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Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. CADERNO DIGITADO DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV RENATO DANTAS Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. E-mail: professor.renatodantas@gmail.com I. Assuntos: A) Execução B) Ação Monitória C) Embargos de Terceiro II. Curso: a) Raciocínio Executivo – aprender a pensar a execução para que o estudo dos processos de execução fique mais fácil. b) Processo – Pensar a execução é pensar diferente do processo do conhecimento, apesar de ser necessário o conteúdo. III. Bibliografia: Qualquer livro. IV. Avaliação: São avaliações práticas. A primeira avaliação será discursiva, contendo dois casos práticos (retirados de acórdãos da internet). A segunda avaliação será objetiva (10 questões objetivas). mailto:professor.renatodantas@gmail.com Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. O QUE SIGNIFICA A EXECUÇÃO? A ideia técnica para a execução é resgatar patrimônio que é de determinado indivíduo e se encontra na mão de outra pessoa de forma indevida (resgate de patrimônio por via judicial). No final da execução se encontra a satisfação, reaver o seu patrimônio. Exemplo prático: Imagine que um indivíduo contratou alguém para entregar um bolo, pagou essa pessoa com um cheque. No momento em que ele entrega o bolo e o indivíduo entrega o cheque de R$ 1.000,00 (hum mil reais), antes de ir ao banco compensar, depositar ou sacar o cheque, essa quantia já pertence a ela. A quantia passou a integrar o patrimônio da produtora do banco. Quando ela vai ao banco, o cheque é sem fundo, ela não consegue materializar aquele dinheiro. O patrimônio está na mão do indivíduo indevidamente. Conforme Ariano Suassuna, no Auto da Compadecida, o coronel não pôde cumprir o contrato feito por chicó, mesmo chicó sendo inadimplente, pois o coronel podia tirar o couro, mas não podia tirar sangue. Ao se resgatar, deve-se resgatar exclusivamente o que é meu, sem retirar uma mínima gota de excesso do patrimônio que não é meu. Apenas é possível retirar do executado o que é efetivamente meu. A execução pode, mas não deve inviabilizar a vida do executado. Eu estou resgatando patrimônio que é meu, se eu inviabilizar a vida do executado, isto não será possível (deve ser menos oneroso para o executado, ou seja, não se pode destruir o executado, inviabilizar a sua vida, é preciso extrair dele o patrimônio o mantendo vivo, mas tenho que incomodá-lo, pois do contrário, a execução não funcionará – a execução é um processo incomodativo). Quem impulsiona o processo judicial é o juiz, que só para no conhecimento no momento em que dá uma sentença. Não se é obrigado a recorrer, há uma voluntariedade recursal, o mesmo ocorre com a execução, não se é obrigado a executar (atenção: não precisa de sentença para executar, apenas do judiciário). Na execução, quem manda no processo é o exequente (o juiz vai dizer uma hora: intime o exequente para indicar meios de como realizar a execução). Caso o juiz mande a parte indicar meios e esta calar, começa a contar a prescrição, contudo se solicitar tempo Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. para arquivar, a situação é distinta. A execução só é interrompida quanto a parte quiser ou se tiver o patrimônio. Existem três pilares no direito processual: ação, jurisdição e processo. Leva-se para a jurisdição o que se quer, justiça boa é aquela que satisfaz a parte, entrega a sua pretensão ou devolve o patrimônio. Deve-se inserir a pretensão dentro da jurisdição, provocando-a pelo direito de ação – materializado na petição inicial – e no momento em que esta é protocolada, esse direito se torna um processo. Na ação de conhecimento, postulava-se ao juiz uma pretensão, com o intuito de provar ao juiz que se tinha razão, para que decidisse nesse sentido e ordenasse que a parte contrária cumprisse essa decisão. O alter ego da ação é o processo. Pode-se exercer o direito de ação executiva, por meio de uma petição inicial. A regra é que a execução seja sempre autônoma (acima de tudo é um direito), sincrético é uma exceção e deve ser trabalhada com muita cautela. Na nova conjuntura do CPC o processo não é mais linear (processo que começa com petição inicial, citação do réu, resposta, sentença e somente após dela se pensa em executar). O novo CPC trabalha com a ideia de paralelismo, pois agora não existe mais apenas uma coisa julgada, mas múltiplas coisas julgadas, tendo-se a oportunidade de ter vários processos/ações atuando em paralelo, principalmente ações de execução. Segundo Renato Dantas, o CPC é lento feito uma tartaruga, mas é célere, dá oportunidade de ser célere, parece contraditório, mas não é. O processo civil hoje não Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. pode ser veloz. O processo é uma estratégia pensada do lado de fora, existem várias portas para entrar na jurisdição, mas cada porta em que se entra, se escolhe um caminho. Há requisitos na execução1 (elementos para escolher ir pelo caminho da execução), mas não provas (não se trata de um conhecimento, sempre existe conhecimento dentro da execução, porém é um pequeno teor, que não é o principal). Formas de Execução Quando o assunto for executar, mesmo em caso de arbitragem, somente se pode fazê-lo pelo judiciário. O judiciário pode promover o resgaste de forma direta (sub- rogação – “caráter substitutivo da jurisdição” - no momento em que o juiz determine pague, mesmo que o executado ou o réu se recuse, a jurisdição executa o ato, independentemente da vontade deste) ou indireta (coerção – ou a jurisdição ameaça a piora ou oferta a melhora). Existem previsões legislativas de proposta de melhora, contudo o mais comum é a ameaça da piora (art. 523 – ameaça de piora literal). 1 Da mesma forma que para a concessão da tutela de evidência. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. Antes do processo eletrônico, era mais fácil o uso da indireta do que o uso da direta, pois era menos custoso intimar e ameaçar do que poder promover. Contudo, com o uso da eletrônica, muitas ações de execução direta são feitas pela informática, com custo praticamente nulo (ex: BACENJUD). Ademais, estamos em uma época em que existe multa para quase tudo, inclusive para se não se compareceu em audiência de conciliação, multa por ato atentatório, por litigância de má-fé, por não comparecimento espontâneo. Caso acione o direito executivo, o estado vai se valer dessas formas. No que tange à maneira na prática que se fará isso, na execução se tem mais autonomia e custo. PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO Embasamento de Robert Alexy, que no livro Teoria dos Direitos Fundamentais enuncia que princípios são comandos de otimização, nesta hipótese, do processo. Os princípios, diferente das regras, podem conviver entre si, em havendo princípios, aplica- se a técnica da ponderação e eles irão coexistir. Não há como coexistirem duas regras diante do mesmo processo, ou se aplica ou não se aplica. 1. Patrimonialidade: Patrimônio é tudo que apresenta expressão econômica, não necessariamente sendo palpável, outrossim, é a expressão econômica de um bem que seja palpável ou não, deve haver um valor atribuído a esse bem. Todo o patrimônio do executado pode ser pego, contudo não se pode onerá-lo excessivamente, de forma a inviabilizar a sua vida. Conceito de constrição x penhora: Um oficial de justiça não realiza a penhora, só quem a faz é o magistrado (a penha é ato exclusivo de juiz). O oficial de justiça faz constrição. Segundo Araquémde Assis, constrição é chamada de pré-penhora, outrossim, antes de toda penhora, virá uma constrição. A constrição não tem limite, sendo o bloqueio, proibição de poder vender. O Oficial de Justiça faz a constrição, o juiz convola em penhora o que foi feita a constrição. Ressalte-se que o próprio executado pode realizar a coNstrição (ato de constrição espontânea). Exemplo: Ao se executar loja do shopping no valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), o que se pode pegar para realizar constrição? o Valor em caixa/caixa corrente: Não tem como. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. o Computador: Tem apenas um computador, que se relaciona ao estado para emissão de nota fiscal, não é possível penhorar. o Estoque: Não tem como. (“requeiro a vossa excelência o bloqueio de todo o estoque do executado”). o Sede física da própria loja: A loja do shopping é alugada. o Mobília: A loja não funciona sem. o Carro. ATENÇÃO: A execução deve ser certa e determinada. o Fração do faturamento dos cartões – Boa ideia. o Dinheiro para receber em outro processo. o Percentual de uma quota da empresa. 2. Autonomia e Sincretismo; O direito processual é um tripé: tem-se o direito de ação, materializa-se esse direito em ação por meio de petição inicial e a transforma em um processo. A materialização do direito de ação está na petição inicial. Antigamente, realizava-se a execução em uma petição inicial autônoma, juntado com uma sentença. No ano de 2005, fixou-se a ideia de que a postulação, ao invés de ser autônoma, será mais uma fase do processo, nos mesmos autos, denominando-se o Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. processo de sincrético e quando se tiver que cumprir uma sentença ou acórdão, será denominado de cumprimento. ATENÇÃO: Sincrético não é o direito de resgaste, é o instrumento. 3. Disponibilidade Executiva: A ideia do patrimônio para a execução é tão primordial, que tem que se verificar que a disponibilidade total do patrimônio não é só atual, mas futuro e, em alguns casos, diz a doutrina, passado (aquele patrimônio que ele se desfez, eu posso tornar ineficaz e buscar esse patrimônio). Não se pode pegar patrimônio e inviabilizar a vida do sujeito, devendo-se respeitar os comandos (pode-se bloquear parte do salário, mas seria uma melhor saída, por exemplo, bloquear o aluguel). 4. Máxima Efetividade e Menor Onerosidade; Menor onerosidade é um comando de utilização que deve ser utilizado principalmente pelo executado (‘não mexa nesse valor, pois tem grande valor sentimental para mim’). O princípio da menor onerosidade não tem nada a ver com o valor econômico da coisa, mas com o desgaste do executado (custo para promover a constrição), determinados bloqueios custam dinheiro e quem paga é o exequente. ATENÇÃO: Deve-se mostrar ao juiz que se precisa de patrimônio, onde ele está, qual a forma de pegá-lo de maneira rápida e tranquila, não se preocupando com a defesa do executado. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. Nesta hipótese, deve fazer a constrição de todos os bens, pois uma hora ele vai querer resolver a situação, objetiva-se ser mais eficaz. O princípio da máxima efetividade para o exequente é quando ele obtém resultado mais rápido, contudo o desprendimento de energia é muito pequeno. 5. Tipicidade e Atipicidade das Medidas Executivas: Medidas típicas é esse raciocínio pautado em patrimônio material, é quando se pensa em pegar carro, cadeira, mesa. Medidas atípicas se refere ao bloqueio de coisa imaterial (trata-se de ideia nova). Deve-se mostrar para o juiz uma ideia e como alcançá- la, se for viável, por mais atípica que seja, será realizada. REGRAS DA EXECUÇÃO 1. Sem título, sem Execução: A doutrina menciona “sine titulo no executio”. 2. Responsabilidade Objetiva do Executado: A responsabilidade do executado é objetiva, ou seja, não se discute a culpa do executado. O que interessa é que tem um título inadimplente, que o executado está com patrimônio do exequente e deverá devolvê-lo. 3. Execução e Cognição Sumária e Subsidiária: Dentro da execução, por certo, se tem uma pequena parcela de conhecimento que será sumária bem superficial, diferente de exauriente, exaustiva, profunda. O conhecimento na execução vem depois do resgate de patrimônio, não se discute os motivos, as razões, as relevâncias que levaram o executado a não efetuar o pagamento, por isso a execução será subsidiária. ATENÇÃO: Na execução não tem contraditório, deve-se buscar outra maneira de discutir esses aspectos, pois na execução não se discute conhecimento. Ninguém contesta a execução, pois a execução é para resgatar patrimônio. Requisitos Indispensáveis: Na ação de conhecimento, basta apresentar fatos e provas para levar a um processo. Contudo, quando se escolhe levar a uma execução e levar a um processo, deve- se obrigatoriamente, no momento em que se escolhe executar, apresentar dois requisitos: título executivo e a inadimplência. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. 1. Título Executivo: Existem alguns títulos que podem ser feitos de forma sincrético, outros de forma autônoma e outros de ambas as formas. Natureza Jurídica: Existem 03 correntes que versam sobre a natureza jurídica do Título Executivo: A primeira corrente vai enunciar que título executivo seria um documento, é um meio físico, virtual ou eletrônico em que se retém uma informação (trata-se de veículo), pois a lei teria dito isto, outrossim, o título executivo somente é criado por lei. A segunda corrente vai enunciar que o título executivo é um instrumento. O instrumento é um documento que foi criado para servir de prova (ex: agravo de instrumento tem essa denominação pois é um recurso com prova; instrumento de contrato, é redacionado para servir como prova). A terceira corrente, adotada pelo Direito Brasileiro, vai enunciar que a natureza jurídica do título executivo é mista (documento + instrumento), tem-se como exemplo o cheque, não importando se foi criado como meio de prova ou para criar informação. Ressalte-se, contudo, que somente será título executivo que a lei o criar (lei formal) (ex: um acórdão do TCU é titulo executivo, da mesma forma nota de empenho). No CPC contém uma relação muito grande de títulos, então, nesta disciplina nos ateremos aos títulos executivos previstos no Código de Processo Civil. Todo título de crédito é também um título executivo, vale dizer que no CPC vai se encontrar: “são títulos executivos o cheque, a duplicata, a nota promissória”, mas as características deste título devem ser buscadas na lei referente ao título de crédito. Não se precisa demonstrar a razão pela qual se expediu a nota promissória. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. Classificação: A lei, qualquer que seja ele, dá ao documento a característica de título executivo e a mesma lei vai classificá-lo em extrajudicial (previstos no art. 784 do CPC) (fora do judiciário – aquele que foi criado no meio privado, por autonomia privada da vontade – ex: contrato) e judicial (previsto no art. 515 do CPC) (criado dentro do judiciário – ex: sentença). Obrigação Contida no Título: Todo título contém uma obrigação: dar, fazer, não dar e pagar. A natureza da obrigação de pagar é sui generis, pagar não é dar dinheiro, é buscar uma quitação, então, é possível fazer um pagamento com outro débito, objeto, serviço e outras coisas. Destaque-se isso, pois existe a obrigação de dar coisa e pagar. Dentro da obrigação de pagar, é possível obter pagamento com coisa diferente do dinheiro. Para entrar com uma execução, é preciso ter um título, para saber setem um título, é preciso pesquisar na lei, que vai estar dizendo como tem aquele título. Esse título será classificado em extrajudicial ou judicial (classificação derivada da própria lei), nele estará contida uma obrigação de pagar, fazer/não fazer ou não e para preencher essa obrigação, deve-se preencher três requisitos. São requisitos da obrigação: a certeza, a liquidez e exigibilidade. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. Certeza é não ter dúvida. Uma obrigação certa preencherá dois elementos: o elemento subjetivo (quem deve, ou seja, quem é o credor e quem é o devedor, mas principalmente quem é o devedor?) e o elemento objetivo (o que deve ? + como se deve ?). A liquidez (quantum debeatur) busca responder quanto se deve. A liquidez é somente uma apuração econômica (segundo Araquém de Assis), outrossim, somente cabe a aplicação da liquidez quando a obrigação é de pagar. No entanto, contemporaneamente afalando, não possível associar liquidação com uma apuração monetária, pois desde 1994, com a reforma do art. 273, inserção da tutela antecipada e reforma em 2005, criou-se no direito processual a ideia de tutela específica/magistrado deve entregar o que foi pedido, torna-se a liquidez uma parametrização, não apenas uma solicitação. A liquidez traz a característica da precisão. Para se chegar à liquidez da obrigação, utiliza-se um incidente denominado de liquidação. Sempre vai haver um incidente de liquidação, somente se obtém o quantum ao se liquidar. O CPC foi mais simplório, tendo dito que existiam dois tipos de liquidação: o arbitramento (perícia) e um novo procedimento (novo processo pelo rito comum). O CPC/73 trazia mais um tipo de liquidação, que não deixou de existir, teve apenas o nome alterado de “liquidação aritmética” para “meros cálculos”/ “demonstrativo de débito”, não sendo mais categorizado como um meio de liquidação. Assim sendo, os incidentes, para o novo CPC são somente arbitramento e um novo procedimento, contudo RENATO DANTAS continua adotando a “liquidação aritmética”, entendida como cálculos. Deve-se anexar os cálculos juntamente com a petição inicial e os títulos executivos. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. Quanto à exigibilidade, o termo e a condição a suspendem, evento futuro e incerto, só sendo exigível em determinada data. No título, é preciso verificar a existência de termo e condição. ATENÇÃO: Todas essas etapas são obrigatórias e deve-se verificá-las antes de entrar com uma ação de execução. Se houver a mínima fragilidade em um desses elementos, a petição inicial tende a ser derrubada. ATENÇÃO: O reconhecimento de firma não dá validade alguma ao contrato, só dignifica que se quiser entrar com um processo, a outra parte não poderá afirmar que não assinou, pois uma pessoa pública a reconheceu. Um contrato sem duas testemunhas, existe, é existe, é válido e eficaz, a assinatura das testemunhas serve apenas para transformar o contrato em título executivo extrajudicial, ressalte-se que existe contrato sem duas testemunhas que serve de título extrajudicial. O processo de conhecimento é dividido em dois ritos: comum e especial. No rito especial, se encontra a ação monitória, que é um misto (meia conhecimento + meia execução), para esta precisa-se de documento que não seja título. Na hipótese de contrato Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. sem duas testemunhas, não se pode entrar com execução, pode-se entrar com uma ação de conhecimento comum e uma ação monitória. Crítica ao Capítulo do CPC: O título executivo judicial é definido pelo art. 515 como as decisões. Não existe execução ou cumprimento sem que antes nasça uma liquidação, outrossim, antes de toda execução obrigatoriamente deve haver uma liquidação. O capítulo prevê: “liquidação da sentença”, o próprio código diz que as decisões são títulos, mas vai ensinar a liquidação a sentença. Não é liquidação de sentença, mas das decisões. As decisões interlocutórias são títulos executivos judiciais. Não existe execução sem liquidação. Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar- se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: I – as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; Liquidação: Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: [se o devedor quiser pagar espontaneamente, ele pode provocar a liquidação] I – por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação; [ex: lucros cessantes, é preciso perícia] II – pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. [trata-se de nova ação, novo processo, comum em acidente de veículo com dano material relacionado a ser humano] § 1º Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. A apelação é protocolada no prazo de 15 dias e será recebida pelo desembargador- relator, porém quando este for conhecer da apelação, vai verificar quais são os efeitos e a apelação foi ser recebida no duplo efeito: suspensivo + devolutivo ou apenas devolutivo. Independente do efeito que a apelação seja conhecida, é possível no primeiro grau abrir um processo em apenso e fazer a liquidação. A liquidação por arbitramento, por exemplo, é uma perícia, ocorrendo neste instante. Se a sentença transitou em julgado condenando a indenização de dano moral de R$ 20.000 (vinte mil) reais + lucros cessantes. A execução da indenização de dano moral se inicia. O cálculo dos lucros cessantes é feito em apartado, se faz uma petição inicial, pedindo ao arbitramento e quando se localizar o valor líquido, se faz o cumprimento. § 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença. [No caso de sentença ilíquida, a liquidação será feita por cálculo e ilíquida será feita por arbitramento ou procedimento comum]. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. § 3º O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira. [não existe ainda] § 4º Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou. [A preclusão é endoprocessual, perde- se o direito de praticar determinado ato. A coisa julgada torna imutável e indiscutível determinada situação. Matéria de ordem pública pode ser arguida a qualquer momento? Não, tem fim. O direito de alegar matéria de ordem pública cessa no momento que forma coisa julgada. Como na liquidação, somente se quer estipular o quanto se deve, não há porque alterar a sentença]. Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial. [Alguns esclarecimentos: já foi provado que arbitramento nada mais é do que uma prova pericial e o resultado é o estabelecimento de um quantum. Alguns doutrinadores afirmam que o arbitramento passa a ter duas classificações: arbitramento indireto e direto (sendo que o direito só deve ser feito depois do direto). O parecer ou documento elucidativo é um lado, objetiva-se que a parte contrate umperito e apresente o laudo, solicitando determinado valor, somente na hipótese de não conseguir fazer, solicita-se perita indireta (apresenta custos). Juiz só diz duas coisas: defiro e indefiro, qualquer pedido que seja feita a um magistrado, veja como resposta a possibilidade de ele fazer em sim e não]. Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código. [A sentença do procedimento comum de liquidação é recorrível com agravo de instrumento] Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes. [Não importa qual é a apelação ou o efeito que será recebido, a liquidação pode ser iniciada]. CONCENTRAÇÃO DE DEFESA, IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS FATOS E EVENTUALIDADE. Teoria do Cálculo: O valor indicado na própria decisão é denominado de valor principal, sobre esse valor principal, atrai-se a correção monetária (atualização do valor para preservar o poder de compra). No processo se trabalha com alguns ´ndices a depender da situação, dois índices são muito comuns: INPC - Índice nacional de preços ao consumidor (influenciado pela cesta básica) e IGPM - Índice Geral de Preços do Mercado (influenciado por emprego, renda). Posteriormente, aplicam-se os juros de mora que ocorrem a 1% ao mês, na forma simples, ou seja, 12% ao ano, isso explica porque as grandes litigantes levam o processo até o final, pois quando recebem contestação, estimam o valor da condenação, pegam o valor, aplicam no mercado financeiro que dará mais do que a correção e deixa o processo correr, quando chega no final, levanta o valor no mercado financeiro, paga a parte e fica com o restante. Após somar, encontra-se o subtotal e sob esse valor, pega-se o cálculo das custas e sob o subtotal serão calculados os honorários, no percentual de 10% e aí, se encontra o montante. A depender do título, correção e juros terá data distinta, mas na maioria do simples a correção vai da data da publicação da sentença e os juros da citação válida. Contudo, Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. em caso de acidente de veículo, a correção é da data do acidente e os juros é da sentença. Existe uma hierarquia neste cálculo, deve-se segui-la, pois, do contrário, o valor será alterado. 2. Inadimplência: Não se pode cobrar de quem não deve. Significado e Importância: Títulos Executivos Extrajudiciais É possível criar títulos, não buscá-los por aí. Deve-se inicialmente verificar os títulos de crédito, que são todos títulos executivos extrajudiciais. A nota promissória é um título executivo que pode ser feito até mesmo na internet, no caderno, comprar na livraria. Atualmente, com a ideia de conciliação e mediação, faz-se mister conhecer e criar estes títulos. Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: I – a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. II – a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; III – o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; IV – o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; V – o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução; [o contrato garantido com caução também é título executivo extrajudicial, não necessitando de duas testemunhas]. VI – o contrato de seguro de vida em caso de morte; [o seguro de vida é uma maravilha, mas não entra em inventário, devendo- se inserir os nomes específicos dos beneficiários] VII – o crédito decorrente de foro e laudêmio; [equivalente ao IPTU para quem mora em terreno de marinha – ex: Vitória, Bonfim] VIII – o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; [O novo CPC afirma que se o locatário paga a locação, mas não paga condomínio, é possível entrar uma ação de execução apenas quanto ao condomínio. De um contrato de locação, existem várias possibilidades]. IX – a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; [Trata-se de título para a execução físcal. O seu procedimento segue uma legislação extravagante, não é a execução fiscal que iremos estudar]. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. X – o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas; [o condomínio horizontal não tem direito à execução, apenas o condomínio vertical? A assembleia deve autorizar o ajuizamento da ação, o síndico por si só não pode fazê-lo] XI – a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; [Muitas empresas imobiliários fazem um convênio – os notários faziam convênio com construtoras, porém quando esta ficava inadimplente, o tabelionato não podia cobrar, tinha que entrar com ação de conhecimento, agora têm essa certidão, podendo entrar com a execução]. XII – todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. [Um desses títulos é o acórdão do TCU da União, do Estado e do Município] § 1º A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução. [Caso se tenha contrato com pessoa, é devedor, acha que o contrato tem nulo, não existe impedimento de ir para a justiça e buscar a nulidade daquele contrato, porém o credor pode executar, o máximo que vai ocorrer é uma questão de execução, mas não obsta que o credor entre com a execução e o devedor entre com uma ação de conhecimento. Então, deve- se pedir tutela cautelar inibitória que impeça o credor de iniciar a execução]. § 2º Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de homologação para serem executados. [Existe a homologação de sentença estrangeira, Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. mas a sentença é título judicial, os extrajudiciais não necessitam de nado, vem direito para executar] § 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação. [Se o título é estrangeiro, deve-se verificar a legislação do Paraguai para criar o título e somente se pode executar no Brasil se o lugar de cumprimento da obrigação for aqui.] Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial. [Não se é obrigado a executar, mesmo se tendo um título]. Títulos Executivos Judiciais Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar- se-á deacordo com os artigos previstos neste Título: I – as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; [a decisão interlocutória também é título executivo judicial. Existe uma estrutura paralelística, em que conhecimento e execução podem caminhar juntos, não é preciso esperar a sentença para iniciar o cumprimento definitivo. Cada pedido hoje é tratado de forma individual, então deve-se buscar o julgamento de forma individual]. Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I – mostrar-se incontroverso; II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. § 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida. § 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto. § 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. § 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. § 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento. II – a decisão homologatória de autocomposição judicial; [acordo dentro do processo de conhecimento] III – a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; [título executivo paralegal ou parajudicial, pois já era título, mas por uma questão social, pode-se mandar homologar o título, transformando-lhe em título executivo judicial, pois as pessoas têm uma vinculação muito grande ao judiciário. Pode-se entrar com ação de cumprimento de título executivo judicial, de forma autônoma] Atenção: Quando o título é judicial se chama de cumprimento e quando é extrajudicial se chama de execução. IV – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; [Se tiver o formal de partilha, só se pode executar sucessores e inventariantes e não se direciona a qualquer pessoa]. V – o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. judicial; [executa nos mesmos autos ou em autos implementares]. VI – a sentença penal condenatória transitada em julgado; VII – a sentença arbitral; VIII – a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; [o título judicial precisa de homologação do STJ, mas o extrajudicial não necessita, caso cumpridos os requisitos]. IX – a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; § 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias. § 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo. Classificação 1. Da Tutela Executiva: Tutela em processo é decisão. A tutela de urgência, na verdade é uma decisão de urgência; tutela provisória, na verdade é decisão provisória. Trata-se, portanto, de decisão executiva, decisão de resgatar obrigação de pagar, entregar, fazer ou não fazer. 1.1.De pagar 1.2.De entregar 1.3. De Fazer/Não Fazer. 2. Da Atividade Executiva: 2.1.Quanto a Obrigatoriedade: Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. Segundo o professor Marcelo Abelha, nas execuções das obrigações de dar, fazer ou não fazer, o juiz faz de ofício, torna-se obrigatória, contudo o professor Renato Dantas entende que a execução será sempre facultativa. Se houver execução necessária, de cunho obrigatório, deverá sair da demanda individualizada para a demanda coletiva (ação coletiva fundada em direito individual homogêneo, cuja habilitação das pessoas não seja atendido o mínimo necessário). Um direito individual homogêneo é fato comum que gera determinadas consequências para várias pessoas, porém não se tem como agrupar, trata-se de direito subjetivo, próprio, individual, mas se torna idêntico em decorrência de fato comum. O difuso não se tem como referenciar, atinge todo mundo (ex: dano ambiental na Baía de Todos os Santos); os direitos coletivos stricto sensu ou das categorias profissionais, se divide pelas profissões. O incêndio na Telemar prejudicou inúmeras pessoas. No direito individual homogêneo muda a quantificação do dano para aquela pessoa. O Ministério Público pode ajuizar ação coletiva, saiu a sentença, mas esta tem a necessidade de ser ilíquida, pois o direito é individual (a quantificação de cada dano será individualizada), apenas o fato é homogêneo. As pessoas deverão se habilitar no processo na sentença, pois cada pessoa deve quantificar a sua obrigação. Existe uma estimativa de pessoas que tem esse prejuízo, quando sai a sentença, é publicado edital e se aguarda determinado tempo e essa estimativa de pessoas vinculadas a este dano deve ser cumprida no percentual previsto no edital (30/40%). Se o percentual estiver abaixo, a execução se torna obrigatória para o Ministério Público, dinheiro vai para o Fundo de Proteção ao Dano Coletivo. 2.2.Quanto ao Resultado: Caso se consiga resgatar o patrimônio, a execução foi frutífera, se não conseguir, será infrutífera. 2.3.Quanto a espécie do título: A execução pode ser por título executivo extrajudicial ou judicial. Vale ressaltar que o professor Adonias chama atenção para a questão do título paralegal ou parajudicial , tem-se título extrajudicial, mas mesmo assim se pede que o juiz homologue o que já é título. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. 2.4.Quanto ao procedimento: É preciso de título e inadimplência para ter uma execução. É preciso que esse título tenha previsão em lei. A lei dirá se é extrajudicial ou judicial. Sabe-se que em cada título haverá uma obrigação: de pagar, fazer, não fazer ou dar, assim como que essa obrigação deve ter certeza, liquidez e exigibilidade. Quem paga, paga quantia certa e vai contra um devedor que pode ser solvente ou insolvente. A execução para devedor solvente se encontra no CPC/15, contudo a execução de devedor insolvente continua no CPC/73, no entanto essa execução é mais voltada à lei de falência, logo não será tratada no curso. Assim, quando se diz execução de pagar, se está falando em execução de pagar quantia certa contra devedor solvente. Quem dá ou entrega, entrega coisa, que é dívida em coisa certa e coisa incerta, o que diferencia a coisa certa (qualidade – “100 laranjas lima”) da coisa incerta (gênero e quantidade – “100 laranjas”). O procedimento da execução é a mesma coisa do processo civil comum. O procedimento/rito é dividido em comum em especial (não existe mais a subdivisão do comum entre ordinário e sumário)2. 2 No processo de conhecimento, no rito comum, no processo de conhecimento, tinha-se postulação, saneamento, instrução e fase de decisão (04 fases). No rito especial, tem-se a jurisdição contenciosa, a jurisdição voluntária e legislação extravagante. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. Os procedimentos de execução especiais são: execução fiscal, contra a fazenda pública, de alimentos ede pagamento devedor insolvente (lei de falência). No que tange aos procedimentos comuns, deve-se fazer uma associação entre o tipo do título e o tipo da obrigação nele contido (existirão 08 ritos na execução). Caso se chegue na fase do cumprimento/iniciar uma execução autônoma, é preciso andar para trás e se perguntar qual é o título e qual a obrigação. Muitas obrigações de dar, fazer e não fazer serão feitas em paralelo com a obrigação de pagar. Por isso, começar-se-á estudando a obrigação de pagar. Obrigação de Pagar: As fases do procedimento comum de execução da obrigação de pagar são: postulação, constrição, penhora (ápice da constrição), expropriação e satisfação. A constrição, segundo Araquém de Assis, é qualquer ato de restrição patrimonial (pré- penhora), a penhora é o ato do magistrado. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. Competência: Todo juiz é igual, mas a jurisdição muda. A jurisdição é dizer o direito. Todo juiz diz o direito, mas caso se pergunte se todos eles têm o mesmo poder, dever e função? Não, pois o seu poder não é ilimitado. Competência serve para se saber onde protocolar a petição inicial. A primeira linha que se escreve na petição é o endereçamento (excelentíssimo senhor doutor Juiz de Direito/Juiz do Trabalho/Desembargador/Ministro). Critérios de competência: subjetivo (quem eu sou e com quem eu quero brigar interfere no local onde protocolarei a minha petição inicial); objetivo (matéria e valor da causa – em virtude dos Juizados Especiais Cíveis); funcional e territorial = Ex. Sr. Dr. Funcional da Material da Territorial. O CPC, no âmbito do título executivo extrajudicial somente traz aspectos territoriais, mas, em geral, será no 1º grau, vara cível. A regra geral quanto ao território é Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. o domicílio do réu, mas pode-se executar no local onde foi celebrado o contrato, local de cumprimento da obrigação, no último endereço do réu (se estiver desaparecido). A competência para execução nos títulos extrajudiciais é idêntica ao processo de conhecimento. No judicial, a coisa muda um pouco. Existem títulos que nascem no primeiro, segundo e terciro grau. A sentença vai por apelação para o TJ ou TRF e vai por REXt para o STJ e STF, respectivamente, quando forma coisa julgada, volta para o juízo de 1º grau. Nos processos de competência originária dos tribunais, ocorre o mesmo. O mesmo local que proferiu a decisão é o local competente para executar. Foro Shopping: Se durante o curso do processo, o executado se muda e se descubra que ele apresenta patrimônio em outra cidade, tem-se a nova residência do executado e o local onde tem patrimônio. Segundo o foro shopping (Paula Sarno), quando o processo retorna, o exequente pode deslocar os autos para outro local (novo endereço o executado ou local onde tenha patrimônio). Ressalte-se que isso não é carta precatória, se está deslocando o processo (violação da perpetuação da jurisdição). Não existe previsão legal do momento de fazer isso, mas a maior parte da doutrina enuncia que isto deve ser feito no momento inicial. ATENÇÃO: Isso só fazia sentido quando os autos eram físicos. Deslocamento do processo onde deveria ser cumprida a obrigação (obrigações de fazer/não fazer). Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: [Qualquer decisão] Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. I – os tribunais, nas causas de sua competência originária; [Caso se protocole a petição inicial no tribunal, assim será] II – o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; III – o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. [Muito embora esteja descrito aqui, existe lei ordinário que enuncia que o acórdão no tribunal marítimo é titulo executivo judicial]. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. [SERASAJUD]. Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte: I – a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos; II – tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles; III – sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente; Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. IV – havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente; V – a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado. Legitimidade: A legitimidade significa sempre titularidade, outrossim, deve-se perguntar se determinada pessoa é titular da pretensão (só é legitimado quem responde em nome próprio). Na execução isso fica fácil, verifica-se o titular da pretensão no título – certeza subjetiva. ATENÇÃO: Toda vez que for substituição é sempre legitimidade extraordinária. Se o autor negar, a sucessão não pode ser realizada, outrossim, para que a movimentação no polo passivo ocorra, o autor deve autorizar. ATENÇÃO: A legitimidade é um instituto processual e não empresarial, quem tinha a titularidade do crédito no momento em que protocolou a petição inicial é o legitimado ordinário primário. No caso de cheque, o indivíduo que postula é primário. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo. [Então, o legitimado passivo ordinário primário será sempre o credor] § 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário: I – o Ministério Público, nos casos previstos em lei; [É legitimado ativo extraordinário -nome próprio defendendo direito dos outros- ou ordinário – nome próprio defendendo o seu próprio direito ex: contrato administrativo/de licitação de serviço celebrado pelo MP]. ATENÇÃO: Na execução, II – o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; [o espólio tem personalidade jurídica, pode promover a execução ou prosseguir na execução. O espólio pode ser legitimado primário ou secundário]. III – o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos; [São sempre secundários] IV – o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. [São sempre secundários] § 2º A sucessão prevista no § 1º independe de consentimento do executado. [A alteração do polo ativo tanto na execução, quanto no processo independe do réu. Exemplo: Se Paulo loca um imóvel para Joaquim por 03 anos e antes do fim do prazo vende para Pedro, Pedro deverá respeitar o contrato de locação] Art. 779. A execução pode ser promovida contra: [o titulo indicará quem é o credore quem é o devedor]. I – o devedor, reconhecido como tal no título executivo; Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. II – o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; [o espólio pode ser passivo ordinário primário ou passivo ordinário secundário. Pode-se executar espólio ou executar uma pessoa e no curso do processo ela vir a falecer]. III – o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; [existe, mas na prática não funciona, não tem necessidade, se tem dinheiro para pagar, que pague logo]. IV – o fiador do débito constante em título extrajudicial; [Tem- se um fiador judicial e um fiador legal – convencional. O fiador convencional é aquele que está no contrato. No CPC/73, se no início da execução não incluísse o fiador como litisconsorte, não se poderia mais trazê-lo para o processo, outrossim, só existia a figura do fiador judicial, que seria aquele que garantiria um patrimônio no curso do processo. Atualmente, o fiador, qualquer que seja ele, se tornou legitimado passivo ordinário secundário, podendo ser judicial ou convencional. Há quem diga, por uma interpretação mais extensiva, que é possível entrar diretamente contra o fiador, mas o professor defende que ele é secundário]. V – o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito; [A maioria da garantia real é imóvel. É possível pedir o imóvel do meu irmão como garantia em um negócio? Pode, se ele aceitar, pois não é a pessoa, mas o imóvel dele. Nesta hipótese, se meu irmão é proprietário do imóvel que foi dado em garantia real, se torna legitimado passivo ordinário secundário] VI – o responsável tributário, assim definido em lei. [ICMS e vendedora da AVON. Quem deveria recolher o tributo de ICMS aos cofres do estado seria a vendedora porta a porta, no entanto, ela não faz isso, quem recolhe o ICMS é a própria Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. AVON, que é legitimada passiva extraordinária. A AVON, em nome próprio, responde por obrigação alheia e paga antecipado e depois faz o processo de compensação. Não teria como o Estado ficar cobrando de inúmeras vendedoras. O responsável tributário é legitimado passivo extraordinário. A CDA seria gerada em nome da AVON]. Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento. [cuidado para não cumular os títulos judiciais e extrajudiciais]. [requisitos: executado, competência, título + obrigação = procedimento devem ser os mesmos]. Litisconsórcio: Trata-se de uma reunião de pessoas em torno de uma mesma lide, do mesmo processo. São quatro classificações: Quanto ao polo da lide: Os polos da lide são ativo (autor) e passivo (réu): Pode-se ter dois autores para um réu (litisconsórcio ativo), um autor para dois réus (litisconsórcio passivo) ou dois autores ou mais para dois réus ou mais (litisconsórcio misto). Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. Quanto ao momento de formação: Jamais deve-se eternizar o litisconsórcio, deve-se verificar naquele instante, pois o processo caminha ao longo do tempo, mas o litisconsórcio pode ser hoje e amanhã não existir mais. Inicial; Ulterior: Trata-se de litisconsórcio formado no curso do processo. Ex: batida de carro, seguradora é incluída no polo passivo, formando-se litisconsórcio passivo que não é inicial, mas ulterior (veio depois). Quanto à obrigatoriedade: A regra é que não se é obrigado (“eu brigo com quem eu quero”), ou seja, via de regra, o litisconsórcio é facultativo. Contudo, existem duas situações em que se é obrigado a formar um litisconsórcio (litisconsórcio necessário): previsão na lei, juiz se pega em uma situação em que não pode proferir a decisão sem que estejam todos os envolvidos (não tem a obrigação de fazer, mas o juiz pode extinguir o processo sem resolução de mérito). Quanto ao resultado material: Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. Deve-se colocar na posição de magistrado, se na pluralidade de partes, conseguir enxergar uma unidade, podendo-se proferir uma decisão igualitária (litisconsórcio unitário). Todavia, caso olhe para a situação e uma única pessoa tiver de dar decisão distinta, esse litisconsórcio não pode mais ser unitário, pois a unidade deve ser completa (litisconsórcio simples). Existe uma regra de que, na maioria das vezes, o litisconsórcio unitário é necessário e o simples é facultativo. Intervenção de Terceiros: No CPC/73, existiam as seguintes intervenções: denunciação a lide, chamamento ao processo, assistência, oposição e nomeação à autoria. No CPC/15, a denunciação a lide, chamamento ao processo e assistência foram mantidos; a oposição virou procedimento especial e a nomeação a autoria deixou de existir, em compensação, foram criados o amicus curiae (já existia, mas só aparecia no REXT) e o incidente de desconsideração da pessoa jurídica (existia, mas era mera decisão, não era uma intervenção). Denunciação a Lide: É transferência de responsabilidade, tudo o que o autor cobra do réu o réu transfere para um terceiro (direito de regresso), o juiz deve determinar, só ocorre por via judicial. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. Pode acontecer que o denunciante tente fazer acordo antes com o denunciado (sofre a intervenção) e deseja se utilizar da denunciação para cobrar o acordo, isso não é possível. O novo CPC traz a possibilidade de o autor pular o patrimônio do denunciante e ir direito ao denunciado. A seguradora tem seguro, o que gerava uma espécie de cadeia no CPC/73. Por isso, o CPC/15 bloqueou, o réu pode fazer uma denunciação e o denunciado somente pode realizar mais uma denunciação e acaba. Atualmente, existe no CPC um limite de denunciações, não se pode transferir responsabilidades a todo momento. No CPC foi esclarecida uma dúvida: a denunciação é facultativa, não se é obrigado a denunciar; caso não se queira denunciar, pode-se ingressar com ação autônoma de regresso. A vantagem é o direito de regresso, o mesmo título que serve para condenar o réu, serve para condenar a seguradora nos mesmos autos. A mesma condenação que Pedro vai pagar pra José, a seguradora paga para Pedro (Litisconsórcio passivo, ulterior, facultativo e unitário). Ex: autor sofre acidente de trânsito e processa o dono do carro, o motorista, dano do carro aciona o seguro. Existe a possibilidade de denunciação a lide também no caso de evicção. A lei prevê a possibilidade de a denunciação ser feita também pelo autor, só que neste caso a estrutura é outra: se tem autor, que litiga contra o réu, que está em litisconsorte com terceiro. O terceiro denunciado vira litisconsorte ativo, é intimado no processo para ingressar no polo ativo, tendo direito, inclusive a aditar a petição inicial (ato volitivo), mas com o mesmo raciocínio do direito de regresso, se o autor não conseguir o que o réu deve, o terceiro deverá restituir. Ex: compra de fazenda com a porteira fechada. João vendeu para Rafa uma fazenda de 20 he com a porteira fechada, quando rafa tomou posse, observou que Carlos havia invadido 2 he. Rafa ingressa com uma ação contra Carlos para reivindicatória de propriedade, mas denuncia a lide para João, dizendo que se Carlos não devolver os dois Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. he, ele deverá restituir o valor dos dois he. Primeiro é intimado joão, que entra como litisconsorte ativo ulterior, tem odireito de aditar a inicial e só depois é citado o réu. Se joão for citado, mas não se manifestou, pode ser condenado, mas não é revel. Não cabe denunciação a lide na execução. A execução é resgatar propriedade, como se pode cobrar a propriedade de alguém e este alguém dizer que não é responsabilidade sua, mas de outro. Chamamento ao Processo: Há uma divisão de responsabilidade, cada um assume a sua quota parte. O chamamento é sempre do polo passivo e como é uma divisão de responsabilidade, o que promove o chamamento (chamante) não poderá cobrar a parte dele para o chamado nos mesmos autos. A cobrança para os co-responsáveis deve ocorrer com ingresso de uma ação autônoma, em virtude da divisão de quotas. ATENÇÃO: Não se tem ação de regresso, mas ação de cobrança. (Litisconsorte passivo, ulterior, facultativo, simples, mas pode ser unitário). o Fiador o Responsável solidário Não cabe chamamento ao processo, pois não se pode dividir a obrigação de um título certo. Oposição: Lei de Bifronte (terceiro reclama para si a propriedade do objeto principal, na prática é a formação de um outro processo). Litisconsórcio inicial, necessário e simples. Trata-se de procedimento especial. Assistência: Ingressa-se no processo como assistente do autor ou do réu, devendo evidenciar o seu interesse jurídico. Esse interesse jurídico pode ter uma vinculação direta ou indireta com o objeto, se tiver uma vinculação direta, o seu cliente assistente ganha mais poder; se for indireta, ganha menos poder de parte. O assistente que tem poder de parte é denominado de assistente litisconsorcial (litisconsórcio ulterior facultativo). Na Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. hipótese de o assistente ser simples, seu poder de parte é menor e ele não consegue agir autonomamente. A vantagem de ser assistente é grande, pois o assistente é a única figura que tem capacidade no processo civil que pode discutir justiça da decisão. Ex: a ação de acidente de trabalho vai para a justiça do trabalho, contudo quando se quer discutir auxílio doença trabalhista, direciona-se para a Justiça Comum, vara de acidente de trabalho. Se a pessoa ingressa na justiça do trabalho com reclamação trabalhista contra o empregador, o assistente ingressará no processo da VAT enunciando interesse (assistente). Amicus Curiae: O amicus curiae entra no processo para dar “pitaco”. Sob o prisma sociológico, o amicus curiae representa Habermas no processo (teoria do agir). No CPC/15 abre-se a possibilidade do acompanhamento do amicus curiae em sede de primeiro grau. A pessoa pode pedir para entrar, pode ser requisitado pelo juiz ou convidado pelas partes. Pessoa física ou jurídica que tenha relevância em determinado conteúdo discutido. O amicus curiae defende o lado dele na tese, não vem apoiar nem uma parte e nem outra, vem evidenciar novas coisas ao juiz (“amigo do juiz”). Pode-se ter quantos amicus curiae se quiser. No âmbito social, isso é fantástico, aberta do processo; contudo, sob o ponto de vista do processo, é um caos. Se o juiz deferir o ingresso do amicus curiae, a decisão é irrecorrível, se ele indefere, é possível agravar. O amicus curiae pode solicitar dilação de prazo e o juiz costuma conceder, por isso revela um retardo terrível. O amicus curiae, apesar de não poder recorrer, tem a oportunidade de embargar a declaração. Sob o prisma processual, o amicus curiae pode ser uma arma daquele que o tempo é amigo. Pode-se solicitar o amicus curiae no primeiro, segundo, terceiro ou na fase de cumprimento de sentença (em qualquer momento). O amicus curiae vai discutir única e simplesmente a tese, não vai dizer quem tem razão. Deve-se analisar de forma crítica (se o cliente estiver solicitando uma providência urgente deve-se solicitar uma tutela requerida de forma antecedente, pois caso se entre no Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. rito comum isso gerará o maior problema). Nem de longe o amicus curiae tem o mesmo poder que o assistente. O amicus curiae pode ingressar na execução, desde que haja uma temática relevante. Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. § 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º. § 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae. § 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas. Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica: A pessoa jurídica é uma ficção jurídica, são dados a ela direitos e deveres, inclusive danos morais. O mais comum no Brasil é uma pessoa jurídica com uma extensão LTDA (número de sócios limitados diferente da sociedade anônima, em que não é possível se identificar a quantidade de sócios), várias pessoas físicas se reúnem, em virtude da affectio societates (afinidade para que possa se juntar como equipe e conseguir ganhar dinheiro, como quiser, de forma lícita) e formam uma pessoa jurídica. Atualmente 80/90% das empresas no Brasil são LTDA. Trata-se de pessoa jurídica que fez um contrato social e criaram a pessoa jurídica (registro da pessoa jurídica – CNPJ). Em cada estado se tem a Junta Comercial, onde Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. ficará arquivado esse contrato que os três sócios fizeram. Cada um dos sócios tem 33% das quotas. Para a criação da empresa foi necessário 100.000,00 (cem mil reais). Não se coloca no contrato social valores monetários, mas o valor da quota (33%). A pessoa jurídica tem um patrimônio diferente daquele das pessoas físicas. Ademais tem personalidade jurídica e é detentora de direitos e obrigações. Ao criar uma empresa, 33% do conteúdo patrimonial da empresa faz parte do patrimônio pessoal de uma pessoa física que tem outros bens. Em determinadas situações, a pessoa não tinha dinheiro para pagar e o exequente não poderia ficar sem receber, então, começou a ideia de atacar o patrimônio dos sócios. Para atacar o patrimônio dos sócios, é possível despersonalizar (art. 50, CC) ou desconsiderar (art. 28, CDC). Na hipótese de despersonalização da empresa, esta deixa de existir, enquanto na desconsideração ela continua existindo (André Ramos Santa Cruz/Fábio Ulhôa Coelho). A despersonalização tem os seus requisitos previstos no art. 50. O mais comum e rotineiro é a desconsideração. Até o CPC/15, isso era uma mera decisão. No entanto, o CPC/15 estabeleceu regras. Caso se ingresse com ação contra pessoa jurídica, em regra, não se poderá atacar o patrimônio dos sócios. Deve-se solicitar o incidente da desconsideração da personalidade jurídica, entrar com uma ação, num processo em apenso, contestação em 15 dias, produção de prova e o juiz decidirá. Cria- se processo de conhecimento apenso ao processo anterior, com o fito de incluir os sócios (direito ao contraditório). Segundo o código, é possível utilizar desse incidente a qualquer momento e o CPC diz que caso não se queira fazer o incidente, poderá na petição inicial entrar em litisconsórcio passivo facultativo (os réus serão a pessoa jurídica e os seus sócios), para que seja oportunizado desde o início o contraditório, não sendo mais necessário o incidente. Oprocesso tende a demorar muito mais. Alguém processa uma pessoa física e descobre que esta pessoa não tem patrimônio, pode-se pedir a desconsideração inversa da pessoa jurídica (“intime-se a ABC informática, pois responderá com o patrimônio dela, não se restringindo a quota do sócio). Da Responsabilidade Executiva Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. 1. Quando posso? (art. 789). Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. 2. Sobre qual patrimônio Primário: art. 789 – o patrimônio do devedor. Secundário: art. 790 Art. 790. São sujeitos à execução os bens: I – do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória; II – do sócio, nos termos da lei; [o patrimônio dele responderá o débito, ele não é legitimado, mas o seu patrimônio é responsável. Isso independentemente do tipo de sociedade]. III – do devedor, ainda que em poder de terceiros; [O condomínio estava executando Felipe, que é o proprietário do apartamento 201, a execução recaia sobre taxas condominiais, do período de abril de 2015 a maio de 2016. Ocorre que Felipe aluga um imóvel para Pedro a partir de Junho de 2016, três meses após o aluguel, Pedro descobre que o condomínio está executando Felipe e fica com medo de ser despejado. Nesse momento, procura x como advogado. Não afeta o contrato de locação de Pedro, mesmo que o condomínio venha a tomar, isso não afeta o referido contrato] IV – do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida; [bem de uso da família, patrimônio do cônjuge responde mesmo que sejam casados em separação de bens – vinculação de responsabilidade e não de titularidade. O foco na execução não é a pessoa, é resgatar patrimônio]. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. V – alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução; VI – cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores; VII – do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica. Art. 794 (fiador) Art. 794. O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro sejam executados os bens do devedor situados na mesma comarca, livres e desembargados, indicando-os pormenorizadamente à penhora. [Trata-se de benefício de ordem]. § 1º Os bens do fiador ficarão sujeitos à execução se os do devedor, situados na mesma comarca que os seus, forem insuficientes à satisfação do direito do credor. [o mais importante é que seja livre e desembaraçado]. § 2º O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos do mesmo processo. § 3º O disposto no caput não se aplica se o fiador houver renunciado ao benefício de ordem. Art. 795 (sócios). Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade, senão nos casos previstos em lei. § 1º O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da sociedade, tem o direito de exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade. [benefício de ordem]. § 2º Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1º nomear quantos bens da sociedade situados na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o débito. § 3º O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos autos do mesmo processo. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. § 4º Para a desconsideração da personalidade jurídica é obrigatória a observância do incidente previsto neste Código. 3. O que eu não posso (art. 833): Art. 833. São impenhoráveis: I – os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; [garantia do mínimo existencial. Esse artigo não é absoluto. Este patrimônio não poderá ser tomado de primeira ou em sua totalidade, mas pode ser consumido, caso não haja do executado um outro patrimônio qualquer. Ex: imóvel que não pode ser penhorado, pode ser utilizado para aluguel]. II – os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; [geladeira, sofá, micro-ondas, fogão; mas algumas coisas se questiona: ex: mais de uma televisão] III – os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; IV – os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º; [Existem inúmeros precedentes em que é descontado uma fração – situação excepcional]. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. V – os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; VI – o seguro de vida; VII – os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; VIII – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; IX – os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; X – a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos; XI – os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei; XII – os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. § 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição. § 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o. § 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária. 4. Qual a preferência dentro do que eu posso? (Art. 835): Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: I – dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; II – títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado; III – títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; IV – veículos de via terrestre; V – bens imóveis; VI – bens móveis em geral; VII – semoventes; VIII – navios e aeronaves; IX – ações e quotas de sociedades simples e empresárias; X – percentual do faturamento de empresa devedora; XI – pedras e metais preciosos; XII – direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia; XIII – outros direitos. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1.§ 1º É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto. § 2º Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento. § 3º Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado da penhora. Lei de impenhorabilidade dos bens de família Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei. [Os bens de família são bens imóveis (imóvel em que o casal ou a entidade familiar reside) – uma Ministra não concedeu impenhorabilidade para o imóvel de um casal que residia na casa dos sogros (atenção: não são joias, broche, objetos com valor sentimental). O art. 1º traz o conceito de entidade familiar, que somente será trabalhado 20 anos depois] Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos. [Exclui-se da impenhorabilidade a garagem, que não é bem de família, sendo a vaga privativa ou desmembrada na matrícula do imóvel. Em casa também é possível, a depender da planta baixa e se houver a demarcação]. Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias; (Revogado pela Lei Complementar nº 150, de 2015) [Antes da Lei Complementar, caso nãos e pagasse os débitos trabalhistas da empregada, ela poderia ficar com a residência, mas atualmente não tem mais esse benefício. Contudo, é bom lembrar que pode cair uma questão para confundir, pois não foi o CPC novo que revogou]. II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato; [O contrato de financiamento para a compra do próprio imóvel pode ser executado]. III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida; [Maria se casou com João e teve Pedro, e quando Pedro fez 02 anos, João se separou de Maria e, em seguida, se envolveu com Luana. Mesmo sendo devedor de alimentos de Pedro, todo o patrimônio é resguardado. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp150.htm#art46 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp150.htm#art46 Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. Contudo, ressalvadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida – Pedro cresce no seio familiar, com Luana, criando uma relação familiar, quando Pedro faz 10 anos, João vira devedor de alimentos, então, não existe nada demais, em quando Maria executar João, a casa dele e Luana vir para o patrimônio de execução, pois criou-se um laço de afetividade. Não tendo vínculo, não seria possível]. IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar; [A dívida de IPTU/ITR ou do condomínio podem levar à penhorabilidade do bem]. V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; [Caso se tenha um único imóvel quitado e se pegue um empréstimo, oferecendo a casa própria como garantia, o Banco avalia a casa, dá 80/60% do valor, não se pode alegar para o Banco que a casa é sua única moradia e não se pode penhorar]. VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens. VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. [Toda vez que se for alugar um imóvel e estipular o fiador, a mulher do fiador deve aceitar, pois se o locatário não pagar, a casa em que ele mora pode ser penhorada (independentemente do regime matrimonial). Caso seja locador, exija a assinatura da mulher na fiança, para evitar problemas. Ressalte-se que é necessária apenas uma garantia]. Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. No direito civil, o que não está juridicamente proibido, está permitido, por isso não existe qualquer proibição sobre penhora de cachorro, por conseguinte, esta penhora é permitida. Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente. Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do art. 70 do Código Civil. [Às vezes uma pessoa tem um imóvel em Salvador e outro imóvel em Vilas do Atlântico. Tendo duas residências, o imóvel de menor valor é impenhorável, salvo se declarar qual é o seu bem de família (essa declaração só pode ser feita em um imóvel, caso se declare mais de um bem, entende-se que o primeiro declarado deve ser considerado bem de família)]. O §3º do art. 833 trata de uma relação não muito art. 833 do CPP trabalhada na capital, mas no interior – trabalhadores do campo, lavoura são contratados por pessoas físicas, não existe pessoa jurídica que administra fazenda. Nessa relação do campo, o trator pode ter a exclusão da proteção (maquinas agrícolas e implemento, mesmo que pertençam a pessoa física são protegidos por lei), contudo não recaem no caso de dívida alimentar, trabalhista, previdenciária, garantia de negócio jurídico e financiamento para compra do objeto. § 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm#art70 Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. Docente: Renato Dantas. Semestre: 2017.1. jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária. Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis. [Caso se tenha imóvel que tem cláusula de inalienabilidade e ele está alugado, o fruto percebido pelo imóvel pode ser penhorado]. Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: [Traz uma ordem de preferência, que foi criada como tentativa de facilidade de liquidez, de acordo com o que é mais fácil transformar em dinheiro. Não é hierárquica, é uma ordem de pagamento] I – dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; II – títulos da dívida pública da União, dos Estados
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