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ARTIGO Glaciany

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UNISA – UNIVERSIDADE SANTO AMARO
A APRENDIZAGEM DE UMA CRIANÇA COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE (TDAH)
 Glaciany Sales Garcia Occhi
 
RESUMO 
O Distúrbio do Déficit de Atenção (TDA), mais conhecido como Transtorno do déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), é caracterizado pela falta de concentração, impulsividade e hiperatividade ou excesso de energia Nos dias atuais tem sido amplamente estudado devido, principalmente, ao aumento significativo do número de diagnósticos. Pesquisadores de diversas áreas têm se dedicado a produzir conhecimento acerca da temática. Um grande número de estudos tem sido desenvolvido na área médica, principalmente, devido ao fato de o tratamento usualmente preconizado ser realizado com a utilização de medicamentos. Cerca de três milhões de Brasileiros apresentam este transtorno, no entanto, a maior parte deles não sabe que o tem. Até bem pouco tempo atrás se acreditava que este distúrbio atingia somente crianças. Porém, sabe-se hoje que ele pode ocorrer em qualquer idade, abrangendo todas as camadas socioeconômicas, grupos étnicos, níveis de escolaridade e graus de inteligência. Dessa forma faz-se necessário um estudo dos sinais que possuem uma pessoa com TDAH, principalmente na idade escolar, como é o processo de aprendizagem e como os profissionais podem usar de intervenções para lidar com estudantes diagnosticados com o transtorno.
Palavras-chave: TDAH. Diagnóstico. Aprendizagem. .
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos há um aumento de crianças com diagnóstico de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). No entanto nos perguntamos o que é esse transtorno tão comum em crianças e adultos? Como devemos agir com esses alunos em sala de aula para ajudá-los na aprendizagem? A falta de informação, compreensão e conhecimento que envolve o processo escolar são grandes obstáculos que a criança enfrenta junto com as características do transtorno, fazendo com que os pais, docentes e colegas considerem o comportamento como sendo desinteressada e rebelde, tendo para com ela um tratamento preconceituoso.
Diante destes fatos o presente artigo tem como objetivo aprofundar o assunto sobre o que é o TDAH, quais são seus sinais e tratamento bem como podem ocorrer o desenvolvimento do processo ensino aprendizagem de crianças diagnosticadas com o transtorno. 
Os estudos realizados foram através de pesquisas bibliográficas para que compreendamos o enfrentamento desta problemática, pois sabemos que os estudos sobre o TDAH desvendam novas técnicas e enfrentamento para os problemas, novos medicamentos e recursos psicoterapêuticos com a finalidade de que haja uma diminuição da interferência que os sintomas do TDAH causam na vida da pessoa fazendo com que ela consiga controlar a hiperatividade, impulsividade e aumentar a concentração.
Estes recursos se tornam necessários principalmente para as crianças em período pré-escolar e ensino fundamental, onde a desatenção e a impulsividade comprometem além do processo de aprendizagem, a autoestima e os relacionamentos.
É importante, também, refletir sobre as estratégias que escola deve desenvolver para favorecer o processo de aprendizagem deste estudante. Independente do diagnóstico realizado por profissionais especializados, o que certamente contribui em muito para uma melhor compreensão das dificuldades apresentadas, a escola deve avaliar o aluno e identificar seus pontos fortes e áreas que precisam ser mais trabalhadas. Além disso, é importante que este trabalho seja feito de forma diferenciada, e não consista em mera repetição ou exercitação dos conteúdos não aprendidos.
CONTEITUAÇÃO DE TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/ HIPERATIVIDADE
A causa do TDA deriva de um mau funcionamento neurobiológico (da bioquímica do cérebro). O dado mais informativo é que há uma alteração metabólica principalmente nas regiões pré-frontal e pré-motora do cérebro. Como a região frontal é a principal reguladora do comportamento humano, falhas na bioquímica desta região levariam às alterações encontradas no TDA (impulsos e inquietação). Destacamos ainda que há forte histórico familiar neste transtorno (carga genética), uma vez que é comum que várias pessoas da mesma família sejam acometidas pelo problema (pais, avós, tios, irmãos).
Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) ou TDA, trata-se de um transtorno caracterizado pela clássica tríade de sintomas que inclui: falta de concentração, impulsividade e hiperatividade ou excesso de energia. Nos Estados Unidos cerca de 17 milhões de pessoas sofrem do problema. No Brasil, apesar das estatísticas precárias, calcula-se que 3 milhões de brasileiros tenham esta patologia, no entanto, a maior parte deles não sabe que a tem.
A Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA) define o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) como um transtorno “neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade”.
Kearney 2012, afirma que os mecanismos neurobiológicos são complexos e não dependem exclusivamente de um neurotransmissor fazendo com que haja uma grande diversidade clínica de apresentações do TDAH. Testes neuropsicológicos realizados em crianças com este transtorno demonstram prejuízo em trabalhos que requeiram funções cognitivas, como atenção, percepção, organização e planejamento.
O autor define também que as crianças com TDAH tem dificuldade com atividades de longa duração, que exijam concentração. É esquecida, desorganizada, não consegue ficar envolvida em uma única atividade, impaciente, impulsivo e não pensa antes de agir provocando situações perigosas, tornando-se agressivo nas suas relações sociais.
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) descreve os comportamentos de desatenção, hiperatividade e a impulsividade:
A desatenção manifesta-se comportamentalmente no TDAH como divagação em tarefas, falta de persistência, dificuldade de manter o foco e desorganização – e não constitui consequência de desafio ou falta de compreensão. A hiperatividade refere-se a atividade motora excessiva (como uma criança que corre por tudo) quando não apropriado ou remexer, batucar ou conversar em excesso. Nos adultos, a hiperatividade pode se manifestar como inquietude extrema ou esgotamento dos outros com sua atividade. A impulsividade refere-se a ações precipitadas que ocorrem no momento sem premeditação e com elevado potencial para dano à pessoa (DSM-V/ APA, 2014, p.61).
Para o diagnóstico do TDAH não há marcadores biológicos, baseando-se no quadro clínico do paciente. È necessário observar pelo menos dois ambientes, o escolar o domiciliar, por um período de seis meses. Poderá ser iniciado a partir dos três anos, mas o diagnóstico é após a inserção da criança na escola.
Papalia et al 2013, a presença da hiperatividade e desatenção, que por vezes se sobrepõe, tornam o diagnóstico impreciso. Algumas crianças são desatentas, mas não hiperativas ou o oposto. Alguns pesquisadores do tema se questionam quanto à fidedignidade de alguns diagnósticos dado que todas as crianças apresentem estas duas características em algum grau.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Alguns aspectos são importantes que sejam avaliados a fim de que não sejam cometidos enganos nos diagnósticos de TDAH, sendo eles: Avaliar a intensidade e a frequência que os sintomas aparecem, a duração dos mesmos e a interferência que eles causam na vida, ou seja, se acarreta ou não prejuízo no funcionamento da pessoa. Se os sintomas existem desde a infância ou início da adolescência e se não estão sendo provocados por nenhum outro transtorno conhecido.
O TDAH é um diagnóstico clínico fundamentado na presença de sintomas comportamentais determinados pelo DSM-IV e, portanto, é importante reconhecer as limitações do mesmo. A própria AAP afirma, em seu Guia Prático, que a maioria dostestes e avaliações foi desenvolvida em ambientes psiquiátricos e pouco se sabe sobre o seu uso por pediatras e médicos generalistas (AAP, 2000). Os critérios de DSM-IV permanecem como um consenso sem dados empíricos claros que justifiquem o número de itens requisitados para o diagnóstico de TDAH. 
Além disso, segundo a AAP (2000), os critérios não diferenciam os gêneros nem valorizam as variações de desenvolvimento comportamental. Em função da complexidade do diagnóstico do TDAH, recomenda-se que os profissionais utilizem em seu julgamento clínico os critérios do DSM-IV juntamente com informações obtidas junto aos pais e professores, buscando conhecer o comportamento da criança em diferentes contextos, seu desempenho acadêmico, seu rendimento escolar em relação à sua idade cronológica e série escolar, suas relações sociais e familiares, seus interesses, suas habilidades, sua autonomia e independência na rotina diária.
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade fica evidente quando a criança vai para escola, pois o nível de exigência sobre ela vai aumentando. Normalmente ela consegue permanecer sentada na carteira, prestando a atenção na professora, toma nota, no entanto, crianças com TDAH não param quietas e cometem erros por distração. Muitas vezes, fica evidente que ela sabe a matéria, mas não acerta as respostas, porque está distraída. 
Existem casos mais leves da doença que eventualmente podem ser tratados com medidas pedagógicas e há outros mais graves que exigem tratamento medicamentoso.
Somente após uma cuidadosa análise, é que se pode caracterizar o transtorno, afinal, toda pessoa pode apresentar um ou mais comportamentos similares aos sintomas do TDAH em algum momento da vida, sem necessariamente apresentar um diagnóstico patológico. (Rohde & Halpern, 2004), No que concerne ao sexo, as pesquisas mostram que a proporção entre meninos e meninas afetados varia de aproximadamente 2:1, em estudos populacionais, até 9:1 em estudos clínicos. 
O DSM-IV (1994) subdivide o TDAH em três tipos: TDAH com predomínio de sintomas de desatenção; TDAH com predomínio de sintomas de hiperatividade/ impulsividade; TDAH combinado. No sexo feminino predominam os sintomas de desatenção que, juntamente com o tipo combinado, acarretam uma taxa mais elevada de prejuízo acadêmico.
 Um bom desempenho escolar, segundo Benczik (2002), depende, cada vez mais, da criança permanecer sentada e quieta, de longos períodos de concentração e de fazer as lições escolares. Para atender às exigências desse ambiente a criança necessita ter controle e ajustar seu comportamento para responder satisfatoriamente a essas demandas. 
A prescrição de medicamentos psicotrópicos é o tratamento mais comum para o TDAH, numerosos estudos têm demonstrado, de modo coerente, a rápida melhora do funcionamento comportamental, acadêmico e social da maioria das crianças tratadas com substâncias estimulantes. São chamados assim em virtude de sua capacidade comprovada de aumentar a excitação ou “alerta” do sistema nervoso central.
Estas medicações melhoram a capacidade motora da pessoa de colocar seus pensamentos no papel, aprimoram a atenção e a impulsividade, aumentam a motivação e a concentração, com a vantagem de não provocar dependência nos usuários. Esses medicamentos não curam o TDAH, mas ajudam a normalizar os neurotransmissores durante o seu uso. Dessa forma, diminui as consequências negativas emocionais, sociais e acadêmicas.
As psicoterapias associados aos estimulantes exercem efeitos eficazes no tratamento, pois a modificação comportamental é necessária para o bom desempenho escolar e minimiza os conflitos de relacionamento. Outras intervenções como terapia familiar, grupos de apoio para pais e treinamento para professores são coadjuvantes ao tratamento para que a criança não se sinta discriminada perante os outros e para que todos aprendam a contornar melhor as adversidades advindas do transtorno.
De acordo com Topczewski (2002, p.20), o TDAH pode ser notado em várias fases do desenvolvimento da criança, seja na fase escolar, adolescência ou adulta. O processo de avaliação envolve a coleta de dados com os pais, com a criança e com o professor. Para firmar o diagnóstico, deve-se solicitar avaliação interdisciplinar, incluindo a neurológica infantil, psicológica e psicopedagógico. 
 A respeito do tratamento do TDAH, Topczewski afirma que:
Existe, sem dúvida, tratamento para a hiperatividade, mas é necessário que se tome uma série de medidas, porque o quadro é pluridimensional: no caso, deve ser um trabalho conjunto que envolve orientação familiar, orientação psicológica, psicopedagógico, a participação da escola, complementado pelo tratamento com medicamento. São receitados os medicamentos estimulantes do sistema nervoso central. (TOPCZEWSKI, 2002, p. 69).
O tratamento de crianças com TDAH deve ser multidisciplinar, pois envolve os profissionais das áreas de saúde mental, e psicológica, em conjunto com os pais para incluí-los no treinamento sobre o transtorno, bem como ajudá-los a criarem estratégias para controle do comportamento dos filhos. O medicamento mais utilizado para o controle dos sintomas do TDAH é o metilfenidato conhecido como ritalina, pois 70% a 80% das crianças e dos adultos com TDAH apresentam uma resposta positiva.
Rosário (2011) afirma que no tratamento do TDAH devem acontecer abordagens múltiplas, tais como: Intervenções psicoeducacionais que trabalhem com a família, o paciente e a escola; Intervenções psicoterapêuticas, psicopedagógicos e de reabilitação neuropsicológica e; Intervenções psicofarmacológicas. 
INTRVENÇÕES PEDAGÓGICAS NO TRATO COM CRIANÇAS COM TDAH.
Por se tratar de um transtorno que não afeta apenas o comportamento, como também a capacidade de aprendizagem da criança, cabe à escola assumir um papel importante na organização dos processos de ensino de modo a favorecer ao máximo a aprendizagem dos portadores do TDAH. A direção, coordenação, equipe técnica e professores precisam se unir para planejar e implementar novas técnicas de ensino que atendam com mais qualidade às necessidades dos alunos portadores que se encontram sob sua responsabilidade. Rosário 2011 p.27 “O mais importante é o professor conhecer o TDAH e reconhecer que essas crianças necessitam de ajuda”.
Ainda segundo Rosário 2011, as interferências resultantes do TDAH no meio estudantil e para o futuro acadêmico dos educandos é visível, Na escola essas crianças apresentam, frequentemente, dificuldades no aprendizado, assim como no relacionamento com seus colegas, levando tanto a repetências quanto à evasão escolar, a expulsões e a sentimentos de menos valia e baixa autoestima.
Silva 2009 completa que, além disso, tanto a inquietude quanto a desatenção repercutem negativamente em outros contextos (familiar, social) da vida do portador de TDAH, podendo, inclusive, gerar graves problemas emocionais. Estes sintomas podem, ainda, abrir portas para a associação de outros transtornos, como por exemplo, depressão, ansiedade e abuso de substâncias, sobretudo quando não adequadamente diagnosticados e/ou tratados. 
Algumas estratégias pedagógicas para favorecer o processo de aprendizagem de alunos com dificuldades são: Desenvolver pequenos projetos despertando a curiosidade dos alunos por algum tema, ou assunto. Solicitar que pesquisem sobre ele. Elaborar algum produto com as pesquisas, como painel, exposição, ou dramatização (exemplo: dramatizar um telejornal e cada aluno apresenta uma notícia).
 
Utilizar material concreto: recursos como material dourado, blocos lógicos, material contável, cédulas e moedas de brinquedo tornam os conceitos matemáticos mais concretos, facilitando o processo de aprendizagem. Também devemos diversificar, apresentar o mesmo conteúdo de formas diferentes favorece que alunos com dificuldade possam compreender melhor o conteúdo.
Tornar o material didático mais acessível: algumas pequenas modificações no material didático podem tornar os textos mais atraentes e também mais fáceis de serem compreendidospelos alunos com dificuldades, como, por exemplo, usar fonte 14 sem serifas nos impressos, usar ilustrações para reforçar o sentido dos textos, separar as informações dos problemas de matemática, apresentando-as uma em cada linha, ensinar a criança a localizar e sublinhar as palavras que indicam as ações pedidas nas atividades (como “descreva”, “envolva”, “marque com um X”).
Jogos ou atividades lúdicas: Fernández, 1991, p 165, “o saber se constrói fazendo próprio o conhecimento do outro, e a operação de fazer próprio o conhecimento do outro só se pode fazer jogando.” Através do jogo é possível, ao mesmo tempo despertar o interesse do aluno e favorecer que construa conhecimentos. As atividades lúdicas podem desenvolver a criatividade e favorecer que o aluno estabeleça vínculos positivos com o ambiente e os conteúdos escolares. É possível desenvolver jogos que envolvam conhecimentos de diversas áreas. 
Adaptar algumas tarefas ajuda a amenizar os efeitos mais prejudiciais do transtorno. Evitar salas com muitos estímulos é a primeira providência. Deixar alunos com TDAH próximos a janelas pode prejudicá-los, uma vez que o movimento da rua ou do pátio é um fator de distração. 
Outra dica é o trabalho em pequenos grupos, que favorece a concentração. Já a energia típica dessa condição pode ser canalizada para funções práticas na sala, como distribuir e organizar o material das atividades. Também é importante reconhecer os momentos de exaustão considerando a duração das tarefas. 
Propor intervalos em leituras longas ou sugerir uma pausa para tomar água após uma sequência de exercícios, por exemplo, é um caminho para o aluno retomar o trabalho quando estiver mais focado. De resto, vale sempre avaliar se as atividades propostas são desafiadoras e se a rotina não está repetitiva. Esta, aliás, é uma reflexão importante para motivar não apenas os estudantes com TDAH, mas toda a turma.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em síntese, para favorecer a aprendizagem de alunos com dificuldade e com transtorno do TDAH, é importante avaliar, contextualizar, diversificar. A aprendizagem é, via de regra, um processo singular. Cada aluno tem sua própria forma de aprender, ainda que possa ser beneficiado pelo trabalho em grupo. O ensino-aprendizagem, por sua vez, deve ser um processo dialógico.
É através do diálogo que o professor conhece o aluno, identifica como ele pensa e, somente assim, pode refletir sobre as modificações necessárias no processo para favorecer seu desenvolvimento. É preciso ajudar o aluno a estabelecer relações entre o conhecimento novo e o que já domina. É importante, também, valorizar o que ele sabe fazer bem, para que desenvolva o sentimento de autovalorização e sinta-se encorajado a enfrentar os desafios.
Considerando-se que o TDAH é um transtorno heterogêneo (manifesta-se de inúmeras formas) e dimensional (os sintomas se combinam nos mais variados graus de intensidade) é possível inferir a complexidade da questão, com múltiplas causas e fatores de risco. Assim, ainda continua difícil precisar a influência e a importância relativa de cada fator no aparecimento do transtorno, havendo necessidade de mais pesquisas sobre o tema.
REFERÊNCIAS
ABDA. Associação Brasileira do Déficit de Atenção. Disponível em:
<http://www.tdah.org.br/br/sobre-tdah/o-que-e-o-tdah.html>. Acesso em: 05 nov. 2017.
BENCZEK, Edylaine Belline Peroni. Transtorno de Deficit de Atenção/Hiperatividade: Atualização Diagnostico e Terapêutica. 2ed.São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.
FERNÁNDEZ, A. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artmed, 1991.
http://www.tdah.net.br/dsm.html acesso em 06 nov. 2017.
KEARNEY, C. Transtornos de Comportamento na Infância: estudo de caso. 4ª ed. São Paulo: Cengage, 2012, p.71-84.
PAPALIA, D. E. et al. Desenvolvimento Físico e Cognitivo na Terceira Infância p.313 à 351/Desenvolvimento humano. 12. ed. Porto Alegre: Artmed. 2013.
PICCOLI, L. e CAMINI, P. Práticas pedagógicas em alfabetização: espaço, tempo e corporeidade. Erechim: Edelbra, 2012. 
ROHDE, L. A.; HALPERN, R. Transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade: atualização. Recent advances on attention déficit/hyperactivity disorder. Jornal de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria. 0021-7557/04/80-02-Supl/S61, 2004.
ROSÁRIO, Maria Conceição do (Org). Realização Projeto de Inclusão Sustentável, PROIS. Cartilha TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção e hiperatividade: Uma conversa com educadores. Apoio Novartis, Biociências, 2011.
TOPCHEWSKI, A. Hiperatividade: como lidar? São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002. 
WEISS, A. M. L. & CRUZ, M. L. R. da. Compreendendo os alunos com dificuldades e distúrbios de aprendizagem. In GLAT, R. (org) Educação inclusiva: cultura e cotidiano escolar. 2. ed. RJ: 7Letras, 2011.
WEISS, M. L. L. Combatendo o fracasso escolar. Obstáculos à aprendizagem e ao desenvolvimento da leitura. In WEISS, M. L. L. & WEISS, A. Vencendo as dificuldades de aprendizagem escolar. RJ: Wak, 2009.
� Professora Regente na Rede Municipal de Ensino em Maringá, Paraná. 
Artigo apresentado como requisito parcial para aprovação do Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia.

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