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Atlas-de-Urinálise

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Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE 
Curso: Farmácia – 5° Ano 
Matéria: Urinálise 
Professora: Vanessa Kobs 
Acadêmicos: Camile Machado 
Eduardo Estevão Testoni 
 
 
Atlas de 
Urinálise 
 
 
 
 
 
Joinville – SC 2019 
P á g i n a | 2 
 
Sumario 
 
Sistema urinário ---------------------------------------------------------3 
Formação da urina ------------------------------------------------------ 4 
Como coletar a urina --------------------------------------------------- 5 
Tipos de amostrar de urina -------------------------------------------- 6 
Exames Físico (Macroscópico) --------------------------------------- 7 
Exame Químico --------------------------------------------------------- 9 
Exame Microscópico (Sedimentoscopia) -------------------------- 12 
Cilindros ---------------------------------------------------------------- 14 
Cristais ------------------------------------------------------------------ 18 
Micro-organismos na urina ------------------------------------------ 22 
Referencias ------------------------------------------------------------- 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 3 
 
Sistema urinário 
O sistema urinário tem como principal função eliminar os produtos finais 
(resíduos) do metabolismo, principalmente ureia, creatinina e ácido úrico, recolhidos da 
corrente sanguínea e excretados em forma de urina. É responsável também pelo controle 
do equilíbrio hídrico e pela remoção de resíduos tóxicos ou drogas induzidas pelo 
corpo. 
Esse sistema consiste de rins, ureteres, uretra e bexiga. Os rins são os órgãos 
mais importantes desse sistema. São responsáveis pela filtração do sangue, limpando as 
impurezas, e são essenciais para manter a homeostase, regulando os fluídos corporais, o 
balanço eletrolítico, o equilíbrio acidobásico, a excreção de resíduos, e são responsáveis 
pela produção da urina, que é enviada pelos ureteres até a bexiga urinária, onde fica 
armazenada até o momento de sua eliminação. 
Os rins participam ainda da manutenção da pressão sanguínea e da eritropoiese. 
Sua função é regulada por volume, pressão e composição sanguíneos, além de 
hormônios das glândulas adrenal (suprarrenal) e pituitária. As figuras a seguir 
representam a localização anatômica do sistema urinário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 4 
 
Formação da urina 
 
Um indivíduo adulto produz cerca de 1,5 litros de urina por dia, sendo a maior 
parte composta por água e o restante por metabolitos. Sua formação é um processo que 
engloba filtração, secreção e reabsorção de componentes indispensáveis pelo corpo. 
Resumidamente, a formação tem início nos néfrons, que são unidades funcionais 
dos rins. O sangue é recebido nos glomérulos, onde ocorre o processo de filtração do 
plasma renal. O filtrado formado possui a mesma composição do plasma sanguíneo, 
mas normalmente apresenta-se livre de proteínas, exceto por poucas de baixo peso 
molecular. 
Algumas das substâncias filtradas são: água, eletrólitos, glicose, ureia, 
creatinina, ácido úrico, aminoácidos e amônia. A taxa de filtração glomerular é 
proporcional ao tamanho corporal, variando conforme o sexo e a idade, e é importante 
indicador da função renal, podendo ser calculada através de testes como o clearance 
(utilizando a urina de 24 horas) ou pelo cálculo de taxa de filtração glomerular 
estimada (TFGe). A partir daí, corre pelos túbulos e capilares, nos quais ocorre a 
reabsorção de substâncias, como água, bicarbonato, cloreto de sódio, cálcio, potássio, 
fosfato, aminoácidos, proteínas, glicose, entre outros. 
Cerca de 80% do filtrado é reabsorvido. E então, a secreção de diversas 
substâncias primordiais ao organismo, agindo contrariamente à reabsorção, faz com que 
a urina seja formada. 
 
 
 
P á g i n a | 5 
 
Como coletar a urina 
Homens: 
 Fazer assepsia do pênis (lavar com água e sabão, enxaguar bem e secar) e 
destampar o frasco estéril. 
 Retrair o prepúcio com uma das mãos e com a outra segurar o frasco já 
destampado. 
 Desprezar o primeiro jato de urina. 
 Colher a porção média no frasco estéril urinando em jato para que a urina não 
escorra na região genital. 
 Desprezar o restante da micção. 
 Tampar o frasco imediatamente. Obs: Não é necessário colher grande volume, 10 
a 20 ml é ideal. 
Mulheres 
 De preferência no vaso sanitário, sentar com as pernas afastadas, fazer assepsia 
da vagina (lavar com água e sabão, enxaguar bem e secar) e destampar o frasco 
estéril. 
 Com uma das mãos afastar os grandes lábios e com a outra segurar o frasco já 
destampado. 
 Desprezar o primeiro jato (primeira porção da urina que sai). 
 Colher a porção média no frasco estéril, urinando em jato para que a urina não 
escorra na região genital. 
 Desprezar o restante da micção. 
 Tampar o frasco imediatamente. 
 Obs: Salvo casos graves evitar coletar em período menstrual 
Bebês 
 Fazer bem a limpeza com água e algodão 
 Retirar todos os resíduos de fezes e pomadas 
 Se contaminar com evacuação – desprezar amostra 
 
 
 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 6 
 
Tipos de amostras de urina 
Primeira amostra da manhã 
Amostra ideal para exame de rotina ou Tipo I Preferencialmente colhida no 
laboratório se não for possível deve ser levado ao laboratório dentro de 1 hora. Este tipo 
de amostra é essencial para evitar resultados falsos negativos no teste de gravidez e para 
avaliar a protenúria ortostática (deitado). 
Amostra em jejum 
Trata-se de uma amostra mais concentrada o que garante a detecção de substâncias 
que podem estar presentes nas amostras aleatórias, mais diluídas. 
Amostra de jejum é resultado da segunda micção após um período de jejum, por 
isso é diferente da primeira amostra da manhã. Essa amostra não contém nenhum 
metabólito dos alimentos ingeridos antes do início do período de jejum e é recomendado 
para a monitorização de glicosúria (glicose na urina). 
Amostra colhida 2hs após a refeição (pós-prandial) 
Urinar, pouco antes de se alimentar normalmente, colher uma amostra 2 horas após 
comer. Faz-se a prova de glicosúria e os resultado é utilizados principalmente para controlar a 
terapia com insulina em pessoas com diabetes mellitus. Pode-se fazer uma avaliação mais 
completa do estado do paciente se for feita uma comparação entre os resultados da amostra 
colhida 2 horas após a refeição e os da amostra colhida em jejum. 
Amostra de urina de 24 horas (ou com tempo marcado) 
Muitas vezes é necessário medir a quantidade exata de determinada substância 
química na urina, ao invés de registrar apenas sua presença ou ausência. Deve-se usar 
uma amostra colhida cronometrada cuidadosamente para conseguir resultados 
quantitativos exatos. Para conseguir uma amostra precisamente cronometrada, é 
necessário iniciar o período de colheita com a bexiga vazia. Pegar no laboratório 
recipiente devidamente limpo e seco para coleta, já que o volume será grande. Exemplo: 
 1º dia 7 h da manhã: Urinar e descartar a amostra. A partir daí, colher toda urina 
nas próximas 24 horas. As amostras colhidas devem ser mantidas refrigeradas). 
 2º dia 7 h da manhã: o paciente colhe a urina e junta esta urina com aquela 
previamente colhida. Leva até o laboratório todo volume que foi recolhido. 
 
 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 7 
 
Exames físicos (Macroscópico) 
Coloração: A coloração amarela da urina é resultado do pigmento urocromo, que 
possui uma eliminação relativa a taxa metabólica de cada indivíduo e pode estar 
aumentado nos problemas da tireóide e no estado de jejum. 
Outros pigmentos que estão presentes em quantidades menores são a uroeritrina e 
urobilina. Nesse contexto, pessoas normais com ingestão de grande quantidade de 
líquidos produzem, na ausência de hidratação, urina de cor amarelo-clara e escura. 
Diferentes tonalidades de cor da urina podem estar relacionadasa diversos fatores, como 
ingestão de alimentos, atividade física, estados metabólicos, consumo de drogas / 
medicamentos e compostos produzidos por diferentes patologias. 
A cor vermelha, por exemplo, pode estar presente na ingestão de alguns 
alimentos, como a beterraba, mas também pode ser vista em urina contaminada com 
sangue menstrual. A hematúria, a hemoglobinúria e a mioglobinúria podem apresentar 
diversas tonalidades do vermelho, de acordo com a concentração dos compostos oriundos 
dessas alterações. A ingestão de medicamentos pode produzir coloração azul, verde 
ou laranja. 
Urina verde-acastanhada geralmente está associada com pigmentos biliares. 
Tonalidades de laranja são vistas na presença de urobilinogenio, e tonalidades 
pretas na presença de ácido homogentísico e melanina. 
Coloração esbranquiçado-leitosa e incolor está presente em doenças purulentas do 
trato urinário e diabetes, respectivamente. 
 
Aspecto: O aspecto de uma amostra urinária pode ser límpido, opalescente, 
ligeiramente turvo, turvo ou leitoso (purulento). 
Usualmente, a urina normal tem coloração clara e aspecto límpido. A presença de 
turvação em amostra não centrifugada requer investigação. Essa turbidez pode ser 
resultado da precipitação de sais em formas de cristais. 
A presença de leucócitos, hemácias, descamações de células epiteliais e 
bactérias também causam turvação na urina e são confirmadas através da análise 
microscópica após centrifugação. 
 Outros fatores também causam a turvação, como: presença de muco, 
cilindros, contaminação por fezes, leveduras, contrastes radiológicos, linfa (quilúria) e 
glóbulos de gordura (lipidúria ou corpos graxos). As amostras mantidas em repouso ou 
refrigeradas também podem apresentar turvação não patológica. 
 
Odor: Em condições normais, a urina apresenta um odor característico devido a 
presença de ureia. Quanto maior for a presença dessa substância, maior será o odor. 
As amostras com crescimento bacteriano intenso apresentam odor fétido. Alguns 
medicamentos e alimentos também podem alterar o cheiro da urina. Doenças genéticas, 
como fenilcetonúria e leucinose (doença da urina do xarope de bordo), também possuem 
odores característicos. 
P á g i n a | 8 
 
Antigamente, nos primeiros relatos referentes ao exame da urina humana, o odor 
era citado para direcionar o tratamento. O cientista cheirava a urina e até mesmo provava 
seu sabor para determinar várias patologias, porém, há poucos anos, na rotina laboratorial, 
o odor era um item frequentemente liberado como sui generis, pois outros itens de maior 
significado clínico, já eram testados e podiam direcionar o tratamento sem a necessidade 
de o profissional cheirar o material. 
Nos dias atuais, os elementos testados pelas tiras reagentes e a automação fazem 
com que não exista a necessidade que o item odor seja sequer citado no exame de urina 
tipo 1, já que não haverá relevância clínica e sua determinação não estará atendendo aos 
padrões de qualidade e segurança no trabalho. 
 
Densidade: A densidade determina a concentração ou diluição de uma amostra de 
urina, o que auxilia na avaliação da capacidade dos rins de efetuar esses processos, e 
indica o estado de hidratação do paciente. 
A incapacidade de realizar essas funções pode revelar uma enfermidade renal ou 
deficiência hormonal. Adultos com ingestão de líquidos apropriados, em um período de 
24 horas, possuem densidades de 1.015 a 1.025. 
Em amostras aleatórias, a densidade pode variar de 1.005 a 1.035. Existem 
diversos métodos disponíveis para determinar a densidade em amostras urinárias, sendo 
os mais utilizados a tira reagente e o refratômetro. Este último utiliza apenas algumas 
gotas de urina para medir o índice de refração da solução, que é proporcional ao conteúdo 
de sólidos dissolvidos na amostra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 9 
 
Exame Químico 
 O exame químico compreende a análise bioquímica através de tiras reagentes 
(urofitas) submersas em amostras de urina, que possibilitam uma análise qualitativa e 
semi-quantitativa, através da positividade por modificação da cor. 
A leitura da urofita pode ser manual (visual), através da comparação da cor obtida 
com a escala de leitura (escala de cores) anexa ao frasco fornecido pelo fabricante do 
produto, ou por equipamento automatizado, que se baseia no princípio de fotometria de 
reflexão, conforme a figura a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
pH: O pH urinário demonstra a capacidade do rim em preservar a concentração ideal 
dos íons através do trabalho dos rins e pulmões. 
Em indivíduos com uma dieta saudável, o valor varia entre 4,5 e 8,0, porém a 
média é cerca de 6,0, apresentando-se ligeiramente ácido. Alguns fatores conhecidos 
podem alterar esses valores, como o tipo de alimentação, medicamentos e circunstâncias 
patológicas, fazendo com que a urina se torne ácida ou alcalina. 
É através do pH da urina que existe a possibilidade de verificação das tentativas 
de compensação dos rins nas alterações de acidose/alcalose metabólica ou respiratória. 
 
Sangue: A detecção da presença de sangue com a urofita é fundamentada através do 
princípio de ação nas atividades pseudo-oxidativas da hemoglobina e mioglobina, 
produzindo uma cor verde. O valor obtido pela fita reagente é preditivo e não deve ser 
considerado, uma vez que o resultado final será obtido pela contagem da 
sedimentoscopia. 
A presença de sangue na urina pode ocorrer devido a eritrócitos íntegros em 
número elevado, denominado de hematúria. O aparecimento de uma pequena quantidade 
de hemácias integradas na urina é considerado comum até 10.000/ml. 
O sangue também pode estar presente como produto de destruição dos eritrócitos 
(hemoglobina livre), conhecido como hemoglobinúria, e sua aparição é pouco comum. A 
hematúria pode ocorrer em diversas patologias, de acordo com a origem de sua etiologia. 
 Origem glomerular: nefropatias, nefrite hereditária e glomerulonefrite; 
P á g i n a | 10 
 
 Origem não glomerular no trato urinário superior: como pielonefrite, 
nefrolitiase, doença renal policística, trauma renal (cálculos), anemia falciforme e 
neoplasias renais; 
 Origem não glomerular no trato urinário inferior: como cistite, prostatite, 
uretrite, câncer de bexiga e estenose de uretra; 
 Origem desconhecida: prática de exercícios físicos intensos e 
hiperanticoagulação. 
Por outro lado, qualquer causa de hemólise possui potencial para causar 
hemoglobinúria, mas sua presença indica hemólise intravascular. Dentre as principais 
causas, é possível destacar: anemias hemolíticas, queimaduras, malária, dengue e 
púrpura trombocitopenia trombótica. 
 
Bilirrubina: O produto de degradação da hemoglobina recebe o nome de 
bilirrubina. Quando há excesso de bilirrubina na corrente sanguínea, ela é excretada pelos 
rins e detectada na urina, que apresenta cor amarelo-acastanhada, marrom-esverdeada ou 
ictérica. 
 O aparecimento da bilirrubina na urina indica precocemente doença hepática, 
sendo detectada muito antes da icterícia. A ocorrência de seu aparecimento é a obstrução 
do fluxo biliar do fígado ou uma doença hepatocelular. O resultado é expresso em +. Não 
existe valor considerado mínimo normal para a presença de bilirrubinúria. 
 
Urobilinogênio: O urobilinogênio é formado pela ação das bactérias intestinais 
após hidrolisarem a bilirrubina conjugada que não foi absorvida pelo intestino. 
Em situações normais, grande parte desse produto é eliminado nas fezes, como 
estercobilinogênio. Uma pequena quantidade é eliminada na urina. Na incapacidade do 
fígado remover este composto, quantidades anormais são desviadas para os rins e 
excretadas na urina. Isso pode ocorrer quando há um dano hepatocelular, que pode ser 
decorrente de uma hepatite viral, drogas, substâncias tóxicas ou cirrose. O excesso de 
urobilinogênio com ausência de bilirrubinaestá associado à hemólise. O valor de 
referência para o urobilinogênio é até 1mg/dl 
 
Glicose: A urina não apresenta glicose detectável em estados normais e seu 
aparecimento exige investigações. 
 A glicosúria ocorre quando os níveis de glicose no sangue ultrapassam a eficácia 
de reabsorção dos túbulos renais. Pode ocorrer em diversas condições, como diabetes 
mellitus, distúrbios endócrinos, distúrbios do metabolismo e disfunção tubular renal. O 
exame de glicose é a análise química mais frequentemente realizada na urina. 
O diagnóstico precoce do diabetes mellitus fornece um prognóstico bem melhor e 
podem detectar problemas de controle antes do desenvolvimento de complicações mais 
graves. 
P á g i n a | 11 
 
Proteínas: A proteína possui taxa máxima de reabsorção tubular, e sua 
detecção na urina, em níveis alterados, sugere alguma lesão renal. A desidratação é um 
fator que contribui para a ocorrência da proteinúria, e sua incidência é três a quatro 
vezes maiores nos idosos, devido à glomerulonefrite. 
Diversas patologias podem ocasionar algum tipo de proteinúria, como, por 
exemplo, diabetes melitus, lúpus eritematosos, nefropatias, nefrosclerose, mieloma 
múltiplo, condições inflamatórias/malignas do trato urinário e pielonefrite crônica. 
Como as causas de proteinúria são variadas, podemos agrupá-las em três grandes 
categorias, com base em sua origem: pré-renal, renal e pós-renal. Para detectar o tipo de 
proteína presente na urina, é necessária a separação por eletroforese de proteínas. 
 
Corpos cetônicos: Os corpos cetônicos são produtos do metabolismo de lipídios, 
ocasionados por um erro na absorção ou na quantidade inadequada da dieta. O aumento 
de cetonas na corrente sanguínea e na urina são encontrados na diabetes melitus e 
demonstram a descompensação metabólica do equilíbrio ácido/básico que pode levar ao 
coma. 
 
Nitrito: A urina é rica em nitrato. Diversas bactérias patogênicas do trato urinário 
transformam o nitrato em nitrito, e quando presentes em número significante geram um 
teste positivo na urofita. 
É importante ressaltar que um resultado de nitrito negativo não exclui a 
possibilidade de infecção urinária. A confirmação deve ser feita através da cultura de 
urina (urocultura). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 12 
 
Exame Microscópico (Sedimentoscopia) 
Células epiteliais: As células epiteliais são as células do trato urinário. O fato delas 
estarem presentes na urina significa apenas que essas células descamaram e foram levadas pela 
urina ao passar pelo canal urinário. 
Quando estas aparecem em grande número, sugerem sempre processo de irritação e 
descamação das células epiteliais das vias de eliminação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Muco: Muco na urina, geralmente, é sinal de células epiteliais com cristais e 
leucócitos acumulados. Trata-se apenas de uma observação no resultado do exame 
de urina, sem relevância clínica, ou seja, não é sinal de alguma doença. As células 
epiteliais são as próprias células do trato urinário que descamam.A detecção 
de filamentos de muco na urina não é um problema, mas a presença de excesso de 
muco indica um problema no intestino ou no sistema urinário assim a presença 
de muco na urina pode deixar este líquido turvo. 
Aparentes causas do excesso de muco na urina: infecção bacteriana ; DST's 
; Gravidez; Período fértil da mulher ; Carcinoma uracale ; Colite ulcerativa; Pedras 
nos rins ; Candidíase ; 
P á g i n a | 13 
 
Leucócitos: presença de leucócitos na urina em número significativo está relacionada 
comumente a infecção urinária. Outros processos do trato genitourinário podem levar ao 
aumento de leucócitos sem a presença de bacteriúria. O exame torna-se positivo na 
presença de 5 a 25 leucócitos/campo, dependendo da fita reagente utilizada. 
 
 
Hemácias: A presença de grande quantidade de hemácias na urina é chamada de 
hematúria. A presença de raras hemácias é considerada normal. Presença de hemácias em 
grande quantidade na urina pode acontecer em infecções do trato urinário, 
traumatismos, hemorragias de diversas origens, alguns tipos de câncer, estados 
inflamatórios e doenças renais. 
P á g i n a | 14 
 
Cilindros 
Cilindro é um elemento que pode estar presente na urina. É o único que possui o 
rim como seu local de origem, o que o torna exclusivamente renal. Seu aspecto, tamanho 
e morfologia são bem variáveis, e tudo depende do local de sua formação e dos materiais 
presentes no filtrado. A largura de um cilindro resulta do tamanho do túbulo em que 
ocorreu sua constituição, e sua forma habitual deve conter lados paralelos e extremidades 
arredondadas. 
A presença de determinados cilindros, como os hialinos em quantidade reduzida, 
pode ser encontrada em indivíduos saudáveis. Seu aparecimento, em grande número e 
formas distintas, poderá apontar para um grave prognóstico de doença renal, com 
o comprometimento de vários néfrons. 
Devem ser pesquisados ao microscópio com pouca luminosidade, por meio do 
abaixamento do condensador em objetivas de baixa resolução. 
Cilindros Hialinos: Cilindros Hialinos são os tipos de cilindros mais comuns, 
constituídos principalmente por uma mucoproteína denominada de Tamm-Horsfall, 
secretada somente pelas células tubulares renais. 
Possuem refringência e são incolores. Até dois cilindros por campo de baixa 
resolução podem ser considerados um caso normal. 
Em número elevado, estão presentes em doenças renais crônicas, como 
glomerulonefrite, pielonefrite, insuficiência cardíaca congestiva, terapia diurética, e 
transitoriamente em atividades físicas prolongadas, desidratação, estresse e febre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cilindros Céreos: Os cilindros céreos têm aparência rígida, aspecto liso, bordas 
afiadas e podem se dispor em placas largas, conhecidas como cilindros de insuficiência 
renal. Possui significado clínico importante nas doenças renais crônicas, associado com 
inflamação e degeneração tubular. Esses cilindros também são encontrados na rejeição 
de transplantes renais e estase do fluxo urinário. 
P á g i n a | 15 
 
A presença desses cilindros representa um estágio avançado da evolução natural 
dos cilindros hialinos patológicos, sendo indicativo de lesão lubular crônica. Possui como 
característica uma "dobradinha" na cauda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cilindros Hemáticos: São cilindros hialinos que contém aglomerados de 
hemácias ou hemoglobina ao seu redor e em seu interior o relato da presença desse tipo 
de cilindro é de suma importância, pois revela sangramento no néfron, indicando uma 
doença renal de anormalidade intrínseca. Estão aliados com glomerulonefrites, infarto 
renal, endocardite bacteriana subaguda e nefrite lúpica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 16 
 
Cilindros Leucocitários: Os cilindros leucocitários mostram grânulos, podem 
conter núcleos multilobulados, são refringentes, indicam doença tubulointersticial e 
inflamação renal. A patologia mais comum em que esse tipo de cilindro pode ser 
encontrado é a pielonefrite. Também podem aparecer na glomerulonefrite, na nefrite 
intersticial e na síndrome nefrótica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cilindros de Células Epiteliais: Os cilindros epiteliais são encontrados na 
urina após a descamação das células que revestem os túbulos renais. Devido a isso, sua 
aparição sugere lesão de túbulo renal. Pode ser difícil diferenciar esse tipo de cilindro do 
cilindro leucocitário, e essa distinção pode ser realizada a partir da visualização de 
núcleos redondos no interior das células. São observados na necrose tubular aguda e nas 
infecções virais, como o citomegalovírus. 
Cilindros Granulosos: A aparição dos cilindros granulosos é comum e pode estar 
relacionada com doenças patológicas ou não. São constituídos por grânulos, pequenos ou grandes, 
originados de grumos de proteínas plasmáticas. Surgem nas doençasglomerulares, tubulares, 
intersticiais, e após estresse e intenso esforço físico. 
P á g i n a | 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cilindros Bacterianos: Cilindros bacterianos que contêm bacilos, tanto dentro 
como aderidos à matriz proteica, são observados em pielonefrite. Podem ser cilindros 
bacterianos puros ou mistos. 
 
Cilindros lipídicos ou graxos: São analisados em conjunto com corpúsculos 
ovais de gordura e gotículas de gordura livre. Estão frequentemente associados à 
síndrome nefrótica, mas também podem ser encontrados em necrose tubular tóxica, 
diabetes mellitus e em lesões por esmagamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 18 
 
Cristais 
Os sais solubilizados na urina podem sofrer precipitação devido às alterações de 
pH, temperatura e concentração. Podem aparecer na sedimentoscopia em forma de 
cristais, o que normalmente ocorre em amostras refrigeradas, ou que foram deixadas em 
temperatura ambiente por tempo prolongado. 
A maioria dos cristais não possui importância clínica. Identificá-los de maneira 
correta é de grande importância, pois uma pequena parte, embora rara e escassa, pode 
estar relacionada com determinadas patologias, como, por exemplo, lesão renal 
(cálculos), doença hepática e erros inatos do metabolismo. O pH urinário determina o tipo 
de cristal a ser precipitado 
Cristais de oxalato: É um composto químico que forma cristais monoclínicos 
aciculares (isto é em forma de agulha) com importante significado biológico, ocorrendo 
em diferentes quantidades na generalidade dos seres vivos.As pedras do rim (os cálculos 
renais) são, muitas vezes, formadas por depósitos de oxalato de cálcio 
 
 
 
Cristal de Sulfonamidas: causam danos renais, resultantes da precipitação 
do fármaco. Precipitada sob a forma de feixes de agulhas, em geral com ligação excêntrica 
e podem mostrar-se transparentes ou de cor castanha 
Se possível, consultar o setor de enfermagem (caso a urina seja de paciente 
internado) para verificar se o paciente está recebendo medicação à base de sulfa, cristais 
de sulfonamidas são solúveis em acetona. 
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Urato e Fosfato amorfo: A principal diferença entre os cristais de uratos e 
fosfatos amorfos está no pH urinário. Nas urinas ácidas, encontram-se os uratos, e nas 
alcalinas, os fosfatos. Em grandes concentrações, os uratos são macroscopicamente 
conhecidos como “poeira de tijolo”, por apresentar cor alaranjada. 
Os fosfatos possuem coloração branca e podem ser incolores, porém, 
microscopicamente aparecem como pequenos grânulos de coloração marrom 
acastanhado, e podem se dispor em agregados ou massas. Quando ocorrer a formação de 
um cristal amorfo em urina neutra (pH=7,0), devemos acidificar o meio pingando uma 
ou duas gotas de ácido acético diluído na urina para determinar qual o tipo de cristal se 
trata. 
Se o cristal for dissolvido e desaparecer, tratava-se de um fosfato amorfo, pois 
este cristal se forma em ambientes alcalinos. Porém, se o cristal mantiver sua forma é 
considerado urato. 
Em pacientes obesos, devido à hiperinsulinemia e resistência à insulina - 
relacionadas à obesidade visceral, disfunção na excreção de amônio e acidificação da 
urina no túbulo proximal causam pH urinário baixo. De fato, nos últimos anos, os 
pacientes formadores de cálculos renais apresentaram índice de massa corporal elevado 
(excesso de peso ou obesidade), aumento da circunferência da cintura e porcentagem 
elevada de gordura corporal. 
Esses achados podem estar associados ao aumento na excreção de cálcio, oxalato 
e ácido úrico, aumentando assim o risco de formação de cálculos renais. 
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Ácido Úrico: Os cristais de ácido úrico se formam em baixo pH (≤ 5,0) e são vistos 
microscopicamente em uma diversidade de formas (placas com quatro lados ou 
irregulares, prismas, formas ovais com extremidades pontiagudas e cunhas). 
Estão associados com a nefropatia da gota, níveis altos de acido úrico no 
sangue, e podem apresentar evidências de pequenos cálculos renais acomodados nos 
ureteres. Durante as fases de crescimento corporal acelerado, quando o metabolismo de 
nucleoproteínas é intenso, aparecem numerosos cristais de ácido úrico na urina de 
crianças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fosfato Triplo: Os cristais de fosfato triplo são encontrados em urinas alcalinas. 
Habitualmente possuem a forma de prisma com três a seis lados, denominados de “tampa 
de caixão”. Não possuem significado clínico importante, porém, os cristais de fosfato de 
cálcio podem ser encontrados na urina neutra ou ácida, possuem formas longas com 
extremidades pontiagudas e podem formar grupos. Ocorrem na acidose tubular renal e 
nas infecções por bactérias metabolizadoras de ureia. 
 
 
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Cristal de cistina e tirosina: Cistina e tirosina são cristais raros e são 
encontrados em urinas patológicas. Os cristais de cistina têm formato hexagonal, incolor 
e refringente, e ocorrem em indivíduos com cistinúria. Os cristais de tirosina estão 
relacionados com hepatopatia grave, e possuem formato de agulhas finas e alongadas, 
arranjadas em grumos e feixes. 
 
 
Cristal de Colesterol: Raramente são vistos, salvo se as amostras forem 
refrigeradas e associadas a distúrbios produtores de lipidúria, como na síndrome 
nefrótica. São vistos em conjunto com cilindros graxos e corpúsculos ovais gordurosos. 
São altamente birrefringentes, são semelhantes a uma placa retangular com entalhe em 
um ou mais cantos. 
 
 
 
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Cristais de Contraste Radiográficos: Possuem aparência muito 
semelhante aos cristais de colesterol e também são altamente birrefringentes. Para melhor 
diferenciação deve-se levar em conta a história do paciente e os outros resultados de 
exames de urina. 
 
Micro-organismos 
Bacilos: A composição da flora vaginal não é constante, sofrendo variações em 
resposta a fatores exógenos e endógenos. Tais fatores incluem as diferentes fases do ciclo 
menstrual, gestação, uso de contraceptivos, frequência de intercurso sexual, uso de 
duchas ou produtos desodorantes, utilização de antibióticos ou outras medicações com 
propriedades imunossupressivas. As alterações que ocorrem no meio vaginal podem 
aumentar ou diminuir as vantagens seletivas para micro-organismos específicos. Por 
exemplo, estudos têm relacionado a perda de Lactobacilos ao intercurso sexual ou ao uso 
de antibióticos. 
Entretanto outro estudo demonstrou que o coito sem o uso de condon não teve 
efeito sobre os Lactobacilos, mas elevou os níveis de Escherichia coli e bacilos gram-
negativos facultativos. Durante o ciclo menstrual ocorrem variações hormonais que 
interferem no substrato de diferentes microrganismos; tais variações, assim como o 
sangue menstrual, levam a mudanças no pH vaginal. 
Mas mesmo assim os níveis de Lactobacilos permanecem constantes através do 
ciclo, as espécies não-Lactobacilos aumentam durante a fase proliferativa e as 
concentrações de Candida albicans se tornam mais elevadas no período pré-menstrual. 
Induzir uma perturbação na microflora endógena com base apenas nos achados 
microscópicos pode desencadear a proliferação seletiva de micro-organismos que 
estavam sendo inibidos e que possam ser prejudiciais à saúde da vagina. 
 
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Fungo em brotamento: A Candida albicans é tolerante ao meio ácido, sendo 
encontrada em aproximadamente 10% a 20% das mulheres em idade reprodutiva. A 
concentração do micro-organismo é baixa, portanto a mulher portadora é assintomática. 
Entretanto, eventos que levam a um estado de imunossupressão local, como o intercurso 
sexual ou a indução local de resposta alérgica, criam condições adequadas para a 
proliferação do micro-organismo e também facilitam a transformação para a forma de 
hifas, mais invasivas. Tais situações resultam no aparecimento de vaginitesintomática. 
A produção de ácido lático parece ser essencial para a manutenção de um 
ecossistema saudável, independentemente das espécies bacterianas que possam estar 
presentes na vagina. O pH ácido resultante previne a proliferação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Trichomonas Vaginalis: Já no caso de parasitose, podemos citar a 
Trichomonas vaginalis como a parasitose mais frequente no trato genito-urinário. 
 
Espermatozoides: A urina pode conter espermatozoides, que devem ser 
observados somente em pacientes do sexo masculino acima de 60 anos, pois estão 
relacionados com ejaculação retrograda ou patologias prostáticas. Não deve ser 
mencionado se encontrado em mulheres. 
Nesse caso, apenas seria sugestivo para a solicitação de uma nova amostra, se 
houver uma grande quantidade de muco prejudicando o exame. Deve-se evitar uma 
relação sexual previamente à coleta do exame. 
 
 
 
 
 
 
 
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Referencias: UNIP (São Paulo) (Ed.). Uroanalise e Fluidos Biológicos. 2015. 
Disponível em: <file:///C:/Users/Cliente/Downloads/325280164-Uroanalise-e-Fluidos-
Biologicos-LIVRO-ANALISES-CLINICAS-pdf.pdf>. Acesso em: 06 jul. 2019. 
 BIASOLI, Dr Wander Mendes. ATLAS DO SEDIMENTO URINÁRIO. 1980. Disponível 
em: <https://controllab.com/pdf/atlas_de_sedimento_urinario_com_fotos.pdf>. Acesso 
em: 06 jul. 2019. 
CINTRA, Caio Cesar. Infecções Fungicas. 2013. Disponível em: 
<http://www.saudedireta.com.br/docsupload/1389958651capitulo8_infeccao_fungica.p
df>. Acesso em: 06 jul. 2019.

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