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CUAD – CONCRETO DE ULTRA ALTO DESEMPENHO Propriedades e Características O termo “desempenho” do CUAD refere-se não apenas a resistência mecânica, mas também a trabalhabilidade, a estética, o acabamento, a integridade, e, principalmente, a durabilidade. Assim como os CAD (Concretos de Alto Desempenho) são uma evolução frente ao CC (Concreto Comum), a evolução do CAD é o Concreto de Ultra-Alto Desempenho (CUAD). Existem vários tipos de CUAD e o CPR (Concreto de Pós Reativos) é o tipo que tem sido mais estudado e utilizado. Os primeiros que surgiram foram o DSP (“Densified with Small Particles” ou Densificado com Partículas Pequenas) e o MDF (“Macro Deffect Free” ou Livre de Macros Defeitos). O procedimento para obtenção do DSP, do MDF e do CPR é similar, todos devem utilizar partículas finas, consumo elevado de adições minerais e de aditivos superplastificantes, para trabalhar-se com a menor relação agua/agregado possível. O princípio do CPR é a ausência de agregado graúdo, com tamanho médio das partículas de 0,2 mm, daí o seu nome Concreto de Pós Reativos, sendo, sob o ponto de vista granulométrico, uma argamassa e não um concreto, ao qual podem ser adicionadas fibras. Como as propriedades apresentadas são as mesmas do concreto em grau muito mais elevado, o termo concreto prevaleceu em função do desempenho deste material. A ideia básica desse novo tipo de concreto foi eliminar os inconvenientes dos agregados graúdos, como as possíveis oclusões ou vazios internos, eliminação da zona de transição e aumento da superfície do esqueleto granular. Pelo efeito da maior superfície específica, a distribuição das cargas incidentes sobre os grãos é mais homogênea, diminuindo a concentração de tensões em eventual falha da microestrutura, assim, aumentando a resistência última do material. Propriedades e Características - CPR Este novo concreto buscou eliminar os inconvenientes trazidos dos agregados graúdos, como oclusões (obstruções de aberturas) e vazios internos, eliminação de zonas de transição e aumento da superfície do esqueleto granular (agregados finos possuem maior superfície). Pelo efeito da maior superfície específica, a distribuição das cargas incidentes sobre os grãos é mais homogênea, diminuindo a concentração de tensões em eventual falha da microestrutura, assim, aumentando a resistência última do material. Sabe-se que, quanto menor a dimensão dos grãos, maior é a superfície específica, maior a reatividade química e ligações secundárias Dessa forma, os grãos de agregados finos não ficam em contato um com os outros, evitando as tensões de contato e possíveis falhas nesses locais. O conceito de CPR se baseia em três princípios básicos: • Aumento da homogeneidade do material pela eliminação das partículas grossas, limitação da areia para prevenir que entrem em contato entre si na pasta endurecida, melhoria nas propriedades mecânicas da pasta de cimento hidratada e eliminação da zona de transição nas interfaces pasta/agregados; • Aumento da compacidade pela otimização das dimensões dos grãos dos pós da mistura e, quando possível, pela compressão exercida durante o endurecimento; • Refinamento da microestrutura da pasta hidratada por tratamento de calor. A maior quantidade de poros no concreto comum está ao redor de 70ηm, no concreto de alto desempenho de 15ηm e no concreto de pós reativos em 2ηm., Para este último, praticamente todos os poros são inferiores a 10ηm. Composição – CUAD 1. Cimento: os cimentos recomendados são o CPI (não utilizado atualmente no mercado) e o CPV ARI, que são os mais reativos, com rápida hidratação; 2. Sílica Ativa: é um pó extremamente fino que pode substituir até 25% do cimento do CUAD. A sílica ativa consome hidróxido de cálcio/portlandita (subproduto da hidratação do clínquer), conforme a reação pozolância demonstrada abaixo: H2O + SiO2 + Ca(OH)2 = C-S-H secundário Porém, como é utilizado uma grande quantidade deste mineral, chega uma hora que não há mais hidróxido de cálcio para ser consumido. Assim, a sílica começa a atuar como um micro filer, preenchendo os pequenos vazios na zona de transição e entre os agregados, provocando o refinamento dos poros e consequentemente, deixando o concreto mais resistente. Efeito conhecido como “efeito filer”; 3. Pó de Quartzo: utilizado para conferir boa compacidade, com granulometria máxima de 10µm; 4. Agregado miúdo: no caso do CUAD, é utilizado areia fina com granulometria máxima de 0,5mm, pois assim a pasta fica mais homogênea; 5. Microfibras: geralmente são de aço, com granulometria máxima de 0,2mm. Conferem ductibilidade e auxiliam no processo de coesão, impedindo o aparecimento de fissuras; 6. Aditivo Superplastificante: confere boa trabalhabilidade e auxilia no fato da relação água/cimento ser tão baixa, cerca de 0,1 a 0,2; 7. Água. Cura - CUAD • Altas temperaturas são necessárias. O ideal é entre 200 a 300°C pois permite que as reações pozolânicas (neste caso, a reação da sílica ativa) sejam aceleradas, que os efeitos de hidratação aumentem e que o tamanhos dos poros do CUAD diminuam; • Alta pressão; • Necessidade de um central de vapor; Vantagens • De peças leves, com baixo custo de manutenção e maior vida útil, se comparadas ao concreto preparado com materiais convencionais; • Sua estrutura muito compacta após a cura, devido aos minerais ultrafinos, torna esse concreto pouco poroso e pouco permeável à umidade, aos gases e substâncias agressivas do ambiente. Portanto, ele é mais durável e resistente à corrosão; • A alta resistência à torção e a compressão oferecida pelo material possibilita também a execução de estruturas mais leves – tanto em volume quanto em peso – , com baixo custo de manutenção e uma vida útil muito maior, se comparada à do concreto preparado com materiais convencionais; • Empresas fabricantes pesquisam outros usos para ele, como em estruturas resistentes a incêndios, impacto de explosões, nas edificações de alta segurança para centrais nucleares, ou na execução de contêineres de dejetos nucleares. • Como ele também é auto-adensável, dispensa equipamentos de vibração e é excelente tanto na moldagem de pré-fabricados quanto na recomposição de estruturas deterioradas, pois adere facilmente a outros concretos; • A junção de fibras confere, ainda, ductilidade, que propicia uma alta capacidade de deformação em tração, comparável à do ferro fundido, tornando o uso de armadura desnecessário, no caso de estruturas muito delgadas; • Sua pequena relação água-cimento conseguida pelo aditivo superplastificante, elimina os espaços vazios e torna o produto pouco poroso e atrativo para o uso em concreto protendido. Desvantagens • O CPR ainda é uma tecnologia inacessível à grande maioria das empresas brasileiras, devido às técnicas de execução, que envolvem cura do material com grande pressão e altas temperaturas • As fibras metálicas específicas para esse concreto não são comercialmente disponíveis no país, agregando o custo de importação das matérias-primas Usos O CUAD tem uma infinidade de usos na construção civil: tabuleiros de pontes, viadutos e passarelas, vigas, colunas, estacas, cornijas, tubos, túneis pré-fabricados, painéis acústicos, placas de revestimento de fachada, objetos de arte, mobiliário urbano e de interiores, cascos de embarcações, elementos de reservatório etc. A sua formulação suporta o emprego na execução de estruturas capazes de suportar situações extremas, como incêndios, impacto de explosões, nas edificações de alta segurança para centrais nucleares, ou na execução de contêineres de dejetos nucleares. Sua qualidade plástica de ser autoportante (se suporta sem depender de outras estruturas), permite a criação de formas extremamente delgadas e complexas, como em projetos de passarelas, residências e edifícios públicos. Sua primeiraexperiência foi a Passarela da Paz, em Seul, na Coreia do Sul, em 2002. O arco central tem um vão de 120 m, com 4,3 m de largura e espessura de 1,30 m. Sobre a passarela, há uma placa de concreto de apenas 3 cm de espessura. Em suas utilizações destacam-se a produção de pré-fabricados e a recomposição de estruturas deterioradas, uma vez que ele é facilmente aderido a outros concretos. Na América do Norte, ele vem sendo usado, também, na recuperação de antigas estruturas de pontes e viadutos. Nesses casos, o concreto é preparado “in loco”. O conceito de recuperação consiste em substituir o concreto deteriorado nas zonas sob exposições mecânica e ambiental severas. O novo produto aumenta a rigidez e a capacidade portante da obra, proporcionalmente à espessura da camada de reparação, e ainda assegura uma excelente proteção contra a penetração da água e de agentes agressivos, aumentando a resistência da peça recuperada, sem, no entanto, modificar significativamente o peso de sua estrutura.
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