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Gestão Financeira

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UNIDADE I
Gestão Financeira
TÓPICO I
Ambiente da Gestão Financeira
1 Introdução
Juridicamente, as empresas podem se organizar em:
- Firmas Individuais: nesta modalidade a empresa pertence a um indivíduo. Nesta modalidade, todo o patrimônio do indivíduo pode ser utilizado para saldar as dívidas e sua responsabilidade é ilimitada. Esta modalidade é comum para pessoas com pequenos estabelecimentos. A tributação sobre os seus ganhos ocorre na sua declaração de rendimentos de pessoa física do proprietário.
- Sociedade por Cotas: nesta modalidade a sociedade, se caracteriza pela existência de dois ou mais sócios. Cada sócio tem a sua responsabilidade limitada às suas cotas de participação na sociedade. A tributação é diferente de firma individual e destingue-se entre as diferentes atividades industriais, comerciais e serviços.
- Sociedade por Ações: é formada pelos seus acionistas, que compram e detêm quantidades de ações ordinárias ou preferenciais, limitando a sua responsabilidade. Os acionistas podem comprar mais ações, serem acionistas de outras empresas, negociarem suas ações a fim de maximizar os seus resultados. As ações são negociadas nas bolsas de valores, através de seus corretores. 
2 Tributação de Empresas
As empresas compõem o montante de dinheiro pago aos trabalhadores a partir do resultado dos produtos e/ou serviços comercializados para as pessoas, outras empresas ou mesmo para o governo.
Os governos municipais, estaduais e federal compõem parte da estrutura pública que necessita de recursos financeiros para a sua manutenção. Além das receitas aferidas pelas empresas do governo (estatais, onde o governo detém parte ou todo o capital social, como a Petrobras), as pessoas e as empresas contribuem financeiramente com estes governos por meio de impostos, taxas e tributos.
As empresas são de natureza jurídica, ao constituir uma empresa é preciso definir o seu objetivo social, ou seja, estabelecer o que ela vai fazer, qual a sua atuação. Uma empresa pode incorpora três modalidades produzir, comercializar e ainda prestar serviços aos clientes. Em cada uma das legislações encontramos uma legislação específica de impostos e alíquotas, em todas as esferas do governo. Por xemplo, uma prestadora de serviços precisa recolher um imposto ao município em que está instalada, denominado ISS (Imposto Sobre Serviço). Alguns municípios tem alíquota única, independente do serviço, enquanto outros tem alíquotas diferenciadas, dependendo do serviço. Além da variação dos impostos municipais, há variação dos impostos estaduais e municipais, dependendo da atividade e do porte da empresa. 
Municípios e/ou estados podem conceder incentivos fiscais com o propósito de atrair empresas para a região, fomentando emprego, renda e desenvolvimento. A nação também pode dar incentivos para empresas internacionais se instalarem no país. As empresas além de avaliar a carga tributária (impostos que serão cobrados), avaliam outros aspectos como: mão de obra qualificada, disponibilidade de matéria-prima, recursos tecnológicos, infraestrutura (seja rodoviária, aeroviária, ferroviária ou portuária), dentre outros. São realizados muitos cálculos, considerando o conjunto de todas as variáveis, simulando diferentes cenários, para que se possa decidir pelo mais favorável. 
O conhecimento tributário não deve ser apenas do contador da empresa, mas também do gestor financeiro. Deve-se conhecer o regime tributário da empresa e de cada produto, para garantir que a receita das vendas assegure o pagamento de impostos, fornecedores, todas as pespesas administrativas e pessoal, garantindo o resultado positivo (lucro) no final do período (exercício). 
Exemplo:
A empresa comercializa camisetas brancas, compra-se ao preço de R$ 7,00 de deseja trabalhar com uma margem de lucro de + 30%. Suponhamos que os impostos representam - 10%. Como ocorrem os resultados a partir de duas interpretações:
Situação A: se a partir do preço de compra você acrescentar 30%, terá:
Situação B: se do seu preço de venda vai obter 30% para chegar ao custo, terá:
* A maioria dos impostos tem como base de cálculo o faturamento (valor das vendas), e a partir daí deduz-se os impostos.
Resposta: a situação B apresenta o lucro superior à situação A. Se a despesa administrativa for baixa e a margem de vendas alta (alto giro), o lucro será maior como na situação A. Se a despesa administrativa e de pessoal estiver dentro da média, mas o giro (vendas) não for significativo, poderá não ter lucro. Além do custo, dos impostos da despesa administrativa e de pessoal, também devemos considerar o volume de vendas (giro) mensal. Há produtos que conseguimos trabalhar com margem maior, e outros com margem menor para conseguir vender. 
3 Demonstrações Financeiras
As demonstrações financeiras vão expor tudo o que aconteceu ou está por acontecer com os recursos financeiros da empresa: entradas, saídas e resultados. 
3.1 DRE - Demonstração dos Resultados do Exercício
É uma forma resumida de apresentar os resultados operacionais da empresa em determinado período, geralmente anual ou mensal. O DRE anual apresenta resultados que a empresa obteve dentro do ciclo ou exercício fiscal, enquanto os DRE’s mensais auxiliam nas decisões de curto prazo, para que os objetivos anuais sejam alcançados. Esta demonstração parte do “faturamento”, tecnicamente denominado de ROB (Receita Operacional Bruta) e apresenta as movimentações, até encontrar o Lucro ou Prejuízo Líquido da empresa no período apurado.
Vejamos no quadro a seguir a Estrutura do DRE:
Exemplo de DRE com números anuais:
Vamos imaginar o resultados de dois anos conscutivos do DRE (2009 e 2010, onde cada camisa foi vendida no valor de R$ 10,00.
Este DRE nos permite realizar algumas análises para a tomada de decisão:
- Sabendo que em 2009 cada camiseta foi vendida a RS 10,00, a ROB (Recita Operacional Bruta) considera um total de 11.400 camisetas vendidas.
- Mantendo-se o preço da venda de 2009 (R$ 10,00), em 2010 foram vendidas 12 mil camisetas, ou seja, 5,26% a mais que no ano anterior. Como não houve aumento no preço da venda, nem mudança na carga tributária (impostos) e também não houve aumento do CMV, o aumento do lucro bruto foi proporcional às vendas (5,26%).
- Lucro Líquido Final teve um aumento de 44,04%, de R$ 1.510,00 em 2009, para R$ 2.175,00 em 2010, que, além do aumento das vendas, também teve a contribuição das despesas administrativas e das despesas com pessoal.
- Ao aumentar ou reduzir o valor de qualquer item do DRE tem-se um reflexo imediato no lucro/prejuízo líquido.
- Ao aumentar apenas o preço da venda, o montante de impostos aumentará na proporção de vendas. O aumento de preços pode diminuir a quantidade a ser vendida, bem como: a redução de preço pode aumentar as vendas - vai depender muito do produto e do mercado. 
- Se houver aumento apenas da alíquota dos impostos (sem preço de venda e quantidade vendida), você irá pagar mais impostos e, consequentemente, os lucros brutos (operacional e líquido) vão ser menores, talvez até revelando prejuízo. 
- Se apenas o fornecedor aumentar o custo da camiseta e você não conseguir repassar este aumento aos seus clientes. Isto também afetará o lucro bruto, operacional e líquido.
Se ocorrer mudanças apenas nas despesas administrativas e/ou pessoal, os resultados também serão afetados.
O gestor precisa estar atento a todas as mudanças na emrpesa, com o objetivo de garantir que os resultados estabelecidos sejam alcançados.
3.2 Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial traz elementos da contabilidade e apresenta um resumo da posição financeira da empresa numa determinada data. Tratando-se de elementos contábeis, vale a pena lembrar que as contas do: 
- Ativo: representam os bens e direitos, agrupados em contas que estão ordenadas pela sua liquidez. Começa com as e maior liquidez (caixa) até as menor liquidez. O ativo está dividido em dois grupos: as contas de recebimento de curto prazo (Ativo Circulante) e as de longo prazo (Realizável de Longo Prazo).- Passivo: representa os deveres e obrigações, que também estão ordenados pelo seu prazo: do curto ao longo prazo de pagamento. O passivo também está dividido em: curto prazo (Passivo Circulante) e no longo prazo (Exigível de longo prazo).
Vejamos no quadro a seguir algumas contas do ativo:
Podemos observar no quadro que as contas estão ordenadas de maior liquidez (caixa), até as de menor liquidez (imobilizações). Ao necesitar efetuar pagamentos, o dinheiro que está disponível no caixa, banco, ou ainda aplicações financeiras, poderá ser prontamente utilizado para efetuar estes pagamentos.
Se não houver recursos nestas contas, mas a empresa tiver contas a receber, poderá efetuar os pagamentos assim que receber se seus clientes. Para antecipar estes recebimentos (fazer caixa), poderá conceder descontos aos clientes ou, ainda, antecipar o desconto dos cheques e duplicatas em bancos. 
Agora, se não tiver contas a receber, os estoques precisam ser convertidos em vendas, gerar contas a receber e receber os valores para poder ter caixa e realizar pagamentos.
Se também não houver estoque de mercadorias, a situação fica ainda mais crítica. Neste caso, a empresa necessita realizar algum empréstimo, ou os donos precisam injetar dinheiro, ou ainda, a empresa precisa vender parte de seu patrimônio para ter recursos financeiros para realizar pagamentos. 
Vejamos no quadro a seguir as contas do passivo:
Retomando o exemplo da camisaria, vejamos no quadro a seguir um balanço patrimonial, com dados de dois períodos (2009 e 2010):
- A disponibilidade em caixa e aplicações financeiras aumentou em 2010.
- Em 2010 as contas receber são maiores, podendo ser resultado da concessão de maior prazo para pagamento aos clientes.
- A quantidade de mercadorias em estoque diminui. No exemplo não teve aumento nem redução do preço das camisetas. Se houvesse uma redução nos custos, pode-se ter o mesmo volume de peças, mas um custo menor.
- O ativo aumentou pelos investimentos no imobilizado.
- Em 2010, o passivo circulante aumentou, enquanto o ativo circulante diminuiu. Ou seja, as dívidas de curto prazo aumentaram, enquanto que as disponibilidades de curto prazo diminuíram.
4 Índices Financeiros
Índices financeiros visam analisar e acompanhar o desempenho da empresa e funcionam como um termômetro. Os índices procuram avaliar a liquidez, a atividade, o endividamento e a rentabilidade de uma empresa. Estes índices precisam ser calculados e atualizados para que se possa tomar decisões para a manutenção ou aumento dos resultados, bem como ajudar a identificar fatores que levaram ao desempenho ruim. As análises a seguir irá orientar o gestor financeiro nas suas tomadas de decisão.
Através dos índices pode-se realizar comparações pelos seguintes métodos:
- Análise Vertical (Cross-Sectional): consiste numa forma de comparar os índices da empresa com a concorrência ou com o índice médio do mercado. Pode-se descobrir o quanto a empresa está melhor ou pior em relação ao mercado e identificar ações que possam corrigir o valor destes índices.
- Análise Temporal ou de Série Temporal: consiste na análise dos índices da empresa do passado para o presente, com a finalidade de avaliar o desempenho no período. A análise temporal permite ainda estabelecer uma tendência futura do desempenho.
- Análise Combinada: combina a análise vertical e a temporal, possibilitando comparar o desempenho da empresa com o mercado no decorrer do tempo. 
4.1 Índices de Liquidez
A liquidez de uma empresa é medida por sua capacidade de cumprir as obrigações de curto prazo à medida que vencem. A liquidez menor que 1, indica que a empresa terá dificuldades em realizar os seus pagamentos e sinaliza dificuldades de fluxo de caixa. Já o índice de liquidez maior que 1, indica que a empresa tem condições de realizar os pagamentos.
4.1.1 Índice de Liquidez Corrente
O Índice de Liquidez Corrente mede a capacidade da empresa saldar suas contas de curto prazo, tudo o que é curto está relacionado ao Ativo Circulante e ao Passivo Circulante.
Em 2010 a Liquidez Corrente foi de 1,17. em 2009, ao realizar este cálculo obtém-se a liquidez de 1,35 (19.182 / 14.192). Observa-se que em 2009 a liquidez corrente foi melhor que em 2010, demonstrando uma queda de 13,33%. Em 2009 havia condições melhores de pagar as dívidas no curto prazo.
Em 2009, o Ativo Circulante estava 35% acima do Passivo Circulante, já em 2010 apenas 17%. Mesmo com essa queda a empresa apresenta liquidez. Para a manutenção desta liquidez faz-se necessário manter o Ativo Circulante acima do Passivo Circulante.
4.1.2 Índice de Liquidez Seca
O índice de Liquidez Seca também mede a capacidade da empresa de saldar as contas de curto prazo, mas desconsidera os estoques. Em algumas empresas o estoque é considerado de baixa liquidez, podendo ser matéria-prima que ainda precisa gerar produto acabado, ou ainda, na maioria dos casos, as vendas do estoque ocorrem a prazo e uma pequena parte vem para o caixa e o restante é contas a receber.
Neste caso, a liquidez seca de 2010 (0,55) é superior à 2009, que foi de 0,47 (6.682 / 14.192). Houve uma melhora de 16,82% de 2009 para 2010, atribuído a uma redução de estoques. 
4.2 Índices de Atividade
Os índices de Atividade medem a velocidade com que várias contas se transformam em vendas ou caixa. As mercadorias não podem ficar paradas no estoque, precisam resultar em vendas, que, por consequência, se transforma em receita para a empresa. Quanto maior o giro de mercadorias, melhor será o resultado dos índices de atividade: o giro de estoque, a prazo médio de recebimento, o prazo médio de pagamento e o giro ativo total.
4.2.1 Giro de Estoques
O giro de estoques mede a liquidez do estoque. Quanto maior este índice, mais rápido as vendas ocorrem, bem como: quanto menor, indica que os produtos ficam muito tempo parados no estoque. Para avaliar o giro é necessário ter índices de vários períodos para comparar. Há empresas que apresentam um giro com poucas oscilações mensais, enquanto outras podem apresentar um giro muito alto em alguns meses e praticamente nulo noutros.
Em 2010, obteve-se um giro de 8,57, superior ao de 2009, que foi de 6,38 (79.800 / 12.500). O crescimento no giro de um ano para o outro foi de 34,24%. Em 2010 foram vendidas mais peças e terminou com menos peças no estoque, houve um maior giro de estoque.
4.2.2 Prazo Médio de Recebimento
Tanto as vendas à vista, como as que parte do valor é recebida como entrada e o saldo é parcelado num período futuro, e as que nem entradas tem, geram recebimentos dos clientes. É fundamental conhecer o prazo médio de recebimento, para saber em quanto tempo estamos recebendo o dinheiro das vendas, para avaliar as políticas de crédito e cobrança. 
Em 2010, o prazo médio de recebimento passou a ser de 22,50 dias, enquanto que em 2009 foi de 17,37 dias. A loja passou a conceber mais prazo para os clientes. Havendo disponibilidades financeiras, ou conseguindo repassar o preço do produto o custo do dinheiro neste prazo, consegue-se manter os resultados financeiros da empresa. 
4.2.3 Prazo Médio de Pagamento
Da mesma forma que as lojas recebem dos clientes pelas vendas efetuadas, também é necessário realizar o pagamento dos fornecedores pelos estoques formados. É fundamental saber quanto tempo ocorrem os pagamentos aos fornecedores, ou seja, o prazo médio de pagamento. Há fornecedores que recebem tudo à vista, outros parcelam com e/ou sem entrada.
Em 2010, os pagamentos aos fornecedores são realizados num prazo médio de 35,82 dias, em 2009 havia um prazo de 32,92 dias. Em 2010 a empresa passou a ter maior prazo para o pagamento. Considerando os resultados destes dois índices: Prazo Médio de Recebimento (PMR) e Prazo Médio de Pagamento (PMP), analisa-se que o PMR é de 22,50 e o PMP é de 35,82 dias, significa que primeiro recebe-se a venda dos clientes para pagar os fornecedores. Se a venda ocorreu apenas 10 dias após à compra, a empresa estará recebendo por volta do 32º dia, sendo que no 35º dia estará pagandoo fornecedor.
4.2.4 Giro de Ativo Total
O giro de ativo total indica a eficiência com que a empresa usa seus ativos para gerar vendas. É fundamental para que a empresa mantenha bons resultados manter o bom crescimento das vendas e/ou mantutenção do ativo total. 
O giro do ativo total em 2010 foi de 3,03, sendo menor que em 2009 (3,06). Em 2010 a loja aumentou o seu ativo imobilizado, acima do crescimento de vendas. Em 2009, o giro do ativo total era melhor que 2010. As imobilizações comprometeram este índice.
4.3 Índices de Endividamento
Os índices de endividamento indicam o volume de dinheiro de terceiros que usamos para gerar lucros. 
4.3.1 Índice de Endividamento Geral
O índice de endividamento geral mede a proporção dos ativos totais que são financiados por terceiros. Quanto maior este índice, maior a quantidade de dinheiro que a empresa tem emprestado.
O endividamento geral em 2010 (48,88%) é superior que 2009 (46,72%), indicando que a empresa passou a contar com mais capital de terceiros. O aumento desse endividamento foi de 2,16% de um ano para o outro. 
4.3.2 Índice de Cobertura de Juros
Ao utilizar o capital de terceiros a empresa precisa devolver este capital acrescido de juros cobrados pelo terceiro. O índice de cobertura de juros mede a capacidade da empresa pagar os juros de empréstimos e, quanto maior, melhor a capacidade de pagar os juros sobre o capital de terceiros. 
A capacidade de pagar juros em 2010 foi de 9,60, superior à de 2009 de 8,50. tanto para quem empresta o dinheiro, como para quem toma o dinheiro emprestado, indicando que a empresa em 2010 apresentou melhores condições de cobrir os juros.
4.4 Índice de Rentabilidade
A rentbilidade de uma empresa pode ser analisado conhecendo a margem de lucro bruto, a margem de lucro operacional, a margem de lucro líquido, o retorno do ativo total e o retorno do próprio capital.
4.4.1 Margem de Lucro Bruto
A margem de lucro bruto é a diferença do preço da venda dos produtos, dencontando os impostos e custos destes produtos. Quanto maior a margem, maiores são as disponibilidades para as despesas administrativas, de pessoal e financeiras. 
Em ambos os períodos 2009 e 2010, obteve-se os mesmos 20% de margem de lucro bruto. O volume de vendas cresceu, mas com a manutenção do preço de venda, do CMV e da carga tributária, a margem de lucro bruto manteve-se a mesma.
As ações que permitem aumentar esta margem são:
- aumentar o preço da venda e/ou;
- reduzir os custos do produto, ou ainda;
- aumentar o giro com a redução do preço de venda e/ou aumento dos prazos de recebimento;
4.4.2 Margem de Lucro Operacional
A margem de lucro operacional é a diferença do preço de venda dos produtos, descontados todos os impostos, CMV, despesas administrativas e de pessoal. Apenas são consideradas as despesas ou receitas financeiras.
A margem de lucro operacional dem 2009 foi de 1,49% que aumentou em 2010 para 2,00%. As ações que contribuem para a melhoria do lucro bruto também contribuem para melhorar a margem do lucro operacional. Na melhora da margem de lucro operacional devem ser observadas as despesas administrativas e de pessoal.
4.4.3 Margem de Lucro Líquido
A margem de lucro líquido é a diferença do preço de venda dos produtos, decontados todos os impostos, custos, despesas administrativas, de pessoal e financeiras. Agora são consideradas as despesas ou receitas financeiras.
A elevação das despesas em 2009 para 2010 não impediu a elevação da margem de lucro líquido de 1,32% para 1,81% em 2010. o aumento das vendas, a manutenção dos custos das mercadorias vendidas, o controle das despesas administrativas e financeiras e as despesas financeiras contribuíram para a elevação da margem de lucro líquido. 
4.4.4 Retorno do AtivoTotal
O retorno no ativo total, também conhecido como retorno do investimento, mede a eficácia geral da empresa em obter lucros com seus ativos. Quanto maior, melhor o retorno.
Em 2010, o retorno de ativo total foi de 5,49%, enquanto que em 2009 foi de 4,05%. Para melhorar o retorno do ativo total, a empresa precisa aumentar seu lucro líquido nas operações, evitando aumento do ativo total. 
4.4.5 Retorno do Capital Próprio
O capital próprio representa o montante de recursos investidos pelo sócio ao negócio. O dono do capital analisa as oportunidades que estão no mercado para poder investir e obter o retorno. Este índice mede o retorno que os donos tem sobre o seu capital investido no empreendimento.
Em 2010 o retorno de capital aumentou de 7,60% (2009) para 10,74%. Possivelmente o retorno de 2009 é inexpressivo, já em 2010 apresenta-se um pouco superior à aplicação do dinheiro na poupança. 
4.4.6 Análise Completa
A análise completa de uma empresa pode ser feita por:
- Análise Geral: união de vários índices, para reunir todos os aspectos das atividades da empresa, identificando as principais necessidades ou áreas de responsabilidade. Para chegar a esse resultado é preciso analisar quatro grupos: Liquidez, Atividade, Endividamento e Rentabilidade. Na sequência, avaliar o risco (liquidez, atividade e endividamento) com as possibilidades de retorno (rentabilidade)
- Análise DuPont: identifica as áreas responsáveis pelo retorno do patrimônio líquido, ou seja, o desempenho financeiro; a partir do desdobramento do: lucro sobre as vendas, eficiência na utilização do ativo e uso de alavancagem. 
Vejamos na figura a seguir a ilustração do Sistema de Análise DuPont:
TÓPICO II
Fluxos e Planejamentos
1 Introdução
Na Gestão Financeira, os fluxos expressam os receeimentos e os pagamentos (entradas e saídas de caixa). 
2 Fluxos de Caixa
O fluxo de caixa apresenta a entradas e saídas, bem como as necessidades diárias ou de um período, neste fluxo, aparece também os investimentos e sua depreciação - desvalorização que ocorre em função da idade e do uso do bem. 
Ao elaborar a demonstração do fluxo de caixa, considera-se:
- Fluxos Operacionais: consideram todas as entradas e saídas diretamente relacionadas à produção e comercialização dos produtos e/ou serviços.
- Fluxos de Investimentos: expressam as aquisições de imobilizado (terrenos, edificações, máquinas, equipamentos, móveis, utensílios e veículos) e participações societárias.
- Fluxos de Financiamentos: demonstram os recebimentos e pagamentos de capital próprio (dinheiro dos sócios) e ainda do capital de terceiros (dinheiro emprestado de não sócios). 
- A depreciação deve ser tratada com valor positivo, pois não ocorreu a saída de caixa.
- A diferença nas contas a receber é de R$ 2.000,00, como ocorreu um aumento, este valor é representado no fluxo como negativo; já se tivesse ocorrido uma redução, então o valor será positivo.
- O valor de estoque diminuiu, representando a diferença de R$ 2.700,00 como uma disponibilidade, por isso o fluxo é positivo. Caso houvesse um aumento nos estoques, este valor no fluxo seria negativo.
- Contas a pagar aumentou, então a diferença é positiva no fluxo. Se tivesse diminuído, a diferença representaria uma redução no fluxo (negativo).
- Outras despesas a pagar tem a mesma interpretação de contas a pagar.
- Somados os fluxos operacionais, encontra-se o resultado de caixa gerado pelas atividades operacionais.
- O ativo permanente aumentou, representando que a diferença diminuiu o fluxo.
- Títulos a pagar também aumentou, significando que a diferença é positiva no fluxo; se tivesse reduzido os títulos a pagar, teríamos uma disponibilidade menor no fluxo (negativa).
- Da mesma forma, temos a interpretação para o exigível de longo prazo e a variação do Patrimônio Líquido.
- Ao final, somados os fluxos operacionais, de investimentos e financiamentos, obtém-se o aumento líquido em caixa e títulos negociáveis de R$ 2.275,00, caso o fluxo retornasse um valor negativo, teríamos sinais de problemas na empresa.
O gestor financeiro irá realizar o planejamento financeiro, considerando ações de:
- Longo Prazo: decisões tomadas pelos dirigentes em cada uma das áreas da empresa, como: construção de uma nova fábrica,expansão de novos mercados, criação de uma nova linha de produtos, novos investimentos na produção, ou até mesmo a redução de quaisquer itens.
- Curto Prazo: decisões operacionais do dia a dia.
No dia a dia o fluxo de caixa é controlado em detalhes, identificando todas as receitas e despesas, apontando no final de cada dia, a disponibilidade ou necessidade de dinheiro. Vejamos o exemplo a seguir:
- O saldo final de cada período é o saldo inicial do período seguinte.
- Não pode se iludir com o saldo de R$ 2.200 no dia 04, pois nas datas futuras é preciso efetuar o pagamento dos impostos, das despesas com pessoal e com fornecedores - estes não foram demonstrado no quadro acima.
- As despesas de pessoal ocorreram em duas datas, possivelmente no dia 05 foi o pagamento aos funcionários e no dia 07 pagamento dos encargos sociais.
- O pagamento dos impostos e das despesas com pessoal costuma estar concentrado em poucas datas no mês.
- Espera-se que as vendas e o seu recebimento sejam diários, mas a cada dia o montante é diferente, apresentando oscilações. No exemplo acima, possivelmente, no dias 06 e 07 o volume de vendas foi maior, por ser próximo à data em que as pessoas recebem o seu pagamento e podem ir às compras.
- O saldo ao final do dia 08 representa ser 1/3 do saldo final do dia 04. Existem períodos no mês em que as saídas são maiores que as entradas, e vice-versa.
* É preciso recompor o saldo para pagar os fornecedores. Quando o fluxo apresentar um saldo negativo, estará representando falta de dinheiro para pagar as contas, o gestor financeiro precisa aumentar ou antecipar recebimentos, e ainda, negociar os pagamentos para uma data futura.
3 Orçamentos de Caixa
O orçamento de caixa é uma demonstração que representa as entradas e saídas de caixa planejadas da empresa, que a utiliza para estimar suas necessidades de caixa no curto prazo, com especial atenção para o planejamento do uso de superávits (resultado positivo obtido a partir da diferença entre os ganhos e despesas) e a cobertura de déficits (valor que está em falta para preencher uma quantia, “caixa negativo”).
Os orçamentos de caixa procuram projetar em torno de um ano.
O departamento comercial da empresa é o ponto de partida, a partir do momento que se conhece as previsões de vendas mensais e anuais, podemos nos programar com a compra de estoques (matérias-primas ou produtos acabados) e a alocação dos demais recursos para que ocorra a produção necessária para atender à demanda prevista.
A atividade de prever as vendas deve-se considerar as capacidades internas de produção da empresa, para que não se venda mais do que é possível produzir ou entregar. É importante analisar o mercado, para poder ter certeza de que o produto terá boa aceitação, verificar a existência de produtos substitutos e a concorrência. 
Vejamos no quadro a seguir o exemplo de um orçamento:
No quadro a seguir é possível comparar os valores orçados com os valores realizados:
- O recebimento das vendas ficou abaixo do orçado nos dias 04 (40%) e 05 (30%), superando apenas no dia 06 (25%).
- O valor pago de impostos ficou abaixo do previsto, possivelmente, pelas baixas vendas do mês anterior.
- As despesas administrativas apresentaram uma pequena variação.
- As despesas de pessoal não apresentaram variações, pois este é um custo previsível para a maioria das atividades. Sabe-se o salário e todos os encargos sociais, bem como as datas mensais de pagamentos.
- O realizado das despesas financeiras ficou um pouco maior do que o orçado. Talvez as baixas vendas do mês anterior fizeram com que a empresa tivesse que recorrer a mais capital de terceiros e, consequentemente, aumentar sua despesa financeira. 
Deste orçamento diário (ilustrado nas duas imagens anteriores) vai derivar o orçamento de caixa mensal, ilustrado a seguir, num formato geral de caixa:
 - Para o faturamento de 12mil camisetas em 2010, teríamos vendido 10mil camisetas/mês, mas elas não ocorrem igualmente todos os meses. Há meses que venderemos mais e, noutros, menos.
- Se o orçamento da figura anterior fosse realizado para o ano de 2010, no ano anterior (2009), estaríamos prevendo alguma dificuldade de recebimento nos primeiros meses do ano, com a necessidade de algum financiamento. O aquecimento das vendas nos meses seguintes projeta um saldo excedente ao final do ano (dezembro/2010).
- Não se pode ficar entusiasmado com o saldo de R$ 23.000,00, pois foi considerado somente o preço da venda e preço da compra. As vendas incluem as vendas previstas, as vendas à vista, os recebimentos das contas a receber e outros recebimentos. Já os pagamentos são muitos.
- O orçamento de caixa revelará a evolução dos números no decorrer dos meses. Através dele pode ser tomada decisões para que os resultados finais sejam alcançados, realizando ajustes no decorrer dos meses. Alguns meses podem ter uma falta muito grande de dinheiro, e em outros poderá haver excedente (superávit).
Um orçamento deve considerar um cenário pessimista e outro otimista, levando em consideração três condições:
- Pessimista: muitas coisas deram errado, poucas vendas, inadiplência alta e muitos pagamentos a serem realizados.
- Mais Provável: reproduzido dentro daquilo que vem ocorrendo nos últimos períodos.
- Otimista: considera-se vendas altas, além do pagamento de todos os compromissos.
4 Demonstrações e Balanços Projetados
O DRE - Demonstração de Resultados do Exercício e as Estruturas do Balanço Patrimonial, são muito utilizadas pelos administradores e gestores, para análise de indicadores de desempenho e outras providências. No exercício anterior do Tópico 1 a camiseta custava R$ 7,00, com o aumento de 9%, passará a custar R$ 7,63. Mantendo a margem de 30%, está camiseta será vendida por (7,63 / 1-30%) R$ 10,90 em 2011. Como se projeta um incremento de 10% nas vendas em relação ao ano anterior (2010) estima-se a venda de 13.200 camisetas em 2011 ao preço de R$ 10,90, que resulta numa ROB ou faturamento de R$ 143.880,00, podendo ser concluído o DRE projetado conforme o quadro a seguir:
Agora vejamos a projeção do Balanço Patrimonial para o ano de 2011:
- A empresa teve mais dinheiro no caixa e nas aplicações financeiras.
- Uma redução nos níveis de estoque. Compram-se menos mercadorias ou as vendas aumentam para as quantidades que sempre eram compradas.
- Algum investimento em máquinas e equipamentos.
- Redução do Passivo Circulante, mas aumento no Exigível de longo prazo. Projeta-se a realização de algum financiamento de longo prazo.
A partir do DRE e do Balanço Patrimonial, é possível recalcular todos os índices que foram aprendidos no Tópico 1. O quadro a seguir sintetiza os índices numa série temporal de 2009 e 2010, incluindo a projeção de 2011:
- A liquidez corrente apresentou recuperação pela diminuição de contas a receber (os prazos de recebimentos foram reduzidos), pelos menores níveis de estoque e pela redução do passivo circulante. 
- A liquidez seca demonstra uma melhor gestão de estoques: menores quantidades e maior giro.
- Os prazos médios de recebimento são reduzidos, bem como o pagamento.
- O giro total do ativo aumentou, decorrente do aumento das vendas e da manutenção do ativo total.
- O endividamento geral da empresa aumentou bastante, mas a cobertura de juros também aumentou.
- Quanto à rentabilidade, observa-se que a margem de lucro bruto se manteve, a margem de lucro operacional aumenta em função da manutenção das despesas administrativas e de pessoal, o lucro líquido também teve aumento, mas fica inferior ao lucro operacional, em função das despesas financeiras com o capital de terceiros, comprovado pelo aumento do endividamento geral.
- O retorno do ativo total e do capital próprio também tem reflexos significativos em 2011.
TÓPICO III
Variáveis na Gestão Financeira
1 Introdução
As empresas no seu dia a dia lidam com uma série de dificuldades internas e externas, neste ambiente é preciso considerar que nem tudo acontecerá como foi planejado. Algumas variáveis precisam ser consideradaspara que os resultados planejados sejam alcançados.
2 Valor do Dinheiro no Tempo
As finanças são definidas como a gestão do dinheiro. O dinheiro tem seu valor ajustado no decorrer do tempo. O preço da maioria dos produtos oscilam no decorrem do tempo, alguns podem ter seu valor reduzido, noutros o valor se mantém, e há aqueles em que o preço aumenta. O valor dos produtos são corrigidos por uma taxa preestabelecida.
Expressões utilizados pelos gestores financeiros:
- Valor Presente (VP): montante de dinheiro que se tem no exato momento (valor presente) - hoje. Pode ser encontrado em calculadoras e literaturas como PV (Present Value).
- Valor Futuro (VF): montante de dinheiro que terá no futuro. Em caculadoras e literapura pode ser apresentado como FV (Future Value).
Exemplo:
Suponhamos ter aplicado R$ 1.000,00 numa conta-poupança no dia 10 do mês passado. Neste mês, no dia 10, a sua aplicação completa um mês, e você terá direito ao rendimento destes 30 dias.
O BACEN (Banco Central do Brasil) divulga a taxa de rendimento da poupança. Supondo que o rendimento, considerando juros e correção monetária, foi de 0,60% a.m, agora o saldo é de R$ 1.006,00, R$ 6,00 foi do rendimento. Para o próximo mês, a base de cálculo terá o saldo de R$ 1.006,00 - a aplicação tem como base a capitalização (juros sobre juros).
A tabela ao lado nos mostra a projeção
do valor futuro da aplicação:
No ambiente empresarial, o gestor financeiro lida, constantemente, com estas variáveis: VP e VF, tanto nas atividades operacionais, de investimento e de financiamentos. Ao realizar o orçamento, prever rsultados futuros, o gestor precisa projetar uma taxa de juros para corrigir o valor presente num valor futuro. A projeção feita da camisaria (exemplo do Tópico 1), para o ano de 2011, considerou um aumento de 9% nos custos e despesas.
3 Risco e Retorno
O risco é a possibilidade de perda financeira, prejuízo financeiro, ou, mais formalmente, a variabilidade de retorno associado a determinado ativo. O risco está presente em diferentes níveis: há situações de maior e outras de menor risco, o que acarreta na perda de dinheiro em espécie e de todo o ativo.
Retorno é o total de ganhos ou perdas de um proprietário ou aplicador sobre investimentos realizados.
Vejamos no quadro a seguir algumas fontes tradicionais de risco para os gestores financeiros:
As atitudes dos administradores diferem quanto ao risco:
- Indiferente ao Risco: atitude que não faz sentido em nenhuma situação empresarial. O administrador indiferente ao risco, entende que o retorno não varia em relação ao risco - sendo o mesmo independentemente. Sabe-se que o risco afeta o retorno.
- Avesso ao Risco: o administrador tem medo do risco. Geralmente, este administrador procura retorno em investimentos conservadores.
- Propenso ao Risco: o administrador está disposto a abrir mão de algum retorno para assumir riscos maiores, este comportamento não beneficiará a empresa. O retorno cai o risco aumenta.
Algumas oportunidades possibilitam investir dinheiro na poupança, ou fundo de renda fixa, mercado de câmbio, mercado de ações, ou em qualquer outra oportunidade, como um negócio próprio. Cada uma destas apresenta perspectiva de retorno (alto ou baixo), associado a um risco (alto ou baixo).
4 Taxas de Juros
No cotidiano financeiro, as taxas de juros estão presentes. A taxa de juros ou retorno exigido representa o custo do dinheiro. A inflação é outra variável a ser considerada com a taxa de juros, representa o aumento relativo dos preços quando o poder relativo da população cai. 
- Inflação: o nível de gerar preços aumenta e o poder de compra do dinheiro precisa acompanhar este nível geral de preços.
- Estabilidade: momento em que o nível geral de preços não tem variação ou está muito próximo de zero.
- Deflação: momento em que há uma queda geral nos preços.
A taxa de juros real é quando a economia está estabilizada, sem inflação ou deflação, a taxa de juros está mantida e estabelecida. No momento em que a estabilidade é rompida, a taxa precisa ser ajustada ao momento (inflação ou deflação), sendo denominada taxa de juros nominal ou corrente.
Em 1990, a economia brasileira tinha a taxa de inflação entre 50% a 100% a.m. Você reecebia o salário de R$ 1.000,00 e, se aplicado, em uma semana estava corrigido em 15% (R$ 1.150,00), porém aumentava o preço dos produtos em geral. Nos últimos anos as taxas são baixas - o que nos remete a uma economia estabilizada. 
Ao aplicar os recursos da empresa, é preciso obter a melhor taxa de rendimento, com o menor risco e, sempre que necessitar captar dinheiro, considerar as menores taxas.
5 Ações
Uma empresa, ao tornar-se uma sociedade por ações, pode ter como objetivo aumentar o seu capital social. Os acionistas são os verdadeiros donos da empresa nesta natureza. Quanto maior a quantidade de ações, maior será a participação acionária da pessoa na empresa. Na sociedade por ações, quanto ao capital social, podem ser classificadas como:
- Capital Aberto: as ações são negociadas publicamente por corretores na bolsa de valores, pois possuem registro junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sem necessidade de escritura pública de propriedade. Uma parte ou a totalidade das ações, podem estar nas mãos de pessoas desconhecidas muitas vezes. Por exemplo: ações da Petrobras.
- Capital Fechado: quando as ações estão em poder de pessoas distintas que as mantêm em seu meio. As negociações destas ações ocorrem entre os membros deste grupo, não pode ser negociada suas ações na bolsa de valores, pois não posssui registro junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O valor da ação de uma empresa é influenciado por uma série de variáveis: a empresa, sua situação, o mercado que está inserida, a conjuntura econômica e financeira da região ou ainda do mundo, e ainda, a Lei da Oferta e da Procura, que aponta que quando a procura é grande, o valor das ações pode aumentar e vice-versa.
As ações estão classificadas como:
- ON - Ordinárias Nominativas: ações que dão direito ao voto nas assembléias da empresa e proporcionam participação nos resultados econômicos. Os detentores destas ações não tem direito preferencial no recebimento dos dividendos. Eles que elegem um Conselho de Administração, que tem autoridade máxima para decidir os assuntos da sociedade e formular políticas gerais, passa a escolher o presidente da empresa.
- PN - Preferenciais Nominativas: os detentores destas ações tem preferência no recebimento dos dividendos e/ou no reembolso de capital para os casos de dissolução da empresa. Estas ações não dão direito ao voto em assembléias da empresa.
As ações são classificadas, pela sua liquidez, como:
- Primeira Linha ou Blue Chips: caracteriza-se pelo grande volume negociado, bem como pelo grande npumero de compradores e vendedores.
- Segunda Linha: as ações menos negociadas.
As ações ainda podem ser classificadas pelo seu grau de capitalização: alta, média ou baixa capitalização.
UNIDADE II
Investimentos e Financiamentos
TÓPICO I
Investimentos
1 Introdução
Todo bem (móvel ou imóvel) que houve qualquer investimento sofre depreciação com o decorrer do tempo, representam o ativo imobilizado da empresa. Todo e qualquer investimento precisa produzir riqueza para que se obtenha o retorno. O montante financeiro varia em relação a cada um dos investimentos, nos diferentes fluxos que apresentam. 
2 Orçamento de Capital
O orçamento de capital é um processo que consiste em avaliar e selecionar investimentos em longo prazo, que sejam coerentes, tem como objetivo maximizar a riqueza dos proprietários da empresa. Se o investimento de capital tem a expectativa de gerar benefício após um ano, as saídas de caixa recebem a denominação de “Dispênio de Capital”. Quando a expectativa de resultados é inferior a um ano (curto prazo), denomina-se de “Dispênio Corrente”.
Alguns motivos como: Expansão, Substituição, Renovação e outros, levam a empresa a realizar um dispênio de capital.
Independentemente do motivo que leve a empresaà necessidade de investimento, o processo para o orçamento de capital consiste nas seguintes etapas inter-relacionadas:
- Geração de Propostas: podem ser feitas por todas as pessoas da organização, nos seus diferentes níveis organizacionais, sempre revisadas pelos superiores.
- Avaliação e Análise: consiste em assegurar que as propostas são apropriadas aos objetivos e planos da empresa, bem como uma avaliação de sua validade econômica. A serie dos fluxos (receitas e despesas) aferi a possibilidade de investimento.
- Tomada de Decisão: quanto maior o dispênio de capital, maior e mais alto será o nível hierárquico que irá decidir quanto a invertimento e proposta.
- Implementação: implementar a proposta aprovada.
- Acompanhamento: monitorar os resultados, comparando-os com os projetados. Quando há divergências entre o projetado e realizado, são necessárias medidas que visam diminuir as saídas e melhorar os resultados. Há casos em que o projeto deve ser suspenso.
No orçamento de capital há a série de fluxos mista, no qual as entradas são variadas, o exemplo a seguir ilustra essa série para a proposta de investimento na máquina de empacotar:
2.1 Projetos Independentes
Nos projetos independentes, os fluxos de caixa não estão relacionados, não dependem um do outro e a não aceitação de um projeto não exclui os demais. Do exemplo da camisaria ela poderia investir numa máquina de estampar as camisas e/ou máquina de empacotar. Os fluxos de caixa de um projeto não está relacionado com o outro, um não efetará o outro. Neste caso, a empresa se depara com a decisão de investir: numa nova unidade de negócio, aquisição de um fornecedor, modernização da fábrica, troca de um sistema de informática etc. A empresa estando frente aos projetos independentes, precisará estabelecer prioridades nos investimentos, porém, havendo recursos, todos os projetos poderão ser implementados. 
2.2 Projetos Mutuamente Excludentes
Os projetos mutuamente excludentes são os que apresentam a mesma função, competem entre si. Ao decidir por um dos projetos mutuamente excludentes, é eliminada a necessidade dos demais. Do exemplo da camisaria é necessário investir num sistema para lavar as camisas com água quente. Dos projetos apresentados, cada um permite o aquecimento da água de diferentes formas: aquecimento elétrico, aquecimento solar, aquecimento a gás, aquecimento por caldeira a lenha etc. Cada projeto tem seu fluxo distinto. Ao escolher um projeto, automaticamente, os outros são eliminados. 
A necessidade de aumentar a produção da empresa, o objetivo pode ser atendido com projetos de: aquisição de outra empresa, terceirização da produção, criação de mais um turno de trabalho ou ampliar a fábrica. Todos os projetos são mutuamente excludentes.
3 Fluxos Relevantes
No orçamento de capital, os fluxos relevantes são:
- Investimento Inicial: representa a saída de caixa inicial para o investimento. Além do investimento no ativo, também deve incluir os custos de instalação.
- Entradas de Caixa Operacional: são resultantes do investimento realizado, expressa a recuperação do investimento inicial em cada período. As entradas consideram as receitas geradas pelo ativo, menos as despesas. Deste resultados desconta-se: a depreciação, alíquota de Imposto de Renda (IR) para reconsiderar a depreciação e encontra-se as entradas operacionais de caixa. Embora a depreciação não gere um gasto que seja saída de dinheiro, deve ser considerada com tal, pois gera um impacto no IR podendo diminuir a saída de caixa devido o pagamento desse imposto.
- Fluxo de Caixa Terminal: demonstra o fluxo de caixa ao final do investimento ou projeto. Nesta fase considera-se o valor recebido pela venda do ativo antigo.
Exemplo:
- Investimento Inicial: R$ 12.000,00 
- Entradas de Fluxo de Caixa: cada tabela revelou estas entradas anteriormente.
- Fluxo de Caixa Terminal: supondo que no final de 10 anos a máquina possa ser vendida por R$ 3.000,00, este é o fluxo de caixa terminal. Contabilmente, a máquina já está depreciada, não valendo absolutamente mais nada, mas economicamente apresenta um valor residual.
Para saber o total de entradas de caixa até a efetiva entrada de caixa operacional são necessários alguns cálculos, sendo demonstrados com o auxílio de DRE (Demonstração dos Resultados).
Vejamos no quadro a seguir, a interpretação quanto à máquina para empacotar camisetas, das entradas de caixa operacionais:
- No quadro considera-se a depreciação de 10% a.a sobre o investimento (R$ 12.000,00), gerando parcelas anuais de R$ 1.200,00. Sabe-se que esta pode ser uma depreciação contábil, mas, na realidade, temos uma depreciação muito maior nos primeiros anos e menor nos anos finais. Esta oscilação de depreciação pode ser considerada no cálculo das entradas de caixa operacional (fluxo relevante). 
- Considerou-se a alíquota de 25% a.a. De Imposto de Renda, gerando parcelas anuais de R$ 75,00, pagos sobre os R$ 300,00 anuais de lucro líquido.
TÓPICO II
Métodos de Avaliação de Projetos de Investimentos
2 Payback
Traduzindo-se a expressão Payback, temos pay = pagamento e back = voltar, retorno, portanto, Payback é a quantidade de períodos necessários para recuperar o investimento realizado. É uma técnica muito utilizada em grandes empresas para analisar pequenos investimentos, em que é pequena a quantidade de períodos de retorno. Em pequenas empresa é utilizada para analisar a maioria dos seus investimentos. O resultado do Payback expressa a quantidade de períodos necessários para a empresa recuperar o investimento inicial a partir das entradas de caixa.
Ao utilizar o Payback para investir em um projeto, o gestor financeiro:
- Aceita: quando o Payback for menor que o número máximo de períodos aceitáveis.
- Rejeita: quando o Payback for superior ao número máximo de períodos aceitáveis.
2.1 Payback Simples
O Payback simples não considera o custo de capital da empresa no decorrer dos períodos, apenas a quantidade de períodos necessários para recuperar o investimento realizado a partir de seus fluxos de caixa. 
No exemplo da camisaria, a necessidade de adquirir uma máquina de estampar, apresentam-se duas propostas A e B: ambos projetos apresentam as mesmas características quanto ao volume de produção e qualidade, atendendo igualmente às necessidades da empresa. 
Projeto A apresenta um investimento de R$ 24.000,00, enquanto o projeto B apresenta um investimento de R$ 20.000,00. O projeto B parece mais interessante, pois custa menos que o projeto A. É preciso avaliar as entradas de caixa previstas em cada projeto no decorrer dos períodos futuros (anos). A expectativa de retorno do investimento seja de no máximo 10 anos, ou seja, em 10 anos os fluxos de entrada devem igualar à saída (investimento inicial), sendo projetadas as entradas de caixa para os 10 anos (períodos). 
O quadro a seguir demonstra os fluxos e seus respectivos saldos anuais, Payback Simples dos projetos A e B:
- O projeto A representa um investimento de R$ 24.000,00 a partir das suas entradas, este investimento é recuperado no 7º período, quando cobre o investimento realizado e o saldo deixará de ser negativo. O projeto B representa um investimento de R$ 20.000,00 e seu retorno ocorre no 6º período. 
- O projeto B tem um investimento inicial menor, favorecendo para que os fluxos de entrada retornem antes do projeto A, apresentando um tempo de retorno menor.
Imagine que surgisse um projeto C, revelando fluxos convencionais, com entradas anuais de R$ 5.000,00, diferente dos fluxos mistos apresentado no quadro anterior. O investimento inicial é de R$ 22.000,00 e gera entradas iguais de R$ 5.000,00 durante cada período. O projeto B apresentava Payback simples de seis anos. O quadro a seguir apresenta um Payback simples do projeto C:
- Este projeto apresenta o resultado positivo de R$ 3.000,00 antes de finalizar o 5º período, no qual já ocorreu o Payback simples deste investimento. Podemos calcular de forma mais precisa o Payback simples na fração de anos: 22000/5000 = 4,40 anos (poucomenos de 4 anos e meio).
Neste caso, todos os três projetos apresentam retorno num período inferior de 10 anos, mas é aceito o projeto C, por apresentar o menor Payback simples, dentre os três, pois a expectativa de retorno de investimento apresenta o menor Payback simples. 
Até que atinja o período de retorno, podem surgir riscos que desfavoreçam o investimento, sendo necessário que se realize uma análise de risco, pois qualquer fator negativo que afete as entradas poderia alterar o Payback dos projetos. O Payback simples, não consedera a variável dos períodos e/ou riscos, ou seja, receber R$ 5.000,00 hoje ou daqui a 10 anos, sem correção?, situação que a empresa deverá considerar.
2.2 Payback Descontado
O Payback descontado, considera o custo do dinheiro no decorrer dos períodos de retorno do investimento informa a quantidade de períodos para o retorno do investimento ao caixa. Baseado no projeto C anterior. Vamos calcular cada entrada de caixa anuais de R$ 5.000,00 ao seu valor presente, descontando-se 9% a.a. (custo do dinheiro). O quadro a seguir ilustra a composição do saldo a valor presente:
No Payback descontado o retorno do investimento à uma taxa de 9% a.a., será no final do 6º período. Se fosse realizar os mesmos cálculos com base nos resultados do Projeto B, veriamos que o Projeto C é o melhor aceitou, pois apresenta um retorno do investimento no 6º Período, enquanto que no projeto B no final do 10º período o caixa ainda seria negativado em R$ 1.021,50.
3 VPL
O VPL (Valor Presente Líquido) é uma das técnicas mais utilizadas no momento de realizar o orçamento de capital para valiar os projetos de investimentos, tem como propósito atualizar todas as entradas de fluxo de caixa futuros para um valor presente, considerando o custo do dinheiro ao longo do tempo (como no exemplo anterior), nos dá o valor presente líquido ao final dos períodos. A taxa de desconto também pode ser denominada como Taxa de Retorno ou Taxa de Atratividade, custo de oportunidade ou, custo de capital.
Exemplo: 
Vamos pegar a tabela do orçamento de capital na página 20 deste caderno referente ao investimento em uma máquina de empacotar camisetas, o investimento inicial é de R$ 12.000,00, que apresenta 10 entradas (períodos) anuais de R$ 1.500,00. Cada parcela está expressa em um valor futuro e para trazer o valor presente, deve-se considerar a taxa de 5% a.a.
Será calculada cada entrada ao valor presente, descontando a taxa de 5% a.a. Como demonstrado na tabela a seguir:
A última coluna do quadro acima apresenta o valor líquido de cada anuidade. Ao descontar a soma destas entradas de caixa, o valor presente (R$ 11.582,60) do investimento inicial (R$ 12.000,00), o projeto resulta no prejuízo de (R$ -417,40), não apresentando retorno de caixa no tempo previsto. O que acontece diferente se realizar o cálculo do projeto C que resulta em caixa positivo no 6º período.
4 TIR
A TIR (Taxa Interna de Retorno) é uma técnica para calcular o orçamento de capital, muito utilizada na avaliação de alternativas de investimentos. É definida como a taxa de desconto, ou seja, a taxa que zera o VPL das entradas de caixa. 
O gestor financeiro precisa saber qual a TMA (Taxa Mínima de Atratividade) que é a taxa de juros mínima que o dono do projeto deverá investir no projeto (custo de capital). A TIR pode ser:
- Aceita: quando a TIR for maior que o custo de capital.
- Rejeitada: quando a TIR for menor que o custo de capital.
Exemplo:
Pegaremos como exemplo a tabela da pág 20 deste caderno (Projeto B), referente ao invetimento em uma máquina de empacotar camisetas, com investimento inicial de R$ 12.000,00, gerando entradas de caixa anuais de R$ 1.500,00 durante 10 anos.
Vejamos o cálculo da TIR com base nestes dados:
Se a TMA for 10%, rejeitamos o projeto, pois obteve-se uma TIR menor. Já se a TMA é 3%, aceitamos o projeto, pois a TIR foi superior.
Se procurarmos o VPL do projeto de investimento na máquina de empacotar camisetas, com investimento inicial de R$ 12.000,00, gerando entradas de caixa anuais de R$ 1.500,00 durante 10 anos, o VPL deve ser 0, precisa-se de uma taxa, no caso encontrada pela TIR = 4,277497804%.
Vejamos no quadro a seguir o VPL da situação anterior por funções de fluxo de caixa:
- O resultado do projeto apresenta o valor presente de R$ 0,00, ou seja, com a taxa de 4,277497804% o projeto tem seus fluxos zerados em 10 anos. Manteve-se a TIR expressa com 9 (nove) casas decimais, e deve ser utilizada da mesma forma para evitar diferenças de centavos.
Vejamos no quadro a seguir o cálculo da TIR de cada projeto A, B e C:
- A maior TIR é encontrada no projeto C (18,60%). Se a TMA (Taxa Mínima de Atrattividade) ou custo de capital estabelecidos pelo donos do capital for 20%, todos os três projetos serão rejeitados.
- Na TIR o resultado é expresso na forma de porcentagem, ao invés de velor monetário como na VPL.
6 TIR / Análise Incremental 
Para realizar a escolha entre projetos mutuamente excludentes com o método TIR, deveremos realizar uma análise incremental entre o projeto desafiado em relação ao desafiante. 
Exemplo: 
O custo de capital de uma empresa é de 15% e tem dois projetos para ampliar a sua capacidade de produção. Deverá permanecer com o Projeto A (desafiante) ou optar pelo Projeto B (desafiado)?
- A análise incremental mostra que o Projeto A deve ser escolhido, porque o fluxo incremental é negativo e a TIR é menor que 15%.
As condições que vão auxiliar na escolha do melhor projeto, desafiante ou desafiado são:
* Se TIR (B-A) > custo do capital, o projeto B é o melhor; senão o Projeto A;
* Se VPL (B-A) > 0, então o Projeto B é o melhor; senão o projeto A.
7 Riscos
Risco é a possibilidade de perda financeira, variabilidade de retorno, ou comprometimento do retorno previsto, este risco pode aumentar ou diminuir, a partir de variáveis internas ou externas. 
- Fatores Internos: relacionam-se à empresa, geralmente podem ser controlados, tendo maior controle.
- Fatores Externos: relaciona-se aos aspectos externos à empresa: mercado, finanças, economia etc.; e não estão sob controle da empresa e elevam o risdo da empresa.
Exemplo: 
Antigamente, nas indústrias as máquinas eram movidas pela queima de madeira ou energia elétrica. Com a vinda do gás natural. Por ser um recurso natural e de baixo custo, algumas empresas realizaram projetos e investimentos optando por adotar este recurso, substituindo a madeira e energia elétrica. Muitos carros também passaram a ser convertidos para o uso do gás. 
Pergunta: Será que os reajustes que o gás natural sofreu estavam previstos nestes projetos? Com o aumento da demanda, as indústrias começaram a sofrer com a falta de gás, tendo que interromper a produção, pois não tinham os recursos anteriores (madeira e energia elétrica), estess são alguns fatores que elevam os riscos das empresas e afetam seus resultados.
No orçamento de capital é necessário considerar o risco das entradas de capital, pois elas alteram o Payback, VPL e TIR. Para reduzir os riscos é necessária uma análise de sensibilidade para avaliar a variabilidade do retorno, onde é preciso considerar estimativas pessimistas (o pior), estimativas prováveis (o esperado) e estimativas otimistas (o melhor). 
Para se tomar decisões de orçamento de capital, devemos:
- Estimar os fluxos de caixa relevantes.
- Aplicar uma técnica de decisão apropriada com VPL ou TIR.
- Medir o risco do projeto e ajustar a técnica de decisão em função deste risco.
Dentre as opções estratégicas da empresa em viabilizar o seu valor presente líquido (VPL) ou alcançar a sua taxa interna de retorno, a decisão pode ser de: Abandono (abandonar o projeto), Flexibilidade (tornar as operações da empresa flexíveis, principalmente na produção), Crescimento (desenvolver projetos de extensão) e Oportunidades (reconhecer se é o momento de aceitar ou adiar um projeto).
Além das opções estratégicas expostas acima, a empresa poderá ter diferentes projetos para investir e cada projeto apresenta um investimento incial quetotaliza o montante superior ao seu orçamento de capital (risco), bem como calculamos sus respectiva TIR. É preciso priorizar os projetos que apresentam maior TIR, limitados ao orçamento.
O quadro a seguir resume cinco projetos (A,B,C,D e E) que totalizam o montante de R$ 60.000,00. Dada a limitação de R$ 35.000,00 para investimentos, faz-se necessário priorizar os que apresentam maior TIR.
Dada a limitação de R$ 35.000,00, são escolhidos os projeto C, B e E (na ordem da maior à menor TIR), que juntos somam o investimento de R$ 32.000,00.
TÓPICO III
Financiamento e Alavancagem de Capital
2 Estrutura de Capital
Ao estruturar uma empresa há a necessidade de dinheiro (o capital), que pode ser:
- Capital Próprio: que são os recursos dos sócios.
- Capital de Terceiros: são os recursos emprestados, financiados com os não sócios.
Ao considerar os fluxos de caixa a valor presente líquido (VPL), considerando o valor/custo do dinheiro ao longo tempo, deveremos levar em conta que uma decisão errada poderá gerar VPL’s menores, enquanto que decisões certas vão gerar VPL’s maiores.
Vejamos no quadro a seguir de forma simplificada, as contas do passivo de um balanço patrimonial, para estruturar o capital total:
Para evitar a falência da empresa, a estruturação do capital (próprio e de terceiros) considera: 
- Risco Econômico: preocupação da empresa de não conseguir cobrir os seus custos operacionais.
- Risco Financeiro: preocupação de não conseguir cobrir suas obrigações financeiras.
- Custo de Agency: interpretado também como taxa imposta pelos donos da empresa. A imposição de altas taxas pode comprometer os resultados. Se a empresa puder captar recursos de terceiros, poderá investir em novos projetos ou devolver o capital investido pelos donos, essa aplicação pode dar certo (aumenta a possibilidade de retorno aos investidores) ou errado (diminuir as chancer de retorno). 
- Informação Assimétrica: a preocupação com o desencontro de informações, onde algo positivo pode ser julgado como bom ou ruim e vice-versa. Este desencontro de informações, de tempos em tempos, gera nas empresas a necessidade de não esgotarem o seu limite de capital de terceiros e capital próprio, para que possam usar estas reservas para aproveitar oportunidades de investimento. Ela é a avaliação de riscos externas e oportunidades que a empresa pode aproveitar.
3 Custo de Capital e Financiamentos
O gestor financeiro poderá conseguir capital através de diferentes fontes com diferentes custos. O custo de capital é um fator importante na tomada de decisões financeiras, quanto à estrutura de capital. Nas fontes de capital de longo prazo temos os projetos e investimentos. Os investimentos (financiamentos) são realizados junto à instituições financeiras (bancos). A taxa estabelecida varia: de banco para banco, do montante captado; da quantidade de períodos para a devolução deste capital e principalmente da análise que o banco realiza sobre a empresa: o seu tempo no mercado, ativo, liquidez, grau de endividamento etc.
Custo de Capital Próprio é o estabelecido pelos sócios da empresa é a taxa esperada pela aplicação do seu dinheiro na empresa. Alguns denominam como taxa de oportunidade ou taxa mínima de atratividade. O custo de capital próprio deverá ser no mínimo igual à taxa livre de risco na economia. No Brasil, esta taxa é a SELIC ( Sistema Especial de Liquidação de Custódia), que reflete o custo do dinheiro para empréstimos bancários baseado na remuneração dos títulos públicos. Se o custo do capital próprio for menor que a SELIC, não vale a pena investir na empresa e sim aplicar no mercado financeiro, que seu retorno será maior.
Custo de Patrimônio Líquido taxa de retorno que os investidores exigem para realizar um investimento patrimonial na empresa. Desta forma, o custo de capital próprio é dado pela expectativa de retorno sobre o patrimônio líquido. 
Na busca por capital de terceiros, o montante emprestado é pago em diferentes modalidades, o que pode nos primeiros períodos, acarretar numa carência de juros e/ou valor emprestado, assim como as parcelas podem ser prefixadas (com juros embutidos) ou corrigidos por um índice. Estes fatores afetam diretamente o orçamento de capital, principalmente na projeção de resultados. 
No período de carência, talvez pagando apenas os juros, as entradas líquidas de caixa podem ser mais expressivas. No período que começamos a pagar a dívida (amortizar o capital emprestado), além dos juros, poderá ser representado entradas líquidas de caixa menor, ou de repente negativa.
O quadro a seguir ilustra um projeto de investimento inicial de R$ 40.000,00, gerando entradas anuais de R$ 18.000,00, sendo que, nos dois primeiros anos serão pagos apenas os juros e a partir do 3º ano, além dos juros também será amortizado o empréstimo nos quatro seguintes. Serão considerados os valores fixos, não atualizando o valor presente.
- Durante os seis períodos as entradas foram iguais, nos dois primeiros períodos foram pagos juros e nos quatro anos seguintes foi paga a parcela + juros. As entradas líquidas iniciais foram altas, mas as finais foram mais baixas.
Outro faator a ser considerado no uso do capital de terceiros é que os terceiros não são tributados IR ao resultado. No DRE, eles são descontados antes do IR (Imposto de renda).
Vejamos no quadro a seguir os resultados com capital de terceiros e sem capital de terceiros x IR:
3.1 Custo Médio Ponderado
O custo de capital de uma organização representa a taxa de juros necessária para satisfazer a estrutura de capital próprio e de terceiros, para isso, é necessário realizar o cálculo da média ponderada entre o custo de capital próprio e de terceiros (CMPC), após o Imposto de Renda.
Exemplo:
- Capital próprio: dispõe de R$ 40.000,00, que estão aplicados na poupança, com rendimento de 9% a.a.
- Capital de terceiros: o banco emprestará R$ 4.000,00 a taxa de 20% a.a.
- Um amigo irá lhe emprestar R$ 2.000,00, que para ele rendem 14% a.a. numa aplicação.
Ao final do ano, os valores emprestados deverão ser devolvidos, acrescidos de juros:
- Você deverá resgatar os R$ 4.000,00, acrescidos dos 9% de juros, R$ 360,00.
- Ao banco deverá ser pago R$ 4.000,00, acrescidos dos 20% de juros, RS 800,00.
- Ao seu amigo deverá ser devolvido o valor de R$ 2.000,00, acrescidos dos 14% de juros, R$ 280,00.
Ao final do ano a camisaria deverá, no mínimo, conseguir devolver os R$ 10.000,00 que foi investido, mais a soma dos juros no valor de R$ 1.440,00. Desta forma, a taxa mínima requerida para pagar os fornecedores do capital é de 14,40% (1.440,00 / 10.000,00). 
Cada uma das fontes de capital que foram utilizadas: você (capital próprio), o banco e seu amigo (terceiros), tem participações distintas na estruturação do capital, que é igual à média ponderada das taxas de juros de cada fonte, ou seja:
CMPC = (4000 * 0,09) + (4000 * 20) + (2000 * 0,14) = 14, 40%. R$ 10.000,00.
No Balanço Patrimonial teríamos o seguinte:
- No passivo consta a composição do capital, que integra o caixa representando o total do ativo. 
Vejamos no quadro a seguir a estrutura de capital no DRE:
- As despesas financeiras totalizam a importância de R$ 1.080,00, proveniente de R$ 800,00 (juros devidos ao banco) e de R$ 280,00 (juros devidos ao amigo).
A partir dos demonstrativos financeiros, podemos calcular o custo do capital de uma empresa:
- Custo do Capital Próprio = Lucro Líquido = 924,00 = 9,24%.
- Patrimônio Líquido = R$ 10.000,00.
- Custo do Capital de Terceiros = Despesas Financeiras = 1.080,00 = 18,00%.
- Total de Financiamentos = R$ 6.000,00.
* O custo de capital próprio acima foi de 9,24%, um pouco acima dos 9% desejados pelo investidor.
4 Alavancagem
Alavancagem é um expressão usada para denominar um meio de ação para vencer qualquer resistência.
A alavancagem de uma empresa, pode ser:
- Operacional: quando o percentual de operações é superior aos custos, como: aumento na produção supera o custo de produção; ou o percentual de vendas é superior aos custos.
- Financeira:quando a empresa consegue utilizar os encargos financeiros fixos para aumentar o lucro.
- Combinada: é a combinação da alavancagem operacional com a financeira - é a variação percentual da receita operacional no lucro líquido.
Vejamos no quadro a seguir a composição da alavancagem total:
No estudo da alavancagem é preciso conhecer o conceito de ponto de equilíbrio (break-even-point). O Ponto de Equilíbrio é o momento em que as receitas (entradas) pagam todas as despesas (saídas) e o resultado final é 0 (zero). Quando os resultados são inferiores ao ponto de equilíbrio, é sinal de prejuízo, faltam recursos para as contas; Quando os resultados superam o ponto de equilíbrio, o resultado é positivo, sem sinal de prejuízo. O ponto de equilíbrio pode ser operacional e financeiro.
- Ponto de Equilíbrio Operacional é obtino momento em que as vendas cobrem as despesas operacionais, ou seja, tem-se o lucro antes das despesas financeiras e IR = 0. as empresas necessitam operar neste ponto, para evitar prejuízos , e pode alavancar as operações através:
* Aumento do preço de venda e/ou o aumento da quantidade vendida e/ou ajuste dos custos das mercadorias vendidas e das despesas.
* No ponto de equilíbrio é decidido o preço. A teoria da demanda elástica (estabelecendo que o aumento do preço pode gerar queda na demanda, e a redução do preço pode gerar aumento na demanda; desconsiderando qualquer ação de valor agregado) e da elasticidade (mostra que para conseguir reduzir os custos da mercadoria vendida, a empresa pode ter de aceitar condições de maior volume de compra e/ou menor prazo de pagamento aos fornecedores) afetam o ponto de equilíbrio.
Vamos relembrar alguns elementos no DRE da camisaria:
- Custo da camiseta = R$ 7,00
 
- Preço da Venda = R$ 10,00
- Total de impostos sobre as vendas 10%, ou seja, R$ 1,00 por camiseta.
- Custos Fixos (despesas administrativas e de pessoal) = R$ 21.600.
Agora, vamos encontrar o Ponto de Equilíbrio Operacional:
- Com a venda de 10.800 camisetas, atingiremos o ponto de equilíbrio, ou seja, as receitas irão cobrir as despesas.
Vejamos no quadro a seguir uma simulação de alavancagem operacional, no qual apresenta uma situação inicial para avaliar o impacto no lucro considerando uma redução e um aumento de 10% na receita operacional bruta - vendas:
- Representa uma variação, tanto positiva, quanto negativa, da ordem de 20% no lucro, com uma variação de apenas 10% na receita operacional. É preciso considerar alguns pontos no dia a dia:
- Ao comprarmos menos, pois as vendas são menores (10%), podemos nos deparar com preços mais altos. Da mesma forma que ao comprar uma quantidade maior (10%), podemos conseguir custos e despesas variávies mais baixos. 
- Custos e despesas operacionais fixas podem sofrer alterações, dependendo do volume do serviço: reduzindo as vendas pode-se ter pessoas ociosas, já para alcançar um volume de vendas maior, pode-se ter a necessidade de contratação de mais pessoas.
A partir destas informações podemos determinar o GAO (Grau de Alavancagem Operacional), que demonstrará quantos pontos percentuais haverá de variação no Lucro Antes dos Juros e IR (LAJIR) a cada variação de um ponto percentual na variação da receita operacional. 
- Para cada ponto percentual que variar a receita da empresa, o Lucro Antes dos Juros e IR (LAJIR) terá uma variação de 2 pontos percentuais.
Agora, vejamos no quadro a seguir a Alavancagem Financeira, com o mesmo crescimento de 10% a.a.:
- As despesas financeiras estão fixas, não está sendo considerada a variação das despesas financeiras, elas podem aumentar ou diminuir em função do volume de compras e/ou prazos concedidos aos clientes.
Vamos determinar o GAF (Grau de Alavancagem Financeira), que vai demonstrar quantos pontos percentuais haverá de variação no resultado de cada variação de um ponto percentual no Lucro Antes dos Juros e IR (LAJIR):
- Para cada ponto percentual que variar o Lucro Antes dos Juros e IR (LAJIR), teremos uma variação de 1,67 pontos percentuais no resultado. 
No quadro a seguir, vamos demonstrar a Alavancagem Combinada, que é a combinação da alavancagem operacional com a alavancagem financeira:
Vamos determinar o GAC (Grau de Alavancagem Combinada), que irá demonstrar quantos pontos percentuais haverá de variação no resultado a cada variação de um ponto percentual na receita operacional:
- Para cada ponto percentual que variar a receita operacional, teremos uma variação de 3,33 pontos percentuais no resultado.
UNIDADE III
Curto Prazo e Tópicos Essenciais
TÓPICO I
Gestão Baseada em Valor
2 Criação de Valor e Custo de Oportunidade
O administrador gestor financeiro tem como papel fundamental gerar valor e riqueza para a organização, pois analisa o presente e o futuro do fluxo de caixa, considerando o regime de caixa, participa ativamente das decisões que procuram maximizar o valor da organização.
Vejamos um DRE por Regime de Competência e outro por Regime de Caixa, considerando algumas variáveis:
- Compra de Camisetas: R$ 84.000,00, tendo pago 80% em 2010.
- Venda de Camisetas: R$ 120.000, tendo recebido 70% em 2010.
- No regime de competência, demonstra-se o lucro operacional da organização; ao gestor financeiro permanecem as necessidades de caixa para cobrir as despesas administrativas e com pessoal.
- A empresa faturou R$ 120.000,00, mas recebeu apenas R$ 84.000,00, não foi considerada a inadimplência neste exemplo. Os impostos continuam sendo calculados sobre o faturamento e pagos integralmente, independente do recebimento dos clientes. 
Geralmente o dono do capital tem mais de uma alternativa para aplicar o dinheiro, nesta escolha é avaliado o custo de oportunidade, que precisa considerar os investimentos ou oportunidades que apresentam riscos semelhantes, optando pela de menor risco.
Do mesmo modo que o investidor decide por uma oportunidade dentre as alternativas, vive também o conflito do valor da organização e do seu lucro, como por exemplo:
- Imaginemos que, a camisaria esteja avaliada em R$ 300.000,00 e apresenta um lucro operacional de R$ 30.000,00. O retorno é de 10% (30.000,00 / 300.000,00). O lucro operacional demonstrado é de R$ 30.000,00, mas o valor da empresa para mais de R$ 300.000,00 vai diminuir o percentual de retorno, assim como um valor menor da empresa com o mesmo lucro operacional vai aumentar o percentual de retorno.
- Se o valor da empresa for R$ 330.000,00 com lucro operacional de R$ 30.000,00, o retorno é de 9,09% (30.000,00 / 330.000,00). Caso o valor da empress seja de R$ 270.000,00, com o mesmo lucro operacional, o seu retorno representa 11,11% (30.000,00 / 270.000,00).
- Se para os investidores a rentabilidade exigida é de 15% a empresa avaliada em R$ 300.000,00 deveria estar gerando um lucro operacional de R$ 45.000,00 (45.000,00 / 300.000,00). Como o lucro operacional é de R$ 30.000,00 e a rentabilidade exigida é de 15%, então a empresa poderia valer no máximo R$ 200.000 (200.000,00 / 30.000,00).
Há um conflito ente os lucros positivos e o valor de mercado.
3 Resultado Operacional e Efeito do IR
Como visto na Unidade 1, a partir do lucro operacional é que deduzimos as despesas financeiras, que compreendem os juros sobre o passivo (empréstimos e financiamentos). A Legislação Brasileira considera o lucro operacional após o desconto das despesas financeiras, ou seja, são consideradas as despesas operacionais da empresa. 
Vejamos no quadro a seguir a comparação dos impactos: sobre a remuneração aos donos do capital e o impacto sobre o Imposto de Renda (IR):
- No modelo tradicional, a empresa conta com capital de terceiros, aferindo um lucro operacional menor, bem como uma provisão menor do IR.
- O modelo ajustado, é apenas gerencial, revela o uso de capital próprio, sem capital de terceiros, impactando num lucro operacional maior, consequentemente numa provisão de IR maior.
- Se no modelo tradicional, a empresa não tiver despesas financeiras, terá o lucro operacional de R$ 2.400,00 e, consequentemente, a sua provisãode IR será dos mesmos R$ 720,00.
* Financiamento próprio não é considerado gasto, portanto, não tem redução de Imposto de Renda.
4 EVA
A sigla EVA do inglês Economic Value Added - significa Valor Econômico Agregado, que é um método de trabalho que a contabilidade financeira passou a reconhecer a rentabilidade sobre capitais próprios, a juros de TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), de acordo com a Lei 9.249/95. Nessa metodologia o gestor financeiro age como se fosse acionista, com o objetivo de obter mais retorno do que custo do capital. Como vimos anteriormente, onde o custo de capital de terceiros é apresentado nas despesas financeiras já que terá que ser devolvido ao terceiro, enquanto que o custo de capital próprio fica omitido. 
A implantação da metodologia EVA, proporciona alguns benefícios para a empresa:
- Os objetivos da empresa são definidos de forma clara, objetiva, consistente e principalmente quantificável.
- Define uma taxa mínima de retorno a ser exigida nos atuais e nos novos projetos.
- Evidencia questões como: estrutura de capital, uso de capital de terceiros, custo de capital próprio, política de dividendos, custo de manutenção de ativos não operacionais.
Quatro aspectos precisam ser considerados para elevar o valor econômico agregado (EVA):
- Eficiência Operacional: reduz os custos para aumentar o resultado operacional líquido, operar com mais eficiência para ter maior retorno sobre o capital investido pelos donos.
- Eficiência Financeira: realizar investimentos em que o resultado líquido seja maior que os encargos de capital, ou seja, investir em projetos em que o valor presente seja positivo.
- Crescimento Rentável: investir em ativos e atividades que gerem retornos iguais ou maiores que o custo de capital.
- Racionalização de Capital: estruturar as finanças da empresa de forma que reduzam o custo de capital.
5 Cálculo do EVA
Para determinar o EVA precisamos apurar o custo total do capital empregado, o capital de terceiros aparece na desmonstração de resultados como despesas financeiras, o capital próprio não aparece nos resultados. O EVA pode ser calculado com base em resultados realizados, bem como pode ser projetado.
Para calcular o EVA com base no passado precisamos:
- Ajustar a estrutura patrimonial pelos ativos não operacionais.
- Calcular o lucro operacional.
- Calcular o CMPC (Custo Médio Ponderado do Capital).
- Determinar o EVA (Lucro Operacional - Custo de Capital de Terceiros - Custo de Capital Próprio.
Para Projetar o EVA Projetado é necessário:
- Calcular o ativo operacional líquido, ou seja, o capital aplicado no investimento.
- Calcular o CMPC.
- Calcular o lucro operacional projetado.
- Determinar o EVA (subtraindo o lucro operacional projetado o custo de capital total).
Vejamos no quadro a seguir a Estrutura Básica de Cálculo do EVA:
O CMPC apura o custo de todos os capitais e seus dados podem ser extraídos a partir do balanço patrimonial, como no quado a seguir:
- O ativo operacional representa os investimentos necessários para que a empresa consiga gerar receitas, caixa, contas a receber, estoques, máquinas, equipamentos, veículos, construções etc.
- O passivo operacional reprenta aqueles que não provocam encargos financeiros, se liquidados nos prazos concedidos por: fornecedores, impostos as recolher, salários a pagar, encargos sociais a recolher etc.
Vejamos no quadro a seguir o Ativo Operacional Líquido, que representa a diferença entre o ativo operacional e o passivo operacional:
- O Ativo Operacional Líquido (AOL) é R$ 8.000,00, sendo R$ 4.000,00 capital de terceiros e R$ 4.000,00 capitais próprios, neste caso, o retorno obtido pelo AOL deverá ser pelo menos o CMPC. O CMPC serve para estabelecer o retorno mínimo a ser obtido pelo AOL.
- A diferença entre o CMPC Bruto e a taxa do CMPC Líquido é o IR. No CMPC Bruto, o Lucro Operacional é R$ 1.200,00 → (8.000 x 15%) e para o CMPC Líquido o Lucro Operacional após o IR é R$ 1.056,00 → 1.200 - 144 → 144 = 4.000 x 0,12 = 480 → 480 x 30% (Imposto de Renda).
- Considerando o AOL de R$ 8.000,00 e com um CPMC Líquido de 10,50%, precisamos ter um Lucro Líquido de R$ 840,00 para o nosso ponto de equilíbrio, ou seja, o EVA zero que reflete num Retorno sobre o Ativo Operacional Líquido (RAOL) de 10,50% (840/8000), contra um CMPC também de 10,50% (840/8000).
- O resultado de R$ 840,00 representa um limite, onde: os valores acima de R$ 840,00 encontraremos os gastos operacionais: matéria-prima, energia elétrica, propaganda, folha de pagamento etc. Abaixo de R$ 840,00 encontraremos os gastos com a estrutura de capital de terceiros (R$ 360,00) e do capital próprio (R$ 504,00). 
Para criar estratégias para a criação de valor, podemos elevar a receita e/ou reduzir gastos operacionais. Vejamos no quadro a seguir o cálculo da demonstração dos resultados em três cenários (A, B e C):
- Cenário A: revela um aumento no lucro operacional, resulta do aumento da receita e/ou redução dos custos, revelando ao final R$ 168,00 de valor econômico agregado (EVA). 
- Cenário C: temos uma redução no lucro operacional, resulta numa destruição de R$ 168,00 do EVA.
Outra possibilidade de agregar valor está na redução de custos com a estrutura de capital, podendo seguir uma das estratégias a seguir:
- Reduzir custos com capitais de terceiros com a seleção de melhores fontes de financiamento que apresente maior prazo (longo prazo) e menores taxas de juros.
- Reduzir o custo de capital próprio a limites mais baixos de retorno.
- Trabalhar melhor a composição entre o capital de terceiros e capital próprio, captando mais recursos onde o custo é menor.
- Reduzir o ativo operacional para reduzir a necessidade de fontes de financiamento, a exemplo dos estoques.
No caso, vamos recompor a estrutura de capital, fazendo com que o capital de terceiros represente a importância de R$ 6.000,00 e o capital próprio a importância de R$ 2.000,00. O capital de terceiros custa menos que o capital próprio, vejamos no quadro a seguir:
Vamos calcular o novo CMPC:
CMPC Bruto = (6.000 * 0,12) + (2000 * 0,18) / 8.000 = 13,50%.
CMPC Líquido = ((6.000 * (0,12 *(1 - 0,30)) + ((2.000 *(0,18*(1 - 0,30)))) / 8.000 = 9,45%.
- Apenas foi mudado a estrutura de capital, que não interfere nas vendas, não alterando o lucro operacional. O custo de capital de terceiros 12% não sofre alterações, evidentemente, o valor absoluto bruto passa de R$ 480,00 para R$ 720,00, pois se capta R$ 2.000,00 a mais com terceiros.
- O custo de capital próprio também não sofre alterações dos seus 18%, o valor absoluto porém diminui de R$ 720,00 para R$ 252,00; pois compromete menos do capital próprio.
- Antes o custo total bruto de capital somava a importância de R$ 1.200,00 no caso acima representa R$ 972,00. 
Este exemplo demonstra que o capital tem custo: o capital de terceiros na forma de juros pagos pelos empréstimos e financiamentos, enquanto que o capital próprio, através de uma taxa de remuneração mínima esperada pelos donos deste capital.
6 Resumo das Demonstrações de Resultado
EVA é o valor que a empresa agrega após ter remunerado o capital de terceiros e o capital próprio, logo:
EVA = 0: o dono do capital está obtendo o retorno mínimo do esperado.
Para calcular o EVA = 0, tem-se que seguir os seguintes passos:
1. Encontrar a taxa do CMPC (Custo Médio Ponderado do Capital) considerando o IR (Imposto de Renda):
CMPC (Custo Médio Ponderado do Capital)
(1 - IR) 
2. Encontrar o Lucro Operacional Referencial para que o EVA seja igual 0,00:
CMPC (Custo Médio Ponderado do Capital
(1 - IR)
EVA > 0: há criação de valor, o dono do capital está obtendo retorno acima do esperado.
EVA < 0: há destruição de valor, o dono está obtendo retorno menor que o esperado ou não está obtendo retorno.
TÓPICO II
Capital de Giro
2 Ativos Circulantes
Os ativos da empresa, compreende os bens e direitos, as contas do ativo começa com as que apresentam maior liquidez até a de menor liquidez. As contas que compõem o ativo circulante são as alimentadas

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