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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD Avaliação a Distância 1 (AD1) – 2020.1 Disciplina: Educação de Jovens e Adultos Coordenadora: Professora Andrea Fernandes Aluno(a): Jacqueline Dias da Silva dos Santos Matrícula:19112080046 Polo: Três Rios Caro/a Estudante, Nosso objetivo com a Avaliação a Distância é possibilitar o desenvolvimento das respostas a partir de pesquisas e leituras que possam ser feitas utilizando-se, para isso, o material didático postado em cada aula como obrigatórios e o livro da disciplina como material complementar. Além disso, outros materiais relacionados aos temas podem fazer parte de sua pesquisa e devem ser indicados na elaboração da avaliação. Ao final da resposta de cada questão registre as referências bibliográficas utilizadas, conforme as normas da ABNT. Sugerimos, mais uma vez, entendê-la como um trabalho de pesquisa. Bom trabalho! Questão 1: (valor: até 5,0 pontos) O artigo “Escolarização de jovens e adultos”, de Sérgio Haddad e Maria Clara Di Pierro (In: Revista Brasileira de Educação, n. 14, maio-ago/2000, p. 108-130) que faz parte do material didático da disciplina, apresenta uma visão panorâmica da educação para pessoas jovens e adultas. Releia o artigo e apresente uma resenha crítica de até 30 linhas (Fonte Times new Roman, 12, espaçamento 1,5). O artigo de Sérgio Haddad e Maria Clara DiPierro trazem uma rica reflexão sobre o contexto da escolarização de jovens e adultos no Brasil desde seu surgimento no país, desde a chegada dos portugueses há mais de 500 anos até os dias atuais. Contudo, uma análise mais detida sobre o tema se insere na segunda metade do século XX, contexto no qual emerge um pensamento mais voltado para as práticas pedagógicas e para as políticas públicas no âmbito da educação. Ocorre que a elaboração de políticas nesse setor avançou no país sem dar conta das especificidades da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que só passou a ser considerada como pauta a partir de meados da década de 1940. Acontecimentos históricos mundiais como a Segunda Guerra Mundial e características da política brasileira com o passar dos anos delinearam a política educativa voltada à EJA, bem como a responsabilização pelo ensino dentre as esferas municipal, estadual e União. Dada a responsabilidade que o Estado possuía sobre a educação foi possível conhecer a influência dos objetivos políticos de cada governo para a sua promoção. O período da ditadura, marcado pela repressão de movimentos populares em diversos âmbitos inclusive na educação, abrigou o Movimento Brasileiro de Educação (MOBRAL) e a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 5692/71 que regulamentava o Ensino Supletivo. Ambos os programas visavam atender aos projetos desenvolvimentistas da época. Contudo, no período da redemocratização e pós-1985 com contexto propício à ampliação de direitos, a EJA foi reconhecida legalmente através do Artigo 208 da promulgação da Constituição de 1988. Porém, nos idos dos anos 1990 o Brasil ainda apresentava altos índices de analfabetismo. Nesse contexto, o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, o enxugamento da máquina administrativa e o fim da Fundação Educar que atuou como formadora de profissionais e apoio financeiro da EJA. Após os governos de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, a nova LDB, o Plano Decenal e o FUNDEF representaram instrumentos legais implantados no período e que dividem opiniões quanto à universalização. Entende-se com o texto apresentado que a EJA possui um longo caminho a ser percorrido e induz um apelo para uma política que dê conta das especificidades existentes. A formação de professores para esse público é um assunto que deve ser trabalhado com afinco, bem como analisar os diferentes contextos, acessos, flexibilidade de horários que atendam as demandas dos estudantes, bem como uma política pública que se aproxime ainda mais de suas vivências. Referências: NASCIMENTO, Juliane do. A Educação de Jovens e Adultos no Brasil: a problemática da alfabetização no país. In: X Congresso Nacional de Educação. Disponível em: https://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/4660_3396.pdf. Acesso em 1º de Março de 2020. Questão 2: (valor: até 5,0 pontos) 2.1 – Assista ao curta-metragem “Vida Maria”, de Márcio Ramos. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Qwa7BmfQ4Rs 2.2 – Elabore uma análise crítica, relacionando a animação de Márcio Ramos a contextos vivenciados. Em sua análise, considere a necessidade de oferta de classes de EJA produzida a partir de situações de vida como as apresentada no curta-metragem. A mensagem transmitida pelo curta-metragem Vida Maria é relatada em poucos minutos, porém traz uma reflexão importante para toda uma vida. Nela, a história da protagonista Maria José traduz a realidade de muitas famílias brasileiras que, oriundas do campo, lutam com dificuldades econômicas e sociais. O filme inicia-se com Maria José na janela de sua casa escrevendo seu primeiro nome de letra cursiva. A mãe ao ver a cena repreende a menina dizendo que ela estava “perdendo tempo desenhando nome” e que tinha muito trabalho doméstico a fazer, como varrer o https://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/4660_3396.pdf pátio e colocar água para os animais. A menina sai correndo e o que vemos é um cenário o qual se focam apenas a casa da personagem e seu quintal. Esse é o seu universo, circunscrito a uma cerca de madeira que delimita o seu terreno e seu destino. A vida passa, a personagem se casa, tem filhos. Os filhos crescem, porém sua única filha mulher Maria de Lurdes, assim como sua mãe, é repreendida por “ficar fazendo nada e desenhando nome” revelando um ciclo na vida das várias “Marias” existentes e que pertencem a um contexto de falta de oportunidades e escassez de recursos. A reflexão sobre o curta-metragem remete a diversas questões sobre a escolarização de jovens e adultos de contextos como o de Maria. Não cabe fazer julgamentos de valor e responsabilizar essas pessoas por não buscarem outro direcionamento para suas vidas e reproduzirem uma lógica que atravessa gerações. Existem muitas questões estruturais na sociedade que contribuem para a manutenção das desigualdades no acesso à educação e uma delas diz respeito à falta de políticas públicas que atendam as especificidades da população do campo. O importante é considerar o contexto em que essa população vive, suas necessidades e aspirações para possíveis mudanças. Não deve ser algo imposto aos mesmos, deve-se valorizar a diferença do modo de vida da população do campo sem menosprezá-la. É necessário compreender que dentro do próprio contexto rural existe uma complexidade no que diz respeito às mulheres. Sabe-se que a vida das mesmas se limita ao cuidado da casa e dos filhos como o próprio filme retrata. Aos homens, contudo, o trabalho braçal debaixo de sol escaldante é outra realidade. Cabe considerar o “conjunto da obra” ao se elaborar políticas públicas para jovens e adultos nessas condições. Não se trata apenas de instalar escolas em determinado horário e não inserir profissionais com capacitação para compreender as diferentes demandas que se apresentam. Em primeiro lugar deve-se conhecer a população-alvo, respeitá-la em sua pluralidade para depois propor ações nesse meio. São muitas questões para serem consideradas que pedem uma aproximação dessa população para que seja feita uma política pública democrática e universalizante em seu sentido lato. Referências: LIMA; QUEIROZ; VALENTIM. Análise fílmica do curta-metragem Vida Maria no contexto da Arte-Educação: Uma perspectiva da Arte Educomunicação. Disponível em: http://www.editorarealize.com.br/revistas/conapesc/trabalhos/TRABALHO_EV126_MD1_SA19_ID2812_12082019231014.pdf. Acesso em 1º de Março de 2020. http://www.editorarealize.com.br/revistas/conapesc/trabalhos/TRABALHO_EV126_MD1_SA19_ID2812_12082019231014.pdf http://www.editorarealize.com.br/revistas/conapesc/trabalhos/TRABALHO_EV126_MD1_SA19_ID2812_12082019231014.pdf
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