Buscar

Resumo do livro tecnica de terapia familiar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Resumo do livro: Técnicas de terapia familiar 
Cap.1 - Espontaneidade
 
    Minuchin ressalta a importância do conhecimento da técnica, mas chama a atenção para o uso que se faz dela. Devemos preservar a espontaneidade para que não nos tornemos um executor de técnicas. Segundo ele, o terapeuta deve dominar as técnicas e depois esquecê-las. O uso de si mesmo no contexto terapêutico deve permear o trabalho do terapeuta familiar; ele não pode experimentar e observar de fora. O objetivo do trabalho num processo terapêutico é a tomada de consciência e a promoção da mudança, e isto é conseguido, entre outros fatores, como produto do vínculo do terapeuta com a família, mantendo o mais amplo uso possível de si mesmo, desde que seja terapêutico para o sistema a ser trabalhado.
 
    Cap. 2 - Famílias
 
    A família é um grupo natural que precede nossa entrada na sociedade e que ao longo dos anos desenvolve padrões de interação que nos são legados. Estes padrões formam o que se chama de estrutura familiar, que é o que governa o funcionamento dos membros da família. Para um terapeuta de família, a rede de transações aparece em toda a sua complexidade e lança-lhe o desafio de mudar, desde que nada mude. É o paradoxo que permeia nosso trabalho.  Os membros da família se vêem como uma unidade, um todo interagindo com outras unidades. Devido à dificuldade conceitual, Arthur Koesler desenvolveu um termo particularmente útil para a terapia familiar, que é o holon. 
Holon é a unidade de intervenção terapêutica, seja ele o indivíduo, a família nuclear, extensa ou a sociedade. Definiu alguns holons importantes para o ser humano, entre eles o individual, conjugal, parental e fraterno. Ainda neste capítulo, Minuchin e Fishman organizaram o modelo de desenvolvimento familiar, que segundo eles, ocorre em quatro principais estágios relacionados ao crescimento dos filhos:
· formação do casal;
· famílias com crianças pequenas;
· famílias com filhos em idade escolar;
· famílias com filhos adultos.
 
    Cap. 3 - Coparticipação
 
    O terapeuta deve marcar desde o princípio sua posição de liderança. A família tentará convencer o terapeuta de quem é o portador do sintoma e responsável por toda desorganização familiar. Cabe ao terapeuta, sempre tendo em vista o paradoxo envolvido, mapear o funcionamento deste sistema e ir ampliando, alterando a organização familiar com muita habilidade, pois não pode invalidar a leitura da família, nem tampouco entrar no jogo.
 
    Esta ampliação e alternância da organização familiar tende a provocar mudanças sem desafiar as regras do sistema. Deste modo, terapeuta e família unem-se num objetivo comum: libertar o portador do sintoma, reduzir tensões e aprender novos meios de superar as dificuldades. Assim, família e terapeuta entram em coparticipação para um propósito comum.
 
    Os autores definem coparticipar com uma família como sendo mais uma atitude do que técnica. É deixar a família saber que o terapeuta as compreende e está trabalhando com ele e para eles. Associado a isto, trata da questão do uso de si mesmo pelo terapeuta no processo de terapia. Minuchin defende que isto pode e deve ser feito desde que o terapeuta sinta-se confortável. Admite que há limitações determinadas por características pessoais e da família, porém o terapeuta poderá aprender a usar técnicas que requerem diferentes níveis de envolvimento.
 
    Alerta que o terapeuta deve estar atento a sua compulsão, pois muitas vezes precisará coparticipar em situações que são contrárias ao que pensa e defende, para que num segundo momento possa modificar este funcionamento.
 
    Cap. 4 - Planejamento
 
    Neste capítulo, retratam o cuidado que devemos ter ao formular hipóteses, porque por mais informação que o terapeuta possa ter coletado, a família nunca manifesta num primeiro momento sua estrutura.
 
    Somente após coparticipar com uma família, investigando suas interações e experenciando a estrutura que a governa, pode o terapeuta chegar a conhecer as transações desta família. O terapeuta forma uma idéia inicial da família após o primeiro contato, tendo como base alguns indícios, tais como, número de membros, idade, quem mora em casa, etc. Com base nestas informações, Minuchin relatou diversa configurações familiares.
 
    É fundamental a elaboração de uma primeira hipótese para que se estabeleça um plano de trabalho. Diante disto, no curso da terapia este plano de trabalho será ampliado, modificado ou até abandonado. Não pode haver rigidez quando se fala de formulação de hipóteses.
 
    Cap. 5 - Mudança
 
    Todos os terapeutas de família concordam com a necessidade de desafiar os aspectos disfuncionais da homeostase familiar. A técnica é o caminho para a mudança, mas perde seu poder se não for contextualizada, conforme já vimos em capítulo anterior. É fundamental que a técnica sirva a um objetivo e trabalhe para que isto aconteça. 
 
    Cap. 6 - Reenquadramento
 
    Toda família imprime em seus membros a configuração única que os identifica como membros desta família. Quando algo põe à prova esta configuração, é visto pela família como sintomático pois questiona uma continuidade que é vital. Após todas as tentativas possíveis de resolver sozinha este problema serem esgotadas, a família busca ajuda terapêutica. Quando o fazem trazem seu enquadramento do sintoma e sua solução; porém o enquadramento do terapeuta será outro.
 
    Diante disto, o terapeuta necessitará de muita habilidade para que na interação, no funcionamento da família em questão durante o processo terapêutico, ele possa fazer com que experienciem as mesmas situações de maneira diferente e com isso busquem também alternativas diferentes para a resolução dos mesmos. Desta forma, o sintoma e a posição de portador do sintoma na família são desafiados., sem que se desafie a lei, pelo contrário, devemos aumentar e flexibilizar as estratégias.
 
    Cap. 7 - Dramatização
 
    O autor nos apresenta uma das formas de desarmar o discurso conexo da família, onde o que pode ser dito e como vai ser dito é bem avaliado. Na dramatização, onde é pedido à família que interatuem, seja discutindo um tema escolhido ou a resolução de uma situação eminente, a família se mostra e desencadeia comportamentos que escapam ao controle. Prevalecem os padrões de funcionamento que se manifestam fora do espaço terapêutico.
 
    Outro fator importante nesta técnica é o fato de possibilitar a intervenção do terapeuta seja para aumentar a intensidade, prolongar a interação ou até mesmo envolver outros membros da família. A dramatização requer um terapeuta ativo que se sinta confortável e que saiba lidar com respostas que não pode prever.
     Cap. 8 - Focalização
 
    No momento em que toma contato com a família o terapeuta é inundado por informações. Diante destes elementos o terapeuta deve selecionar um foco, mapear os dados relativos a este foco e desenvolver um plano de trabalho onde a hipótese será verificada . Os outros dados coletados ficam disponíveis para que sejam anexados ao plano de trabalho, ou mesmo para que, se necessário, troque-se o foco escolhido por outro.
 
    Deve ter sempre em mente que os dados coletados devem proporcionar um esquema terapêutico que promova a mudança. É fundamental que o terapeuta avalie constantemente suas hipóteses, focos, planos de trabalho para verificar se o foco selecionado não está conduzindo ao caminho errado.
 
    Cap. 9 - Intensidade
 
    Incorremos muitas vezes no erro de acreditar que o simples fato de emitir uma mensagem é garantia certa de que será recebida e compreendida com a intensidade que esperamos. Devido a questões culturais, educacionais muitas vezes deixamos de "incrementar" a intensidade de alguma técnica ou fala por questões de "respeito ao direito das pessoas". Isto no espaço terapêutico costuma ocasionar "enguiços". Existem várias técnicas para fazer a família "ouvir" e intensificar mensagens, sendo que esta última depende do envolvimento do terapeuta.
 
    Cap. 11 - Fronteiras
 
    Um dos elementos quenos ajuda a mapear o funcionamento de um sistema familiar é a disposição espacial de seus membros quando reunidos assim como, durante a fala de alguns membros podemos mapear coalizões, alianças, díades ou tríades em função de quem interrompe quem, concordam ou não, defendem ou atacam, etc...
 
    Fronteiras entre subsistemas são necessárias e caso não existam, diversas técnicas de fixação de fronteiras que regulam a permeabilidade das fronteiras , separando holons, podem ser utilizadas.
 
    No processo terapêutico diversas técnicas diferentes de fixação de fronteiras deverão ser empregadas e usadas repetidamente até que se consiga a intensidade suficiente para produzir uma mudança estrutural. Um fator importante quando se trabalha com fixação de fronteiras é a utilização de tarefas em casa para apoiar o processo iniciado na sessão e aumentar a duração da interação.
 
    Cap. 12 - Desequilíbrio
 
    Nas técnicas de desequilíbrio o objetivo do terapeuta é mudar as relações hierárquicas dos membros de um subsistema. Para que isto seja possível o terapeuta deverá fazer uso de si mesmo como membro do sistema terapêutico, para mudar e desafiar a distribuição de poder na família. 
 
    Desequilibrar um sistema pode produzir mudanças significativas pois possibilita aos membros da família experenciar papéis e funções diferenciadas e com isto produzir novas realidades aos membros da família.
 
    Usando técnicas de desequilíbrio podem surgir dois problemas mais significativos:
· problema ético - alianças e coalizões com membros com escasso poder podem intensificar a tensão familiar e o terapeuta deve estar atento.
· uso de si mesmo - mesmo usando constructos cognitivos no uso de técnicas de desequilíbrio, elas exigem demanda pessoal, requerem proximidade, participação e o terapeuta deve estar atento para que isto aconteça desde que seja terapêutico para àquele subsistema naquele momento.
 
    Estas técnicas podem proporcionar novas alternativas de relacionamento na família que antes, devido a distribuição de poder disfuncional, não eram possíveis. Diante da utilização destas técnicas, algumas respostas são dadas pela família. Os membros da família podem unir-se contra o terapeuta, mas continuar com a terapia; a família poderá encerrar o tratamento; a pessoa tomada como alvo poderá recusar-se a ir para a sessão ou poderá ocorrer uma transformação na família que abra novas alternativas para resolver conflitos.
 
    Cap. 13 - Complementariedade
 
    As técnicas de complementariedade, assim como as de desequilíbrio, visam mudar a relação hierárquica entre os membros da família, porém, desta vez se questiona a noção inteira de hierarquia. Para que isto aconteça a família é questionada em três aspectos:
· o terapeuta desafia o problema( a certeza da família de que há um portador do sintoma);
· o terapeuta desafia a noção linear de que um membro está controlando o sistema, quando na verdade um dos membros serve de contexto aos demais;
· o terapeuta desafia o modo como a família pontua os eventos, ensinando aos membros da família a verem seu comportamento como parte de um todo mais amplo.
Cap. 14 – Realidades
Uma família tem uma estrutura e um conjunto de esquemas cognitivos que legitimam a organização familiar. Qualquer modificação que ocorra em um dos níveis repercutirá no outro. Quando uma família vem para a terapia apresenta somente sua percepção restrita da realidade. Querem que o terapeuta aceite sua história, modifique o que está divergindo e que não mude o restante.
 O terapeuta, por sua vez, utilizará os fatos que a família reconhece como verdadeiros e com habilidade ampliará estes dados, construindo um ordenamento novo que possa proporcionar uma concepção do mundo mais complexa e que possibilite uma reestruturação.

Outros materiais