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CADERNO DIGITADO - DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV - RENATO DANTAS - COMPLETO

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Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
 
CADERNO DIGITADO 
 
 
DIREITO 
PROCESSUAL CIVIL 
IV 
 
RENATO DANTAS 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
 
E-mail: professor.renatodantas@gmail.com 
I. Assuntos: 
A) Execução 
B) Ação Monitória 
C) Embargos de Terceiro 
 
II. Curso: 
a) Raciocínio Executivo – aprender a pensar a execução para que o estudo dos 
processos de execução fique mais fácil. 
b) Processo – Pensar a execução é pensar diferente do processo do 
conhecimento, apesar de ser necessário o conteúdo. 
III. Bibliografia: Qualquer livro. 
IV. Avaliação: São avaliações práticas. A primeira avaliação será discursiva, 
contendo dois casos práticos (retirados de acórdãos da internet). A segunda 
avaliação será objetiva (10 questões objetivas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
mailto:professor.renatodantas@gmail.com
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
O QUE SIGNIFICA A EXECUÇÃO? 
 A ideia técnica para a execução é resgatar patrimônio que é de determinado 
indivíduo e se encontra na mão de outra pessoa de forma indevida (resgate de patrimônio 
por via judicial). No final da execução se encontra a satisfação, reaver o seu patrimônio. 
 Exemplo prático: Imagine que um indivíduo contratou alguém para 
entregar um bolo, pagou essa pessoa com um cheque. No momento em 
que ele entrega o bolo e o indivíduo entrega o cheque de R$ 1.000,00 (hum 
mil reais), antes de ir ao banco compensar, depositar ou sacar o cheque, 
essa quantia já pertence a ela. A quantia passou a integrar o patrimônio da 
produtora do banco. Quando ela vai ao banco, o cheque é sem fundo, ela 
não consegue materializar aquele dinheiro. O patrimônio está na mão do 
indivíduo indevidamente. 
Conforme Ariano Suassuna, no Auto da Compadecida, o coronel não pôde 
cumprir o contrato feito por chicó, mesmo chicó sendo inadimplente, pois o coronel podia 
tirar o couro, mas não podia tirar sangue. Ao se resgatar, deve-se resgatar exclusivamente 
o que é meu, sem retirar uma mínima gota de excesso do patrimônio que não é meu. 
Apenas é possível retirar do executado o que é efetivamente meu. 
A execução pode, mas não deve inviabilizar a vida do executado. Eu estou 
resgatando patrimônio que é meu, se eu inviabilizar a vida do executado, isto não será 
possível (deve ser menos oneroso para o executado, ou seja, não se pode destruir o 
executado, inviabilizar a sua vida, é preciso extrair dele o patrimônio o mantendo vivo, 
mas tenho que incomodá-lo, pois do contrário, a execução não funcionará – a execução é 
um processo incomodativo). 
Quem impulsiona o processo judicial é o juiz, que só para no conhecimento no 
momento em que dá uma sentença. Não se é obrigado a recorrer, há uma voluntariedade 
recursal, o mesmo ocorre com a execução, não se é obrigado a executar (atenção: não 
precisa de sentença para executar, apenas do judiciário). 
Na execução, quem manda no processo é o exequente (o juiz vai dizer uma hora: 
intime o exequente para indicar meios de como realizar a execução). Caso o juiz mande 
a parte indicar meios e esta calar, começa a contar a prescrição, contudo se solicitar tempo 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
para arquivar, a situação é distinta. A execução só é interrompida quanto a parte quiser 
ou se tiver o patrimônio. 
 
Existem três pilares no direito processual: ação, jurisdição e processo. Leva-se 
para a jurisdição o que se quer, justiça boa é aquela que satisfaz a parte, entrega a sua 
pretensão ou devolve o patrimônio. Deve-se inserir a pretensão dentro da jurisdição, 
provocando-a pelo direito de ação – materializado na petição inicial – e no momento em 
que esta é protocolada, esse direito se torna um processo. 
Na ação de conhecimento, postulava-se ao juiz uma pretensão, com o intuito de 
provar ao juiz que se tinha razão, para que decidisse nesse sentido e ordenasse que a parte 
contrária cumprisse essa decisão. O alter ego da ação é o processo. 
 
Pode-se exercer o direito de ação executiva, por meio de uma petição inicial. A 
regra é que a execução seja sempre autônoma (acima de tudo é um direito), sincrético é 
uma exceção e deve ser trabalhada com muita cautela. 
Na nova conjuntura do CPC o processo não é mais linear (processo que começa 
com petição inicial, citação do réu, resposta, sentença e somente após dela se pensa em 
executar). O novo CPC trabalha com a ideia de paralelismo, pois agora não existe mais 
apenas uma coisa julgada, mas múltiplas coisas julgadas, tendo-se a oportunidade de ter 
vários processos/ações atuando em paralelo, principalmente ações de execução. 
Segundo Renato Dantas, o CPC é lento feito uma tartaruga, mas é célere, dá 
oportunidade de ser célere, parece contraditório, mas não é. O processo civil hoje não 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
pode ser veloz. O processo é uma estratégia pensada do lado de fora, existem várias portas 
para entrar na jurisdição, mas cada porta em que se entra, se escolhe um caminho. 
 
Há requisitos na execução1 (elementos para escolher ir pelo caminho da 
execução), mas não provas (não se trata de um conhecimento, sempre existe 
conhecimento dentro da execução, porém é um pequeno teor, que não é o principal). 
Formas de Execução 
 
Quando o assunto for executar, mesmo em caso de arbitragem, somente se pode 
fazê-lo pelo judiciário. O judiciário pode promover o resgaste de forma direta (sub-
rogação – “caráter substitutivo da jurisdição” - no momento em que o juiz determine 
pague, mesmo que o executado ou o réu se recuse, a jurisdição executa o ato, 
independentemente da vontade deste) ou indireta (coerção – ou a jurisdição ameaça a 
piora ou oferta a melhora). Existem previsões legislativas de proposta de melhora, 
contudo o mais comum é a ameaça da piora (art. 523 – ameaça de piora literal). 
 
1 Da mesma forma que para a concessão da tutela de evidência. 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
Antes do processo eletrônico, era mais fácil o uso da indireta do que o uso da 
direta, pois era menos custoso intimar e ameaçar do que poder promover. Contudo, com 
o uso da eletrônica, muitas ações de execução direta são feitas pela informática, com custo 
praticamente nulo (ex: BACENJUD). Ademais, estamos em uma época em que existe 
multa para quase tudo, inclusive para se não se compareceu em audiência de conciliação, 
multa por ato atentatório, por litigância de má-fé, por não comparecimento espontâneo. 
Caso acione o direito executivo, o estado vai se valer dessas formas. No que tange à 
maneira na prática que se fará isso, na execução se tem mais autonomia e custo. 
PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO 
Embasamento de Robert Alexy, que no livro Teoria dos Direitos Fundamentais 
enuncia que princípios são comandos de otimização, nesta hipótese, do processo. Os 
princípios, diferente das regras, podem conviver entre si, em havendo princípios, aplica-
se a técnica da ponderação e eles irão coexistir. Não há como coexistirem duas regras 
diante do mesmo processo, ou se aplica ou não se aplica. 
1. Patrimonialidade: 
Patrimônio é tudo que apresenta expressão econômica, não necessariamente sendo 
palpável, outrossim, é a expressão econômica de um bem que seja palpável ou não, deve 
haver um valor atribuído a esse bem. Todo o patrimônio do executado pode ser pego, 
contudo não se pode onerá-lo excessivamente, de forma a inviabilizar a sua vida. 
 Conceito de constrição x penhora: Um oficial de justiça não realiza a 
penhora, só quem a faz é o magistrado (a penha é ato exclusivo de juiz). O 
oficial de justiça faz constrição. Segundo Araquémde Assis, constrição é 
chamada de pré-penhora, outrossim, antes de toda penhora, virá uma 
constrição. A constrição não tem limite, sendo o bloqueio, proibição de 
poder vender. O Oficial de Justiça faz a constrição, o juiz convola em 
penhora o que foi feita a constrição. Ressalte-se que o próprio executado 
pode realizar a coNstrição (ato de constrição espontânea). 
 Exemplo: Ao se executar loja do shopping no valor de R$ 40.000,00 
(quarenta mil reais), o que se pode pegar para realizar constrição? 
o Valor em caixa/caixa corrente: Não tem como. 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
o Computador: Tem apenas um computador, que se relaciona ao 
estado para emissão de nota fiscal, não é possível penhorar. 
o Estoque: Não tem como. (“requeiro a vossa excelência o bloqueio 
de todo o estoque do executado”). 
o Sede física da própria loja: A loja do shopping é alugada. 
o Mobília: A loja não funciona sem. 
o Carro. 
ATENÇÃO: A execução deve ser certa e determinada. 
o Fração do faturamento dos cartões – Boa ideia. 
o Dinheiro para receber em outro processo. 
o Percentual de uma quota da empresa. 
2. Autonomia e Sincretismo; 
O direito processual é um tripé: tem-se o direito de ação, materializa-se esse 
direito em ação por meio de petição inicial e a transforma em um processo. A 
materialização do direito de ação está na petição inicial. 
 
Antigamente, realizava-se a execução em uma petição inicial autônoma, juntado 
com uma sentença. No ano de 2005, fixou-se a ideia de que a postulação, ao invés de ser 
autônoma, será mais uma fase do processo, nos mesmos autos, denominando-se o 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
processo de sincrético e quando se tiver que cumprir uma sentença ou acórdão, será 
denominado de cumprimento. 
 
ATENÇÃO: Sincrético não é o direito de resgaste, é o instrumento. 
 
3. Disponibilidade Executiva: 
A ideia do patrimônio para a execução é tão primordial, que tem que se verificar 
que a disponibilidade total do patrimônio não é só atual, mas futuro e, em alguns casos, 
diz a doutrina, passado (aquele patrimônio que ele se desfez, eu posso tornar ineficaz e 
buscar esse patrimônio). Não se pode pegar patrimônio e inviabilizar a vida do sujeito, 
devendo-se respeitar os comandos (pode-se bloquear parte do salário, mas seria uma 
melhor saída, por exemplo, bloquear o aluguel). 
4. Máxima Efetividade e Menor Onerosidade; 
Menor onerosidade é um comando de utilização que deve ser utilizado 
principalmente pelo executado (‘não mexa nesse valor, pois tem grande valor sentimental 
para mim’). O princípio da menor onerosidade não tem nada a ver com o valor econômico 
da coisa, mas com o desgaste do executado (custo para promover a constrição), 
determinados bloqueios custam dinheiro e quem paga é o exequente. 
ATENÇÃO: Deve-se mostrar ao juiz que se precisa de patrimônio, onde ele está, 
qual a forma de pegá-lo de maneira rápida e tranquila, não se preocupando com a defesa 
do executado. 
 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
Nesta hipótese, deve fazer a constrição de todos os bens, pois uma hora ele vai 
querer resolver a situação, objetiva-se ser mais eficaz. O princípio da máxima efetividade 
para o exequente é quando ele obtém resultado mais rápido, contudo o desprendimento 
de energia é muito pequeno. 
5. Tipicidade e Atipicidade das Medidas Executivas: 
Medidas típicas é esse raciocínio pautado em patrimônio material, é quando se 
pensa em pegar carro, cadeira, mesa. Medidas atípicas se refere ao bloqueio de coisa 
imaterial (trata-se de ideia nova). Deve-se mostrar para o juiz uma ideia e como alcançá-
la, se for viável, por mais atípica que seja, será realizada. 
REGRAS DA EXECUÇÃO 
1. Sem título, sem Execução: A doutrina menciona “sine titulo no executio”. 
2. Responsabilidade Objetiva do Executado: A responsabilidade do executado é 
objetiva, ou seja, não se discute a culpa do executado. O que interessa é que tem 
um título inadimplente, que o executado está com patrimônio do exequente e 
deverá devolvê-lo. 
3. Execução e Cognição Sumária e Subsidiária: Dentro da execução, por certo, se 
tem uma pequena parcela de conhecimento que será sumária bem superficial, 
diferente de exauriente, exaustiva, profunda. O conhecimento na execução vem 
depois do resgate de patrimônio, não se discute os motivos, as razões, as 
relevâncias que levaram o executado a não efetuar o pagamento, por isso a 
execução será subsidiária. 
ATENÇÃO: Na execução não tem contraditório, deve-se buscar outra maneira 
de discutir esses aspectos, pois na execução não se discute conhecimento. 
Ninguém contesta a execução, pois a execução é para resgatar patrimônio. 
 Requisitos Indispensáveis: 
Na ação de conhecimento, basta apresentar fatos e provas para levar a um 
processo. Contudo, quando se escolhe levar a uma execução e levar a um processo, deve-
se obrigatoriamente, no momento em que se escolhe executar, apresentar dois requisitos: 
título executivo e a inadimplência. 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
 
1. Título Executivo: 
Existem alguns títulos que podem ser feitos de forma sincrético, outros de forma 
autônoma e outros de ambas as formas. 
 Natureza Jurídica: 
Existem 03 correntes que versam sobre a natureza jurídica do Título Executivo: 
A primeira corrente vai enunciar que título executivo seria um documento, é um 
meio físico, virtual ou eletrônico em que se retém uma informação (trata-se de veículo), 
pois a lei teria dito isto, outrossim, o título executivo somente é criado por lei. 
A segunda corrente vai enunciar que o título executivo é um instrumento. O 
instrumento é um documento que foi criado para servir de prova (ex: agravo de 
instrumento tem essa denominação pois é um recurso com prova; instrumento de contrato, 
é redacionado para servir como prova). 
A terceira corrente, adotada pelo Direito Brasileiro, vai enunciar que a natureza 
jurídica do título executivo é mista (documento + instrumento), tem-se como exemplo o 
cheque, não importando se foi criado como meio de prova ou para criar informação. 
Ressalte-se, contudo, que somente será título executivo que a lei o criar (lei formal) (ex: 
um acórdão do TCU é titulo executivo, da mesma forma nota de empenho). 
No CPC contém uma relação muito grande de títulos, então, nesta disciplina nos 
ateremos aos títulos executivos previstos no Código de Processo Civil. Todo título de 
crédito é também um título executivo, vale dizer que no CPC vai se encontrar: “são títulos 
executivos o cheque, a duplicata, a nota promissória”, mas as características deste título 
devem ser buscadas na lei referente ao título de crédito. Não se precisa demonstrar a razão 
pela qual se expediu a nota promissória. 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
 Classificação: 
A lei, qualquer que seja ele, dá ao documento a característica de título executivo 
e a mesma lei vai classificá-lo em extrajudicial (previstos no art. 784 do CPC) (fora do 
judiciário – aquele que foi criado no meio privado, por autonomia privada da vontade – 
ex: contrato) e judicial (previsto no art. 515 do CPC) (criado dentro do judiciário – ex: 
sentença). 
 
 Obrigação Contida no Título: 
Todo título contém uma obrigação: dar, fazer, não dar e pagar. A natureza da 
obrigação de pagar é sui generis, pagar não é dar dinheiro, é buscar uma quitação, então, 
é possível fazer um pagamento com outro débito, objeto, serviço e outras coisas. 
Destaque-se isso, pois existe a obrigação de dar coisa e pagar. Dentro da obrigação de 
pagar, é possível obter pagamento com coisa diferente do dinheiro. 
 
Para entrar com uma execução, é preciso ter um título, para saber setem um título, 
é preciso pesquisar na lei, que vai estar dizendo como tem aquele título. Esse título será 
classificado em extrajudicial ou judicial (classificação derivada da própria lei), nele estará 
contida uma obrigação de pagar, fazer/não fazer ou não e para preencher essa obrigação, 
deve-se preencher três requisitos. São requisitos da obrigação: a certeza, a liquidez e 
exigibilidade. 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
 
Certeza é não ter dúvida. Uma obrigação certa preencherá dois elementos: o 
elemento subjetivo (quem deve, ou seja, quem é o credor e quem é o devedor, mas 
principalmente quem é o devedor?) e o elemento objetivo (o que deve ? + como se deve 
?). 
A liquidez (quantum debeatur) busca responder quanto se deve. A liquidez é 
somente uma apuração econômica (segundo Araquém de Assis), outrossim, somente cabe 
a aplicação da liquidez quando a obrigação é de pagar. No entanto, contemporaneamente 
afalando, não possível associar liquidação com uma apuração monetária, pois desde 1994, 
com a reforma do art. 273, inserção da tutela antecipada e reforma em 2005, criou-se no 
direito processual a ideia de tutela específica/magistrado deve entregar o que foi pedido, 
torna-se a liquidez uma parametrização, não apenas uma solicitação. A liquidez traz a 
característica da precisão. 
Para se chegar à liquidez da obrigação, utiliza-se um incidente denominado de 
liquidação. Sempre vai haver um incidente de liquidação, somente se obtém o quantum 
ao se liquidar. O CPC foi mais simplório, tendo dito que existiam dois tipos de liquidação: 
o arbitramento (perícia) e um novo procedimento (novo processo pelo rito comum). 
O CPC/73 trazia mais um tipo de liquidação, que não deixou de existir, teve 
apenas o nome alterado de “liquidação aritmética” para “meros cálculos”/ “demonstrativo 
de débito”, não sendo mais categorizado como um meio de liquidação. Assim sendo, os 
incidentes, para o novo CPC são somente arbitramento e um novo procedimento, contudo 
RENATO DANTAS continua adotando a “liquidação aritmética”, entendida como 
cálculos. Deve-se anexar os cálculos juntamente com a petição inicial e os títulos 
executivos. 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
 
 
Quanto à exigibilidade, o termo e a condição a suspendem, evento futuro e incerto, 
só sendo exigível em determinada data. No título, é preciso verificar a existência de termo 
e condição. 
 
ATENÇÃO: Todas essas etapas são obrigatórias e deve-se verificá-las antes 
de entrar com uma ação de execução. Se houver a mínima fragilidade em um desses 
elementos, a petição inicial tende a ser derrubada. 
ATENÇÃO: O reconhecimento de firma não dá validade alguma ao contrato, só 
dignifica que se quiser entrar com um processo, a outra parte não poderá afirmar que não 
assinou, pois uma pessoa pública a reconheceu. Um contrato sem duas testemunhas, 
existe, é existe, é válido e eficaz, a assinatura das testemunhas serve apenas para 
transformar o contrato em título executivo extrajudicial, ressalte-se que existe contrato 
sem duas testemunhas que serve de título extrajudicial. 
O processo de conhecimento é dividido em dois ritos: comum e especial. No rito 
especial, se encontra a ação monitória, que é um misto (meia conhecimento + meia 
execução), para esta precisa-se de documento que não seja título. Na hipótese de contrato 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
sem duas testemunhas, não se pode entrar com execução, pode-se entrar com uma ação 
de conhecimento comum e uma ação monitória. 
 Crítica ao Capítulo do CPC: 
O título executivo judicial é definido pelo art. 515 como as decisões. Não existe 
execução ou cumprimento sem que antes nasça uma liquidação, outrossim, antes de toda 
execução obrigatoriamente deve haver uma liquidação. O capítulo prevê: “liquidação da 
sentença”, o próprio código diz que as decisões são títulos, mas vai ensinar a liquidação 
a sentença. Não é liquidação de sentença, mas das decisões. As decisões interlocutórias 
são títulos executivos judiciais. Não existe execução sem liquidação. 
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-
se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: 
I – as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a 
exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer 
ou de entregar coisa; 
 Liquidação: 
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia 
ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor 
ou do devedor: [se o devedor quiser pagar espontaneamente, 
ele pode provocar a liquidação] 
 I – por arbitramento, quando determinado pela sentença, 
convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da 
liquidação; [ex: lucros cessantes, é preciso perícia] 
II – pelo procedimento comum, quando houver necessidade de 
alegar e provar fato novo. [trata-se de nova ação, novo 
processo, comum em acidente de veículo com dano material 
relacionado a ser humano] 
§ 1º Quando na sentença houver uma parte líquida e outra 
ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução 
daquela e, em autos apartados, a liquidação desta. 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
A apelação é protocolada no prazo de 15 dias e será recebida pelo desembargador-
relator, porém quando este for conhecer da apelação, vai verificar quais são os efeitos e a 
apelação foi ser recebida no duplo efeito: suspensivo + devolutivo ou apenas devolutivo. 
Independente do efeito que a apelação seja conhecida, é possível no primeiro grau abrir 
um processo em apenso e fazer a liquidação. A liquidação por arbitramento, por exemplo, 
é uma perícia, ocorrendo neste instante. 
 
Se a sentença transitou em julgado condenando a indenização de dano moral de 
R$ 20.000 (vinte mil) reais + lucros cessantes. A execução da indenização de dano moral 
se inicia. O cálculo dos lucros cessantes é feito em apartado, se faz uma petição inicial, 
pedindo ao arbitramento e quando se localizar o valor líquido, se faz o cumprimento. 
 
 
§ 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo 
aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento 
da sentença. [No caso de sentença ilíquida, a liquidação será 
feita por cálculo e ilíquida será feita por arbitramento ou 
procedimento comum]. 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
§ 3º O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à 
disposição dos interessados programa de atualização financeira. 
[não existe ainda] 
§ 4º Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar 
a sentença que a julgou. [A preclusão é endoprocessual, perde-
se o direito de praticar determinado ato. A coisa julgada torna 
imutável e indiscutível determinada situação. Matéria de 
ordem pública pode ser arguida a qualquer momento? Não, 
tem fim. O direito de alegar matéria de ordem pública cessa 
no momento que forma coisa julgada. Como na liquidação, 
somente se quer estipular o quanto se deve, não há porque 
alterar a sentença]. 
Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes 
para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no 
prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará 
perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova 
pericial. [Alguns esclarecimentos: já foi provado que 
arbitramento nada mais é do que uma prova pericial e o 
resultado é o estabelecimento de um quantum. Alguns 
doutrinadores afirmam que o arbitramento passa a ter duas 
classificações: arbitramento indireto e direto (sendo que o 
direito só deve ser feito depois do direto). O parecer ou 
documento elucidativo é um lado, objetiva-se que a parte 
contrate umperito e apresente o laudo, solicitando 
determinado valor, somente na hipótese de não conseguir 
fazer, solicita-se perita indireta (apresenta custos). Juiz só diz 
duas coisas: defiro e indefiro, qualquer pedido que seja feita 
a um magistrado, veja como resposta a possibilidade de ele 
fazer em sim e não]. 
Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz 
determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, 
querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, 
observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da 
Parte Especial deste Código. [A sentença do procedimento 
comum de liquidação é recorrível com agravo de 
instrumento] 
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de 
recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, 
cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças 
processuais pertinentes. [Não importa qual é a apelação ou o 
efeito que será recebido, a liquidação pode ser iniciada]. 
 CONCENTRAÇÃO DE DEFESA, IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS 
FATOS E EVENTUALIDADE. 
 Teoria do Cálculo: 
O valor indicado na própria decisão é denominado de valor principal, sobre esse 
valor principal, atrai-se a correção monetária (atualização do valor para preservar o poder 
de compra). No processo se trabalha com alguns ´ndices a depender da situação, dois 
índices são muito comuns: INPC - Índice nacional de preços ao consumidor (influenciado 
pela cesta básica) e IGPM - Índice Geral de Preços do Mercado (influenciado por 
emprego, renda). 
Posteriormente, aplicam-se os juros de mora que ocorrem a 1% ao mês, na forma 
simples, ou seja, 12% ao ano, isso explica porque as grandes litigantes levam o processo 
até o final, pois quando recebem contestação, estimam o valor da condenação, pegam o 
valor, aplicam no mercado financeiro que dará mais do que a correção e deixa o processo 
correr, quando chega no final, levanta o valor no mercado financeiro, paga a parte e fica 
com o restante. Após somar, encontra-se o subtotal e sob esse valor, pega-se o cálculo 
das custas e sob o subtotal serão calculados os honorários, no percentual de 10% e aí, se 
encontra o montante. 
A depender do título, correção e juros terá data distinta, mas na maioria do simples 
a correção vai da data da publicação da sentença e os juros da citação válida. Contudo, 
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Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
em caso de acidente de veículo, a correção é da data do acidente e os juros é da sentença. 
Existe uma hierarquia neste cálculo, deve-se segui-la, pois, do contrário, o valor será 
alterado. 
 
2. Inadimplência: Não se pode cobrar de quem não deve. 
 Significado e Importância: 
 
Títulos Executivos Extrajudiciais 
É possível criar títulos, não buscá-los por aí. Deve-se inicialmente verificar os 
títulos de crédito, que são todos títulos executivos extrajudiciais. A nota promissória é um 
título executivo que pode ser feito até mesmo na internet, no caderno, comprar na livraria. 
Atualmente, com a ideia de conciliação e mediação, faz-se mister conhecer e criar estes 
títulos. 
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: 
I – a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture 
e o cheque; 
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II – a escritura pública ou outro documento público assinado pelo 
devedor; 
III – o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) 
testemunhas; 
IV – o instrumento de transação referendado pelo Ministério 
Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos 
advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador 
credenciado por tribunal; 
V – o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro 
direito real de garantia e aquele garantido por caução; [o contrato 
garantido com caução também é título executivo 
extrajudicial, não necessitando de duas testemunhas]. 
VI – o contrato de seguro de vida em caso de morte; [o seguro de 
vida é uma maravilha, mas não entra em inventário, devendo-
se inserir os nomes específicos dos beneficiários] 
VII – o crédito decorrente de foro e laudêmio; [equivalente ao 
IPTU para quem mora em terreno de marinha – ex: Vitória, 
Bonfim] 
VIII – o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de 
aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como 
taxas e despesas de condomínio; [O novo CPC afirma que se o 
locatário paga a locação, mas não paga condomínio, é possível 
entrar uma ação de execução apenas quanto ao condomínio. 
De um contrato de locação, existem várias possibilidades]. 
IX – a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente 
aos créditos inscritos na forma da lei; [Trata-se de título para a 
execução físcal. O seu procedimento segue uma legislação 
extravagante, não é a execução fiscal que iremos estudar]. 
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X – o crédito referente às contribuições ordinárias ou 
extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva 
convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que 
documentalmente comprovadas; [o condomínio horizontal não 
tem direito à execução, apenas o condomínio vertical? A 
assembleia deve autorizar o ajuizamento da ação, o síndico 
por si só não pode fazê-lo] 
XI – a certidão expedida por serventia notarial ou de registro 
relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas 
pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em 
lei; [Muitas empresas imobiliários fazem um convênio – os 
notários faziam convênio com construtoras, porém quando 
esta ficava inadimplente, o tabelionato não podia cobrar, 
tinha que entrar com ação de conhecimento, agora têm essa 
certidão, podendo entrar com a execução]. 
XII – todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, 
a lei atribuir força executiva. [Um desses títulos é o acórdão do 
TCU da União, do Estado e do Município] 
§ 1º A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de 
título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução. 
[Caso se tenha contrato com pessoa, é devedor, acha que o 
contrato tem nulo, não existe impedimento de ir para a justiça 
e buscar a nulidade daquele contrato, porém o credor pode 
executar, o máximo que vai ocorrer é uma questão de 
execução, mas não obsta que o credor entre com a execução e 
o devedor entre com uma ação de conhecimento. Então, deve-
se pedir tutela cautelar inibitória que impeça o credor de 
iniciar a execução]. 
§ 2º Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país 
estrangeiro não dependem de homologação para serem 
executados. [Existe a homologação de sentença estrangeira, 
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mas a sentença é título judicial, os extrajudiciais não 
necessitam de nado, vem direito para executar] 
§ 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando 
satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de 
sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de 
cumprimento da obrigação. [Se o título é estrangeiro, deve-se 
verificar a legislação do Paraguai para criar o título e somente 
se pode executar no Brasil se o lugar de cumprimento da 
obrigação for aqui.] 
Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não 
impede a parte de optar pelo processo de conhecimento, a fim de 
obter título executivo judicial. [Não se é obrigado a executar, 
mesmo se tendo um título]. 
Títulos Executivos Judiciais 
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-
se-á deacordo com os artigos previstos neste Título: 
I – as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a 
exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer 
ou de entregar coisa; [a decisão interlocutória também é título 
executivo judicial. Existe uma estrutura paralelística, em que 
conhecimento e execução podem caminhar juntos, não é 
preciso esperar a sentença para iniciar o cumprimento 
definitivo. Cada pedido hoje é tratado de forma individual, 
então deve-se buscar o julgamento de forma individual]. 
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos 
formulados ou parcela deles: 
I – mostrar-se incontroverso; 
II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. 
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§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de 
obrigação líquida ou ilíquida. 
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão 
que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso 
contra essa interposto. 
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será 
definitiva. 
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão 
ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. 
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento. 
II – a decisão homologatória de autocomposição judicial; [acordo 
dentro do processo de conhecimento] 
III – a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de 
qualquer natureza; [título executivo paralegal ou parajudicial, 
pois já era título, mas por uma questão social, pode-se 
mandar homologar o título, transformando-lhe em título 
executivo judicial, pois as pessoas têm uma vinculação muito 
grande ao judiciário. Pode-se entrar com ação de 
cumprimento de título executivo judicial, de forma 
autônoma] 
Atenção: Quando o título é judicial se chama de cumprimento 
e quando é extrajudicial se chama de execução. 
 IV – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação 
ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular 
ou universal; [Se tiver o formal de partilha, só se pode executar 
sucessores e inventariantes e não se direciona a qualquer 
pessoa]. 
V – o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, 
emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão 
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judicial; [executa nos mesmos autos ou em autos 
implementares]. 
VI – a sentença penal condenatória transitada em julgado; 
VII – a sentença arbitral; 
VIII – a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal 
de Justiça; [o título judicial precisa de homologação do STJ, 
mas o extrajudicial não necessita, caso cumpridos os 
requisitos]. 
IX – a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do 
exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; 
§ 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo 
cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no 
prazo de 15 (quinze) dias. 
§ 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao 
processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido 
deduzida em juízo. 
Classificação 
1. Da Tutela Executiva: 
Tutela em processo é decisão. A tutela de urgência, na verdade é uma decisão de 
urgência; tutela provisória, na verdade é decisão provisória. Trata-se, portanto, de decisão 
executiva, decisão de resgatar obrigação de pagar, entregar, fazer ou não fazer. 
1.1.De pagar 
1.2.De entregar 
1.3. De Fazer/Não Fazer. 
 
2. Da Atividade Executiva: 
2.1.Quanto a Obrigatoriedade: 
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Segundo o professor Marcelo Abelha, nas execuções das obrigações de dar, fazer 
ou não fazer, o juiz faz de ofício, torna-se obrigatória, contudo o professor Renato 
Dantas entende que a execução será sempre facultativa. Se houver execução 
necessária, de cunho obrigatório, deverá sair da demanda individualizada para a demanda 
coletiva (ação coletiva fundada em direito individual homogêneo, cuja habilitação das 
pessoas não seja atendido o mínimo necessário). 
Um direito individual homogêneo é fato comum que gera determinadas 
consequências para várias pessoas, porém não se tem como agrupar, trata-se de direito 
subjetivo, próprio, individual, mas se torna idêntico em decorrência de fato comum. O 
difuso não se tem como referenciar, atinge todo mundo (ex: dano ambiental na Baía de 
Todos os Santos); os direitos coletivos stricto sensu ou das categorias profissionais, se 
divide pelas profissões. O incêndio na Telemar prejudicou inúmeras pessoas. No direito 
individual homogêneo muda a quantificação do dano para aquela pessoa. 
 O Ministério Público pode ajuizar ação coletiva, saiu a sentença, mas esta tem a 
necessidade de ser ilíquida, pois o direito é individual (a quantificação de cada dano será 
individualizada), apenas o fato é homogêneo. As pessoas deverão se habilitar no processo 
na sentença, pois cada pessoa deve quantificar a sua obrigação. Existe uma estimativa de 
pessoas que tem esse prejuízo, quando sai a sentença, é publicado edital e se aguarda 
determinado tempo e essa estimativa de pessoas vinculadas a este dano deve ser cumprida 
no percentual previsto no edital (30/40%). Se o percentual estiver abaixo, a execução se 
torna obrigatória para o Ministério Público, dinheiro vai para o Fundo de Proteção ao 
Dano Coletivo. 
2.2.Quanto ao Resultado: 
Caso se consiga resgatar o patrimônio, a execução foi frutífera, se não conseguir, 
será infrutífera. 
2.3.Quanto a espécie do título: 
A execução pode ser por título executivo extrajudicial ou judicial. Vale ressaltar 
que o professor Adonias chama atenção para a questão do título paralegal ou 
parajudicial , tem-se título extrajudicial, mas mesmo assim se pede que o juiz homologue 
o que já é título. 
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2.4.Quanto ao procedimento: 
É preciso de título e inadimplência para ter uma execução. É preciso que esse 
título tenha previsão em lei. A lei dirá se é extrajudicial ou judicial. Sabe-se que em cada 
título haverá uma obrigação: de pagar, fazer, não fazer ou dar, assim como que essa 
obrigação deve ter certeza, liquidez e exigibilidade. 
Quem paga, paga quantia certa e vai contra um devedor que pode ser solvente ou 
insolvente. A execução para devedor solvente se encontra no CPC/15, contudo a 
execução de devedor insolvente continua no CPC/73, no entanto essa execução é mais 
voltada à lei de falência, logo não será tratada no curso. Assim, quando se diz execução 
de pagar, se está falando em execução de pagar quantia certa contra devedor solvente. 
Quem dá ou entrega, entrega coisa, que é dívida em coisa certa e coisa incerta, o 
que diferencia a coisa certa (qualidade – “100 laranjas lima”) da coisa incerta (gênero e 
quantidade – “100 laranjas”). 
 
O procedimento da execução é a mesma coisa do processo civil comum. O 
procedimento/rito é dividido em comum em especial (não existe mais a subdivisão do 
comum entre ordinário e sumário)2. 
 
2 No processo de conhecimento, no rito comum, no processo de conhecimento, tinha-se postulação, 
saneamento, instrução e fase de decisão (04 fases). No rito especial, tem-se a jurisdição contenciosa, a 
jurisdição voluntária e legislação extravagante. 
 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
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Os procedimentos de execução especiais são: execução fiscal, contra a fazenda 
pública, de alimentos ede pagamento devedor insolvente (lei de falência). No que tange 
aos procedimentos comuns, deve-se fazer uma associação entre o tipo do título e o tipo 
da obrigação nele contido (existirão 08 ritos na execução). Caso se chegue na fase do 
cumprimento/iniciar uma execução autônoma, é preciso andar para trás e se perguntar 
qual é o título e qual a obrigação. 
 
Muitas obrigações de dar, fazer e não fazer serão feitas em paralelo com a 
obrigação de pagar. Por isso, começar-se-á estudando a obrigação de pagar. 
 Obrigação de Pagar: 
As fases do procedimento comum de execução da obrigação de pagar são: 
postulação, constrição, penhora (ápice da constrição), expropriação e satisfação. A 
constrição, segundo Araquém de Assis, é qualquer ato de restrição patrimonial (pré-
penhora), a penhora é o ato do magistrado. 
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Docente: Renato Dantas. 
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 Competência: 
Todo juiz é igual, mas a jurisdição muda. A jurisdição é dizer o direito. Todo juiz 
diz o direito, mas caso se pergunte se todos eles têm o mesmo poder, dever e função? 
Não, pois o seu poder não é ilimitado. Competência serve para se saber onde protocolar 
a petição inicial. A primeira linha que se escreve na petição é o endereçamento 
(excelentíssimo senhor doutor Juiz de Direito/Juiz do 
Trabalho/Desembargador/Ministro). 
Critérios de competência: subjetivo (quem eu sou e com quem eu quero brigar 
interfere no local onde protocolarei a minha petição inicial); objetivo (matéria e valor da 
causa – em virtude dos Juizados Especiais Cíveis); funcional e territorial = Ex. Sr. Dr. 
Funcional da Material da Territorial. 
 
O CPC, no âmbito do título executivo extrajudicial somente traz aspectos 
territoriais, mas, em geral, será no 1º grau, vara cível. A regra geral quanto ao território é 
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Docente: Renato Dantas. 
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o domicílio do réu, mas pode-se executar no local onde foi celebrado o contrato, local de 
cumprimento da obrigação, no último endereço do réu (se estiver desaparecido). A 
competência para execução nos títulos extrajudiciais é idêntica ao processo de 
conhecimento. 
No judicial, a coisa muda um pouco. Existem títulos que nascem no primeiro, 
segundo e terciro grau. A sentença vai por apelação para o TJ ou TRF e vai por REXt 
para o STJ e STF, respectivamente, quando forma coisa julgada, volta para o juízo de 1º 
grau. Nos processos de competência originária dos tribunais, ocorre o mesmo. O mesmo 
local que proferiu a decisão é o local competente para executar. 
 
 Foro Shopping: 
Se durante o curso do processo, o executado se muda e se descubra que ele 
apresenta patrimônio em outra cidade, tem-se a nova residência do executado e o local 
onde tem patrimônio. Segundo o foro shopping (Paula Sarno), quando o processo retorna, 
o exequente pode deslocar os autos para outro local (novo endereço o executado ou local 
onde tenha patrimônio). 
Ressalte-se que isso não é carta precatória, se está deslocando o processo (violação 
da perpetuação da jurisdição). Não existe previsão legal do momento de fazer isso, mas a 
maior parte da doutrina enuncia que isto deve ser feito no momento inicial. 
ATENÇÃO: Isso só fazia sentido quando os autos eram físicos. 
 Deslocamento do processo onde deveria ser cumprida a obrigação 
(obrigações de fazer/não fazer). 
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: 
[Qualquer decisão] 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
I – os tribunais, nas causas de sua competência originária; [Caso 
se protocole a petição inicial no tribunal, assim será] 
II – o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; 
III – o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal 
condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de 
acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. [Muito embora 
esteja descrito aqui, existe lei ordinário que enuncia que o 
acórdão no tribunal marítimo é titulo executivo judicial]. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente 
poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo 
juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou 
pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer 
ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo 
será solicitada ao juízo de origem. 
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser 
levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o 
prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. 
[SERASAJUD]. 
Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será 
processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte: 
I – a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do 
executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação 
dos bens a ela sujeitos; 
II – tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser 
demandado no foro de qualquer deles; 
III – sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a 
execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no 
foro de domicílio do exequente; 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
IV – havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a 
execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do 
exequente; 
V – a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se 
praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, 
mesmo que nele não mais resida o executado. 
 Legitimidade: 
 
A legitimidade significa sempre titularidade, outrossim, deve-se perguntar se 
determinada pessoa é titular da pretensão (só é legitimado quem responde em nome 
próprio). Na execução isso fica fácil, verifica-se o titular da pretensão no título – certeza 
subjetiva. 
ATENÇÃO: Toda vez que for substituição é sempre legitimidade extraordinária. 
Se o autor negar, a sucessão não pode ser realizada, outrossim, para que a movimentação 
no polo passivo ocorra, o autor deve autorizar. 
ATENÇÃO: A legitimidade é um instituto processual e não empresarial, quem 
tinha a titularidade do crédito no momento em que protocolou a petição inicial é o 
legitimado ordinário primário. No caso de cheque, o indivíduo que postula é primário. 
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Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a 
lei confere título executivo. [Então, o legitimado passivo 
ordinário primário será sempre o credor] 
§ 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em 
sucessão ao exequente originário: 
I – o Ministério Público, nos casos previstos em lei; [É 
legitimado ativo extraordinário -nome próprio defendendo 
direito dos outros- ou ordinário – nome próprio defendendo o 
seu próprio direito ex: contrato administrativo/de licitação de 
serviço celebrado pelo MP]. ATENÇÃO: Na execução, 
II – o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre 
que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do 
título executivo; [o espólio tem personalidade jurídica, pode 
promover a execução ou prosseguir na execução. O espólio 
pode ser legitimado primário ou secundário]. 
 III – o cessionário, quando o direito resultante do título executivo 
lhe for transferido por ato entre vivos; [São sempre secundários] 
IV – o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou 
convencional. [São sempre secundários] 
§ 2º A sucessão prevista no § 1º independe de consentimento do 
executado. [A alteração do polo ativo tanto na execução, 
quanto no processo independe do réu. Exemplo: Se Paulo loca 
um imóvel para Joaquim por 03 anos e antes do fim do prazo 
vende para Pedro, Pedro deverá respeitar o contrato de 
locação] 
Art. 779. A execução pode ser promovida contra: [o titulo 
indicará quem é o credore quem é o devedor]. 
I – o devedor, reconhecido como tal no título executivo; 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
 II – o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; [o 
espólio pode ser passivo ordinário primário ou passivo 
ordinário secundário. Pode-se executar espólio ou executar 
uma pessoa e no curso do processo ela vir a falecer]. 
III – o novo devedor que assumiu, com o consentimento do 
credor, a obrigação resultante do título executivo; [existe, mas na 
prática não funciona, não tem necessidade, se tem dinheiro 
para pagar, que pague logo]. 
IV – o fiador do débito constante em título extrajudicial; [Tem-
se um fiador judicial e um fiador legal – convencional. O 
fiador convencional é aquele que está no contrato. No 
CPC/73, se no início da execução não incluísse o fiador como 
litisconsorte, não se poderia mais trazê-lo para o processo, 
outrossim, só existia a figura do fiador judicial, que seria 
aquele que garantiria um patrimônio no curso do processo. 
Atualmente, o fiador, qualquer que seja ele, se tornou 
legitimado passivo ordinário secundário, podendo ser judicial 
ou convencional. Há quem diga, por uma interpretação mais 
extensiva, que é possível entrar diretamente contra o fiador, 
mas o professor defende que ele é secundário]. 
V – o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao 
pagamento do débito; [A maioria da garantia real é imóvel. É 
possível pedir o imóvel do meu irmão como garantia em um 
negócio? Pode, se ele aceitar, pois não é a pessoa, mas o imóvel 
dele. Nesta hipótese, se meu irmão é proprietário do imóvel 
que foi dado em garantia real, se torna legitimado passivo 
ordinário secundário] 
VI – o responsável tributário, assim definido em lei. [ICMS e 
vendedora da AVON. Quem deveria recolher o tributo de 
ICMS aos cofres do estado seria a vendedora porta a porta, 
no entanto, ela não faz isso, quem recolhe o ICMS é a própria 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
AVON, que é legitimada passiva extraordinária. A AVON, 
em nome próprio, responde por obrigação alheia e paga 
antecipado e depois faz o processo de compensação. Não teria 
como o Estado ficar cobrando de inúmeras vendedoras. O 
responsável tributário é legitimado passivo extraordinário. A 
CDA seria gerada em nome da AVON]. 
Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que 
fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo 
e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e 
idêntico o procedimento. [cuidado para não cumular os títulos 
judiciais e extrajudiciais]. [requisitos: executado, 
competência, título + obrigação = procedimento devem ser os 
mesmos]. 
 Litisconsórcio: 
Trata-se de uma reunião de pessoas em torno de uma mesma lide, do mesmo 
processo. São quatro classificações: 
 Quanto ao polo da lide: Os polos da lide são ativo (autor) e passivo (réu): 
Pode-se ter dois autores para um réu (litisconsórcio ativo), um autor para dois réus 
(litisconsórcio passivo) ou dois autores ou mais para dois réus ou mais (litisconsórcio 
misto). 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
 
 Quanto ao momento de formação: 
Jamais deve-se eternizar o litisconsórcio, deve-se verificar naquele instante, pois 
o processo caminha ao longo do tempo, mas o litisconsórcio pode ser hoje e amanhã não 
existir mais. 
 Inicial; 
 Ulterior: Trata-se de litisconsórcio formado no curso do processo. Ex: 
batida de carro, seguradora é incluída no polo passivo, formando-se 
litisconsórcio passivo que não é inicial, mas ulterior (veio depois). 
 
 Quanto à obrigatoriedade: 
A regra é que não se é obrigado (“eu brigo com quem eu quero”), ou seja, via de 
regra, o litisconsórcio é facultativo. Contudo, existem duas situações em que se é obrigado 
a formar um litisconsórcio (litisconsórcio necessário): previsão na lei, juiz se pega em 
uma situação em que não pode proferir a decisão sem que estejam todos os envolvidos 
(não tem a obrigação de fazer, mas o juiz pode extinguir o processo sem resolução de 
mérito). 
 Quanto ao resultado material: 
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Docente: Renato Dantas. 
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Deve-se colocar na posição de magistrado, se na pluralidade de partes, conseguir 
enxergar uma unidade, podendo-se proferir uma decisão igualitária (litisconsórcio 
unitário). Todavia, caso olhe para a situação e uma única pessoa tiver de dar decisão 
distinta, esse litisconsórcio não pode mais ser unitário, pois a unidade deve ser completa 
(litisconsórcio simples). Existe uma regra de que, na maioria das vezes, o litisconsórcio 
unitário é necessário e o simples é facultativo. 
 Intervenção de Terceiros: 
No CPC/73, existiam as seguintes intervenções: denunciação a lide, chamamento 
ao processo, assistência, oposição e nomeação à autoria. No CPC/15, a denunciação a 
lide, chamamento ao processo e assistência foram mantidos; a oposição virou 
procedimento especial e a nomeação a autoria deixou de existir, em compensação, foram 
criados o amicus curiae (já existia, mas só aparecia no REXT) e o incidente de 
desconsideração da pessoa jurídica (existia, mas era mera decisão, não era uma 
intervenção). 
 
 Denunciação a Lide: É transferência de responsabilidade, tudo o que o 
autor cobra do réu o réu transfere para um terceiro (direito de regresso), o 
juiz deve determinar, só ocorre por via judicial. 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
Pode acontecer que o denunciante tente fazer acordo antes com o denunciado 
(sofre a intervenção) e deseja se utilizar da denunciação para cobrar o acordo, isso não é 
possível. O novo CPC traz a possibilidade de o autor pular o patrimônio do denunciante 
e ir direito ao denunciado. 
A seguradora tem seguro, o que gerava uma espécie de cadeia no CPC/73. Por 
isso, o CPC/15 bloqueou, o réu pode fazer uma denunciação e o denunciado somente 
pode realizar mais uma denunciação e acaba. Atualmente, existe no CPC um limite de 
denunciações, não se pode transferir responsabilidades a todo momento. No CPC foi 
esclarecida uma dúvida: a denunciação é facultativa, não se é obrigado a denunciar; 
caso não se queira denunciar, pode-se ingressar com ação autônoma de regresso. 
A vantagem é o direito de regresso, o mesmo título que serve para condenar o réu, 
serve para condenar a seguradora nos mesmos autos. A mesma condenação que Pedro vai 
pagar pra José, a seguradora paga para Pedro (Litisconsórcio passivo, ulterior, 
facultativo e unitário). 
Ex: autor sofre acidente de trânsito e processa o dono do carro, o motorista, dano do carro 
aciona o seguro. 
 
Existe a possibilidade de denunciação a lide também no caso de evicção. 
A lei prevê a possibilidade de a denunciação ser feita também pelo autor, só que 
neste caso a estrutura é outra: se tem autor, que litiga contra o réu, que está em 
litisconsorte com terceiro. O terceiro denunciado vira litisconsorte ativo, é intimado no 
processo para ingressar no polo ativo, tendo direito, inclusive a aditar a petição inicial 
(ato volitivo), mas com o mesmo raciocínio do direito de regresso, se o autor não 
conseguir o que o réu deve, o terceiro deverá restituir. 
Ex: compra de fazenda com a porteira fechada. João vendeu para Rafa uma 
fazenda de 20 he com a porteira fechada, quando rafa tomou posse, observou que Carlos 
havia invadido 2 he. Rafa ingressa com uma ação contra Carlos para reivindicatória de 
propriedade, mas denuncia a lide para João, dizendo que se Carlos não devolver os dois 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
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he, ele deverá restituir o valor dos dois he. Primeiro é intimado joão, que entra como 
litisconsorte ativo ulterior, tem odireito de aditar a inicial e só depois é citado o réu. Se 
joão for citado, mas não se manifestou, pode ser condenado, mas não é revel. 
Não cabe denunciação a lide na execução. A execução é resgatar propriedade, 
como se pode cobrar a propriedade de alguém e este alguém dizer que não é 
responsabilidade sua, mas de outro. 
 Chamamento ao Processo: Há uma divisão de responsabilidade, cada um 
assume a sua quota parte. O chamamento é sempre do polo passivo e como 
é uma divisão de responsabilidade, o que promove o chamamento 
(chamante) não poderá cobrar a parte dele para o chamado nos mesmos 
autos. A cobrança para os co-responsáveis deve ocorrer com ingresso de 
uma ação autônoma, em virtude da divisão de quotas. 
ATENÇÃO: Não se tem ação de regresso, mas ação de cobrança. 
(Litisconsorte passivo, ulterior, facultativo, simples, mas pode ser 
unitário). 
o Fiador 
o Responsável solidário 
Não cabe chamamento ao processo, pois não se pode dividir a obrigação de 
um título certo. 
 
 Oposição: Lei de Bifronte (terceiro reclama para si a propriedade do 
objeto principal, na prática é a formação de um outro processo). 
Litisconsórcio inicial, necessário e simples. Trata-se de procedimento 
especial. 
 Assistência: Ingressa-se no processo como assistente do autor ou do réu, 
devendo evidenciar o seu interesse jurídico. Esse interesse jurídico pode 
ter uma vinculação direta ou indireta com o objeto, se tiver uma vinculação 
direta, o seu cliente assistente ganha mais poder; se for indireta, ganha 
menos poder de parte. O assistente que tem poder de parte é denominado 
de assistente litisconsorcial (litisconsórcio ulterior facultativo). Na 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
hipótese de o assistente ser simples, seu poder de parte é menor e ele não 
consegue agir autonomamente. A vantagem de ser assistente é grande, pois 
o assistente é a única figura que tem capacidade no processo civil que pode 
discutir justiça da decisão. 
Ex: a ação de acidente de trabalho vai para a justiça do trabalho, contudo 
quando se quer discutir auxílio doença trabalhista, direciona-se para a 
Justiça Comum, vara de acidente de trabalho. Se a pessoa ingressa na 
justiça do trabalho com reclamação trabalhista contra o empregador, o 
assistente ingressará no processo da VAT enunciando interesse 
(assistente). 
 Amicus Curiae: 
O amicus curiae entra no processo para dar “pitaco”. Sob o prisma sociológico, o 
amicus curiae representa Habermas no processo (teoria do agir). No CPC/15 abre-se a 
possibilidade do acompanhamento do amicus curiae em sede de primeiro grau. A pessoa 
pode pedir para entrar, pode ser requisitado pelo juiz ou convidado pelas partes. Pessoa 
física ou jurídica que tenha relevância em determinado conteúdo discutido. 
O amicus curiae defende o lado dele na tese, não vem apoiar nem uma parte e 
nem outra, vem evidenciar novas coisas ao juiz (“amigo do juiz”). Pode-se ter quantos 
amicus curiae se quiser. No âmbito social, isso é fantástico, aberta do processo; contudo, 
sob o ponto de vista do processo, é um caos. 
Se o juiz deferir o ingresso do amicus curiae, a decisão é irrecorrível, se ele 
indefere, é possível agravar. O amicus curiae pode solicitar dilação de prazo e o juiz 
costuma conceder, por isso revela um retardo terrível. O amicus curiae, apesar de não 
poder recorrer, tem a oportunidade de embargar a declaração. Sob o prisma processual, o 
amicus curiae pode ser uma arma daquele que o tempo é amigo. Pode-se solicitar o amicus 
curiae no primeiro, segundo, terceiro ou na fase de cumprimento de sentença (em 
qualquer momento). 
O amicus curiae vai discutir única e simplesmente a tese, não vai dizer quem tem 
razão. Deve-se analisar de forma crítica (se o cliente estiver solicitando uma providência 
urgente deve-se solicitar uma tutela requerida de forma antecedente, pois caso se entre no 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
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rito comum isso gerará o maior problema). Nem de longe o amicus curiae tem o mesmo 
poder que o assistente. 
O amicus curiae pode ingressar na execução, desde que haja uma temática 
relevante. 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da 
matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a 
repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão 
irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem 
pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de 
pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com 
representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua 
intimação. 
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de 
competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas 
a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º. 
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou 
admitir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae. 
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o 
incidente de resolução de demandas repetitivas. 
 Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica: 
A pessoa jurídica é uma ficção jurídica, são dados a ela direitos e deveres, 
inclusive danos morais. O mais comum no Brasil é uma pessoa jurídica com uma extensão 
LTDA (número de sócios limitados diferente da sociedade anônima, em que não é 
possível se identificar a quantidade de sócios), várias pessoas físicas se reúnem, em 
virtude da affectio societates (afinidade para que possa se juntar como equipe e conseguir 
ganhar dinheiro, como quiser, de forma lícita) e formam uma pessoa jurídica. Atualmente 
80/90% das empresas no Brasil são LTDA. 
Trata-se de pessoa jurídica que fez um contrato social e criaram a pessoa jurídica 
(registro da pessoa jurídica – CNPJ). Em cada estado se tem a Junta Comercial, onde 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
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ficará arquivado esse contrato que os três sócios fizeram. Cada um dos sócios tem 33% 
das quotas. Para a criação da empresa foi necessário 100.000,00 (cem mil reais). Não se 
coloca no contrato social valores monetários, mas o valor da quota (33%). A pessoa 
jurídica tem um patrimônio diferente daquele das pessoas físicas. Ademais tem 
personalidade jurídica e é detentora de direitos e obrigações. 
Ao criar uma empresa, 33% do conteúdo patrimonial da empresa faz parte do 
patrimônio pessoal de uma pessoa física que tem outros bens. Em determinadas situações, 
a pessoa não tinha dinheiro para pagar e o exequente não poderia ficar sem receber, então, 
começou a ideia de atacar o patrimônio dos sócios. Para atacar o patrimônio dos sócios, 
é possível despersonalizar (art. 50, CC) ou desconsiderar (art. 28, CDC). Na hipótese de 
despersonalização da empresa, esta deixa de existir, enquanto na desconsideração ela 
continua existindo (André Ramos Santa Cruz/Fábio Ulhôa Coelho). A despersonalização 
tem os seus requisitos previstos no art. 50. 
O mais comum e rotineiro é a desconsideração. Até o CPC/15, isso era uma mera 
decisão. No entanto, o CPC/15 estabeleceu regras. Caso se ingresse com ação contra 
pessoa jurídica, em regra, não se poderá atacar o patrimônio dos sócios. Deve-se solicitar 
o incidente da desconsideração da personalidade jurídica, entrar com uma ação, num 
processo em apenso, contestação em 15 dias, produção de prova e o juiz decidirá. Cria-
se processo de conhecimento apenso ao processo anterior, com o fito de incluir os sócios 
(direito ao contraditório). 
Segundo o código, é possível utilizar desse incidente a qualquer momento e o CPC 
diz que caso não se queira fazer o incidente, poderá na petição inicial entrar em 
litisconsórcio passivo facultativo (os réus serão a pessoa jurídica e os seus sócios), para 
que seja oportunizado desde o início o contraditório, não sendo mais necessário o 
incidente. Oprocesso tende a demorar muito mais. 
Alguém processa uma pessoa física e descobre que esta pessoa não tem 
patrimônio, pode-se pedir a desconsideração inversa da pessoa jurídica (“intime-se a 
ABC informática, pois responderá com o patrimônio dela, não se restringindo a quota do 
sócio). 
Da Responsabilidade Executiva 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
1. Quando posso? (art. 789). 
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes 
e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as 
restrições estabelecidas em lei. 
2. Sobre qual patrimônio 
 Primário: art. 789 – o patrimônio do devedor. 
 Secundário: art. 790 
Art. 790. São sujeitos à execução os bens: 
I – do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada 
em direito real ou obrigação reipersecutória; 
II – do sócio, nos termos da lei; [o patrimônio dele responderá 
o débito, ele não é legitimado, mas o seu patrimônio é 
responsável. Isso independentemente do tipo de sociedade]. 
III – do devedor, ainda que em poder de terceiros; [O condomínio 
estava executando Felipe, que é o proprietário do 
apartamento 201, a execução recaia sobre taxas condominiais, 
do período de abril de 2015 a maio de 2016. Ocorre que Felipe 
aluga um imóvel para Pedro a partir de Junho de 2016, três 
meses após o aluguel, Pedro descobre que o condomínio está 
executando Felipe e fica com medo de ser despejado. Nesse 
momento, procura x como advogado. Não afeta o contrato de 
locação de Pedro, mesmo que o condomínio venha a tomar, 
isso não afeta o referido contrato] 
IV – do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens 
próprios ou de sua meação respondem pela dívida; [bem de uso 
da família, patrimônio do cônjuge responde mesmo que sejam 
casados em separação de bens – vinculação de 
responsabilidade e não de titularidade. O foco na execução 
não é a pessoa, é resgatar patrimônio]. 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
V – alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução; 
VI – cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada 
em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra 
credores; 
VII – do responsável, nos casos de desconsideração da 
personalidade jurídica. 
 Art. 794 (fiador) 
Art. 794. O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que 
primeiro sejam executados os bens do devedor situados na mesma 
comarca, livres e desembargados, indicando-os 
pormenorizadamente à penhora. [Trata-se de benefício de 
ordem]. 
§ 1º Os bens do fiador ficarão sujeitos à execução se os do 
devedor, situados na mesma comarca que os seus, forem 
insuficientes à satisfação do direito do credor. [o mais importante 
é que seja livre e desembaraçado]. 
§ 2º O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos 
autos do mesmo processo. 
§ 3º O disposto no caput não se aplica se o fiador houver 
renunciado ao benefício de ordem. 
 Art. 795 (sócios). 
Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas 
dívidas da sociedade, senão nos casos previstos em lei. 
§ 1º O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida 
da sociedade, tem o direito de exigir que primeiro sejam excutidos 
os bens da sociedade. [benefício de ordem]. 
§ 2º Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1º nomear 
quantos bens da sociedade situados na mesma comarca, livres e 
desembargados, bastem para pagar o débito. 
§ 3º O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos 
autos do mesmo processo. 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
§ 4º Para a desconsideração da personalidade jurídica é 
obrigatória a observância do incidente previsto neste Código. 
 
3. O que eu não posso (art. 833): 
Art. 833. São impenhoráveis: 
I – os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não 
sujeitos à execução; [garantia do mínimo existencial. Esse 
artigo não é absoluto. Este patrimônio não poderá ser tomado 
de primeira ou em sua totalidade, mas pode ser consumido, 
caso não haja do executado um outro patrimônio qualquer. 
Ex: imóvel que não pode ser penhorado, pode ser utilizado 
para aluguel]. 
II – os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que 
guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor 
ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a 
um médio padrão de vida; [geladeira, sofá, micro-ondas, fogão; 
mas algumas coisas se questiona: ex: mais de uma televisão] 
III – os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do 
executado, salvo se de elevado valor; 
IV – os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as 
remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os 
pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por 
liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de 
sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários 
de profissional liberal, ressalvado o § 2º; [Existem inúmeros 
precedentes em que é descontado uma fração – situação 
excepcional]. 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
V – os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os 
instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao 
exercício da profissão do executado; 
VI – o seguro de vida; 
VII – os materiais necessários para obras em andamento, salvo se 
essas forem penhoradas; 
VIII – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde 
que trabalhada pela família; 
IX – os recursos públicos recebidos por instituições privadas para 
aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; 
X – a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite 
de 40 (quarenta) salários mínimos; 
XI – os recursos públicos do fundo partidário recebidos por 
partido político, nos termos da lei; 
XII – os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, 
sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da 
obra. 
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida 
relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua 
aquisição. 
§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à 
hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, 
independentemente de sua origem, bem como às importâncias 
excedentes a 50 (cinquenta) salários mínimos mensais, devendo 
a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, 
§ 3o. 
§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do 
caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora 
rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de 
financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio 
jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, 
trabalhista ou previdenciária. 
4. Qual a preferência dentro do que eu posso? (Art. 835): 
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte 
ordem: 
I – dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em 
instituição financeira; 
II – títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito 
Federal com cotação em mercado; 
III – títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; 
IV – veículos de via terrestre; 
V – bens imóveis; 
VI – bens móveis em geral; 
VII – semoventes; 
VIII – navios e aeronaves; 
IX – ações e quotas de sociedades simples e empresárias; 
X – percentual do faturamento de empresa devedora; 
XI – pedras e metais preciosos; 
XII – direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e 
venda e de alienação fiduciária em garantia; 
XIII – outros direitos. 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1.§ 1º É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas 
demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com 
as circunstâncias do caso concreto. 
§ 2º Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro 
a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor 
não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta 
por cento. 
§ 3º Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá 
sobre a coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro 
garantidor, este também será intimado da penhora. 
Lei de impenhorabilidade dos bens de família 
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade 
familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de 
dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra 
natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que 
sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses 
previstas nesta lei. [Os bens de família são bens imóveis (imóvel 
em que o casal ou a entidade familiar reside) – uma Ministra 
não concedeu impenhorabilidade para o imóvel de um casal 
que residia na casa dos sogros (atenção: não são joias, broche, 
objetos com valor sentimental). O art. 1º traz o conceito de 
entidade familiar, que somente será trabalhado 20 anos 
depois] 
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel 
sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as 
benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, 
inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, 
desde que quitados. 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de 
transporte, obras de arte e adornos suntuosos. [Exclui-se da 
impenhorabilidade a garagem, que não é bem de família, 
sendo a vaga privativa ou desmembrada na matrícula do 
imóvel. Em casa também é possível, a depender da planta 
baixa e se houver a demarcação]. 
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de 
execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra 
natureza, salvo se movido: 
I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e 
das respectivas contribuições previdenciárias; (Revogado 
pela Lei Complementar nº 150, de 2015) [Antes da Lei 
Complementar, caso nãos e pagasse os débitos trabalhistas da 
empregada, ela poderia ficar com a residência, mas 
atualmente não tem mais esse benefício. Contudo, é bom 
lembrar que pode cair uma questão para confundir, pois não 
foi o CPC novo que revogou]. 
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado 
à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e 
acréscimos constituídos em função do respectivo contrato; [O 
contrato de financiamento para a compra do próprio imóvel 
pode ser executado]. 
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, 
sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre 
união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos 
responderão pela dívida; [Maria se casou com João e teve 
Pedro, e quando Pedro fez 02 anos, João se separou de Maria 
e, em seguida, se envolveu com Luana. Mesmo sendo devedor 
de alimentos de Pedro, todo o patrimônio é resguardado. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp150.htm#art46
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp150.htm#art46
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
Contudo, ressalvadas as hipóteses em que ambos responderão 
pela dívida – Pedro cresce no seio familiar, com Luana, 
criando uma relação familiar, quando Pedro faz 10 anos, João 
vira devedor de alimentos, então, não existe nada demais, em 
quando Maria executar João, a casa dele e Luana vir para o 
patrimônio de execução, pois criou-se um laço de afetividade. 
Não tendo vínculo, não seria possível]. 
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e 
contribuições devidas em função do imóvel familiar; [A dívida 
de IPTU/ITR ou do condomínio podem levar à 
penhorabilidade do bem]. 
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como 
garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; [Caso se tenha 
um único imóvel quitado e se pegue um empréstimo, 
oferecendo a casa própria como garantia, o Banco avalia a 
casa, dá 80/60% do valor, não se pode alegar para o Banco 
que a casa é sua única moradia e não se pode penhorar]. 
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para 
execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, 
indenização ou perdimento de bens. 
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato 
de locação. [Toda vez que se for alugar um imóvel e estipular 
o fiador, a mulher do fiador deve aceitar, pois se o locatário 
não pagar, a casa em que ele mora pode ser penhorada 
(independentemente do regime matrimonial). Caso seja 
locador, exija a assinatura da mulher na fiança, para evitar 
problemas. Ressalte-se que é necessária apenas uma 
garantia]. 
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
 No direito civil, o que não está juridicamente proibido, está permitido, 
por isso não existe qualquer proibição sobre penhora de cachorro, por 
conseguinte, esta penhora é permitida. 
Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, 
considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou 
pela entidade familiar para moradia permanente. 
Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser 
possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a 
impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro 
tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na 
forma do art. 70 do Código Civil. [Às vezes uma pessoa tem um 
imóvel em Salvador e outro imóvel em Vilas do Atlântico. 
Tendo duas residências, o imóvel de menor valor é 
impenhorável, salvo se declarar qual é o seu bem de família 
(essa declaração só pode ser feita em um imóvel, caso se 
declare mais de um bem, entende-se que o primeiro declarado 
deve ser considerado bem de família)]. 
O §3º do art. 833 trata de uma relação não muito art. 833 do CPP trabalhada na 
capital, mas no interior – trabalhadores do campo, lavoura são contratados por pessoas 
físicas, não existe pessoa jurídica que administra fazenda. Nessa relação do campo, o 
trator pode ter a exclusão da proteção (maquinas agrícolas e implemento, mesmo que 
pertençam a pessoa física são protegidos por lei), contudo não recaem no caso de dívida 
alimentar, trabalhista, previdenciária, garantia de negócio jurídico e financiamento para 
compra do objeto. 
§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do 
caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas 
pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora 
rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de 
financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm#art70
Discente: Ana Clara Suzart Lopes da Silva. 
Docente: Renato Dantas. 
Semestre: 2017.1. 
 
 
jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, 
trabalhista ou previdenciária. 
Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos 
e os rendimentos dos bens inalienáveis. [Caso se tenha imóvel 
que tem cláusula de inalienabilidade e ele está alugado, o fruto 
percebido pelo imóvel pode ser penhorado]. 
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte 
ordem: [Traz uma ordem de preferência, que foi criada como 
tentativa de facilidade de liquidez, de acordo com o que é mais 
fácil transformar em dinheiro. Não é hierárquica, é uma 
ordem de pagamento] 
I – dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em 
instituição financeira; 
II – títulos da dívida pública da União, dos Estados

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