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TCC BALANÇO SOCIAL - PÓS CONTROLADORIA E FINANÇAS SENAC

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PAGE 
51
SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
Marcio Meloncelli
Thayse Lins
Thiago Nicolucci
NÍVEL DE EVIDENCIAÇÃO DO BALANÇO SOCIAL NAS INDÚSTRIAS DE CELULOSE
Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário SENAC, unidade Francisco Matarazzo, como exigência parcial da obtenção do título de Especialista em Controladoria e Finanças.
São Paulo
2018
DEDICATÓRIA
Dedicamos as nossas famílias, que nos incentivaram na elaboração e conclusão deste trabalho de conclusão de curso, sendo um tema bastante atual, a preocupação com o meio ambiente, vem de encontro ao tema exposto, procurando mostrar um pouco das empresas que estão fazendo o seu papel de retornar tudo aquilo que foi extraído da natureza, preocupando em manter o equilíbrio da flora e fauna em nosso planeta, mantendo assim a preservação da humanidade.
Agradecimentos
Agradecemos aos docentes da pós-graduação em Controladoria e Finanças, que buscaram passar o conhecimento a cada um de nós, que está sendo bastante proveitoso em busca de nossas realizações profissionais e pessoais.
RESUMO
A evolução do balanço, partindo do balanço para os proprietários ou gestores para o atendimento das necessidades de informações para um público externo cada vez maior, envolvendo, principalmente, as comunidades, trouxe à discussão um assunto importante no relacionamento em sociedade: a Responsabilidade Social. Esta evolução vem realçando a responsabilidade social da empresa e a Contabilidade, em sua visão social, estão intimamente vinculadas a esta Responsabilidade. A Responsabilidade Social da empresa está na sua participação direta nas ações da comunidade onde está presente e na minimização de possíveis danos ambientais decorrentes de suas atividades, capacitando a empresa a crescer e a permanecer no mercado. O objetivo deste estudo é verificar através de uma pesquisa bibliográfica como o Balanço Social permite identificar as relações de uma empresa com seus empregados/comunidade, e meio ambiente. Neste cenário, o Balanço Social desempenha papel fundamental para a divulgação da Responsabilidade Social das empresas. 
sumário
	1 INTRODUÇÃO .............................................................................................
	06
	
	
	2 REVISÃO DA LITERATURA .........................................................................
	09
	 2.1 O Surgimento do Balanço Social ............................................................
	09
	 2.2 Conceito de Balanço Social ....................................................................
	10
	 2.3 Objetivo do Balanço Social .....................................................................
	12
	 2.4 Os benefícios do Balanço Social ............................................................
	13
	 2.5 A importância do balanço Social .............................................................
	14
	 2.6 O Balanço Social no Brasil .....................................................................
	16
	3 ESTRUTURA DO BALANÇO SOCIAL .........................................................
	19
	 3.1 Benefícios e Contribuições á Sociedade ...........................................
	28
	 3.2 Modelo de Balanço Social .................................................................
	31
	 3.3 Obrigatoriedade da publicação do Balanço Social ............................
	37
	 4 RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL..........................................
	43
	
	
	5 CONCLUSÂO ..............................................................................................
	48
	
	
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................
	50
1 INTRODUÇÃO
Uma empresa para manter se ativa no mercado, que a cada dia tem se tornado cada vez mais competitivo precisa ser eficiente atender às necessidades de seus clientes ou usuários, uma vez que estes geram um nível de expectativa e esperam que estas atuem de maneira adequada fornecendo produtos ou serviços de boa qualidade, com preços acessíveis e sem prejudicar o meio ambiente.
Vislumbra-se igualmente que empresas que tenham uma atuação mais favorável a toda sociedade, conseguem um maior número de clientes ou usuários, o que promove um crescimento, e fixação no mercado.
Desta forma a própria sociedade exige determinadas posturas responsáveis por parte das empresas, que aliem sua produção às normas técnicas e legais garantindo que seja fornecida à comunidade informação detalhadas a cerca de sua atitude no desenvolvimento da sociedade como um todo, desta maneira surge em 1970 o Balanço Social, que nada mais é que uma prestação de contas sobre o nível de retorno que esta consegue manter junto à comunidade. Este processo teve início na França e se disseminado pelo resto do mundo.
Assim o Balanço Social de uma empresa apresenta as informações sócio-econômicas, objetivando dar publicidade ao desempenho da empresa, e quais são as atividades que conseguem que a sociedade reconheça o benefício que estas estão produzindo, ou seja, o enriquecimento da empresa deve ser proporcional aos benefícios que esta traz a comunidade.
Com base nestas afirmações surge uma questão: Através do Balanço Social as empresas conseguem evidenciar os benefícios por elas gerados a sociedade?
Evidencia-se que contemporaneamente a velocidade do processo de desenvolvimento de novas tecnologias com uma atitude de proteção do meio ambiente, que é o chamado desenvolvimento sustentável, preocupando-se com o não esgotamento dos recursos naturais, e que acarretem um desequilíbrio ambiental. Desta forma verifica-se que todas as nações vêm se conscientizando sobre os riscos que este processo de desenvolvimento acelerado pode causar ao meio ambiente, principalmente sobre as reservas energéticas não renováveis.
Justamente visando ampliar as discussões e delinear as ações para garantir um desenvolvimento sustentável, em 1992, realizou-se no Rio de Janeiro a ECO/92, que reuniu representantes de 114 países, cuja finalidade é a de analisar e fixar diretrizes sobre práticas ecológicas. Este evento deixou inúmeras pautas, dentre ela a necessidade de produzir demonstrações contábeis e relatórios que comporiam uma nova consciência, de forma a conciliar as metas ambientais, sociais e econômicas.
No ambiente interno das organizações visualiza-se que a controladoria/contabilidade são áreas que além de ter atribuições normais atendendo os credores, sócios e o governo, através dos relatórios produzidos para subsidiar as decisões empresariais, mas de uma forma diferenciada pode agregar maneiras específicas gerar outros níveis de informações que passam a delinear as alterações produzidas no ambiente social e o nível de preocupação com o comportamento assumido pela empresa frente à sociedade, muito além de apenas demonstrar as variações patrimoniais ocorridas em determinado período.
Traça-se como objetivo deste trabalho o de verificar, através de uma pesquisa bibliográfica, como o Balanço Social consegue demonstrar claramente as relações de uma empresa com seus empregados, com a comunidade, e com o meio ambiente, através do referencial teórico pesquisado. 
Este estudo tem o interesse de reunir o aspecto evidenciado por estudos presentes na literatura disponível e na produção acadêmica com vias a conhecer com maior profundidade as características do Balanço Social.
A validade deste estudo está pontuada na relevância do tema para as empresas, trabalhadores e estudantes, já que este pode servir de base para a disseminação de informações sobre os aspectos básicos, que fundamentam o tema.
Para melhor visualização, o presente estudo foi divido em três capítulos, cada qual com suas especificidades e garantindo o detalhamento necessário para o entendimento pleno do Balanço Social.
O capítulo introdutório tem o intuito de apresentar o tema e problema, o objetivo geral e a justificativa do estudo, além de fundamentar a organização do trabalho.
No segundo capítulo é mostrada a revisão de literaturana qual o estudo se fundamenta, dando início à abordagem de responsabilidade social e ambiental, balanço social.
No capítulo três se apresentam as conclusões realizadas pela pesquisa, incorporando as recomendações para trabalhos futuros sobre o tema investigado.
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 O Surgimento do Balanço Social
Sempre houve manifestações populares na busca do respeito de seus direitos, que consideravam estar sendo violadas, no âmbito social estas manifestações sempre foram muito mais acentuadas.
Com o Balanço Social estas reações não poderiam ser diferentes. A Responsabilidade Social Empresarial foi debatida de forma intensa se originando nos Estados Unidos, pautada na insatisfação popular ocorrida na década de 60, com a crise gerada pelo conflito do Vietnã, no qual houve várias manifestações contra as organizações que supriam as trincheiras da guerra com armamentos bélicos. Com esta crise as organizações se conscientizaram da importância de manterem sua atividade sem desrespeitar o ser humano e o meio ambiente (TORRES, 2005).
Desta maneira se desencadeou várias formas de reagir às pressões sociais, que solicitavam posturas éticas e as organizações passaram a prestar as contas de suas atitudes, garantindo a justificativa do objetivo social. As pressões sociais advêm de inúmeras de uma série de associações, tais como, sindicatos, clube de investidores que se organizavam de forma a exigir respostas, a partir de relatórios detalhados de suas atividades. Esta forma de prestar conta deu origem ao atual Balanço Social.
Mas a obrigatoriedade na elaboração do Balanço Social surgiu na França na década de 70, como resultante da pressão estabelecida pelo Movimento Estudantil ocorrido em 1968. As empresas francesas passaram a publicar quadros com dados relativos ao pessoal e às condições sociais, juntamente com suas demonstrações financeiras. Porém a obrigatoriedade foi formalmente instituída pela Lei n.º 77.769, de 12 de julho de 1977, cujo texto evidenciava a obrigatoriedade de elaboração do Balanço Social para as empresas com mais de 750 funcionários, somente em 1982 é que está ação se ampliou, incorporando as empresas com mais de 300 funcionários (BEGALLI e PEREZ, 1999, p. 189).
A partir da ação de obrigatoriedade ocorrida na França, outros países passaram igualmente a exigir de suas empresas a elaboração do Balanço Social, tais como, Alemanha, Holanda, Bélgica, Espanha, Inglaterra e Portugal.
2.2 Conceito de Balanço Social
É imprescindível conhecer o que é um Balanço Social para que se consiga demonstrar o que as empresas vêm colocando em prática sua responsabilidade social, além de saber quais são as informações e benefícios que este contém.
Segundo Tinoco (2001, p.29) o Balanço Social é um instrumento de gestão e de informação que reporta de maneira transparente possível, as informações econômicas, financeiras e sociais integrantes das atividades desenvolvidas pela empresa.
Desta maneira pode-se afirmar que o Balanço Social é uma demonstração clara e objetiva de todas as ações desenvolvidas pela empresa em prol da comunidade onde está inserida. Tais ações visam o bem estar da sociedade e a minimização de possíveis danos ambientais decorrentes de suas atividades. Deve então fornecer informações aos clientes, usuários e interessados, viabilizando sua permanência no mercado.
Para Melo Neto (1999, p. 12):
Balanço Social é o instrumento de avaliação do desempenho da empresa no campo da cidadania empresarial, pois demonstra todas as ações sociais desenvolvidas em determinado período. Neste instrumento são discriminadas as ações sociais quanto à sua natureza, seja de responsabilidade interna ou externa, à sua especificidade (doações, investimentos) e ao valor gasto.
Atualmente os empresários devem ser conscientes de que a empresa não é somente uma prestadora de serviços ou fornecedora de produtos aos seus clientes, mas sim, uma organização que tem a função de contribuir para o desenvolvimento da sociedade. A partir da publicação do Balanço Social, esta cumprindo suas obrigações a partir de uma postura de empresa cidadã. A dimensão da responsabilidade social de uma empresa é medida pelo nível de relacionamento que mantém com os vários segmentos da sociedade e do mercado.
Segundo Gelbcke, Iudícibus e Martins (2000, p. 31):
O Balanço Social demonstra o grau de responsabilidade social assumido pela empresa, e assim se torna uma forma de prestar contas à sociedade pelo uso do patrimônio público, constituído dos recursos naturais, humanos e o direito de conviver e usufruir os benefícios da sociedade em que atua.
Nota-se que muito embora existam vários conceitos de Balanço Social, estes não diferem em sua essência, principalmente no que refere ao caráter de prestação de contas das ações sociais. Deve-se entender que o Balanço Social é um conjunto de informações econômicas e sociais, que são estruturadas de forma a facilitar a divulgação de informações sobre como se comportou o desempenho econômico e financeiro das empresas, e sua como esta atuou em benefício da sociedade.
Sucupira (2005) salienta que muito embora o Balanço Social tenha sua origem na Contabilidade, este não deve ser visto como um simples demonstrativo contábil, mas sim uma forma de explicitar o nível de preocupação da empresa sobre o cumprimento de sua responsabilidade social, e desta forma constituindo-se em um distintivo de qualidade para aqueles que o adotarem.
Realizando uma análise mais detalhada pode-se perceber que a Controladoria assume neste caso a posição de ser uma ferramenta de auxílio à elaboração do Balanço Social, contribuindo com o fornecimento das informações necessárias.
No entendimento de IBASE (2015), o Balanço Social é um demonstrativo publicado anualmente pela empresa, composto de informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade, assumindo um caráter estratégico na avaliação, e multiplicação do exercício da responsabilidade social corporativa.
Para Kroetz (2000, p. 68):
Antes de ser uma demonstração endereçada à sociedade, o Balanço Social é considerado uma ferramenta gerencial, pois reunirá dados qualitativos e quantitativos sobre as políticas administrativas e sobre as relações entidade/ambiente, os quais poderão ser comparados e analisados de acordo com as necessidades dos usuários internos, servindo como instrumento de controle, de auxílio para a tomada de decisões e na adoção de estratégias.
Agregando-se as conceituações evidenciadas pelos estudiosos citados, pode-se afirmar que o Balanço Social é uma importante ferramenta de gestão que as empresas dispõem, e que contribui para melhorar sua estrutura organizacional, garantindo que seja transmitido um maior número de informações, pautada por uma comunicação efetiva entre os setores, além de atuar igualmente sobre a melhora na produtividade e no desempenho de suas atividades.
2.3 Objetivo do Balanço Social
O Balanço Social tem o objetivo de demonstrar de forma clara, objetiva, transparente e confiável, o destino dos investimentos realizados pela empresa dos recursos aferidos durante sua atividade econômica (PEROTTONI, 2002, p.54).
Com a globalização da economia em termos mundiais, as empresas precisam de elementos que as tornem mais competitivas na atenção dispensada a seus clientes, e o Balanço Social pode passar a ser um instrumento que concorra para evidenciar ainda mais a empresa e diferenciá-la de seus concorrentes.
Na opinião de Tinoco (2002, p.57) o Balanço Social é um relatório que visa prestar contas da ação da empresa a respeito de seu desempenho, concomitantemente com as relações efetivadas com o meio ambiente. Com este conceito de ser um prestador de informações, o autor salienta que este possui um duplo objetivo:
1) No plano legal, deve fornecer indicadores a um grupo social, que após ter sido apenas um simples fator de produção, encontra-se promovido como parceiro dos dirigentes da empresa;
2) No plano de funcionamento da empresa,deve servir como um instrumento de pilotagem, assumindo o mesmo sentido dos demais relatórios financeiros. Desta forma os trabalhadores se encontram associados à elaboração e execução de uma política que os liga ao principal dirigente.
Contando com mais estes dados trabalhados pelos estudiosos, verifica-se que o Balanço Social confere maior transparência às informações que interessam não apenas aos sócios e acionistas, mas também aos empregados, fornecedores, investidores, parceiros, consumidores e comunidade.
2.4 Os Benefícios do Balanço Social
Herbert de Souza (1999) evidenciou que o Balanço Social não tem donos, somente beneficiários, o que lhe fornece o caráter de ser benéfico.
Não se pode negar que o maior beneficiário do Balanço Social é a própria empresa que o publica, pois este funciona como uma prova de diferenciação que as empresas podem utilizar para mostrar aos usuários suas informações, e evidenciar suas ações no meio em que atua. Porém visualiza um grande número de beneficiados com a sua publicação, que são os dirigentes, fornecedores, investidores, funcionários e consumidores.
O Balanço Social traz benefícios a todos que de alguma forma se relacionem com a empresa. Os dirigentes terão acesso às informações úteis para a tomada de decisões relativas às atividades sociais desenvolvidas pela empresa. Os funcionários se beneficiam pela valorização que uma empresa responsável socialmente assume perante o seu quadro de recursos humanos, e se apropriam da melhora das condições de trabalho, sendo estimulados a participar das ações sociais desenvolvidas. Para os fornecedores e investidores, as informações prestadas pela empresa demonstram sua resolutividade, além de demarcar a imagem da organização perante a sociedade e a seus consumidores, tornando-as mais eficazes, portanto mais confiáveis e lucrativas. Em relação aos consumidores, evidencia a postura dos dirigentes e a qualidade do produto ou serviço oferecido, delineando a postura assumida pela no que se refere a construir sua marca. E, finalmente, em relação ao Governo demonstra que a empresa está cumprindo com suas obrigações legais, sejam elas trabalhistas, tributárias, fiscais, etc. (SILVA e FREIRE, 2001, p.126).
A publicação do Balanço Social tem em si a responsabilidade de se executar a comunicação exata dos dados pertinentes as suas atividades, de forma a garantir que a comunidade possa avaliá-los, entendê-los e critica-los (TINOCO, 2002, p.9).
Isto fomenta a obrigatoriedade de que as informações prestadas sejam confiáveis, garantindo que realmente haja beneficiários com a publicação do Balanço Social, e que haja consistência com o objetivo de informar da melhor maneira possível.
2.5 A Importância do Balanço Social
Herbert de Souza (1999) salienta a importância do balanço Social com a seguinte frase: "realizar o Balanço Social significa uma grande contribuição para consolidação de uma sociedade verdadeiramente democrática".
Já Tinoco (2002, p.70) salienta:
As entidades devem satisfazer, adequadamente, as demandas de seus clientes e seus parceiros nos negócios e atividades, e, especialmente, divulgar e dar transparência aos agentes sociais e a toda a sociedade, de sua inserção no contexto das relações econômicas, financeiras, sociais, ambientais e de responsabilidade pública por meio do balanço social, que é o relatório apropriado para isso.
Ao agir desta maneira, a empresa estará se apresentando à sociedade como sendo digna de confiança e credibilidade, que no mercado é um ponto de fundamental importância. Desta maneira se expor aos consumidores e demais grupos interessados nas ações proferidas, lhe conferindo uma melhora em sua participação no mercado, se diferenciando de maneira positiva frente a seus concorrentes.
Deve considerar que não há uma forma melhor de publicidade do que o Balanço Social de uma empresa, pois irá primeiro conferir-lhe confiabilidade, além de garantir uma melhora efetiva junto a comunidade, auxiliando a minimizar os efeitos danosos que se vem se instalando de forma progressa na sociedade, como a pobreza, a falta de acesso a informação, e ao repudio as ações que coadunem com a exclusão social.
 Kroetz (2000, p. 82):
Sua contribuição para a qualidade dos negócios é essencial, pois será ele, uma demonstração que irá divulgar os investimentos e as influências da entidade para com o ambiente externo, e será, ainda, um importante instrumento gerencial, à medida que apresentar diversos indicadores e parâmetros, capazes de interferir no desenvolvimento do planejamento organizacional, em todos os seus níveis.
Isto evidencia que o balanço Social assume um papel interno a empresa de ser estratégico para melhorar o seu desempenho, garantindo que alcance suas metas de produção e geração de riqueza. 
Além de servir como instrumento de gerenciamento, o Balanço Social, possibilita que todos os parceiros sejam impulsionados a participar ativamente destas ações benéficas, garantindo um desenvolvimento realizado em cadeia. E assim conseguindo uma ação ainda mais positiva.
Gelbcke, Iudícibus e Martins (2000, p. 32), defendem a posição que a importância das informações constante no Balanço Social se vincula à divulgação da postura assumida pela empresa, garantindo que os interessados em sua continuidade, sejam cientizados sobre a linha de conduta adotada pela companhia.
Outro fator não menos importante do Balanço Social é a possibilidade de se realizar comparações entre as empresas, que pressionadas pelo desempenho de suas concorrentes, atuam de forma ainda mais incisiva, melhorando os benefícios resultantes de uma ação de responsabilidade social. 
Desta forma é fácil reconhecer que o Balanço Social só traz benefícios para a empresa, tanto nos aspectos internos de gerenciamento de seus recursos, como externamente melhorando sua imagem junto ao público.
Neste sentido há um estímulo na participação de um número cada vez maior de corporações, tanto que em 1998 o IBASE lançou o Selo Balanço Social IBASE/Betinho, que é conferido a todas as empresas que publicam o Balanço Social na forma sugerida pela IBASE.
Com a certificação deste selo, as empresas passam a poder colocar em seus anúncios e embalagens e campanhas publicitárias que investem na educação, saúde, cultura, esportes e meio ambiente, demonstrando que está cumprindo com sua parte em relação à responsabilidade social.
2.6 O Balanço Social no Brasil 
No Brasil, esta atitude vem se desenvolvendo muito lentamente, o que permite que algumas organizações ainda não se preocupem com esta atitude, deixando apenas algumas poucas empresas prestam contas de suas ações. Esta atitude pouco responsável se fundamenta pelo desconhecimento sobre o Balanço Social, pois ainda se estabelecem de maneira a conseguir seus objetivos, sem se preocupar com o prejuízo que pode estar causando ao meio ambiente ou a grupos de pessoas (KROETX, 2000, p.68)
Mesmo contando com poucas empresas, o movimento em prol da responsabilidade social já eram notados na década de 60, porém em organizações multinacionais, e que traziam este hábito na suas sedes no exterior (TINOCO, 2001,p.63).
Em 1968 publicou a Carta de Princípios do Dirigente Cristão de Empresas (ADCE) que se tornou um marco histórico incontestável que serviu como fator desencadeador das ações para explicitar as atitudes referentes a responsabilidade social sendo realizada pelas próprias empresas, dando relevância à ação social das empresas no país. Muito embora ainda muito limitado e com algumas ações apenas colocadas em discursos e textos, passou a aceitar como uma realidade factual, que deveria ser aceita pelo empresariado brasileiro.
No Brasil o crédito da disseminação do Bálano Social se deve às entidades cristãs, porém apenas em 1974 se consegue visualizar menções explicitas de respeito e atenção ao Balanço Social, tanto que Rioli (1997) afirma:
A consolidação dos ideais propostos por essa associação (ADCE) se deu com a declaração, em 1974, do Decálogo do Empresário Cristão, que bem ilustram o papel da empresa: 1 -aceitamos a existência e o valor transcendente de uma ética social e empresarial, a cujos imperativos submetemos nossas motivações, interesses, atividades e racionalidade de nossas decisões; 2 – estamos convencidos de que a empresa, além de sua função econômica de produtora de bens e serviços, tem a função social que se realiza através da promoção dos que nela trabalham e na comunidade na qual deve integrar-se.
Somente em período muito posterior ao ocorrido na Europa e Estados Unidos, é que as empresas brasileiras passaram a discutir de forma mais incisiva sobre o Balanço Social, e de forma paulatina houve a conscientização sobre a responsabilidade social, porém na maioria dos casos envolvida pelas relações internacionais, que para se consolidarem exigiam o Balanço Social para que conseguisse adentrar no mercado mundial. Isto reforça que no Brasil esta atitude não surgiu pelos movimentos das bases, mas sim do interesse das empresas, que lhe dá uma conotação muito diferente a que se encontra em outros países.
Teixeira citado por Tinoco (2001, p.66) ressaltou que percebe-se uma alteração na motivação em produzir o Balanço Social de 1980, pautada na necessidade de desenvolver de forma mais positiva a consciência dos empresários, deixando somente o interesse da empresa, e realmente se importando com uma gestão integral incluindo a obrigatoriedade moral de assumir de forma ideal a sua responsabilidade social.
Porém somente em 1984 foi publicado o primeiro Balanço Social de empresa brasileira, a Nitrofértil. Somente oito anos depois é que o Banespa também publica um relatório detalhado, com a divulgação de suas ações sociais. Verifica-se que esta atitude começa a ser desencadeada por varias empresas a partir de 1993 (FREIRE, 1999, p. 27).
Resultante da ação proferida por Herbert de Souza – o Betinho juntamente com o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas - IBASE, é que em 1997, ocorre a popularização da divulgação do Balanço Social, a partir de campanha nacional fundamentada em inúmeras discussões entre associações e representantes de empresas. Um apoio importante foi dado pela Associação Brasileira das Empresas de Capital Aberto (ABRASCA), o Instituto de Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE) e a Comissão de Valores Mobiliários –(CVM) (NEGRA, TEIXEIRA E CARMO, 2002, p.72).
Negra, Teixeira e Carmo (2002, p.73) salientaram que em 18 de junho de 1997 é que foi declarado o lançamento oficial do Balanço Social, com os empresários assumindo o compromisso de apresentar o papel desempenhado por suas empresas no plano social.
Mesmo com estes movimentos sociais ainda é muito pequeno o número de empresas que publicam o Balanço Social no Brasil, alcançando cerca de 70 empresas, que é um valor extremamente reduzido quando comparada com as mil empresas de capital aberto, registradas no CVM.
3 ESTRUTURA DO BALANÇO SOCIAL 
O Balanço Social possui quatro vertentes, sendo elas: o Balanço Ambiental, o Balanço de Recursos Humanos, Demonstração do Valor Adicionado e Benefícios e Contribuições à Sociedade em geral (GELBCKE, IUDÍCIBUS e MARTINS, 2000, p.31).
A existência destas vertentes tem por intuito evidenciar a postura da empresa em cada área de atuação, demonstrando, com valores monetários, como está atuando em cada área da sociedade.
a) Balanço Ambiental
O alerta dado por Ernest e Young (1999, p.4) é que o novo milênio a utilização do Balanço Social será moralmente obrigatório, pois as empresas que não o adotarem poderão inviabilizar sua continuidade no mercado, o que impõem às empresas maior atenção para o fato de que as questões ambientais devem ser tratadas como parte de suas atividades.
Os níveis de alterações climáticas no planeta estão vinculados aos despejos de poluentes na atmosfera, desta maneira as empresas devem assumir uma postura clara em relação ao nível de poluição emitida pelos seus processos produtivos, passando a se preocupar em manter um nível adequado, que não seja prejudicial ao ambiente e à população que lhes cercam.
Esta ação ambiental se refere apenas uma das diversas facetas que são legadas ao Balanço Social, que refletirá a relação que a empresa mantém com os recursos naturais, principalmente o não renovava (GELBCKE, IUDÍCIBUS e MARTINS, 2000, p. 31).
Um dos elementos que são divulgados pelo Balanço Social se refere justamente sobre o nível de investimentos realizados pela empresa com preservação, proteção e recuperação dos recursos naturais, aliadas aos vinculados na aquisição de equipamentos e tecnologias direcionados à área ambiental e aos indicadores para medição dos poluentes produzidos em determinado período.
Conceitua-se que os custos ambientais se relacionam às práticas adotadas pelas empresas no seu processo produtivo relacionadas aos danos causados ao meio ambiente, tais como, o nível de poluentes expelidos no ar, água, além de avaliar o lixo produzido e o nível de barulho (poluição sonora) decorrente do seu processo industrial. 
Estes valores pertencem aos passivos ambientais, originados em taxas, contribuições, impostos, penalidades decorrentes ao não-cumprimento das legislações ambientais ou pela implantação de métodos que a tornem viável a continuidade de negócios relativos a aspectos ambientais.
Destaca-se a posição de Ribeiro e Lisboa (1999:84) ao salientarem: “custos ambientais são representados pelo somatório de todos os custos dos recursos utilizados pelas atividades desenvolvidas com o propósito de controle, preservação e recuperação ambiental”.
Foram identificados como custos diretos:
· Insumos adicionais para combater a produção de resíduos poluentes. 
· Mão de obra especializada. 
· Depreciação de máquinas e equipamentos utilizados na proteção e preservação ambiental.
Como custo indireto poderia citar:
· Aluguel da área ocupada por máquinas e pessoas destinadas ao trabalho de preservação e recuperação ambiental. 
· Salário de supervisores.
Como despesas operacionais:
· Taxas;
· Penalidades exigidas por legislação ambiental;
· Materiais de escritório;
· Salário do pessoal de escritório; e
· Depreciação de máquinas utilizadas no processo administrativo. 
Ainda salientando a posição defendida por Ribeiro e Lisboa (1999, p.07) vê-se: “o custo da atividade será o produto da multiplicação do custo de cada direcionador pela quantidade de vezes em que este se repete para a realização de uma atividade”. 
A aferição das atividades presentes no Balanço Social pode ser fragmentada por localização na empresa, o que permite gerar-se indicadores mais consistentes quando realizados por natureza, processo, centro de custo, período, linha de produto, produto e outros.
Atuando desta forma visualiza-se que o custeio por atividade oferece resultados mais precisos, do que os métodos por motivo. Os custos indiretos de fabricação são identificados através das atividades de origem, muito diferente dos dois outros métodos citados.
Isto levou Ribeiro e Lisboa (1999, p.14) a afirmarem que:
... o custeio por atividade “ABC” oferece informações mais confiáveis sobre os recursos realmente consumidos em cada fase do processo por produto e durante todo o ciclo de vida deste. Em decorrência, fica mais evidente a existência de desperdícios, sua origem e causa e as fases do processo operacional passíveis de melhorias.
Existe ainda uma necessidade de que os dados sejam precisos, para que ofereçam condições para redução de custos, controlando os desperdícios com matéria prima, ociosidade de mão de obra e má distribuição de recursos, além daqueles que se referem a investimentos para controle e preservação ambiental.
No modelo elaborado por IBASE a empresa irá descrever os investimentos realizados para conseguir-se o monitoramento da qualidade dos resíduos/efluentes, despoluição, gastos com a introdução de métodos não-poluentes, auditorias ambientais, programas de educação ambiental para os funcionários.
b) Recursos Humanos
Kroetz (2000, p. 85) salienta que a empresa é o seu pessoal; isto representando que a força de trabalho aliado aos recursostecnológicos se evidencia como sendo a principal fonte de geração de riqueza de uma organização.
É importante se destacar que a empresa deve elaborar uma política de recursos humanos, contemplando a melhoria física do ambiente de trabalho e a valorização dos empregados em programas específicos de capacitação e participação. 
Ao investir em compra de máquinas e equipamentos que facilitam o trabalho dos empregados e que lhes forneçam maior segurança, a empresa está contribuindo para a criação de um melhor ambiente de trabalho, e este aspecto é bem visto pela sociedade em geral.
Gelbcke, Iudícibus e Martins (2000, p.31):
O Balanço de Recursos Humanos visa evidenciar o perfil da força de trabalho: idade, sexo, formação escolar, estado civil, tempo de trabalho na empresa etc.; remuneração e benefícios concedidos: salário, auxílios alimentação, educação, saúde, transporte etc.; gastos com treinamento dos funcionários. Esses dados podem ser confrontados com diversos elementos, inclusive com a produtividade ao longo dos períodos.
Com políticas que valorizem os funcionários a empresa passa a aturar de maneira a contribuir na melhor formação profissional, contribuindo para um aumento na produtividade.
Tinoco (2002, p.65), a explicitação do pessoal geralmente segue uma abordagem como segue:
1. Emprego;
2. Remunerações e outros benefícios (custo com pessoal);
3. Formação profissional e desenvolvimento contínuo;
4. Condições de higiene e segurança no trabalho;
5. Relações profissionais;
6. Outras condições dependentes da empresa;
7. Absenteísmo
 e turn-over
.
c) Demonstração do Valor Adicionado
Gelbcke, Iudícibus e Martins (2000, p.31), salientam que:
A Demonstração do valor adicionado objetiva evidenciar a contribuição da empresa para o desenvolvimento econômico-social da região onde está instalada. Discrimina o que a empresa agrega de riqueza à economia local e, em seguida, a forma como distribui tal riqueza.
É importante evidenciar que existe a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), que serve como complemento ao Balanço Social, permitindo a transparência por utilizar uma linguagem simples, e apresenta o quanto a empresa gerou de riquezas para a sociedade, o quanto contou com a participação do governo, e quanto os empresários ganharam, além de demonstrar o valor que foi destinado à remuneração dos trabalhadores, registrando ainda quanto foi recebido de terceiros financiadores do capital de giro da empresa.
Pacheco (1996, p.58) salientou que: “atualmente, verifica-se que há uma tendência, nas grandes empresas, de utilizar o valor agregado como medida de geração de riqueza, em substituição ao conceito tradicional de comparar receitas e despesas para identificar o seu lucro.”
Athar (1999, p.54) diz que:
A DVA é uma demonstração surgida na Europa e que tem sido cada vez mais solicitada em nível internacional. É um tipo de relatório contábil que apresenta informações de natureza econômica, indicando como foi criada riqueza pela empresa e quais fatores contribuíram para essa criação (...) A DVA, integra o que se convencionou chamar de Balanço social, o qual apresenta um conjunto de informações que inclui, entre outras, as relações profissionais, a evolução do emprego, as condições de higiene e segurança etc.
Na proposta realizada pela CVM se insere na revisão da Lei das Sociedades Anônimas prevendo a obrigatoriedade de demonstrar-se o valor adicionado (DVA), e, assim, avança no ponto de vista técnico de qualidade e evidencia o significado desta informação divulgada.
Pode-se visualizar que muitas empresas já incorporaram a DVA na publicação de seu Balanço Social. De conformidade com dados apresentados pelo IOB (1999), o Balanço Social não contém apenas dados relativos a demonstração do valor adicionado, mas também agregam outros tipos de informação que estão relacionados no objeto da contabilidade social.
Ao verificar-se a existência de uma abordagem mais ampla, a contabilidade utiliza a demonstração do valor adicionado, com o intuito de identificar e divulgar os valores incorporados na atividade de uma empresa, além do fato de representar o nível de recursos adicionais gerados para a economia local.
É igualmente importante ressaltar que uma das formas que ampliam a capacidade de análise do desempenho econômico e social das organizações é confirmada pelo valor econômico agregado aos bens e serviços adquiridos de terceiros, valor este denominado de valor adicionado, bem como a forma pela qual este está sendo distribuído entre os diferentes grupos sociais que interagem com suas atividades (TINOCO, 2001, p.58).
A demonstração de resultado tem por objetivo determinar a parcela da riqueza (lucro) que a empresa conseguiu aferir demonstrando-as a seus acionistas. O valor adicionado procura mensurar o total de riqueza gerada e qual a forma de distribuição desta riqueza.
Assim é importante que o demonstrativo consiga evidenciar os valores líquidos, ou seja, já deduzindo da receita de venda deduzindo os custos dos recursos adquiridos de terceiros, como: matéria-prima, mercadorias para revenda, serviços de terceiros, energia elétrica, enfim, todos os insumos adquiridos de terceiros e consumidos pelo processo operacional.
O valor adicionado bruto representa o quanto a empresa adicionou aos insumos/serviços adquiridos de terceiros, para alimentar o processo produtivo e irá representar o nível de riqueza gerada. 
Tinoco (2001, p. 42) salienta que o Valor Adicionado Bruto – VAB representa que na produção de determinado produto a empresa depende de materiais presentes no mercado bens e serviços. Além de bens de consumo é necessária a utilização de equipamentos, capitais, a força de trabalho, que se combinam para a produção de outros bens e serviços, que serão vendidos e sustentarão todo o sistema produtivo. Porém a empresa também usa instalações, máquinas, equipamentos e outros ativos, o que provoca uma redução em seu potencial de uso.
Na Contabilidade se consegue refletir a depreciação ou exaustão que as estruturas produtivas sofrem. Como para a produção se consume parte destes ativos, o seu valor deve ser deduzido do valor adicionado bruto, apresentando o Valor Adicionado Líquido (VAL), o que irá demonstrar o padrão de contribuição da empresa para a economia local.
Tinoco (2002, p.57) salienta ainda que é importante prestar atenção no fato de que a empresa já realizou investimentos em períodos anteriores, e estes bens não foram completamente consumidos nos processo produtivo, gerando um saldo ressalta, que ainda mantém a capacidade de apresentar frutos, não consumindo qualquer esforço, pelo menos em princípio.
O Valor Adicionado Líquido deve ser somado às receitas recebidas em transferência, que permitirá a demonstração do total dos recursos distribuídos. Deve-se evidenciar o montante destinado à própria empresa (lucro líquido), ao corpo funcional (salários e benefícios em geral), ao governo (impostos e encargos sociais) e à comunidade (investimentos, sociais e meio ambiente).
Assim uma análise desta distribuição identifica a contribuição da empresa para a sociedade e os setores por ela priorizados. Esta informação serve para avaliar a performance da empresa no seu contexto local, neste sentido, Pacheco (1996, p. 63) afirma que:
Verifica-se que enquanto a contabilidade torna-se mais e mais ativa e explicitamente reconhecida como um instrumento de gerenciamento social e de mudanças, o relatório sobre o valor agregado e/ou adicionado irá se constituir num exemplo do entrelaçamento da contabilidade e do social, porque, diferentemente dos relatórios convencionais, eles revelam algo sobre o caráter social da empresa.
Santos citado por Tinoco (2001,p.66) destaca que as vantagens da demonstração do valor adicionado se apóiam no fato de que essa demonstração oferece à empresa multinacional a oportunidade de apresentar sua contribuição a esse país.
A empresa multinacional utiliza essa demonstração para estabelecer o interesse da comunidade e dos legisladores de determinado país. Este fato garante paraa empresa uma oportunidade de formação do goodwil, a expansão do mercado, redução de conflitos com o governo local e outros grupos da sociedade, e evitaria diversos desgastes políticos.
A conseqüência desta atitude a empresa alcançará um maior crescimento, além de promover uma maior estabilidade para o seus lucros. 
A elaboração e divulgação da demonstração do valor adicionado pelas empresas, não devem se restringir a empresas multinacionais, pois enriqueceria muito a informação contábil econômico-financeira e social das empresas nacionais. Trinando-se de importância vital para todos que se dedicam à atividade de analise de demonstrativos contábeis das organizações.
	  DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO
	DESCRIÇÃO
	 R$ Mil
	1 – RECEITAS
	 
	1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços
	 
	1.2) Provisão p/ devedores duvidosos – Reversão / (Constituição)
	 
	1.3) Não operacionais
	 
	2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)
	 
	2.1) Matérias-primas consumidas
	 
	2.2) Custo das mercadorias e serviços vendidos
	 
	2.3) Materiais, energia, serviço de terceiros e outros
	 
	2.4) Perda / Recuperação de valores ativos
	 
	3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
	 
	4 – RETENÇÕES
	 
	4.1) Depreciação, amortização e exaustão
	 
	5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4) 
	 
	6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
	 
	6.1) Resultado de equivalência patrimonial
	 
	6.2) Receitas financeiras
	 
	7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)
	 
	8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO*
	 
	8.1) Pessoal e encargos
	 
	8.2) Impostos, taxas e contribuições
	 
	8.3) Juros e aluguéis
	 
	8.4) Juros s/ capital próprio e dividendos
	 
	8.5) Lucros retidos / prejuízo do exercício
	 
	* O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.
	 
Quadro 1 – Modelo de demonstração do valor adicionado
Assim deve-se entender que a DVA é um demonstrativo da riqueza que foi conseguida pela empresa e pela sociedade, já que esta passa a visualizar os benefícios aferidos por esta riqueza, pelos pontos revertidos a seu favor. A importância da DVA como componente do Balanço Social está implícita, pois este tipo de informação deve fazer parte do sistema de informação e de gestão das organizações, sendo considerada estratégica.
3.1 Benefícios e Contribuições à Sociedade
A Responsabilidade Social das empresas e o comprometimento dela com a sociedade têm um aspecto moral de obrigatoriedade, dada a importância dos dados nela contidos.
Verifica-se que de acordo com a posição defendida por Wright, Kroll e Parnell apud Rodrigues (2001,p.27), a responsabilidade social tem por objeto não apenas atender os interesses da organização, mas também atuar de maneira a atender os interesses públicos. Tanto que segundo estes autores delineia-se que: “sociedade espera que as empresas ajudem a preservar o ambiente, vendam produtos seguros, tratem seus funcionários com igualdade, sejam verdadeiros com seus clientes e cheguem até mais longe, ajudando a revitalizar áreas urbanas onde há concentrações de favelas”.
Raupp (2001, p.148) se dedicou a explanar a cerca do Balanço Ambiental, salientando que seu objetivo é a ampla divulgação de qualquer atitude que as entidades praticam, com ou sem finalidade lucrativa, e que seja quantificável em moeda, que de alguma forma possa influenciar ou vir a influenciar o meio ambiente, mensurando seus custos, passivos ou ativos ambientais, reconhecendo-se a sua identificação, respeitando os princípios fundamentais da contabilidade:
a) Os custos ambientais serão reconhecidos, independentemente de desembolso, (Princípio Contábil da Competência) e imediatamente incorporados ao bem e/ou serviço que vise única e exclusivamente à preservação do meio ambiente, no momento de sua ocorrência, sendo que sua classificação contábil se dará no ativo permanente imobilizado ambiental ou ativo permanente diferido ambiental, desde que tais custos e/ou serviços aumentem a vida útil do bem incorporador por prazo superior a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias;
b) Os ativos ambientais, todos decorrentes de investimentos na área do meio ambiente, deverão ser classificados em títulos contábeis específicos, identificando de forma adequada, os estoques ambientais, o ativo permanente imobilizado ambiental e o diferido ambiental; e
c) Os passivos ambientais, todos relacionados a financiamento específicos, contingências vinculadas ao meio ambiente, desde que claramente definidas, deverão ser classificados no passivo circulante ou realizável em longo prazo, em contas contábeis específicas. (Resolução 750-93 do Conselho Federal de Contabilidade - CFC).
Identifica-se que a empresa passa por momentos em que se envolve com os problemas sociais locais, visando contribuir com a comunidade, trazendo benefícios, incluindo os seus empregados, possibilitando que estas ganhem espaço, reconhecimento e respeito, seguindo os padrões culturais atuais, exigindo que as empresas respondam pelos atos por elas praticados.
Essa visão da organização como entidade ética e socialmente responsável, faz com que as organizações passem a se envolver mais com os problemas sociais da comunidade, por meio de participação em campanhas beneficentes, programas proteção ambiental, contribuição a programas assistenciais e culturais, programas de saúde, alimentação e educação para os funcionários e seus dependentes. (RODRIGUES, 2001, p.26)
 
Destaca-se a obra de Perottini (2001, p.110-111) que construiu um rol de indicadores que garantem o atendimento das necessidades dos usuários, incluindo neste demonstrativo além dos dados contábeis como Receita Líquida, Lucro Operacional, total da Folha de Pagamento e valor pago a Prestadores de Serviços (terceiros), contém informações de cada uma dos indicadores. Tais indicadores se agrupam em Laborais, Sociais e do Corpo Funcional. 
Os Indicadores Laborais demonstram o quanto a empresa investiu em sua força de trabalho e seus respectivos dependentes em: alimentação, transporte, remuneração, encargos sociais compulsórios, previdência privada, saúde, educação, participação dos lucros, treinamento e capacitação segurança no trabalho e outros benefícios. Já os Indicadores Sociais se dedicam a apresentar os investimentos da empresa na sociedade e no meio ambiente em: educação, cultura, saúde, esporte e lazer, meio ambiente e outros investimentos. No caso dos indicadores de Corpo Funcional contém informações quantitativas e qualitativas da força de trabalho da empresa, tais como, número de empregados no início e no fim do período, número de empregados portadores de deficiência, número de acidentes de trabalho, nível de escolaridade e outras informações.
Realizando-se a analise destes indicadores pode-se reconhecer qual é a política adotada pela empresa em aspectos relacionados a cultura organizacional das mesmas e também o grau de comprometimento delas com a coletividade.
Não se pode deixar de identificar que existe um relatório importante que está relacionado ao Balanço Social que é o Demonstrativo do Valor Adicionado – DVA, representando de forma resumida a riqueza criada pela empresa em contrapartida aos gastos despendidos e a maneira como foram distribuídos.
           Conforme Gelbcke, Iudícibus e Martins (2000,p.32), o Balanço Social tem evidenciado a importância da empresa em termos de benefícios sociais e as contribuições realizadas a entidades assistenciais e filantrópicas. Neste ponto a ação realizada pela entidade também deve estar inclusa no demonstrativo das riquezas geradas pelas atividades já que foi destinado um recurso destinado a beneficiar a comunidade na qual está inserida.
Tinoco (2001,p.116):
A responsabilidade social pressupõe o reconhecimento da comunidade e da sociedade como parte interessada da organização, com necessidades que precisam ser atendidas. Significa, ainda, a responsabilidade pública, ou seja, o cumprimento e a superação das obrigações legais decorrentes das próprias atividades e produtos da organização. É também o exercício de sua consciênciamoral e cívica, advinda da ampla compreensão de seu papel no desenvolvimento da sociedade.
No modelo de Balanço Social proposto pelo IBASE isto será evidenciado em “Indicadores Sociais Externos”, por meio dos quais se propõe demonstrar os investimentos que a empresa está fazendo em sua comunidade. Os itens propostos pelo modelo aparecem como indicações de setores importantes nos quais as empresas devem investir como educação, cultura, saúde e saneamento, esporte, combate à fome e outros.
3.2 Modelo de Balanço Social
a) Proposta pelo Ibase
Um dos modelos mais conhecidos é o disponibilizado pelo IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas. Possui uma estrutura simples que atende ao objetivo de ser utilizado por inúmeras empresas brasileiras, tendo sido desenvolvido com uma parceria entre empresas públicas e privadas. É justamente seu caráter de simplicidade que a torna mais usual, pois estimula muitas empresas para publicarem o Balanço Social, independentemente do porte e setor econômico a que pertencem.
A equipe envolvida neste projeto realizado pelo IBASE (20016) tem por fundamento formatar a apresentação das informações, seguindo um padrão mínimo, e que seja facilmente adequada a realidade da empresa em divulgar a função social da empresa ao longo dos anos. Os dados têm uma predominância de serem expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa, sendo o fundamental que consiga enriquecer o demonstrativo. Verifica-se que não é sempre muito fácil correlacionar fatos sociais em uma grandeza financeira, porém, os indicadores desenvolvidos do modelo Ibase são capazes justamente de auxiliar na análise comparativa dos dados da própria empresa ao longo do tempo.
	BALANÇO SOCIAL ANUAL / 2016
	Empresa:
	
	1 – BASE DE CÁLCULO
	2016 Valor (Mil reais)
	2015 Valor (Mil reais)
	Receita líquida (RL)
	
	
	Resultado operacional (RO)
	
	
	Folha de pagamento bruta (FPB)
	
	
	2 – INDICADORES SOCIAIS INTERNOS
	Valor (mil)
	% sobre FPB
	% sobre RL
	Valor (mil)
	% sobre FPB
	% sobre RL
	Alimentação
	
	
	
	
	
	
	Encargos sociais compulsórios
	
	
	
	
	
	
	Previdência privada
	
	
	
	
	
	
	Saúde
	
	
	
	
	
	
	Segurança e medicina no trabalho
	
	
	
	
	
	
	Educação
	
	
	
	
	
	
	Cultura
	
	
	
	
	
	
	Capacitação e desenvolvimento profissional
	
	
	
	
	
	
	Creches ou auxílio-creche
	
	
	
	
	
	
	Participação nos lucros ou resultados
	
	
	
	
	
	
	Outros
	
	
	
	
	
	
	Total – Indicadores sociais internos
	
	
	
	
	
	
	3 – INDICADORES SOCIAIS EXTERNOS
	Valor (mil)
	% sobre RO
	% sobre RL
	Valor (mil)
	% sobre RO
	% sobre RL
	Educação
	
	
	
	
	
	
	Cultura
	
	
	
	
	
	
	Saúde e saneamento
	
	
	
	
	
	
	Esporte
	
	
	
	
	
	
	Combate à fome e segurança alimentar
	
	
	
	
	
	
	Outros
	
	
	
	
	
	
	Total das contribuições para a sociedade
	
	
	
	
	
	
	Tributos (excluídos encargos sociais)
	
	
	
	
	
	
	Total – Indicadores sociais externos
	
	
	
	
	
	
	4 – INDICADORES AMBIENTAIS
	Valor (mil)
	% sobre RO
	% sobre RL
	Valor (mil)
	% sobre RO
	% sobre RL
	Investimentos relacionados com a produção/ operação da empresa
	
	
	
	
	
	
	Investimentos em programas e/ou projetos externos
	
	
	
	
	
	
	Total dos investimentos em meio ambiente
	
	
	
	
	
	
	Quanto ao estabelecimento de “metas anuais” para minimizar resíduos, o consumo em geral na produção/ operação e aumentar a eficácia na utilização de recursos naturais, a empresa.
	( ) não possui metas
( ) cumpre de 0 a 50%
( ) cumpre de 5l a 75% 
( ) cumpre de 76 a 100%
	( ) não possui metas
( ) cumpre de 0 a 50%
( ) cumpre de 5l a 75% 
( ) cumpre de 76 a 100%
	5 – INDICADORES DO CORPO FUNCIONAL
	
	 
	Nº de empregados(as) ao final do período
	
	
	Nº de admissões durante o período
	
	
	Nº de empregados(as) terceirizados(as)
	
	
	Nº de estagiários(as)
	
	
	Nº de empregados(as) acima de 45 anos
	
	
	Nº de mulheres que trabalham na empresa
	
	
	% de cargos de chefia ocupados por mulheres
	
	
	Nº de negros(as) que trabalham na empresa
	
	
	% de cargos de chefia ocupados por negros(as)
	
	
	Nº de portadores(as) de deficiência ou necessidades especiais
	
	
	6 – INFORMAÇÕES RELEVANTES QUANTO AO EXERCÍCIO DA CIDADANIA EMPRESARIAL
	2016
	Metas 2017
	Relação entre a maior e a menor remuneração na empresa
	
	
	Número total de acidentes de trabalho
	
	
	Os projetos sociais e ambientais desenvolvidos pela empresa foram definidos por:
	( ) direção
	( ) direção e gerências
	( ) todos empregados
	( ) direção
	( ) direção e gerências
	( ) todos empregados
	Os padrões de segurança e salubridade no ambiente de trabalho foram definidos por:
	( ) direção e gerências
	( ) todos empregados
	( ) todos
+ Cipa
	( ) direção e gerências
	( ) todos empregados
	( ) todos
+ Cipa
	Quanto à liberdade sindical, ao direito de negociação coletiva e à representação interna dos(as) trabalhadores(as), a empresa:
	( ) não se envolve
	( ) segue as normas da OIT
	( ) incentiva e segue a OIT
	( ) não se envolverá
	( ) seguirá as normas da OIT
	( ) incentivará e seguirá a OIT
	A previdência privada contempla:
	( ) direção
	( ) direção e gerências
	( ) todos empregados
	( ) direção
	( ) direção e gerências
	( ) todos empregados
	A participação dos lucros ou resultados contempla:
	( ) direção
	( ) direção e gerências
	( ) todos empregados
	( ) direção
	( ) direção e gerências
	( ) todos empregados
	Na seleção dos fornecedores, os mesmos padrões éticos e de responsabilidade social e ambiental adotados pela empresa:
	( ) não são considerado
	( ) são sugeridos
	( ) são exigidos
	( ) não serão considerado
	( ) serão sugeridos
	( ) serão exigidos
	Quanto à participação de empregados(as) em programas de trabalho voluntário, a empresa:
	( ) não se envolve
	( ) apóia
	( ) organiza e incentiva
	( ) não se envolverá
	( ) apoiará
	( ) organizará e incentivará
	Número total de reclamações e críticas de consumidores(as):
	na empresa ________
	no Procon ________
	na Justiça ________
	na empresa ________
	no Procon ________
	na Justiça ________
	% de reclamações e críticas atendidas ou solucionadas:
	na empresa ________%
	no Procon ________%
	na Justiça ________%
	na empresa ________%
	no Procon ________%
	na Justiça ________%
	Valor adicionado total a distribuir (em mil R$):
	Em 2016:
	Em 2015:
	Distribuição do Valor Adicionado (DVA):
	___% governo
___% colaboradores(as)
___% acionistas
 ___ % terceiros
 ___% retido
	___% governo
___% colabora
dores(as)
___% acionistas
 ___ % terceiros
 ___% retido
	7. OUTRAS INFORMAÇÕES
Quadro 2. Estrutura do modelo de Balanço Social pelo IBASE 
Com esse modelo pode-se estabelecer um padrão para divulgação das informações do Balanço Social, facilitando a elaboração e divulgação do balanço Social por parte das empresas, garantindo que os interessados nas informações consigam interpreta-las de forma adequada. 
b) A proposta Balanço Social Abrangente (BSA)
O Balanço Social Abrangente (BSA) surge de uma preocupação com os limites técnicos, principalmente no que refere ao feedback que se referem justamente a possibilidade de avaliação dos dados que medem a satisfação dos agentes inclusos na relação com a organização. Desta forma o BSA deve ser considerado como sendo uma forma de demonstrar claramente o nível de satisfação dos empregados, isto somente conseguido no caso da eficiência dos instrumentos implantados. Não se pode deixar de salientar ainda que o feedback consegue direcionar as ações futuras visando aprimorar as rotinas que estejam envolvidas na garantia da satisfação dos envolvidos. Desta forma pode-se afirmar que o objetivo principal do BSA é justamente: “... medir a satisfação dos agentes econômicos, permitindo que a empresa possa melhorar as condições de trabalho dos empregados, a qualidade de seus serviços e produtos, possibilitando o aumento de sua produtividade, etc” (FREIRE, REBOUÇAS e NUNES, 2001,p.55).
Destaca-se que o BSA se fundamenta na possibilidade de conseguir responder à questão de como avaliar se o esforço feito pela empresas está conseguindo satisfazero público-alvo, e além disso, garantir que se quantifique a satisfação dos funcionários da organização, que são imprescindíveis na geração de valores para a empresa.
A medição da satisfação ainda é um desafio que precisa ser superado, devendo ter o mesmo tratamento que as avaliações realizadas sobre o capital intelectual e do goodwill agregados a outros tipos de valores que devem ser analisados com o uso de técnicas específicas. A avaliação do nível de satisfação utiliza uma linguagem própria que tem a missão de traduzir em algo mensurável, fatos e ações que ainda se mantenham no empirismo.
Os fundamentalistas da BSA salientam que a metodologia a ser aplicada deve permitir que a empresa verifique continuamente a sua performance social, fazendo uso de indicadores padrões levantados junto a agentes econômicos internos (acionistas, empregados), mas também junto a agentes econômicos externos (fornecedores, clientes, Governo, entidades de classe).
Deve-se ter o cuidado em elencar os agentes a serem investigados e o aprofundamento da investigação determinam a abrangência do balanço, o que permite ter-se uma visão do papel social da empresa tanto no âmbito interno quanto no externo.
Uma metodologia que pode ser utilizada é a enquête, considerada como ponto de partida para a elaboração do BSA. Deve-se examinar os agentes econômicos externos, e delinear quais deles devem ser utilizados no processo de avaliação, tais como, clientes, fornecedores, representantes de classe e entidades sociais, os quais manifestariam através de pesquisa, o grau de satisfação perante a atuação social da empresa.
Destaca-se que os indicadores devem ser capazes de refletir: o bem estar no emprego; a satisfação em ir para a empresa e produzir bons resultados; política de remuneração; plano de carreiras; planos de incentivos e reconhecimentos; capacitação e treinamento; a imagem institucional da entidade; relações interpessoais; benefícios médicos; clima organizacional; prevenção de acidentes e ergonomia no trabalho; e participação em atividades solidárias.
Desta forma destacam-se algumas características do BSA:
a) A sua preparação vincula-se aos métodos das partidas dobradas, isto é, procura demonstrar o superávit ou déficit social numa relação ativo-passivo, de modo a configurar um demonstrativo de caráter contábil;
b) Procura aferir a performance social mediante a análise de indicadores construídos a partir de enquetes;
c) Avalia a performance social da entidade junto a sua comunidade, mediante uma verificação analítica do grau de satisfação dos agentes;
d) Levanta um diagnóstico da qualidade de vida dos trabalhadores da entidade;
e) Permite o conhecimento das expectativas dos agentes econômicos internos e externos quanto ao papel social da empresa;
Alguns estudiosos avaliam que existem vários fatores restritivos presentes na análise da atuação social da empresa, apresentando inúmeras conseqüências diretas que influenciam os aspectos formais e do caráter técnico gerencial limitado com que os balanços sociais são preparados atualmente.
Este limite decorre dentre outros aspectos, fruto da influência do “metodismo” que está presente na contabilidade patrimonial, que faz muitas vezes subverter o legado da essência sobre a forma.
3.3 Obrigatoriedade da publicação do Balanço Social
Neste ponto depara-se com um grande conflito de posições, pois existem os defensores que se deve lutar para que estes demonstrativos sociais tenham publicação obrigatória e, portanto, precisando de uma Lei que realize esta regulação.
Associação Brasileira de Companhias Abertas (Abrasca) repudia esta idéias da obrigatoriedade, explica sua posição: 
Discorda totalmente dos pressupostos do Projeto de Lei. A função da empresa privada é atender aos desejos dos consumidores, oferecendo ao mercado produtos e serviços, com qualidade e segurança, ao menor preço, empregando de forma eficiente os recursos postos à sua disposição por seus acionistas. Para tal, a empresa precisa continuamente reduzir riscos e investir na melhoria do capital físico e humano. Em vista desse fato, não vê qualquer razão para a obrigatoriedade da publicação do Balanço Social pelas empresas privadas, opinando pela total rejeição dessa obrigatoriedade (ABRASCA, 1998,p.2). 
Nota-se, observando as opiniões nos mais variados segmentos sociais e também com base em um estudo bibliográfico, que não há um consenso sobre a obrigatoriedade do Balanço Social. Assim evidencia-se posicionamentos e justificativas de sociólogos, políticos, professores, diretores de empresas e empresários, com o intuito subsidiar o processo reflexão sobre o tema. 
Verifica-se que no Brasil o Balanço Social tem o apoio de diversas empresas e entidades públicas e filantrópicas tais como: Glaxo, Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Xerox do Brasil, Sindicato das Indústrias Químicas e Farmacêuticas, Gife, Câmara Municipal de Porto Alegre e de São Paulo, da deputada federal Marta Suplicy, de Betinho e outros. Porém nem todos estes apóiam a sua obrigatoriedade. 
Na posição do sociólogo Herbert de Souza (Betinho) verifica-se que este considerava que o Balanço Social deveria ser obrigatório, devido: 
(...) a vantagem de uma lei é representar legitimidade institucional, embora concorde que a divulgação espontânea seria a solução ideal. (...) reflete uma disposição extremamente positiva por parte das empresas, uma das condições para que essa idéia dê certo. No entanto, a vantagem de uma lei é representar a legitimidade institucional (SOUZA, 1999,p.4).
Já os professores da USP, Maísa de Souza Ribeiro e Lázaro Plácido Lisboa, em um dos seus artigos, salientam que: “o Balanço Social talvez não devesse se tornar obrigatório por lei, mas ser divulgado de forma generalizada por princípios morais, éticos, de respeito e responsabilidade social” (RIBEIRO e LISBOA, 1999,p.23).
A posição do empresário Ricardo Young, representando o Pensamento Nacional de Bases Empresariais, defende um comprometimento voluntário das empresas pelo Balanço Social, mas a obrigatória deveria ser feita pelas empresas e entidades pertencentes ao governo uma vez que faz parte de obrigação inicial o de tornar transparente suas ações sustentadas pelos recursos públicos. E continua: “obrigar as empresas a publicar um Balanço Social representaria um gasto extra a impactar a iniciativa privada”. 
No Seminário “Balanço Social: Cidadania e Transparência Pública das Empresas”, realizado no Rio de Janeiro em 1998, o empresário Guilherme Bittencourt, da Xerox do Brasil, se posicionou da seguinte forma sobre o Balanço Social: “Somos favoráveis a sua publicação, porém de forma voluntária. Consideramos que tudo que é obrigatório perde o espírito altruístico que existe em cada um de nós e fica sujeito a uma série de burocracias”.
Já a contadora e professora Yumara Lúcia Vasconcelos, expressa que: “Em meu entendimento, não é a obrigatoriedade de sua publicação que deve nortear as discussões, mas sim, a otimização da estrutura qualitativa da peça às necessidades informativas da empresa, visando alicerçar o processo de tomada de decisão”.
Kroetz (2000, p.56) salienta que:
A divulgação espontânea seria, com certeza, o ideal, porém existe o temor de que isso jamais venha a ocorrer, pois muitos empresários não têm interesse em publicar o Balanço Social. Cabe à sociedade organizada e aos Contadores discutir e resolver esse impasse, buscando de forma obrigatória ou não, oferecer aos usuários mais esse instrumento de acompanhamento e fiscalização sobre as ações desenvolvidas pelas entidades, cada vez mais autônomas. 
É importante salientar que a divulgação do Balanço Social assume um papel relevante para a sociedade, pois garante que as empresas invistam mais em ações de maior impacto social e assumindo um papel ativo perante sua postura em ajudar a comunidade que a acolhe e lhe confere a possibilidade de manter-se ativa no mercado.
Mesmo sem contar-se com a obrigatoriedade da publicação do Balanço Social, cada dia mais a sociedade vem assumindo umapostura de observar o quanto a ação produtiva das empresas podem estar influenciando positiva ou negativamente o convívio social, já que está se tornando mais consciente sobre seus direitos e deveres, o que evidencia uma posição de exigência da responsabilidade das empresas sobre seus atos. Cada vez mais os consumidores vêm dando preferência por produtos que estejam vinculados a qualquer tipo de causa social.
Percebe-se que há uma defesa ferrenha pela liberdade na publicação do Balanço Social ao se consultar 250 empresas, que já tem o hábito de publicar relatórios e Balanços Sociais no Brasil, consideraram que é muito salutar a sua manutenção na forma voluntária (REVISTA EXAME, Edição 754, 2001, p.8). 
O importante é que o número de empresas que se preocupa em assumir sua parcela de responsabilidade social vem crescendo, e o próprio mercado globalizado vem contribuindo de forma enfática para esses números cresçam ainda mais, já que o Balanço Social tornou-se um fator diferencial entre as Empresas, que influi muito no processo da competitividade. 
Inúmeras pesquisas mercadológicas apontam que houve uma mudança significativa no comportamento dos consumidores, que buscam adquirir produtos e serviços de qualidade, preço adequado e aliam a esses fatores uma análise das políticas e das atitudes praticadas pelas entidades em relação aos benefícios apresentados à comunidade e ao meio ambiente. 
Na Região Sul do Brasil já se atinge a taxa de 26% dos consumidores deixam de adquirir produtos, por entenderem que as empresas não tinham nenhum comprometimento com as questões sociais e ambientais.
A responsabilidade social já faz parte da realidade do mundo empresarial, e vem evoluindo devido à alteração no perfil de comportamento do consumidor, provocando variações nas atitudes das empresas.
Isto é evidenciado pelo resultado apresentado de uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa e Estatística Anual (2000), em amostra contendo 444.802 empresas, localizadas na região Sudeste do Brasil, quase 300.000 já realizam alguma ação social, nos últimos anos. Destes cerca de 22% efetuam atendimentos somente à comunidade; 45% fazem simultaneamente à comunidade e aos empregados; 17% dispõem de atendimento somente aos empregados, e apenas 16% não realizam nenhuma ação social. 
Assim valoriza-se mais no poder de persuasão e na conscientização junto ao empresariado do que na imposição de uma legislação que obriga as empresas a uma prática de cidadania, o que fere o princípio fundamental que regula as relações sociais: o espírito liberal, tão importante para o sucesso desse relacionamento.
Agindo de forma impositiva pode-se correr o risco da geração de atitudes mais resistentes à adesão. Pois esta atitude elimina o significado de iniciativas, até hoje demonstrando ser concretas, garantindo uma ampla informação da política social de cada entidade. 
É importante destacar outro aspecto, no qual se considera irrelevante a obrigatoriedade do Balanço Social, que é justamente atingir o empresariado que já convive com uma carga tributária exorbitante em um país que clama por uma Reforma Tributária urgente.
O impacto negativo da elaboração de uma lei que obrigue a prática da “responsabilidade social”, somente serviria para incorporar novos gastos as empresas, e passa a não ser bem aceita por parte do empresariado, que já é obrigado pelo governo a recolher impostos para ações supostamente sociais, que em uma visão geral é obrigação do poder público, já que é sustentado para atuar neste sentido.
A posição do governo deveria, em primeiro lugar, estimular as empresas estatais a publicarem seu Balanço Social, até como forma de incentivo e exemplo para a iniciativa privada, porém isto não vem ocorrendo de forma disseminada, há algumas empresas públicas que o fazem, mas com intuito claramente eleitoral. 
O Governo, antes de impor mais uma obrigação ao empresariado deve cumprir seu papel de forma ilibada e competente, que é justamente o que não vem sendo realizado nos últimos anos, principalmente por um Governo surgido das bases populares deste país e que não consegue implantar nenhum tipo de ação que garanta uma revitalização da economia brasileira.
O Balanço Social é importante e se faz necessário para divulgar o respeito que a empresa tem como a sociedade, que a sustenta, mas a obrigatoriedade não seria um elemento que conduz a uma melhora nas condições atualmente praticadas em nome da responsabilidade social das empresas.
É importante que se concorde com a maioria que se levanta a favor da publicação do Balanço Social de forma voluntária, já que a realidade brasileira, atual, vem demonstrando que a quantidade de empresas que realizam a publicação do Balanço Social juntamente com as demais demonstrações contábeis vem crescendo. Pois se crê que o tema Balanço Social/ Responsabilidade Social, já saiu da esfera da discussão e faz parte do dia a dia de muitas empresas e, portanto, deve ser ainda foco para uma melhoria das ações sociais.
4 RESPOSANBILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL 
Ao assumir a responsabilidade social e ambiental, a empresa se posiciona de maneira a apresentar em contas específicas, mesmo se reconhecendo que existe uma expectativa dos clientes, fornecedores, colaboradores, gestores e outras entidades, que representam um grande desafio, já que deve atuar de forma responsável em seus relacionamentos internos e externos. 
A nova consciência dos indivíduos, agindo como cidadãos e conhecedores de seus direitos e deveres perante a sociedade, vêm exigindo das empresas uma atitude ética, visando apresentar uma imagem institucional perante o mercado, demonstrando de qual maneira atua de forma ecologicamente correta.
Como desdobramento destas situações exigidas pela nova composição do mercado e clientes, os gestores devem alterar seu comportamento perante todos os interessados internos, principalmente no que refere se a dar um tratamento igualitário e justo, garantindo que os colaboradores passem a ser ouvidos, garantindo sua participação no processo decisório, quando envolverem o bem estar coletivo, tais como, local e instrumentos de trabalho apropriados ao desempenho de suas funções e a possibilidade de trabalharem em equipe. 
A responsabilidade social e ambiental pode ser resumida no conceito de efetividade, como alcance de objetivos do desenvolvimento econômico-social. Portanto, uma organização é efetiva quando mantém uma postura socialmente responsável. A efetividade está relacionada à satisfação da sociedade, ao atendimento de seus requisitos sociais, econômicos e culturais (Tachizawa, 2002,p.73).
Não há duvidas que atuando de forma inovadora no âmbito organizacional, se consegue atingir vantagens competitivas, se não, pelo menos conseguirá reduzir custos, garantindo um aumento no lucro, a médio e longo prazo. 
Tachizawa (2002) citou o exemplo da empresa 3M, que promoveu o acumulo de 270 mil toneladas de poluentes na atmosfera e 30 mil toneladas de efluentes nos rios que passou a não despejar desde 1975, com isto conseguiu uma economia de cerca US$810 milhões combatendo a poluição nos 60 países onde atua. 
McIntosh et al. (2001, p.12) evidencia um novo modelo de cidadania que age de maneira corporativa e representando uma quebra dos paradigmas, e evidencia uma evolução dentro da empresa, isto significando que é importante que a inclusão das preocupações sociais e ambientais no centro de suas estratégias corporativas.
Este mesmo autor salienta ainda que não importa o ramo no qual a empresa atua, pois toda e qualquer organização tem de assumir sua parcela de responsabilidade social, e assim se postularem como empresa cidadã.
Deve-se destacar ainda que a responsabilidade cresce de forma diretamente proporcional em que os negócios aumentam de volume. Dentre os pontos que foram responsáveis pelo aumento na consciência pública da cidadania corporativa destacam-se: a ganância dos executivos, a corrupção e fraude, a degradação ambiental, os abusos dos direitos humanos, o comércio justo, o empowerment e a segurançae rotulagem dos produtos.
Segundo o conceito formulado pela publicação do Prêmio Ethos Valor (2002), a responsabilidade social das empresas é o delineamento de uma relação ética com seus stakeholder
s, e assim depreendendo-se o respeito ao meio ambiente na mesma proporção que se investe em ações sociais.
De acordo com a posição defendida pelo Serviço Social da Industria – SESI, uma gestão socialmente responsável se firma no momento em que a empresa além de cumprir seu papel na geração de riquezas, através da produção de bens e serviços para a comunidade, atendendo ao objetivo de gerar valor aos acionistas, pagar impostos, salários e outros benefícios aos seus colaboradores, deve ainda reinvestir em sua estrutura e seus negócios, passando a desenvolver ações que primem pela ética, a transparência, respeitando as leis, o meio ambiente e o bem-estar da comunidade. 
McIntosh et al (2001,p.48) elaborou uma conceituação dividida em responsabilidades econômicas, legais, sociais e ambientais, conforme a seguir descrito:
a) Responsabilidade econômica estão presentes em todos os tipos e porte de organizações e precisam ser mantida com o intuito de dar viabilidade a sua presença no mercado, operando dentro de seu contrato social, além de divulgar as prestações de contas certificadas, regidas por critérios acordados;
b) Responsabilidade legal – as organizações têm de trabalhar seguindo a legislação em vigor e principalmente estar plenamente conscientes de suas restrições legais;
c) Responsabilidade social e ambiental – é aquela em que as organizações não podem manter-se ativas apenas para atender suas obrigações financeiras e legais, mas deve incluir uma postura de colaborar com o ambiente social.
Ainda segundo McIntosh et al (2001,p.54) existem quatro modelos de responsabilidade social, são pautados pela idéia de que é fundamental para a cidadania corporativa é a relação entre negócio, governo e sociedade civil, tendo assim:
1) Os negócios são amorais – isto significa dizer que são baseados na geração de lucros, não possuindo nenhuma outra responsabilidade, além das suas obrigações econômicas e legais;
2) Os negócios são uma atividade moral – que impele as empresas a gerar lucros e possuindo a obrigação de agir de forma a garantir uma melhora social, e com isso atuar de forma a colaborar inteiramente com a melhoria de toda a sociedade;
3) Os negócios são uma comunidade – se destaca neste item a identidade corporativa, que pode ser aquela que existe apenas para gerar lucro, ou ainda não estar ligado apenas no lucro, ou ainda não visar lucro e reconhecer que um negócio possui um papel social e econômico;
4) Um negócio é uma rede – que quebra os paradigmas de limites claros para a identidade corporativa, cujo propósito não se enquadra nem na moral ou na amoralidade. Todos os tipos de organizações devem assumir sua responsabilidade social que colabora com a transformação referencial de excelência. Viabilizando a busca por um caminho baseado em um novo estilo de operações de negócios que está surgindo. 
Segundo a Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade citado por Tachikawa (2002,p.85):
As organizações socialmente responsáveis devem abordar suas responsabilidades perante a sociedade e o exercício da cidadania, por meio de estágios que vão desde uma fase embrionária até sua fase mais avançada. 
Estágio 1: a organização não assume responsabilidade perante a sociedade e não toma ações em relação ao exercício da cidadania. Não há promoção do comportamento ético. Estágio 2: a organização reconhece os impactos causados por seus produtos, processos e instalações, apresentando algumas ações isoladas, no sentido de minimizá-los. Eventualmente, busca promover o comportamento ético. Estágio 3: a organização está iniciando a sistematização de um processo de avaliação dos impactos de seus produtos, processos e instalações e exerce alguma liderança em questões de interesse da comunidade. Existe envolvimento das pessoas em esforços de desenvolvimento social. Estágio 4: o processo de avaliação dos impactos dos produtos, processo e instalações está em fase de sistematização. A organização exerce liderança em questões de interesse da comunidade de diversas formas. O envolvimento das pessoas em esforços de desenvolvimento social é freqüente. A organização promove comportamento ético. Estágio 5: o processo de avaliação dos impactos dos produtos, processos e instalações está sistematizado, buscando antecipar as questões públicas. A organização lidera questões de interesse da comunidade e do setor. O estímulo à participação das pessoas em esforços de desenvolvimento social é sistemático. Existem formas implementadas de avaliação e melhoria da atuação da organização no exercício da cidadania e no tratamento de suas responsabilidades públicas.
As certificações de qualidade como a ISO9000 surge como uma maneira de aprimorar a forma de atuação da empresa em nome da qualidade, desta maneira as empresas que respeitem o meio ambiente e a comunidade, recebem o ISO14000, que as diferencia das demais em seu mercado de atuação, indicando que está vem conduzindo suas políticas internas valorizando a ética organizacional.
Cohen (2003), cita que em 2000 criou-se a Social Accountability International (SAI), culminado com implementação da certificação pelo o selo SA8000, que premia a conduta ética das empresas em relação aos trabalhadores e o respeito aos direitos humanos, atuando de forma similar a ISO9000 e ISO14000. Outra organização, a AccountaAbility, com sede no Reino Unido, lançou seu certificado de comportamento ético, o AA1000. De acordo com o autor, a primeira empresa brasileira a credenciar-se foi a Souza Cruz, subsidiária da British American Tobacco (BAT). 
Tachizawa (2002) salienta que no Brasil já existem inúmeras organizações com a finalidade de monitorar as condutas empresariais, premiando as empresas cidadãs, como é o caso do Instituto Ethos que criou, com base similar ao sistema ISO, indicadores sociais, que foram separados em sete temas: valores e transparência; público interno; meio ambiente; fornecedores; consumidores; comunidade; governo e sociedade.
Fundamenta-se que o Balanço Social se torna um instrumento capaz de apresentar de forma transparente informações formando um canal de comunicação com a sociedade, demonstrando as suas ações que garantam a realização da sua responsabilidade social, de acordo com a publicação do Balanço Social da RBS, 2001. 
As principais dificuldades que se apresentam na elaboração do Balanço Social segundo Tinoco (2001) citado por Tachizawa (2002, p.88), é a mensuração e a correta identificação dos ativos e passivos que fazem parte deste demonstrativo, que garantam um padrão de acumulação que possam realmente facilitar a operação do processo contábil.
5 CONCLUSÃO
Considerando todo material exposto no presente estudo, pode-se concluir que o Balanço Social é o instrumento de gestão e de informação que garante a divulgação das informações econômicas, financeiras e sociais resultantes da atuação das Organizações, o que propicia uma visão plena da participação e contribuição social e econômica em seu ambiente de atuação, incorporando um conjunto de informações que relacionam as despesas das empresas com pontos considerados sociais.
A adoção é vista como sendo a assunção de um compromisso com a transparência e a ética das relações com todos os envolvidos direta ou indiretamente com a organização, e vem se tornando uma estratégia mercadológica em divulgar e compartilhar as informações e não escondê-las.
É fundamental que se saliente que a função do Balanço Social é muito mais do que uma simples complementação das informações contábeis de uma empresa, pois nele são evidenciados dados que permitem a compreensão completa das atividades, operações da empresa e seus impactos e expressos nas ações de compromisso social e ambiental da organização. Tem por função intrínseca a de garantir plena capacidade das empresas, para desenvolver as ações de planejamento, avaliação e aperfeiçoamento

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