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artigo - mastite bovina

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Leme 
2018 
 
JOSÉ EUGENIO DA SILVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MASTITE BOVINA 
 
 
Leme 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MASTITE BOVINA 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Faculdade Anhanguera Educacional, como 
requisito parcial para a obtenção do título de 
bacharel em Medicina Veterinária. 
 
Orientador: Sarah Crespo 
 
 
 
JOSÉ EUGENIO DA SILVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOSÉ EUGENIO DA SILVEIRA 
 
 
MASTITE BOVINA 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Faculdade Anhanguera Educacional, como 
requisito parcial para a obtenção do título de 
bacharel em Medicina Veterinária. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Leme,11 de dezembro de 2018 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Primeiramente quero agradecer a Deus, porque sempre tive esse sonho de me 
tornar veterinário! 
Ao filho Douglas, por ter me motivado e relembrando o grande sonho da minha 
vida. À minha esposa Valéria, aos filhos Hudson e Débora, pelo apoio incondicional e 
que foi me passado na medida do possível. 
Ao professor, José Ricardo Matos Varzone, na época coordenador de curso, 
pela recepção e incentivo à iniciar meus estudos nessa instituição de ensino. 
À todos os professores, pelos ensinamentos durante esses anos de estudo. 
Aos meus colegas de classe, especialmente à líder, Valmari Ramos Correia 
Souza e, ao nosso grupo de trabalho e estudo. À Jaqueline Alves de Godoy Carraro, 
Larissa Cristina da Cunha, Mayara Cristina Rompato de Almeida, Marília Ferreira de 
Souza, Letícia de Oliveira Matias Silva e Maria Aparecida Porfirio de Andrade, e, 
também, à todos meus colegas de classe pelo respeito que tem para comigo. 
 
 
 
 
Obrigado a todos
SILVEIRA, José Eugênio da. Mastite Bovina. 2018. 19 Trabalho de Conclusão de 
Curso (Graduação em Medicina Veterinária) – Anhanguera Educacional, Leme, 2018. 
 
RESUMO 
Objetivou-se com a realizaçao deste trabalho elaborar uma revisão de literatura sobre 
a mastite bovina. Os objetivos especificos foram: descrever quais são os princiais 
fatores que levam à ocorrência da mastite bovina e os sinais clinicos que aparecem 
nas vacas acometidas; entender e discutir quais os principais meios de diagnostico e 
tratamento para essa enfermidade, e; os principais meios de prevenção. Para a 
elaboraçao desta revisão, realizou-se buscas de trabalhos cientificos no Google 
Acadêmico e Sicielo, além de serem utilizados livros de medicina de grandes animais, 
produção leiteira e qualidade do leite. Utilizou-se tambem como base, a Instruçao 
Normativa vigente para qualidade do leite no país. E tomou-se como base para 
elaboraçao os artigos publicados nos últimos dez anos. O leite bovino é a principal 
fonte de alimentação em todo o mundo, por isso preservar e garantir com que a sua 
produção seja de qualidade é de extrema importância. Com o estudo bibliográfico 
realizado, pode-se concluir que a qualidade do leite é afetada diretamente pela 
ocorrência de mastite no rebanho. Conclui-se também, que a mastite bovina ocorre 
por falhas de manejo higiênico-sanitário em todo o processo de extração do leite e 
que, ela ocorre pela contaminação microbiana na teta das vacas. A sua sintomatologia 
vai variar conforme o tipo de apresentação, a qual pode ser subclínica ou clínica e 
realizar os testes de contagem de células somáticas e o Californian Mastitis Testis é 
de fundamental importância para se chegar a um diagnóstico e com isso implementar 
ações de prevenção e erradicação da doença nos rebanhos. 
 
Palavras-chave: contagem de celulas somáticas; qualidade; leite; vacas leiteiras. 
 
SILVEIRA, José Eugênio da. Mastite Bovina. 2018. 19. Undergraduate thesis– 
Anhanguera Educacional, Leme, 2018. 
 
ABSTRACT 
The objective of this work was to elaborate a literature review on bovine mastitis. The 
specific objectives were: to describe the main factors that lead to the occurrence of 
bovine mastitis and the clinical signs that appear in the affected cows; understand and 
discuss the main means of diagnosis and treatment for this disease; the main means 
of prevention. For the preparation of this review, research was done on scientific work 
in Google Academic and Sicielo, in addition to being used medical books of large 
animals, milk production and milk quality. The current Normative Instruction for milk 
quality in the country was also used as a basis. And the articles published in the last 
ten years have been taken as basis for the elaboration. Bovine milk is the main source 
of feed throughout the world, so preserving and ensuring that its production is of quality 
is of the utmost importance. With the bibliographic study, it can be concluded that milk 
quality is directly affected by the occurrence of mastitis in the herd. It is also concluded 
that bovine mastitis occurs due to hygienic-sanitary management failures throughout 
the milk extraction process and that it occurs through the microbial contamination in 
the cow's teat. Its symptoms will vary depending on the type of presentation, which 
may be subclinical or clinical and perform the somatic cell count tests, and the 
Californian Mastitis Testis is of fundamental importance in order to arrive at a diagnosis 
and in this way implement preventive measures and eradication of the disease in 
herds. 
 
Key-words: counting somatic cells; quality; milk; dairy cows. 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................8 
2. ETIOPATOGENIA E SINAIS CLINICOS DA MASTITE BOVINA...........................9 
3. DIAGNOSTICO DA MASTITE.................................................................................... 12 
4. TRATAMENTO, CONTROLE E PREVENÇÃO DA MASTITE ............................. 14 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 16 
 REFERÊNCIAS............................................................................................................. 17 
 
 
 8 
1. INTRODUÇÃO 
O Brasil possui um rebanho bovino com aproximadamente 202 bilhões de 
cabeças (IBGE, 2011). A aquisição de leite no país foi de 4,906 bilhões de litros no 
segundo trimestre de 2010, o que provocou aumento de quase 14,2% sobre o 
segundo trimestre de 2009. A produção total de leite no país no ano de 2010 foi de 
30.715 milhões de litros (IBGE, 2011), estimando-se produção em torno de 32.296 
milhões de litros no ano de 2011 (EMBRAPA GADO DE LEITE, 2012). No acumulado 
do ano de 2010, a produção de leite teve aumento de 9,9% sobre a produção apurada 
em 2009 (IBGE, 2011). 
A mastite é a principal doença relatada na literatura e que acomete com maior 
frequencia os rebanhos bovinos leiteiros. Ela é responsavel por aproximadamente 
25% das percas na produção. A sua ocorrencia se da principlamente por erros de 
manejo higiênico-sanitário no pré e pós ordenha, bem como nos equipamentos 
utilizados para a retirada e armazenamento do leite. A mastite bovina provoca, além 
das percas econômicas, alterações na glândula mamária das vacas, afetando o seu 
estado de saúde e seu bem estar e, consequentemente, ocasiona redução na 
qualidade do leite. Todos esses fatores levam a percas economicas na produção e no 
mercado pecuario nacional. 
Será que com o conhecimento e o estudo aprofundado sobre a mastite bovina, 
bem como dos métodos de prevenção e controle desta patologia, auxilia na redução 
e até mesmo a erradicação de sua ocorrencia nos rebanhos? Para responder a esse 
questionamento, objetivou-se com a realizaçao deste trabalho elaborar uma revisão 
de literatura sobre a mastite bovina. 
Os objetivos especificos foram: descrever quais são os princiais fatores que 
levam à ocorrênciada mastite bovina e os sinais clinicos que aparecem nas vacas 
acometidas; entender e discutir quais os principais meios de diagnostico e tratamento 
para essa enfermidade, e; os principais meios de prevenção. 
Para a elaboraçãoo desta revisão, realizou-se buscas de trabalhos cientificos 
no Google Acadêmico e Sicielo, além de serem utilizados livros de medicina de 
grandes animais, produção leiteira e qualidade do leite. Utilizou-se tambem como 
base, a Instruçao Normativa vigente para qualidade do leite no país. As plavras-chave 
utitilizadas foram: contagem de celulas somáticas; qualidade; leite; vacas leiteiras. E 
tomou-se como base para elaboraçao os artigos publicados nos últimos dez anos. 
 
 9 
2. ETIOPATOGENIA E SINAIS CLINICOS DA MASTITE BOVINA 
A mastite ou mamite é uma inflamação da glândula mamária que pode ser 
causada por micro-organismos patogênicos que entram pelo canal do teto, por meio 
de lesões químicas ou mecânicas. Esta doença é agrupada conforme à sua origem e 
modo de transmissão (SILVEIRA; SANTOS, 2014). 
A incidência de mastite aumenta quando a defesa mecanismos da glândula 
mamária estão comprometidos. O gado leiteiro é exposto a numerosos fatores 
fisiológicos e ambientais que podem comprometer a imunidade do hospedeiro e 
aumentar a incidência de mastite. Por exemplo, ênfase em genética seleção para 
maximizar a produção de leite aumentou estresses metabólicos associados à síntese 
do leite e secreção e uma correlação negativa existe entre capacidade de produção 
de leite e resistência à mastite (SORDILLO, 2005). 
A mastite pode se apresentar de forma clínica ou subclínica. A primeira refere-
se a forma da doença onde são perceptíveis a olho nu as alterações que ocorrem na 
glândula mamaria das vacas e, a segunde refere-se as alterações não visíveis a olho 
nu (FONSECA e SANTOS, 2000). 
Os principais microrganismos causadores de mastite são convencionalme nte 
agrupados, quanto à sua origem e ao modo de transmissão, em dois grupos: agentes 
das mastites contagiosas e agentes das mastites ambientais (Fonseca & Santos, 
2001). Os agentes causadores das mastites contagiosas são os micro-organismos 
adaptados a sobreviverem dentro do animal com ou sem mastite. Estes são 
transmitidos por meio da ordenha, mãos do ordenhador, de um teto infectado para 
outro, pelo bezerro e por qualquer fômite utilizado na pré/pós-ordenha (BRESSAN, 
2000; DOMINGUES e LANGONI, 2000). Os agentes causadores das mastites ambientais, 
são micro-oganismos que não estão adaptados a sobreviverem no organismo do 
hospedeiro se causar alteração, por isso eles são associados a causarem mastites do 
tipo clínica. Os principais patógenos são as bactérias, responsáveis por mais de 90% 
dos casos dessa doença em bovinos (SANTOS, 2007). Essa infecção se dá pelo fato 
de o teto ser fechado fisicamente pelo músculo esfíncter, que o mantém firme e, 
possuir uma queratina que o reveste. Quando essa queratina não é eficiente, ocorre 
inserção das bactérias presentes no ambiente e equipamentos de ordenha no teto, 
provocando então uma alteração nas células de defesa do organismo animal 
(PHILPOT, 2002; NEVES, 2011; SORDILLO, 2002). 
 10 
Os sintomas da mastite variam conforme a origem e estagio da infecção, com 
a resistência individual de cada animal, com a produção leiteira ou com a fase da 
lactação. Sendo essencial o diagnóstico a campo para avaliar se a doença está sob a 
forma clínica ou subclínica (VEIGA, 1998). 
 
2.1 MASTITE BOVINA SUBCLÍNICA 
É a forma de mastite que não apresenta sinais que podem ser visualizados a 
olho nu. Devido essa característica, na maior parte dos casos de ocorrência, ela passa 
despercebida pelo ordenhador, o que aumenta a sua ocorrência no rebanho, pois 
pode contaminar várias vacas. Essa é a forma de mastite mais frequente nos rebanhos 
bovinos e é responsável por aproximadamente 20% das perdas na produção (DIAS, 
2007; SAAB et al., 2014). 
A principal característica da mastite clínica é a alteração nas células somáticas 
de descamação do epitélio da glândula mamaria, que ocorre devido a infecção dos 
tetos por micro-organismos. Essa infecção causa aumento de células sanguíneas de 
defesa (Células somáticas), promovendo maior descamação celular excretado no leite 
(CHAPAVAL; PIEKARSKI, 2000). 
A mastite, principalmente a mastite subclínica, que tem sinais clínicos pouco 
evidentes, é comumente detectada através do Teste Californiano de Mastites que 
evidencia o aumento das células somáticas no leite (RUEGG et al., 2010). 
 
2.2 MASTITE BOVINA CLÍNICA 
 
A mastite clínica é classifica em três tipos: leve, moderada e aguda. Na 
apresentação clínica leve, observa-se apenas alterações no leite, como grumos, 
leite aguado e/ou com traços de sangue. Esta pode ocorrer em qualquer fase da 
lactação, e geralmente, é de origem bacteriana. Na forma moderada, corre algumas 
alterações sistêmicas e no leite; a mama se apresenta com inchaço, vermelhidão, 
edema, enrijecimento do quarto mamário afetado. Na mastite clínica aguda, 
ocorrem além de alteração no leite e na mama (endurecimento do teto), febre, 
depressão acentuada, pulsação fraca, olhos fundos, fraqueza e anorexia, levando 
o animal a morte em caso de não intervenção medicamentosa. A fase aguda, 
geralmente é ocasionada por bactérias ambientais gram positivas e negativas 
(FONSECA e SANTOS, 2000). 
 11 
Em casos em que há inflamação excessiva, pode haver alteração nos 
mecanismos de defesa e agravar os danos nos tecidos das mamas e surgir assim, 
mastites mais severas e prognósticos reservados (SORDILLO, 2005). As bactérias 
gram-negativas são os agentes etiológicos mais frequentes nos casos clínicos de 
mastite ambiental, e são representadas por: Escherichia coli, Klebsiella sp. e 
Enterobacter sp. Outras espécies gram-negativas que também causam infecções 
intramamárias são: Serratia sp., Pseudomonas e Proteus (HOGAN, 2003). 
Nas formas agudas, o diagnóstico é realizado considerando-se os sinais 
clínicos, onde no primeiro caso, observa-se o aparecimento súbito de febre, perda de 
apetite, apatia, dispnéia e relutância em se locomoverem. Nos casos de mastite 
gangrenosa, o úbere apresenta coloração azulada e com aspecto edematoso 
(ANDERSON et al. 2004; MOTA, 2008). Contudo, o exame físico não deve ser 
utilizado como método diagnóstico de forma isolada, sendo imprescindível a 
associação com outras técnicas diagnósticas, como a lactocultura (NUNES et al., 
2008). 
 
 12 
3. DIAGNÓSTICO DA MASTITE 
A mastite é uma doença de difícil controle e erradicação, apesar do grande 
impacto econômico, sobretudo por sua forma subclínica, que passa despercebida 
entre os animais do rebanho leiteiro. A freqüência das formas clínica e subclínica é 
um parâmetro consagrado para avaliação do estado sanitário do úbere. Entretanto, o 
diagnóstico precoce desempenha papel fundamental neste processo. Os testes 
diagnósticos podem ser realizados no campo ou laboratório: os de campo são mais 
simples e podem ser realizados diariamente no momento da ordenha, destacando-se 
a caneca telada e o CMT (California Mastitis Test). Os laboratoriais são prova de 
whiteside, CCS (Contagem de células somáticas), cultura e antibiograma (RIBEIRO 
JUNIOR et al., 2008). 
O CMT é um método indireto, que avalia a quantidade de células somáticas do 
leite, sob a ação de um detergente aniônico capaz de romper a membrana celular. Ele 
foi descrito por Schalm e Noorlander em 1957, como um teste que é realizado a 
campo, onde utiliza-se a adição de um detergente a uma amostra de leite com uma 
elevada contagem de células irá lisar as células, libertar ácidos nucleicos e outros 
constituintes e conduzir à formação de uma consistência de matriz semelhante a gel. 
No entanto, a interpretação pode ser subjetiva, e isso pode resultar em falsos positivos 
e negativos (VIGUIER et al., 2009). 
O princípio do CMT baseia-se na estimativa da contagemde células somáticas 
no leite por meio de uma escala de escores visuais quando o leite é utilizado com um 
reagente (detergente aniônico neutro e um indicador de pH). O reagente do CMT 
rompe a membrana das células presentes na amostra de leite e libera o material 
nucléico (DNA), o qual possui alta viscosidade. Sendo assim, quanto maior a 
viscosidade do leite, maior é o conteúdo celular da amostra. Desta forma, o resultado 
do teste é avaliado em função do grau de gelatinização da mistura de partes iguais (2 
mL) de leite de cada quarto mamário e reagente. Os resultados são expressos em 5 
escores: negativo, traços, +, ++ ou +++, os quais apresentam boa correlação com a 
contagem de células somáticas da amostra (SANTOS, 2013). 
Para a realização do CMT, é necessário utilizar amostra de leite antes da 
ordenha (depois do descarte dos primeiros jatos de leite), pois neste momento da 
ordenha o teor de gordura do leite é baixo e não interfere nos resultados visuais de 
escore do CMT. Além disso, deve-se evitar a presença de esterco ou outras sujidades 
nas amostras de leite antes da realização do CMT. Os escores de CMT +, ++ e +++ 
 13 
são indicativos de mastite subclínica, enquanto que o escore “traços” indica uma 
possível infecção. Resultados negativos indicam que o quarto mamário está sadio. 
Ainda que possa ser um teste muito útil, o CMT apresenta algumas limitações, entre 
as quais a principal é a subjetividade de interpretação dos escores, uma vez que os 
resultados são visuais e dependem do treinamento da pessoa que realiza o CMT. 
Além disso, a relação entre os escores e a CCS média da amostra de leite é variável, 
o que indica que o CMT não tem capacidade de detecção das vacas na fase inicial da 
mastite ou mesmo quando a CCS está próxima do limiar de 200.000 células/ml. Estas 
limitações são especialmente relevantes (SANTOS, 2013). 
Um dos principais meios de diagnóstico da mastite subclínica é a contagem 
celular somática (CCS), pois ela está diretamente relacionada a qualidade do leite e o 
seu rendimento industrial. Além de, indicar o estado sanitário das glândulas mamárias 
das vacas, podendo sinalizar para perdas significativas de produção e alterações da 
qualidade do leite (BRASIL et al., 2012). 
O aumento da CCS do leite nos casos de mastite se dá pela maior passagem 
de leucócitos do sangue para glândula mamaria, aliada à maior descamação do 
epitélio lesado. Portanto quando há presença de um micro-organismo patogênico na 
glândula mamaria, geralmente a contagem de CCS se apresenta elevada (FONSECA; 
SANTOS, 2000). Ela é uma ferramenta importante para o diagnóstico da mastite 
subclínica, sendo aceita internacionalmente como medida padrão para determinar a 
qualidade do leite monitorar a saúde da glândula mamaria (SIMITH; HOGAN, 1998). 
A determinação da CCS em leite bovino pelo método direto, consiste em fazer 
a contagem direta das células, geralmente com o uso de corante eu tingem as células 
somáticas deixando-as diferenciadas para a contagem das células em si ou de 
estruturas celulares (RODRIGUES, 2008). 
O teste de Caneca Telada, segundo Santos et al. (2010), também é um método 
indireto que permite identificar os casos de mastite clínica conforme a presença de 
secreção anormal (flocos, grumos ou anormalidade na coloração ou na consistência), 
como representado. 
Existem diversas metodologias quanto à coleta de amostras de leite para 
avaliação da prevalência de mastite num rebanho. Pode-se avaliar o leite de todas as 
vacas em lactação, somente dos casos clínicos ou dos quartos mamários com 
contagens de células somáticas elevadas segundo o California Mastitis Test, ou do 
leite do tanque refrigerador (BRAMLEY et al., 1996). 
 14 
4. TRATAMENTO, CONTROLE E PREVENÇÃO DA MASTITE 
Não é possível manter as vacas em um ambiente livre de patógenos e, por isso, 
não se considera a possibilidade de erradicação de todos eles, optando-se por 
programas de controle que mantenham as infecções em um nível que não 
comprometa a produtividade dos rebanhos. Para que um programa de controle da 
mastite tenha sucesso, dois objetivos devem ser considerados: prevenir a ocorrência 
de novas infecções e reduzir a duração das infecções existentes Para que esses 
objetivos sejam alcançados, deve-se considerar a aplicação de práticas que permitam 
diminuir a exposição das extremidades das tetas aos patógenos e aumentar a 
resistência da vaca às infecções intramamárias (BRITO; BRITO, 1998). 
Dependendo da forma de apresentação da mastite, a estratégia de tratamento 
da mastite pode ser hiperaguda, aguda, subaguda ou subclínica, e do estado sanitário 
do rebanho, incluindo o histórico da mastite. Um aspecto importante da terapia é a 
exata identificação positiva do animal que está sendo tratado e registro de 
informações de relevância clínica e laboratorial, tratamentos que estão sendo 
empregados e monitoração da resposta (SOARES et al., 2008). 
A duração das infecções pode ser reduzida aumentando-se a velocidade com 
que elas são eliminadas e isso é conseguido por meio de quatro estratégias: a. 
tratamento à secagem, terapia durante a lactação, descarte seletivo de animais e, 
recuperação espontânea (BRITO; BRITO, 1998). 
O tratamento de vacas é mais efetivo com infusões de antibióticos no final da 
lactação e não ao longo dela. Esta terapia e conhecida como Terapia da vaca Seca e 
consiste em aplicar antibióticos por via intramamária no dia da secagem da vaca. Os 
antibiotios mais utilizados possuem ação tanto contra microrganismos gram positivos 
quanto contra gram negativos (BRADLEY; GREEN, 2001). Em animais com casos 
clínicos, deve-se tratar com antibióticos específicos e que de preferência não 
apresente resíduos no leite, caso contrário, esse animal em tratamento deve ter eu 
leite retirado do tanque, pois e considerado como improprio para consumo. 
Animais que apresentem CMT ou caneca Telada Positivo, devem ser retirados 
do rebanho ou pelo menos passar pela linha de ordenha em último lugar. Dessa forma, 
evita-se o contagio para outros animais (MENEZES et al, 2015). 
Par se obter o controle efetivo da mastite, deve-se diminuir a exposição dos 
tetos aos patógenos, por meio de um controle higiênico-sanitário, com os objetivos de 
diminuir a taxa de colonização dos tetos e desinfetar a superfície dos tetos 
 15 
colonizados. No primeiro caso, a atenção deve estar voltada para o correto manejo de 
ordenha, evitar a utilização de panos ou esponjas em mais de uma vaca, instituir 
treinamento aos ordenhadores e fazer a desinfecção das teteiras após a ordenha. Na 
desinfecção da superfície dos tetos, deve-se realizar o pré-dipping e o pós-dipping, 
que é a imersão completa dos tetos em solução desinfetante. Deve-se também, 
realizar um adequado manejo nutricional e instituir o tratamento de vacas secas, o 
tratamento de vacas em lactação e o de novilhas no pré-parto (FONSECA; SANTOS, 
2000). 
O uso de fármacos e produtos com atividade antimicrobiana e antisséptica em 
programas de controle da mastite é preocupante em todo o mundo, principalmente 
pela multirresistência desenvolvida por micro-organismos, como também pela 
veiculação de resíduos para os alimentos e para o ambiente. Pesquisas recentes vem 
relatando a eficiência do uso de produtos fitoterápicos no controle e tratamento da 
mastite bovina, tais como o uso de óleos essênciais do Alecrim-pimenta (ALMEIDA et 
al. 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O leite bovino é a principal fonte de alimentação em todo o mundo, por isso 
preservar e garantir com que a sua produção seja de qualidade é de extrema 
importância. Com o estudo bibliográfico realizado, pode-se concluir que a qualidade 
do leite é afetada diretamente pela ocorrência de mastite no rebanho. Conclui -se 
também, que a mastite bovina ocorre por falhas de manejo higiênico-sanitário em todo 
o processo deextração do leite e que, ela ocorre pela contaminação microbiana na 
teta das vacas. A sua sintomatologia vai variar conforme o tipo de apresentação. 
Realizar os testes de diagnóstico, como o CMT e o teste de CCS é de 
fundamental importância para se chegar a um diagnóstico e com isso implementar 
ações de prevenção e erradicação da doença nos rebanhos. 
 
 17 
REFERÊNCIAS 
ALMEIDA, A.C. et al. Toxicidade aguda dos extratos hidroalcoólicos das folhas de 
alecrim-pimenta, aroreira e barbatimão e do farelo da casca de pequi administrados 
por via intraperitoneal. Ciência Rural, v. 40, n.1, p. 200-204, 2010. 
Anderson D.E., Hull B.H., Pugh D.G. 2004. Enfermidades da glândula mamária, p.379-
399. In: Pugh D.G. (Eds), Clínica de Ovinos e Caprinos. Roca, São Paulo. 
BRADLEY, A. J.; GREEN, M. J. An investigation of the impact of intramammary 
antibiotic dry cow therapy on clinical coliform mastitis. Journal of Dairy Science, v. 
84, n. 7, p. 1632-1639, 2001. 
BRAMLEY, A. J. et al. Current concepts of bovine mastitis. 4. ed. Madison: National 
Mastitis Council, 1996, 64 p. 
BRESSAN, M.; MARTINS, C.E.; VILELA, D. Sustentabilidade da pecuária de leite 
no Brasil. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2000. 206p. 
BRITO, J.R.F; BRITO, M.A.V.P Programas de controle das mastites causadas por 
microrganismos contagiosos e do ambiente. Embrapa Gado de Leite-Documentos 
(INFOTECA-E), 1998. 
BUENO, V. F. F.; MESQUITA, A. J. de.; NICOLAU, E. S.;OLIVEIRA, A. N. de.; 
NEVES, R. B. S.; MANSUR, J. R. G.; THOMAZ, L. W. Contagem celular somática: 
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