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Centro Universitário Municipal de São José CURSO CIÊNCIAS CONTÁBEIS DISCIPLINA: CONTABILIDADE I Prof. ISAIR SELL, Me. Agosto/2019 Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento. Provérbios 3.13 2 SUMÁRIO SIGLAS UTILIZADAS _________________________________________________________ 4 1 A CONTABILIDADE _______________________________________________________ 5 1.1 HISTÓRIA DA CONTABILIDADE _________________________________________________ 5 1.2 DATAS COMEMORATIVAS DA CONTABILIDADE __________________________________ 10 1.3 CADUCEU – Símbolo das Ciências Contábeis _____________________________________ 10 1.4 CONCEITOS DE CONTABILIDADE ______________________________________________ 11 1.5 OBJETO DA CONTABILIDADE _________________________________________________ 11 1.6 OBJETIVO DA CONTABILIDADE ________________________________________________ 11 1.7 FINALIDADE E APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE __________________________________ 12 1.8 TÉCNICAS CONTÁBEIS _______________________________________________________ 13 1.9 ATRIBUTOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL _______________________________________ 14 1.10 USUÁRIO DA CONTABILIDADE ______________________________________________ 15 1.11 ÁREA DE ATUAÇÃO DO CONTADOR __________________________________________ 16 1.12 PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE _____________________________________________ 17 1.13 OBRIGAÇÃO DE MANTER ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL ____________________________ 21 1.14 CONTADOR É INVESTIMENTO _______________________________________________ 26 2 PATRIMÔNIO __________________________________________________________ 27 2.1 BENS _____________________________________________________________________ 27 2.2 DIREITOS__________________________________________________________________ 28 2.3 OBRIGAÇÕES ______________________________________________________________ 28 2.4 ASPECTO QUALITATIVO _____________________________________________________ 29 2.5 ASPECTO QUANTITATIVO ____________________________________________________ 30 2.6 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA ___________________________________________________ 30 3 CONTAS ______________________________________________________________ 32 3.1 CONTA ___________________________________________________________________ 32 3.2 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA CONTA _________________________________________ 32 3.3 FUNÇÃO DAS CONTAS _______________________________________________________ 33 3.4 NATUREZA E SALDO DAS CONTAS _____________________________________________ 34 3.5 CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS _________________________________________________ 34 3.6 PLANO DE CONTAS _________________________________________________________ 36 3.7 RESUMO EM FIGURA ________________________________________________________ 43 4 ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS _________________________________________ 44 4.1 ATOS ADMINISTRATIVOS ____________________________________________________ 44 4.2 FATOS ADMINISTRATIVOS ___________________________________________________ 44 4.2.1 FATOS PERMUTATIVOS _________________________________________________________ 45 4.2.2 FATOS MODIFICATIVOS _________________________________________________________ 47 4.2.3 FATOS MISTOS ________________________________________________________________ 48 3 4.3 FONTES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ____________________________________________ 50 4.4 ORIGENS E APLICAÇÕES _____________________________________________________ 50 4.5 SITUAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMONIAIS __________________________________________ 52 4.6 VARIAÇÕES DO PL __________________________________________________________ 55 5 ESCRITURAÇÃO ________________________________________________________ 56 5.1 FUNCIONAMENTO DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL ________________________________ 56 5.2 DETERMINAÇÃO DO DÉBITO E CRÉDITO ________________________________________ 57 5.3 LANÇAMENTOS ____________________________________________________________ 58 5.4 FÓRMULAS DE LANÇAMENTOS _______________________________________________ 59 5.5 CORREÇÃO DE ERROS DA ESCRITURAÇÃO _______________________________________ 61 5.6 LIVRO DIÁRIO ______________________________________________________________ 61 5.7 LIVRO RAZÃO ______________________________________________________________ 63 5.8 BALANCETE _______________________________________________________________ 63 5.9 LIVROS UTILIZADOS NA ESCRITURAÇÃO ________________________________________ 64 5.10 FORMALIDADES DOS LIVROS CONTÁBEIS DE ESCRITURAÇÃO _____________________ 65 5.11 PERÍODO CONTÁBIL _______________________________________________________ 66 5.12 APURAÇÃO DO RESULTADO CONTÁBIL _______________________________________ 67 6 BALANÇO PATRIMONIAL_________________________________________________ 68 6.1 ATIVO ____________________________________________________________________ 68 6.2 PASSIVO __________________________________________________________________ 71 6.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ______________________________________________________ 72 6.4 MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL __________________________________________ 75 7 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO _________________________________________ 76 7.1 CONSIDERAÇÕES ___________________________________________________________ 76 7.2 LEI Nº 6.404/76 ____________________________________________________________ 76 7.3 ENCERRAMENTO DAS CONTAS DE RESULTADO __________________________________ 77 7.4 MODELO DA DRE ___________________________________________________________ 79 7.5 DESCRIÇÃO DAS CONTAS ____________________________________________________ 79 8 EXEMPLO DE ESCRITURAÇÃO E APURAÇÃO _________________________________ 83 REFERÊNCIAS _____________________________________________________________ 88 4 SIGLAS UTILIZADAS BP Balanço Patrimonial CFC Conselho Federal de Contabilidade CLT Consolidação das Leis do Trabalho CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas COFINS Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social CPMF Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira CRCSC Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CVM Comissão de Valores Mobiliários DRE Demonstração do Resultado do Exercício EPP Empresa de Pequeno Porte FASB Financial Accounting Standards Board FCPJ Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço GPS Guia da Previdência Social IASC International Accounting Standards Committee ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços IN Instrução Normativa INSS Instituto Nacional de Seguridade Social IPTU Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana IR Imposto de Renda IRF Imposto de Renda na Fonte IRPF Imposto de Renda – Pessoa Física IRPJ Imposto de Renda – Pessoa Jurídica ISS Imposto sobre Serviços LALUR Livro de Apuração do Lucro Real LC Lei Complementar ME Microempresa NBC Normas Brasileira de Contabilidade OS Ordem de Serviço PIS Programa de Integração Social PL Patrimônio Líquido RF Região Fiscal RFB Receita Federal do Brasil RIPI Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados RIR Regulamento do Imposto de Renda RPS Regulamento da Previdência Social SA Sociedade Anônima SRF Secretaria da Receita Federal SRRF Superintendência Regional da Receita Federal TJLP Taxa de Juros a Longo Prazo 5 1 A CONTABILIDADE Neste capítulo é apresentado um pouco da história da contabilidade. Apresenta-se o conceito, objeto, objetivo, técnicas, usuários, área de atuação, os pilares da contabilidade e dentre eles os princípios que são tão importantes para a escrituração dos atos e fatos contábeis. 1.1 HISTÓRIA DA CONTABILIDADE A história da contabilidade é tão antiga quanto a própria história da civilização. Está ligada às primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção à posse e de perpetuaçãoe interpretação dos fatos ocorridos com o objeto material de que o homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos. Deixando a caça, o homem voltou-se à organização da agricultura e do pastoreio. A organização econômica acerca do direito do uso do solo acarretou em separatividade, rompendo a vida comunitária, surgindo divisões e o senso de propriedade. Assim, cada pessoa criava sua riqueza individual. Ao morrer, o legado deixado por esta pessoa não era dissolvido, mas passado como herança aos filhos ou parentes. A herança recebida dos pais denominou-se patrimônio. O termo passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem sido herdados. A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio. Há indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não era exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade. A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas as cobranças de impostos, na Babilônia já se faziam com escritas, embora rudimentares. Um escriba egípcio contabilizou os negócios efetuados pelo governo de seu país no ano 2000 a.C. À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava- lhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais informações não eram de fácil memorização quando já em maior volume, requerendo registros. Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de que pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc. Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a necessidade de controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar conta da coisa administrada. É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as compras, vendas e trocas eram à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore assinalados como prova de dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever) no Egito antigo facilitou extraordinariamente o registro de informações sobre negócios. A medida em que as operações econômicas se tornam complexas, o seu controle se refina. As escritas governamentais da República Romana (200 a.C.) já traziam receitas de caixa classificadas em rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e diversões. No período medieval, (de 476 a 1453 com a queda do império romano pela tomada de Constantinopla pelos turcos) diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por governos locais e pela igreja. Mas é somente na Itália que surge o termo Contabilitá. A contabilidade empírica, praticada pelo homem antigo, já tinha como objeto o Patrimônio, representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos. 6 Os primeiros registros processaram-se de forma rudimentar, na memória do homem. Como este é um ser pensante, inteligente, logo encontrou formas mais eficientes de processar os seus registros, utilizando gravações e outros métodos alternativos. O inventário exercia um importante papel, pois a contagem era o método adotado para o controle dos bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos, metais, escravos, etc. A palavra "Conta" designa o agrupamento de itens da mesma espécie. As primeiras escritas contábeis datam do término da Era da Pedra Polida, quando o homem registrava os seus primeiros desenhos e gravações. Os primeiros controles eram estabelecidos pelos templos, o que perdurou por vários séculos. Os sumérios e os babilônicos, assim como os assírios, faziam os seus registros em peças de argila, retangulares ou ovais, ficando famosas as pequenas tábuas de Uruk, que mediam aproximadamente 2,5 a 4,5 centímetros, tendo faces ligeiramente convexas. Os registros combinavam o figurativo com o numérico. Gravava-se a cara do animal cuja existência se queria controlar e o numero correspondente às cabeças existentes. Embora rudimentar, o registro, em sua forma, assemelhava-se ao que hoje se processa. O nome da conta, "Matrizes", por exemplo, substituiu a figura gravada, enquanto o aspecto numérico se tornou mais qualificado, com o acréscimo do valor monetário ao quantitativo. Esta evolução permitiu que, paralelamente à "Aplicação", se pudesse demonstrar, também, a sua "Origem" . Na cidade de Ur, na Caldéia, onde viveu Abraão, personagem bíblico citado no livro do Gênesis, encontram-se, em escavações, importantes documentos contábeis: tabela de escrita cuneiforme, onde estão registradas contas referentes á mão-de-obra e materiais, ou seja, Custos Diretos. Isto significa que, há 5.000 anos antes de Cristo, o homem já considerava fundamental apurar os seus custos. O Sistema Contábil é dinâmico e evoluiu com a duplicação de documentos e "Selos de Sigilo". Os registros se tornaram diários e, posteriormente, foram sintetizados em papiros ou tábuas, no final de determinados períodos. Sofreram nova sintetização, agrupando-se vários períodos, o que lembra o diário, o balancete mensal e o balanço anual. Já se estabelecia o confronto entre variações positivas e negativas, aplicando-se, empiricamente, o Princípio da Competência. Reconhecia-se a receita, a qual era confrontada com a despesa. Os egípcios legaram um riquíssimo acervo aos historiadores da Contabilidade, e seus registros remontam a 6.000 anos antes de Cristo. A escrita no Egito era fiscalizada pelo Fisco Real, o que tornava os escriturários zelosos e sérios em sua profissão. O inventário revestia-se de tal importância, que a contagem do boi, divindade adorada pelos egípcios, marcava o inicio do calendário adotado. Inscreviam-se bens móveis e imóveis, e já se estabeleciam, de forma primitiva, controles administrativos e financeiros. As "Partidas de Diário" assemelhavam-se ao processo moderno: o registro iniciava-se com a data e o nome da conta, seguindo-se quantitativos unitários e totais, transporte, se ocorresse, sempre em ordem cronológica de entradas e saídas. Pode-se citar, entre outras contas: "Conta de Pagamento de Escravos", "Conta de Vendas Diárias", "Conta Sintética Mensal dos Tributos Diversos", etc. Tudo indica que foram os egípcios os primeiros povos a utilizar o valor monetário em seus registros. Usavam como base, uma moeda, cunhada em ouro e prata, denominada "Shat". Era a adoção, de maneira prática, do Princípio do Denominador Comum Monetário. Os gregos, baseando-se em modelos egípcios, 2.000 anos antes de Cristo, já escrituravam Contas de Custos e Receitas, procedendo, anualmente, a uma confrontação entre elas, para apuração do saldo. Os gregos aperfeiçoaram o modelo egípcio, estendendo a escrituração contábil às várias atividades, como administração pública, privada e bancária. Há interessantes relatos bíblicos sobre controles contábeis, um dos quais o próprio 7 Jesus relatou em Lucas capítulo 16, versos 1 a 7: o administrador que fraudou seu senhor, alterando os registros de valores a receber dos devedores. No tempo de José, no Egito, houve tal acumulação de bens que perderam a conta do que se tinha! (Gênesis 41.49). Houve um homem muito rico, de nome Jó, cujo patrimônio foi detalhadamente inventariado no livro de Jó, capítulo 1, verso 3. Depois de perder tudo, ele recupera os bens, e um novo inventário é apresentado em Jó, capítulo 42, verso 12. Os bens e as rendas de Salomão também foram inventariados em 1º Reis 4.22-26 e 10.14-17. Em outra parábola de Jesus, há citação de um construtor, que faz contas para verificar se o que dispunha era suficiente para construir uma torre (Lucas 14.28-30). Ainda, se relata a história de um devedor, que foi perdoado de sua dívida registrada(Mateus 18.23-27). Tais relatos comprovam que, nos tempos bíblicos, o controle de ativos era prática comum. Na Itália, em 1202, foi publicado o livro "Liber Abaci" , de Leonardo Pisano. Estudavam-se, na época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio, etc., tornando o homem mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros. Se os sumérios-babilônios plantaram a semente da Contabilidade e os egípcios a regaram, foram os italianos que fizeram o cultivo e a colheita. Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da Contabilidade, denominado a "Era Técnica" , devido às grandes invenções, como moinho de vento, aperfeiçoamento da bússola, etc., que abriram novos horizontes aos navegadores, como Marco Pólo e outros. A indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de mineração e metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por intermédio dos venezianos, surgindo, como consequência das necessidades da época, o livro caixa, que recebia registros de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de forma rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações, e referindo-se, inicialmente, a pessoas. O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a consequência natural das necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O processo de produção na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando-se as relações de trabalho. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando os registros mais complexos. No século X, apareceram as primeiras corporações na Itália, transformando e fortalecendo a sociedade burguesa. No final do século XIII apareceu, pela primeira vez a conta "Capital" , representando o valor dos recursos injetados nas companhias pela família proprietária. O método das Partidas Dobradas teve sua origem na Itália, embora não se possa precisar em que região. O seu aparecimento implicou a adoção de outros livros que tornassem mais analítica a Contabilidade, surgindo, então, o Livro da Contabilidade de Custos. No início do Século XIV, já se encontravam registros explicitados de custos comerciais e industriais, nas suas diversas fases: custo de aquisição; custo de transporte e dos tributos; juros sobre o capital, referente ao período transcorrido entre a aquisição, o transporte e o beneficiamento; mão-de-obra direta agregada; armazenamento; tingimento, etc., o que representava uma apropriação bastante analítica para época. A escrita já se fazia no moldes de hoje, considerando, em separado, gastos com matérias-primas, mão-de-obra direta a ser agregada e custos indiretos de fabricação. Os custos eram contabilizados por fases separadamente, até que fossem transferidos ao exercício industrial. O período moderno foi a fase da pré-ciência. Devem ser citados três eventos importantes que ocorreram neste período: - em 1493, os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes sábios bizantinos 8 emigrassem, principalmente para Itália; - em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representava um enorme potencial de riquezas para alguns países europeus; - em 1517, ocorreu a reforma religiosa; os protestantes, perseguidos na Europa, emigram para as Américas, onde se radicaram e iniciaram nova vida. A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inúmeras riquezas que o Novo Mundo representava. A introdução da técnica contábil nos negócios privados foi uma contribuição de comerciantes italianos do séc. XIII. Os empréstimos a empresas comerciais e os investimentos em dinheiro determinaram o desenvolvimento de escritas especiais que refletissem os interesses dos credores e investidores e, ao mesmo tempo, fossem úteis aos comerciantes, em suas relações com os consumidores e os empregados. A obra do Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade. Escreveu “Tratatus Particularis de Computis et Scripturis” (Tratado Particular de Conta e Escrituração), publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos. Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões. Deixou muitas obras, destacando-se a "Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá", impressa em Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre Contabilidade e Escrituração. Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador das Partidas Dobradas. O método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o Século XIV. O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao bom comerciante. A seguir conceituava inventário e como fazê-lo. Discorria sobre livros mercantis: memorial, diário e razão, e sobre a autenticação deles; sobre registros de operações: aquisições, permutas, sociedades, etc.; sobre contas em geral: como abrir e como encerrar; contas de armazenamento; lucros e perdas, que na época, eram "Pro" e "Dano"; sobre correções de erros; sobre arquivamento de contas e documentos, etc. Sobre o Método das Partidas Dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia adaptada: - "Per " , mediante o qual se reconhece o devedor; - "A " , pelo qual se reconhece o credor. Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor, e depois o credor, prática que se usa até hoje. A obra de Pacioli não só sistematizou a Contabilidade, como também abriu precedente que para novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto. É compreensível que a formalização da Contabilidade tenha ocorrido na Itália, afinal, neste período instaurou-se a mercantilização sendo as cidades italianas os principais interpostos do comércio mundial. Foi a Itália o primeiro país a fazer restrições à prática da Contabilidade por um indivíduo qualquer. O governo passou a somente reconhecer como contadores pessoas devidamente qualificadas para o exercício da profissão. A importância da matéria aumentou com a intensificação do comércio internacional e com as guerras ocorridas nos séculos XVIII e XIX, que consagraram numerosas falências e a consequente necessidade de se proceder à determinação das perdas e lucros entre credores e devedores. A escola Européia teve peso excessivo da teoria, sem demonstrações práticas, sem pesquisas fundamentais: a exploração teórica das contas e o uso exagerado das partidas dobradas, inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade necessária, principalmente, na Contabilidade Gerencial, preocupando-se demais em demonstrar que a Contabilidade era uma ciência ao invés de dar vazão à pesquisa séria de campo. Foi Vicenzo Mazi, quem pela primeira vez, em 1923, definiu patrimônio como objeto da Contabilidade. O enquadramento da Contabilidade como elemento fundamental da 9 equação aziendalista, teve, sobretudo, o mérito incontestável de chamar atenção para o fato de que a Contabilidade é muito mais do que mero registro; é um instrumento básico de gestão. A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância norte- americana dentro da Contabilidade. Enquanto declinavam as escolas européias, floresciam as escolas norte-americanas com suas teorias e práticas contábeis, favorecidas não apenas pelo apoio de uma ampla estrutura econômica e política, mas também pela pesquisa e trabalho sério dos órgãos associativos. O surgimento do American Institut of Certield Public Accountants foi de extrema importância no desenvolvimento da Contabilidade e dos princípios contábeis; várias associações empreenderam muitos esforços e grandes somas em pesquisas nos Estados Unidos. Havia uma total integração entre acadêmicos e os já profissionais da Contabilidade, o que não ocorreu com as escolas européias, onde as universidades foram decrescendo em nível, em importância. A criação de grandes empresas, comoas multinacionais ou transnacionais, por exemplo, que requerem grandes capitais, de muitos acionistas, foi a causa primeira do estabelecimento das teorias e práticas contábeis, que permitissem carreta interpretação das informações, por qualquer acionista ou outro interessado, em qualquer parte do mundo. Nos inícios do século atual, com o surgimento das gigantescas corporações, aliado ao formidável desenvolvimento do mercado de capitais e ao extraordinário ritmo de desenvolvimento que os Estados Unidos da América experimentou e ainda experimenta, constitui um campo fértil para o avanço das teorias e práticas contábeis. Não é por acaso que atualmente o mundo possui inúmeras obras contábeis de origem norte-americanas que tem reflexos diretos nos países de economia. No Brasil, a vinda da Família Real Portuguesa incrementou a atividade colonial, exigindo – devido ao aumento dos gastos públicos e também da renda nos Estados – um melhor aparato fiscal. Para tanto, constituiu-se o Erário Régio ou o Tesouro Nacional e Público, juntamente com o Banco do Brasil (1808). As Tesourarias de Fazenda nas províncias eram compostas de um inspetor, um contador e um procurador fiscal, responsáveis por toda a arrecadação, distribuição e administração financeira e fiscal. Hoje, as funções do contabilista não se restringem ao âmbito meramente fiscal, tornando-se, num mercado de economia complexa, vital para empresas informações mais precisas possíveis para tomada de decisões e para atrair investidores. O profissional vem ganhando destaque no mercado em Auditoria, Controladoria e Atuarial. São áreas de análise contábil e operacional da empresa, e, para atuários, um profissional raro, há a especialização em estimativas e análises; o mercado para este cresce em virtude de planos de previdência privada No estudo da evolução do pensamento contábil, percebe-se que o desenvolvimento da Contabilidade esteve sempre associada ao desenvolvimento das relações comerciais de cada época. Pode-se observar em diversos relatos históricos a influência direta da evolução cultural e econômica do homem, adaptando-se às novas situações para atingir seus objetivos. Na medida em que as transações comerciais tornaram-se mais complexas, devido a fatores como a sofisticação dos processos produtivos, a integração e ampliação dos mercados, tornaram-se igualmente complexas as técnicas administrativas, exigindo, consequentemente, sistemas de informações mais avançados e eficazes. Hoje, a contabilidade continua ganhando cada vez mais espaço, os usuários desta ciência estão à procura de controles eficazes, relatórios condizentes com a realidade da economia mundial, informações que demonstrem a responsabilidade social da empresa e dados que venham a combater a concorrência. Assim, o maior diferencial do contabilista é saber transformar os dados contábeis em informações e estas em ações que ajudem maximizar os resultados da organização. 10 1.2 DATAS COMEMORATIVAS DA CONTABILIDADE As datas comemorativas mais importantes da contabilidade são: a) Dia 12 de janeiro de 2011, pela primeira vez foi comemorado o Dia do Empresário Contábil, aprovado pelo Projeto de Lei da Câmara Federal (PLC) nº 109 de 2010. Segundo o Sescon/SC, nesta data, eram 73.000 empresários contábeis no Brasil e em SC, eram 3.800 empresários contábeis. b) Dia 25 de abril comemora-se o Dia da Contabilidade. Nesse dia, nasceu o Senador João Lyra Tavares, patrono da contabilidade no Brasil, e a lembrança da data é uma forma de prestar uma homenagem a esse homem que, no Congresso Nacional, defendeu a regulamentação da profissão contábil. A regulamentação ocorreu através do Decreto nº 20.158, de 30.06.1931, que organizou o ensino comercial no Brasil. c) Dia 22 de setembro, Dia do Contador, profissional graduado em Ciências Contábeis. d) Dia 20 de novembro, Dia do Técnico em Contabilidade, profissional formado pelas escolas profissionalizantes de nível médio. 1.3 CADUCEU – Símbolo das Ciências Contábeis O CADUCEU é formado por um bastão no sentido vertical, com duas pequenas serpentes entrelaçadas, tendo na parte superior duas asas e um elmo alado. O BASTÃO - que representa o poder de quem conhece a ciência contábil - é a espinha dorsal do curso de Ciências Contábeis, em que são aplicadas as matérias de formação profissional específica, objetivando a capacitação para o exercício da profissão. AS PEQUENAS SERPENTES - que simbolizam a sabedoria - estão entrelaçadas para demonstrar o elo entre os atributos de natureza humana, social e profissional, em que há a integração das matérias e atividades de formação profissional básica, específica e complementar. AS DUAS ASAS - que figuram a presteza, a solicitude, a dedicação e o cuidado ao exercer a profissão - têm, entre as matérias voltadas aos atributos de natureza humanística e social, o estudo da língua pátria, as relações humanas, as noções de ciências sociais e de direito, assim como a versatilidade da realidade brasileira na era da globalização. O ELMO - que é uma peça de armadura antiga, o qual cobria a cabeça - está representado, dentro do currículo pleno do curso de Ciências Contábeis, pela ética geral e profissional. O curso de Ciências Contábeis, tal qual a educação superior, dentro da atual lei de diretrizes e bases da educação brasileira, tem no trabalho de pesquisa e investigação científica a finalidade de desenvolver o entendimento do homem e do meio em que este vive. A extensão universitária, visando à difusão das conquistas e benefícios da criação cultural, também está inserida na política departamental, bem como entre as finalidades da educação superior. A divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos faz parte do conjunto, pela comunicação, de um lado, por meio de palestras, e do outro, na forma de publicações. O quadro do patrimônio cultural do acadêmico e futuro profissional das Ciências Contábeis é representado pelo CADUCEU, no qual a graduação é o bastão, a extensão são as serpentes, a pesquisa são as asas e a comunicação é o elmo. 11 1.4 CONCEITOS DE CONTABILIDADE O Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilistas, realizado na Cidade do Rio de Janeiro, de 17 a 25 de agosto de 1924, formulou um conceito oficial para CONTABILIDADE. “Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro relativas à Administração Econômica.” Segundo a CVM - Comissão de Valores Mobiliários, através da deliberação 29/86, Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização. Segundo Hilário Franco e Ernesto Marra (2001, p. 25), "Contabilidade é a ciência destinada a estudar e controlar o patrimônio das entidades, do ponto de vista econômico e financeiro, observando seus aspectos quantitativos e qualitativos e as variações por ele sofridas, com o objetivo de fornecer informações sobre o estado patrimonial e suas variações em determinado período.." Segundo Osni Moura Ribeiro (2006, p. 19) “A Contabilidade é uma ciência que possibilita, por meio de suas técnicas, o controle permanente do Patrimônio das empresas.” Para Lauro Arend (2006, p. 1) “Ela registra, estuda e interpreta (por análise) os fatos financeiros e econômicos que afetam a situação patrimonial de determinada pessoa física ou jurídica.” José Carlos Marion (2006, p. 26) afirma que “A contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para tomada de decisões dentro e fora da empresa.” 1.5 OBJETO DA CONTABILIDADE Segundo a Resolução no 774/94, do CFC, que aprovou o Apêndice à Resolução sobre os Princípios de Contabilidade, “A Contabilidade possui objeto próprio – o Patrimônio das Entidades – ...” E cita que “Na Contabilidade, o objeto ésempre o patrimônio de uma entidade, definido com um conjunto de bens, direitos e obrigações ...” avaliado em moeda. Todos os escritores, escolas do pensamento contábil, correntes e doutrinas definem o Patrimônio como o objeto da contabilidade. 1.6 OBJETIVO DA CONTABILIDADE O Conselho Federal de Contabilidade – CFC, através da Resolução 774/94, que trata do Objetivo da Contabilidade, aponta que “O objetivo científico da Contabilidade manifesta- se na correta apresentação do Patrimônio e na apreensão e análise das causas de suas mutações”. Esse é um enfoque que sintetiza e procura demonstrar a lógica das informações fornecidas pela Contabilidade aos seus usuários internos e externos. Nessa mesma linha de raciocínio, o IASC – International Accounting Standards Committee, que é a Comissão Internacional de Normas Contábeis, definiu, de forma mais ampla, o objetivo da Contabilidade que “é dar informações contábeis sobre a posição financeira, os resultados e as mudanças na posição financeira de uma empresa que sejam úteis a um grande número de usuários em suas tomadas de decisões”. 12 1.7 FINALIDADE E APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE a) FINALIDADE A finalidade fundamental da Contabilidade é fornecer informação útil para a tomada de decisões econômicas. Neste aspecto destacam-se duas funções que julga-se imprescindíveis ao lidar com a Contabilidade. Função Econômica: Apurar o resultado do período, o qual pode se apresentar na forma de lucro ou prejuízo. Função Administrativa: Controlar o patrimônio da entidade, tanto sobre o aspecto estático (posição em dado momento, ex: o balanço patrimonial) como dinâmico (representa o movimento ou as mudanças qualitativas e quantitativas dos elementos). Segundo a doutrina contábil a finalidade da contabilidade é registrar, controlar e demonstrar os fatos que afetam o patrimônio, objetivando fornecer informações sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. A contabilidade desempenha, em qualquer organismo econômico, o mesmo papel que a história na vida da humanidade. Sem ela não seria possível conhecer o passado nem o presente da vida econômica da entidade, não sendo também possível fazer previsões para o futuro nem elaborar planos para a orientação administrativa. A contabilidade tem por finalidade o registro dos fatos e a produção das informações que possibilitem ao administrador do patrimônio o planejamento e o controle das suas ações. Planejar é decidir, entre as diversas alternativas, pela hipótese que se apresenta como sendo a melhor situação na busca do cumprimento dos objetivos sociais e econômicos da entidade. Também pode ser representada pela melhor hipótese na busca de atingir a maior eficiência e eficácia ao determinar a linha de ação para o futuro. Controlar é verificar se os elementos materiais e humanos na entidade estão de acordo com os planos e políticas traçadas. Através do controle do patrimônio, a contabilidade disponibiliza informações aos agentes interessados em mensurar a situação patrimonial e o desempenho da entidade. A partir do Planejamento e do Controle, pode-se derivar alguns objetivos da Contabilidade: √ Apresentar o desempenho da empresa em um dado período; √ Apresentar a posição da empresa em dado momento; √ Conhecer as fontes de financiamento e as aplicações de recursos existentes; √ Demonstrar a situação econômica, financeira e patrimonial da entidade; √ Permitir que os fatos ocorridos sejam corretamente interpretados, tenham eles afetado qualitativa ou quantitativamente o patrimônio; √ Apresentar as situações de liquidez, rentabilidade e solvência da empresa, permitindo sua comparação com as demais pertencentes ao mesmo grupo; √ Transformar os dados (os registros efetuados) em informações que se apresentem como poderoso instrumento para a tomada de decisão. A contabilidade deve prover os usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização. Por exemplo: √ Análise econômica: capital, patrimônio, receitas e despesas. √ Análise financeira: fluxo de caixa e capital de giro. 13 √ Análise física: estoques, nº de ações, duplicatas. √ Análise de produtividade: lucro por ação, depósitos por cliente, custo por produto. b) APLICAÇÃO O campo de aplicação da Contabilidade abrange todas as entidades públicas ou privadas, físicas ou jurídicas. Entidades são todas as organizações que reúnem os seguintes elementos: pessoas, patrimônio, titular, ações administrativas e fim determinado (Osni, 2006, p. 20). O campo de aplicação da Contabilidade abrange todas as entidades econômico- administrativas, até mesmo as pessoas de direito público, como a União, os Estados, os Municípios, as Autarquias etc.. O campo de aplicação da contabilidade são as entidades que dão movimento ao Patrimônio e necessitam de gestão sobre o mesmo. Aplica-se tanto às sociedades mercantis como às sociedades civis, inclusive as associações civis ou mesmo aquelas sem finalidade lucrativa. Ressalte-se que o campo de atuação da Contabilidade não se restringe aos grandes empreendimentos, aplica-se o conhecimento contábil aos micros e pequeno negócios e também no controle do patrimônio das pessoas físicas (ou pessoa natural). A Contabilidade pode ser estudada de modo geral - para todas as empresas - ou em particular quando aplicada em certo ramo de atividade ou setor da economia. Assim, no estudo da Contabilidade pode-se enfocar, dentre outros, os seguintes ramos: √ Contabilidade Comercial e de Serviços; √ Contabilidade Industrial; √ Contabilidade Bancária; √ Contabilidade Hospitalar; √ Contabilidade Pública; √ Contabilidade de Cooperativas; √ Contabilidade Securitária; √ Contabilidade de Transportes (rodoviário, marítimo, aéreo); √ Contabilidade de Atividade Rural – agropecuária; √ Contabilidade de Autônomos; √ Contabilidade das Pessoas Físicas. 1.8 TÉCNICAS CONTÁBEIS Para atingir os seus objetivos, a contabilidade se utiliza de técnicas próprias, como por exemplo: � Escrituração; � Demonstrações contábeis; � Análise das demonstrações contábeis; � Auditoria. a) ESCRITURAÇÃO É a técnica que consiste no registro de todos os fatos que influem na composição do patrimônio. A escrituração envolve metodologia apropriada, a planificação dos elementos patrimoniais, a utilização de livros e registros apropriados em obediência à legislação civil e societária, tributária, trabalhista e previdenciária, e aos princípios e normas contábeis. Na escrituração trata-se dos registros dos fatos contábeis nos livros de escrituração contábil do Diário, Razão e demais livros auxiliares, fiscais e outros. 14 b) DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS As Demonstrações Contábeis são elaboradas de acordo com os dados técnicos que se apresentam, extraídos dos registros contábeis das entidades. As demonstrações contábeis mais conhecidas são: √ Balanço Patrimonial; √ Demonstração dos Resultados do Exercício; √ Demonstração do Fluxo de Caixa; √ Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; √ Demonstração do Valor Adicionado; √ Notas Explicativas. São elaboradas para que se tenha uma visão abrangente e consolidada da situação patrimonial, econômica e financeira da entidade. c) ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS É a técnica pela qual verifica-se a capacidade de pagamento da empresa, o grau de solvência, a evolução da empresa, a estrutura patrimonial e outras análises econômicas e financeiras. Pela análise de balanços á possível comparar a situação da empresa com outras dentro de sua área de atuação. Estuda e pesquisa índices úteis para os usuários da informação contábil, auxiliando na comparação periódica da evolução da entidade no tempo. A Análise das Demonstrações Contábeis é realizada através do exame e interpretação dos dados contidos nas demonstraçõesfinanceiras, com o fim de transformar esses dados em informações úteis aos diversos usuários da contabilidade. d) AUDITORIA CONTÁBIL É a técnica de verificação e avaliação da qualidade e confiabilidade dos registros e dos demonstrativos contábeis. A Auditoria consiste na verificação da exatidão dos dados contidos nas demonstrações financeiras, através do exame minucioso dos registros contábeis e dos documentos que deram origem aos registros. 1.9 ATRIBUTOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade a informação contábil deve ser, em geral e antes de tudo, veraz e equitativa de forma a satisfazer as necessidades comuns a um grande número de diferentes usuários, não podendo privilegiar deliberadamente nenhum deles, pelo fato desses interesses não serem sempre coincidentes. Determina ainda, a mesma norma, que a informação deve propiciar revelação suficiente sobre a entidade para que o usuário se sinta informado. Os atributos indispensáveis para que isso ocorra são os seguintes: � Confiabilidade � Tempestividade � Compreensibilidade � Comparabilidade � Relevância a) CONFIABILIDADE É o atributo que faz com que o usuário, interno ou externo, aceite a informação contábil e a utilize como base de decisões, configurando um elemento essencial na relação entre o usuário e a própria informação. A Confiabilidade e a relevância da informação contábil, de acordo com o FASB – 15 Financial Accounting Standards Board, apud Hendriksen & Breda (1999, p. 97) são as principais qualidades especificas às decisões, é a “capacidade que a informação tem de fazer a diferença numa decisão”. A confiabilidade é fundamental nas decisões. A informação contábil, quanto mais relevante, mais confiável deve ser. Diante disso, conclui-se que o objetivo da Contabilidade é fornecer informações que sejam úteis aos diversos segmentos de usuários, objetivando auxiliá-los no processo decisório. b) TEMPESTIVIDADE Este atributo refere-se ao fato de a informação contábil dever chegar ao conhecimento do usuário em tempo hábil para sua utilização. c) COMPREENSIBILIDADE A Compreensibilidade se refere a que a informação deve ser exposta de forma mais compreensível aos diferentes usuários, ou seja, deve ser entendida por todos os usuários da informação contábil. d) COMPARABILIDADE A Comparabilidade da informação contábil é um atributo que deve possibilitar ao usuário o conhecimento da evolução do patrimônio da entidade ao longo do tempo. e) RELEVÂNCIA Este Atributo quer dizer evidenciar valores relevantes. A informação, para ser útil, precisa ser relevante. Deve ter a qualidade da relevância para influenciar nas decisões econômicas dos usuários, ajudando-os a avaliar eventos passados, presentes ou futuros, ou confirmando ou corrigindo avaliações passadas (deve evidenciar os custos, preços, obrigações e outras operações planejadas). 1.10 USUÁRIO DA CONTABILIDADE Os usuários da Contabilidade são as pessoas físicas ou jurídicas interessadas pelas informações produzidas e disponibilizadas nos relatórios e demonstrativos contábeis, com o propósito de tomar decisão. Portanto, são todas as pessoas interessadas nas informações contábeis e que necessitem conhecimento da situação econômica, financeira e patrimonial da entidade. São inúmeros os usuários das informações contábeis, e para fins didáticos, pode-se citar os principais usuários como sendo: � Administradores, diretores e executivos: servindo como instrumento de apoio ao desempenho da entidade e tomada de decisão. � Sócios e/ou acionistas: permite aos investidores do capital na entidade acompanhar o desempenho obtido pelo seu investimento na entidade em estudo. Para decidir em qual negócio investir e qual a rentabilidade desejada. � Bancos, financiadores e investidores: permite obter informações patrimoniais, econômicas e financeiras com vistas a avaliar o potencial das garantias oferecidas quando da concessão de empréstimos, aplicações de recursos na entidade e capacidade de pagamento das dívidas contraídas. � Fornecedores: permite saber se o cliente terá condições de honrar os compromissos com as compras efetuadas. � Empregados: permite saber se a organização em que trabalha lhe proporciona segurança e garantia de recebimento do seu salário, calcular sua participação em planos de distribuição de lucros a funcionários e também para verificar os investimentos da empresa em aspectos 16 sociais do tipo: creche, transporte, educação, etc. � Poder Público (Federal, Estadual e Municipal): permite a elaboração de estudos para o planejamento e controle das receitas tributárias, bem como das políticas macro- econômicas. � Pessoas Físicas: (estudantes, professores, profissionais liberais, autônomos, etc.) usam a contabilidade para administrar sua conta bancária, seu orçamento familiar, seus investimentos, para contrair e/ou financiar suas dívidas, etc. � Concorrentes: para comparar seus resultados e identificar as ações que levaram as empresas do mesmo ramo de atividade a ter sucesso ou insucesso. � Autoridades Fiscais: para calcular e verificar o pagamento dos tributos e do cumprimento das obrigações acessórias. � Agências Reguladoras: a exemplo de sindicatos, conselhos de classe empresarial, agências governamentais, etc.. que usam a contabilidade para verificar se as exigências para funcionamento estão sendo cumpridas de acordo com as regras estabelecidas, assim como para servir de base para futuras negociações com o setor. 1.11 ÁREA DE ATUAÇÃO DO CONTADOR As principais áreas tradicionais de atuação do contador são as seguintes: • Contabilidade fiscal ou tributária: Participa do processo de elaboração de informações para o fisco federal estadual e municipal, sendo responsável pelo planejamento tributário da empresa. • Contabilidade pública: No controle e gestão das finanças públicas, sendo que este é um campo possui um amplo mercado de trabalho devido às dimensões continentais de nosso país. • Contabilidade de Custos: Atualmente é uma das áreas mais valorizadas no Brasil e internacionalmente. A gestão estratégica de custos se destaca como ferramenta de decisão na formação dos preços dos produtos e serviços das organizações. • Contabilidade Gerencial e Controladoria: Voltada para a melhor utilização dos recursos econômicos da empresa, através de um adequado controle dos insumos efetuado por um sistema de informação gerencial. Destaca-se a função de controller. • Auditoria: Através de empresas de auditoria ou através de setores internos da organização controla a confiabilidade das informações e a legalidade dos atos praticados pelos administradores. • Perícia Contábil: Atuando na elaboração de laudos em processos judiciais ou extrajudiciais. Área de atuação exclusiva do contador. • Contabilidade Financeira: Responsável pela elaboração e consolidação das demonstrações contábeis para fins externos. • Análise Econômico-financeira: Denominação moderna para a análise de balanços. Atua na elaboração de análises sobre a situação patrimonial de uma organização a partir de seus relatórios contábeis. • Avaliação de Projetos: Elaboração e análise de projetos de viabilidade de longo prazo, com a estimativa do fluxo de caixa e o cálculo de sua atratividade para a empresa. • Professor, Pesquisador e Palestrante: Os horizontes da contabilidade foram ampliados propiciando um terreno fértil para o ensino, a pesquisa e a divulgação da ciência da contabilidade para a sociedade. • Contabilidade Atuarial: Responsável pela contabilidade de fundos de pensão e empresas de previdência privada. • Contabilidade Ambiental: Responsável por informações sobre o impacto ambiental da empresa no meio-ambiente. • Contabilidade Social: Dimensionando o impacto social da empresa, com sua agregação 17 de riqueza e seus custos sociais, produtividade, distribuição da riqueza etc. • Contabilidade de EmpresasTransnacionais: Os softwares contábeis estão cada vez mais integrados, facilitando a operacionalidade dos registros contábeis independente do país em que se encontra, facilitado pelo uso da internet e pela disponibilização pelos órgãos governamentais dos aplicativos tributários e toda a legislação pertinente, facilitando também o cumprimento das obrigações acessórias das empresas. a) FUNÇÃO DO CONTADOR Produzir e ou gerenciar informações úteis aos usuários da contabilidade para a tomada de decisões. Na empresa: Independente (autônomo): � Planejador tributário; � Analista financeiro; � Contador geral; � Cargos administrativos; � Auditor interno; � Contador de custos; � Contador gerencial; � Atuário. � Auditor independente; � Consultor; � Empresário contábil; � Perito contábil; � Investigador de fraude. No ensino: Órgão público: � Professor; � Pesquisador; � Escritor; � Conferencista. � Contador público; � Agente fiscal de renda; � Diversos concursos públicos; � Tribunal de contas; � Oficial contador. 1.12 PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE Os princípios originaram-se da necessidade do estabelecimento de um conjunto de conceitos, princípios e procedimentos que não somente fossem utilizados como elementos disciplinadores do comportamento do profissional no exercício da Contabilidade, seja para a escrituração dos fatos e transações, seja na elaboração de demonstrativos, mas que permitissem aos demais usuários fixar padrões de comparabilidade e credibilidade, em função do conhecimento dos critérios adotados na elaboração dessas demonstrações. Além de delimitar e qualificar o campo de atuação da Contabilidade, os princípios servem de suporte e sustentação na defesa da escrituração contábil oportuna, tempestiva, prudente e na separação das entidades. Os Princípios de Contabilidade estão estabelecidos na Resolução CFC 750 de 29/12/93, alterada pela Resolução CFC nº 1.282 de 28/05/2010 e são os seguintes: Art. 3º São Princípios de Contabilidade: I) o da ENTIDADE; II) o da CONTINUIDADE; III) o da OPORTUNIDADE; IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; V) o da COMPETÊNCIA; e VI) o da PRUDÊNCIA. Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. 18 a) PRINCÍPIO DA ENTIDADE O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. Exemplos: a) A dona da mercearia que mistura despesas de água, luz e IPTU entre ela e seu comércio; b) O sócio utiliza seu veículo para se deslocar até a empresa, e lança as despesas de manutenção com o carro como se fossem despesas da empresa; c) Um dos sócios da empresa paga suas contas residenciais através da retirada do caixa da empresa; d) O gerente usa o carro da empresa para o lazer pessoal e contabiliza as despesas como se fossem despesas da empresa. b) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas. A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível. A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de resultado. Exemplos: a) O sócio está tentando um financiamento para investir no seu negócio e apresenta um contrato social ao gerente com o prazo definido para encerramento das atividades; b) Ocorre uma reestruturação do objeto social da empresa, que passa para outro ramo de atividade, causando desconfiança aos investidores, clientes e fornecedores; c) Uma empresa que está com liquidação judicial decretada, tenderá a vender seus estoques por valor inferior ao mercado; d) Venda de estoque a preço inferior ao do mercado para sanar dívidas da empresa. c) PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram. Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE: I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência; II – o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários; III – o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base necessária para gerar 19 informações úteis ao processo decisório da gestão. Exemplos: a) Registro imediato de um ativo, mesmo sabendo da possibilidade razoável da certeza de sua ocorrência; b) Registros completos, claros, pontuais e oportunos das mutações de ativos, passivos e patrimônio líquido. c) Registro dos fatos contábeis, na época da ocorrência dos mesmos. d) PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE. Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta: I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes; II – uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais; III – o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste; IV – os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada; V – o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos. Exemplos: a) Aquisição de produtos para revenda em Dezembro/2006 por R$ 10.000,00, já incluído frete e imposto, sendo vendido apenas em Fevereiro/2007. O valor do Custo da Mercadoria Vendida deverá ser o mesmo quando da compra da mercadoria, embora que nesta data, o valor da mercadoria não esteja valendo o valor pago; b) Compra de um veículo por R$ 5.000,00 em Março/2000 para as atividades da empresa. Em 2006 resolve-se vender o veículo por R$ 3.000,00,já devidamente depreciado. A baixa do imobilizado deverá ser pelo valor contábil do bem, e não pelo preço de venda; c) Registro pelo valor da transação, Nota Fiscal, Recibo, Cupom Fiscal ou seja, pelo valor efetivamente negociado. e) PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE. O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é consequência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração. As receitas consideram-se realizadas: I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente 20 pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados; II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior; III – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros; IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções. Consideram-se incorridas as despesas: I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro; II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo; III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. Exemplo: a) A empresa X incorre e reconhece uma despesa de R$ 1.000,00 em Novembro/2006, referente à compra de estoque, mas se compromete a pagar em 2 parcelas de R$ 500,00, em janeiro e fevereiro/2007 b) A empresa XZ aufere e reconhece uma receita de R$ 1.000,00 em Novembro/2006, referente a venda de mercadorias, mas só vai receber, em parcela única, em Março/2007; c) A empresa XY contrata seguro para suas instalações, no valor de R$ 2.000,00, pagando 100% no ato. Porém, seguindo o princípio da competência, reconhece a despesa mensalmente, baseado no fato gerador, ou seja, à medida que o serviço é prestado. f) PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios de Contabilidade. Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA. A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável. Exemplos: a) A empresa WEB está sendo processada por um funcionário pela falta de pagamento de horas extras realizadas num determinado período. O valor reivindicado é de R$ 5.000,00, podendo chegar a R$ 6.000,00, dependendo das demais custas. A empresa deve constituir reserva para uma possível punição, no valor de R$ 6.000,00; b) As instalações da empresa estão situadas em local passível de inundações. Pela adoção deste princípio, ela deve constituir uma reserva de contingência prevendo possíveis perdas, caso aconteça à enchente; c) Constituição de reservas, tendo em vista a expectativa de perdas em lavouras, através de chuvas, temporais, vendavais, secas e outras intempéries da natureza. 21 1.13 OBRIGAÇÃO DE MANTER ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL a) CÓDIGO CIVIL Sobre o assunto, o Código Civil, através dos artigos abaixo cita que: Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. §1º Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critério dos interessados. §2º É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970. Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico. b) LEVANTAMENTO DO BALANÇO PATRIMONIAL O art. 1.179 CC, estabelece o dever ao empresário e à sociedade empresária levantar anualmente o balanço patrimonial. Balanço Patrimonial é a demonstração que encerra a sequência dos procedimentos contábeis, apresentado de forma ordenada em três elementos componentes do patrimônio: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Sendo o Ativo composto por bens e direitos (art, 10, item 4 do Código Comercial); o Passivo composto pelas obrigações; o patrimônio líquido corresponde à diferença entre o ativo e o passivo. O balanço é um ato jurídico e não simples ato material. Ato ou negócio jurídico, em qualquer hipótese, o balanço regularmente aprovado e publicado de uma companhia deve ser considerado válido e eficaz, perante os acionistas e terceiros. (José Waldeci das Lucena – Das Sociedades Limitadas, 5ª Ed. RJ. Renovar, 2003). Mesmo que a empresa esteja desobrigada a apresentação da Escrituração e do Balanço em função de legislação tributária, esta deve elaborá-los conforme determina o art. 1179 do CC. É o caso do lucro presumido, no qual a legislação faculta o contribuinte a escriturar Livro Caixa. Existem balanços ordinários, que são os balanços anuais e os balanços especiais, que são os extraordinários, levantados para casos específicos. São especiais os balanços: • de recesso de acionista ( art. 45, § 2º, Lei nº 6.404/76); • de liquidação ( art. 210, inciso III, Lei nº 6.404/76); • de dividendos intermediários ( art. 204, ª 1º, Lei nº 6.404/76); • de autofalência ( art. 8º, inciso I, Decreto-Lei nº 7.661/45); • de concordata ( art. 159, inciso IV, Decreto-lei nº 7.661/45); • de incorporação, cisão e fusão. c) OUTRAS DISPOSIÇÕES NO CÓDIGO CIVIL Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico (art. 1180). 22 Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis. A autenticação não se fará sem que esteja inscrito o empresário, ou a sociedade empresária, que poderá fazer autenticar livros não obrigatórios (art. 1.181). Sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração ficará sob a responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na localidade (art. 1.182). A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens. É permitido o uso de código de números ou de abreviaturas, que constem de livro próprio,regularmente autenticado (art. 1.183). No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa (art. 1.184). Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não excedam o período de trinta dias, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para registro individualizado, e conservados os documentos que permitam a sua perfeita verificação (art. 1.184). Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo ambos ser assinados por técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária. (art. 1.184). O empresário ou sociedade empresária que adotar o sistema de fichas de lançamentos poderá substituir o livro Diário pelo livro Balancetes Diários e Balanços, observadas as mesmas formalidades extrínsecas exigidas para aquele (art. 1.185). O livro Balancetes Diários e Balanços serão escriturados de modo que registre (art. 1.186): I - a posição diária de cada uma das contas ou títulos contábeis, pelo respectivo saldo, em forma de balancetes diários; II - o balanço patrimonial e o de resultado econômico, no encerramento do exercício. Na coleta dos elementos para o inventário serão observados os critérios de avaliação a seguir determinados (art. 1.187): I. os bens destinados à exploração da atividade serão avaliados pelo custo de aquisição, devendo, na avaliação dos que se desgastam ou depreciam com o uso, pela ação do tempo ou outros fatores, atender-se à desvalorização respectiva, criando-se fundos de amortização para assegurar-lhes a substituição ou a conservação do valor; II. os valores mobiliários, matéria-prima, bens destinados à alienação, ou que constituem produtos ou artigos da indústria ou comércio da empresa, podem ser estimados pelo custo de aquisição ou de fabricação, ou pelo preço corrente, sempre que este for inferior ao preço de custo, e quando o preço corrente ou venal estiver acima do valor do custo de aquisição, ou fabricação, e os bens forem avaliados pelo preço corrente, a diferença entre este e o preço de custo não será levada em conta para a distribuição de lucros, nem para as percentagens referentes a fundos de reserva; O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das leis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo (art. 1.188). O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de lucros e perdas, acompanhará o balanço patrimonial (art. 1.189). É garantido o sigilo da escrituração contábil, conforme art. 1.190, exceto em caso de fiscalizações tributárias. 23 d) LEI DE FALÊNCIAS Conforme art. 51 da Lei 11.101, de 09.02.2005, para o Pedido e do Processamento da Recuperação Judicial será necessário que as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: � balanço patrimonial; � demonstração de resultados acumulados; � demonstração do resultado desde o último exercício social; � relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção. O Art. 105, da Lei 11.101/2005, define que o devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos: - demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: a) balanço patrimonial; b) demonstração de resultados acumulados; c) demonstração do resultado desde o último exercício social; d) relatório do fluxo de caixa; e) e demais livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei; e) FRAUDE A CREDORES O art. 168, da mesma lei, dispõe que praticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar a recuperação extrajudicial, ato fraudulento de que resulte ou possa resultar prejuízo aos credores, com o fim de obter ou assegurar vantagem indevida para si ou para outrem. Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. A pena aumenta-se de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), se o agente: I. elabora escrituração contábil ou balanço com dados inexatos; II. omite, na escrituração contábil ou no balanço, lançamento que deles deveria constar, ou altera escrituração ou balanço verdadeiros; III. destrói, apaga ou corrompe dados contábeis ou negociais armazenados em computador ou sistema informatizado; IV. simula a composição do capital social; V. destrói, oculta ou inutiliza, total ou parcialmente, os documentos de escrituração contábil obrigatórios. f) CONTABILIDADE PARALELA A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até metade se o devedor manteve ou movimentou recursos ou valores paralelamente à contabilidade exigida pela legislação. g) CONCURSO DE PESSOAS Nas mesmas penas incidem os contadores, técnicos contábeis, auditores e outros profissionais que, de qualquer modo, concorrerem para as condutas criminosas descritas no artigo 168, na medida de sua culpabilidade. 24 Lembrando que a Lei nº 11.101/2005 passou a vigorar a partir de 10.06.2005. h) CONTABILIDADE COMO PROVA EM AUTUAÇÕES FISCAIS A prova no processo Administrativo Fiscal é de fundamental importância e deve ser observada criteriosamente pelo Contribuinte, através da prova o julgador forma sua convicção a favor ou contra a empresa. “Quem alega e não prova não alegou”, alegação sem prova transforma-se em uma denúncia vazia. Por exemplo, o Contribuinte alega na sua impugnação que não é devedor do tributo, pois já o pagou, no entanto, não apresenta cópia do comprovante de recolhimento, na peça impugnatória. Seu argumento é inválido, não é acolhido, não está devidamente comprovado, é nesse sentido que as provas devem ser consideradas. A produção de provas fortes e irrefutáveis deve ser preparada pelo Contribuinte na ocasião da realização do ato jurídico (negociação: compra ou venda). A prova nada mais é do que um documento hábil (aceito pelo fisco) que suporta o lançamento contábil. Muitas vezes, os responsáveis pelas empresas apresentam documentos parcialmente hábeis, documentos considerados não hábeis (pedido, rascunho de compras, sem identificação) ou não apresentam documentos. O Contador, por sua vez, cobra os devidos documentos, mas como a empresa é dinâmica e já está envolvida em outras negociações não se preocupa com a documentação anterior. Então o lançamento contábil é feito com base na cópia de cheque sem a documentação comprobatória. O tempo passa, substitui-se o Contador, o Administrador ou até mesmo os sócios, a falta do documento só vai ser observada quando solicitado pelo fiscal, quase 05 anos após a data que deveria ser emitido. A administração sai correndo atrás da documentação, inútil o fornecedor que vendeu fechou, até mesmo não é mais fornecedor da empresa, não vai ter nenhuma vontade em procurar documentos, ou ainda, não foi emitido o respectivo documento fiscal, naquela ocasião. São fatos lamentáveis, mais que normalmente ocorrem em nossas empresas, é uma questão de cultura, pois são os sócios que administram suas próprias empresas e acreditam que não é necessário manter toda a documentação em ordem. Todos os lançamentos contábeis necessitam de comprovantes hábeis, sejam eles de receitas,despesas ou variação patrimonial. A produção de provas é estabelecida pelos documentos que dão suporte aos lançamentos contábeis. Qualquer fragilidade expõe a empresa em um processo de fiscalização. Várias são as formas de provas que acompanham o lançamento contábil: a) O próprio documento é o comprovante do lançamento contábil. Exemplo: nota fiscal de compras de peça, no Diário consta o número da nota fiscal e o nome da empresa, bem como o valor do documento; b) Se a empresa, por ocasião do lançamento contábil, não foi efetuar a produção de provas, mediante o relatório de provisão de férias individualizado por funcionários, a despesa será glosada, devendo o valor ser adicionado ou lucro real. Fica difícil confeccionar essas provas quando a empresa for autuada, pois já se passou muito tempo e o período de defesa é de apenas 30 dias da data da ciência do auto de infração. A Contabilidade levada a sério, serve como instrumento de filtro da documentação, bem como de prova no PAF. c) Os impostos ainda que não pagos e ou a pagar são dedutíveis pelo período de competência. (Parágrafo 2º, artigo 41 da Lei nº 8981/95 e Artigo 1º da Lei nº 9.316/96). Para isto, o Contador deve elaborar demonstrativo, mês a mês, demonstrando a base de cálculo, a alíquota e outros valores que servirão de suporte para o cálculo do imposto, bem como declará-lo na DCTF. Se o fiscal não constatar subsídios necessários que comprovem o lançamento contábil, a despesa poderá ser glosada. d) Lançamentos Globais na Contabilidade – É um “prato cheio” para a fiscalização quando localiza na contabilidade despesas lançadas englobadamente, isto é, várias despesas (pagas 25 ou a pagar) que são somadas e lançadas. Esse procedimento acaba facilitando o trabalho de investigação, pois o lançamento é facilmente identificado e depois porque se constitui provisão lançamentos englobados, sem a devida comprovação, sendo indedutível a provisão para fins de IRPJ e CSSL (inciso I, do Art. 13, da Lei 9.249/95). O raciocínio é o mesmo do item anterior, se na data do lançamento não o discrimina, passados 03 a 05 anos fica quase impossível chegar a conclusão de quais documentos compõem o lançamento. Conforme matéria abaixo, a diferença entre Provisão e Contabilização pelo Regime de Competência: e) Diferentemente são os lançamentos pelos totais que estão individualizados em livros auxiliares de contabilização, que ficam à disposição da fiscalização e lastreados por documentos hábeis. f) Outras Contabilizações - principalmente planejamentos tributários e outras contabilizações que são feitos utilizando-se de consultas, acórdãos ou interpretação da lei a favor da empresa, devido a um provável questionamento em uma fiscalização, devem ser arquivados juntamente com os documentos contábeis, em formato de dossiê, explicando e comprovando o raciocínio que justificou o lançamento contábil. g) Especificar no histórico contábil os dados do lançamento. Exemplo: no ano de 2010, por um lapso a empresa, a empresa não contabilizou a sua NF nº 1. 111, relativa a receita, porém a lançou no ano posterior em 2011, quando detectou a incorreção. Se não efetuar o lançamento de forma discriminada no Diário e em separado das demais notas fiscais, o lançamento não poderá ser identificado no Livro Diário, consequentemente, se detectado o valor não lançado em 2010, o fisco autuará e a empresa não poderá compensar o lançamento efetuado em 2011, bem como será configurada a omissão de receita e crime contra a ordem tributária. A exposição deste assunto tem como objetivo alertar os Contribuintes e seus Contadores de que a produção de prova deve ser feita por ocasião da realização do negócio e da contabilização, cabendo até uma indagação mental (tanto para o Contribuinte como para o Contador): � Em uma fiscalização, esse documento será aceito pelo fisco? � É um documento suficientemente hábil ou é necessário um laudo e outros documentos subsidiários que comprovem a transação? � Quais as probabilidades do julgador aceitar o documento? Tomando todas as precauções possíveis, no momento adequado, não será uma tarefa difícil de convencer o Fiscal ou o Julgador. São filtros que facilitarão a defesa do contribuinte em autuações fiscais, pois produzir provas, após passado anos, em tempo curto (30 dias para a impugnação), tende a ser uma prova fraca e sem poder probatório suficiente de convencimento dos julgadores, pelos fatos expostos, bem como, uma Contabilidade com suporte documental, torna-se prova a favor da empresa, provando a boa-fé do contribuinte e exigindo a prova em contrário do fisco. ACÓRDÃO 108-07.816 Órgão: 1º Conselho de Contribuintes / 8a. Câmara 1º Conselho de Contribuintes / 8a. Câmara / ACÓRDÃO 108-07.816 em 13/05/2004 IRPJ e OUTROS/SIMPLES - Ex.: 1998 e 1999 PAF - APURAÇÃO CONTÁBIL - A ciência contábil é formada por uma estrutura única composta de postulados e orientada por princípios. Sua produção deve ser a correta apresentação do patrimônio, com apuração de suas mutações e análise das causas de suas variações. A apuração contábil observará as três dimensões na qual está inserida e as quais deve servir: comercial - a Lei 6404/1976; contábil - Resolução 750/1992 e fiscal, que implica em chegar ao cálculo da renda, obedecendo a critérios constitucionais com fins tributários. A 26 regência da norma jurídica originária de registro contábil tem a sua natureza dupla: descrever um fato econômico em linguagem contábil sob forma legal e um fato jurídico imposto legal e prescritivamente. Feito o registro contábil, como determina a lei, torna-se norma jurídica individual e concreta, observada por todos, inclusive a administração, fazendo prova a favor do sujeito passivo. Caso contrário, faz prova contra. Recurso negado. Por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso. Dorival Padovan - Presidente Publicado no DOU em: 20.07.2004 Relator: Ivete Malaquias Pessoa Monteiro Recorrente: URBAPI URBANIZADORA DO PIAUÍ LTDA. 1.14 CONTADOR É INVESTIMENTO O proprietário de uma empresa certamente sabe o quanto a figura do contador é importante para que o seu negócio continue bem sucedido. De nada adianta fechar um grande número de contratos e alcançar excelentes resultados, se o contador da empresa não tem zelado pela eficiência na gestão contábil, societária e tributária do negócio. Com o grande volume de negócios fechados até pode ter entrado uma excelente quantia no caixa da empresa, contudo, se o valor que a empresa paga em impostos for excessiva, certamente o empresário não ficará satisfeito com o lucro auferido. E é exatamente aí que entra o papel do contador. Como em todas as profissões, nem todos os contadores estão adequadamente capacitados para entender, interpretar e orientar seus clientes no que diz respeito à legislação. Mas como identificar um bom profissional? Saber se ele realmente está preparado para atender as suas necessidades? São perguntas que até então você não saberia responder, mas poderá ter uma "luz" ao prestar atenção a algumas dicas simples que podem fazer a diferença. Primeiramente, o empresário deve "investir" em um contador, e não "gastar" com um. Um bom contador é aquele que identifica soluções legais que permitam reduzir os custos fiscais e gerenciais da sua empresa. Ou seja, que ajuda no planejamento fiscal da empresa. Considerando a rapidez com que a legislação tributária muda no Brasil, esse profissional deve se reciclar constantemente. Além de se manter atualizado sobre as mudanças na legislação, e responder pela gestão fiscal e tributária do negócio, o contador também deve conhecer administração, marketing e informática, atuando também como consultor. Muito para um contador? Não. O contador que apenas se preocupa em colocar os livros em dia está ultrapassado. Atualmente é indispensável que todos os serviços de contabilidade sejam informatizados, pois só assim o contador tem condições
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