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INTERFACE ENTRE AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS Acadêmicos Ana Paula Ribeiro dos Santos Cristina Pereira Cortes Janaine Maciel de Souza Liliane Camargo Santos Rosimara de Fátima Lopes Dias Professor-Tutor Externo Márcia de Paula Vargas Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI Curso Pedagogia1653 – Prática do Módulo IV 03/07/2018 RESUMO O presente trabalho busca apresentar um estudo sobre a teoria das Inteligências Múltiplas desenvolvida por Howard Gardner (1995). Iniciando com uma pequena explanação do conceito de inteligência, passando pelo histórico do desenvolvimento da tese do psicólogo, tendo seu foco central no relato sobre cada um dos nove tipos de inteligências, podendo estes serem mais ou menos desenvolvidas dependendo dos estímulos recebidos. Finalizando apresentamos a importância da visão pluralista da escola e do educador em um ensino que vise reconhecer as diversas competências de aprendizagem de cada aluno em sua singularidade. Destacamos a responsabilidade de cada professor em diversificar sua prática de ensino para lecionar os conteúdos propostos. Palavras-chave: inteligências múltiplas, desenvolvimento, ensino. 1 INTRODUÇÃO O reconhecimento do intelecto humano faz parte de nosso contexto histórico-cultural, havendo assim várias definições para o termo, a palavra “inteligência” deriva do latim das palavras inter = entre e eligere = escolher. Conforme Antunes (2005) inteligência significa a capacidade de conseguirmos compreender as coisas escolhendo o melhor caminho. Assim a inteligência é a habilidade mental que possibilita a eficiência do aprendizado adaptando-se com facilidade a uma nova situação. “A inteligência não aparece, de modo algum, num dado momento do desenvolvimento mental, como um mecanismo completamente montado e radicalmente diferente dos que o precederam. Apresenta, pelo contrário uma continuidade admirável com os processos adquiridos ou mesmo inatos respeitantes à associação habitual e ao reflexo, processos sobre os quais ela se baseia ao mesmo tempo em que os utiliza”. (PIAGET, 1986, p.23). Deste modo passamos a entender que a inteligência é como um processo de organização biológica através do processo evolutivo, e há pouco tempo atrás que a inteligência fosse simplesmente a capacidade do indivíduo de aprender, instituindo-se apenas do fator hereditário capaz de ser medido. As formas mais freqüentes para avaliação dos níveis de inteligência através dessa concepção eram através de testes padronizados com questões de múltipla escolha que buscavam verificar o chamado Quociente de Inteligência (Q.I), examinando e identificando as capacidades verbais e não-verbais, dentre elas: memória, compreensão e solução de problemas, acreditando que o grau de inteligência de cada criança depende unicamente de sua idade mental, assim, se uma criança for mais nova, apresentará pouco nível de inteligência. De modo inverso, se for mais velha, será mais inteligente, pois o teste sempre estará ligado à sua idade cronológica (GARDNER, 1995). Ao longo dos anos diversos testes foram criados, a fim de medir o nível de inteligência baseando se nos mesmos fundamentos, porém dentre eles podemos destacar o Teste de Aptidão Escolar-Sat, (1926) seu fundamento era baseado em resultados verbais e matemáticos. O que possibilitou o desenvolvimento de testes mais abrangentes, tal como os desenvolvidos por Todd Lubart e Robert J. Sternberg, que trouxeram uma concepção pluralista do conceito de inteligência. Por meio destes testes o psicólogo cognitivo Howard Gardner (1995) desconsiderou a padronização e a “visão uniforme” e limitada do conceito de inteligência, para ele a inteligência deveria ser estabelecida como a capacidade que o indivíduo tem de solucionar problemas ou elaborar situações que sejam valorizadas nos mais diferentes ambientes. Para determinar seu conceito Gardner analisou diversas populações de crianças, procedendo em uma análise fatorial estatística, que resultou em um amplo diagnóstico, apontando assim, a existência de uma série de inteligências: Inteligência Lógico-Matemática, Inteligência Linguística, Inteligência Musical, Inteligência Espacial, Inteligência Corporal-Cinestésica, Inteligência Interpessoal, Inteligência Intrapessoal, Inteligência Naturalista e Inteligência Existencial. Todos os indivíduos normais possuem cada uma dessas capacidades em certa medida; os indivíduos diferem no grau de capacidade e na natureza de sua combinação (GARDNER, 1995, p.20). Posteriormente outras inteligências foram sugeridas tais como espiritual, moral e existencial, mas Gardner não as incluiu em sua listagem original. É importante ter em mente que todas as inteligências são válidas e as pessoas nascem com o potencial de desenvolver as nove inteligências, porém em condições ambientais (amigos, família, localidade), elas normalmente recebem estímulos para o desenvolvimento de apenas uma ou duas inteligências. 2 INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS 2.1 LINGUÍSTICA Esta diretamente ligada à linguagem, comunicação e interpretação do mundo através das palavras, sendo fortemente relacionado ao lado esquerdo do cérebro, considerada uma das inteligências mais comuns. A inteligência “da palavra” pode a princípio parecer limitada devido ao fato de saber transformar e interpretar concepções em símbolos gráficos tais como: escrever e ler. Seus componentes centrais são a sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, especial percepção das diferentes funções da linguagem e a habilidade para usar a linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir idéias de acordo com (GUIMARÃES, 2006). No poeta, então, vê-se em funcionamento com especial clareza as operações centrais da linguagem. Uma sensibilidade ao significado das palavras, por meio da qual o indivíduo aprecia as sutis nuances de diferença entre derramar tinta “intencionalmente”, “deliberadamente” e “de propósito”. Uma sensibilidade à ordem entre as palavras – a capacidade de seguir regras gramaticais e, em ocasiões cuidadosamente selecionadas, violá- las. Num nível um tanto mais sensorial – uma sensibilidade aos sons, ritmos, inflexões e metros das palavras – aquela habilidade que pode tornar belo de ouvir até mesmo um poeta numa língua estrangeira. (GARDNER, 1994, p.60). Essa inteligência não é apenas privilégio de poetas e escritores, em crianças esta habilidade se expressa através da capacidade para contar histórias originais ou para contar, com exatidão, experiências vividas, ao longo do desenvolvimento manifestam gosto pela leitura e escrita. Destacam-se nessa área: escritores, poetas, redatores, roteiristas, oradores, líderes políticos e jornalistas. Para ANTUNES (2001, p.22) as pessoas que possuem essa característica tendem também a se interessar por idiomas diferentes, gostam de ouvir histórias, realizar palavras cruzadas, são sensíveis a regras, organizados e sistemáticos. Ela também diz respeito a discursos internos, a pessoas que conversam com si mesmas. A língua é materna é transversal a todo o currículo. Ela está presente em todas as disciplinas e em qualquer contexto da vida, é na família que a criança começa a ter contato com ela e a receber os primeiros estímulos tais como: Contação de histórias, estimulação de diálogos, interpretação de idéias. Um exercício sempre interessante pode ser ao solicitar ao ouvinte a reconstrução de uma frase com o uso de palavras diferentes das utilizadas originalmente, ainda que preservandoa exatidão do conteúdo (Antunes, 2006, 70), ou seja, alterar a ordem das sentenças das palavras e incentivar a busca da compreensão, o docente em sala contribui muito nesse processo de estímulos podendo desenvolver atividades através de jogos lingüísticos, teatro, proporcionando oportunidades para os alunos individualmente, lerem, escreverem, ouvirem e falarem entre outros. 2.2 CORPORAL-CINESTÉSICA Essa inteligência está relacionada a habilidades corporais em expressar sentimentos, idéias através da manipulação de objetos ou êxito no desempenho de habilidades físicas. (ARMSTRONG apud GUIMARÃES, 2006). Cinestesia é o termo usado para explicar o conjunto de sensações que sentimos e percebemos nosso corpo, tais como movimentos musculares, destaca-se as habilidades de equilíbrio, força, destreza usando seu corpo para cumprir determinado propósito. De acordo com Gardner, o “conhecimento” corporal- cinestésico corresponde muito dos critérios de uma inteligência: Executar uma seqüência mímica ou bater numa bola de tênis não é resolver uma equação matemática. E, no entanto, a capacidade de usar o próprio corpo para expressar uma emoção (como na dança), jogar um jogo (como num esporte) ou criar um novo produto [...] é uma evidência dos aspectos cognitivos do uso do corpo. (1995, p. 24). O controle do movimento corporal está localizado no córtex motor, com cada hemisfério dominante ou controlador dos movimentos corporais no lado contralateral. Nos destros, a dominância desse movimento normalmente é encontrada no hemisfério esquerdo, o desenvolvimento de movimentos individualizados do corpo é uma característica de diferentes espécies, nos seres humanos, esta habilidade é estendida através do uso de ferramentas e do desenvolvimento cultural. Ela pode ser identificada em dançarinos, inventores, mímicos, atores e atletas, conforme afirma Antunes (2001, p.19), ao estimular essa competência também se está estimulando outros recursos como tato, atenção, visão, olfato e paladar. Podemos destacar também nos indivíduos características como, bons reflexos interesse por esportes físicos, respostas treinadas, aprende melhor em movimento, brinca com objetos em quanto realiza outras tarefas. Para Smole (1996, p. 12) ainda é comum muitas pessoas que se recusam a reconhecer essa inteligência como uma parte importante do desenvolvimento muitas vezes o uso do corpo em movimento não é valorizado pela sociedade. Sua estimulação por meio de atividades como a prática de exercícios físicos, usarem a dança para aprender, usar o movimento para aprender, representar a aprendizagem, jogos como lego, inserção de práticas artesanais e brincadeiras. 2.3 ESPACIAL A Inteligência Espacial é importante para orientação em diversas localidades, reconhece às representações gráficas em mapas, diagramas ou formas geométricas, esta envolvida também na resolução de problemas espaciais sejam reais ou imaginárias. Este tipo de inteligência relaciona pessoas que tem capacidade de lidar com aspectos, formas, figuras, espaço e a relação que existe entre eles e pessoas criativas e extremamente organizadas como engenheiros, arquitetos e até mesmo pintores e escultores. Esta forma de inteligência se destaca em Darwin (que associou sua teoria à árvore da vida), ou em Dalton (que associou a imagem do átomo a do sistema solar), Leonardo Da Vinci e Pablo Picasso. Segundo Piaget “O advento de operações concretas no início da escolaridade simboliza importante ponto de mudança no desenvolvimento mental da criança”. Em sala de aula o estímulo à Inteligência Espacial pode ser trabalhado com a alfabetização cartográfica, a leitura do espaço pela criança representa uma descoberta com grande significado em sua formação. Á partir dos 5 anos podemos desenvolver exercícios físicos ou jogos que explorem a noção de direita e esquerda, encima e embaixo, esportes como natação e judô são ótimos para estimular e desenvolver tais habilidades. Além de ser uma atividade prazerosa para criança ela vê como uma brincadeira, uma diversão na qual é estimulada brincando. 2.4 ECOLÓGICA A Inteligência Ecológica esta presente em pessoas que observam os aspectos da flora e da fauna, esta ligada diretamente com o meio ambiente, com a vida ou com a vivência animal e vegetal. Segundo Gardner (1994), é a facilidade que algumas pessoas possuem em conhecer o mundo vivo, saber distinguir e classificar diferentes espécies de animais, insetos, plantas, flores, e etc. Esta inteligência destaca-se em biólogos, botânicos, jardineiros e veterinários, mas não basta ter o conhecimento, e sim a sensibilidade para entender o mundo natural compreendendo sua integração e harmonia, esta forma de inteligência se destaca em Charles Darwin e Carolus Linnaeus (Lineu). Para trabalhar com as crianças esta inteligência podemos começar fazendo uma horta na escola ensinando desde a plantar a semente e como cultivá-la no período anual, explicar sobre a importância de separar o lixo e como alguns produtos podem ser reaproveitados com a reciclagem, isto trás um leque de novos materiais e brinquedos que podem ser construídos, passeio ao ar livre seja com um piquenique no parque ou um passeio ao zoológico estimulam a percepção da criança sobre a importância da natureza e que devemos preservá-la 2.5 INTERPESSOAL Essa inteligência desenvolve o potencial da pessoa se colocar no lugar do outro, percebendo a necessidade do indivíduo e conseguindo distinguir sentimentos e emoções. Possui fácil percepção e se adéqua a todos os tipos de grupos, conseguindo interagir com todos, possuindo excelentes qualidades para liderar, e percebendo tudo o que é indispensável para um grupo de indivíduos. Busca e cultiva relações com as outras pessoas e contribui para o melhor convívio, sendo sempre muito cortês, e tendo sempre facilidade para se comunicar. "Inteligência Interpessoal: a capacidade de perceber e fazer distinções no humor, intenções, motivações e sentimentos de outras pessoas". (Armstrong, 2001, p. 14-15). Para diagnosticar esse tipo de inteligência, sabemos que a escola, por exemplo, é uma grande aliada para identificá-la e desenvolvê-la, proporcionando práticas educativas, e entre essas práticas está à tarefa em equipe. As profissões que podem ser exercidas relacionada a essa inteligência podem ser todo tipo de liderança, inclusive religiosa e política, posições que tem contato direto ao outro (vendedores), ao público (atores), enfim. Diante disso podemos entender que quanto mais cedo se descobrir essa inteligência, melhor será o seu relacionamento com o próximo, e mais fácil de determinar seu lugar na sociedade. 2.6 INTRAPESSOAL A Inteligência Intrapessoal desenvolve a capacidade de a pessoa conhecer a si mesma, se respeitando e se aceitando, conseguindo controlar suas emoções e sabendo o seu próprio limite. Essa inteligência faz com que o indivíduo saiba até onde podem ir, quais são seus http://biologo.com.br/bio/lineu/ temores e como reagir diante das situações. Sempre confiante, possui opinião própria, determina seus objetivos e sabe se expressar. Entre as profissões que estão ligadas a essa inteligência temos o terapeuta, o psicólogo e o filósofo, e uma das formas de estimular no ambiente escolar, é fazer atividades que os faça refletir sobre algum tema e depois discuti-las. "É de máxima importância reconhecer e estimular todas as variadas inteligências humanas e todas as combinações de inteligências. Nós somos todos tão diferentes, em grande parte, porque possuímos diferentes combinações de inteligências. Se reconhecemos isso, penso que teremos pelo menos uma chance melhor de lidar adequadamente com os muitos problemas que enfrentamos neste mundo". Howard Gardner (1987). Diante dessa afirmação, podemos entender que mesmo se tratando de uma capacidadeinterna as inteligências devem ser estimuladas, inclusive a intrapessoal, justamente por sermos tão diferentes um do outro. Quando soubermos entender e compreender isso, poderemos contribuir para um mundo melhor. 2.7 EXISTENCIAL Como o próprio nome já fala: Existencial, também conhecida como Espiritual, é a inteligência que desenvolve a capacidade de aprofundar estudos sobre nossa existência, qual a razão pelo que estamos neste mundo, qual nossa posição no universo, qual será o nosso fim, enfim. Foi uma das últimas inteligências descobertas e ainda não é bem vista dentro das faculdades, por ter uma ligação com o mundo "espiritual", entre as pessoas que possuem essa inteligência está o filósofo. Segundo Letícia Strehl apud Gardner 1994, p.7 “(...) existem evidências persuasivas para a existência de diversas competências intelectuais humana relativamente autônoma abreviadas daqui em diante como ”inteligências humanas“. Estas são as "estruturas da mente " do meu título. A exata natureza e extensão de cada "estrutura" individual não é até o momento satisfatoriamente determinada, nem o número preciso de inteligências foi estabelecido. Parece-me, porém, estar cada vez mais difícil negar a convicção de que há pelo menos algumas inteligências, que estas são relativamente independentes uma das outras e que podem ser modeladas e combinadas numa multiplicidade de maneira adaptativas por indivíduos e culturas." Entendemos que mesmo sendo de suma importância desenvolver o conhecimento dentro dessa área, muito ainda assim se torna resistente a este saber, e à medida que o tempo passa novas descobertas surgem conforme os estudos vão sendo aprofundados, resultando na possibilidade de novas inteligências surgirem. 2.8 LÓGICO-MATEMÁTICA A inteligência lógico-matemática está associada a capacidade de lidar com números e também de resolver problemas. “A INTELIGÊNCIA LÓGICO-MATEMÁTICA é a competência para raciocinar de maneira lógico-dedutiva e solucionar problemas envolvendo números e elementos matemáticos. Esta presente em cientistas, advogados, físicos, matemáticos etc.” (LAKOMY, Ana Maria ,Pag. 56). As pessoas com inteligência lógico-matemática têm muita facilidade para calcular, e quando precisam resolver algo relacionado a números fazem como se fosse um robe e até mesmo quando estão em momentos de descanso. “Essa forma de inteligência, portanto, manifesta-se na facilidade para o cálculo, na capacidade de perceber a geometria nos espaços, no prazer especifico que algumas pessoas sentem ao descansar resolvendo um quebra-cabeça” que requer pensamento lógico ou ao “inventar” problemas lógicos enquanto estão no trânsito congestionado ou aguardando em uma longa fila” ( Antunes,2015,p.32). É uma competência mais diretamente associada ao pensamento científico. Pode se notar que todas as pessoas possuem a inteligência-matemática porém em algumas fica mais evidente. Pessoas com essa inteligência avançada, ganham a admiração da sociedade. “A inteligência-logico matemática, como as demais, esta presente em todas as pessoas, mas em algumas mostra-se mais acentuada e permite o aparecimento de figuras como Euclides, Pitágoras, Newton, Bertrand Russel e , sobretudo, Einstein, e de numerosos engenheiros e arquitetos brilhantes. Entre todas as inteligências, indiscutivelmente, a logica- matemática e a verbal são as de maior prestígio.” ( Antunes, 2015, p. 32). Uma das principais características dessa inteligência e a rápida resolução de um problema, além de projetar algo na memória e transferir pro papel da mesma forma que imaginou. “Esta forma de inteligência foi imensamente investigada por psicólogos tradicionais, e é o arquétipo de “inteligência pura” ou da faculdade de resolver problemas que encurta significativamente o caminho entre os domínios.” (GARDNER, 1995, p.25). 2.9 INTELIGÊNCIA MUSICAL É a eficiência de se aprofundar em termos musicais, identificar assuntos melódicos elaborar canções. “A Inteligência Musical é a competência de pensar em termos musicais, reconhecer tons e sons musicais, observar como podem ser transformados e produzir criativamente músicas. Muitos músicos conhecidos não tiveram aprendizagem formal” (LAKOMY, Ana Maria PAG 57). Quando conseguir ler, escrever e interpretar através da música se tem inteligência musical, isso será notado nas pessoas quando elas cantam muito bem, tocam instrumentos, consegue observar ritmos, melodia, timbre, tons, tem habilidades diferenciadas. “... que sua competência se manifesta, desde muito cedo, pela facilidade em identificar sons diferentes, perceber as nuanças de sua intensidade, captar sua direcionalidade. Especificamente na música, a inteligência percebe com clareza o tom ou a melodia, o ritmo ou a frequência e o agrupamento dos sons e suas características intrínsecas, geralmente denominada de timbres.” (Antunes, 2015, p.58). A inteligência musical representa competências para tocar instrumentos musicais sem precisar de estímulos específicos. “Existe um vínculo biológico a uma determinada inteligência” Gardner (1995, p.22). A LDB traz a música como uma disciplina obrigatória na grade curricular escolar no ensino fundamental e médio dentro do componente de artes, entendendo a necessidade de se relacionar com a música, pois ela também é fonte de cultura e de inteligências. “O objetivo não é formar músicos, mas oferecer uma formação integral para as crianças e a juventude. O ideal é articular a música com as outras dimensões da formação artística e estética.” Conforme explica Helena de Freitas, coordenadora-geral de Programas de Apoio à Formação e Capacitação Docente de Educação Básica no Ministério da Educação. O MEC recomenda que os alunos aprendam cantos, ritmos, danças e sons de instrumentos regionais e folclóricos para, assim, conhecer a diversidade cultural do Brasil. 3 AS IMPLICAÇÕES NA ESCOLA COM A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS A teoria das inteligências múltiplas em sala de aula tem muitas razões para serem levadas a sério, pois interferem no desenvolvimento natural dos seres humanos. Segundo Gardner (1995, p.35) [...] há razoes importantes para considerar a teoria das inteligências múltiplas e suas implicações para a educação. Será necessário que a escola proporcione o incentivo e o apoio para a descoberta e domínio das múltiplas inteligências e não foque somente nas capacidades linguísticas e lógicas, pois isso pode prejudicar e muito os alunos com outras inteligências, e que só necessitam se descobrir e estimular para desenvolvê-las. “... É evidente que o professor não pode confiar cegamente em sua intuição, é mais do que essencial que estude e que aprenda, que pratique e que divulgue seus experimentos, que tenha um espírito analítico para acompanhá-los e para anotar a progressão de seus resultados e que principalmente, saiba que as modificações no estimulo das inteligências múltiplas só é viável com a inclusão de um programa para estimulação, que não dará resultado com experimentos isolados e meramente circunstanciais.” ( Antunes, 2015, p 100). É necessário que o professor entenda que cada aluno aprende de forma diferente e estimule o para assim descobrir qual inteligência se manifesta em cada um com mais intensidade. “Particularmente, sentimos que, quando o professor acredita nas múltiplas inteligências e em sua habilidade em motiva-las, ele se descobre um extraordinário estimulador de habilidades em seus alunos.” (Antunes, 2015, p 100) 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Todos os seres humanos possuem potenciais diferenciados, que muitas vezes não são explorados de forma a favorecer seu desenvolvimento, com a teoria das Inteligências múltiplas podemos entender cada potencialidade, seus estímulos e suas dificuldades deaprendizado. Sabe-se que há muitas pessoas que apresentam e têm muitas dificuldades em determinadas matérias exatas, outras com as humanas. Já outras pessoas têm facilidade na dança, outras mesmo que treinem bastante já não apresentam tanta habilidade, cabe a escola e a seu corpo docente criar práticas de ensino que busquem por meio da interdisciplinaridade e da individualidade de cada educando maximizar e explorar seu potencial nato, para que todos os perfis de inteligências sejam beneficiados e estimulados também em seus déficit para que não se tornem uma barreira para o aprendizado, saindo do ensino tradicionalista que beneficia quase que exclusivamente, as inteligências linguística e lógico-matemática. Não é possível tratar a inteligência apenas como uma capacidade única, e sim como uma área múltipla e composta por um conjunto de fatores que levam a compreensão e ao aprendizado. O cérebro humano também não abriga uma memória geral e sim formas de memorização e competências diversas de concentração subordinadas a cada uma das inteligências, ainda que cientistas afirmem que o número de nove é relativamente subjetivo levando em consideração cada indivíduo e suas habilidades cognitivas. “Somos todos geniais. Mas se você julgar um peixe por sua capacidade em subir em árvores, ele passará sua vida inteira acreditando ser estúpido”. Albert Einstein REFERÊNCIAS Araújo, Renata Miranda. A teoria das Inteligências Múltiplas - Descomplica professor-#55 03/08/17. Acessado em 05/04/18. Barros, Jussara de Inteligências Múltiplas-Novo conceito em educação. Equipe Brasil Escola. Acessado em 05/04/18. Gardner, Howard. A Teoria das Inteligências Múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994. Strehl, Letícia. Teoria das Múltiplas Inteligências de Howard Gardner: Breve Resenha e Reflexões Críticas. Seminário sobre Ensino e Comunicação e Informação. 2000/2. 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