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Fundamentação linguística da sociologia. introdução - Habermas

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FUNDAMENTAÇÃO LINGUISTICA DA SOCIOLOGIA (INTRODUÇÃO)
Objetivo: substituição da consciência transcendental como fonte da constituição das relações sociais por práticas de uma comunicação em linguagem coloquial.
 Defesa do pluralismo da vida social (intersubjetividade da vida social)
O modelo de sociedade proposto é visto a partir da linguagem, para a qual é preciso conhecer a dimensão sintática, semântica e analítica.
Encarar as motivações dos atos de fala como credibilidade e não apenas validade. “A ação social vai do ‘comportamento de escolha racional’, passando pela ação ‘estratégica’ e ‘orientada por normas’, até a ação ‘dramatúrgica’. “ (p.19)
FUNDAMENTAÇÃO LINGUISTICA DA SOCIOLOGIA (INTRODUÇÃO)
O que a acontece na sociedade moderna é que valores e normas tem que ser complementados com a comunicação lingüística.
Concepções morais e jurídicas são complementadas pela ação comunicativas tornando a integração social mais abrangente.
Processos excessivos de burocratização e monetarização transbordam no mundo da vida, podendo gerar alguns efeitos patológicos.
PRELEÇÕES PARA UMA FUNDAMENTAÇÃO LINGUISTICA DA SOCIOLOGIA
1ª PRELEÇÃO. As abordagens objetivistas e subjetivistas das teorias das Ciências sociais
Primeira decisão estratégico-conceitual: admitir ou rejeitar o sentido como conceito fundamental.
Importância conceitual do sentido, percebido através da expressão simbólica.
Sentido é um conceito fundamental nas ciências sociais. (decisão metateórica). Conseqüências:
PRELEÇÕES PARA UMA FUNDAMENTAÇÃO LINGUISTICA DA SOCIOLOGIA
a)Comportamento versus ação: 
	* O comportamento é ação intencional quando é guiado por normas ou se orienta por regras, que estão ligadas a um ‘significado reconhecido no plano intersubjetivo’. (p.31)
 
b)Observação versus compreensão de sentido:
	*Comportamentos e regularidades de comportamentos podem ser observados, ações são compreendidas.
PRELEÇÕES PARA UMA FUNDAMENTAÇÃO LINGUISTICA DA SOCIOLOGIA
c) Convencionalismo versus essencialismo:
	*Enunciados nomológicos (introduzidos de forma convencional) se referem a ‘acontecimentos fisicamente mensuráveis’.
	
	*Outra hipótese é a reconstrução racional do ‘saber das regras de sujeitos dotados de capacidade de fala e de ação (essencialismo). Os próprios sujeitos produzem categorias de compreensão dos contextos de regras.
PRELEÇÕES PARA UMA FUNDAMENTAÇÃO LINGUISTICA DA SOCIOLOGIA
	*“’Ver’ ou ‘observar’ uma ação ou ‘percebê-la’ implica sempre a compreensão de uma norma (ou da respectiva intenção do ator) e a interpretação de movimentos (ou estados) à luz de uma regra de ação (ou intenção) compreendida. (p.33)
	 
	*Princípio da interpretação: a hermenêutica é uma arte e não um método.
	 
	*Os sujeitos dotados de capacidade de ação possuem um saber implícito sobre as regras, quando as cumpre.
SUBJETIVISMO VERSUS OBJETIVISMO
	“Vou designar por subjetivista um programa teórico que concebe a sociedade como um contexto de vida estruturado de uma forma dotada de sentido; e, mais concretamente, como um contexto de expressões e estruturas simbólicas que está a ser produzido de forma contínua com base em regras abstratas e subjacentes àquele. (...) Como objetivista designo, pelo contrário, um programa teórico que não entende o proces de vida da sociedade a partir do interior como processo natural que pode ser observado nas suas regularidades empíricas e explicado com recurso à hipóteses nomológicas.” (p.37)
	Segunda decisão estratégico-conceitual: a ação intencional deve ser vista como orientada para fins (ação instrumental, escolha racional, regras técnicas e estratégicas, ) ou forma de ação comunicativa (interação simbólicamente mediada, entendimento mútuo, consenso de valores, normas sociais).
	Figura 1, página 40.
Terceira decisão metateórica: opção pela abordagem elementarista (individualismo metodológico) ou abordagem holista.
Figura 2, página 43.
Abordagem elementarista no plano de ação = individualismo metodológico
Todos os fenônemos sociais devem ser enunciados sobre ações de sujeitos individuais.
Com posse de informações adequadas os indivíduos são capazes de alterar tendências sociais.
As unidades supra-subjetivas só são importantes para compreender as transformações sociais se se referirem à qualidade dos sujeitos.
Abordagem holística (teoria sociológica dos sistemas):
TEORIAS GENERATIVAS DA SOCIEDADE
*Primeiro modelo: sujeito cognoscente que emite juízo.
“Encaram o processo generativo da sociedade como um processo de geração de uma imagem da realidade pela qual os sujeitos se orientam no seu trato mútuo.” (p.43)
*Segundo e terceiro modelos: sistemas de regras sem sujeitos: sociedade gerada por estruturas subjacentes. Ex: antropologia estruturalista, teoria sociológica dos sistemas.
TEORIAS GENERATIVAS DA SOCIEDADE
*Primeiro modelo: sujeito cognoscente que emite juízo.
“Encaram o processo generativo da sociedade como um processo de geração de uma imagem da realidade pela qual os sujeitos se orientam no seu trato mútuo.” (p.43)
*Segundo e terceiro modelos: sistemas de regras sem sujeitos: sociedade gerada por estruturas subjacentes. Ex: antropologia estruturalista, teoria sociológica dos sistemas.
TEORIAS GENERATIVAS DA SOCIEDADE
A) Teorias da constituição da sociedade:
Sujeito transcedental
B) Teorias sistêmicas da sociedade:
Estruturas sem sujeitos
C) Teorias da comunicação da sociedade:
Sistemas de regras abstratas que formas as relações intersubjetivas e os sujeitos.
O CONTEXTO DA VIDA SOCIAL SÃO ATOS DE SABER
FACTICIDADE DAS PRETENSÕES DE VALIDADE
RELAÇÃO IMANENTE COM A VERDADE
 
Segunda decisão estratégico-conceitual:
Ação comunicativas:
Interação simbólicamente mediada;
Normas vinculativas que definem expectativas do comportamento mútuo;
Existência de sanções;
Conteúdo semântico objetivado em expressões simbólicas e acessível à comunicação em linguagem coloquial;
Normas sociais assegurada por reconhecimento intersubjetivo (consenso de valores).
 Tudo isto é muito diferente de:
 		Ação racionalmente orientada a fins: 
ação instrumental (regras técnicas e saber empírico) 
e ou
 escolha racional (saber analítico)

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