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Direito Tributário XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2018.1) Por ocasião da importação de equipamentos eletrônicos realizada pela pessoa jurídica PJ, a União entendeu que o recolhimento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) por parte da contribuinte havia sido realizado de forma incorreta. De acordo com a União, no caso de desembaraço aduaneiro, o IPI deveria incidir sobre o valor correspondente a 200% do preço corrente dos equipamentos no mercado atacadista da praça do remetente, acrescido do Imposto de Importação (II), das taxas exigidas para a entrada do produto no país e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador. Assim, considerando equivocado o recolhimento do tributo, a União determinou a apreensão dos equipamentos, bem como a interdição do estabelecimento da pessoa jurídica, até pagamento integral do montante devido. Lavrado auto de infração para a cobrança dos valores supostamente devidos, a pessoa jurídica PJ, inconformada com esta situação, decide apresentar medida judicial para a desconstituição do crédito tributário e, nesse sentido, contestar as medidas adotadas pela Fazenda Nacional. Diante dos fatos narrados, sabendo que as medidas adotadas pela Fazenda Nacional datam de mais de 120 dias e estão causando prejuízos irreparáveis e que não há processo judicial em trâmite a respeito desse caso, redija a peça processual adequada para a garantia dos direitos da pessoa jurídica PJ, que pretende ver a União condenada em honorários de sucumbência. (Valor: 5,00) Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA __ VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO PJ, pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrita no CNPJ sob o n..., endereço eletrônico..., com sede na Rua..., n..., Cidade..., Estado..., CEP..., representada nos termos do inciso VIII do artigo 75 do código de Processo Civil, por seu Diretor..., nacionalidade..., estado civil..., portador do RG n..., e do CPF n..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., n..., Cidade..., Estado..., CEP..., conforme contrato social em anexo, através de seu advogado subscrito, com fulcro no artigo 38 da Lei 6.830/80, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, oferecer a presente AÇÃO ANULATÓRIA DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO C/C PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA em face da UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público, inscrita no CNPJ sob o n..., representada judicialmente pela Procuradoria da Fazenda Nacional, podendo ser encontrado na Rua..., n..., Cidade..., CEP..., pelo que passa a expor e ao final requer: I – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO O autor manifesta-se peça desnecessidade da audiência de conciliação, haja visto se tratar de direito que não admite autocomposição, conforme art. 334, §4°, II, do CPC. II – DOS FATOS A parte requerida determinou a apreensão dos equipamentos eletrônicos importados pela requerente, alegando que o recolhimento do Imposto sobre Produtos Industrializados por parte da contribuinte havia sido feito de forma equivocada, e por isso, o IPI deveria incidir sobre valor correspondente a 200% do preço corrente dos produtos no mercado atacadista da praça do remetente. Aduziu ainda, que o referido valor deveria ser acrescido do Imposto de Importação, das taxas exigidas em virtude de desembaraço aduaneiro. Não bastasse tudo isso, a Fazenda Nacional, ora requerida, preceituou a interdição do estabelecimento da pessoa jurídica, até o pagamento integral do montante devido. Tais medidas foram tomadas há mais de 120 dias e vêm causando prejuízos irreparáveis à parte autora. III – DO DIREITO a) Do Cabimento Torna-se descabido a impetração de mandado de segurança na presente ação, uma vez que já houve o lapso temporal de 120 dias, desde que a União Federal adotou as medidas contestadas pela parte autora, o que atrai a incidência do prazo decadencial do art. 23 da Lei n. 12.016/09. Assim, no presente caso, resta cabível o ajuizamento de ação anulatória com o escopo de desconstituição do crédito tributário, nos termos do que clarifica o art. 38 da Lei 6.830/1980 – LEF. b) Dos Fundamentos Jurídicos Diferentemente do que alega, incorretamente, a requerida, conforme letra do artigo 47, inciso I, alíneas a, b e c, do Código Tributário Nacional, a base de cálculo do IPI é o preço normal do produto, acrescido do Imposto de Importação, das taxas exigidas para a entrada do produto no país e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou deles exigíveis. Deve-se ainda, ressaltar que de forma alguma é permitida a detenção de mercadorias como meio de coercivo para receber o pagamento de tributos, de acordo com a Súmula 323 do STF. Vejamos ainda, o que determina a Súmula 70 do STF: “É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo ara cobrança de tributo.” O que confirma mais um ponto equivocado das medidas tomadas pela Fazenda Nacional, claramente configurando um verdadeiro ato de confisco. IV – DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA O art. 300 do CPC demonstra que uma vez presentes os requisitos “fumus boni iuris” e “periculum in mora”, o magistrado poderá deferir a tutela de urgência, quando solicitada. Como ficou demonstrado, o fundamento jurídico, ou seja, a probabilidade do direito está prejudicada, em razão da flagrante ilegalidade das medidas adotadas pela União. Presente também, o perigo de dano ou ao resultado útil do processo, já que tais medidas estão causando prejuízos irreparáveis, bem como, não há processo judicial em trâmite. V – DOS PEDIDOS Pelo exposto, requer que: a) Seja dispensada a audiência de conciliação por se tratar de direito que não admite autocomposição, conforme art. 334, §4°, II, do CPC; b) Haja pela concessão da tutela provisória de urgência para imediata liberação das mercadorias apreendidas, para que cesse a interdição do estabelecimento e para suspender a exigibilidade do crédito tributário até o desfecho da causa; c) Cite-se a parte ré para que possa contestar a presente ação; d) Haja pela procedência da ação, determinando a desconstituição do crédito tributário, convalidando a liberação dos equipamentos apreendidos e determinando a desinterdição do estabelecimento comercial; e) Seja o réu condenado ao ressarcimento das custas processuais e ao pagamento dos honorários advocatícios, nos termos do art. 85, §3°, do CPC; f) Defira-se por todos os meios de provas em direito admitidos, conforme o art. 319, VII, do CPC; Dá-se à causa o valor de R$... Termos em que Pede deferimento. Local... Data... Advogado OAB
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