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Osteologia Marlucio Freire UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA MÉDICINA VETERINÁRIA - ANATOMIA VETERINÁRIA OSTEOLOGIA / ARTROLOGIA / MIOLOGIA INTRODUÇÃO OSSOS SÃO ÓRGÃOS VIVOS! ◼ Contém vários tipos celulares, vasos e nervos ◼ Responde a influências mecânicas e endócrinas e se modifica ◼ 5 a 7% da massa óssea é reciclada a cada ano - sofre variação segundo: . espécie . Idade . Sexo - número de ossos nas espécies domésticas . eqüino: 189 . bovino: 188 . suínos: 223 . cão: 215 NÚMERO DE OSSOS ESQUELETO • 20% do peso corporal ◼ Constituição: ◼ Ossos ◼ Cartilagens ( Ex. cartilagens costais, disco intervertebral) ◼ Ligamentos Juntura cartilaginosa sínfise ◼ sustentação ◼ - conformação ◼ - arcabouço ◼ - proteção de partes moles ◼ - Reserva de minerais ◼ - Hematopoiética (produção de sangue) ◼ - locomoção FUNÇÕES DO ESQUELETO ◼ EXOESQUELETO – É a parte externa do esqueleto e está associada ao endoesqueleto. Ex . Nos quelônios, tatus. ◼ ENDOESQUELETO – é esqueleto interno dos vertebrados de forma normal. FUNÇÕES DO ESQUELETO DIVISÕES DO ESQUELETO Fonte: http://www.valpo.edu/organization/psme/pics/instruments/horse.jpg Esqueleto Axial Esqueleto Axial Esqueleto Axial Esqueleto Apendicula Esqueleto Esplâncnico ◼ É constituído por ossos que estão inseridos em tecidos moles e ◼ não se articulam com o restante do esqueleto. Osso Hióide das aves Osso Peniano (no cão) Osso cardíaco (na saída da aorta do coração de ruminantes HISTOLOGIA do OSSO ◼ 1 Ósteons - Unidades constituídas por um canal (canal do ósteon ou de Havers) envolvidos por lamelas ósseas concêntricas. ◼ 2 Canais de Volkmann Comunicam os canais de Havers. Células ósseas ◼ Função dos Canais passagem de vasos para nutrição das células do tecido ósseo. CLASSIFICAÇÃO DO OSSO QUANTO FORMA 1.Osso Longo C>L e E 2. Osso Curto C≈L≈E 3. Osso Plano C≈L>E Ex. fêmur e úmero Ex. ossos do carpo Ex. escápula Legenda: C= comprimento, L= largura e E = espessura CLASSIFICAÇÃO DO OSSO QUANTO FORMA 4. Osso Irregular Sem parâmetros 5. Osso Pneumático Contem cavidades onde circula ar Ex. Vértebras Ex. Ossos do crânio e os das aves Ex. escápula ARQUITETURA OSSO LONGO Fonte: FRANDSON; WILKE; FAILS (2005) ARQUITETURA OSSO LONGO Cartilagem articular Cartilagem epifisária – Responsável pelo crescimento do osso em comprimento. TIPOS DE OSSO ◼ Osso compacto – é maciço a olho nu. ◼ Osso esponjoso – é poroso a olho nu. Os poros são preenchidos por medula óssea. REVESTIMENTOS DO OSSO ◼ PERIÓSTEO – é a membrana de tecido conjuntivo que reveste a superfície externa do osso, exceto nas superfícies articulares. ◼ Divisão: ◼ Membrana externa – é fibrosa, sustenta o perisósteo ◼ Membrana interna – é celular, dá origem a células osteogênicas. ◼ Função do periósteo: crescimento do osso em espessura, correção de fraturas Periósteo O periósteo é inervado (percepção dolorosa) e vascularizado. REVESTIMENTOS DO OSSO ENDÓSTEO – é a membrana de tecido conjuntivo que reveste a superfície interna do osso (cavidade medular, poros do osso esponjoso e canais de Havers). Contém células osteogênicas. Nutrição do osso Artérias articulares – nutre a epífise do osso e a medula óssea do osso esponjoso Ramificação dos vasos pelos canais ósseos Artéria nutrícia – nutre a medula óssea e parede da diáfise junto com as artérias periostais. ⅔- Matriz inorgânica – constituído principalmente por fosfato de cálcio – confere rigidez ao osso ⅓ Matriz orgânica – principalmente colágeno – confere elasticidade Constituição do osso CONTORNOS E ACIDENTES ÓSSEOS - Áreas irregulares – saliências e depressões - Funções . superfície para articulação . ponto de fixação de tendões e ligamentos - Saliências articulares . côndilo, cabeça, capítulo, tróclea ou dente - Saliências para fixação de tendões e ligamentos . túber, tubérculo, tuberosidade, maléolo processo, trocânter ou epicôndilo CONTORNOS E ACIDENTES ÓSSEOS - Saliências lineares . crista, linha, espinha ou promontório - Áreas lisas articulares ou não . asa, ramo ou lâmina - Depressões articulares ou não . fossa, cavidade, fosseta, faceta, fóvea, colo, fissura, incisura, sulco, arco ou canal ◼ Espécie Cervicais Torácicos Lombares Sacrais Coccígeas ◼ Equino 7 18 6 5 ◼ Bovino 7 13 6 5 ◼ Ovino 7 12-14 6 (7) 4 ◼ Caprino 7 13 6 5 ◼ Canino 7 13 7 3 ◼ Gato 7 13 7 3 ◼ Suíno 7 15 6 4 Número de vértebras TABELA 1- Número de vértebras nos animais domésticos. ◼ Considerações finais ARTROLOGIA ou SINDESMOLOGIA UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA MÉDICINA VETERINÁRIA - ANATOMIA VETERINÁRIA Artrologia – do grego - “arthron” = articulação - “logia” = ciência, estudo Artrologia - ciência que estuda as articulações - articulação ou juntura = meio de união entre ossos e/ou cartilagens para formação do esqueleto 1- ETMOLOGIA E CONCEITO Por que conhecer bem as articulações? . Identificar problemas para providenciar cuidados adequados . Evitar sobrecarca em animais de trabalho (tração, etc.) . Relação nutrição-constituição - classificação baseia-se na natureza do meio (tecido) de interposição (união) entre as superfícies articulares classificação: . fibrosa . cartilaginosa . sinsarcose . sinovial 2- CLASSIFICAÇÃO - meio de interposição = tecido conjuntivo fibroso - são imóveis ou praticamente imóveis - com o avançar da idade sofrem processo de ossificação (sinostose) – soldadura óssea entre as superfícies - classificação das junturas fibrosas: . sutura . sindesmose . gonfose 3- JUNTURA FIBROSA a) Juntura fibrosa sutura - são junturas fibrosas situadas exclusivamente no crânio -A morfologia da superfície articulante varia como nas figuras abaixo 3- JUNTURA FIBROSA 1 2 3 b) Juntura fibrosa sindesmose (syndesmo = ligamento) - são junturas fibrosas situadas fora do crânio -exemplos: .ossos metacápico III e IV, e metatársico III e IV (rum.) .entre os ossos rádio e ulna, e tíbia e fíbula (equ.) 3- JUNTURA FIBROSA Osso rádio (equ.) Osso metacárpico III e IV (rum.) Osso ulna (equ.) Juntura fibrosa sindesmose c) Juntura fibrosa gonfose - são junturas fibrosas situadas entre os dente e os alvéolos dentários ósseos. O tecido conjuntivo que une o dente ao alvéolo é chamado ligamento periodontal. 3- JUNTURA FIBROSA Juntura fibrosa gonfose - meio de interposição = tecido conjuntivo cartilaginoso - são imóveis ou praticamente imóveis - com o avançar da idade sofrem processo de ossificação (sinostose) – soldadura óssea entre as superfícies - classificação das junturas cartilaginosas: . Sincondrose (syn = junto, chondro = cartilagem) . sínfise 4- JUNTURA CARTILAGINOSA a) Juntura cartilaginosa sincondrose - meio de interposição = cartilagem hialina - exemplos: intermandibular (rum.), entre epífise e diáfise de ossos longos de animais jovens, e interesternebral 4- JUNTURA CARTILAGINOSA 4- JUNTURA CARTILAGINOSA b) Juntura cartilaginosa sínfise - meio de interposição = cartilagem fibrosa (fibrocartilagem) -exemplos: . sínfise pélvica (entre os ossos coxais) sínfise pélvica Intervertebral O hormônio relaxina age sobre a sínfise pélvica no final da gestação, permitindo sua mobilidade. - meio de interposição = tecido muscular - exemplo: . união entre membro torácico e o tronco 5- SINSARCOSE Conjunto de músculos que prendem o membro torácico ao tronco -meio de interposição = líquido sinovial -A cavidade articular e os ossos encontram-se unidos por uma cápsula articular que os envolve, geralmente possuem ligamentos acessórios. - são móveis - líquido sinovial: . líquido viscoso amarelo-pálido sintetizado pela cápsula articular . função: nutre e lubrifica a cartilagem articular. 6- ARTICULAÇÃO SINOVIAL 6.1) Elementos fundamentais: -constituem um conjunto de estruturas presentes em todas as articulações sinoviais: a) . líquido sinovialb) . cápsula articular – é o invólucro das articulações. Constituída de 2 camadas: Membrana fibrosa – (externa) – tecido conj fibroso confere resistência Membrana sinovial – (interna) – revestimento epitelial da superfície interna da memb. Fibrosa. Secreta e drena o líquido sinovial. 6- ARTICULAÇÃO SINOVIAL Constituição: a b c). cavidade articular – espaço compreendido entre as superfícies articulantes e a cápsula articular d) cartilagem articular –cartilagem hialina mas que reveste as superfícies articulantes. É avascular. 6- ARTICULAÇÃO SINOVIAL d c 6.2) elementos auxiliares: - constituem um conjunto de estruturas presentes em algumas articulações sinoviais a) . meniscos articulares – disco bicôncavos de fibrocartilagem encontrados na articulação do joelho. Função: adapta congruências, amortece impactos e aumenta amplitude de movimentos. b) . discos articulares – discos de cartilagem hialina encontrados na articulação temporomandibular 6- ARTICULAÇÃO SINOVIAL a b osso 6- ARTICULAÇÃO SINOVIAL ligamento menisco articular Articulação do joelho c) . ligamentos – cintas de tecido conjuntivo fibroso unindo osso a osso. 6.3) movimento realizados pelas articulações sinoviais: a) extensão/flexão – movimentos que aumentam ou diminuem o ângulo entre os segmentos articulantes, respectivamente. 6- ARTICULAÇÃO SINOVIAL b) adução/abdução – movimentos que aproximam ou afastam do PSM, respectivamente 6- ARTICULAÇÃO SINOVIAL 6- ARTICULAÇÃO SINOVIAL c) rotação: movimento giratório em torno do próprio eixo; Pronação – rotação no sentido do Plano Sagital Mediano Supinação – rotação no sentido oposto do PS M. d) circundação (3)– movimento em todos os sentidos ◼ Considerações finais Miologia UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA MÉDICINA VETERINÁRIA - ANATOMIA VETERINÁRIA ETMOLOGIA E CONCEITO ◼ Miologia – do grego ◼ “mys” = músculo ◼ “logia” = ciência, estudo ◼ Miologia ◼ ramo da ciência que estuda os músculos CONSIDERAÇÕES INICIAIS ◼ Músculos ◼ Forma ◼ Locomoção ◼ Sustentação Órgãos constituídos por tecido muscular especializado em contrair e relaxar movimentam em resposta a estímulos nervosos. • Corresponde a cerca de 40% do peso corporal dos animais. • 75% água + 18% proteína + 7% carboidrato, gorduras e sais. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ◼ Célula muscular = FIBRA MUSCULAR ◼ Propriedades da fibra muscular Condutividade - transmissão do impulso. Contratilidade - capacidade de encurtar e espessar (contração). Elasticidade - capacidade de retornar a forma original após contração ou extensão. Excitabilidade - capacidade de receber e responder à estímulos. FUNÇÕES ◼ Locomoção ◼ Movimentação das partes do corpo (cabeça, pescoço, olho, pele, etc.); ◼ Produção de calor (tremores); ◼ Estabilização das articulações (posições corporais); ◼ Paredes de cavidades, movimento de substâncias dentro do corpo (Ex. abdominal); ◼ Comercialmente: carne. Tipos de tecido muscular ◼ Músculo estriado esquelético - células cilíndricas longas e multinucleadas (núcleo periférico) - localização: Junto ao esqueleto - contração rápida e voluntária ◼ Músculo estriado cardíaco - células alongadas, ramificadas, com 1 ou 2 núcleos centrais - localização: coração - contração rápida e involuntária ◼ Músculo liso - células fusiformes, sem estrias transversais e com 1núcleo central - localização: vísceras e vasos sangüíneos e linfáticos - contração lenta e involuntária Estrutura de um músculo esquelético Endomísio – envolve cada fibra muscular Perimísio – envolve um fascículo (feixe) de fibras musculares Epimísio – envolve todo o ventre muscular ORGANIZAÇÃO DO MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO ◼ Porções do músculo ◼ a) - ventre muscular: - É parte carnosa e média - origem e inserção muscular ◼ b) anexos musculares fibrosos: b.1) tendão: ◼ . correspondem às extremidades ◼ . formato de fita (cilíndrico) ◼ . constituição: tecido fibroso ◼ . fixa o músculo ao osso Ventre muscular Tendão muscular ORGANIZAÇÃO DO MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO ◼ b.2) aponeurose muscular: . formato de lâmina (largas e finas) . constituição: tecido fibroso . fixa o músculo ao osso ORGANIZAÇÃO DO MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO b.3) fáscia muscular: . epimísio . constituição: tecido fibroso . bainha elástica de contenção Aponeurose muscular ◼ b.4) anexos musculares sinoviais: ◼ Bolsa Sinovial - estrutura que se interpõe entre tendão e osso - saco de tecido conjuntivo - preenchido por líquido ◼ Bainha Sinovial - revestimento do tendão em locais de contato extenso com osso - cavidade preenchida por líquido ORGANIZAÇÃO DO MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO Bolsa sinovial Bainha sinovial CLASSIFICAÇÃO ◼ 1) Quanto à disposição das fibras musculares a) fibras paralelas b) fusiforme – fibras convergentes para as extremidades c) penada – fibras oblíquas em relação ao tendão ◼ 2) Quanto à forma a) longo – comprimento maior que a largura e espessura b) largo – comprimento e largura maiores que a espessura CLASSIFICAÇÃO a) Músculo longo b) Músculo largo a b ◼ 3) Quanto ao número de origens a) bíceps – 2 origens (2 cabeças) b) tríceps – 3 origens (3 cabeças) c) quadríceps – 4 origens (4 cabeças) CLASSIFICAÇÃO Origem: Extremidade do músculo presa à estrutura óssea que se mantém fixa. ◼ 4) Quanto ao número de ventres musculares a) digástrico – 2 ventres musculares b) poligástrico – mais de 2 ventres musculares CLASSIFICAÇÃO a b ◼ 5) Quanto ao número de inserções a) monocaudado – 1 inserção (1 tendão de inserção) b) bicaudado – 2 inserções (2 tendões de inserção) c) policaudado – mais de 2 inserções (mais de 2 tendões de inserção) CLASSIFICAÇÃO a b -Monocaudado - Exemplo: Músculo braquial; -Bicaudado – Exemplo: Bíceps braquial ou bíceps femural; -Policaudado – Exemplo: Tríceps braquial ou quadríceps femural. Inserção: Extremidade do músculo presa à estrutura óssea que se movimenta CLASSIFICAÇÃO ◼ 6) Quanto à função a) agonista – músculo ou grupo de músculos que provocam o movimento desejado. b) antagonista – músculo ou grupo de músculos que diretamente se opõem ao movimento desejado, seja para regular a rapidez ou potência de ação deste agonista. ❑c) sinergista – auxilia no movimento desejado provocado pelo agonista eliminando algum movimento indesejado. ❑d) fixador – estabiliza as articulações ou parte delas, mantendo assim, a postura ou posição durante ação do agonista. CLASSIFICAÇÃO ◼ 7) Quanto à ação A) flexores e extensores – ação de flexionar /extender a articulação; B) adutores e abdutores – ação de aduzir / abduzir a articulação; C) pronadores e supinadores – ação de rotador medial / rotador lateral. Inervação Muscular SNA Musculo Liso Musculo Cardíaco Glândulas Visceral Somáticas Fibras eferentes (motoras) Unidade motora (UM): Constituída por único neurônio motor e pelas fibras por ele inervadas (100 a 2000 fibras). O axônio de cada neurônio motor subdivide-se várias vezes - cada fibra é dotada de placa motora terminal. Irrigação e drenagem muscular
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