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MÉTODOS AVALIATÓRIOS PREVISTOS PELA NBR 14.653-1 PTAM - PARECER TÉCNICO DE AVALIAÇÃO MERCADOLÓGICA - CONTEUDO E APRESENTAÇÃO Mercado Imobiliário Avaliação de Imóveis ´ Direitos autorais Informamos que é de inteira responsabilidade do(s) autor(es) a emissão dos conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem prévia autorização do Ibrep. A violação dos direitos autorais é crime estabe- lecido na Lei nº 9.610/98 e punido pelo Art. 184 do Código Penal. 120 p. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Avaliação de Imóveis - 1. ed. - Curitiba: Ampla, 2011. Bibliografia ISBN 978-85-63614-08-7 1. Avaliação de bens 2. Métodos de avaliação 3. Mercado imobiliário 4. Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica CDD - 690 Desenvolvimento 1 Introdução à avaliação de imóveis 1.1 Avaliação de imóveis: um apanhado histórico 1.2 Avaliação de imóveis: conceitos básicos 1.3 o código de ética e a responsabilidade civil exercícios 2 Normas, leis e resoluções 2.1 Normalização pela ABNT 2.2 Aspectos legais 2.3 Instrumentos reguladores do CoFeCI para a avaliação de imóveis exercícios 3 Noções de arquitetura e urbanismo para avaliadores 3.1 Edifi cações, equipamentos e vias urbanas 3.2 Parcelamento do solo, loteamento, desmembramento e condomínio exercícios 4 Métodos avaliatórios 4.1 Métodos previstos pela NBr 14653-1 4.2 Método comparativo direto de dados de mercado exercícios 5 Aplicação do método comparativo 5.1 vistoria dos imóveis 5.2 Composição da amostra e homogeneização dos elementos 5.3 valor de mercado, valor de compra e venda e valor de locação exercícios 6 Conteúdo e apresentação do PTAM 6.1 PTAM: conteúdo mínimo e forma de apresentação 6.2 Honorários pela elaboração do PTAM 6.3 o PTAM nos processos judiciais exercícios 7 Avaliação na prática de imóveis urbanos e rurais 7.1 Terreno não edifi cado 7.2 Terreno com edifi cação unifamiliar 7.3 Apartamento em edifício residencial 7.4 área rural exercícios Gabarito Referências 5 8 12 16 18 19 22 26 28 30 31 34 36 42 43 46 48 50 51 54 56 58 62 63 66 68 70 72 73 76 81 88 95 104 110 118 1 2 3 4 5 6 7 M a p a d e C o n te ú d os INTroDução à AvALIAção De IMóveIS AvALIAção De IMóveIS 5 Fo T o : G e T T Y I M A G e S 6 AvALIAção De IMóveIS INTroDução à AvALIAção De IMóveIS FoTo: GeTTY IMAGeS INTroDução à AvALIAção De IMóveIS AvALIAção De IMóveIS 7 8 AvALIAção De IMóveIS INTroDução à AvALIAção De IMóveIS ATUALMENTE O PROCESSO BRASILEIRO DE AVALIAÇÕES DE IMÓVEIS ESTÁ ENTRE OS MAIS AVANÇADOS E RECONHECIDOS DO MUNDO. você sabe como surgiu a avaliação de imóveis? Nessa unidade de estudo vamos fazer uma retrospectiva histórica dos fatos que serviram de alicerce para essa atividade no Brasil. os primeiros textos sobre o assunto, no Brasil, surgiram no inicio do século xx, publicados em revistas técnicas de engenharia do estado de São Paulo. em 1918, o engenheiro victor da Silva Freire publicou um artigo sobre avaliação racional de terrenos, prática adotada em outros países desde meados do século anterior. Depois disso, durante as décadas de 1920 e 1930, diversos trabalhos procuraram difundir essa técnica. e, em 1941, Luis Carlos Berrini lançou seu primeiro livro chamado “Avaliação de Terrenos”, uma das mais signifi cativas obras do gênero. As primeiras normas de avaliação de imóveis surgiram na década de 1950, organizadas por entidades públicas e institutos voltados para a área. em novembro de 1952, o primeiro Anteprojeto de Normas para Avaliação de Imóveis, escrito pelo engenheiro Augusto Luis Duprat, foi examinado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 1.1 Avaliação de imóveis: um apanhado histórico INTroDução à AvALIAção De IMóveIS AvALIAção De IMóveIS 9 utros estudos de grande importância surgiram no decorrer do tempo, elaborados por institutos que atuam neste setor. Mas é na época do grande surto de desapropriações da década de 1960, com estudos produzidos por comissões de profissionais dedicados a perícias e avaliações judiciais, que o assunto da avaliação imobiliária ganhou maior relevância. e, em 1975, o Banco Nacional da Habitação (BNH), com o objetivo de padronizar essa atividade, firmou um acordo com a ABNT para a elaboração de uma norma para a avaliação de imóveis urbanos. A partir disso, então, foi instalada a Comissão de estudo de Vistorias e Avaliações (CEVA) do Comitê Brasileiro de Construção Civil – CB-2, da ABNT. Desses trabalhos iniciais surgiu, em 1977, a primeira Norma Brasileira para Avaliação de Imóveis urbanos da ABNT, sob a sigla NB 502. A principal novidade dessa norma é o estabelecimento de níveis de precisão para as avaliações. Nessa época também a ABNT começou a produzir outras normas para avaliações que tratam de imóveis rurais, unidades padronizadas, máquinas, equipamentos e complexos industriais e glebas urbanizáveis. em 1989, essa norma passou pela primeira revisão e foi registrada no INMeTro como NBr 5676 – Avaliação de Imóveis urbanos. Nesta oportunidade, os níveis de precisão foram transformados em níveis de rigor. em seguida surgiram as normas NBr 8799, para imóveis rurais e a NBr 8951, para glebas urbanizáveis, entre outras. O FoTo: BANCo De IMAGeNS PArTICuLAr 10 AvALIAção De IMóveIS INTroDução à AvALIAção De IMóveIS10 AvALIAção De IMóveIS INTroDução à AvALIAção De IMóveIS Normas da ABNT para avaliações No início dos anos 2000 a ABNT editou as normas da série NBr 14653 - Avaliação de Bens, com validade a partir de 30 de maio de 2001, constituída das seguintes partes: os conceitos, métodos e procedimentos gerais para os serviços técnicos de avaliação de imóveis rurais, inclusive servidões rurais. Detalha as diretrizes e padrões específi cos de procedimentos em relação a: instituição de terminologia, defi nições, símbolos e abreviaturas, classifi cação da sua natureza, descrição das atividades básicas, defi nição da metodologia básica, identifi cação do valor de mercado ou outra referência de valor, especifi cação das avaliações e requisitos básicos de laudos e pareceres técnicos de avaliação. Parte 4 - NBR 14653-4, com validade a partir de 30 de janeiro de 2003: visa detalhar e complementar os procedimentos gerais nos aspectos que dizem respeito à avaliação de empreendimentos. Parte 5 - NBR 14653-5, com validade a partir de 05 de julho de 2006: Detalha e complementa os procedimentos gerais estipulados na ABNT NBr 14653-1, nos aspectos que dizem respeito à avaliação de máquinas, equipamentos, instalações e bens industriais em geral. Parte 1 - NBR 14653-1, com validade a partir de 30 de maio de 2001: visa consolidar os conceitos, métodos e procedimentos gerais para os serviços técnicos, fi xando as diretrizes para avaliação de bens quanto à classifi cação da sua natureza, instituição de terminologia, defi nições, símbolos e abreviaturas, descrição das atividades básicas, defi nição da metodologia básica, especifi cação das avaliações e requisitos básicos de laudos e pareceres técnicos de avaliação. Serve como um guia e é exigível em todas as manifestações técnicas escritas vinculadas a esta atividade. Parte 2 - NBR 14653-2, com validade a partir de 03 de fevereiro de 2011. visa detalhar os procedimentos gerais da norma de avaliação de bens no que diz respeito à avaliação de imóveis urbanos, inclusive glebas urbanizáveis, unidades padronizadas e servidões urbanas. Parte 3 - NBR 14653-3, com validade a partir de 30 de junho de 2004: Consolida Parte 6 - NBR 14653-6, com validade a partir de 30 de julho de 2008 com errata de 13 de março de 2009: Complementa conceitos, métodos e procedimentos gerais paraos serviços técnicos de avaliação de recursos naturais e ambientais. Fixa as diretrizes para a valoração de recursos ambientais quanto à classifi cação da sua natureza, instituição de terminologia, defi nições, símbolos e abreviaturas, descrição das atividades básicas, defi nição da metodologia básica, especifi cação das avaliações e requisitos básicos de laudos e pareceres técnicos de avaliação. Parte 7 - NBR 14653-7, com validade a partir de 26 de março de 2009: Aborda as normas relacionadas ao patrimônio histórico, fi xando as diretrizes para a valoração de bens imóveis dos patrimônios artístico, cultural e arquitetônico. eSTAS NorMAS vISAM CoNSoLIDAr OS CONCEITOS, MÉTODOS E PROCEDIMENTOS PARA SERVIÇOS TÉCNICOS DE AVALIAÇÃO DE BENS, PORTANTO SÃO DE ATENÇÃO OBRIGATÓRIA NOS TRABALHOS AVALIATÓRIOS. INTroDução à AvALIAção De IMóveIS AvALIAção De IMóveIS 11 FoTo: BANCo De IMAGeNS PArTICuLAr Importante: consulte sempre o site da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas www.abnt.org.br para verificar possíveis atualizações e erratas nas normas. 1.2 Avaliação de imóveis: conceitos básicos Vamos agora abordar as defi nições utilizadas nos artigos, normas e publicações da área. São conceitos mais específi cos para a avaliação de imóveis, que se diferem do signifi cado mais simples, que é de domínio público. Isto é importante para uma melhor compreensão do que veremos a seguir, no contexto dessa área. A norma NBr 14653-1 diz que a avaliação de imóveis é a análise técnica, realizada por um engenheiro de avaliações, para identifi car o valor de mercado dos bens (tangíveis) ou de direitos ou frutos sobre eles (intangíveis), assim como determinar indicadores de viabilidade de sua utilização econômica, para uma determinada fi nalidade, situação e data. outro conceito importante nessa área é o de imóvel, defi nido assim pela NBR 14653-1: “Bem constituído de terreno e eventuais benfeitorias a ele incorporadas. Pode ser classifi cado como urbano ou rural, em função da sua localização, uso ou vocação.” omecemos pela defi nição de avaliação. No dicionário Aurélio temos: • Avaliação: ato ou efeito de avaliar/Apreciação, análise/valor determinado pelos avaliadores. • Avaliar: determinar a valia ou o valor de alguma coisa. e pelo dicionário Houaiss da Língua Portuguesa: • Avaliação: ato ou efeito de avaliar (-se)/Cálculo do valor de um bem ou de bens/valor determinado por quem avalia. • Avaliar: estabelecer a valia, o valor ou o preço de alguma coisa. C FoTo: GeTTY IMAGeS 12 AvALIAção De IMóveIS INTroDução à AvALIAção De IMóveIS o laudo de avaliação, por sua vez, é defi nido na norma como: “relatório técnico elaborado por engenheiro de avaliações em conformidade com esta parte da NBr 14653, para avaliar o bem.” O parecer técnico é defi nido pela norma como um relatório circunstanciado ou esclarecimento técnico emitido por um profi ssional capacitado e legalmente habilitado sobre assunto de sua especialidade. ara um comparativo, vamos ver essas expressões explicadas pelo dicionário Aurélio: • Parecer: ter semelhança com/Ser verossímil, crível, provável/ Conceito, opinião/opinião fundamentada sobre determinado assunto, emitida por especialista. • Técnico: peculiar a uma determinada arte, ofício, profi ssão ou ciência/ Indivíduo que aplica determinada técnica, especialista, perito, experto. P INTroDução à AvALIAção De IMóveIS AvALIAção De IMóveIS 13 Outras definições A NBR 14653-1 estabelece, entre outras, as seguintes definições: • Bem: Coisa que tem valor, suscetível de utilização ou que pode ser objeto de direito, que integra um patrimônio. • Bem tangível: Bem identificado materialmente (por exemplo: imóveis, equipamentos, matérias- -primas). • Bem intangível: Bem não identificado materialmente (por exemplo: fundo de comércio, marcas e patentes). • Benfeitoria: Resultado de obra ou serviço realizado num bem e que não pode ser retirado sem destruição, fratura ou dano. • Benfeitoria necessária: Benfeitoria é indispensável para conservar o bem ou evitar a sua deterioração. • Acessório: Bem que se incorpora ao principal e que possui valor isoladamente, incorporado ou não a ele. • Amostra: Conjunto de dados de mercado representativos de uma população. • Amostragem: Procedimento utilizado para constituir uma amostra. • Avaliação de bens: Análise técnica, realizada por engenheiro de avaliações, para identificar o valor de um bem, de seus custos, frutos e direitos, assim como determinar indicadores de viabilidade de sua utilização econômica, para uma determinada finalidade, situação e data. • Benfeitoria útil: Benfeitoria que aumenta ou facilita o seu uso, embora dispensável. • Benfeitoria voluptuária: Benfeitoria que visa simples deleite ou recreio, sem aumentar o uso normal do bem. • Custo: Total dos gastos diretos e indiretos necessários à produção, manutenção ou aquisição de um bem, numa determinada data e situação. • Dado de mercado: Conjunto de informações coletadas no mercado relacionadas a um determinado bem. 14 AvALIAção De IMóveIS INTroDução à AvALIAção De IMóveIS meio de comercialização ou exploração econômica. Pode ser: imobiliário (por exemplo: loteamento, prédios comerciais/residenciais), de base imobiliária (por exemplo: hotel, shopping center, parques temáticos), industrial ou rural. • Homogeneização: Tratamento dos preços observados, mediante a aplicação de transformações matemáticas que expressem, em termos relativos, as diferenças entre os atributos dos dados de mercado e os do bem avaliando. • Perícia: Atividade técnica realizada por profissional com qualificação específica, para averiguar e esclarecer fatos, verificar o estado de um bem, apurar as causas • Depreciação: Perda de valor de um bem, devido a modificações em seu estado ou qualidade, ocasionadas por: 1. Decrepitude: Desgaste de suas partes constitutivas, em consequência de seu envelhecimento natural, em condições normais de utilização e manutenção. 2. Deterioração: Desgaste de seus componentes em razão de uso ou manutenção inadequados. 3. Mutilação: Retirada de sistemas ou componentes originalmente existentes. 4. Obsoletismo: Superação tecnológica ou funcional. • Empreendimento: Conjunto de bens capaz de produzir receitas por que motivaram determinado evento, avaliar bens, seus custos, frutos ou direitos. • Preço: Quantia pela qual se efetua, ou se propõe efetuar, uma transação envolvendo um bem, um fruto ou um direito sobre ele. • Valor de mercado: Quantia mais provável pela qual se negociaria voluntariamente e conscientemente um bem, numa data de referência, dentro das condições do mercado vigente. • Vida útil: Prazo de utilização funcional de um bem. • Vistoria: Constatação local de fatos, mediante observações criteriosas em um bem e nos elementos e condições que o constituem ou o influenciam. FoTo: GeTTY IMAGeS 16 AvALIAção De IMóveIS INTroDução à AvALIAção De IMóveIS 1.3 O código de ética e a responsabilidade civil O conceito de bom profi ssional envolve, além da competência e conhecimentos técnicos para exercer a função, diversas características. uma delas, fundamental para o exercício de qualquer profi ssão, é a ética. esta característica exige, no exercício da função, o respeito às regras de conduta estabelecidas pela sociedade, assim como as que regulamentam o exercício profi ssional. Segundo o Código de Ética Profi ssional dos Corretores (resolução CoFeCI n° 326/92), “os deveres do Corretor de Imóveis compreendem, além da defesa do interesse que lhe é confi ado, o zelo do prestígio de sua classe e o aperfeiçoamento da técnica das transações imobiliárias”. Porém, mais doque possa constar em um código, o profi ssional tem o conhecimento do que é certo e errado ao exercer sua atividade. e o ato, sob o ponto de vista moral e ético, produz efeitos não somente no indivíduo que o pratica, mas também nos que estão à sua volta e traz consequências à sociedade como um todo. Isso signifi ca que a ética está ligada também à responsabilidade. No Código de Ética Profi ssional dos Corretores encontramos, no artigo 5°, um texto que trata desse assunto: Art. 5º - O corretor de imóveis responde civil e penalmente por atos profi ssionais danosos ao cliente, a que tenha dado causa por imperícia, imprudência, negligência ou infrações éticas. A responsabilidade civil, por este ponto de vista, independe da culpa. um trabalho mal realizado por imperícia, imprudência ou negligência poderá gerar o dever de indenizar o cliente ou a quem tenha causado o dano. Sobre isso, vemos o art. 927 do Código Civil (Lei n° 10.406/2002), no capítulo “Da obrigação de Indenizar”: Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fi ca obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especifi cados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. INTroDução à AvALIAção De IMóveIS AvALIAção De IMóveIS 17 Nos artigos 186 e 187, em “Dos Atos Ilícitos”, estabelece o Código Civil: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fi m econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Para compreender o que dizem esses artigos, vamos a um exemplo: No caso de que um Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica (PTAM) venha a instruir um processo de fi nanciamento bancário, o imóvel será tomado como garantia considerando-se o valor de mercado que lhe for atribuído. o corretor que emitir um (PTAM) atribuindo ao imóvel valor que lhe exceder o valor de mercado poderá ser responsabilizado civil e penalmente. Ética e moral A palavra Ética é originada do grego “ethos”, que signifi ca “modo de ser, caráter, costume.” Signifi ca o que é bom para o indivíduo e para a sociedade e seu estudo contribui para estabelecer a natureza de deveres no relacionamento indivíduo-sociedade. Do latim, temos “mos, mores” , que signifi cam costume(s), e deram origem, na língua portuguesa, à palavra Moral. etimologicamente, ética e moral tem o mesmo signifi cado. Porém, na atualidade, utiliza-se o termo Ética para denominar a ciência que estuda o comportamento e da conduta humana e o termo Moral para se referir à qualidade da conduta humana. Logo, pode-se afi rmar que a moral é o objeto de estudo da ética. É MUITO IMPORTANTE QUE VOCÊ, PROFISSIONAL DO MERCADO IMOBILIÁRIO, LEIA NA ÍNTEGRA O CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DOS CORRETORES DE IMÓVEIS. ELE É UM INSTRUMENTO QUE NORTEIA A CONDUÇÃO DO ExERCÍCIO PROFISSIONAL. ACESSE ATRAVÉS DO SITE DO COFECI: WWW.COFECI.GOV.BR. 18 AvALIAção De IMóveIS INTroDução à AvALIAção De IMóveIS Exercícios 1. quais são as Normas regem os trabalhos avaliatórios? 2. Defi na Parecer Técnico e Laudo de Avaliação de acordo com a NBr 14.653-1: 3. Ética e moral tem o mesmo signifi cado? 4. É atribuída ao corretor avaliador responsabilidade civil na emissão de PTAM – Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica? 5. relacione as colunas abaixo com os respectivos conceitos: 1. Benfeitoria Perda de valor de um bem, devido a modifi cações em seu estado ou qualidade, ocasionadas por: decrepitude, deterioração, mutilação e obsoletismo. 2. Custo Bem identifi cado materialmente, por exemplo, imóveis, equipamentos e matérias- -primas. 3. Depreciação Benfeitoria que aumenta ou facilita seu uso, embora dispensável. 4. Bem Tangível Tratamento dos preços observados, mediante a aplicação de transformações matemáticas que expressem, em termos relativos, as diferenças entre os atributos dos dados de mercado e os do bem avaliando. 5. Acessório resultado de obra ou serviço realizado num bem e que não pode ser retirado sem destruição, fratura ou dano. 6. Benfeitoria util Ato ou efeito de avaliar, apreciação, análise ou valor determinado pelos avaliadores. 7. Homogeneização Bem que se incorpora ao principal e que possui valor isoladamente, incorporado ou não a ele. 8. Avaliação Total dos gastos diretos e indiretos necessários à produção, manutenção ou aquisição de um bem, numa determinada data e situação. ´ NorMAS, LeIS e reSoLuçõeS AvALIAção De IMóveIS 19 Fo T o : G e T T Y I M A G e S 20 AvALIAção De IMóveIS NorMAS, LeIS e reSoLuçõeS FoTo: GeTTY IMAGeS NorMAS, LeIS e reSoLuçõeS AvALIAção De IMóveIS 21 22 AvALIAção De IMóveIS NorMAS, LeIS e reSoLuçõeS22 AvALIAção De IMóveIS NorMAS, LeIS e reSoLuçõeS 2.1 Normalização pela ABNT É por meio das normas da série NBr 14653 que hoje são estabelecidas as diretrizes, conceitos, métodos e procedimentos para a realização da avaliação de bens. essas normas são resultado da revisão da Norma Brasileira para Avaliação de Imóveis urbanos, a NBr 5676/89 entre outras, criadas para atender a essa atividade. vamos conhecer agora o que existe em algumas das normas que fazem parte da NBr 14653: Procedimentos gerais Traz orientações quanto aos procedimentos gerais que se aplicam às outras partes dessa norma, e somente será utilizável em conjunto com cada uma delas, sendo exigível em todas as manifestações técnicas escritas. ela vem consolidar os conceitos, métodos e procedimentos gerais para os serviços técnicos de avaliação de bens em geral. Fixa diretrizes quanto à classifi cação de sua natureza; instituição de terminologias, defi nições, símbolos e abreviaturas; descrição das atividades básicas; defi nições de metodologias básicas; especifi cação das avaliações; requisitos básicos de laudos e pareceres técnicos de avaliação. N BR 1 46 53 -1 Nesta norma temos ainda a classifi cação dos bens em tangíveis - destacando, entre outros: imóveis, máquinas, equipamentos, veículos, mobiliário e utensílios, acessórios, matérias-primas e outras mercadorias, infra- estruturas, instalações, recursos naturais, recursos ambientais, culturas agrícolas e semoventes -, e intangíveis - empreendimentos de base imobiliária, industrial ou rural, fundos de comércio, marcas e patentes, entre outros. NorMAS, LeIS e reSoLuçõeS AvALIAção De IMóveIS 2323NorMAS, LeIS e reSoLuçõeS AvALIAção De IMóveIS 23 Imóveis rurais Com o objetivo de identifi car o valor de mercado do imóvel rural, esta parte da norma detalha instruções e padrões específi cos de procedimentos para a avaliação desse tipo de imóvel, especialmente quanto a: instituição de terminologia, defi nições, símbolos e abreviaturas, classifi cação da sua natureza, descrição das atividades básicas, defi nição da metodologia básica, identifi cação do valor de mercado ou outra referência de valor, especifi cação das avaliações e requisitos básicos de laudos e pareceres técnicos de avaliação. Aqui aparece a classifi cação dos imóveis rurais quanto à dimensão (pequeno - até quatro módulos fi scais -, médio - de Imóveis urbanos esta parte da NBr 14653 fi xa diretrizes para a avaliação de imóveis com o objetivo de identifi car o valor de mercado do imóvel urbano. Aqui encontra-se a classifi cação dos imóveis urbanos quanto ao uso (residencial, comercial, industrial, institucional e misto), quanto ao tipo de imóvel (terreno - lote ou gleba -, apartamento,casa, escritório - sala ou andar corrido -, loja, galpão, vaga de garagem, misto, hotéis e motéis, hospitais, escolas, cinemas e teatros, clubes recreativos e prédios industriais) e quanto ao agrupamento das unidades (loteamento, condomínio de casas, prédio de apartamentos, conjunto habitacional, conjunto de prédios comerciais, conjunto de unidades comerciais e complexo industrial). quatro a 15 módulos fi scais - e grande - acima de 15 módulos fi scais) e quanto à exploração (não explorado, de lazer e turismo, de agricultura, de pecuária, de silvicultura, agroindustrial e misto). esta norma traz também a classifi cação dos componentes dos imóveis rurais (terras, benfeitorias, máquinas e equipamentos fi xos ou removíveis, veículos, semoventes e recursos naturais), além da classifi cação dos frutos (rendas de exploração direta, aluguel, arrendamento e parcerias) e direitos (servidões, usufrutos, concessões, comodatos, direitos hereditários, direitos possessórios e outros). N BR 1 46 53 -3 N BR 1 46 53 -2 FoToS: GeTTY IMAGeS empreendimentos Traz instruções para a avaliação de empreendimentos quanto à: classifi cação da sua natureza, instituição de terminologia, defi nições, símbolos e abreviaturas, descrição das atividades básicas, defi nição da metodologia básica, especifi cação das avaliações, requisitos básicos de laudos e pareceres técnicos de avaliação. Ainda nesta parte da norma, podemos encontrar a classifi cação dos empreendimentos conforme o estágio - concepção ou anteprojeto, projeto, implantação ou execução, pré-operação (start-up ou posto em marcha), operação (em marcha), paralisado ou embargado, desativado e desmonte -, conforme a base - imobiliários, com parcelamento do solo, com benfeitorias ou com ambos (residenciais, comerciais, de serviços, industriais, rurais, mistos), de base imobiliária, com fi ns de exploração comercial e/ou de serviços (hotel, motel, resort, apart-hotel, shopping center, outlet e centros de compras semelhantes, parque temático, clube, posto de combustíveis, teatro, cinema, casa de diversão, depósito, hospital, clínica, casa de repouso, cemitério, supermercado, estádio, arena, estabelecimento de ensino), de base industrial (de transformação e de construção civil), de base rural (agroindústria, exploração animal, exploração vegetal e exploração mista), de base comercial e serviços (transmissão de dados e teleinformática), de base mineral (extração e benefi ciamento), com base em concessões de serviços públicos (água potável, esgoto, coleta e tratamento de resíduos sólidos, energia elétrica, telecomunicação, radiodifusão e televisão, gás, rodovia, ferrovia, hidrovia, terminais de transporte e transporte coletivo). N BR 1 46 53 -4 FoTo: GeTTY IMAGeS 24 AvALIAção De IMóveIS NorMAS, LeIS e reSoLuçõeS AS NORMAS TÉCNICAS SÃO IMPRESCINDÍVEIS AO BOM FUNCIONAMENTO DA ATIVIDADE, REGULAMENTANDO E CONSTRUINDO UM PADRÃO DE QUALIDADE. Compõem, ainda, a NBR 14653 a parte 5, que trata de máquinas, equipamentos, instalações e bens industriais em geral, a parte 6, dedicada aos recursos naturais e ambientais, e a parte 7, relacionada aos patrimônios históricos e artísticos. NorMAS, LeIS e reSoLuçõeS AvALIAção De IMóveIS 25 26 AvALIAção De IMóveIS NorMAS, LeIS e reSoLuçõeS26 AvALIAção De IMóveIS NorMAS, LeIS e reSoLuçõeS 2.2 Aspectos legais A atenção às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e ao Código de Ética Profi ssional dos Corretores de Imóveis é muito importante para uma boa conduta profi ssional. Essas diretrizes são, inclusive, uma obrigação legal, expressa no Art. 39 do Código de Defesa do Consumidor (Lei n° 8.078/90): O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR É UMA LEI QUE TRATA DAS RELAÇÕES DE CONSUMO NAS ESFERAS CIVIL, DEFININDO AS RESPONSABILIDADES E OS MECANISMOS PARA A REPARAÇÃO DE DANOS CAUSADOS; ADMINISTRATIVA, DEFININDO OS MECANISMOS PARA O PODER PUBLICO ATUAR NAS RELAÇÕES DE CONSUMO; E PENAL, ESTABELECENDO NOVOS TIPOS DE CRIMES E SUAS PUNIÇÕES. SEU CONTEUDO PODE SER ACESSADO NO SITE DO PLANALTO: HTTP://WWW.PLANALTO.GOV.BR/CCIVIL_03/LEIS/L8078.HTM. ´ ´ Fo T o : G e T T Y I M A G e S NorMAS, LeIS e reSoLuçõeS AvALIAção De IMóveIS 27NorMAS, LeIS e reSoLuçõeS AvALIAção De IMóveIS 27 I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes; III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços; V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes; VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos; VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos ofi ciais competentes ou, se normas específi cas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro); IX - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fi xação de seu termo inicial a seu exclusivo critério; IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais; (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994); X - (Vetado). X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. (Incluído pela Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994); XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22 de outubro de 1999, transformado em inciso XIII, quando da conversão na Lei nº 9.870, de 23 de novembro de 1999; XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fi xação de seu termo inicial a seu exclusivo critério. (Incluído pela Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995); XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido. (Incluído pela Lei nº 9.870, de 23 de novembro de 1999). Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994) Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento. 28 AvALIAção De IMóveIS NorMAS, LeIS e reSoLuçõeS 2.3 Instrumentos reguladores do COFECI para avaliação de imóveis existe uma grande discussão a respeito de quem pode e quem não pode realizar a avaliação de um imóvel. A NBr 14653 da ABNT restringe a competência para a elaboração de avaliação de imóveis, assim como para emissão de laudo de avaliação, aos profi ssionais de nível superior, devidamente registrados no Conselho regional de engenharia, Arquitetura e Agronomia – CreA. à parte disso, a Lei 6530/78, que regulamenta a profi ssão de Corretor de Imóveis, dispõe, em seu artigo 3°: Art. 3º - Compete ao Corretor de Imóveis exercer a intermediação na compra, venda, permuta e locação de imóveis, podendo, ainda, opinar quanto à comercialização imobiliária. Assim, vemos que é de competência legal do Corretorde Imóveis emitir opinião sobre a comercialização imobiliária, ou seja, mercado imobiliário. A opinião, abalizada e fundamentada, apresentada em forma de relatório circunstanciado, elaborada por um profi ssional capacitado e legalmente habilitado, corresponde, segundo a Norma NBR 14653, à defi nição de Parecer Técnico. e é, dessa forma, que nasceu o Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica (PTAM), emitido por corretores de imóveis e fi scalizado pelo sistema CoFeCI-CreCI. A emissão desse documento, bem como o Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários, a Declaração de Avaliação Mercadológica e o Selo Certifi cador, foram regrados através da resolução CoFeCI N° 1066/2007 e do respectivo Ato Normativo. em resumo, estes dois documentos dispõem: • A Regulamentação para o Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários; • É condição para inscrição ser Corretor de Imóveis, com inscrição regular junto ao CreCI de sua região, sendo que: a) Se formado em Curso Técnico em Transações Imobiliárias, deverá ter certifi cado de conclusão de Curso de Avaliação de Imóveis; b) Se formado em Curso Superior em Gestão Imobiliária ou equivalente, com conteúdo programático e carga-horária que atendam o exigido na resolução; • O corretor deverá requerer sua inscrição através os CreCIs ou Delegacias; • Padrões mínimos obrigatórios que deverão ser atendidos quando da emissão do PTAM – Parecer Técnico de Avaliação Imobiliária, além da obrigatoriedade de fi xação do SELO CERTIFICADOR; • Tempo mínimo de arquivamento da terceira via do PTAM de cinco anos. NorMAS, LeIS e reSoLuçõeS AvALIAção De IMóveIS 29 É MuITo IMPorTANTe A LeITurA NA ÍNTeGrA DoS INSTruMeNToS reGuLADoreS Do CoFeCI, Por ISSo, ACeSSe No SITe WWW.COFECI.GOV.BR No CAMPo LeGISLAção, A PuBLICAção ATuALIZADA De ToDAS AS reSoLuçõeS Do CoNSeLHo AoS CorreToreS De IMóveIS. 30 AvALIAção De IMóveIS NorMAS, LeIS e reSoLuçõeS 1. Quais são as normas, leis e resoluções que regem os trabalhos avaliatórios dos corretores de imóveis? 2. Somente poderá avaliar o corretor de imóveis inscrito no Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários? 3. Qual artigo da lei que regulamenta a profi ssão de corretor de imóveis que defi ne a competência para avaliar imóveis? 4. o que mudou para o corretor de imóveis com a resolução - CoFeCI 1066/2007? 5. o que é exigido para inscrição no Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários? 6. quais são os requisitos mínimos exigidos no PTAM - Parecer de Avaliação Mercadológica? Exercícios NoçõeS De ArquITeTurA e urBANISMo PArA AvALIADoreS AvALIAção De IMóveIS 31 Fo T o : B A N C o D e I M A G e N S P A r T IC u L A r 32 AvALIAção De IMóveIS NoçõeS De ArquITeTurA e urBANISMo PArA AvALIADoreS NoçõeS De ArquITeTurA e urBANISMo PArA AvALIADoreS AvALIAção De IMóveIS 33 FoTo: GeTTY IMAGeS 3.1 Edifi cações, equipamentos e vias urbanas Nessa Unidade de Estudo vamos tratar dos tipos de edifi cações e os equipamentos e vias urbanas que servem a estas edifi cações. Isso é importante para você, Corretor Avaliador, porque estas características interferem no valor do imóvel avaliado. Vamos ver algumas defi nições: Edifi cações são estruturas físicas e rígidas que têm a função de abrigar e acomodar pessoas ou atender a necessidade das mesmas. elas podem ser classifi cadas quanto ao uso ou ocupação da seguinte forma: • Habitacional: uso destinado à moradia; • Não habitacional: uso destinado ao exercício de atividades urbanas (comerciais, industriais e outras); • Misto: constituído de mais de um uso (habitacional e não habitacional) ou mais de uma atividade urbana (não habitacional dentro de um mesmo lote). As edifi cações Habitacionais ainda são classifi cadas quanto ao tipo: • Unifamiliar • Popular • Multifamiliar • Coletiva Quanto à edifi cação, elas podem ser classifi cadas como: isoladas, geminadas, em série, conjuntos residenciais e edifícios. Mas, independente dessas classifi cações, o Código de Obras e as Leis de uso e ocupação do Solo de cada município devem ser obedecidos, atendendo assim as peculiaridades locais. FoTo: GeTTY IMAGeS NoçõeS De ArquITeTurA e urBANISMo PArA AvALIADoreS AvALIAção De IMóveIS 35 Já para falar de equipamentos, as normas NBr 9283 e NBr 9284 de 1986, se utilizam de nomenclaturas diferentes para identificar os mesmos objetos: • Mobiliário Urbano: são todos os objetos, elementos e pequenas construções integrantes da paisagem urbana, de natureza utilitária ou não, implantados mediante autorização do poder público, em espaços públicos e privados.* • Equipamento Urbano: é um termo que designa todos os bens públicos ou privados, de utilidade pública, destinado à prestação de serviços necessários ao funcionamento da cidade, implantados mediante autorização do poder público, em espaços públicos e privados.** * NBr 9283, de março de 1986. **NBr 9284, de março de 1986. o conceito, diretrizes e normas para o sistema de vias urbanas constam no plano diretor de cada município. Assim, o sistema viário urbano pode ser classificado, por exemplo, como: • Vias de transição • Vias perimetrais • Vias arteriais • Vais coletoras • Vias locais • Via de pedestres • Ciclovias • Entre outras FoTo: GeTTY IMAGeS 36 AvALIAção De IMóveIS NoçõeS De ArquITeTurA e urBANISMo PArA AvALIADoreS 3.2 Parcelamento do solo, loteamento, desmembramento e condomínio vamos relembrar agora os conceitos de Parcelamento do Solo, Loteamento e Desmembramento, expressos na Lei n° 6.766, de 19 de dezembro de 1979 - Parcelamento do Solo urbano - Lei de Loteamentos (Dou 20.12.79): O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento, observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais pertinentes. Sendo que loteamento é a subdivisão de gleba em lotes destinados a edifi cação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modifi cação ou ampliação das vias existentes. Capítulo I – Art 2° § 1°. Desmembramento é subdivisão de gleba em lotes destinados a edifi cação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modifi cação ou ampliação dos já existentes. Capítulo I – Art 2° § 2°. á o condomínio encontra-se regulamentado na Lei n° 4591 de 16 de dezembro de 1964, a Lei dos Condomínios e Incorporações e, mais recentemente, na Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), que dedica um capítulo específico, denominado Do Condomínio edilício, que compreende os artigos 1.331 a 1.358: Art. 1.331. Pode haver, em edificações, partes que são propriedade exclusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos. § 1° As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas, sobrelojas ou abrigos para veículos, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários. § 2° O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a rede geral de distribuição de água, esgoto, gás e eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e as demais partes comuns, inclusive o acesso ao logradouro público, são utilizados em comum pelos condôminos, não podendo ser alienados separadamente, ou divididos. § 3° A cada unidade imobiliária caberá, como parte inseparável, uma fração ideal no solo e nas outras partes comuns, que será identificada em forma decimal ou ordinária no instrumento de instituição do condomínio. (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004) § 4° Nenhuma unidade imobiliária pode ser privada do acesso ao logradouro público. § 5° O terraço de cobertura é parte comum, salvo disposiçãocontrária da escritura de constituição do condomínio. J FoTo: GeTTY IMAGeS Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os interessados houverem por bem estipular, a convenção determinará: I - a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio; II - sua forma de administração; III - a competência das assembleias, forma de sua convocação e quórum exigido para as deliberações; IV - as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores; V - o regimento interno. § 1° A convenção poderá ser feita por escritura pública ou por instrumento particular. § 2° São equiparados aos proprietários, para os fi ns deste artigo, salvo disposição em contrário, os promitentes compradores e os cessionários de direitos relativos às unidades autônomas. Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testamento, registrado no Cartório de Registro de Imóveis, devendo constar daquele ato, além do disposto em lei especial: I - a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva, estremadas uma das outras e das partes comuns; II - a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamente ao terreno e partes comuns; III - o fi m a que as unidades se destinam. Art. 1.333. A convenção que constitui o condomínio edilício deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais e torna-se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades, ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção. Parágrafo único. Para ser oponível contra terceiros, a convenção do condomínio deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis. 38 AvALIAção De IMóveIS NoçõeS De ArquITeTurA e urBANISMo PArA AvALIADoreS IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edifi cação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes. § 1° O condômino que não pagar a sua contribuição fi cará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito; § 2° O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribuições mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não havendo disposição expressa, caberá à assembléia geral, por dois terços no mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa. Art. 1.335. São direitos do condômino: I - usar, fruir e livremente dispor das suas unidades; II - usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais compossuidores; III - votar nas deliberações da assembleia e delas participar, estando quite. Art. 1.336. São deveres do condômino: I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção; (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004); II - não realizar obras que comprometam a segurança da edifi cação; III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas; FoTo: GeTTY IMAGeS NoçõeS De ArquITeTurA e urBANISMo PArA AvALIADoreS AvALIAção De IMóveIS 39 40 AvALIAção De IMóveIS NoçõeS De ArquITeTurA e urBANISMo PArA AvALIADoreS Art. 1.340. As despesas relativas a partes comuns de uso exclusivo de um condômino, ou de alguns deles, incumbem a quem delas se serve. Art. 1.341. A realização de obras no condomínio depende: I - se voluptuárias, de voto de dois terços dos condôminos; II - se úteis, de voto da maioria dos condôminos. § 1° As obras ou reparações necessárias podem ser realizadas, independentemente de autorização, pelo síndico, ou, em caso de omissão ou impedimento deste, por qualquer condômino. § 2° Se as obras ou reparos necessários forem urgentes e importarem em despesas excessivas, determinada sua realização, o síndico ou o condômino que tomou a iniciativa delas dará ciência à assembleia, que deverá ser convocada imediatamente. § 3° Não sendo urgentes, as obras ou reparos necessários, que importarem em despesas excessivas, somente poderão ser efetuadas após autorização da assembleia, especialmente convocada pelo síndico, ou, em caso de omissão ou impedimento deste, por qualquer dos condôminos. § 4° O condômino que realizar obras ou reparos necessários será reembolsado das despesas que efetuar, não tendo direito à restituição das que fizer com obras ou reparos de outra natureza, embora de interesse comum. Art. 1337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com os seus deveres perante o condomínio poderá, por deliberação de três quartos dos condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa correspondente até ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, conforme a gravidade das faltas e a reiteração, independentemente das perdas e danos que se apurem. Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reiterado comportamento antissocial, gerar incompatibilidade de convivência com os demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, até ulterior deliberação da assembleia. Art. 1.338. Resolvendo o condômino alugar área no abrigo para veículos, preferir- -se-á, em condições iguais, qualquer dos condôminos a estranhos, e, entre todos, os possuidores. Art. 1.339. Os direitos de cada condômino às partes comuns são inseparáveis de sua propriedade exclusiva; são também inseparáveis das frações ideais correspondentes as unidades imobiliárias, com as suas partes acessórias. § 1° Nos casos deste artigo é proibido alienar ou gravar os bens em separado. § 2° É permitido ao condômino alienar parte acessória de sua unidade imobiliária a outro condômino, só podendo fazê-lo a terceiro se essa faculdade constar do ato constitutivo do condomínio, e se a ela não se opuser a respectiva assembleia geral. Seção III Da Extinção do Condomínio Art. 1.357. Se a edificação for total ou consideravelmente destruída, ou ameace ruína, os condôminos deliberarão em assembléia sobre a reconstrução, ou venda, por votos que representem metade mais uma das frações ideais. § 1° Deliberada a reconstrução, poderá o condômino eximir-se do pagamento das despesas respectivas, alienando os seus direitos a outros condôminos, mediante avaliação judicial. § 2° Realizada a venda, em que se preferirá, em condições iguais de oferta, o condômino ao estranho, será repartido o apurado entre os condôminos, proporcionalmente ao valor das suas unidades imobiliárias. Art. 1.358. Se ocorrer desapropriação, a indenização será repartida na proporção a que se refere o § 2° do artigo antecedente. Art. 1.342. A realização de obras, em partes comuns, em acréscimo às já existentes, a fim de lhes facilitar ou aumentar a utilização, depende da aprovação de dois terços dos votos dos condôminos, não sendo permitidas construções, nas partes comuns, suscetíveis de prejudicar a utilização, por qualquer dos condôminos, das partes próprias, ou comuns. Art. 1.343. A construção de outro pavimento, ou, no solo comum, de outro edifício, destinado a conter novas unidades imobiliárias, depende da aprovação da unanimidade dos condôminos. Art. 1.344. Ao proprietário do terraço de cobertura incumbem as despesas da sua conservação, de modo que não haja danos às unidades imobiliárias inferiores. Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios. Art. 1.346. É obrigatório o seguro de toda a edificação contra o risco de incêndio ou destruição, total ouparcial. FoTo: GeTTY IMAGeS 42 AvALIAção De IMóveIS NoçõeS De ArquITeTurA e urBANISMo PArA AvALIADoreS Exercícios 1. Quanto ao uso/ocupação as edifi cações podem ser classifi cadas como? 2. De que tipo podem ser as edifi cações habitacionais? 3. Mobiliário urbano e equipamento urbano tem o mesmo signifi cado? Explique. 4. Cite 3 exemplos de vias que compõem o sistema viário urbano: 5. De que forma interfere na avaliação de um imóvel o mobiliário urbano e o sistema viário da região? 6. De que forma pode ser feito o parcelamento do solo urbano? 7. De acordo com o Código Civil - Lei n° 10.406 qual a defi nição de condomínio edilício? MÉToDoS AvALIATórIoS AvALIAção De IMóveIS 43 Fo T o : G e T T Y I M A G e S 44 AvALIAção De IMóveIS MÉToDoS AvALIATórIoS FoTo: GeTTY IMAGeS MÉToDoS AvALIATórIoS AvALIAção De IMóveIS 45 46 AvALIAção De IMóveIS MÉToDoS AvALIATórIoS 4.1 Métodos previstos pela NBR 14653-1 quais são e o que dizem os métodos de avaliação previstos pela NBr 14653-1? Para identifi car o valor de um bem, seus frutos e direitos, é necessário primeiro defi nir a metodologia que será utilizada. os métodos de avaliação usuais estão descritos no item 8.2 da NBr 14653-1 da ABNT: Método comparativo direto de dados de mercado: O valor é defi nido através da comparação com dados de mercado assemelhados quanto às características extrínsecas e intrínsecas dos bens. Para isso, é fundamental a existência de um conjunto de dados que possa ser tomado como amostra representativa do mercado. A amostragem é feita a partir de imóveis de referência, semelhantes e, na maioria das vezes (por ser uma característica importante para o cálculo de valor), localizados próximos à região do imóvel avaliado. É O MÉTODO MAIS UTILIzADO NO BRASIL, TANTO PARA IMÓVEIS RESIDENCIAIS COMO COMERCIAIS. Método involutivo: É baseado em um modelo de estudo de viabilidade técnico-econômica para a análise do valor do terreno, buscando seu aproveitamento efi ciente mediante hipotético empreendimento imobiliário compatível com as características do imóvel e condições do mercado. utiliza um critério indireto de valoração que indica a viabilidade de incorporação de um grande terreno para transformá-lo em outro empreendimento. Isso signifi ca dizer que o valor é determinado pelos recebimentos máximos que se pode obter naquele imóvel. Como na avaliação de um imóvel residencial (uma casa), por exemplo. utilizando o método involutivo, a avaliação terá como base os possíveis recebimentos que esta casa possa gerar caso seja transformada em um imóvel comercial e alugada a um preço melhor, ou transformada em um tipo de comércio. Método evolutivo: é uma forma de análise que consiste em partir do valor do terreno, acrescendo o valor da construção com seus custos diretos e indiretos, custos fi nanceiros, despesas de venda e lucros, fator de comercialização, etc. Pode-se dizer que, com esse método, calcula-se o valor do imóvel a partir dos custos para sua obtenção. MÉToDoS AvALIATórIoS AvALIAção De IMóveIS 47 Método da capitalização da renda: Apropria o valor do imóvel com base na capitalização presente de sua renda líquida, real ou prevista, sendo determinante o estabelecimento justificado de taxa de desconto e período de capitalização. Significa dizer que o valor de um imóvel é determinado em função de sua capacidade de gerar renda, o que geralmente é o aluguel. esse método é uma grande ferramenta para se analisar a viabilidade do investimento. Ao utilizá-lo, a rentabilidade do imóvel é explícita, o que nos permite compará-la a investimentos em outros tipos de imóveis e até mesmo em ações, poupança, etc. Para a emissão do Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica (PTAM) o método a ser empregado é o comparativo direto de dados de mercado, aplicado ao imóvel como um todo, incluindo terreno, edificações e demais benfeitorias. FoTo: BANCo De IMAGeNS PArTICuLAr 4.2 Método comparativo direto de dados de mercado o processo de elaboração do PTAM inicia quando é solicitado a um corretor de imóveis que avalie o valor de um determinado imóvel que, nesse caso, será chamado de “imóvel objeto ou avaliando”. e no Comparativo Direto de Dados do Mercado, o primeiro passo é a escolha de outros imóveis para compor a amostra. São os chamados imóveis comparandos, que devem ser similares ao imóvel objeto e estarem à venda ou terem sido recentemente comercializados. recomenda-se que o número de imóveis comparandos não seja inferior a cinco. entretanto encontrar cinco imóveis com semelhança total ao imóvel objeto nem sempre é possível. Nesses casos, deve ser feita a homogeneização dos dados da amostra. Nas avaliações tratadas nas normas da série NBr 14653, o tratamento da amostra é um procedimento científi co, que segue a seguinte proporção: quanto maior o grau desejado de precisão e fundamentação mais elaborado e profundo será o estudo. No caso dos PTAM, é fundamental que seja composta a amostra de imóveis semelhantes para que a comparação possa ser realizada sem a necessidade da homogeneização, pois aí entra o fator da subjetividade. o PTAM não tem como objetivo se tornar um trabalho científi co, mas sim de expressar uma opinião técnica e abalizada sobre o valor de mercado do imóvel objeto. Sendo assim, a homogeneização da amostra, quando não puder ser evitada, deve ser feita por alguns fatores que representam, por exemplo, o acréscimo de valor unitário que existe entre o de um terreno de esquina e o de um de meio de quadra na mesma rua ou bairro. Para zonas estritamente residenciais unifamiliares, esse valor se situa ao redor de 10�, já para zonas de uso misto, pode chegar a 20� e para zonas em que predomina o comércio, pode atingir 50�. outros atributos podem ser homogeneizados por fatores, como dimensões de testada e profundidade, condições topográfi cas (declividade, ondulações, drenagem), idade e conservação para as edifi cações, etc. Para imóveis de diferentes localizações (zonas ou bairros distintos), pode ser utilizada a relação existente entre os respectivos valores unitários constantes da Planta de valores Genéricos - PvG, nos municípios que a elaboram. o fator gerado por essa relação chama-se fator de transposição, mas sua utilização deve ser evitada, pois nem sempre a PvG retrata uma valoração pontual correta e atualizada. Com a utilização criteriosa dos dados assim tratados, obtêm-se os valores unitários homogeneizados de todos os itens da amostra e sua média aritmética conduzirá ao provável valor unitário do imóvel objeto, podendo ser emitido, assim, o PTAM. Método da renda A NBr 14653 fala também do método da renda, que é o da capitalização da renda do imóvel objeto, ou seja, da determinação de seu valor pela capitalização da renda líquida que ele proporciona. No caso do PTAM, não se trata de capitalização, mas da determinação do valor provável de um imóvel cujo valor de locação mensal é conhecido, pela utilização inversa do percentual que relaciona o valor dos imóveis que lhe são semelhantes e os praticados em seus aluguéis. Também pode ser empregado de forma inversa, para a determinação do valor locatício mensal de um imóvel cujo valor é conhecido ou encontrado pelo método comparativo direto de dados de mercado. EM NENHUMA HIPÓTESE DEVEM SER FEITAS COMPARAÇÕES ENTRE IMÓVEIS DOTADOS, SEGUNDO A LEGISLAÇÃO MUNICIPAL, DE DIFERENTES CONDIÇÕES DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO. DA MESMA FORMA, PARA OS IMÓVEIS COM EDIFICAÇÕES, NÃO DEVEM DIFERIR DETERMINADAS CONDIÇÕES, COMO PADRÃO DE CONSTRUÇÃO, NUMERO DE DORMITÓRIOS PARA OS APARTAMENTOS, ETC. ´ FoTo: GeTTY IMAGeS MÉToDoS AvALIATórIoS AvALIAção De IMóveIS 49 50 AvALIAção De IMóveIS MÉToDoS AvALIATórIoS Exercícios1. quais os métodos avaliatórios que estabelece a NBr 14653 – 1? 2. qual o método que deve ser aplicado na emissão do PTAM? 3. recomenda-se que o quadro amostral tenha no mínimo quantos imóveis comparandos? 4. Relacione as colunas com a defi nição específi ca de cada método: 1. Método Comparativo de Dados de Mercado Método analítico que consiste em partir do valor do terreno, acrescendo o valor da construção com seus custos diretos e indiretos, custos fi nanceiros, despesas de venda e lucros, fator de comercialização, etc. 2. Método Involutivo Defi ne o valor através da comparação com dados de mercado assemelhados quanto às características extrínsecas e intrínsecas dos bens. É condição fundamental a existência de um conjunto de dados que possa ser tomado como amostra representativa do mercado. 3. Método evolutivo Apropria o valor do imóvel com base na capitalização presente de sua renda líquida, real ou prevista, sendo determinante o estabelecimento justifi cado de taxa de desconto e período de capitalização. 4. Método de Capitalização da renda Baseado em modelo de estudo de viabilidade técnico- -econômica para apreciação do valor do terreno, buscando seu aproveitamento efi ciente mediante hipotético empreendimento imobiliário compatível com as características do imóvel e condições do mercado. Critério indireto de valoração que indica a viabilidade de incorporação de um grande terreno para transformá-lo em outro empreendimento. APLICAção Do MÉToDo CoMPArATIvo AvALIAção De IMóveIS 51 Fo T o : B A N C o D e I M A G e N S P A r T IC u L A r 52 AvALIAção De IMóveIS APLICAção Do MÉToDo CoMPArATIvo FoTo: GeTTY IMAGeS APLICAção Do MÉToDo CoMPArATIvo AvALIAção De IMóveIS 53 54 AvALIAção De IMóveIS APLICAção Do MÉToDo CoMPArATIvo 5.1 Vistoria dos imóveis e as constantes na matrícula no registro Imobiliário e se as edifi cações estão averbadas na matrícula, pois sua ausência pode representar redução de valor de mercado. em imóveis rurais: é imprescindível a pesquisa para conferir se o imóvel descrito na matrícula é o mesmo que está sendo vistoriado. Isso pode parecer desnecessário, mas é muito comum o interessado fornecer uma matrícula e apresentar outro imóvel para a vistoria. Igualmente de fundamental importância é a verifi cação da reserva ambiental legal, se está averbada na matrícula, qual o percentual da área deve ser reserva, etc. um outro fator determinante no valor de mercado de uma propriedade rural é a existência de passivos ambientais. Lembre-se que a imprescritibilidade dos crimes ambientais poderá acarretar a penalização futura do proprietário pelo dano ambiental causado por proprietário anterior. o uso dado ao imóvel rural e aos de seu entorno é de suma importância para Vistoria dos Imóveis o primeiro passo para a avaliação de um imóvel, que é imprescindível de acordo com a NBr 14653, é a vistoria. em casos excepcionais, quando for impossível o acesso ao bem, admite-se a adoção de uma situação paradigma, desde que seja acordada entre as partes e esteja explícita no trabalho técnico. e é no momento da vistoria do imóvel objeto que o corretor de imóveis deve observar todas as suas características, assim como as de seu entorno, realizando um registro fotográfi co. O que deve ser observado: em imóveis urbanos: para os que possuem edifi cações, verifi car o uso (residencial ou comercial), o padrão de construção, os tipos de materiais empregados, a idade aparente e o estado de conservação. É preciso verifi car, ainda, as condições do logradouro onde se situa o imóvel, os serviços públicos de que é dotado, suas dimensões reais a determinação do valor de mercado, assim como a infraestrutura existente no próprio imóvel e na região. As benfeitorias existentes devem ser verifi cadas, para a busca de imóveis comparandos com benfeitorias semelhantes em qualidade e quantidade. É muito comum, para imóveis rurais, os preços unitários de mercado não serem expressos em unidades monetárias, mas em quantidades de produtos agropecuários, como arrobas de boi e sacas de soja. NA AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS O CORRETOR NÃO DEVE MANIFESTAR-SE A RESPEITO DA QUALIDADE DO SOLO, PRODUTIVIDADE E OUTROS ASSUNTOS TÉCNICOS FORA DE SUAS ATRIBUIÇÕES. A ORIENTAÇÃO É FICAR RESTRITO À COMPARAÇÃO DE IMÓVEIS SEMELHANTES, VERIFICANDO O VALOR DE MERCADO PELOS VALORES PRATICADOS NA REGIÃO. APLICAção Do MÉToDo CoMPArATIvo AvALIAção De IMóveIS 55 NBR 14653-1 7.3 vistoria do bem avaliando. 7.3.1 Nenhuma avaliação poderá prescindir da vistoria. em casos excepcionais, quando for impossível o acesso ao bem avaliando, admite-se a adoção de uma situação paradigma, desde que acordada entre as partes e explicitada no laudo. 7.3.2 A vistoria deve ser efetuada pelo engenheiro de avaliações com o objetivo de conhecer e caracterizar o bem avaliando e sua adequação ao seu segmento de mercado, daí resultando condições para a orientação da coleta de dados. 7.3.3 É recomendável registrar as características físicas e de utilização do bem e outros aspectos relevantes à formação do valor. 7.3.4 o conhecimento de estudos, projetos ou perspectivas tecnológicas que possam vir a afetar o valor do bem avaliando deverá ser explicitado e suas consequências apreciadas. FoTo: GeTTY IMAGeS 56 AvALIAção De IMóveIS APLICAção Do MÉToDo CoMPArATIvo 5.2 Composição da amostra e homogeneização dos elementos o PTAM tem o objetivo de expressar uma opinião técnica e abalizada sobre o valor de mercado do imóvel avaliando. Já vimos que, diante da impossibilidade de conseguir imóveis em número sufi ciente para aplicar o método Comparativo Direto de Dados do Mercado, deve ser feita a homogeneização dos dados da amostra. esse processo, recomendado pela norma técnica, tem o objetivo de corrigir a discordância dos elementos comparativos, seguindo a metodologia de aplicação de fatores objetivos ou científi cos. esses fatores compreendem índices cujos valores têm base em estudos consagrados e advém de normas avaliatórias. Desta forma, cabe ao corretor responsável pela avaliação a correta aplicação e confi ando ao seu bom senso a utilização de fatores que realmente participam da formação dos preços de imóveis, como o fator localização, área e vaga de garagem, entre outros. O fator objetivo é aquele que representa, por exemplo, o acréscimo de valor unitário que existe entre um terreno de esquina e um terreno de meio de quadra na mesma rua ou bairro. Para zonas estritamente residenciais unifamiliares, esse fator situa-se ao redor de 10�; para aquelas de uso misto, pode chegar a 20� e para zonas em que predomina o comércio, pode atingir 50�. outros atributos podem ser homogeneizados por fatores objetivos, como: dimensões de testada e profundidade, condições topográfi cas (declividade, ondulações, drenagem), idade e conservação da edifi cação, entre outros. Há também o Fator de Transposição, obtido através da divisão do valor unitário do imóvel em avaliação, pelo valor unitário do imóvel pesquisado. estes valores são levantados, em geral, nas prefeituras dos municípios. essa relação de valores, chamada de Planta de valores Genéricos - PvG, serve como medida de comparação da potência comercial entre vários logradouros. Com a utilização criteriosa dos dados assim tratados, obtêm-se os valores unitários homogeneizados de todos os itens da amostra e sua média aritmética conduzirá ao provável valor unitário do imóvel objeto, podendo ser emitido, assim, o Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica. Não devem ser feitas, em hipótese nenhuma, comparações entre imóveis dotados de diferentes condições de uso e ocupação do solo, segundo a legislação municipal.Da mesma forma, para os imóveis com edifi cações, não devem diferir determinadas condições como padrão de construção, número de dormitórios para os apartamentos, etc. FoTo: GeTTY IMAGeS APLICAção Do MÉToDo CoMPArATIvo AvALIAção De IMóveIS 57 5.3 Valor de mercado, valor de compra e venda e valor de locação Geralmente, esses dois conceitos se confundem, mas em algumas situações o preço pode situar-se acima ou abaixo do valor, considerando as características da transação e a época em que ela foi realizada. Somente em um mercado de concorrência perfeita valor é igual a preço. Dessa forma, vamos pensar nessas defi nições do início da engenharia de avaliações, quando o conceito de valor foi defi nido como mutável, cujo signifi cado poderia variar em função da fi nalidade da avaliação. Temos, então, duas correntes: plurivalente, que considerava o valor como um elemento puramente subjetivo, admitindo os diversos tipos, como o contábil, o tributário, o potencial, dentre muitos outros relacionamentos e a univalente, cujo conceito de valor, num dado momento, é único, resultante das forças de mercado, baseado em critérios objetivos, seja qual for a fi nalidade da avaliação. Valor x preço você sabe distinguir os conceitos de valor e preço? e a importância dessa diferenciação para a avaliação imobiliária? Na NBR 14653-1 defi ne-se preço como a quantia pela qual se efetua, ou se propõe efetivar, uma transação envolvendo um bem, um fruto ou um direito sobre ele. Outra defi nição que utilizaremos é: preço é a expressão monetária de um bem, quantia em dinheiro pela qual uma determinada mercadoria, em determinada época, pode ser vendida. Já a ideia de valor está relacionada à de utilidade. entre muitas defi nições para esse conceito, destacamos esta, do Glossário de Terminologia Básica Aplicável à engenharia de Avaliações e Perícias, do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de engenharia de São Paulo - IBAPe/SP: valor é qualidade inerente a um bem, que representa a importância para sua aquisição ou posse. em 1989 o princípio da corrente univalente prevaleceu, pois a norma vigente, a NBr 5676, trabalhava com este conceito. Com a publicação da série NBr 14653 temos a defi nição de valor de mercado como “quantia mais provável pela qual se negociaria voluntariamente e conscientemente um bem, numa data de referência, dentro das condições do mercado vigente”. Valor de mercado o Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica (PTAM) é a opinião do Corretor de Imóveis quando ao valor de mercado do imóvel objeto. ele se refere, sempre, a uma data fi xa, sendo essencial a contemporaneidade dos elementos de comparação. Também é indispensável a existência de um mercado aberto em que haja, ao menos, alguém disposto a vender e um comprador, sem interferências externas. 58 AvALIAção De IMóveIS APLICAção Do MÉToDo CoMPArATIvo Valor de Compra e Venda o valor de mercado para compra e venda é estabelecido pela comparação com imóveis semelhantes. essa comparação é feita com imóveis oferecidos à venda ou recentemente comercializados. No caso de imóveis que estão à venda, não há a certeza de que venha a ser vendido pelo valor de oferta, sendo, normalmente corrigido pelo fator de oferta (0,9 a 0,8), que representa um deságio, entre 10% e 20%, previsto para a ocasião do fechamento do negócio. As condições de comercialização também são muito importantes para a análise comparativa dos imóveis, sendo preferível utilizar negociações à vista. Em caso de pagamentos parcelados, é fundamental a determinação do valor presente ou a comparação de iguais condições de parcelamento, especifi cando-as no texto do PTAM. o valor da transação concretizada nessas condições é o valor de mercado. Para que um bem tenha valor de mercado são necessários quatro agentes: • Utilidade; • Escassez; • Poder de compra; • Desejo de comprar. o tempo que decorre entre a oferta do bem e a concretização da venda caracteriza a liquidez, sendo a proporção: tanto maior a liquidez quanto menor for o tempo decorrido. Para a liquidez máxima, dá-se o nome de liquidação forçada e é o valor procurado pelas instituições bancárias para imóveis em garantia. Para caracterizar o valor de mercado do imóvel (no caso de transferência da propriedade) e estimar o valor mensal que deve ser pago a título de aluguel do imóvel (não visando a transferência de propriedade) temos dois tipos de valores: o de compra e venda e o de locação, respectivamente. Valor de Locação quando o objetivo do PTAM é a determinação do valor de mercado para locação do imóvel objeto, o método empregado é o de comparação direta com outros imóveis semelhantes, de mesma utilização, fazendo-se a proporção entre as áreas dos imóveis, ou seja, através do valor unitário de locação. Pode-se, ainda, no caso de difi culdade em constituir uma amostra de, ao menos, cinco imóveis comparandos, empregar o método da renda. esse método consiste em, conhecendo-se o valor do imóvel previamente ou determinado dentro do procedimento do PTAM, estimar o valor de locação pela aplicação de um percentual usual de renda (taxa de retorno) à esse valor previamente conhecido. Atualmente, esse percentual varia entre 0,5% e 1,2%, sendo mais comum sua fi xação entre 0,7% e 0,8%. FoTo: GeTTY IMAGeS APLICAção Do MÉToDo CoMPArATIvo AvALIAção De IMóveIS 59 60 AvALIAção De IMóveIS APLICAção Do MÉToDo CoMPArATIvo RESUMO - Passo a passo do método comparativo direto de dados de mercado 1°. Análise Documental - a documentação do imóvel é fonte primordial de informações, independente da tipologia do imóvel (urbano ou rural). Por isso o corretor avaliador deverá analisar os seguintes documentos: Título aquisitivo para constatação dominial, preferencialmente a certidão atualizada do imóvel; Número do contribuinte IPTu, ITr, CCIr – INCrA e NIrF. 2° Vistoria - as informações detalhadas obtidas no momento da vistoria darão subsídios de aspectos qualitativos e quantitativos do imóvel avaliando, que em determinado momento nortearão a redação do PTAM. 3° Pesquisa de Imóveis para composição do quadro amostral - recomenda-se que este quadro seja composto de no mínimo cinco amostras. 4° Homogeneização das amostras - utilizando-se fatores como: testada, profundidade, topografia, idade do imóvel, no caso de apartamento o andar, orientação, entre outros. 5° Determinação dos valores unitários homogeneizados do quadro amostral. 6° Determinação do valor médio estimado do imóvel avaliando. 7° Redação do PTAM propriamente dita. Fo T o : G e T T Y I M A G e S O CONTEUDO DO PTAM DEVE SER REDIGIDO COM TExTO CLARO, APRESENTANDO UM DESENVOLVIMENTO LÓGICO QUE REFLITA O CAMINHO PERCORRIDO PELO AVALIADOR PARA ALCANÇAR A FORMAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DO IMÓVEL AVALIANDO. ´ APLICAção Do MÉToDo CoMPArATIvo AvALIAção De IMóveIS 61 62 AvALIAção De IMóveIS APLICAção Do MÉToDo CoMPArATIvo 1. o que deve ser observado no momento da vistoria? 2. o que é fator objetivo? 3. Quais são as defi nições de valor e qual a defi nição que prevalece até os dias de hoje? 4. Como é estabelecido o valor de mercado de um imóvel? 5. Cite as principais etapas que devem ser observadas na elaboração do PTAM: 6. qual deve ser o procedimento do corretor de imóveis avaliador, quando a fi nalidade da avaliação implicar em fornecer elementos que estejam além das suas atribuições profi ssionais? Exercícios CoNTeuDo e APreSeNTAção Do PTAM AvALIAção De IMóveIS 63´ Fo T o : G e T T Y I M A G e S 64 AvALIAção De IMóveIS CoNTeuDo e APreSeNTAção Do PTAM´ CoNTeuDo e APreSeNTAção Do PTAM AvALIAção De IMóveIS 65´ FoTo: GeTTY IMAGeS 66 AvALIAçãoDe IMóveIS CoNTeuDo e APreSeNTAção Do PTAM´ 6.1 PTAM: conteúdo mínimo e forma de apresentação A resolução CoFeCI n° 1066/2007, em seu Ato Normativo, Anexo III, determina os requisitos mínimos do Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica (PTAM): 1. Identifi cação do solicitante 2. Finalidade do PTAM 3. Identifi cação e caracterização do imóvel • Situação e localização (Estado, Município, logradouro, número, etc.); • Número de matrícula e cartório de registro imobiliário; • Áreas (do terreno, de construção, real privativa, de uso comum, real total, fração ideal, etc.) e dimensões do imóvel; • Características e infraestrutura disponível no logradouro e na região onde se encontra o imóvel; • Descrição detalhada do imóvel e acessórios (construções, benfeitorias, instalações, etc.); • Relatório fotográfi co, da data da vistoria realizada no imóvel. 4. Pesquisa de imóveis comparandos, para aplicação do Método Comparativo Direto de Dados de Mercado • Identifi cação dos imóveis escolhidos para compor a amostra, explicitando as respectivas fontes; • Homogeneização dos itens da amostra. 5. Determinação do valor de Mercado do imóvel avaliando 6. encerramento Conclusão do PTAM; Data e assinatura do C.I. emissor do PTAM; Aposição do Selo Certifi cador ao lado da assinatura. 7. Anexos: • Relatório fotográfi co (quando não incluído na Caracterização do Imóvel); • Plantas de situação e localização, mapas, etc.; • Certidão atualizada da matrícula no Cartório do registro de Imóveis; • Documentos diversos (outras certidões, recibos de impostos, CCIr, etc.); • Currículo do Corretor de Imóveis Avaliador. ´ utro ponto importante para a criação de um PTAM é que o texto seja claro e apresente a opinião técnica sobre o valor de mercado do imóvel objeto com uma fundamentação em forma de raciocínio lógico, de tal modo que qualquer pessoa que o leia possa acompanhar os passos de seu emissor até a conclusão. o PTAM deve, ainda, ser impresso em três vias. Duas são destinadas ao cliente, com aposição do Selo Certificador numerado em ambas, ao lado da assinatura do corretor de imóveis avaliador. A terceira via deverá ser arquivada por cinco anos no escritório do profissional, estando nela fixada a terceira via do selo certificador numerado. Os selos certificadores serão fornecidos pelo CreCI, mediante a Declaração de emissão de PTAM e o recolhimento da taxa correspondente, na forma prevista na resolução-CoFeCI n° 1066/2007. O FoTo: GeTTY IMAGeS CoNTeuDo e APreSeNTAção Do PTAM AvALIAção De IMóveIS 67´ 6.2 Honorários pela elaboração do PTAM o primeiro passo para a emissão do parecer técnico deve ser a pactuação de honorários, preferencialmente por escrito. A maneira mais correta de se estabelecer a relação com o cliente é através de um contrato de prestação de serviços, onde haja descrição das obrigações do corretor de imóveis que emitirá o PTAM e a remuneração em contrapartida, ou seja, os honorários profi ssionais. Nos dias atuais, entretanto, é comum e não menos válida a apresentação da proposta via fax ou e-mail, e a pactuação dos honorários ser confi rmada em resposta pela mesma via. Ainda não existe uma tabela válida de honorários pela emissão de PTAM, embora alguns CreCI ś sugiram valores, como você vê a seguir. Mas existem vários fatores que devem ser considerados na formulação da proposta de honorários, como tempo despendido, o valor do imóvel, o grau de complexidade, as condições fi nanceiras do cliente, a habitualidade ou eventualidade da prestação de serviços, a localização do imóvel objeto e as despesas de locomoção e estadia e, por fi m, a competência e o reconhecimento público do profi ssional. LEMBRE-SE: OS TRABALHOS BEM ELABORADOS DE HOJE SÃO A CERTEzA DE MAIS CLIENTES E MELHORES HONORÁRIOS NO FUTURO! FoTo: BANCo De IMAGeNS PArTICuLAr CoNTeuDo e APreSeNTAção Do PTAM AvALIAção De IMóveIS 69´ Honorários pela elaboração do PTAM CoNTeuDo e APreSeNTAção Do PTAM AvALIAção De IMóveIS 69´CoNTeuDo e APreSeNTAção Do PTAM´CoNTeuDo e APreSeNTAção Do PTAM UF HONORÁRIOS PARA AVALIAÇÕES FONTE AL Mínimo de 0,5� (para imóveis com valores acima de r$ 2.880.001,00) a 1� (para imóveis com valores até r$ 5.000,00), mais uma Taxa Complementar Mínima de r$ 200,00. No caso de avaliação para determinar o valor do aluguel mensal, toma-se por base 1� do valor do imóvel. CRECI-AL BA Até 1� sobre o valor de venda e até 10� do valor mensal do aluguel. Para consultas de conhecimentos imobiliários, a hora técnica sugerida é de, no mínimo, 10� do valor da anuidade do CreCI. CRECI-BA CE Mínimo de 0,5� sobre o valor de comercialização CRECI-CE DF Até 1� sobre o valor de venda e até 10� do valor mensal do aluguel. CRECI-DF ES Mínimo de 1� sobre o valor apresentado, sendo que o valor mínimo é de um salário mínimo vigente. CRECI-ES GO o valor mínimo é de r$ 500, ou 0,5� sobre o valor de avaliação. CRECI-GO MS Mínimo de 0,7� sobre o valor apurado de comercialização e 50� do valor do primeiro aluguel. CRECI-MS MG 1� do valor apresentado no parecer, observando o mínimo de r$ 200,00. Por hora técnica, a partir de 10� do valor da anuidade vigente do CreCI/ MG. CRECI-MG PA De 0,5� a 1� sobre o valor de avaliação CRECI-PA PB Mínimo de dois salários mínimos ou 1� do valor da avaliação CRECI-PB PR Para o parecer sobre o valor de venda, a taxa mínima é de r$ 300,00, corrigidos pelo CuB. Para valor de locação, a taxa mínima é de 50� do valor do aluguel. CRECI-PR RJ o valor mínimo será o equivalente a dois salários mínimos da união, ou 0,6� sobre o valor da avaliação. CRECI-RJ RN o valor mínimo é de 2� (para imóveis com valores até r$ 5.000,00) a 0,6� (para imóveis com valores acima de r$ 150.000,00). CRECI-RN RS o valor mínimo corresponde a 1/3 do Cub-Sinduscon/rS do mês da contratação ou 0,2� calculados sobre o valor de comercialização do imóvel objeto do parecer. CRECI-RS RO Mínimo de 0,5� sobre o valor de comercialização e 50� do valor inicial da locação. CRECI-RO SC Mínimo de r$ 500,00, sendo o valor mínimo da hora técnica de r$ 100,00. CRECI-SC SP Para os pareceres escritos quanto à comercialização de imóvel o valor será fi xado em 1�, sendo o valor mínimo é de r$ 650,00, e o parecer verbal quanto a operações imobiliárias é a partir do valor de 1 anuidade vigente do CreCI/SP. CRECI-SP TO valor mínimo de 120 uFIr ou 2� do valor apresentado. CRECI-TO ´70 AvALIAção IMoBILIárIA CoNTeuDo e APreSeNTAção Do PTAM 6.3 O PTAM nos processos judiciais em diversos tipos de ações judiciais, possessórias e dominiais, como desapropriações, inventário, partilha, renovatórias, revisionais de locação, indenizatórias, dissolução e liquidação de sociedades, é necessário o conhecimento do valor de mercado dos imóveis. em qualquer dos casos o cliente poderá solicitar o PTAM para instruir petição, seja como requerente ou como requerido. No caso, entretanto, de nomeação pelo juiz como perito judicial (pessoa responsável para realizar avaliações e perícias em juízo, ou seja, em processos que correm na justiça), há que se observar o que determinam os artigos 145 e 422 do Código de Processo Civil: ´ Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421. § 1º Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente, respeitando o disposto no Capítulo VI, seção VII, deste Código. § 2º Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos. § 3º Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz. o §
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