamente como tratamento preferencial para crianças com asma persistente leve, moderada e grave. Todos os asmáticos devem usar SABA como medicação de resgate para aliviar crise aguda. CI contínuo evita a perda progressiva de função pulmonar. Inflamação alérgica responde melhor ao CI do que a não alérgica. Asma mal controlada > adicionar segunda droga > usar beta-2-agonista de longa ação (LABA) em > 4 anos ou antagonista dos receptores de leucotrienos (melhor do que aumentar a dose de CI). LABA isolado não é recomendado – sempre associado a CI. Sempre verificar se a asma está controlada, parcialmente controlada ou não controlada. Alguns estudos > indicam uso de espaçados valvulados (plástico ou metal) ou artesanais (garrafas e copos plásticos) sobre os nebulizadores, para administração de aerossóis na asma. Se adequados > todos os dispositivos são eficazes. Vantagens e importância dos aerossóis: doses mais baixas, efeito mais rápido, menor índice de efeitos colaterais, menores efeitos sistêmicos, ação no órgão alvo. Espaçador: maximiza a liberação e minimiza a deposição de medicamentos na orofaringe. Deve ser usado sempre em crianças. DISPOSITIVOS DE AEROSSÓIS: Inaladores pressurizados com doses medidas: em jato. Espaçadores duplicam ou triplicam a dose de aerossóis depositada nas vias aéreas. Inaladores de pó-seco: fácil utilização, não necessitam de espaçadores. Próprios para > 5 anos. Nebulizadores: compressores de jato de ar, oxigênio ou energia ultrassonica. Mais antigos para administração de aerossóis. Liberam em partículas líquidas durante vários minutos. Cuidados com os dispositivos e quanto ao uso: Utilização de detergentes de uso domiciliar para resolver problema de carga eletrostática em espaçadores de plástico. Medicamentos devem ser adm na ausência de choro <5 anos são incapazes de utilizar aerossóis em forma de pó seco e sem espaçadores Espaçador com peça bucal é preferível do que com máscara facial Educação do paciente e familiares Prescrição do dispositivo liberador de aerossol: idade, preferencia familiar, facilidade de uso, custo, durabilidade, disponibilidade comercial, formulação, dosagem, tipo de droga e local de uso (enfermaria, PA, domicílio). Técnica para usar aerossóis dosimetrados (spray) com espaçador em crianças: · Agitar o spray > retirar a tapa e conectar ao espaçador > colocar a máscara do espaçador no rosto cobrindo nariz e boca > posicionar o pescoço em extensão > olhar para o teto > ativar o spray uma vez > manter o espacador na mesma posição por 15-30 seg > repetir o procedimento após alguns segundos se necessário. · Maximização da deposição pulmonar dos aerossóis: lavar os espaçadores semanalmente com água e detergente e deixar de molho (sem tirar o detergente). CI EM LACTENTES E PRÉ-ESCOLARES Usar de 3 a 12 meses na sibilância persistente moderada a grave. Usar espaçadores valvulados tipo Aerochamber em <5 anos e dar preferencia aos medicamentos na forma de pós-secos para > 5 anos. BUDESONIDA (poucos efeitos sistêmicos) e FLUTICASONA (potência tópica maior): melhor índice terapêutico que os demais CI. Doses >400mg/dia de Beclometasona ou outro CI > fazer medidas físicas periodicamente > risco de alterações na velocidade de crescimento por supressão adrenal. PROFILAXIA Primária: evitar o aparecimento da asma ou diminuir incidência. Secundária: após aparecimento da asma, para diminuir o impacto. Evitar exposição alergênica excessiva (sensibilização precoce) nos primeiros anos de vida, bem como evitar creches no primeiro ano de vida (prematuros e mães asmáticas). Potencial para asma > pode vacinar. Persistência de sintomas + gravidade progressiva > asma de difícil controle. REAVALIAÇÃO DO PACIENTE COM ASMA · 1 a 3 meses após início do tratamento. Depois, a cada 3 a 12 meses. · Durante a gravidez: a cada 4 a 6 semanas. · Depois de exacerbação: dentro de 1 semana. · Se mal-controlada por 2-3 meses, afastada falta de adesão, técnica incorreta e comorbidade > intensificar o tratamento. · Controle mantido por 3 meses > diminuir tratamento.
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