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PIM 2020

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Centro Universitário Planalto do Distrito Federal 
Análise e Desenvolvimento de Sistemas 
Projeto Integrado Multidisciplinar 
 
 
 
 
 
PIM - CRIPTOMOEDAS E SEUS MECANISMOS. 
 
 
 
 
 
Guilherme Rude Gomes – RA 02410035221 
Jhemerson Pablo – RA 024100 
Wilan Francisco Nascimento – RA 02410036690 
Yasmin Pereira Caetano – RA 02410036517 
 
 
Brasília – DF 
29 de março de 2020 
 
Guilherme Rude Gomes 
Jhemerson Pablo 
Wilan Francisco Nascimento 
Yasmin Pereira Caetano 
 
 
 
 
 
 
 
PIM - CRIPTOMOEDAS E SEUS MECANISMOS. 
 
 
 
 
 
Projeto multidisciplinar integrado para 
conclusão do 2º semestre do curso de 
Tecnólogo em Análise e 
Desenvolvimento de Sistemas da 
UNIPLAN – Universidade Planalto do 
Distrito Federal. 
 
 
 
 
 
 
Brasília – DF 
29 de março de 2020 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1 
DESENVOLVIMENTO ....................................................................................... 2 
CRIPTOMOEDAS .............................................................................................. 2 
BLOCKCHAIN.................................................................................................... 4 
SMART CONTRACTS........................................................................................ 7 
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS ......................................................... 9 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 Atualmente, todos realizamos transações financeiras mediante recursos 
e ferramentas tradicionais, consideradas confiáveis e reconhecidas 
mundialmente. Independentemente de qual moeda e qual nação, todas as 
transações efetuadas no mundo utilizam esse mesmo conceito de intermédio 
como forma de garantia de uma transação segura, e dentro das normas legais. 
Os meios existentes praticamente não geram medo ou insegurança aos 
consumidores 
 Os avanços tecnológicos trouxeram diversas vantagens em relação a 
oportunidades e facilidades de comunicação, como também da 
operacionalização de transações financeiras, permitindo a troca de recursos 
entre si independentemente de qual parte do planeta esteja cada indivíduo, e 
tudo isso de forma ágil e eficiente. 
 Em meio a este cenário onde a moeda é emitida e controlada pelo estado 
e a evolução tecnológica, surgiram as moedas digitais criptografadas, que fogem 
totalmente dos conceitos tradicionais das transações financeiras, e que 
prometem substituir os meios de pagamentos existentes. 
 A moeda criptografada ou criptomoeda surgiu com uma promessa 
revolucionária de substituir os meios de pagamento atuais, sem que haja algum 
intermédio do governo ou banco central. Por ser algo novo, provoca muitas 
dúvidas e curiosidades para todos, gerando uma certa polêmica em relação à 
economia mundial. (VICENTE, 2017, p. 85-86) 
 Hoje, existem mais de 5.000 tipos diferentes de criptomoedas disponíveis 
no mercado, sendo novas moedas digitais criadas a cada dia. (VICENTE, 2017, 
p. 85-86) 
 
 
 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
2.1. Criptomoedas 
 Em meio ao contexto tecnológico atual, criou-se a chamada criptomoeda, 
a partir da criptografia. Silva e Albuquerque (2017, p. 19) definem a criptografia 
como o “[...] conjunto de regras que tem por objetivo codificar informações de 
modo que apenas o emissor e o receptor consigam decifrá-las.” 
 Criptomoedas são moedas digitais que usam a criptografia para a 
proteção de dados, para a criação de novas unidades e para confirmar suas 
transações, através de cálculos realizados por super computadores interligados 
(nodes ou nós) na rede blockchain de forma descentralizada. Um exemplo de 
criptomoeda mais conhecida é o Bitcoin (BTC). (OLIVEIRA, 2019, p. 22) 
 Além de serem moedas virtuais, as criptomoedas apresentam três 
principais características que as diferenciam das moedas usuais: a 
descentralização, o anonimato e o baixo custo por transação. (SCHIOCHETTI; 
CUSTÓDIO, 2019). A figura abaixo demonstra as moedas digitais e as 
criptomoedas. 
Figura 1: Características das moedas digitais e criptomoedas. 
Fonte: Foxbit 
 A sua principal característica é a descentralização: o processamento e a 
verificação das transações não exigem uma autoridade central para 
supervisioná-los, e sim são realizados de forma coletiva na rede. 
(SCHIOCHETTI; CUSTÓDIO, 2019) 
 Como exemplo, o Bitcoin é um sistema descentralizado, onde não há 
controle por parte de nenhum órgão estatal. Ou seja, é um meio automatizado, 
sem a possiblidade de impressão, e sua emissão ocorre apenas por 
computadores autorizados. (OLIVEIRA, 2019, p. 22) 
 Resumindo, são computadores dotados de grande sofisticação voltados 
para a moeda eletrônica e que realizam o processo de mineração, no qual é onde 
é realizada a emissão, processamento e validação das transações efetuadas 
através dos Bitcoin. (OLIVEIRA, 2019, p. 22) 
 As criptomoedas fornecem maior privacidade aos seus usuários pois não 
há necessidade de fornecer informações pessoais para a realização de 
transações. Porém isso não significa que não sejam rastreáveis, já que as 
informações de transações realizadas com criptomoedas são registradas no 
blockchain e estão disponíveis publicamente. Qualquer um pode acessar todo o 
histórico das transações já feitas com Bitcoins, por exemplo. (JUNIOR, 2013, 
p.3) 
 A transferência de criptomoedas é feita de forma anônima e independente 
de órgãos reguladores para monitorar, verificar e aprovar as transações entre 
clientes e gerenciar a quantidade de dinheiro em circulação. Neste caso, a 
garantia é dada por uma rede de computadores peer-to-peer constituída por 
máquinas de usuários. Cada computador dessa rede mantém uma cópia de um 
arquivo de contas e registros transacionais. Desse modo, a rede é responsável 
basicamente por administrar a criação de novos bitcoins e as transferências 
entre usuários. (JUNIOR, 2013, p.3) 
 O valor das criptomoedas é influenciado pela confiança que as pessoas 
têm, à demanda pela moeda e também ao tamanho da comunidade, visto que 
quanto maior o número de pessoas usando uma certa criptomoeda, maior será 
o seu valor (efeito de rede). Ainda, o fato de serem limitadas também tem 
influência na valoração . (SCHIOCHETTI; CUSTÓDIO, 2019). 
 No Brasil não há uma conclusão acerca da natureza jurídica e econômica 
das moedas digitais, de forma que não são consideradas legais. Entretanto, a 
operação com moedas digitais não é proibida ou ilegal. Assim se duas ou mais 
partes decidem realizar uma transação com bitcoin ou qualquer outra 
criptomoeda, o procedimento é juridicamente válido. (ROMANO, 2019) 
 No ordenamento jurídico brasileiro, as criptomoedas, em especial o 
bitcoin, não são atreladas às economias estatais, tampouco tem sua emissão 
feita por órgãos competentes. Por isso. Apesar de performar vários aspectos 
definidores de uma moeda segundo a macroeconomia, não pode ser 
considerado uma moeda. (ROMANO, 2019) 
 Mesmo com a falta de regulamentação legal, as moedas digitais devem 
ser declaradas para fins de tributação e existem alguns processos legais em 
trâmite. Porém, o governo brasileiro já deu indícios sobre sua intenção de 
regulamentação, salientando preocupações com a volatilidade, segurança e 
propensão a lavagem de dinheiro que envolvem as criptomoedas. (ROMANO, 
2019) 
2.2. Blockchain 
 A palavra " blockchain " é utilizada como sendo uma descrição de 
determinada estrutura de dados, que por sua vez,pode ser caracterizado como 
uma lista disposta de blocos. Cada bloco tem em si uma lista 
pequena(provalvelmente vazia) de transações, e cada bloco em um blockchain 
é "ligado" de volta o bloco anterior, contendo um “hash” da representação do 
bloco anterior. Tendo em vista esta reação,podemos dizer que as transações 
 no histórico de um blockchain não podem ser apagadas ou modificadas 
sem anular a cadeia de hashes (XU et al ., 2017). Conforme pode ser verificado 
na figura 2. 
 
 
Figura 2: Blockchain 
 Fonte: Damasco (2017). 
 Podemos dizer que funciona como uma constituição incorporada de 
infraestrutura em muitos campos. É formada por seis elementos-chave: 
transparência, descentralização, autonomia, código aberto, anonimato e 
imutabilidade. (LIN e LIAO, 2017). 
 Um blockchain é um banco de dados distribuído que possui uma lista 
normalmente acumulativa de registros de dados. Estes podem ser protegidos 
contra modificação invasiva e revisão; e esta proteção ocorre mesmo nos 
operadores dos nós do armazenamento destes dados. (FANNING e CENTERS, 
2016). 
 Recebendo também o nome de ledger (livro razão contábil público), um 
banco de dados de registro que pode ter todas as transações ou eventos digitais 
que foram efetuados, inclusive os compartilhamentos que ocorreram entre as 
partes de uma rede. Cada participante pode verificar as transações contidas no 
ledger. Após inseridos os dados não podem ser mais excluídos. O blockchain 
possui um registro que pode ser apontado e verificado em cada transação feita 
na rede (CROSBY et al., 2016), de maneira que todos os demais participantes 
possam verifica-las (DINIZ, 2017). 
 Desta forma, as transações no blockchain podem ser continuamente 
acompanhadas, compensadas e guardadas pela rede em blocos conectados aos 
blocos anteriores, fazendo surgir assim uma cadeia na qual cada bloco deve ter 
uma ligação ao bloco anterior para ser inteligível. Essa estrutura marca de forma 
permanente o tempo e arquiva as trocas de valor, não permitindo que alguém 
possa alterar os registros (TAPSCOTT e TAPSCOTT, 2017). 
 No blockchain, cada bloco é validado por um processo matemático 
computacional denominado mineração. Este processo de mineração 
normalmente é executado por um único “peer”(minerador de Bitcoins), ou por 
grupos de peers, também chamados de mining pools (GARAY, KIAYIAS e 
LEONARDOS, 2015). 
 Os blocos são distribuídos para toda a rede que compõem a blockchain, 
após cada um ser gerado. Desta forma todas as partes contêm a informação das 
transações feitas, a segurança se reflete no fato de que se houver um ataque 
tentando modificar alguma transação consequentemente um bloco será 
modificado, a adulteração terá que afetar mais de cinquenta por cento da rede 
para obter algum sucesso(RODRIGUES, 2016). A figura 3 demonstra o registro 
da operação no blockchain. 
Figura 3: Registro de uma transação com criptomoeda no blockchain. 
Fonte: Luizari (2017) 
 De acordo com Mallikharjuna e Kranthi Kumar (2018, p. 6), “ainda há 
muitos casos de uso de tecnologias blockchain como proteção da propriedade 
intelectual, rastreabilidade na cadeia de suprimentos, certificação de identidade, 
seguro, pagamentos internacionais, Internet das Coisas, privacidade do paciente 
em tratamentos médicos ou mercado de previsão”. 
 Portanto, o blockchain pode executar as mesmas funções, no sentido da 
verificação de segurança e autenticidade, das entidades certificadoras e 
centralizadoras das transações de negócios, tais como bancos, governos, 
cartórios; de tal forma que poderá até substitui-las. (GREVE et al., 2018). 
 A tecnologia blockchain, no Brasil, começa a ser objeto de estudo que a 
cada dia se aprofunda mais. Ofertar serviços já faz parte de algumas inciativas 
na plataforma (LUIZARI, 2017), contudo isto ainda é relativamente novo e 
desconhecido por pessoas físicas e jurídicas (CAPUCIO, 2017). 
2.3. Smart contracts 
 A tecnologia blockchain tem permitido a criação de novos serviços e 
soluções para diversas áreas, como o mercado financeiro e as empresas 
notarias, e com isso, vem transformando a realidade de diversos setores 
econômicos. (CROSBY et al ., 2016). 
 Uma das inovações decorrentes da tecnologia blochchain são os 
contratos inteligentes, ou smart contracts, que são contratos auto executáveis 
regidos apenas por código. (GONÇALVES e CAMARGOS 2017) Segundo De Camargo 
(2017): 
 “Smart contracts são contratos digitais escritos em códigos em 
linguagem de programação e executados em um computador. As regras 
de negócio e suas consequências são definidas nos próprios códigos. 
Assim, o smart contract é capaz de obter informações e processá-las de 
acordo com regras configuradas. 
 Também podem ser definidos como contratos digitais construídos em um 
código de computador e armazenados no blockchain, auto executáveis, de 
caráter descentralizado, e que prezam pra praticidade, redução de custos e pelo 
anonimato. (DIVINO, 2018) 
 
 Os smart contracts são aplicativos de software incorporados ao 
blockchain e não requerem necessariamente a intervenção humana para a sua 
execução. Eles são capazes de operar de forma autônoma, e por estarem na 
blockchain, não podem ser alterados, a não ser que seja previsto por contrato. 
Ainda, sua execução não pode ser afetada, pois o contrato inteligente será 
sempre executado segundo as regras salvas na blockchain (FREIRE, 2017). 
 Na imagem abaixo, segue um exemplo de utilização do Smart Contract 
relacionado ao controle dos direitos de propriedade. 
Figura 4: Uso de Smart Contract no controle de direitos de propriedade. 
Fonte: METERA(2018) < http://www.matera.com/blog/post/smart-contracts-o-que-sao> 
 Os contratos inteligentes possuem características que os definem e os 
diferem dos contratos tradicionais. Segundo Divino (2019, p/ 2789 – 2791), são 
elas: 
1) Forma eletrônica: Contratos inteligentes existem apenas na forma eletrônica, 
havendo necessidade de assinaturas ou chaves digitais das partes, forjadas em 
tecnologias de criptografia, como elemento desse tipo contratual. 
2) Transcrição e execução em Hardware e Software: por ser redigido em 
algoritmos ou outra linguagem computacional apta para tal, é necessário que 
exista um software para programação da linguagem previamente acordada e 
pactuada entre as partes e de um hardware para iniciar a execução do acordo 
eletrônico. 
3) Maior chance de adimplemento: Com a redução ou exclusão das 
possibilidades de interpretação e ambiguidade inerentes a língua natural, o 
conjunto computacional executará o contrato inteligente inicialmente acordado 
sem qualquer discricionariedade ou interferência humana. Os smart contracts 
não permitem margem para interpretações por entidades fora da relação 
contratual ou jurisdições externas, sendo o o próprio código o arbítrio final do 
pacto. 
4) Natureza condicional: Na codificação dos smart contracts, as declarações 
condicionais são indispensáveis e deverão ser detalhadas para abarcar todas as 
situações que poderão ocorrer durante a execução contratual, pois o código só 
poderá executar aquilo para o qual foi programado para fazer. 
5) Autônomo: Para ser um contrato inteligente, é essencial que pelo menos 
uma parte da execução seja realizada de forma autônoma, automática. 
6) Cumprimento e execução imperativos: Uma das maiores diferenças em 
relação aos contratos tradicionais, é a possibilidade de cumprimento e execução 
forçados da obrigação em caso de adimplemento ou inadimplemento de uma 
determinada condição pré-estabelecida. Assim, a execução desse negócio 
jurídico independe da vontade das partes ou de posteriores verificações, 
aprovações ou ações dos envolvidos ou de terceiros. Neste contexto, 
teoricamente, os Smart contracts seriam à prova de inviolabilidade (tamper-
proof).. 
2.4. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) 
 Em agosto de 2018 foi promulgada a Lei nº 13.709, também chamada de 
Lei Geral de Proteção dos Dados Pessoais (LGPD) ou Marco Civil da Internet 
(BRASIL, 2018), a qual objetiva medidas preventivas, proativas na manutenção 
e privacidade dos dados de terceiros. Em seu primeiro artigo, a lei dispõe seu 
objetivo geral: 
Art. 1º Esta Lei dispõesobre o tratamento de dados pessoais, inclusive 
nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito 
público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais 
de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da 
personalidade da pessoa natural. (BRASIL, 2018) 
 A LGPD, que entrará em vigor em agosto de 2020, complementa e unifica 
um conjunto de mais de quarenta normas setoriais que regulam, de forma direta 
ou não, a privacidade dos dados pessoais no Brasil. Teve como referência a 
General Data Protection Regulation (GDPR) europeia e objetiva não só a 
garantia das pessoas terem maior controle sobre seus dados, mas também 
incentivar um ambiente de desenvolvimento econômico e tecnológico, mediante 
regras flexíveis e adequadas para lidar com os mais inovadores modelos de 
negócio baseados no uso de dados pessoais. (MONTEIRO, 2018, p. 9) 
 Ainda, no seu artigo 2° (BRASIL, 2018), traz os fundamentos da proteção 
de dados, merecendo destaque o reconhecimento da efetivação e promoção de 
Direitos Humanos Fundamentais como justificativa para a tutela dos dados 
pessoais (MULHOLLAND, 2018, p. 162): 
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como 
fundamentos: 
I - o respeito à privacidade; 
II - a autodeterminação informativa; 
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de 
opinião; 
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; 
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação; 
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e 
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a 
dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais. 
 Para fins de regulação das atividades de tratamento de dados, a lei 
categoriza e tutela de forma diferenciada os dados pessoais e os dados pessoais 
sensíveis. A LGPD (BRASIL, 2018) conceitua que dado pessoal é composto por 
informações relacionadas a pessoa natural identificada ou identificável (artigo 5º, 
I), enquanto que dado pessoal sensível se refere à “origem racial ou étnica, 
convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de 
caráter religioso, filosófico ou político, dado referente à saúde ou à vida sexual, 
dado genético ou biométrico, quando vinculado a uma pessoa natural” (art. 5º, 
II). (MULHOLLAND, 2018, p. 165) 
 A Lei (BRASIL, 2018) protege situações relacionadas exclusivamente 
operações de tratamento de dados, descritas no quinto artigo: 
[...] X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais, como 
as queue se referem a coleta, produção, recepção, classificação, 
utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, 
processamento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação 
ou controle da informação, modificação, comunicação, transferência, 
difusão ou extração (Brasil, 2018,art. 5º, X). 
 Pelo rol descritivo do que se considera tratamento de dados, fica evidente 
que diversas atividades que envolvem dados pessoais sofrerão impacto da nova 
lei. (MULHOLLAND, 2018, p. 163) 
 A LGPD também busca equilibrar interesses econômicos e sociais, 
garantindo a continuidade de decisões automatizadas e também limitando 
abusos nesse processo, por meio da diminuição da assimetria de informações, 
e, por consequência, de poder, entre o indivíduo, setor privado e o Estado. 
(MONTEIRO, 2018, p. 9) 
 Em seu sexto artigo (BRASIL, 2018,art. 6º, VI), que enumera dez 
princípios gerais de proteção de dados pessoais, a Lei assegura aos titulares 
dos dados o direito à transparência, ou seja, o direito de obter "informações 
claras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tratamento e os 
respectivos agentes de tratamento, observados os segredos comercial e 
industrial” (MONTEIRO, 2018, p. 5). 
 Na prática, isso permite que seja solicitado, dos órgãos públicos e 
privados, informações sobre como os seus dados são usados. Esse direito, que 
dá origem ao direito de acesso aos dados, é complementado pelo artigo 19 
(BRASIL, 2018), que determina que (MONTEIRO, 2018, p. 5): 
Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados pessoais serão 
providenciados, mediante requisição do titular: 
I - em formato simplificado, imediatamente; ou 
II - por meio de declaração clara e completa, que indique a origem dos 
dados, a inexistência de registro, os critérios utilizados e a finalidade do 
tratamento, observados os segredos comercial e industrial, fornecida no 
prazo de até 15 (quinze) dias, contado da data do requerimento do 
titular. 
 Em resumo, a LGPD garante aos indivíduos o direito a ter acesso a 
informações sobre que tipos de dados pessoais seus são utilizados para 
alimentar algoritmos responsáveis por decisões automatizadas. Caso o processo 
automatizado tenha por finalidade formar perfis comportamentais ou se valha de 
um perfil comportamental para tomar uma decisão subsequente essa previsão 
também incluirá o acesso aos dados anonimizados utilizados para enriquecer 
tais perfis. (MONTEIRO, 2018, p. 10) 
 A lei ainda prevê a possibilidade de conhecer os critérios utilizados para 
tomar a decisão automatizada e de solicitar a revisão da decisão por um ser 
humano quando esta afetar os interesses dos titulares. (MONTEIRO, 2018, p. 
10). A figura abaixo sintetiza os pontos mais importantes da LGPD: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: Entenda a LGPD 
 
Fonte: https://www.politize.com.br/lei-de-protecao-de-dados/ 
 
3. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, dispõe sobre a proteção 
de dados pessoais e altera a Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 
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Sweden , 2017. Anais… Gothenburg, Sweden : IEEE , 2017. p. 243-252.

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