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Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br Módulo 5 - Serviço Social e Previdência Social Prezado(a) aluno(a), Nesta disciplina abordaremos o sistema de proteção social brasileiro até chegarmos ao conceito de Seguridade Social, conforme preconizado pela Constituição Federal de 1988. Você observará como as políticas de seguridade social, originárias do reconhecimento dos riscos sociais do trabalho assalariado, ampliaram-se a partir do segundo pós-guerra, como meio de prover proteção social a todos os trabalhadores, inscrevendo-se na pauta dos direitos sociais. Estudaremos o desenvolvimento histórico da Previdência Social no Brasil e sua normativa legal, em especial a Lei n° 8.213/91 que trata dos benefícios da Previdência Social. Contextualizaremos ainda a atuação do Assistente Social na Previdência, sempre visando às temáticas mais recorrentes em questões de provas de concursos públicos. Bons estudos!!!! Índice: 1. Serviço Social e Previdência Social 2. Histórico do Nascimento da Previdência Social no Brasil 3. Artigos 194 e 195 da constituição da república federativa do brasil de 5 de dezembro de 1988 4. Continuação do histórico da previdência 5. Art. 201 e 202 da constituição federal de 1988 6. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 7. Outras normas básicas da previdência social 8. Regime próprio de previdência social 9. Breve histórico do serviço social na previdência social 10. Benefício de prestação continuada (bpc) da assistência social 11. Anexo Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br 1. SISTEMA DE PROTEÇÃO SOCIAL "As políticas de proteção social, nas quais se incluem a saúde, a previdência e a assistência social, são consideradas produto histórico das lutas do trabalho, na medida em que respondem pelo atendimento de necessidades inspiradas em princípios e valores socializados pelos trabalhadores e reconhecidos pelo Estado e pelo patronato. Quaisquer que sejam seus objetivos específicos de intervenção, saúde, previdência ou assistência social, o escopo da seguridade depende tanto do nível de socialização da política conquistado pelas classes trabalhadoras, como das estratégias do capital na incorporação das necessidades do trabalho. Trata-se de uma contradição da sociedade capitalista, cujas mediações econômicas e políticas imprimem um movimento dinâmico e dialético: se do ponto de vista lógico, atender às necessidades do trabalho é negar as necessidades do capital, do ponto de vista histórico, a seguridade social é por definição esfera de disputas e negociações na ordem burguesa".(MOTA, 2004, p.40) Esta contribuição de Ana Elizabete Mota introduz de maneira brilhante esta disciplina, sintetizando o significado da seguridade social. Ainda segundo esta autora, em geral, os sistemas de proteção social são implementados através de ações assistenciais para aqueles impossibilitados de prover o seu sustento por meio do trabalho, para cobertura de riscos do trabalho, nos casos de doença, acidentes, invalidez e desemprego temporário e para manutenção da renda do trabalho, seja por velhice, morte, suspensão definitiva ou temporária da atividade laborativa. No Brasil, a evolução da proteção social iniciou-se pela simples caridade, depois pelo sistema de contribuição mútua entre o caráter privado e facultativo, passando pelo seguro social e, atualmente, configura-se o sistema de Seguridade Social, como consagrado na Constituição Federal Brasileira de 1988. Assim, a Previdência Social é uma das políticas que compõe o tripé da Seguridade Social, ao lado da Saúde e da Assistência Social. Tais políticas públicas estão inseridas no texto constitucional atual, no título da Ordem Social que tem como base o primado do trabalho e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais. Mas nem sempre foi assim. O marco principal da Previdência Social no mundo ocorreu na Alemanha, com a edição de leis de iniciativa do chanceler Otto Bismarck, aprovadas pelo parlamento em 1833, a chamada Lei do Seguro Doença; em 1884, a Lei do Seguro Acidente; e em 1889, a Lei do Seguro de Invalidez e Velhice. Com a adoção destas medidas, a Alemanha tornou-se o primeiro país a adotar o seguro social obrigatório. O sistema idealizado por Bismarck era custeado por meio de contribuições dos empregados, empregadores e do Estado. No período pós-Primeira Guerra Mundial, fez-se necessária a adoção de medidas direcionadas ao saneamento das calamidades sociais instauradas. Assim, no ano de 1919, foi criada a OIT – Organização Internacional do Trabalho, com o objetivo de atuar em todos os países nas áreas de Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br trabalho, seguridade, justiça e paz social. A OIT previa ainda a criação de uma legislação trabalhista e estabelecia regras de proteção para cobertura de riscos. O sistema de proteção social tem origem e se expande para diversos países entre os anos de 1883 e 1945, sendo a Alemanha o primeiro país a adotar o seguro social obrigatório – iniciativa do chanceler Otto Bismarck. Tem influência da Organização Internacional do Trabalho. 2. HISTÓRICO DO NASCIMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL O Brasil vivia o período chamado de República Velha (1889-1930), com o domínio político de elites agrárias paulistas, mineiras e cariocas. Iniciava-se o processo de industrialização do país (especialmente na década de 20) e os trabalhadores também começavam sua organização, com conquistas ainda muito frágeis. Nesta época, o trabalhador brasileiro estava cada vez mais desprotegido e exposto a riscos e acidentes. O surgimento da Previdência Social brasileira se insere em um processo de modificação da postura liberal do Estado frente à problemática trabalhista e social, portanto, num contexto político e social mais amplo. Esta mudança se dá como decorrência da contradição entre a posição marcadamente liberal do Estado frente às questões trabalhistas e sociais e um movimento operário-sindical que assumia a importância crescente e se posicionava contra tal postura. O marco da Previdência deste período foi a criação da Caixa de Aposentadoria e Pensões (CAP) para os empregados das ferrovias, pelo Decreto n° 4.682, de 24/1/1923, conhecida como Lei Elói Chaves (homenagem ao deputado autor do respectivo projeto). A partir da Lei Elói Chaves, a proteção social no Brasil passou a contar com uma instituição que oferecia pensão, aposentadoria, assistência médica e auxílio farmacêutico. Ainda hoje, a pensão e a aposentadoria são benefícios indispensáveis para que se caracterize uma instituição previdenciária. Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br As CAP’s eram organizadas por empresas, de natureza civil e privadas, responsáveis pelos benefícios pecuniários e serviços de saúde para os empregados de empresas especificas. Eram financiadas e gerenciadas com recursos dos empregados e empregadores e administradas por comissões formadas por representantes da empresa e dos empregados. Cabia ao poder público apenas a resolução de conflitos. O aumento do regime de Caixa por empresas criou pequenos regimes de Previdência que tinham por inconveniente o número mínimo de segurados indispensáveis ao funcionamento em bases securitárias. Havia ainda o agravante de um grande número de trabalhadores que permaneciam à margem da proteção previdenciária, por não ocuparem postos de trabalhos em empresas protegidas. A Lei Elói Chaves, de 24 de janeiro de 1923, que previa a criaçãode Caixa de Aposentadoria e Pensões (CAP's) por empresas, foi o marco inicial da Previdência Social no Brasil. As CAPs eram organizadas por empresas; tinham caráter controlador e disciplinador dos trabalhadores; possuíam forma tripartite de financiamento – Estado, empregador e empregado e o colegiado deliberativo não tinha a presença do Estado. A primeira CAP criada foi a dos ferroviários. O período compreendido entre 1930-1945 (Era Vargas) é caracterizado pelo nacionalismo e populismo, com diversos avanços na legislação brasileira, especialmente na área trabalhista: Vargas criou a Justiça do Trabalho; a CLT – Consolidação das Leis do Trabalho (em 1943); instituiu o salário- mínimo e outros direitos trabalhistas como carteira de trabalho e férias remunerada. Tais conquistas se deram no chamado Estado Novo, após o golpe de Getúlio em 1937, período que se caracterizou pela repressão aos movimentos sociais, proibição das greves, abolição de partidos políticos, restabelecimento de sindicatos únicos e fechamento do Congresso Nacional. Período de 30 a 45 – avanço na legislação trabalhista com a criação da CLT, instituição do salário mínimo, férias remuneradas e carteira de trabalho. No âmbito previdenciário, paulatinamente, passou-se à criação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), tendo como principal diferencial o surgimento de institutos especializados, em função da atividade profissional de seus segurados e não mais por determinadas empresas. Tal fato gerava grande disparidade entre os níveis qualitativos e quantitativos de proteção social. O custeio do sistema era vinculado, obrigatoriamente, à contribuição tripartite – Estado, empregador e empregado – conforme proposto na Constituição de 1934, que foi a primeira a utilizar o termo "Previdência", sem o adjetivo social, referindo-se ao tema proteção social. O primeiro instituto de previdência de âmbito nacional, com base na atividade econômica, foi o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM), criado em 1933, pelo Decreto n° 22.872, de 29 de junho de 1933. Posteriormente surgiram os institutos dos Comerciários – IAPC - (Decreto n°24.272, de 21 de maio de 1934); dos Bancários – IAPB - (Decreto n°24.615, de 9 de julho de 1934); dos Industriários – IAPI - (Lei 367, de 31 de dezembro de 1936). Os institutos tinham abrangência nacional, diferentemente das CAPs. Outro ponto relevante na criação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões é a vinculação dessas entidades a órgãos do governo federal, submetidos ao controle financeiro, administrativo e diretivo do Estado. Década de 30 – unificação das CAP's e surgimento dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP's) que se caracterizavam por reunir os trabalhadores por categorias profissionais e não por empresas; eram criados de acordo com a capacidade de organização e importância da categoria, o que gerava disparidade entre os IAP's. Os institutos contavam com intervenção direta do Estado na administração. Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br Com o final da Segunda Guerra Mundial, no final de 1945, instaurava-se um novo cenário político nacional com a volta das eleições diretas, do pluralismo partidário, da restauração do regime liberal democrático, da retomada dos movimentos sociais organizados e a criação do Conselho Superior de Previdência Social e o Departamento Nacional de Previdência Social. A Constituição Federal de 1946 foi a primeira constituição brasileira a trazer a expressão “Previdência Social” em substituição do termo “Seguro Social”. A partir de 1950, o sistema previdenciário sofre a crise da maturidade, pois o número de contribuintes não cresce na mesma proporção dos aposentados e pensionistas do período. Há um crescimento do gasto e esgotamento de reservas. No plano político, inicia-se o governo Juscelino Kubitschek em 1955, com João Goulart (Jango) como vice, período desenvolvimentista, com a construção de Brasília. Salienta-se que a rápida construção da capital federal, sem grandes ônus para o Tesouro Nacional, somente foi possível graças ao financiamento da Previdência, por meio dos IAP’s que também financiaram projetos estratégicos como: PETROBRAS e CSN. Em razão das disposições divergentes ou conflitantes entre os diversos IAP’s, que faziam coexistir um emaranhado de leis em total desequilíbrio, caminhou-se para a uniformização das leis previdenciárias. Assim em 1960, após anos de tramitação e debates, é criada a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), através da Lei n°3.807, de 26 de agosto, que previa a proteção social a toda a população e unificação legislativa referente aos institutos de aposentadorias e pensões. No entanto, a unificação administrativa só viria com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), pelo Decreto-lei n° 72, de 21 de novembro de 1966. Na LOPS foram incorporadas reivindicações do sindicalismo (direito à aposentadoria por tempo de serviço; aposentadoria especial para atividades insalubres, penosas ou perigosas; cálculo de benefícios pelas 12 últimas contribuições) e, apesar de ter sido o maior passo rumo à universalidade da Previdência, continuaram excluídos os rurais, domésticos e autônomos. A Previdência Social entra em crise financeira nesse período. O movimento dos trabalhadores avança e o então presidente João Goulart, eleito em 1960, como vice de Jânio Quadros (que renuncia em 1961), cria o Estatuto do Trabalhador Rural Fundo de Assistência do Trabalhador Rural – FUNRURAL, em 1963, através da Lei Complementar n°11, de 25 de maio de 1971. Havia muito descontentamento de setores civis e militares com as medidas de Goulart que sofre um golpe militar em 1964, iniciando-se a ditadura militar. E em dezembro de 1968, entra em vigor o Ato Institucional Número Um – AI-1. A criação do Instituto Nacional de Previdência Social em 1966 teve como objetivo racionalizar gastos e centralizar o regime previdenciário. Ele incorporou as CAP’s, IAP’s e a Superintendência dos Serviços da Previdência Social – SAMDU. O Estado passa ter controle absoluto da Previdência Social e destina recursos do sistema ao financiamento da expansão do capital privado industrial, além de adotar uma política de redução de benefícios e achatamento de valores. Paralelamente, há também um aumento dos gastos com a saúde que era financiada pela Previdência. Lei Orgânica da Previdência Social (1960): unifica a legislação aplicada aos IAP’s, excluindo ainda os trabalhadores rurais, domésticos e servidores públicos e de autarquias; possuía sistema de contribuição tripartite – empregado, empregador e Estado, apesar do governo nunca ter cumprido sua parte. O FUNRURAL surge em 1963 para amparar os trabalhadores rurais. No final dos anos 60, o regime previdenciário passa de capitalização – aplicação de recursos arrecadados, visando formar capital para pagamento dos futuros beneficiários para repartição simples – recurso arrecadado cobre os gastos com benefícios. De 1966 a 1979 inicia-se o que se chamou de a segunda reforma da previdência. Na área econômica, o país crescia rapidamente, era o chamado “milagre econômico”, período de 1969 a 1973. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescia a uma taxa de quase 12% ao ano, enquanto a inflação beirava os 18%. Com investimentos internos e empréstimos do exterior, o país avançou e organizou uma base de infraestrutura. Todos estes investimentos geraram milhões de empregos pelo país. Algumas obras, consideradas faraônicas, foram executadas, como a Rodovia Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói. Porém, todo Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br esse crescimento teve um custo altíssimo e a conta deveria ser paga no futuro. Os empréstimos estrangeirosgeraram uma dívida externa elevada para os padrões econômicos do Brasil. O processo de unificação da previdência se efetiva em 1967, após a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) em 1966, que teve como objetivo unificar, administrativamente, os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP’s), bem como uniformizar os planos de benefícios. O trabalhador é excluído da gestão previdenciária. O INPS assistia todos os trabalhadores de carteira assinada. Em julho de 1970 foi criado o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) que tempos mais tarde passaria a emitir os documentos necessários à obtenção do amparo previdenciário para o trabalhador rural. Em 1971 foi criado o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural (PRO-RURAL), gerido pelo FUNRURAL, que concedia os benefícios de aposentadoria por invalidez e velhice, pensão por morte, auxílio-funeral, serviços de saúde e serviço social. A principal atividade da Previdência Social no período passa a ser a assistência médica e inclui, em 1973, os domésticos e autônomos como contribuintes obrigatórios. Em 1974 assume a presidência o general Ernesto Geisel (1974-1979) que começa um lento processo de transição rumo à democracia. Seu governo coincide com o fim do milagre econômico e com a insatisfação popular em altas taxas. A crise do petróleo e a recessão mundial interferem na economia brasileira, no momento em que os créditos e empréstimos internacionais diminuem. No mesmo ano são criados o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS) e no plano político a Fundação Nacional do Bem Estar do Menor (FUNABEM). A criação do MPAS significou o fortalecimento das ações de Previdência no interior do aparelho estatal. Nesta ocasião, o sistema de proteção social brasileiro era clientelista, paternalista e arbitrário, onde havia a apropriação da coisa pública. Em 1971 a previdência social foi estendida aos trabalhadores rurais; em 1972 acontece a incorporação dos empregados domésticos com caráter compulsório e em 1973 a incorporação dos autônomos. Nesta época, instituiu-se o amparo à velhice e aos inválidos e o salário- maternidade. A Lei n° 6.439, de 1° de setembro de 1977, instituiu o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social – SINPAS – com a finalidade de integrar todas as atribuições ligadas à previdência social rural e urbana, tanto a dos servidores públicos federais quanto os das empresas privadas. Era composto das seguintes entidades: INPS, encarregado de conceder e manter os benefícios previdenciários; IAPAS (Instituto de Arrecadação da Previdência Social), encarregado pela administração; INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social), encarregado da assistência médica; LBA (Legião Brasileira de Assistência), encarregada da assistência social; FUNABEM, encarregada da assistência ao menor; DATAPREV (Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social) e CEME (Central de Medicamentos). Esta reforma administrativa aprofunda o modelo privativista na área da assistência médica, tendo o Estado como financiador, via Previdência Social. O SINPAS era orientado, coordenado e controlado pelo MPAS e constituía-se na tendência à universalização e à adoção do modelo de Seguridade Social. No período de 1969 a 1979 os gastos da previdência com assistência ambulatorial e com área hospitalar cresceram desordenadamente. Há uma tendência de um modelo institucional mais amplo de seguridade. Iniciam-se a articulação entre as áreas da Saúde, Assistência Social e Previdência Social. O atendimento do INAMPS deixou de ser restrito aos trabalhadores com vínculo, ampliando-se para toda a população. Ainda em 1977 foi instituída a Previdência Complementar Privada, sendo de dois tipos: a fechada estabelecida entre a empresa e seus empregados e a aberta, individual, administrada por instituições financeiras. Em 1978, o governo Geisel acaba com o AI-1, restaura o habeas-corpus e abre caminho para a volta da democracia no Brasil. Nos últimos anos do governo militar, o Brasil apresenta vários problemas. A inflação é alta, sem controle e a recessão também. Enquanto isso a oposição ganha terreno com o Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br surgimento de novos partidos e com o fortalecimento dos sindicatos, que causam divisões internas nas forças que apoiavam o regime militar. Em 1977 foi instituído o SINPAS – Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social – com o objetivo de integrar todas as atribuições ligadas à previdência social rural e urbana. É constituído de sete instituições: INPS, INAMPS, IAPAS, DATAPREV, LBA, FUNABEM, CEME, cada um com uma atribuição específica. O SINPAS era coordenado e orientado pelo Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS e constituía-se na tendência da universalização e adoção do sistema de Seguridade Social. A Previdência Social entra em crise, em razão, principalmente, do desacordo entre a expansão do Sistema, com ampla cobertura à população, sem alteração da base de financiamento. A crise estrutural do período entre 1980 e 1983 apresenta três aspectos: • Financeiro: decorrente do déficit crescente, aliado a ausência do Estado no financiamento da Previdência e aos baixos valores dos benefícios, atraso nos pagamentos e morosidade na concessão. Havia ainda o agravante do modelo de privilegiamento dos produtores privados de serviços de saúde implantada, que era custeado pela previdência, ser corruptor, incontrolável e sofisticado, tornado- se extremamente oneroso. • Administrativo: ineficiência na fiscalização e cobrança de débitos, falhas na legislação, estrutura burocrática, poucos postos de atendimento. A crise político-institucional é marcada pela criação do Conselho Consultivo da Administração de Saúde Previdenciária (CONASP) em 1981, que previa cortar custos e reorganizar a assistência médica no âmbito da Previdência Social. • Ética: denúncia de fraudes e corrupção. Em 1984, há grande participação da população para o movimento das Diretas Já. No dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral escolheria o deputado Tancredo Neves, que concorreu com Paulo Maluf, como novo presidente da República. Era o fim do regime militar. Porém Tancredo Neves fica doente antes de assumir e acaba falecendo. Assume o vice-presidente José Sarney. O governo Sarney reconhece a crise da Previdência, atribuindo a fatores econômicos, mau gerenciamento e ao desacordo entre expansão do sistema e baixa arrecadação. Afirma que há um desequilíbrio entre a receita e a demanda. Em 1985, a receita estava 30% menor que em 1980 e as aposentadorias e pensões passam de 174 mil para 420 mil concessões por ano. A concessão do benefício previdenciário por acidente de trabalho aumenta 73%. Em 1988 é aprovada uma nova constituição para o Brasil, também chamada de Constituição Cidadã, que surge como ponto culminante na restauração do Estado democrático de direito, rompendo com o autoritarismo do regime militar. O Sistema de Seguridade Social proposto na Carta Magna de 1988 (Constituição Federal) está assentado no trabalho como força motriz da Ordem, cuja finalidade deve ser o bem-estar e a justiça sociais, a fim de garantir a todos um mínimo quando submetidos a situações geradoras de necessidades sociais, como veremos a seguir: 3. ARTIGOS 194 E 195 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 5 DE DEZEMBRO DE 1988 Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br Título VIII - Da Ordem Social Capítulo II - Da Seguridade Social Seção I - Disposições Gerais OS GRIFOS NO TEXTO DA LEI SERVEM PARA RESSALTAR A IMPORTÂNCIA. Art. 194. A seguridade social compreende um conjuntointegrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Parágrafo único. Compete ao poder público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - universalidade da cobertura e do atendimento; II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; V - equidade na forma de participação no custeio; VI - diversidade da base de financiamento; VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) Comentário do artigo 194: os objetivos aqui citados tratam-se dos princípios da Seguridade Social. • Princípio da universalidade da cobertura e do atendimento. Significa que o atendimento é um direito de cidadania de todas as pessoas e deve cobrir qualquer evento. A universalidade de atendimento refere-se aos sujeitos protegidos, ou seja, todas as pessoas em estado de necessidade – Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br universalidade subjetiva. Já a universalidade de cobertura diz respeito às contingências cobertas, ou seja, todos os eventos que causem estado de necessidade – universalidade objetiva. • Princípio da uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais. Iguala os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais e a unificação dos regimes previdenciários em um só. • Princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios. Significa que os benefícios legalmente concedidos não podem ter seus valores nominais reduzidos; assegurando-se suas correções e atualizações por meio de índices oficiais, que garantam relação com o valor original e evitem a redução do poder aquisitivo dos beneficiários. • Princípio da equidade na participação do custeio. É um desdobramento da capacidade contributiva, no qual o segurado contribuirá, de acordo com as suas forças salariais, para o custeio da seguridade social. • Princípio da diversidade da base de financiamento. A seguridade social será financiada por toda a sociedade de forma direta e indireta. Pode ser objetiva – refere-se aos fatos geradores da obrigação de pagar contribuições sociais (empresas) – ou subjetiva – quando se tratar das pessoas que devem participar do financiamento. As contribuições devem incidir sobre os múltiplos setores da economia e da produção, e ainda sobre os salários. • Princípio do caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com participação da comunidade, em especial os trabalhadores. Determina a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais e previdenciários sejam objetos de discussão e deliberação. Adotou-se o modelo quadripartite, composto de representantes dos empregadores, trabalhadores, governo e aposentados. • Princípio da seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços. Na seletividade, ocorre a escolha das prestações que melhor atendam aos objetivos da seguridade social, enquanto que na distributividade, há a preocupação em atender, prioritariamente, aqueles indivíduos que estão em maior estado de necessidade. Princípios da Seguridade Social: - Universalidade da cobertura e do atendimento; - Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; - Irredutibilidade do valor dos benefícios; - Equidade na participação do custeio; - Diversidade da base de financiamento; - Caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com participação da comunidade, em especial os trabalhadores; - Seletividade e distributividade na prestação dos serviços e benefícios. Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) III - sobre a receita de concursos de prognósticos. IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. § 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. § 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. § 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.(nova redação pela Emenda Constitucional nº 47, de 5/07/ 2005 - DOU DE 6/5/2005) Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br § 10. A lei definiráos critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. (Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) A Seguridade Social, segundo a Constituição Federal de 88, compreende um conjunto de ações destinadas a assegurar os direitos relativos à: Saúde – política pública não contributiva, direito de todos e dever do Estado, que visa à manutenção da saúde física e mental (tema da disciplina 7 deste curso); À Previdência – política pública contributiva que objetiva a proteção social e À Assistência Social – política pública não contributiva que visa à promoção social. Será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta (tema da próxima disciplina). 4. CONTINUAÇÃO DO HISTÓRICO DA PREVIDÊNCIA Em 1990, o Ministério da Previdência e Assistência Social passou por uma alteração estrutural. No início da década foram extintos os antigos INPS e IAPAS que deram lugar ao atual Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), consolidando a Previdência como uma forma de seguro social. O momento foi marcado pelo neoliberalismo, no qual o país se ajusta a economia globalizada e segue as diretrizes do Consenso de Washington: estatização monetária, reformas do Estado (Previdência restringe o acesso aos benefícios); subordinação da política econômica em nome do equilíbrio fiscal e competitividade global. É criada, em 1992, uma Comissão Especial no Congresso Nacional. Surgem propostas para a Previdência Social, distinguindo dois blocos: um composto pelo setor empresarial que pregava a diminuição do sistema previdenciário público, com redução do teto de contribuição, valores dos benefícios e dos benefícios e estímulo ao desenvolvimento e expansão do sistema complementar Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br (capitalização). O outro era constituído da CUT – Central Única dos Trabalhadores: eram contrários à privatização e voltava-se para a melhoria e manutenção do sistema; atacavam problemas como: benefícios achatados, mau gerenciamento, sonegação, serviços precários e desvios de verbas. Pelos neoliberais é proposto uma reforma previdência na perspectiva da privatização, rompendo com o conceito de Seguridade Social: reafirma o caráter contributivo; introduz o conceito de equilíbrio financeiro; reduz o leque de benefícios. Isto influencia o surgimento da Emenda Constitucional n° 20/1998 que modifica o sistema de Previdência Social, estabelecendo normas de transição. No Brasil, o sistema previdenciário dos servidores públicos encontrava-se profundamente desequilibrado, em função de regras inadequadas de acesso à aposentadoria e seus cálculos. Com base no desequilíbrio, o governo propôs e aprovou a reforma da Previdência Social, por meio da Emenda Constitucional n° 41/2003. Em nosso país existem três grandes regimes previdenciários: o Regime Geral, administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social; os Regimes Próprios dos Servidores Públicos, bem como o Regime de Previdência Complementar. Segundo a Cartilha Panorama da Previdência (2007), uma análise rápida da estrutura do sistema de benefícios previdenciários brasileiros apresenta os seguintes conceitos: a. o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) é compulsório e abrange todos os trabalhadores maiores de 16 anos, exercendo ou não atividade remunerada, desde que não estejam vinculados a nenhum outro regime de previdência. Atende ao setor privado e é gerenciado pelo INSS – Instituto Nacional do Seguro Social. Apresenta teto. b. Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) é compulsório e instituído aos servidores públicos civis da União, Estados, Distrito Federal e Municípios; a administração do sistema é pública. c. Regime de Previdência Privada Complementar é voluntário e sua administração é privada. Tem finalidade de complementar a renda dos segurados após a aposentadoria em outros regimes ou de ser renda principal daqueles que não são filiados a nenhum outro regime de previdência. A fonte por excelência da legislação previdenciária é a Constituição Federal que, como vimos, definiu os objetivos e princípios da Previdência Social. É a Constituição que estabelece também os critérios e parâmetros para a cobrança das contribuições para a Seguridade Social e para a concessão de benefícios previdenciários. Vale destacar que é de competência privativa da União legislar sobre Seguridade Social. É competência concorrente da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios legislarem sobre Direito Previdenciário. Contudo, a legislação previdenciária brasileira compreende um conjunto de leis, decretos, normas complementares (incluindo os atos do Ministério da Previdência Social – MPS - e do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS), além de tratados e convenções internacionais. Além das normas constitucionais e das leis de custeio e benefícios, as leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias e normas complementares originadas do Poder Executivo completam a estrutura do sistema previdenciário. As normas básicas da Previdência Social, além da Constituição Federal, especialmente os artigos 194, 195, 201 e 202, são: a Lei de Custeio (Lei 8.212) e a Lei de Benefícios (Lei 8.213), ambas de 24 de julho de 1991, e o Decreto 3.048, de 6 de maio de 1999, que regulamentou a Lei de Custeio e a Lei de Benefícios. A Instrução Normativa N° 20 (INSS/PRES), de 10 de outubro de 2007, é o ato que disciplina as rotinas e os procedimentos a serem adotados pelas Agências da Previdência Social, para habilitação, concessão e manutenção dos benefícios previdenciários. Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br 5. ART. 201 E 202 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 Seção III - Da Previdência Social OBS. OS GRIFOS NOS ARTIGOS DAS LEIS SERVEM PARA CHAMAR ATENÇÃO. Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o dispostono § 2º. (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) Importante saber quem é o público de atendimento da Previdência Social (incisos I a V, todos com nova redação dados pela Emenda Constitucional de 1998). § 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar. (nova redação pela Emenda Constitucional nº 47, de 5/07/ 2005 - DOU DE 6/5/2005) § 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br § 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado. (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de previdência social (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 5/07/ 2005 - DOU DE 6/5/2005) Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br A Previdência Privada é facultativa, apresenta caráter complementar e é organizada de maneira autônoma. § 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos planos. (Redação dada ao artigo pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada, e suas respectivas entidades fechadas de previdência privada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, no que couber, às empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabelecerá os requisitos para a designação dos membros das diretorias das entidades fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto de discussão e deliberação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98). 6. LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991 SEGUE NA ÍNTEGRA A LEI 8.213 (LEI DE BENEFÍCIOS), DE 24 DE JULHO DE 1991, QUE REGULAMENTA OS ARTIGOS 194, 195, 201 E 202 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL SOBRE A PREVIDÊNCIA SOCIAL. Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br É importante o estudo atento do texto da Lei, por ser recorrentemente cobrado nas diversas provas de concursos públicos. Os grifos servem para chamar sua atenção. LEI Nº 8.213,DE 24 DE JULHO DE 1991 Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências TÍTULO I DA FINALIDADE E DOS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Art. 1º A Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente. Previdência Social é um direito social previsto na nossa Constituição Federal e garantido para todos os brasileiros que participarem do Regime Geral de Previdência Social com sua inscrição efetiva e com contribuição financeira. É uma modalidade especial de seguro, uma forma de poupança coletiva e um serviço público, que tem como objetivo básico assegurar aos seus beneficiários – ao trabalhador contribuinte e aos seus dependentes – a proteção financeira nos momentos de doença, acidente, invalidez, idade avançada, prisão, morte, entre outros. Art. 2º A Previdência Social rege-se pelos seguintes princípios e objetivos: I - universalidade de participação nos planos previdenciários; II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios; IV - cálculo dos benefícios considerando-se os salários de contribuição corrigidos monetariamente; V - irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-lhes o poder aquisitivo; VI - valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário de contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado não inferior ao do salário mínimo; VII - previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional; VIII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação do governo e da comunidade, em especial de trabalhadores em atividade, empregadores e aposentados. Observem que os princípios e objetivos aqui citados sobre a Previdência Social diferem-se daqueles propostos no artigo 194 da Constituição Federal que trata da Seguridade Social (que são mais amplos), coincidindo entre eles apenas o inciso II, V e VIII. Notem ainda que o inciso III aqui não fala em seletividade e distributividade na prestação de serviços, como no referido artigo da Constituição, apenas em benefícios, que é o objeto desta lei. Parágrafo único. A participação referida no inciso VIII deste artigo será efetivada a nível federal, estadual e municipal. Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br Art. 3º Fica instituído o Conselho Nacional de Previdência Social–CNPS, órgão superior de deliberação colegiada, que terá como membros: I - seis representantes do Governo Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.619, de 1993) II - nove representantes da sociedade civil, sendo: (Redação dada pela Lei nº 8.619, de 1993) a) três representantes dos aposentados e pensionistas; (Redação dada pela Lei nº 8.619, de 1993) b) três representantes dos trabalhadores em atividade; (Redação dada pela Lei nº 8.619, de 1993) c) três representantes dos empregadores. (Redação dada pela Lei nº 8.619, de 1993) § 1º Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes serão nomeados pelo Presidente da República, tendo os representantes titulares da sociedade civil mandato de 2 (dois) anos, podendo ser reconduzidos, de imediato, uma única vez. § 2º Os representantes dos trabalhadores em atividade, dos aposentados, dos empregadores e seus respectivos suplentes serão indicados pelas centrais sindicais e confederações nacionais. § 3º O CNPS reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês, por convocação de seu Presidente, não podendo ser adiada a reunião por mais de 15 (quinze) dias se houver requerimento nesse sentido da maioria dos conselheiros. § 4º Poderá ser convocada reunião extraordinária por seu Presidente ou a requerimento de um terço de seus membros, conforme dispuser o regimento interno do CNPS. § 5º(Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) § 6º As ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores em atividade, decorrentes das atividades do Conselho, serão abonadas, computando-se como jornada efetivamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais. § 7º Aos membros do CNPS, enquanto representantes dos trabalhadores em atividade, titulares e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o término do mandato de representação, somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo judicial. § 8º Competirá ao Ministério do Trabalho e da Previdência Social proporcionar ao CNPS os meios necessários ao exercício de suas competências, para o que contará com uma Secretaria-Executiva do Conselho Nacional de Previdência Social. § 9º O CNPS deverá se instalar no prazo de 30 (trinta) dias a contar da publicação desta Lei. Art. 4º Compete ao Conselho Nacional de Previdência Social–CNPS: I - estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas aplicáveis à Previdência Social; II - participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a gestão previdenciária; III - apreciar e aprovar os planos e programas da Previdência Social; IV - apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da Previdência Social, antes de sua consolidação na proposta orçamentária da Seguridade Social; Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br V - acompanhar e apreciar, através de relatórios gerenciais por ele definidos, a execução dos planos, programas e orçamentos no âmbito da Previdência Social; VI - acompanhar a aplicação da legislação pertinente à Previdência Social; VII - apreciar a prestação de contas anual a ser remetida ao Tribunal de Contas da União, podendo, se for necessário, contratar auditoria externa; VIII - estabelecer os valores mínimos em litígio, acima dos quais será exigida a anuência prévia do Procurador-Geral ou do Presidente do INSS para formalização de desistência ou transigência judiciais, conforme o disposto no art. 132; IX - elaborar e aprovar seu regimento interno. Parágrafo único. As decisões proferidas pelo CNPS deverão ser publicadas no Diário Oficial da União. Art. 5º Compete aos órgãos governamentais: I - prestar toda e qualquer informação necessária ao adequado cumprimento das competências do CNPS, fornecendo inclusive estudos técnicos; II - encaminhar ao CNPS, com antecedência mínima de 2 (dois) meses do seu envio ao Congresso Nacional, a proposta orçamentária da Previdência Social, devidamente detalhada. Art. 6º Haverá, no âmbito da Previdência Social, uma Ouvidoria-Geral, cujas atribuições serão definidas em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 20.11.98) Art. 7º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 31.8.01) Art. 8º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 31.8.01) TÍTULO II DO PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Capítulo Único DOS REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL Art. 9º A Previdência Social compreende: I - o Regime Geral de Previdência Social; II - o Regime Facultativo Complementar de Previdência Social. § 1º O Regime Geral de Previdência Social - RGPS garante a cobertura de todas as situações expressas no art. 1o desta Lei, exceto as de desemprego involuntário, objeto de lei específica, e de aposentadoria por tempo de contribuição para o trabalhador de que trata o § 2o do art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei Complementar nº 123, de 2006) § 2º O Regime Facultativo Complementar de Previdência Social será objeto de lei especifica. Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. CicloCEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br TÍTULO III DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL Capítulo I DOS BENEFICIÁRIOS Art. 10. Os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social classificam-se como segurados e dependentes, nos termos das Seções I e II deste capítulo. Os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) são os segurados e dependentes. Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: (Redação dada pela Lei nº 8.647, de 1993) I - como empregado: (Redação dada pela Lei nº 8.647, de 1993) a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado; b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas; c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior; d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira strangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular; e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio; f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional; g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais; (Incluída pela Lei nº 8.647, de 1993) h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social;(Incluída pela Lei nº 9.506, de 1997) i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; (Incluída pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social;(Incluído pela Lei nº 10.887, de 2004) Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br Segurados empregados são as pessoas físicas – brasileiras ou estrangeiras – que prestam serviços, de natureza urbana ou rural, a empregador ou a terceiro na condição de empregado ou equiparado, de caráter eventual ou não, com vínculo ou forma de subordinação. II - como empregado doméstico: aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos; Exemplos de empregado doméstico: cozinheira, babá, jardineiro, motorista e piloto particular, lavadeira. O empregado doméstico tem essa natureza descaracterizada quando passa a exercer atividade geradora de lucro para pessoa física ou família. III - (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) IV - (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) V - como contribuinte individual: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §9º e §10º deste artigo;(Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008) b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; (Redação dada pela Lei nº 10.403, de 8.1.2002) d) (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não;(Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) Segurado contribuinte individual é qualquer pessoa física que não se enquadra em nenhuma outra categoria de segurado obrigatório que, por conta própria ou não, em caráter eventual ou não, exerce atividade de natureza urbana ou rural, com ou sem fins lucrativos. Tem direito a todos os Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br benefícios exceto a aposentadoria por tempo de contribuição. Ex.: autônomos, agropecuarista, garimpeiro, síndico, ministro, etc. VI - como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no Regulamento; Segurado avulso é aquele, sindicalizado ou não, que presta serviços a várias empresas, sem relação de emprego, mas com a intermediação do órgão gestor de mão-de-obra ou sindicato da categoria. Exemplos: trabalhadores portuários, carregador de estiva, ensacador de café, cacau, sal e similares, dentre outros. VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de: (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008) a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) 2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2o da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de2008) c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) § 1º Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes. (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008) § 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas. § 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para fins de custeio da Seguridade Social. (Incluído pela Lei nº 9.032, de 1995) § 4º O dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato eletivo, o mesmo enquadramento no Regime Geral de Previdência Social-RGPS de antes da investidura. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) § 5o Aplica-se o disposto na alínea g do inciso I do caput ao ocupante de cargo de Ministro de Estado, de Secretário Estadual, Distrital ou Municipal, sem vínculo efetivo com a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, ainda que em regime especial, e fundações. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br § 6o Para serem considerados segurados especiais, o cônjuge ou companheiro e os filhos maiores de 16 (dezesseis) anos ou os a estes equiparados deverão ter participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) § 7o O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por prazo determinado ou de trabalhador de que trata a alínea g do inciso V do caput deste artigo, em épocas de safra, à razão de, no máximo, 120 (cento e vinte) pessoas/dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) § 8o Não descaracteriza a condição de segurado especial: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou comodato, de até 50% (cinquenta por cento) de imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro) módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva atividade, individualmente ou em regime de economia familiar; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) II – a exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com hospedagem, por não mais de 120 (cento e vinte) dias ao ano;(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) III – a participação em plano de previdência complementar instituído por entidade classista a que seja associado em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor rural em regime de economia familiar; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que tem algum componente que seja beneficiário de programa assistencial oficial de governo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da atividade, de processo de beneficiamento ou industrialização artesanal, na forma do § 11 do art. 25 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) VI – a associação em cooperativa agropecuária. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) § 9o Não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir outra fonte de rendimento, exceto se decorrente de: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício de prestação continuada da Previdência Social; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) II – benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar instituído nos termos do inciso IV do § 8o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) III – exercício de atividade remunerada em período de entressafra ou do defeso, não superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano civil, observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei no 8.212, de 24 julho de 1991; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de trabalhadores rurais; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) V – exercício de mandato de vereador do Município em que desenvolve a atividade rural ou de dirigente de cooperativa rural constituída, exclusivamente, por segurados especiais, observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991;(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) VI – parceria ou meação outorgada na forma e condições estabelecidas no inciso I do § 8o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) VIII – atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social.(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) § 10. O segurado especial fica excluído dessa categoria: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) I – a contar do primeiro dia do mês em que: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no inciso VII do caput deste artigo, sem prejuízo do disposto no art. 15 desta Lei, ou exceder qualquer dos limites estabelecidos no inciso I do § 8o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) b) se enquadrar em qualquer outra categoria de segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o disposto nos incisos III, V, VII e VIII do § 9o deste artigo, sem prejuízo do disposto no art. 15 desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) c) tornar-se segurado obrigatório de outro regime previdenciário; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) II – a contar do primeiro dia do mês subsequente ao da ocorrência, quando o grupo familiar a que pertence exceder o limite de: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) a) utilização de terceiros na exploração da atividade a que se refere o § 7o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) b) dias em atividade remunerada estabelecidos no inciso III do § 9o deste artigo; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do § 8o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) § 11. Aplica-se o disposto na alínea a do inciso V do caput deste artigo ao cônjuge ou companheiro do produtor que participe da atividade rural por este explorada. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) São segurados obrigatórios do RGPS: os empregados de um modo geral, os empregados domésticos, os contribuintes individuais, os trabalhadores avulsos e o segurado especial. Art. 12. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o militar da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, bem como o das respectivas autarquias e fundações, são excluídos do Regime Geral de Previdência Social consubstanciadonesta Lei, desde que amparados por regime próprio de previdência social. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) § 1o Caso o servidor ou o militar venham a exercer, concomitantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social, tornar-se-ão segurados obrigatórios em relação a essas atividades.(Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) § 2o Caso o servidor ou o militar, amparados por regime próprio de previdência social, sejam requisitados para outro órgão ou entidade cujo regime previdenciário não permita a filiação, nessa condição, permanecerão vinculados ao regime de origem, obedecidas as regras que cada ente estabeleça acerca de sua contribuição. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br Art. 13. É segurado facultativo o maior de 14 (quatorze) anos que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, mediante contribuição, desde que não incluído nas disposições do art. 11. * Nota: o inciso XXXIII do Art. 7º da Constituição Federal, na redação dada pelo Art. 1º da Emenda Constitucional nº 20, de 1998, estabelece dezesseis anos como a idade mínima para o trabalho do menor. Segurado facultativo é qualquer pessoa maior de 16 anos. Exemplos de pessoas que podem se filiar facultativamente: estudante, dona de casa, síndico, desempregado, estagiário e bolsista. Art. 14. Consideram-se: I - empresa - a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta ou fundacional; II - empregador doméstico - a pessoa ou família que admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico. Parágrafo único. Equipara-se a empresa, para os efeitos desta Lei, o contribuinte individual em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras.(Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração; III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória; IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso; V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. § 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. § 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. § 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social. Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br § 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos. O chamado período de graça é aquele em que o segurado continua a ter seus direitos garantidos, mesmo depois de deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social, ter cessado o benefício por incapacidade ou ter cessado as contribuições, mantendo assim sua qualidade de segurado. Seção II - Dos Dependentes Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido; (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) II - os pais; III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido; (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) § 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações das classes seguintes. § 2º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) § 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal. § 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada. Seção III - Das Inscrições Art. 17. O Regulamento disciplinará a forma de inscrição do segurado e dos dependentes. § 1º Incumbe ao dependente promover a sua inscrição quando do requerimento do benefício a que estiver habilitado. (Redação dada pelaLei nº 10.403, de 8.1.2002) § 2º O cancelamento da inscrição do cônjuge se processa em face de separação judicial ou divórcio sem direito a alimentos, certidão de anulação de casamento, certidão de óbito ou sentença judicial, transitada em julgado. § 3º (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008) § 4º A inscrição do segurado especial será feita de forma a vinculá-lo ao seu respectivo grupo familiar e conterá, além das informações pessoais, a identificação da propriedade em que desenvolve a atividade e a que título, se nela reside ou o Município onde reside e, quando for o caso, a identificação e inscrição da pessoa responsável pela unidade familiar. (Incluído Lei nº 11.718, de 2008) Capítulo 5: Serviço Social e Previdência Social Curso de Atualização em Serviço Social. Ciclo CEAP – Centro de Estudos Avançados de Psicologia www.cicloceap.com.br § 5º O segurado especial integrante de grupo familiar que não seja proprietário ou dono do imóvel rural em que desenvolve sua atividade deverá informar, no ato da inscrição, conforme o caso, o nome do parceiro ou meeiro outorgante, arrendador, comodante ou assemelhado. (Incluído Lei nº 11.718, de 2008) § 6º Simultaneamente com a inscrição do segurado especial, será atribuído ao grupo familiar número de Cadastro Específico do INSS – CEI, para fins de recolhimento das contribuições previdenciárias. (Incluído Lei nº 11.718, de 2008) Capítulo II - DAS PRESTAÇÕES EM GERAL Seção I - Das Espécies de Prestações Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços: I - quanto ao segurado: a) aposentadoria por invalidez; b) aposentadoria por idade; c) aposentadoria por tempo de contribuição; (Redação dada pela Lei Complementar nº 123, de 2006) d) aposentadoria especial; e) auxílio-doença; f) salário-família; g) salário-maternidade; h) auxílio-acidente; i) (Revogada pela Lei nº 8.870, de 1994) II - quanto ao dependente: a) pensão por morte; b) auxílio-reclusão; III - quanto ao segurado e dependente: a) (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995) b) serviço social; c) reabilitação profissional. § 1º Somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os segurados incluídos nos incisos I, VI e VII do art. 11
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