Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cap.3 – Perdas, potências e rendimentos 3.1) Perdas As perdas em máquinas hidráulicas podem ser sub- divididas nos seguintes tipos: •Perdas hidráulicas; •Perdas volumétricas; •Perdas mecânicas. TURBINAS HIDRÁULICAS : Energia hidráulica Trabalho + Perdas BOMBAS E VENTILADORES: Trabalho Energia hidráulica + Perdas 3.1.1) Perdas hidráulicas hpá hHH Denotadas por hh , ocasionam uma perda de pressão no escoamento. Para turbinas, a altura de queda Hpá , absorvida pela máquina e em parte transformada em energia mecânica, é: Para bombas, a altura de elevação Hpá , fornecida pela máquina e em parte transformada em potência hidráulica, é: hpá hHH A) Atrito viscoso São perdas devido ao atrito viscoso do fluido em escoamento no rotor, no distribuidor (turbinas), na caixa espiral e no tubo de sucção (turbinas de reação). B) Atrito lateral: Ocorre perda de potência devido ao atrito viscoso entre o rotor e a parcela de fluido que escoa entre o rotor e a carcaça. Denotada por Pa. C) Perdas por refluxo: Denotada por Pd. Perdas que ocorrem devido a variação de seção dos canais entre as pás. Perdas por refluxo ocorrem notadamente em bombas devido ao escoamento desacelerado nos canais. 3.1.2) Perdas volumétricas: São perdas por fuga que ocorrem nos labirintos, perdas de fluido na gaxeta, e em algumas construções perdas de fluido para compensação do empuxo axial. A vazão total de fuga é Qf . A vazão que flui através do rotor é Turbinas: Rotor Qr Qf Q Q Bombas: Rotor Qr Qf Q Q Qr = Q - Qf no caso de turbinas e, Qr = Q + Qf no caso de bombas. No caso de turbinas Francis: •q1 = perda por fuga no labirinto interno (normalmente parcela desta vazão de fuga passa pela selagem do eixo e parte passa pelos furos de compensação de empuxo axial, dependerá da construção) •q2 = perda por fuga no labirinto externo. 3.1.3) Perdas mecânicas As perdas citadas são chamadas perdas internas em seu conjunto (hidráulicas e volumétricas). Além destas ocorrem também perdas mecânicas devido ao atrito nos mancais e vedações. 3.2 - Potências iahfi HQgP)hH)(QQ(gP 3.2.1) Potência interna: Pi < Ph Hi < H idahfi HQgPP)hH)(QQ(gP Pi > Ph Hi > H Para bombas a potência interna fornecida ao fluido será: Para turbinas a potência interna obtida com a altura de queda H será: 3.2.3) Potência perdida ehp PPP Para turbinas Para bombas hep PPP 3.2.2) Potência total ou eficaz (Potência de eixo) mie PPP Para turbinas Para bombas mie PPP Ao considerar as perdas externas ou mecânicas, Pm , determina-se a potência no eixo: O somatório das perdas internas e externas são relacionadas pela potência perdida: 3.3 - Rendimentos 3.3.1) Rendimento hidráulico: htpá h hH H H H H H Para bombas: 3.3.2) Rendimento volumétrico: f V QQ Q = Vazão que entra na bomba / Vazão que passa no rotor Para bombas: H hH H H H H htpá h Para turbinas: Q QQ f V = Vazão que passa no rotor / Vazão que entra na turbina Para turbinas: Caracteriza as perdas de pressão. Caracteriza as perdas volumétricas. 3.3.3) Rendimento interno: i h i P P Para bombas: i = h . V h i i P P Para turbinas: Se desprezarmos a perda por atrito lateral e as perdas por refluxo, obtemos para bombas e turbinas: 3.3.4) Rendimento mecânico: mi i e i m PP P P P Para bombas: i mi i e m P PP P P Para turbinas: Caracteriza todas as perdas internas. Caracteriza somente perdas mecânicas. 3.3.5) Rendimento total: Caracteriza todas as perdas da máquina. mi ee h t . P HQg P P Para bombas: Substituindo as expressões para os rendimentos obtem-se: t = h . V . m mi e h e t . HQg P P P Para turbinas: É usual adotarmos para dimensionamentos V = 1, hipótese que conduz a expressão simplificada para o rendimento total: t = h . m turbinas Dimensão t [%] h [%] V [%] m [%] Reação Pequenas Médias Grandes 81 87 93 90 92 96 95 97 99 95 97 98 Ação Pequenas Médias Grandes 80 86 92 85 88 94 94 97 98 Os valores normais para o rendimento total de turbinas são: 3.4 - Esquemas das perdas A figura mostra as perdas que ocorrem em turbinas (MHM) e em bombas e ventiladores (MHG). Fig. 3.2 - Esquema de perdas em turbinas hidráulicas (MHM) e em bombas e ventiladores (MHG) 3.5 - Exemplo de cálculos 3.5.1) Turbinas de reação Exemplo 3.1 - As 6 turbinas tipo Francis da usina de Estreito - Rio Grande - SP/MG, apresentam as seguintes características: i) vazão: 320 [m3/s] , ii) Altura de queda: 60,8 [m], iii) Potência de eixo unitária máxima: 182 [MW]. Pm = Pi - Pe = 180,9 - 177 = 3,9 [MW] Ph = g.QH = 9.780 x 320 x 60,8 x 10 -6 [MW] = 190,3 [MW] Pe = t.Ph = 0,93 x 190,3 = 177 [MW] (ponto de máximo rendimento) Pi = i.Ph = h.v.Ph = 0,96 x 0,99 x 190,3 = 0,95 x 190,3 = 180,9 [MW] Calcular as várias perdas e potências, adotando os rendimentos da tab. 3.1 (turbina de reação de grandes dimensões) Pi = g.(Q-Qf)(H-hh) (Pa = 0) Pfh = g.Qf.hh = 9.780 x 3,2 x 2,4 [W] = 0,075 [MW] (0,04% de Pi) PP = Ph - Pe = 190,3 - 177 = 13,3 [MW] h = (H-hh)/H => hh =H(1-h)=60,8 x (1-0,96)=2,4 [m] Pf = g.Qf.H = 9.780 x 3,2 x 60,8 [W] Pf = 1,9 [MW] v = (Q-Qf)/Q => Qf =Q(1-v)=320x (1-0,99)=3,2 [m 3/s] Phh = g.Q.hh = 9.780 x 320 x 2,4 [W] Phh = 7,5 [MW] 3.5.2) Bomba hidráulica Exemplo 3.2 - Uma bomba hidráulica apresenta as seguintes características: i) vazão: 3 [m3/s] e ii) Altura de elevação: 30 [m]. Calcular as várias perdas e potências, adotando os rendimentos hidráulico, volumético e mecânico respectivamente iguais a 70, 95 e 97 %. Ph = g.QH= 9.780 x 3 x 30 [W]= 880,2 [kW] t = h.v.m = 0,7 x 0,95 x 0,97 = 64,5% i = h.v = 0,7 x 0,95 = 66,5% Pe = Ph / t = 880,2 / 0,645 = 1.364,6 [kW] Pm = Pe - Pi = 1.364,6 - 1.323,6 = 41 [kW] Pi = Ph / i = 880,2 / 0,665 = 1.323,6 [kW] h = H/(H+hh) => hh = H (1/h -1) hh = 30 x (1/0,70 - 1) = 12,86 [m] Pf = g.Qf.H = 9.780 x 0,158 x 30 [W] = 46,4 [kW] Pi = g.(Q+Qf)(H+hh) (Pa e Pd iguais a 0) v = Q/(Q+Qf) => Qf = Q (1/v -1) Qf = 3 x (1/0,95 - 1) = 0,158 [m 3/s] PP = Pe - Ph = 1.364,6 - 880,2 = 484,4 [kW] Phh = g.Q.hh = 9.780 x 3 x 12,86 [W] = 377,3 [kW] Pfh = g.Qf.hh = 9.780 x 0,158 x 12,86 [W] = 19,9 [kW] (1,5% de Pi)
Compartilhar