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Peça. Patrick

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EXCELENTÍSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA.. CRIMINAL DE ARARUAMA DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO.
Patrick, já qualificado nos autos da ação penal em epigrafe, que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado que esta assina, vem, a presença de Vossa Excelência, apresentar Tempestivamente com fulcro nos artigos 396 e 396-A ambos do Código de Processo Penal, a presente
RESPOSTA Á ACUSAÇÃO aduzindo para tanto, os fatos e fundamentos a seguir expostos.
I. NULIDADE DE CITAÇÃO: 
Conforme pode-se verificar no artigo 362 do Código de Processo Penal, caso o oficial de justiça verifique que o réu está se ocultando para não ser citado, poderá o oficial realizar a citação por hora certa. É o teor do artigo 362 do Código de Processo Penal:
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos Art. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil.
Da análise dos fatos, verifica-se que não é cabível tal citação, vez que o oficial de justiça não esgotou todos os meios para tentar citar o réu, foi a casa do mesmo uma única vez, o que caracteriza manifesta nulidade na citação.
II. DOS FATOS:
Patrick, tem uma sobrinha cujo o nome é Natália, uma jovem de 18 anos, que tem um namorado cujo o nome é Lauro.
No dia 05/03/2017, Patrick estava em sua varanda quando avistou sua sobrinha ser agredida pelo seu namorado que estava com ciúmes da mesma, desceu e tentou intervir, porém quanto mais tentava mais o namorado era agressivo com a garota, uma vez que possuía muita dificuldade de intervir pois estava com a perna enfaixada decorrente de um acidente de moto.
Porém, ao ver que as agressões não cessavam, foi até o interior de sua residência e pegou uma arma de fogo, de uso permitido, que mantinha no imóvel, devidamente registrada, tendo ele autorização para tanto, apertou o gatilho para efetuar disparo na direção de sua perna. Por circunstâncias alheias à vontade de Patrick, a arma não funcionou, mas o barulho da arma de fogo causou temor em Lauro, que empreendeu fuga e compareceu à Delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência contra Patrick.
Após a conclusão das investigações o Ministério Público ofereceu denúncia, perante o juízo competente, em face de Patrick como incurso nas sanções penais do Art. 129, § 1º, inciso III, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. Juntamente com a denúncia, vieram as principais peças que constavam do inquérito, inclusive a Folha de Antecedentes Criminais, na qual constava outra anotação por ação penal em curso pela suposta prática do crime do Art. 168 do Código Penal, bem como o laudo de exame pericial na arma de Patrick apreendida, o qual concluiu pela total incapacidade de efetuar disparos.
Contudo o oficial de justiça comparece à residência de Patrick e verifica que o imóvel se encontrava trancado. De acordo com a vizinha Maria, Patrick estava trabalhando e ficaria embarcado por 15 dias. E apenas em razão desse único comparecimento, certifica que o réu estava se ocultando para não ser citado e realiza, no dia seguinte, citação por hora certa, juntando o resultado do mandado de citação e intimação para defesa aos autos no mesmo dia.
III. DOS DIREITOS:
 
O fato narrado evidentemente não constitui crime, pois de acordo com o Art. 17 do Código Penal, não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o delito.
Pode ser notado que se trata de aplicação do instituto do crime impossível, onde se valoriza mais a vertente objetiva em detrimento da subjetiva. No crime impossível, o agente age com dolo na prática do crime e efetivamente este não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade. Porém, a tentativa não é punida pelo fato de ser impossível a consumação, logo o bem jurídico não seria colocado em risco suficiente para justificar a intervenção do Direito Penal.
Nessa situação podemos verificar que Patrick buscou praticar um crime de lesão corporal grave mediante disparo de arma de fogo. Ocorre que aquela arma era totalmente incapaz de efetuar disparos, conforme consta do laudo pericial acostado, logo houve ineficácia absoluta do meio utilizado, impedindo a punição da tentativa.
O reconhecimento do crime impossível gera a atipicidade da conduta e, consequentemente, cabível a absolvição sumária pelo fato evidentemente não constituir crime, com fulcro no Art. 397, inciso III, do CPP.
Contudo de acordo com o Art. 25 do Código Penal, haverá legítima defesa quando alguém, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem, sendo esta causa de exclusão da ilicitude, nos termos do Art. 23, inciso II, do Código Penal. Patrick agiu para proteger direito de terceiro (sua sobrinha) e para repelir injusta agressão, já que Lauro estava agredindo Natália de maneira relevante e exagerada em razão de ciúmes, bem como os meios utilizados foram moderados e necessários, já que Patrick encontrava-se imobilizado na perna e no braço, impedindo que entrasse em luta corporal sem utilizar outro meio que não a arma de fogo. É verificado também que Patrick não pretendia matar Lauro, mas apenas lesionar.
IV. PEDIDOS
A) O reconhecimento da nulidade de citação conforme art. 564, inciso III, alínea
“E” e Art. 362 do Código de Processo Penal combinado com art. 252 do Código
de Processo Civil de 2015 em razão do art. 1042 do Código de Processo Civil
de 1973.
B) Superada tal questão, deve ser absolvido sumariamente o réu pelo crime
impossível e legítima defesa de terceiro conforme artigos 17 e 25 do Código
Penal e art. 397, inciso I e III do Código de Processo Penal.
V. CONCLUSÃO:
Diante do exposto, requer-se a absolvição sumária do acusado. Caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, a defesa apresente abaixo o rol de testemunha de defesa que serão ouvidas na audiência concentrada a ser designada.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 09 de março de 2018.
Advogado
OAB-xx
ROL DE TESTEMUNHAS:
1 - Natália.										 2 - Maria – Vizinha								 3 - José - Vizinho

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